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28/01/22, 17:35 IMI – Wikipédia, a enciclopédia livre

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IMI
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em Portugal, o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) veio substituir a "contribuição


autárquica" em 1 de Dezembro de 2003.

O IMI é um imposto que se rege pelos princípios da equivalência ou do benefício e que incide
sobre o valor patrimonial dos prédios. Neste tipo de tributo, que é uma das várias contribuições
especiais existentes em Portugal, existem características homogéneas de certos sujeitos passivos
(Proprietários dos prédios, urbanos ou rústicos) que justificam que a tributação incida
especialmente sobre eles:

Quer pela ligação especial do grupo com fim público (responsabilidade de grupo),
Quer pelo aproveitamento potencial pelo grupo daquele tributo, diferente do dos outros
membros da comunidade (aproveitamento de grupo, que é o caso de IMI).

A comutatividade referida no preâmbulo do Código do IMI justifica que a quantificação da


prestação dependa não do rendimento que o prédio rústico ou urbano pode proporcionar, mas
do seu valor patrimonial, correspondendo o seu pagamento à contrapartida dos benefícios que os
proprietários recebem com obras e serviços que a comunidade proporciona.

Índice
História e codificação
Incidência
Determinação da matéria coletável
Taxas
Isenções
IMI por distritos
Ver também
Ligações externas

História e codificação
Antes do IMI, o Código da Contribuição Autárquica definia que o sistema de avaliações vigente
seria feito através do velho Código da Contribuição Predial e do Imposto Sobre a Indústria
Agrícola, de 1963. Mas depois de acolhidas as recomendações do relatório da Comissão de
Desenvolvimento da Reforma Fiscal, bem como os critérios do anteprojeto do Código de
Avaliações elaborado em 1991, atualizados mais tarde pela Comissão da Reforma da Tributação
do Património foi feita uma reforma da tributação do património através do Decreto-Lei
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do Património, foi feita uma reforma da tributação do património, através do Decreto Lei
nº.287/2003 de 12 de Novembro, que aprovou os novos Códigos do Imposto Municipal sobre
Imóveis (CIMI), e que detém disposições transitórias com o objetivo de promover a avaliação
geral dos prédios urbanos, ate ao final do ano 2012. Esta reforma consagra os contornos precisos
da realidade a tributar, com base em dados objetivos que escapem às oscilações especulativas da
conjuntura, na prossecução duma mais sólida, sustentável e justa relação tributária entre o
Estado e os sujeitos passivos.

Incidência
O IMI incide sobre prédios rústicos (terrenos situados fora de um aglomerado urbano, não
classificados como terrenos para construção), mistos (a sua parte rústica e urbana não podem
ser classificadas como principais) e urbanos (todos os outros). E paga quem for proprietário /
usufrutuário / superficiário do prédio a 31 de Dezembro do ano a que o mesmo respeitar.
No
caso das heranças indivisas, o IMI é devido pela herança indivisa representada pelo cabeça de
casal.

Determinação da matéria coletável


Problema: Desatualização cadastral e proibição do arbítrio.

O IMI substituiu a Contribuição Autárquica. Na realidade, a conjugação da evolução histórica


com a condenável omissão de atualização por parte do legislador nas últimas dezenas de anos
conduziu a um caso exemplar de distribuição arbitrária dos encargos fiscais entre os diversos
contribuintes. Originou-se uma situação de arbítrio que violou o princípio da igualdade
propagando-se um tratamento desigual de duas realidades semelhantes, sem justificação para
essa diferença de tratamento.
No caso da Contribuição Autárquica, a omissão do dever legal de
atualizar as matrizes prediais, onde está inscrito o valor do prédio e que servem de base à
distribuição dos encargos, levou a uma sobrecarga fiscal das casas mais recentes e a uma sub-
tributação das mais antigas, o que conduziu a uma dívida de imposto sem qualquer relação com
o valor de cada prédio. Os novos Códigos do Imposto Municipal sobre Imóveis criaram um novo
sistema de avaliação com base na área, entre outros índices, para resolver gradualmente as
desigualdades existentes entre os prédios mais novos e mais antigos.

Concretização do método de determinação do valor coletável.

O valor do património tributável dos prédios, em regra, é definido por avaliação (onde
influenciam vários fatores, como a localização, área, qualidade e conforto, entre outros) com
base numa declaração do sujeito passivo (declaração Mod. 1 do IMI).
Os tipos de avaliação e
determinação do valor tributável, para cada tipo de prédio, são os seguintes:

Prédios rústicos; podem ter base cadastral, não cadastral ou direta sendo que a
determinação corresponde ao produto do seu rendimento fundiário pelo fator 20.
Prédios urbanos; avaliação direta com determinação do valor patrimonial tributário dos
prédios novos, destinados à habitação, comércio, indústria e serviços ou outros, ou cuja
avaliação seja pedida, efetuada por um perito avaliador, com base numa declaração
entregue pelo titular do prédio. O valor patrimonial tributário dos prédios urbanos, resulta de
uma expressão matemática que engloba vários coeficientes como as áreas, a localização, a
qualidade e conforto, a vetustez (idade do prédio),e o valor base dos prédios edificados
(calculado com base no valor médio do metro quadrado de construção).

O grande objetivo da avaliação direta é o de terminar com o livre arbítrio, possível violador do
princípio da igualdade (já anteriormente enunciado). Existe um número de coeficientes (supra
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citados) que determinam o valor patrimonial dos prédios, pondo fim à errónea avaliação destes,

mesmo havendo coeficientes iguais. Tornando-se a determinação da matéria coletável mais


uniforme e justa para todos os proprietários.

Taxas
Aplicam-se a nível nacional, as seguintes taxas: prédios rústicos: 0,8%; urbanos ainda não
avaliados pelas regras dos Códigos do Imposto Municipal sobre Imóveis: 0,5% a 0,8% e prédios
urbanos avaliados, pelo CIMI: 0,3% a 0,5%. São os municípios que fixam os valores das taxas
dentro dos referidos limites. Nos prédios mistos, aplicar-se-á ao valor patrimonial tributário de
cada parte, a respetiva taxa. Aplica-se a taxa de 7,5% aos prédios das entidades que tenham
domicílio fiscal num local com regime fiscal claramente mais favorável.
Os municípios, mediante
deliberação da assembleia municipal, podem majorar ou reduzir as taxas gerais, em
determinadas situações previstas no artigo 112º, (exemplo: operações de reabilitação) baseando-
se em tabelas e valores fixados.

Isenções
À data de março de 2017, ficam isentos de IMI por um período de 3 anos, os prédios ou parte de
prédios urbanos habitacionais, que sejam usados para habitação própria e permanente do sujeito
passivo (ou do seu agregado familiar) cujo rendimento, coletável para efeitos de IRS no ano
anterior não seja superior a €153 300.

Ficam ainda isentos, numa base anual, conforme reconhecimento do chefe do serviço de finanças
local, os imóveis de baixo valor (i.e., o valor total dos imóveis detidos pelo sujeito passivo não
podem ter um valor patrimonial tributário total superior a de 10x o valor anual do Indexante dos
Apoios Sociais (IAS)) que sejam habitação própria permanente de sujeitos passivos e agregado
familiar de baixos rendimentos (rendimento bruto total do agregado não pode exceder 2,3 vezes
o IAS.

Existem ainda várias isenções que funcionam como exceções à regra de aplicação geral, tais
como as isenções aplicadas a imóveis de Fundos de Investimento Imobiliário, às sedes de
Sociedades de Gestão de Participações Sociais (SGPS), a imóveis de partidos políticos, ordens
religiosas, fundações, clubes de futebol, entidades culturais e outras entidades diversas a quem o
Estado atribui o estatuto de utilidade pública ou de utilidade turística, além dos próprios imóveis
pertencentes ao Estado, tanto a nível da Administração Central como da Administração Local.

IMI por distritos


Com as dificuldades financeiras com que se debatem os autarquias do país, 40% das câmaras
optaram por aplicar as taxas máximas previstas na lei. Foi assim em 2006 e, em 2007 não será
muito diferente.

Se se tiver em conta os principais distritos do País:

Em Braga são cinco os municípios que vão cobrar o máximo de IMI;


No Porto de 18 municípios, 16 querem aplicar as taxas máximas. As exceções são:
Felgueiras e Baião.
Em Aveiro há seis câmaras municipais a cobrar o máximo de imposto previsto na lei;
Em Coimbra são sete;
Em Leiria cinco;
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Em Leiria cinco;
Em Santarém nove;
Em Lisboa cinco;
Em Setúbal são mais de metade das Câmaras que optaram pelo imposto máximo;
Em Faro são oito.

Ver também
Impostos
Lista de impostos em Portugal
Reabilitação urbana
IPTU (imposto similar no Brasil)

Ligações externas
Imposto Municipal sobre Imóveis - Site do Governo (http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Go
vernos/Governos_Constitucionais/GC15/Ministerios/MF/Comunicacao/Outros_Documentos/
20030406_MEF_Doc_Tributacao_Patrimonio.htm)
Pedido de Isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (http://www.portaldocidadao.pt/POR
TAL/entidades/MFAP/DGCI/pt/SER_consulta+do+patrimonio+predial+%E2%80%93+impost
o+municipal+sobre+imoveis++imi.htm)
Esclarecimento de dúvidas sobre o IMI - Site da Direcção-Geral de Impostos (http://www.dgc
i.min-financas.pt/pt/apoio_contribuinte/guia_fiscal/imi/)

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