para manter toda a família Ribeiro em casa, num estado de monotonia total. Como habitual, nos casos de dita monotonia provocada pelo encarceramento, por sua vez provocado pela chuva, a casa parecia outra. Teresa Manuela, a mãe, (ou sargento oficial, como era carinhosamente tratada pelas costas pelo pai Alberto) encontrava-se atarefada na cozinha a lavar e limpar pratos, copos, talheres, assim como muitos outros utensílios de cozinha, pois, já se sabe que em dias de muita monotonia, como era o caso, ocupava-se o tempo a comer. Porém, não conseguia esconder a alegria em que se encontrava. À quanto tempo é que ela não tinha oportunidade de se dedicar de corpo e alma a uma tarefa tão comum como arrumar a cozinha?! Nos dias de maior stress colocava a loiça nessa maravilhosa invenção que é máquina de lavar a loiça e dedicava-se a outras tarefas. Contudo, a pobre da máquina não resistira à pressão, e acabara por deixar a família Ribeiro ao fim de 5 anos de árduo e indispensável trabalho. Mas enfim… Aproveitara então e chamara a filha, com quem poderia por a conversa em dia sob o pretexto de que precisava de “uma mãozinha” na cozinha. O pai Alberto encontrava-se na sala. Via pela décima quarta vez o filme “Carros” com o filho mais novo, Guilherme, que apenas tinha três anos e meio de idade e que via o filme com o mesmo entusiasmo quando o vira pela primeira vez. Por sua vez, o filho do meio, Rodrigo, sentado numa ponta do sofá, bufava e olhava para a janela, ao mesmo tempo que antecipava as falas do filme e fazia questão de as dizer antes dos personagens, sempre num tom de gozo. Contudo, a maior “animação” foi à hora do banho. -Guilherme! – Chamava a mãe, enquanto o rapaz corria em cuecas e camisola interior à volta do cesto da roupa suja. -Guilherme! Vou chamar o teu pai e depois é ele que te vai buscar! Alberto, diz alguma coisa ao rapaz! – Dizia a mãe. -Guilherme, obedece imediatamente à tua mãe! – Dizia o pai, tentado fazer cara séria, porém não conseguindo esconder o riso perante tamanha situação. E lá continuava o Guilherme a correr até que tropeça e cai. É agora a hora! Têm de ser rápidos! Rodrigo corre para agarrar o irmão e assim poder metê-lo na banheira, ao mesmo tempo que a irmã se põem a defender a porta, gritando: “Ninguém entra, ninguém saí! Ninguém entra, ninguém saí”! No final de estabilizada a situação, e também no final de uma ou duas palmadas, o jantar correu sem problemas, com o Guilherme a fazer olhinhos à mãe e ao pai a ver se saía imune da situação. Por volta das dez e meia da noite já estão todas as crianças deitadas, incluído o pai Alberto, cabo ajudante do sargento oficial mãe, e é nesta altura que Teresa Manuela, mulher e mãe da família Ribeiro, encontra um bocadinho para si e vai ver televisão sozinha. Deita-se no sofá, liga a televisão e dez minutos depois, toda a família Ribeiro dorme. Inês Vieira Nº11 8ºB