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Atualmente a profissão de contador (contabilidade) adquiriu novas


dimensões no mundo informatizado. Praticamente não há empresa,
escritório ou departamento em que não tenha um controle
informatizado dos processos , rotinas e serviços, exigindo dos
profissionais conhecimento técnico em contabilidade, para uma boa
administração. Com o curso de contabilidade você vai aprender os
principais tópicos sobre o tema. O melhor desse curso de contabilidade
é que você ainda irá poder solicitar um certificado de conclusão, válido
em todo território nacional.

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Módulo: Elementos da Contabilidade

Perfil de entrada: Pessoas individuais ou profissionais que querem


entender e trabalhar em contabilidade.

Perfil de saída: Pessoas que conhecem as regras e funcionamento da


contabilidade

Objectivo geral:
 Conhecer os elementos da contabilidade e seu funcionamento.

Objectivos específicos:
 Definir contabilidade
 Dominar os elementos da Contabilidade
 Aplicar as regras de funcionamento dos elementos da contabilidade

Conteúdo programático:

Noções de Contabilidade
Patrimônio
Capital
Contas
Plano de Contas
Custos e Despesas
Receitas
Balanço

Carga horária total: 20 horas


Teoria: 10 horas Prática: 10horas

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CONCEITO DE CONTABILIDADE

A contabilidade pelo seu conjunto de princípios, normas e procedimentos


próprios, é uma ciência com o objetivo de conhecer a situação
patrimonial das pessoas e as suas mutações. Diversos são os conceitos
apresentados, onde destacamos:

“É a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o


registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele
ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e
variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da
riqueza patrimonial."

OBJETIVO DA CONTABILIDADE

A contabilidade tem por objeto o patrimônio administrável e em


constante alteração.

FINALIDADES DA CONTABILIDADE
Estudar e controlar o patrimônio, fornecendo informações a quem dela
necessitar. Modernamente as finalidades da contabilidade são reunidas
em duas: FINALIDADE DE PLANEJAMENTO E FINALIDADE DE CONTROLE.
O PLANEJAMENTO consiste em adotar um modelo de ações dentre
diversos outros possíveis. Pode abranger toda a entidade, com a
mudança do comportamento até hoje adotado ou apenas parcialmente,
dependendo do objetivo maior da organização. A informação contábil
pode ser um forte suporte para o planejamento e, mais ainda, quando
estabelecendo padrões, torna claro situações futuras.
O CONTROLE está ligado à análise da obediência das definições adotadas
pela organização. A informação contábil apresenta-se como o indicador
da situação patrimonial tornando possível a verificação do desempenho
da organização em atingir as metas traçadas. Como conseqüência, e pelo
possível retorno no caso de êxito no atingimento das metas e políticas
delineadas, a informação contábil além de meio de comunicação é uma
forma de promover a motivação de todo o corpo organizacional.

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TÉCNICA CONTÁBEIS

Para atingir os seus objetivos a contabilidade se utiliza de técnicas


próprias, quais sejam:

 ESCRITURAÇÃO
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
 ANÁLISE DE BALANÇOS
 AUDITORIA

Entende-se por ESCRITURAÇÃO a técnica pela qual as ocorrências com


efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser
seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e
compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um
meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos
ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição
da riqueza patrimonial.

As DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS podem ser apresentadas sob diversos


ângulos informativos. Algumas são, digamos, uma consolidação dos fatos
registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra
a situação do patrimônio, em determinado momento, resultante da
escrituração de diversos fatos. A Demonstracão do Resultado do
Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e negativos,
escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele
ano. O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a
composição de alguns itens patrimoniais, analiticamente, alguns sem a
utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os estoques que
são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis
como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas
instituições financeiras e outros.

A ANÁLISE DE BALANÇOS é a técnica pela qual determina-se a capacidade


de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa,
a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços á possível
comparar a situação da empresa dentro do setor de que faz parte.
Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial,
efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos

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naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os
demonstrativos apresentados.

A AUDITORIA é a técnica pela qual é verificada a qualidade da informação


prestada confirmando, ou não, se os demonstrativos apresentados
representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria
examina-se os documentos geradores da transformação patrimonial e a
estrutura dos demonstrativos contábeis, elaborando-se PARECER
conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios
contábeis, inclusive a fidedignidade da informação.

CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE


A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas
pessoas físicas e nas pessoas jurídicas, com finalidade lucrativa ou não,
inclusive as de Direito Público.é fácil concluir a importância da
contabilidade e, como conseqüência, a amplitude do seu campo de
atuação.

INTERESSADOS NA cONTABILIDADE

Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse


direto nas informações fornecidas pela contabilidade.
Essas pessoas são direta ou potencialmente vinculadas a entidade indo,
os seus interesses, desde o sentimentalismo, até o de retorno de
investimentos. Resumidamente apresentamos os principais interessados
na informação contábil:

 EMPREGADO DA EMPRESA: tem interesse por ser, a empresa, a


sua fonte individual de recursos traduzidos pelo salário,
gratificações e participações nos lucros. É normalmente, o
responsável pela manutenção da sua família devendo haver,
portanto, o esforço pessoal para os bons resultados da sua fonte
de renda.

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 SÓCIOS E ACIONISTAS: podem ser encarados sob vários aspectos.
Os sócios e acionistas podem ter como principal interesse o
retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da
aplicação. Se, além da participação na sociedade, são responsáveis
pelas decisões na empresa, a quantidade e qualidade das
informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino
da organização, traçando planos e metas. Nas organizações mais
fechadas ainda existe a ligação sentimental, havendo o respeito e
amor pela obra realizada.

 ADMINISTRADORES E OUTROS RESPONSÁVEIS PELAS DECISÕES:


necessitam de informações similares ao sócioadministrador acima
referido.

 FORNECEDORES E EMPRESTADORES DE DINHEIRO: tem como


principal objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela
entrega de mercadorias, de dinheiro ou outra forma de propiciar o
funcionamento da organização. As informações que necessitam
são, pois, ligadas à rentabilidade e garantia de retorno dos capitais
investidos.

 GOVERNO: tem dois grandes interesses que podem tornar como


suporte as informações contábeis. O financiamento da atividade
governamental, para o bem-estar de toda a população, necessita
de recursos que, em grande parte, vem da atividade empresarial
sob o forma de tributos. Outra informação que pode ser extraída
da contabilidade é sobre o desenvolvimento em áreas geográficas,
setores de atividade e outras que, convenientemente compiladas,
podem orientar a politica de desenvolvimento da nação.

 PESSOAS EM GERAL: somos todos interessados nas informações


fornecidas pela contabilidade, em sentido amplo, quando
potencialmente investidores de recursos ou, mesmo de uma forma
restrita, a do nosso dia-a-dia, conciliando renda com gastos. Não
necessariamente precisamos montar um sistema de contabilidade
pessoal, embora possível, mas lembremos que o objeto da
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contabilidade é o patrimônio e, o individual, deve ser administrado
caracterizando contabilidade.

Patrimônio
CONCEITO
Pela maioria dos autores patrimônio é definido como o "conjunto de
bens, direitos e obrigações, suscetíveis de avaliação em dinheiro e
vinculados e uma pessoa (física ou jurídico)".

COMPONENTES DO PATRIMÓNIO

 BENS: Os bens são as coisas transformadas pelo homem para a


satisfação de suas necessidades e avaliáveis em dinheiro. Podem
ser classificados em corpóreos e incorpóreos, também
denominados materiais ou imateriais. Como corpóreos temos
mercadorias, veículos e outros. Como incorpóreos, por exemplo,
fundo de comércio, patentes de invenção etc. Os bens são também
chamados de direitos reais, pois recaem sobre coisas avaliáveis em
dinheiro.

 DIREITO: Os direitos são decorrentes de operações de crédito onde


o favorecido é o patrimônio em análise. São também denominados
direitos pessoais.

 OBRIGAÇÕES: As obrigações são também decorrentes de


operações de crédito tendo como favorecido um terceiro ao
patrimônio em análise, contra este.

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EXEMPLOS:

BENS:
· Mercadorias;
· Dinheiro;
· Veículos;
· Imóveis;
· Máquinas;
· Equipamentos; ·
Patentes.

DIREITO:
· Títulos a receber;
· Outros valores a receber.

OBRIGAÇÕES:
· Títulos a pagar;
· Impostos a recolher; ·
Salários a pagar.

Os bens e direitos são os elementos positivos na estrutura patrimonial e


as obrigações, os elementos negativos. O patrimônio é representado pela
igualdade entre elementos positivos e negativos havendo, pois, a
necessidade de um “equilibrador” da equação patrimonial, no caso a
situação líquida:

BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA

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ASPECTOS PATRIMONIAIS
O patrimônio, como visto, é um conjunto de bens, direitos e obrigações,
avaliáveis em dinheiro e pertencentes a uma pessoa física ou jurídica com
fins lucrativos ou ideais: Pela relação com terceiros, movimentação e
avaliação de recursos, o patrimônio é estudado sob diversos aspectos
como os abaixo:

ASPECTO JURÍDICO O patrimônio é definido como um "conjunto de


direitos e obrigações de uma pessoa, apreciáveis em dinheiro" ou como
o "complexo de relações jurídicas de uma pessoa tendo valor pecuniário".
O direcionamento dado é o estudo da propriedade, das relações jurídicas,
pecuniárias, com terceiros. O patrimônio, sob este aspecto, compreende
os direitos reais (bens), direitos pessoais e as obrigações.

Patrimônio sob o Aspecto Jurídico

ASPECTO ECONÔMICO
No confronto entre valores positivos e negativos, três situações podem
ocorrer, quais sejam:

1a SITUAÇÃO: ATIVO > PASSIVO

Nesse caso, os bens e direitos, valores positivos, são maiores que as


obrigações, valores negativos, resultando uma SITUAÇÃO LÍQUIDA ATIVA
(SLa) também denominada POSITIVA, SUPERAVITÁRIA ou FAVORÁVEL.
Graficamente:

ATIVO PASSIVO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES

Situação Liquida é Ativa, Positiva ou Ativo Liquido


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2a SITUAÇÃO: ATIVO = PASSIVO
Os bens e direitos são suficientes apenas para honrar as obrigações.

A SITUAÇÃO LÍQUIDA é NULA ou COMPENSADA

ATIVO PASSIVO
BENS OBRIGAÇÕES
E
DIREITOS

3a SITUAÇÃO: ATIVO < PASSIVO

Teríamos insuficiência de bens e direitos para o pagamento das


obrigações. A diferença entre o passivo e o ativo é denominada
SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA (SLp) também denominada NEGATIVA,
DEFICITÁRIA ou DESFAVORÁVEL.
O excesso de elementos negativos quando relacionados com os positivos,
demonstra um PASSIVO A DESCOBERTO.

ATIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA = PASSIVO

Ou graficamente:

ATIVO PASSIVO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES

Situação Liquida Passiva, Negativa ou Passiva Descoberto

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ATIVO, PASSIVO E SITUAÇÃO LIQUIDA

O ATIVO, também denominado ATIVO REAL, é composto pelos


elementos positivos ao patrimônio: os bens e direitos.
Analisando-se mais detidamente os elementos componentes do ativo,
podemos observar que são destinações de recursos, ou seja, supondo uma
empresa do ramo comercial existe a necessidade de comprar mercadorias
para revenda. Os recursos são aplicados na aquisição das mercadorias.
Assim como este, todos os demais elementos podem ser considerados
destinação de recursos ou APLICAÇÕES DE RECURSOS.
O PASSIVO, ou PASSIVO REAL, de forma contrária ao ativo, é onde
reúnem-se as obrigações da empresa com terceiros, elementos
negativos, que representam, digamos, os valores que terceiros ao
patrimônio entregam a este para o seu funcionamento. Um empréstimo
feito numa instituição financeira, por exemplo, é bem representativo de
que no passivo encontramos as ORIGENS DE RECURSOS DE TERCEIROS ou
CAPITAIS DE TERCEIROS à disposição do patrimônio.

Sobre a SITUAÇAO LÍQUIDA devemos tecer alguns comentários adicionais.


Vimos, até agora, que a situação líquida funciona como um equilibrador, é
uma "meia verdade". Os registros na contabilidade são feitos envolvendo,
no mínimo, dois elementos: um fornecendo o recurso para ser aplicado no
outro, o que na verdade acontece em qualquer situação. Um exemplo bem
simples: fazer compras. No ato do pagamento das compras feitas, você está
movimentando dois elementos de seu patrimônio: o primeiro é o dinheiro
que você tem que dispor e o segundo, o estoque de mantimentos. O seu
dinheiro, que vai diminuir, é a ORIGEM DOS RECURSOS que foram
APLICADOS no seu estoque de mantimentos. Da mesma forma acontece se
você pagar com cheque (ORIGEM NA CONTA BANCÁRIA) ou, mesmo, se
você comprar a prazo, gerando uma obrigação (ORIGEM DA CONTA A
PAGAR).
Devemos ter nítida a separação na análise das origens e aplicações de
recursos. Quando definido que os elementos ativos são aplicações recursos
e os passivos são origens de, recursos, estabelecemos uma definição sob o
ponto de vista ESTÁTICO, ou seja, do patrimônio apresentado,
“fotografado". O "retrato”, entretanto, é formado após uma série de
operações e em cada uma delas existem a ORIGEM e a APLICAÇÃO DOS
RECURSOS independentes de ser elemento ativo ou passivo, como foi o
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caso acima, pois, na operação, houve a ORIGEM DE RECURSOS em
elemento ativo (dinheiro ou conta corrente bancária). É uma definição sob
o ponto de vista DINÂMICO, a própria alteração patrimonial.
Por sempre estar envolvendo no mínimo dois elementos, um funcionando
como fornecedor e outro como recebedor do recurso, existe a garantia da
igualdade no patrimônio e como conseqüência o equilíbrio. O sentido que
queremos dar agora à situação líquida é a de ORIGEM DE RECURSOS
PRÓPRIOS ou CAPITAIS PRÓPRIOS. A Constituição das empresas segue um
ritual próprio, formal, existindo o comprometimento dos sócios para a
formação do CAPITAL SOCIAL, integralizado, em boa parte das vezes, em
dinheiro. É a primeira origem de recursos próprios, aplicado, no caso, em
dinheiro ¾ um disponível da empresa.
São também componentes da situação líquida os resultados obtidos, lucros
ou prejuízos, na atividade operacional. Os lucros fortalecem os capitais
próprios pelo aumento na situação líquida, tornando cada vez melhor a
situação da empresa. Prejuízos seguidos podem levar à situação líquida
nula, quando consumido todo o Capital Social e à situação de passivo a
descoberto, quando ultrapassam o valor do Capital Social. Temos portanto

PA T R I M Ô N I O

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Capital

CONCEITO
Várias ciências apontam definições próprias de CAPITAL. A economia
tem duas correntes: uma leva em conta a qualidade dos elementos
componentes do patrimônio e a sua capacidade de gerar riquezas; uma
outra situa o capital como uma categoria histórica, não geradora de
riquezas. De uma forma geral, considera o capital como o conjunto de
bens como máquinas, equipamentos, matéria-primas e outros utilizados
para a obtenção de outros bens. O direito considera capital o valor
registrado sob este título no contrato social registrado da empresa. Na
contabilidade, diversos conceitos de capital são apresentados.
Destacamos os seguintes:

CAPITAL NOMINAL OU LEGALIZADO


E igual ao conceito adotado no direito. Corresponde aos recursos
aplicados na constituição da empresa, na forma de bens e/ou direitos e
constante no Contrato Social. Novas destinações podem acontecer com
injeção de recursos ou aproveitamento das reservas acumuladas na
empresa. A sua alteração, mesmo contábil, só acontece pela
formalização nos órgãos de registro do comércio. A diminuição de seu
valor também pode acontecer, embora mais difícil.

CAPITAL PRÓPRIO OU LÍQUIDO


Corresponde à situação líquida até agora estudada. É um fundo de
valores pertencentes a uma pessoa, abrangendo não só os valores
inicialmente aplicados na empresa, como também as reservas
provenientes de sua operação, ou não. É o patrimônio líquido.

CAPITAL DE TERCEIROS
É o montante de recursos de terceiros ao patrimônio, postos a
disposição deste para o desenvolvimento de sua operação. São as
obrigações da empresa.

CAPITAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA


É o montante de recursos que a empresa dispõe para o atingimento de
seus fins. Fundo de valores composto do capital próprio ou líquido e de

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terceiros apreciáveis monetariamente. Alguns outros conceitos de capital
surgem decorrentes da legislação comercial dentre os quais destacamos:

CAPITAL AUTORIZADO
Não é de muita utilização embora exista a previsão. É um limite fixado
nos estatutos sociais, em valor ou número de ações, até o qual pode
haver a deliberação de aumentar o capital da companhia sem uma
reforma no estatuto.

CAPITAL SUBSCRITO
É o montante de recursos "prometido" pelos sócios a ser entregue, com
contribuições em dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação em dinheiro,
à empresa.

CAPITAL A INTEGRALIZAR
Corresponde a diferença entre o capital subscrito e o montante de
recursos já entregues pelo subscritor.

CAPITAL REALIZADO
É o capital subscrito menos a parcela a integralizar. Corresponde os
valores entregues pelos subscritores do capital.

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Contas

CONCEITO
"Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza,
identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio
ou uma variação patrimonial".
"Conta é a representação gráfica da relação débito-crédito de um fato
administrativo".
"Conta é a representação gráfica das mutações patrimoniais de uma
mesma espécie e agrupadas sob um título, referentes a uma pessoa".

TEORIA DAS CONTAS


Muitos foram os estudiosos que se dedicaram ao estudo das contas.
Dezenas de teorias, durante anos apresentadas, algumas perfeitamente
fundamentadas e outras sem qualquer cunho lógico. Restam, ainda hoje,
três teorias ainda usuais seja pela sua facilidade no entendimento da
ciência contábil, seja pela estrutura de classificação das contas
apresentadas. São: Teoria Personalística ou Personalista das contas, que
teve como maiores divulgadores: Marchi, Cerboni, Rossi e outros. Teoria
Materialística ou da Materialidade das contas, com Fábio Besta,
Morrison e, com variações, Kester, Durmarchey e outros. Teoria
Patrimonialista, partícipe da Teoria Moderna da Contabilidade.

TEORIA PERSONALÍSTICA
Classifica as contas em: Contas de agentes consignatários; Contas de
correspondentes; e Contas do proprietário.
Os AGENTES CONSIGNATÁRIOS são "pessoas" nomeadas pelo
proprietário da empresa para serem os responsáveis pela guarda dos
BENS. Cada agente consignatário é o responsável pelo conjunto de bens
de mesma natureza. Teríamos, pois, a conta veículos como um
responsável pelos veículos da empresa; a conta caixa como um
responsável pela guarda do dinheiro, etc.

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Os CORRESPONDENTES são "pessoas" que mantém relação de débito e
crédito com o proprietário da empresa. São as contas de DIREITOS e
OBRIGACÕES.
As CONTAS DO PROPRIETÁRIO são as contas de controle direto do
proprietário da empresa, dentre elas as contas Capital, Reservas, Receitas
e Despesas que compõem a SITUAÇÃO LÍQUIDA. O princípio desta teoria,
que as contas são pessoas, é importante para o entendimento do
"débito" e "crédito".
Tanto os agentes consignatários como os correspondentes são pessoas
com ligação direta com o proprietário do patrimônio mantendo, com
este, uma relação de natureza obrigacional. Tomemos como exemplo o
agente consignatário responsável pelo dinheiro da empresa, o SR. CAIXA.
O Sr. Caixa tendo dinheiro do proprietário é um DEVEDOR deste. Na
medida em que mais dinheiro é entregue, MAIS DEVEDOR ele se torna,
sendo, pois, DEBITADO. Se por outro lado o proprietário necessita de
dinheiro para fazer um pagamento qualquer, MENOS DEVEDOR ele se
torna, sendo esta uma operação de CRÉDITO do Sr. Caixa perante o
proprietário.

O CRÉDITO e o DÉBITO são definidos, em cada operação, pela situação do


agente consignatário ou do correspondente perante o proprietário do
patrimônio. Uma conta de obrigação, por exemplo, será creditada
quando a "pessoa obrigação" tiver mais direitos (crédito) perante o
proprietário, que é o caso de uma compra a prazo feita pelo proprietário
do patrimônio. As contas do proprietário devem ser encaradas pela
terminologia cotidiana. O CRÉDITO são ocorrências positivas e o DÉBITO,
negativas. Quando é obtida uma receita, a conta utilizada é CREDITADA
e, quando ocorre uma despesa, esta conta é DEBITADA.

TEORIA MATERIALÍSTICA
A teoria materialística classifica as contas em:
Contas INTEGRAIS ou ELEMENTARES; Contas DIFERENCIAIS ou
DERIVADAS.
As CONTAS INTEGRAIS é o conjunto de contas que compõe o patrimônio
da entidade sejam positivas (bens e direitos) sejam negativas
(obrigações). A forma variante da teoria adotou dividir contas integrais

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em dois grupos: as CONTAS DE ATIVO (bens e direitos) e as CONTAS DE
PASSIVO (obrigações).
As CONTAS DIFERENCIAIS são as contas que determinam as variações na
situação patrimonial, ou seja, as contas de situação líquida (Capital,
Reservas, Receitas e Despesas), correspondendo às contas do
proprietário da teoria personalística. Na variante desta teoria chamam-
se CONTAS DO LÍQUIDO OU DA SITUAÇÃO LÍQUIDA.

TEORIA PATRIMONIAIS
É a teoria mais em uso atualmente. Classifica as contas em:
Contas PATRIMONIAIS Contas DE RESULTADO As CONTAS PATRIMONIAIS
são as que demonstram a estrutura patrimonial com seus elementos
positivos e negativos havendo, entretanto, o destaque do Patrimônio
Líquido.
As contas patrimoniais evidenciam a POSIÇÃO ESTÁTICA DO
PATRIMÔNIO em determinado momento. São contas patrimoniais as
representativas dos BENS, DIREITOS, OBRIGAÇÕES e PATRIMÔNIO
LÍQUIDO (Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados). As
CONTAS DE RESULTADO são as contas que provocam as alterações do
patrimônio. Evidenciam a DINÂMICA PATRIMONIAL ou seja, os motivos
pelos quais o patrimônio cresceu ou decresceu. São contas de resultado
as representativas das receitas, custos e despesas. Observamos que as
contas de resultado têm um período certo de duração sendo transferidas
para a nova posição patrimonial e posteriormente reiniciadas, enquanto
as patrimoniais não sofrem esta descontinuidade.

DÉBITO, CRÉDITO E SALDO


Simplificadamente as contas podem ser representadas em forma de "T",
mais fácil de trabalhar e contemplando apenas alguns dos elementos
acima. Seria:

DÉBITO

Os débitos são, em cada fato específico, a aplicação de recursos em


relação a diminuição dos valores, representando algo que se tem ou
adquire.

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CRÉDITOS
Os créditos são, em cada fato específico, o originador dos recursos que
são aplicados na conta que é debitada. Tem, pois funcionamento inverso
do débito.

As CONTAS DO ATIVO são CREDITADAS quando tem o seu valor


diminuído. Equivale a dizer que a "pessoa" ficou devendo menos ao
proprietário do patrimônio. Dessa "pessoa" ORIGINAM-SE OS RECURSOS
para a aquisição de outros bens/direitos ou para pagamento de
obrigações.

As CONTAS DO PASSIVO quando tem o seu valor aumentado são


creditadas. O correspondente forneceu o recurso e ficou com um crédito
maior com o proprietário do patrimônio. As CONTAS DE SITUACÃO
LÍQUIDA também tem o mesmo comportamento das contas do passivo.
Desta feita destacamos as contas de receitas que, quando tem o seu valor
aumentado são creditadas, são origens de recursos e, além disso, fazem
crescer a situação líquida.

SALDO
O saldo de uma conta é determinado pela diferença entre débitos e
créditos sendo devedor, se os débitos forem maiores que os créditos, ou
CREDOR, se os créditos forem maiores que os débitos. Como
consequência temos que contas do ativo tem natureza devedora; as
CONTAS DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(Capital, Reservas e Lucros acumulados anteriormente) TEM NATUREZA
CREDORA, AS CONTAS DE DESPESA (menos situação líquida) DEVEDORA
E AS CONTAS DE RECEITAS (mais situação líquida) CREDORAS.
A conta caixa, por exemplo, sempre terá saldo devedor ou, no máximo,
zero. A conta duplicatas a pagar sempre será credora ou zero pois, ou
existe duplicatas a pagar (saldo credor) ou não (saldo zero). Deve ser
observado, também, para a determinação do saldo da conta, se existia
algum saldo anterior a ser transferido de um período para outro pois
deve ser levado em consideração.

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PLANO DE CONTAS

As contas utilizadas pelas empresas devem ser ordenadas de forma a


permitir a uniformidade nos registros de fatos semelhantes,facilitar o
conhecimento da riqueza patrimonial e atender às normas legais e
princípios contábeis.
A relação ordenada das contas utilizadas pela empresa com as suas
funções e funcionamento é o Plano de Contas, assim definido:

"Conjunto harmonioso de contas a ser utilizado pela empresa, baseado


nos seus objetivos atuais, nas informações necessárias à administração e
nas exigências legais em vigor".

Na elaboração do plano de contas deve ser levado em conta a


complexidade das operações desenvolvidas pela empresa de forma a
torná-la não excessivo e de difícil consulta. Deve ser FLEXÍVEL, ou seja,
adaptar-se com facilidade às alterações internas e externas devido a
novos tipos de fatos provocados pela administração ou pela própria
estrutura do País, suprimindo ou adicionando novas contas.

O plano de contas para satisfazer seus objetivos deve ser simples tanto
no que se refere à consulta, como na interpretação da função e
funcionamento das contas, visto ser, no processo de escrituração, muito
consultando pelos responsáveis. Entende-se por FUNCÃO da conta aquilo
a que ela deve representar. Se tivermos exemplo a conta DUPLICATA A
PAGAR, a sua função é: registrar as obrigações da empresa em virtude de
compras efetuadas a prazo e representadas por duplicatas.

O FUNCIONAMENTO da conta diz respeito a quando ela deve ser debitada


e quando creditada, ficando bem clara a sua interveniência a débito e a
crédito. Na conta acima teríamos, simplificadamente, que seria debitada
pelo pagamento da duplicata e creditada pelas compras à prazo,
representada por duplicatas. Alguns planos de contas destacam, ainda o
relacionamento da conta em estudo com as demais contas utilizadas pela
empresa.

O ALENCO DE CONTAS difere do plano de contas por ser, apenas, uma


relação das contas utilizadas pela empresa não contendo as suas
respectivas funções e funcionamento. É uma parte do plano de contas.
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Apresentamos abaixo um elenco de contas para uma maior visualização
da estrutura normalmente adotada pelas empresas comerciais.
Recomendamos uma leitura minuciosa.

Custos e Despesas

Antes de mais nada, retomaremos os conceitos custo e despesas,


principalmente para esclarecer uma confusão bastante frequente que se
faz entre eles. Embora na linguagem comum esses dois termos possam
parecer até sinônimos, na Contabilidade têm conotações distintas.

Custo refere-se ao valor pelo qual se obtém um serviço ou um bem. Numa


empresa de serviços, aparece o custo dos serviços prestados; numa
empresa comercial, o custo das mercadorias vendidas; numa industrial,
o custo de produção e o custo dos produtos vendidos.

CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS - montante de insumos e mão-de-


obra utilizados para a conclusão dos serviços prestados a clientes. Inclui
materiais, mão-de-obra própria ou de terceiros, encargos ligados a essa
mão-de-obra, fretes, depreciações dos equipamentos utilizados e sua
manutenção etc.

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) - valor de aquisição dos


bens comprados e já vendidos. Este montante corresponde ao valor das
mercadorias existentes no início do período mais as compras feitas, e
menos o valor das mercadorias existentes no último dia do período.
Resumindo e usando termos técnicos, temos: CMV = Estoque inicial +
compras - estoque final

CUSTO DE PRODUÇÃO- é a soma dos três componentes do produto


(matéria-prima, mão-de-obra e outros custos), necessários à
transformação da matéria-prima ou à montagem de componentes para
a fabricação de um novo produto.

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV) - tem semelhança com CMV,


compondose do valor do estoque no início do exercício, mais o custo dos

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produtos acabados, menos o valor dos produtos existentes ao final do
período.
Na gestão dos negócios e na condução da política interna da empresa,
ocorrem dispêndios com pessoal da administração e de vendas, com
aluguéis, impostos, seguros, propaganda, correio, luz, telefone etc., que
constituem o que se chama despesas.

Despesa refere-se aos gastos não ligados diretamente à prestação dos


serviços, à compra e venda de mercadorias ou à produção de bens, mas
voltados para a administração.

Embora custos e despesas sejam igualmente gastos que a empresa realiza


para exercer as suas atividades, são diferenciados dentro da
Contabilidade com o propósito de se obter um controle mais detalhado
do resultado.

Especialmente nas atividades industriais, a apuração do custo de


produção é essencial porque, enquanto não vendidos, os bens devem
permanecer no Ativo. Quando o produto for vendido, deve-se apurar o
lucro bruto, pela comparação entre a receita de venda e o respectivo
custo:

Na atividade de prestação de serviços, os dispêndios com materiais e


pessoal envolvidos diretamente na execução dos serviços constituem os
custos. Os demais gastos são considerados despesas. Ao final do
exercício, o lucro bruto e o líquido são apurados separadamente:
Por essa razão, já existe uma separação entre custos e despesas no plano
de contas. Dentre as depesas mais comuns, temos as administrativas, as
de vendas, as tributárias ou financeiras. Elas representam os esforços
despendidos para promover as vendas, efetivar os recebimentos
relativos às vendas feitas a prazo, pagar as obrigações assumidas, cumprir
a legislação fiscal, social e trabalhista e, especialmente, obter receitas
que cubram os custos mais as próprias despesas, gerando um excedente,
ou seja, lucro.

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Balanço Patrimonial

Ao final de cada exercício social, as empresas deverão elaborar, com


base na escrituração, demonstrativos que apresentarão a situação
do patrimônio e as mutações ocorridos no exercício. O balanço
Patrimonial dentre os demonstrativos exigidos é o que apresenta a
situação de todo o patrimônio sendo assim definido.
"É um demonstrativo contábil que evidencia, de forma equacional,
sintética e ordenada, os valores específicos dos bens, direitos e
obrigações e a situação líquida da entidade."
O Balanço Patrimonial é portanto a posição do patrimônio em
determinado instante dentro da vida da empresa quando há o
reconhecimento e agregação do resultado do exercício findo.

IMPORTÂNCIA
O Balanço Patrimonial é a situação patrimonial resultante de uma série
de fatos ocorridos na empresa. Permite que análises sejam feitas mesmo
sem o conhecímento de cada fato específico sendo importante, portanto,
por fornecer informações a todos aqueles interessados na situação
patrimonial e nas variações ocorridas em determinado período de tempo
e sob determinada administração.

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BALANÇO PATRIMONIAL

ACTIVO VALOR PASSIVO & C.PRÓPRIO VALOR


ACTIVO Ñ CORRENTE CAPITAL PRÓROPRIO
Imob. Corpóreo XXXXXXXXXX Capital XXXXXXXXXX
Investimento Financeiro XXXXXXXXXX R. Transitado XXXXXXXXXX
R.L.E XXXXXXXXXX
TOTAL ACTIVO NÃO XXXXXXXXXX TOTAL CAPITAL PRÓPRIO XXXXXXXXXX
CORRENTE
PASSIVO Ñ CORRENTE XXXXXXXXXX
PASSIVO CORRENTE
ACTIVO CORRENTE
Fornecedores XXXXXXXXX
Existencias:
Estado I. S/L XXXXXXXXX
Mercadoria em trânsito
XXXXXXXXX O.V.P
Terceiros:
Clientes
Vendas de Imob.(o.v.r) XXXXXXXXX
Disponibilidades: XXXXXXXXX
Depósito a prazo
Depósito a ordem XXXXXXXXX
Caixa XXXXXXXXX
XXXXXXXXX
TOTAL DO ACTIVO CORRENTE xxxxxxxxxx TOTAL PASSIVO CORRENTE XXXXXXXXXXX

TOTAL DO ACTIVO XXXXXXXXX TOTAL PASSIVO + CP XXXXXXXXXXXX

No sentido amplo, dá-se o nome de "BALANÇO" aos procedimentos


gerais de final de exercícios destinados ao levantamento da SITUAÇÃO
PATRIMONIAL da empresa.
Tais procedimentos visam, como meta final, a elaboração de duas peças
contábeis fundamentais denominadas:

BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (antiga
demonstração de lucros e perdas).

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PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA SE FAZER UM BALANÇO

Para o levantamento do "balanço" e consequente encerramento do


exercício, tornam-se necessários, preliminarmente, alguns
procedimentos básicos Que serão considerados nos outros níveis de
contabilidade.

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Um dos procedimentos mais importantes no encerramento do Balanço é


o Balancete de verificação, levantado no último mês do exercício.

Mensalmente, a Contabilidade deve fornecer aos administradores ou


gerentes um Balancete que mostre os saldos das contas até aquele
momento. Como dezembro é o mês de apurar os lucros e demonstrar
o patrimônio, o último Balancete merece muitos cuidados, como
preliminar para o fechamento do exercício.

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