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Brazilian Journal of health Review

Desenvolvimento de Biscoitos Veterinários contendo extrato de Ginkgo


biloba

Development of Veterinary Biscuits containing Ginkgo biloba extract

DOI:10.34119/bjhrv3n3-139

Recebimento dos originais:01/05/2020


Aceitação para publicação:04/06/2020

Maiara Luiza Marques Ricca


Graduada em Farmácia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Endereço: Rua da Consolação, 930 - Consolação, São Paulo - SP, 01302-907 - Brasil
E-mail: maiiara.luiza@hotmail.com

RESUMO
O presente trabalho visa o desenvolvimento de um biscoito medicamentoso fitoterápico destinado
a uso veterinário para o tratamento da síndrome da disfunção cognitiva em cães. A disfunção
cognitiva canina é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela diminuição da função
cognitiva do animal, causando, por exemplo, perda de memória. Essa síndrome é muito semelhante
ao Alzheimer em humanos.O Ginkgo biloba possui ampla ação antioxidante e tem se mostrado
bastante efetivo no alívio de sintomas da disfunção cognitiva em cães idosos, já que é muito raro
cães ainda jovens apresentarem tal síndrome. Além disso, sua administração é bastante segura, já
que apresenta baixa toxicidade. Os biscoitos foram feitos a base de biscoito industrializado de água
e sal com gergelim, além disso, também possui quinoa em sua composição que é fonte de proteínas
de alta digestibilidade para cães. Após a homogeneização de todos os excipientes é feita a adição
do princípio ativo, em seguida os biscoitos são colocados em moldes e levados a estufa. A estufa
deve estar em temperatura controlada e por tempo necessário, após resfriamento os biscoitos são
acondicionados em embalagens individuais, para depois serem armazenados na embalagem
secundária.O uso de Ginkgo biloba em um biscoito medicamentoso é visando facilitar a
administração do medicamento pelo dono ao animal, já que o biscoito é uma forma conhecida pelo
animal e presente em sua alimentação.

Palavras-chave: biscoito veterinário medicamentoso; extrato de Ginkgo biloba; síndrome da


disfunção cognitiva; medicamento fitoterápico; doença neurodegenerativa; desenvolvimento de
medicamento veterinário; Ginkgo biloba.

ABSTRACT
The present work aims at the developent of a phytotherapeutic drug biscuit intended for veterinary
use for the treatment of cognitive dysfunction syndrome in dogs.Canine cognitive dysfunction is a
neurodegenerative disease, characterized by a decrease in the cognitive function of the animal,
causing, for example, memory loss. This syndrome is very similar to Alzheimer's in humans.
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Ginkgo biloba has a wide antioxidant action and has been shown to be very effective in relieving
symptoms of cognitive dysfunction in elderly dogs, since it is very rare for young dogs to present
such syndrome. In addition, its administration is quite safe, since it presents low toxicity. The
biscuits were made from industrialized biscuit made from water and salt with sesame, in addition,
also has quinoa in its composition that is source of proteins of high digestibility for dogs. After the
homogenization of all the excipients is made the addition of the active principle, then the biscuits
are placed and molded and taken to greenhouse. The oven must be in controlled temperature and
for the necessary time, after cooling the cookies are packed in individual packages, and then stored
in the secondary packaging. The use of Ginkgo biloba in a medicated biscuit is intended to facilitate
administration of the drug by the owner to the animal, since the biscuit is a form known to the
animal and present in its food.

Keywords: medicated veterinary biscuit; Ginkgo biloba extract; cognitive dysfunction syndrome;
herbal medicine; neurodegenerative disease; development of veterinary medicine; Ginkgo biloba.

1 INTRODUÇÃO
O Ginkgo biloba é considerado umas das árvores mais antigas do mundo, com 270 milhões
de anos de existência; é considerado um “fóssil vivo”. O nome Ginkgo veio de uma tradução errada
do nome em japonês Yin-Kwo (fruta de prata), enquanto biloba refere-se a forma bilobada das
folhas. (ISAH, 2015)
Natural da China, Coréia e Japão, pode chegar a 1000 anos de existência, devido à sua
capacidade de suportar insumos tóxicos e infecções. Extratos de Ginkgo são citados na
farmacopeia chinesa antiga e atual, para tratamento de disfunções cardiovasculares e promover a
longevidade. Na Europa e nos Estados Unidos, figura entre um dos produtos botânicos mais
comercializados. (FLORENZA, 2003).
Fitoterápicos são definidos como produtos derivados de plantas usados com propósitos
medicinais e para promover a saúde. São tidos como naturais, mas não necessariamente inócuos
(DESTRO et al, 2006).
A garantia do uso seguro eficaz de fitoterápicos envolve análises físico-químicas e
microbiológicas de matérias-primas e do produto acabado, como etapa preliminar para alcançar
um padrão de qualidade necessário a um medicamento (BARA et al, 2006).
O extrato de Ginkgo biloba é utilizado na prática clínica em diversas doenças como
distúrbios de memória, demência e síndrome de Alzheimer, glaucoma, distúrbios cardiovasculares,
isquemia cerebral, para aumentar a viabilidade de retalhos cutâneos, para aumento da atividade e
libido sexual, em doenças psiquiátricas e na depressão.
O envelhecimento é um processo biológico natural, no qual ocorrem modificações em
tecidos e células, e que de modo geral, diminuem o desempenho de humanos e animais; o sistema

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nervoso central é particularmente suscetível aos efeitos do envelhecimento, uma vez que os danos
nesse local se acumulam ao longo da vida, culminando com distúrbios comportamentais em
humanos e em animais idosos, dentre eles, a Síndrome de Disfunção Cognitiva Canina (SDDC)
(VASCONCELOS et al, 2013).
A SDDC é uma alteração neurodegenerativa caracterizada por declínios na função
cognitiva do animal, déficit de aprendizagem, memória, alterações do padrão de sono e nas
interações sociais (TRAVANCINHA, 2014).
Segundo Vasconcelos e colaboradores, a SDDC apresenta similaridades com a doença de
Alzheimer de humanos, como atrofia cortical, degeneração mielínica da substância branca, dano
ao DNA, e redução de antioxidantes endógenos.
O presente trabalho visa apresentar um medicamento fitoterápico de uso veterinário, com
Ginko biloba L., como adjuvante na estratégia terapêutica para SDDC.

2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS
2.1.1 Histórico
A produção de medicamentos veterinários no Brasil e no mundo tem tido sua demanda cada
vez maior, uma vez que cada vez mais a população passa a cuidar de seus pets como membros da
família, além disso, também há maior procura por parte dos criadores de animais, seja para abate
ou outros fins, já que a preocupação com a saúde do animal, para cumprimento das leis sanitárias
tem sido cada vez maior.
Na década de 80 e 90 houve um grande aumento nas aquisições e fusões da indústria
farmacêutica veterinária. Segundo Capanema et. al, um ponto importante na indústria mundial de
produtos de saúde animal foi em 2004 por causa da maior necessidade de vacinas para atender ao
aumento da produção de carnes (bovina, suína e aves). Outro aumento significativo de produção
nesse segmento foi em 2013 quando o PIB chegou a cerca de 0,31% (NETO, 2016).
A expansão do mercado de saúde animal pode ser atribuí- da, principalmente, a três fatores:
maior ameaça de doenças animais, aumento do interesse da população sobre a segurança alimentar
e por consequência aumento das leis e maior fiscalização desses produtos, e crescimento da
população de animais de companhia, os chamados pets ou animais de estimação (DEMINICIS,
2014).

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2.1.2 Medicamentos veterinários
Classificam-se como produtos e medicamentos veterinários aqueles utilizados tanto no
tratamento como profilaxia de animais. Esses podem ser agrupados por classes farmacêuticas e
direcionados a animais de grande e pequeno porte.
Segundo o Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal) os
medicamentos de uso veterinário são divididos em: biológicos, antimicrobianos, ectoparasiticidas,
endectocidas, endoparasiticidas, terapêuticos, tônicos ou fortificantes, desinfetantes e
dermatológicos. Na sequência a apresentação dessa classificação (Quadro 1).

Quadro 1: Como são classificados os produtos farmacêuticos de uso veterinário.


Quadro 1 – Classificação de produtos farmacêuticos veterinários

Classificação Definição

Produtos terapêuticos obtidos através de organismos vivos ou


Biológicos
derivados, como soros, vacinas e antígenos.

Substâncias que inibem o crescimento de microrganismos ou os


Antimicrobianos destroem. Se produzidos com microrganismos são chamados de
antibiótico, de maneira sintética são chamados quimioterápicos.

Substâncias utilizadas para o tratamento de ectoparasitoses


Ectoparasitas
causadas por moscas, ácaros, carrapatos e pulgas.

Endectocidas Substâncias que combatem ectoparistos e endoparasitos.

Substâncias utilizadas no controle de parasitas internos, como


Endoparasiticidas
vermes.

Substâncias químicas utilizadas na prevenção e tratamento de


Terapêuticos
doenças, como anti-inflamatórios, analgésicos e hormônios.

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Produtos que restabelecem e reestruturam o estado de saúde do


Tônicos/Fortificantes
animal.

Anti-sépticos utilizados para a desinfecção de ferimentos e


Desinfetante
produtos para higienizar o local de criação dos animais.

Dermatológicos Substâncias usadas no tratamento de doenças de pele.

Fonte: Sindan, 2018.

A cadeia produtiva farmacêutica veterinária é igual à farmacêutica humana, podendo ser


dividida em 4 grandes áreas, sendo, pesquisa e desenvolvimento, produção de farmoquímicos,
produção de especialidades farmacêuticas, marketing e vendas. Sendo assim medicamentos de uso
farmacêutico podem ser produzidos tanto em indústrias como farmácias de manipulação
(CAPANEMA et. al.).
Para farmácias que atuam com manipulação de medicamentos e produtos veterinários a
autorização cabe ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) nestes casos
deve-se então proceder ao registro junto às Superintendências Federais Agropecuárias de cada
Estado. (NEUMAM, 2014).
Em território nacional a fiscalização da indústria e comércio de produtos de uso veterinário
é realizada pelo Ministério da Agricultura, todos esses produtos, sejam nacionais ou importados,
inclusive vacinas, devem ser registrados e aprovados pela CPV (Coordenação de Fiscalização de
Produtos Veterinários) do Departamento de Defesa Animal do MAPA. O controle e a fiscalização
de resíduos dos mesmos são de responsabilidade da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária).
Antes de qualquer produto obter autorização para ser comercializado, passa por um
rigoroso processo baseado num conjunto de documentos, relatório técnico e comprovação de sua
eficácia, qualidade e segurança. (CAPANEMA et al., 2007).
Nas farmácias podem ser desenvolvidos medicamentos magistrais e oficinais, os
medicamentos magistrais são caracterizados por prescrições individualizadas, ou seja, formulações
e doses específicas a cada paciente. Já os medicamentos oficinais são aqueles que possuem sua

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formulação inscrita na Farmacopeia Brasileira ou formulários reconhecidos pelo Ministério da
Saúde ou compêndios.
A manipulação de produtos farmacêuticos veterinários, assim como humano, oferece a
possibilidade de um produto personalizado para cada animal, através de prescrições do médico
veterinário. Além disso, tem vantagens como o ajuste de dose, individualização, facilidade de
administração e menos desperdício, por outro lado a principal desvantagem é que não é possível
realizar a manipulação de medicamentos que estão protegidos pela lei das patentes (SARTURI,
2017).
Os laboratórios farmacêuticos veterinários multinacionais geralmente desenvolvem
pesquisas próprias para novas moléculas, para serem utilizadas em animais ou pesquisa com
moléculas já utilizadas em humanos, que podem ser utilizadas em animais. Enquanto que os
laboratórios nacionais costumam trabalhar com moléculas já existem e de eficácia comprovada em
animais (OLIVEIRA et. al, 2007).
Atualmente há uma grande demanda de produtos farmacêuticos veterinários no Brasil, que
pode ser constatado devido ao fato de haverem inúmeras indústrias e farmácias desses produtos no
país, essa área tem tido crescimento significativo. Em alguns estudos observou-se que os
medicamentos mais procurados são antimicrobianos e antiparasitários (SARTURI, 2017).
Segundo a Normativa nº 25 de 2012 do MAPA, os estabelecimentos que realizam
manipulação de produtos e medicamentos veterinários devem possuir notificação de receita em
casos quando haja produto sujeito a controle especial, emitindo relatórios periódicos a
Coordenação de Fiscalização de Produtos Veterinários (CPV), Departamento de Fiscalização de
Insumos Pecuários (DFIP), Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), para conferência dos dados
pelo MAPA.
Semelhante a medicamentos de uso humano, na notificação de receita deve conter nome e
endereço completo do dono do animal, assim como a identificação do animal, a descrição do
produto, dose e não pode conter rasuras, a mesma deve ser feita em 3 vias.
O Regulamento Técnico n 5.053 de 22 de abril de 2004 preconiza que em todo o território
brasileiro é obrigatório a fiscalização do comércio, indústria e do emprego de produtos
veterinários. Estabelecimentos que manipulem, fabriquem, armazenem, envasem, rotulem,
comercializem, distribuem, importem ou exportem produtos veterinários são obrigados a estar
registrados no MAPA. O artigo 2° da mesma resolução também diz que o processo de inspeção e
fiscalização destes estabelecimentos se destina ao mesmo órgão (MAPA).

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2.1.3 O profissional farmacêutico na fabricação de produtos veterinários
É de responsabilidade do farmacêutico na manipulação de medicamentos para animais:
analisar a prescrição, acompanhar o processo de produção, realizar orientação e supervisão,
orientar o dono do animal sobre o uso no momento da dispensação, possíveis efeitos adversos e
conservação do mesmo (SARTURI, 2017).
Segundo Neumam, 2014, o farmacêutico está envolvido na manipulação e dispensação de
medicamentos prescritos por médicos veterinários, podendo assim fornecer opiniões sobre
dosagem e efeitos colaterais.
O profissional farmacêutico tem como atribuições gerenciar os funcionários, implantar
diretrizes e normas, porém esta responsabilidade também pode ser conjugada com outro
profissional no caso o médico veterinário, caso, por exemplo, o mesmo trabalhe em um hospital
veterinário. (CFF, 2009).
O farmacêutico além de avaliar a prescrição quanto à dosagem, posologia, adequar ao
tratamento, deve observar se o receituário está dentro das determinações legais. Como também
deverá haver rigorosa seleção de princípios ativos e dose trazendo assim a eficácia terapêutica.
Neste instante, o farmacêutico tem permissão a realizar a intercambialidade com medicamentos
genéricos ou similares, o que possibilita tratamento específico aos animais com eficiência e baixo
custo (CRF, 2011).
Assim como na produção e dispensação de medicamentos humanos, o farmacêutico
também é responsável pela assistência farmacêutica relacionada aos medicamentos veterinários.
Na indústria de medicamentos veterinários o farmacêutico é responsável pelo
desenvolvimento de produtos, elaboração de fluxograma para processos de produção e controle de
qualidade. Também dirige, executa ou gerencia atividades ligadas ao registro de produtos,
desenvolvimento de embalagens, garantia da qualidade, departamento comercial, validação de
processos, Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), controle de produção e de qualidade.

2.2 FORMAS FARMACÊUTICAS VETERINÁRIAS


2.2.1 Classificação
As formas farmacêuticas veterinárias podem ser classificadas em sólidas, líquidas,
semissólidas, sólido-plásticas e gasosas.
As formas sólidas podem ser: pós, comprimidos, cápsulas, tabletes, bolos e biscoitos, sendo
que as duas últimas são consideradas formas alternativas, enquanto as outras são chamadas de

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formas convencionais. Essas são administradas por via oral, porém os comprimidos também
podem ser por via intravaginal e pós atomizados pela via pulmonar. (DEMICIS et. al, 2014).
Formas farmacêuticas líquidas são as soluções, que podem ser aquosas ou oleosas, e as
suspensões. Podem ser administradas por via oral, tópica, oftálmica, nasal, otológica, intravenosa,
subcutânea, intramamária, intramuscular e intrarruminal. Algumas soluções também são utilizadas
para banhos de imersão ou sistemas de aspersão. (MARTINS et. al, 2014).
As consideradas formas semissólidas são as emulsões, géis, pastas e pomadas, que são se
uso tópico e visam ação local ou sistêmica. Uma vantagem dessa forma farmacêutica é evitar os
efeitos da liberação pré-sistêmica, reduzindo a dose administrada, porém apresenta a desvantagem
de que o fármaco pode ser retirado por lambedura em pequenos animais ou pela chuva em animais
de grande porte. Em alguns casos as pastas podem ser feitas para administração via oral.
(MARTINS et. al., 2014).
Formas sólido-plásticas são conhecidas pelos supositórios de uso retal e vaginal.
Geralmente essa via de administração é escolhida para aplicação de hormônios já que possui rápida
absorção e baixa dose. (DEMICIS et al, 2014).
A forma gasosa, administrada por via pulmonar, é comumente utilizada para tratamento de
infecções das vias aéreas e principalmente para processos que requerem sedação. (TÓPICOS
ESPECIAIS EM CIÊNCIA ANIMAL III, 2014).
A escolha da via de administração adequada facilita a adesão ao tratamento, uma vez que
facilita a administração do fármaco ao animal, assim garantindo o sucesso na farmacoterapia, seja
para tratamento ou profilaxia.

2.2.2 Biscoitos Veterinários


Como visto anteriormente os biscoitos veterinários pertencem ao grupo de formas
farmacêuticas sólidas. Essa forma apresenta uma grande vantagem na administração aos cães e
gatos, uma vez que sua apresentação é comum ao animal, assim torna-se uma opção a adição de
um fármaco (princípio ativo) em um biscoito manipulado.
O uso de biscoito medicamentoso facilita a administração ao animal, e por consequência a
adesão do dono ao tratamento, já que o biscoito é uma apresentação comum na alimentação do
animal, assim torna-se interessante a incorporação de fármacos no mesmo (ANIMALFARMA,
2015).
Os biscoitos medicamentosos de uso veterinário geralmente possuem como base em sua
formulação ração para cães, além de flavorizante com algum sabor comum ao animal.

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Por se tratar de uma forma farmacêutica que é feita somente em farmácias de
manipulação, não há uma formulação padrão, cada estabelecimento costuma ter a sua própria.

2.3 GINKGO BILOBA


É uma das espécies vegetais mais antigas do mundo, com relatos de prescrição de chás das
folhas da árvore para fins medicinais que datam de 1436, durante a dinastia Ming (CARMO
FILHO; FAKOURY; FERRY, 2010).
O extrato de Ginkgo biloba é utilizado na prática clínica em diversas doenças como
distúrbios de memória, demência e síndrome de Alzheimer, glaucoma, distúrbios cardiovasculares,
isquemia cerebral, para aumentar a viabilidade de retalhos cutâneos, para aumento da atividade e
libido sexual, em doenças psiquiátricas e na depressão.
O extrato é utilizado na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com disfunção
cognitiva leve e problemas na circulação sanguínea, atuando no aumento do fluxo dos tecidos,
protegendo-os contra os danos causados pela hipóxia. Além de inibir a agregação plaquetária
(exerce antagonismo ao fator de agregação das plaquetas - PAF e efeito neuroprotetor), melhorar
as propriedades reológicas do sangue e aumentar a capacidade de memorização e de aprendizagem
(EUROPEAN MEDICINES AGENCY, 2014).
Sendo assim, sua indicação terapêutica é feita em casos de desordens e sintomas
decorrentes da deficiência do fluxo sanguíneo no cérebro, que podem acarretar na perda de
memória, alteração da função cognitiva, dor de cabeça, tonturas, demência, entre outros.
A ação farmacológica do Ginkgo biloba consiste em diminuir a hipóxia no tecido cerebral,
inibir o desenvolvimento de edema cerebral pós-traumático e induzido por toxina, reduzir o edema
de retina e lesões celulares na mesma, inibir a diminuição da quantidade de receptores relacionada
à idade e comum entre os receptores colinérgicos do tipo muscarínicos e adrenérgicos α2 e melhora
a captação de colina no hipocampo. Além disso, possui expressiva atividade na remoção de radicais
livres derivados do oxigênio. (LEITE, 2010).
O extrato de G. biloba é constituído principalmente por 22-27% de flavonóides glicosilados
e 5-7% de lactonas terpênicas (sendo, aproximadamente, 2,8-3,4% de ginkgolideos A, B e C, além
de 2,6 – 3,2% de bilobalideo (Figura 1)). O principal flavonoide é a isorhamnetina (Figura 2).

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Figura 1: Molécula do bilobalídeo. Desenhada no programa Marvin Sketch Versão 16.10.3.0 (ChemAxon).

Fonte: <”https://www.chemaxon.com/products/marvin”>.

Figura 2: Molécula do flavonóide isorhamnetina. Desenhada no programa Marvin Sketch Versão 16.10.3.0
(ChemAxon).

Fonte: <”https://www.chemaxon.com/products/marvin/marvinsketch/”>.

Na composição das lactonas terpênicas temos os ginkgolídeos B (Figura 3), X (Figura


4) e K (Figura 5) que são responsáveis pela absorção oral da molécula.

Figura 3: Molécula da terpenolactona ginkgolídeo B. Desenhada no programa Marvin Sketch Versão 16.10.3.0
(ChemAxon).

Fonte: <”https://www.chemaxon.com/products/marvin”>.

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Figura 4: Molécula da terpenolactona ginkgolídeo X. Desenhada no programa Marvin Sketch Versão 16.10.3.0
(ChemAxon).

Fonte: <”https://www.chemaxon.com/products/marvin”>.

Figura 5: Molécula da terpenolactona ginkgolídeo K. Desenhada no programa Marvin Sketch Versão 16.10.3.0
(ChemAxon).

Fonte: <”https://www.chemaxon.com/products/marvin”>.

O Ginkgo biloba possui baixa toxicidade. Na literatura não há relatos sobre sua
atividade toxicológica. A seguir, a toxicidade do Ginkgo biloba será apresentada (Quadro 2).

Quadro 2: Informações toxicológicas sobre Ginkgo biloba L. em bases de informações selecionadas.

Fontes de Toxicidade Toxicidade Toxicidade


DL50 Teratogenicidade Mutagenicidade
Referência Aguda subaguda crônica

(1) The Complete


Baixa Em camundongos:
German Baixa toxicidade Sem efeitos Sem efeitos
toxicidade via oral: 7725 mg/kg 0
Comission e crônica teratogênicos mutagênicos
aguda via intravenosa: 1100 mg/kg
Monographs

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(2) Herbal
Medicines - Baixa Em camundongos:
Baixa toxicidade Sem efeitos Sem efeitos
Expanded toxicidade via oral: 7725 mg/kg 0
crônica teratogênicos mutagênicos
Comission aguda via intravenosa: 1100 mg/kg
Monagraphs

(3) WHO
Monographs on Sem efeitos
0 0 0 0 0
Selected teratogênicos
Medicinal Plants

(4) Monographs
on the Medicinal
X X X X X X
Uses of Plant
Drugs (ESCOP)

(5) Thomson
MICROMEDEX 0 0 0 0 0 0
- Poisindex

Estudos de 27
semanas com
doses iniciais de Administração oral
20g e 100 de doses de 900 e
mg/kg/dia 1600 mg/kg/dia a
Estudos in vivo e
(6) Principles and aumentando coelhas e ratas
Em camundongos: in vitro não
Practice of 0 0 gradativamente respectivamente não
via oral: 7,7 g/kg mostraram efeitos
Phytoteraphy para 400 e 500 causaram efeitos
teratogênicos
mg/kg/dia em teratogênicos nem
ratos e cães não afetaram a
causaram danos reprodução.
hepáticos ou
renais

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v42n2/a15v42n2.pdf

2.4 NOÇÕES SOBRE ANATOMIA E FISIOLOGIA CANINA


Nos quadrúpedes a posição considerada anatômica é aquela em que o animal permanece
com os quatro membros em estação e alerta. Nesse caso os termos usados em anatomia humana,
como superior, inferior, anterior e posterior, devem ser evitados, uma vez que possuem
conotações diferentes nos quadrúpedes (DYCE, et al.). A seguir, podemos ver uma imagem
simplificada de termos utilizados na anatomia canina (Figura 6).

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Figura 6: Noções da Anatomia Canina.

Fonte: Anatovet

O sistema digestório canino tem inicio no trato digestório cefálico, região onde existe
uma abertura para a passagem do alimento, essa primeira pare contém os dentes, língua,
glândulas salivares, boca e faringe, que são responsáveis pela ingestão e deglutição dos
alimentos (CUNNIGHAM, 1999).
Na figura 7 é possível verificar a representação do sistema digestório dos cães.

Figura 7: Representação do sistema digestivo canino.

Fonte: (KÖNIG; LIEBICH, 2004).

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Assim como no sistema digestório humano os dentes caninos são responsáveis por
rasgar o alimento e a saliva auxilia na lubrificação dos alimentos para facilitar a deglutição.
Em seguida inicia-se o trato digestório proximal, esse é composto pelo esôfago,
responsável pela condução do bolo alimentar através dos movimentos peristálticos, e estômago.
O estômago, localizado na parte cranial abdominal, é dividido em cárdia, fundo, corpo, antro e
piloro. O cárdia é responsável pela entrada do alimento no estômago, está localizado na junção
com o esôfago. O corpo e fundo armazenam o alimento e água. Além disso no corpo ocorre a
secreção de enzimas digestivas e ácido clorídrico. O antro realiza o fracionamento das
partículas mecanicamente e o piloro controla a passagem dessas partículas para o duodeno
(ARAÚJO; BLAZQUEZ, 2007).
Depois do estômago o alimento vai para o intestino delgado, dividido em duodeno,
jejuno e ileo. No duodeno estão localizados os ductos colédoco e pancreático. O jejuno é a
parte mais longa do intestino delgado e o íleo é a parte terminal que vai ser ligada ao intestino
grosso (KÖNIG; LIEBICH, 2004).
Por sua vez o intestino grosso é dividido em ceco, cólon, reto e ânus. Esse é responsável
pela condução do alimento até o final do sistema digestório e evacuação. É possível notar que
o sistema digestório canino é muito semelhante ao sistema digestório humano.

2.5 SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA CANINA (SDDC)


A SDDC é uma alteração neurodegenerativa caracterizada por declínios na função
cognitiva do animal, déficit de aprendizagem, memória, alterações do padrão de sono e nas
interações sociais (TRAVANCINHA, 2014).
Segundo HEUBLUM e colaboradores, a síndrome da disfunção cognitiva canina é
caracterizada pela deterioração das habilidades cognitivas decorrentes de um processo
degenerativo do sistema nervosa central, possui características semelhantes ao Alzheimer em
humanos. A principal semelhança entre as duas patogenias é o acúmulo da proteína beta
amiloide na forma de placas senis em semelhantes áreas corticais do cérebro.
Essa síndrome atinge em sua maioria cães e gatos idosos, sendo que nos cães pode
ocorrer uma redução da massa encefálica total, incluindo atrofia cerebral e dos gânglios basais,
aumento no tamanho dos ventrículos, estreitamento e retração dos giros, alargamento dos
sulcos, espessamento leptomeníngeo nos hemisférios cerebrais, demielinização, alterações
gliais envolvendo um aumento no tamanho e número de astrócitos, e redução nos neurônios.

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Além disso, o cérebro do cão idoso tem maior chance de sofrer hipóxia em razão do débito
cardíaco reduzido (LANDSBERG, 2008).
O principal meio para detecção da síndrome é a observação de sinais clínicos pelo
proprietário. Os sintomas mais comuns são: desorientação, ciclos de interação com outras
pessoas e animais alterados, bem como alteração no ciclo de sono/vigília, urinar/defecar em
locais não habituais e alteração do nível de atividade. (LANDSBERG, 2008).
Além dos sintomas citados, os animais também podem apresentar andar compulsivo,
desorientação espacial, podem se perder pela casa, ou ficar restrito em uma determinada área.
Também podem olhar fixamente o espaço e arranhar o chão repentinamente. Outros sinais
observados é a ansiedade pela separação, diminuição ou ausência de resposta aos comandos
aprendidos, perda auditiva e da acuidade visual, alguns deixam de reconhecer os membros da
família e podem esquecer o próprio nome. (HECKLER et al., 2011).
Essas alterações no cão não necessariamente indicam a SDDC, uma vez que também
estão relacionadas a outras doenças. Portanto para o diagnóstico é necessário a exclusão de
outros problemas. Para isso deve ser realizado uma anamnese, além de exames neurológicos e
bioquímicos, como hemograma e urinálise. Também podem ser realizados testes cognitivos
para o diagnóstico.
Uma vez que a patologia é uma síndrome degenerativa, não há como reverter o quadro,
apenas existem tratamentos que retardam os sintomas da doença e aumentam o tempo de vida
do cão.

3 OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo geral, desenvolver, manipular e avaliar a
estabilidade de biscoitos medicamentosos de extrato de Ginkgo biloba para cães com disfunção
cognitiva.

4 MATERIAL E MÉTODOS
Para preparo de em média 30 biscoitos é necessário o uso de:
Extrato de Ginkgo biloba (em pó) ................................................... 0,34g
Biscoito industrializado de água e sal com gergelim ...................... 140g
Quinoa .............................................................................................. 60g
Sorbato de potássio ....................................................................... 0,76g
Flavorizante sabor carne .................................................................... 2g

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Gelatina sem sabor e incolor ............................................................ 20g
Água destilada .............................................................................. 160mL.
FSA: 30 unidades.

O preparo (Figura 8) deve ser feito seguindo o método descrito a seguir:


• Pesar as matérias primas;
• Aquecer a água destilada;
• Triturar o biscoito de água e sal e a quinoa, com o auxílio do triturador;
• Com o auxílio de um pistilo, triturar o biscoito industrializado de água e sal em um gral
de vidro;
• Com o auxilio de um pistilo, adicionar a quinoa, seguindo o método de diluição
geométrica;
• Adicionar o extrato de Ginkgo biloba L., o flavorizante em pó com sabor de carne e o
sorbarto de potássio;
• Homogeneizar com auxilio de um pistilo;
• Transferir a mistura de pós para a mini-malaxadora;
• Em paralelo, dispersar a gelatina em 30ml da água destilada já aquecida até 60ºC;
• Adicionar a dispersão de gelatina à mistura de pós e ligar imediatamente o equipamento;
• Adicionar o restante da água aos poucos;
• Transferir a mistura para os moldes e levar para a estufa por 30 minutos à 80ºC;
• Retirar os biscoitos do molde e transferí-los para uma bandeja;
• Retornar os biscoitos para a estufa por mais 5h e 30min à 80ºC;
• Desligar a estufa e aguardar o resfriamento em temperatura ambiente;
• Acondicionar em saquinhos plásticos unitários.

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Figura 8: Fluxograma do resumo do método de preparo do biscoito.

Para a avaliação da qualidade dos biscoitos produzidos foram feitos testes de


estabilidade durante 4 semanas. Na semana inicial foram determinados os parâmetros e
selecionados 19 biscoitos de um mesmo lote.
Para calibração dos moldes utilizados foi empregada técnica semelhante á calibração
de moldes de supositórios e óvulos, que consiste na utilização de uma substância de base
fundível e densidade conhecida, empregando manteiga de cacau. Foi feita fusão da substância
e colocada nos moldes de modo a preenchê-los completamente, os mesmos foram levados a
geladeira e pesados após aproximadamente 1 hora.
Foram realizados testes para o controle de umidade, foram determinados parâmetros
iniciais e posteriormente, se houve ganho de peso médio. Para determinação da umidade inicial
dos biscoitos medicamentosos, o teste foi realizado em triplicata, e o equipamento analisador
de umidade infravermelho Moisture Balance MOC – 120H, mostrado na figura 9.

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Figura 9: Analisador de umidade IV Moisture Balance MOC – 120H

O acompanhamento do peso médio dos biscoitos foi adotado como parâmetro de análise
de ganho de umidade ao longo das semanas, após determinação da umidade inicial. As
características organolépticas (odor, sabor, textura, coloração) foram acompanhadas para
detecção de possível degradação dos biscoitos, como processos de oxidação.
Para as análises foram utilizados 18 biscoitos separados em 3 ambientes, sendo:
A. Ambiente: temperatura ambiente;
B. Estufa: ambiente estressor, com temperatura mantida em 34ºC;
C. Geladeira: ambiente estressor.
Os biscoitos foram armazenados em embalagem primária plástica individual e em
embalagem secundária sendo um pote plástico com tampa, que corresponde a embalagem final
do produto. Na primeira análise não houve distinção entre os ambientes armazenados, uma vez
que os biscoitos foram pesados assim que ficaram prontos.
Os biscoitos medicamentosos com extrato de Ginkgo biloba L. possuíam cor
amarronzada, odor característico de carne proveniente do flavorizante, e superfície lisa ou com
poucas rachaduras rasas.
Na figura 10 pode-se observar os biscoitos prontos e armazenados na embalagem
primária e secundária.

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Figura 10: Biscoitos armazenados na embalagem final e na embalagem primária respectivamente.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para garantir a qualidade dos biscoitos foram seguidos as normas de boas praticas de
fabricação determinadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sendo
assim os valores obtidos nas análises devem estar dentro dos valores de referência.
O primeiro controle realizado foi a calibração dos moldes que seriam utilizados, sendo
assim foi pesado a massa da manteiga de cacau colocada em cada sulco.

Tabela 1: Massa pesada da manteiga de cacau em cada sulco dos moldes.


Massa (g)
7,320
7,850
7,720
7,900
7,660
7,880
8,100
8,300
7,510
7,540
7,100

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6,620
6,840
6,840
7,100
6,880
6,980
6,640
6,850
6,730

Com isso foi possível determinar a capacidade média, sendo:


• Capacidade média (g): 7,256g ± 0,518g
• Capacidade volumétrica média obtida a partir do valor de densidade:
8,437mL
Em seguida foi realizada a análise do teor de umidade dos biscoitos em triplicata, como
especificado anteriormente. Sendo assim, é possível observar os valores obtidos na tabela 2.

Tabela 2 – Teor de umidade dos biscoitos


Tabela 2: Teor de umidade dos biscoitos em tripicata.

Biscoito Umidade
1 5,01%
2 4,53%
3 4,08%

Segundo a Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA), em


conformidade com o artigo nº 64, do Decreto-lei nº 986 de 21 de outubro de 1969 da ANVISA,
a umidade máxima permitida em biscoitos é de 14,0% p/p. Esse critério foi citado, uma vez
que não há normas claras a respeito de biscoito para fins veterinários. Em paralelo, o
Consolidado de normas da COFID (Coordenação de Medicamentos Fitoterápicos e
Dinamizados) – Versão V da ANVISA, preconiza que o teor máximo de umidade em
fitoterápicos varia entre 6 e 15%, de acordo com a monografia a ser seguida.

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Apesar de esses padrões serem determinados para uso de fitoterápicos em humanos, os
mesmos foram utilizados na produção dos biscoitos, já que não há padrões determinados para
uso exclusivo em produtos veterinários.
Sendo assim podemos observas que o biscoito está dentro dos padrões estabelecidos
pela ANVISA.
O próximo padrão analisado foi o peso médio dos bicoitos, como citado, o peso médio
foi analisado com os biscoitos em 3 ambientes distintos, sendo ambiente, geladeira e estufa,
durante 4 semanas. Todos os biscoitos foram pesados durante toda a análise, em balança de
precisão analítica Mark M214A (Bel Engineering), cujo desvio é de 0,0001g.

Tabela 3 – Condições de análises empregadas durante o teste de estabilidade.


Tabela 3: Semanas correspondentes à análise do teor de umidade e temperatura ambiente.

Semana Umidade ambiente (%) Temperatura ambiente (ºC)


0 45 22,6
1 42 20,5
2 46 20
3 44 20,6

Na semana 0, os biscoitos foram pesados assim que ficaram prontos, sendo assim não
houve distinção no ambiente de armazenamento, na tabela 4 é possível observar o peso inicial
dos biscoitos manipulados.

Tabela 4 – Peso inicial dos biscoitos sujeitos à análise de características organolépticas e peso médio (Semana 0)
Tabela 4: Peso inicial dos 18 biscoitos sujeitos à análise de características organolépticas e peso

6,411
6,325
6,144
6,284
6,220
5,706
6,522
6,313
5,560
6,209
6,041
5,703
5,839

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5,758
6,884
6,303
6,742
6,301

O peso médio e o desvio padrão dos biscoitos na semana 0 foram de 6,126g ± 0,414g.
Sendo o coeficiente de varação 6,76%.
A seguir, temos a tabela 5 com o peso médio e desvio padrão dos biscoitos nas 3
semanas seguintes de análise.

Tabela 5 – Resultado das análises de peso médio e desvio padrão ao longo do período de análise
Tabela 5: Peso médio ao longo das semanas de análise.

Ambiente Geladeira Estufa

Semana 1 6,440g ± 0,256g 5,897g ± 0,271g 6,377g ± 0,414g

Semana 2 6,455g ± 0,258g 5,909g ± 0,270g 6,215g ± 0,430g

Semana 3 6,459g ± 0,267g 5,909g ± 0,270g 6,185g ± 0,447g

É possível notar então que nos biscoitos armazenados em temperatura ambiente não
houve ganho significativo de umidade, porém os biscoitos armazenados na geladeira
apresentaram ganho de umidade, uma vez que esse é um local bastante úmido. Enquanto isso
os biscoitos armazenados na estufa a 34ºC apresentaram perda de umidade, provavelmente pelo
aumento da temperatura. A seguir para facilitar o entendimento sugere-se consultar a figura 11.

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Figura 11: Resultado da análise de peso médio das amostras a análise em temperatura ambiente, geladeira e estufa.

Por último foram analisadas as características organolépticas dos biscoitos durante as 4


semanas. Essas se mantiveram as mesmas durante o período de análise, sendo cor amarronzada,
odor característico de carne proveniente do flavorizante, e superfície lisa ou com poucas
rachaduras rasas.
Nos biscoitos armazenados na geladeira houve uma diminuição no odor de carne e
também da coloração amarronzada, além de aumento nas rachaduras na superfície do biscoito.
De modo geral houve uma piora na aparência desses biscoitos. Os biscoitos armazenados na
estufa também tiveram diminuição do odor e coloração, porém não houve aumento nas
rachaduras da superfície. Enquanto nos biscoitos armazenados em temperatura ambiente não
houve perda de coloração e nem de odor, nem aumento nas rachaduras. Sendo assim o melhor
lugar para armazenamento dos mesmos é em temperatura ambiente.
A seguir, para facilitar o entendimento, temos a tabela 6 que compara as características
organolépticas dos biscoitos em relação aos ambientes armazenados, tendo como base a
temperatura ambiente.

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Tabela 6 – Resultado das análises das características organolépticas dos biscoitos
Tabela 6: Analise das características organolépticas dos biscoitos no período de 4 semanas.

Ambiente de
Cor Odor Superfície
armazenamento

diminuição da diminuição do aumento de


geladeira
coloração odor rachaduras

lisa ou poucas
ambiente amarronzada carne
rachaduras

diminuição da diminuição do lisa ou poucas


estufa
coloração odor rachaduras

Como dito anteriormente os biscoitos foram armazenados em embalagens individuais,


evitando assim que absorvam umidade do meio e percam parte de sua qualidade, já que essas
só devem ser abertas na hora da administração. E para melhorar a palatabilidade do biscoito,
foi adicionado flavorizante sabor carne.
A bolacha de água e sal com gergelim constitui importante fonte de calorias e
proteínas. A mesma não possui conservante em sua formulação. A quinoa tem sido descrita
como importante fonte de proteínas de alta digestibilidade e apresenta em sua composição
aminoácidos e alto teor de lipídios, principalmente ácidos graxos insaturados. Por se tratar
de um pseudocereal, atraiu atenção para a suplementação da alimentação em cachorros, uma
vez que suas sementes contêm 12% de proteína, com equilíbrio de aminoácidos (KONISHI et
al., 2004).
A escolha do sorbato de potássio se deve por este não possuir nenhuma
incompatibilidade com os outros componentes da formulação, e ser altamente solúvel em água,
não tendo a necessidade de solubilização em cos-solvente (álcool etílico). Descartou-se o uso
de ácido benzóico e seus sais, geralmente encontrados em formulações de biscoitos, por
apresentarem incompatibilidade com a gelatina (inibição da ação conservante).
O biscoito medicamentoso ainda é uma forma farmacêutica pouco utilizada, uma vez
que a manipulação de medicamentos para animais é uma área em ascensão, porém é uma forma
que facilita a administração ao cão, evitando estresse ao mesmo e aumentando o número de
adesão ao tratamento por parte dos donos.
Há estudos que comprovam a eficácia do Ginkgo biloba para cães, porém o mesmo
ainda não é comercializado com essa finalidade, atualmente no mercado só existem
medicamentos fitoterápicos com base de Ginkgo biloba para humanos.

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Em geral os parâmetros utilizados para desenvolvimento dos biscoitos foram os mesmo
utilizados para desenvolvimento de medicamentos humanos, uma vez que não existem
legislações específicas para isso. Para estudo de estabilidade foram adaptados os testes de
estudo de estabilidade de comprimidos determinados pela ANVISA, visto que não há testes
específicos para biscoitos medicamentosos.

6 CONCLUSÃO
Após vários testes de uma marcha de manipulação farmacotécnica foi possível chegar
a uma formulação final para o biscoito que apresentava as características desejadas, como odor
e sabor agradáveis, além de uma boa aparência.
Os biscoitos também apresentaram boa qualidade e estabilidade quando armazenados
de maneira adequada, sendo essa em temperatura ambiente e com sua embalagem original
conservada.
Os excipientes utilizados apresentavam compatibilidade entre eles e com o principio
ativo. Sendo assim, todos foram utilizados sem que suas ações fossem alteradas, como por
exemplo, o conservante, que não poderia apresentar incompatibilidade para não perder seu
efeito.
Há uma demanda cada vez maior para investimentos direcionados ao campo veterinário
por parte das indústrias farmacêuticas, enfatizando uma forma de administração que seja
melhor aceita pelo animal doméstico, facilitando o uso.
A grande vantagem do uso de Gingko biloba no tratamento da síndrome de disfunção
cognitiva canina, se deve ao fato de que por ser um medicamento fitoterápico o índice de efeitos
colaterais é menor. Além disso, a toxicidade do princípio ativo é praticamente inexistente.

AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente á Deus por ter me permitido chegar até aqui e por ter colocado
em meu caminho pessoas que foram essenciais nessa caminhada.
Agradeço aos meus pais, Ana Lucia e Almir, e a minha irmã, Bárbara Luiza, por todo
o apoio que sempre me deram, pela oportunidade de chegar ao fim da universidade e por jamais
terem me deixado desistir mesmo quando tudo parecia impossível.
Agradeço á todos meus professores por todo o conhecimento que ensinarem a mim,
permitindo que esse dia chegasse. Em especial ao meu orientador Marcelo Guimarães, que foi
quem deu forma a esse trabalho junto comigo.

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Por último, mas não menos importante agradeço a todos meus amigos que estiveram
comigo nesses 5 anos de faculdade, vocês com certeza tornaram os dias mais fáceis. E agradeço
também todos aqueles que de alguma forma colaboraram para que tudo isso acontecesse.

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