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Contabilidade p/ PC-DF (Agente) Com


Videoaulas- Pós-Edital (Profs. Júlio C.,
Luciano R. e Silvio S.)

Autores:
Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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21 de Julho de 2020

14167001705 - DANIEL CAETANO DE MELO


Luciano Rosa, Júlio Cardozo
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Sumário

1. Começando ........................................................................................................................................................................................ 6

2. Objeto de Estudo da Contabilidade ............................................................................................................................................ 6

3. Razonetes ........................................................................................................................................................................................... 6

4. Introdução aos Elementos Patrimoniais ......................................................................................................................................... 8

5. Finalidade da Contabilidade e Usuários das Demonstrações ..............................................................................................10

6. Patrimônio: Componentes Patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) ....................................................................10

7. Conceito de Ativo, Passivo e PL no CPC 00 ..............................................................................................................................11

8. 1527360
Situação Líquida e Equação Fundamental do Patrimônio ......................................................................................................12

9. Tipos de Situação Líquida Existentes ..........................................................................................................................................14

10. Aprofundando: Principais Contas Utilizadas (Aspectos Iniciais) ............................................................................................16

11. Lançamentos Contábeis .................................................................................................................................................................17

11.1 Contas Lançadas a Débito e a Crédito ................................................................................................................................17

12. Fórmulas do Lançamento ...............................................................................................................................................................18

12.1 - 1ª Fórmula ...............................................................................................................................................................................18

12.2 - 2ª Fórmula ...............................................................................................................................................................................18

12.3 - 3ª Fórmula ...............................................................................................................................................................................18

12.4 - 4ª Fórmula ...............................................................................................................................................................................18

13. Tipos de Fatos Contábeis ..............................................................................................................................................................19

13.1 - Fato Permutativo ou Qualitativo .........................................................................................................................................19

13.2 - Fato Modificativo ou Quantitativo ......................................................................................................................................20

13.3 - Fato Misto ................................................................................................................................................................................20

14. Retificação de Lançamento Contábil ..........................................................................................................................................21

15. ITG 2000 – Escrituração ...............................................................................................................................................................21

16. Livros Contábeis e Fiscais ..............................................................................................................................................................22

16.1 - Livro Diário ..............................................................................................................................................................................22

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16.2 - Livro Razão ..............................................................................................................................................................................23

17. Demonstrações Contábeis Obrigatórias pela Lei das Sociedades por Ações...................................................................23

18. Demonstrações Contábeis Obrigatórias Segundo o CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis ..........24

19. Balanço Patrimonial ........................................................................................................................................................................24

20. Regras Sobre a Elaboração e Publicação das Demonstrações Contábeis .........................................................................25

21. Estrutura do Balanço Patrimonial .................................................................................................................................................26

22. Ativo...................................................................................................................................................................................................26

23. Ativo Circulante ...............................................................................................................................................................................26

23.1 - Despesas Antecipadas ..........................................................................................................................................................27

24. Ativo Não Circulante ......................................................................................................................................................................28

24.1 - Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo ..........................................................................................................28

24.2 - Ativo Não Circulante – Investimentos .................................................................................................................................29

24.3 - Indo Além - Propriedade para Investimento ....................................................................................................................29

24.4 - Ativo Não Circulante Imobilizado .......................................................................................................................................31

24.5 - Ativo Não Circulante - Intangível ........................................................................................................................................31

25. Passivo ...............................................................................................................................................................................................32

25.1 - Passivo Circulante e Passivo Não Circulante ....................................................................................................................32

25.2 - Resultado de Exercícios Futuros e Receitas Diferidas .....................................................................................................32

26. Classificação de Acordo com o Ciclo Operacional .................................................................................................................33

27. Patrimônio Líquido ..........................................................................................................................................................................33

27.1 - Conceito e Estrutura ...............................................................................................................................................................33

27.2 - Capital Social..........................................................................................................................................................................33

27.3 - Gastos na Emissão de Ações................................................................................................................................................34

28. Reservas De Capital.......................................................................................................................................................................34

28.1 - Utilização das Reservas de Capital ...................................................................................................................................35

28.2 - Reserva de Ágio na Emissão de Ações ..............................................................................................................................35

28.3 - Alienação de Partes Beneficiárias e Bônus De Subscrição ...........................................................................................36

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28.4 - Doações e Subvenções para Investimentos Governamentais ........................................................................................36

28.5 - Prêmio na Emissão de Debêntures ......................................................................................................................................37

29. Ajuste de Avaliação Patrimonial .................................................................................................................................................37

30. Ações em Tesouraria ......................................................................................................................................................................37

31. Reservas de Lucros..........................................................................................................................................................................38

31.1 - Reserva Legal .........................................................................................................................................................................39

31.2 - Reservas Estatutárias .............................................................................................................................................................39

31.3 - Reserva de Contingências.....................................................................................................................................................40

31.4 - Reserva de Incentivos Fiscais ................................................................................................................................................40

31.5 - Reserva de Lucros a Realizar ..............................................................................................................................................41

31.6 - Reserva Especial Para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos .............................................................................41

31.7 - Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures ................................................................................................................42

31.8 - Reserva de Retenção de Lucro ou Reserva Orçamentária ou Reserva de Investimentos ........................................42

32. Dividendos Obrigatórios ...............................................................................................................................................................43

33. Adiantamento para Aumento De Capital ..................................................................................................................................44

34. Lucros ou Prejuízos Acumulados ...................................................................................................................................................44

35. Custo das Transações .....................................................................................................................................................................44

36. Ativo Imobilizado ............................................................................................................................................................................45

36.1 - Encargos de Depreciação x Depreciação Acumulada! ..................................................................................................47

36.2 - Início da Depreciação ...........................................................................................................................................................48

36.3 - Métodos de Depreciação .....................................................................................................................................................48

- Método da Linha Reta ou Linear ou Método das Quotas Constantes ..............................................................................48

- Método da Soma dos Dígitos ou Método de Cole OU Método das Quotas Decrescentes .........................................49

37. Estimativa Contábil Versus Critério Fiscal ..................................................................................................................................50

38. Operações com Mercadorias .......................................................................................................................................................50

38.1 - Resultado Bruto com Mercadorias ......................................................................................................................................50

38.2 - Custo das Mercadorias Vendidas .......................................................................................................................................51

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Avaliação Do Estoque ...................................................................................................................................................................51

39. Controle de Estoque .......................................................................................................................................................................51

39.1 - Inventário Periódico ...............................................................................................................................................................51

39.2 - Inventário Permanente...........................................................................................................................................................52

PEPS, UEPS E Preço Médio ...........................................................................................................................................................52

PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI ................................................................................................................52

UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI ...................................................................................................................53

Custo Médio ....................................................................................................................................................................................54

39.3 - Custo Específico.......................................................................................................................................................................56

39.4 - Tabela de Controle de Estoque ..........................................................................................................................................56

40. Demonstração do Resultado do Exercício ..................................................................................................................................58

41. Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício Segundo a Lei 6.404/76 ...........................................................59

41.1 - Receita Bruta de Vendas ......................................................................................................................................................60

41.2 - Devolução de Vendas/Vendas Canceladas .....................................................................................................................60

41.3 - Abatimento Sobre Vendas ...................................................................................................................................................60

41.4 - Descontos Incondicionais Sobre Vendas ............................................................................................................................60

41.5 - Tributos Sobre Vendas ..........................................................................................................................................................61

41.6 - Despesas Operacionais.........................................................................................................................................................62

41.7 - Outras Receitas e Outras Despesas ...................................................................................................................................62

41.8 - Imposto de Renda Pessoa Jurídica .....................................................................................................................................63

41.9 - Participações Estatutárias .....................................................................................................................................................63

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APRESENTAÇÃO
Olá, meus amigos. Como estão?

Hoje, estamos aqui para apresentar para vocês o nosso Resumo de Reta Final de Contabilidade
Geral.

O que é isso? É um PDF voltado para te ajudar na revisão final para seu concurso, fazer aquele
“sobrevoo” sobre os assuntos e deixar esse conteúdo bem fixado na sua memória.

Mas é importante que sejam lidas com atenção e carinho. Lembrando que estamos sempre à
disposição no nosso fórum de dúvidas!

Forte abraço.

Luciano Rosa/Silvio Sande/Julio Cardozo

Dicas diárias de Contabilidade no Instagram: @contabilidadeconcurso @prof.silviosande e


@profjuliocardozo

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1. COMEÇANDO
Definição formal de contabilidade : Contabilidade é a ciência que estuda a pratica as funções
de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica (1º
Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924).

Se você é um grande investidor e quer empregar o seu capital em uma grande rede de
supermercados brasileira, não vai querer esmiuçar contrato a contrato, pegar todas as notas fiscais
de venda, de compra, para saber como anda a saúde financeira daquela companhia, não é?

Pois então, a contabilidade irá te fornecer todas essas informações , de modo prático, através das
demonstrações financeiras. A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações aos
seus usuários .

Existe uma técnica contábil que reúne todos os documentos que contenham fatos contábeis ,
lançando-os nos livros contábeis respectivos, que darão suporte para a elaboração e publicação
das demonstrações contábeis. Essa técnica contábil é chamada de escrituração 1.

2. OBJETO DE ESTUDO DA CONTABILIDADE


O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Por patrimônio, entenda o conjunto de
bens, direitos e obrigações da entidade .

Patrimônio

Bens Direitos Obrigações

3. RAZONETES
Na contabilidade, cada um dos componentes patrimoniais (capital social, caixa, bancos, estoques,
investimentos, fornecedores, obrigações a pagar, empréstimos a pagar, entre outros) recebe o
nome de conta.

Portanto, a partir de agora, falaremos conta caixa, conta capital social, conta bancos e assim por
diante.

1 *Quatro são as técnicas contábeis existentes (que serão estudadas oportunamente): escrituração, elaboração das
demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços.

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Então, meus amigos, toda vez que falarmos na movimentação dessas contas , precisaremos nos
utilizar de uma coisa muito famosa na contabilidade. São os chamados razonetes . Eles têm a
seguinte estrutura:

Conta X

Eles têm a forma de um “T” mesmo. Então, as contas são movimentadas através dos razonetes.
Os lançamentos são feitos dos dois lados dos razonetes . É como se fosse uma equação
matemática e, ao final, devemos compensar os saldos .

Conta X
500,00 300,00
1.000,00
Saldo 1.200,00

Pois bem! Vimos que o razonete tem dois lados. A partir de agora, queremos que vocês chamem
o lado esquerdo do lado dos débitos ! Queremos, também, que vocês chamem o lado direito
de lado dos créditos ! Muito importante!

Conta X
Lado do débito Lado do crédito

Agora, vamos para um outro ponto muito importante da contabilidade. Galera, a contabilidade é
como uma equação matemática. Há que existir igualdade entre os dois lados. O total dos débitos
sempre terá que ser igual ao total dos créditos. Essa regra, em uma contabilidade regular, não
comporta exceções .

Então, no nosso lançamento: entrou dinheiro no capital social e entrou dinheiro no caixa. Sabemos
que esses montantes se equivalem. Nos razonetes, ficará assim:

Origem (capital próprio) Aplicação (bem)


Capital social Caixa
250.000,00 250.000,00

*Observação : não se preocupe, por enquanto, em saber quais contas aumentam a débito e crédito.

Vejam que os montantes são equivalentes. Temos R$ 250.000,00 de débito (no caixa) e R$
250.000,00 de crédito no capital social.

Mas, professores, nesse exemplo, o caixa aumentou, por que temos um débito ? Eis um outro
ponto importantíssimo da disciplina! Vamos lá!

Tomem as seguintes notas:

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Conta O que são Exemplo Aumenta Diminui


Ativo Bens e direitos Caixa, estoques Débito Crédito
Passivo Obrigações Fornecedores Crédito Débito
Patrimônio Líquido Capital próprio Capital social Crédito Débito
Receitas "Vendas, Serviços"* Venda de merc. Crédito -
Despesas "Consumo de Bens e Serviços"* Desp. de salár. Débito
*Os itens receitas e despesas estão assim gravados somente para fins didáticos. Mais à frente, serão conceituados
pormenorizadamente.

Método das partidas dobradas: o total dos débitos sempre terá de ser igual ao total dos créditos!

4. INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS


A contabilidade funciona basicamente assim:

São praticados fatos


que alteram o
Sociedade se forma
patrimônio (compras,
vendas, etc)

Elaboramos as
demonstrações
Esses fatos são
contábeis (um
escriturados em livros
"resumo" da
escrituração)

Se for o caso, elas são


Publicamos
auditadas

Então, depois da escrituração, nós temos de elaborar as demonstrações contábeis. A principal


demonstração contábil é o balanço patrimonial .

O balanço patrimonial evidencia a situação patrimonial e financeira da entidade. É como se


tirássemos uma foto da companhia em determinado ponto. Então, ao final do que chamamos de
exercício social , pegamos todos os saldos das contas contábeis e colocamos nas diversas
demonstrações contábeis.

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Gravem: a principal demonstração contábil é o balanço patrimonial!

O balanço patrimonial é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido!

Posição Patrimonial •Relação de Bens, Direitos e Obrigações da Entidade

Posição Financeira •Valor Monetário dos itens patrimoniais

Grupo Origem ou aplicação? O que é


Ativo Aplicação de recursos Representa os bens e direitos da entidade
Passivo Origem de recursos Representa as obrigações da entidade
Patrimônio Líquido Origem de recursos Representa o capital próprio da entidade

Graficamente, para nós, para estudo da disciplina e resolver questões faremos sempre algo do
tipo:

Ativo Passivo + Patrimônio Líquido


Aplicação de Recursos Origem de Recursos
Assim, o capital aplicado em bens e direitos pode vir de duas fontes básicas: capital próprio
(quando vem do PL) e capital de terceiros (quando vem do passivo, das

Continuando...

O total do ativo sempre será igual ao total do passivo + patrimônio líquido!

Na contabilidade, essa equação recebe o nome de equação fundamental da contabilidade .

Equação fundamental da contabilidade  Ativo = Passivo + PL

Então, se temos um ativo total no valor de R$ 100,00 e um passivo exigível no valor de R$ 40,00.
De quanto será o nosso PL? Isso! R$ 60,00.

Ativo = P + PL

100 = 40 + PL

PL = 60,00.

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5. FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USUÁRIOS DAS


DEMONSTRAÇÕES
A finalidade principal da ciência contábil é fornecer a seus usuários informações sobre a
situação patrimonial e financeira da entidade .

Faz-se essencial a investidores, credores, fornecedores, governo e até mesmo aos próprios
administradores da entidade que tenham a plena convicção de como anda a “saúde” da empresa
gerenciada.

Finalidade da Contabilidade Fornecer Informações

As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral ,


tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.

6. PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO,


PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO)
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade .

A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direito de ativo. Por seu turno, as
obrigações serão chamadas de passivo .

Ativo: bens e direitos

Passivo: obrigações

Vamos fazer uma breve comparação entre ativo, passivo, receita e despesa , antes que façamos
uma análise de cada um destes itens patrimoniais...

- Ativos são os bens e direitos da empresa. Assim, quando a empresa compra uma máquina para
ser usada na produção, está comprando um Ativo.
- Receita decorre de ganhar dinheiro. Quando a empresa usa a máquina que é uma ativo para
produzir produtos e vende esses produtos, está ganhando receita.
- Passivos são as obrigações da empresa. Aquilo que ela tem que pagar. Digamos que uma
empresa compre uma máquina para usar na produção e irá pagar em 12 prestações mensais. A
máquina (já vimos) é um ativo. A dívida com o fornecedor (as 12 prestações que a empresa tem
que pagar) é um Passivo.
- Despesas são os gastos que a empresa incorre para conseguir ganhar as receitas. Assim, temos:
despesas de salários (pagamento aos funcionários), despesa de administração, despesa de aluguel
etc.

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Essas explicações ficarão mais claras ao longo do curso.

Também é importante saber que:

- Patrimônio bruto ou patrimônio total: total do ativo.


- Patrimônio líquido: Ativo – Passivo.

7. CONCEITO DE ATIVO, PASSIVO E PL NO CPC 00


 Definição de A, P e PL de acordo com o CPC 00 (R2):

4.1 Os elementos das demonstrações contábeis definidos nesta Estrutura


Conceitual são:

(a) ativos, passivos e patrimônio líquido, que se referem à posição financeira da


entidade que reporta; e

(b) receitas e despesas, que se referem ao desempenho financeiro da entidade


que reporta.

Ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como


resultado de eventos passados . Recurso econômico é um direito que tem o
potencial de produzir benefícios econômicos.

Passivo é a obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico


como resultado de eventos passados.

Patrimônio Líquido é participação residual nos ativos da entidade após a dedução

Resumindo:

Direito
Recurso
econômico
presente Potencial de
Benefícios
Controlado
Ativo
pela entidade

Resultado de
eventos
passados

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Obrigação
Presente

Transferir um
Passivo recurso
econômico

Resultado de
eventos
passados

8. SITUAÇÃO LÍQUIDA E EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO


PATRIMÔNIO
Já sabemos o que é um ativo (bens e direitos) e o que é um passivo (obrigações). Agora, vejamos
o seguinte exemplo...

A empresa KLS tem as seguintes contas registradas em sua contabilidade:

Caixa 100,00
Duplicatas a receber 200,00
Estoques 50,00
Fornecedores 60,00.
Empréstimos a pagar 40,00.

Classificando, temos nesta situação o seguinte:

Bens: caixa e estoques = 100 + 50.

Direitos: duplicatas a receber = 200.

Obrigações = fornecedores + empréstimos a pagar = 60 + 40 = 100.

A partir de agora, toda vez que falarmos em ativo e passivo, graficamente vocês irão esquematizar
do seguinte modo:

ATIVO PASSIVO
Bens Obrigações
Direitos

No nosso exemplo, portanto, teremos:

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ATIVO PASSIVO
Caixa 100,00 Fornecedores 60,00
Estoques 50,00 Empréstimos a pagar 40,00
Duplicatas a Receber 200,00

O ativo representa os bens e direitos que estão aplicados nas atividades empresariais, o passivo
representa o capital que devemos a terceiros, os capitais de terceiros que estão empregados na
nossa atividade.

Por isso, contabilmente, diz-se que o ativo representa a aplicação de recursos na entidade.

Já o passivo representa uma origem. Estes recursos que os terceiros empregam nas atividades da
empresa são chamados de capital de terceiros (gravem este nome, pois cai corriqueiramente em
concursos).

APLICAÇÃO DE
ATIVO
RECURSOS

ORIGEM DE
PASSIVO RECURSOS

Pois bem. Mas, imaginem conosco. Quando o sócio vai constituir as atividades empresariais ele
emprega somente capitais de terceiros ou também entrega capitais próprios (pertencentes a ele
- sócio) às atividades. Ora, entrega capital próprio. Na contabilidade, este capital próprio é
chamado de situação líquida .

No exemplo que demos, temos o seguinte:

ATIVO PASSIVO
Caixa 100,00 Fornecedores 60,00
Estoques 50,00 Empréstimos a pagar 40,00
Duplicatas a Receber 200,00
Total 350.00 Total 100,00

Vejam que no ativo temos um total de R$ 350,00, enquanto no passivo tem apenas R$ 100,00. O
que podemos inferir? Os R$ 250,00 faltantes representam a chamada situação líquida ou
patrimônio líquido (capital próprio) da empresa. Portanto, fica assim:

ATIVO PASSIVO
Caixa 100,00 Fornecedores 60,00
Estoques 50,00 Empréstimos a pagar 40,00
Duplicatas a Receber 200,00 Situação Líquida 250.00
Total 350.00 Total 350,00

E como fizemos para achar o valor da situação líquida?! Ainda que sem perceber, utilizamo-nos de
uma equação algébrica básica: a equação fundamental básica da contabilidade .

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Equação fundamental da contabilidade Ativo = Passivo + Situação Líquida

Portanto, amigos. Fica assim. O quadro que estamos montando para demonstrar o ativo e passivo
passará agora a ser chamado de balanço patrimonial , sendo esta a nossa principal demonstração
contábil .

O lado esquerdo do balanço patrimonial sempre deve ser igual ao lado direito. Esta é uma regra
que, numa escrita contábil regular, não comporta exceção.

O ativo representa tudo aquilo que está sendo empregado nas atividades da entidade. Assim, se
temos um veículo de R$ 10.000,00, dinheiro no valor de R$ 50.000,00 e investimentos em outra
companhia no valor de R$ 20.000,00, nosso ativo é de R$ 80.000,00. Este é o capital total aplicado
nas atividades.

Este valor possui uma origem. E que origem é esta?! Essa origem pode ser tanto de capital próprio,
empregado pelos sócios, como de terceiros, quando a empresa obtém, por exemplo, por um
financiamento.

Dizemos, assim, que o lado do ativo é o lado da aplicação de recursos. Já o lado do passivo e
do PL é o lado da origem de recursos .

BALANÇO PATRIMONIAL
LADO ESQUERDO LADO DIREITO
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
APLICAÇÃO DE RECURSOS ORIGEM DE RECURSOS

9. TIPOS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA EXISTENTES


A situação líquida representa o quanto os sócios empregam de patrimônio à sociedade, com
recursos próprios.

Todavia, é praxe que a expressão situação líquida seja entendida também como patrimônio
líquido (embora o patrimônio líquido seja uma das espécies do gênero situação líquida). Mas, para
nós, se a questão disser situação líquida ou patrimônio líquido, trataremos de maneira igual: vamos
achar o capita próprio!

Vejamos os tipos de situações líquidas patrimoniais existentes.

Tipos de situação líquida existentes


Ativo maior do Ativo menor que Ativo igual a Ativo igual à
que passivo passivo passivo situação líquida

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1- Ativo maior do que passivo

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 1.000,00 Obrigações 500,00
Direitos 1.000,00 Situação Líquida ?
Total 2.000,00 Total 2.000,00
Situação líquida = Ativo – Passivo = 2.000 – 500 = 1.500.

Neste tipo de situação, temos:

Ativo > Passivo exigível


Situação líquida 0

2 – Ativo menor do que passivo.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 1.000,00 Obrigações 2.500,00
Direitos 1.000,00 Situação Líquida ?
Total 2.000,00 Total 2.000,00

Esta é a situação líquida em que se “deve mais do que se tem”.

Essa parte do Passivo para o qual não temos recursos suficientes para pagar é denominada passivo
a descoberto . Essa questão é recorrente em concursos!

Gravem! Passivo a descoberto ocorre quando o passivo exigível é maior que o ativo . Nesse
caso, temos o que alguns autores chamam de patrimônio líquido negativo , mas o nome
tecnicamente mais correto é passivo a descoberto .

Neste tipo de situação, temos:

Ativo < Passivo


Patrimônio Líquido < 0

3 – Ativo igual ao passivo

Nesta situação o ativo é igual ao passivo exigível, não havendo que se falar em resíduo para os
proprietários no caso de dissolução da empresa, isto é, não existe capital próprio. O total dos
bens e direitos é igual aos valores das obrigações dos proprietários.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 1.000,00 Obrigações 2.000,00
Direitos 1.000,00 Situação Líquida ?
Total 2.000,00 Total 2.000,00

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A situação líquida neste caso é nula.

4 – Ativo igual à situação líquida

Este é o caso típico da constituição da sociedade. Quando um sócio emprega R$ 100,00 de capital
nas atividades (e este é o único fato contábil existente), teremos:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Bens 100,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 100,00
Total 100,00 Total 100,00

Esta é a situação típica da constituição da empresa. O ativo é igual ao patrimônio líquido.

Algumas consequências lógicas:

De tudo o que expusemos até o momento, podemos tomar algumas conclusões. São elas:

O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo não poderá, jamais, ser negativo. Não podemos
ter, por exemplo, um veículo que valha R$ - 100,00, ou caixa no montante de R$ - 30,00.

O mesmo vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas não negativo. Não há
possibilidade de ter obrigação de R$ - 1.000,00 com terceiros.

O patrimônio líquido (situação líquida), por seu turno, pode ser positivo, negativo ou nulo.

10. APROFUNDANDO: PRINCIPAIS CONTAS UTILIZADAS


(ASPECTOS INICIAIS)
CONTA DESCRIÇÃO SUMÁRIA
ATIVO
Caixa Dinheiro em poder da empresa
Banco Conta corrente
Clientes Contas a receber de clientes
Duplicatas a receber Valores a receber de vendas realizadas
Contas a receber Outras contas a receber
Mercadorias Estoque de mercadorias para venda
Máquinas Bens pertencentes à empresa
Veículos Bens pertencentes à empresa
Imóveis Bens pertencentes à empresa
Móveis Bens pertencentes à empresa
Intangível Bens incorpóreos pertencentes à empresa
PASSIVO
Fornecedores Valores a pagar para fornecedores

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CONTA DESCRIÇÃO SUMÁRIA


Duplicatas a pagar Valores a pagar de compras realizadas
Contas a pagar Outros valores a pagar
Impostos a recolher Impostos (IR, ICMS etc.) a recolher
Empréstimos Empréstimos a pagar
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social Capital integralizado pelos sócios
Reservas de Lucro Reserva Legal, de Contingência, Estatutária etc.
Reservas de Capital Ágio na emissão de ações
Contas de Resultado (receitas e despesas) Ver relação abaixo.

Dica: Todas as contas de reserva pertencem ao Patrimônio Líquido.

As contas de Resultado também pertencem ao Patrimônio Líquido.

Contas de Resultado
Receitas Custos Despesas
 Receita de Vendas  Custo das mercadorias vendidas  Despesas Administrativas
 Receitas Financeiras  Custo dos produtos vendidos  Salários e ordenados
 Receitas de aluguel  Custo dos serviços prestados  Depreciação
 Receitas de comissão  Despesas de Frete
 Receitas de serviços  Despesas de Aluguel

11. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

11.1 Contas Lançadas a Débito e a Crédito

Já dissemos que:

- As contas do ativo e as de despesa têm natureza devedora

- As contas do passivo, do PL e as de receita têm natureza credora.

Com base no método das partidas dobradas, algumas conclusões podem ser tomadas:

1) A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.


2) Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos de valor
equivalente em uma ou mais contas.
3) O total do ativo será sempre igual á soma do passivo exigível com o patrimônio líquido.

Elementos Essenciais De Um Lançamento

É essencial que conste em um lançamento:

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Elementos essenciais do lançamento

1) Local (pode ser suprimido, considerando-se feito no local do estabelecimento)


e data;

2) Conta debitada;

3) Conta creditada;

4) Histórico;

5) Valor.

12. FÓRMULAS DO LANÇAMENTO


Os lançamentos podem ser de:

12.1 - 1ª Fórmula

Envolve uma conta a débito e uma conta a crédito.

12.2 - 2ª Fórmula

Envolve uma conta a débito e duas ou mais a crédito.

12.3 - 3ª Fórmula

Envolve duas ou mais contas a débito e uma conta a crédito.

12.4 - 4ª Fórmula

Envolve duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito.

Macete

Lançamento Débito Crédito


1a fórmula 1 1
2a fórmula 1 2
3a fórmula 2 1
4a fórmula 2 2

É só ver a sequência de números e teremos: 11, 12, 21, 22. Em ordem crescente.

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Observando: onde está escrito 2, deve ser entendido como 2 ou mais.

13. TIPOS DE FATOS CONTÁBEIS


Dissemos que fatos contábeis são aqueles que têm por escopo promover alteração no patrimônio
(conjunto de bens, direitos e obrigações) de uma entidade.

Já os atos contábeis são atos relevantes que não alteram o patrimônio da entidade, tal como a
contratação de empregados, o simples fato de se conceder fiança a um terceiro ou avalizar um
cheque.

Os fatos contábeis são divididos hoje em três grupos:

1) Modificativos;

2) Permutativos;

3) Mistos.

Fatos Contábeis
Permutativo Modificativo Misto
 Permuta entre elementos do ativo  Modificativo Aumentativo  Misto Aumentativo
 Permuta entre elementos do passivo  Modificativo Diminutivo  Misto Diminutivo
 Permuta entre elementos do passivo e do ativo
 Permuta entre elementos do PL

13.1 - Fato Permutativo ou Qualitativo

Como o próprio nome já diz, os fatos permutativos alteram o patrimônio somente em aspectos
qualitativos.

Os fatos permutativos configuram apenas trocas, permutas , entre bens do ativo e passivo exigível,
sem que haja alteração no valor total do patrimônio líquido e contas de resultado.

1) Permuta entre elementos do ativo

2) Permuta entre elementos do passivo

3) Permuta entre elementos do ativo e passivo

4) Permuta entre elementos do patrimônio líquido

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13.2 - Fato Modificativo ou Quantitativo

Os fatos modificativos são aqueles que têm o condão de alterar, para mais ou para menos, o
patrimônio líquido. A doutrina também os denomina como fatos quantitativos.

Enquanto os fatos permutativos envolvem apenas contas patrimoniais, os fatos modificativos


envolvem também conta de resultados (receitas e despesas) .

Assim, frise-se, o fato modificativo provoca aumento ou redução do ativo ou passivo e,


concomitantemente, modificação na situação líquida. Necessariamente haverá uma conta de
receita ou despesa.

Os fatos modificativos podem ser:

1) Modificativo aumentativo

É aquele que provoca aumento da situação líquida mediante aumento do ativo ou diminuição do
passivo. Amigos, quando falamos de situação líquida e apresentamos contas de resultado
(apuradas na DRE), lembrem-se de que o resultado do exercício (lucro ou prejuízo) integra o capital
próprio.

Atenção! As diversas bancas consideram que a integralização de capital social é


fato modificativo aumentativo. Todavia, o CESPE diverge neste ponto,
considerando o fato como permutativo.

2) Modificativo diminutivo

O fato modificativo diminutivo é aquele que tem o condão de reduzir a situação líquida da
empresa. Essa redução se dá, geralmente, pelo aumento do passivo ou pela redução do ativo.

13.3 - Fato Misto

Fato misto é o que envolve, ao mesmo tempo, um fato permutativo e um fato modificativo.
Acarreta, portanto, alterações no ativo e PL, no passivo e no PL ou no ativo, passivo e PL.

1) Fato misto aumentativo

É quando o fato misto tem o condão de aumentar a situação líquida patrimonial.

2) Fato misto diminutivo

É quando o fato misto tem o condão de diminuir a situação líquida patrimonial.

Fatos que sempre são considerados fatos mistos: pagamento/recebimento de


duplicatas/títulos/clientes com juros ou desconto.

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14. RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO CONTÁBIL


Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com erro na
escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de: a) estorno; b) transferência; e c)
complementação.

Retificação do lançamento
Estorno Lançamento inverso, anulando totalmente
Transferência Transposição para a conta adequada
Complementação Complementa (aumentando ou reduzindo)
Ressalva Correção antes do término do lançamento

15. ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO

5. A escrituração contábil deve ser executada:

a) em idioma e em moeda corrente nacionais;

b) em forma contábil;

c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;

d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas;


e

e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em


elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

idioma e em
moeda corrente
nacionais

forma contábil

Execução da ordem Espaço em


Escrituração cronológica branco

ausência Entrelinhas

Base
documentos ou Borrões, rasuras
elementos que e emendas
comprovem

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16. LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS

16.1 - Livro Diário

Este livro está regulado pelo Código Civil, que prescreve:

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um


sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme
de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o diário , que
pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.

O livro diário é um livro que contém o registro de todo e cada lançamento em ordem cronológica,
fato que nos permite compreender a sequência de acontecimentos ocorridos na empresa. Ele é
obrigatório para a quase que totalidade dos empresários (ressalva-se o pequeno empresário
previsto na LC 123/2006).

O livro diário possui algumas formalidades, extrínsecas e intrínsecas , vamos vê-las:

Formalidades do livro diário

 Extrínsecas (Finalidade: dificultar adulteração):

- Deve ser encadernado;

- As folhas devem ser numeradas;

- Deve ser autenticado pela Junta Comercial do Estado (empresas mercantis) ou pelo Registro Civil
de Pessoas Jurídicas (empresas civis); e

- Deve haver termo de abertura e termo de encerramento.

 Intrínsecas (Finalidade: resguardar a fidedignidade dos fatos ocorridos em relação aos fatos
registrados):

- Seguir uma ordem cronológica;

- Não deve haver rasuras, borrões, sinais, linhas em branco, entrelinhas, folhas em branco etc.; e

- A escrituração deve ser feita em língua e moeda nacionais.

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Resumindo, o diário é:

- Obrigatório (exigido pelo Código Civil);

- Principal (registra todos os fatos contábeis);

- Comum (para todas as empresas);

- Cronológico (fatos contábeis registrados em ordem cronológica).

16.2 - Livro Razão

O livro razão é facultativo , principal (isto é, registram todos os fatos) e sistemático (leva em conta
principalmente a organização das informações).

Segundo a legislação do IR, os contribuintes sujeitos à apuração do lucro real devem escriturar o
livro razão.

17. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS PELA LEI


DAS SOCIEDADES POR AÇÕES

As demonstrações contábeis são diferentes conforme estejamos frente a um ou outro tipo


societário.

COMPANHIA
DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL ABERTA FECHADA
Balanço Patrimonial X X
Demonstração do Resultado do Exercício X X
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados X X
Demonstração dos Fluxos de Caixa X PL > 2 MI
Demonstração do Valor Adicionado X

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18. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS


SEGUNDO O CPC 26 – APRESENTAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Conjunto completo de demonstrações contábeis

10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

(a) balanço patrimonial ao final do período;

(b1) demonstração do resultado do período;

(b2) demonstração do resultado abrangente do período;

(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;

(d) demonstração dos fluxos de caixa do período;

(e) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis


significativas e outras informações elucidativas;

(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos


itens 38 e 38A; (Incluída pela Revisão CPC 03)

(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente


apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente
ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações
contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações
contábeis de acordo com os itens 40A a 40D; e (Alterada pela Revisão CPC 03)

(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento


Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo
se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03)

19. BALANÇO PATRIMONIAL


Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil e se destina a evidenciar, seja de forma
qualitativa, seja de forma quantitativa, a posição patrimonial e financeira da entidade .

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20. REGRAS SOBRE A ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DAS


DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto (LSA,
art. 175). Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social
poderá ter duração diversa (LSA, art. 175, parágrafo único).

Segundo o artigo 176, parágrafo primeiro, as demonstrações de cada exercício serão publicadas
com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior .

Ainda, de acordo com o artigo 176:

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os


pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é
vedada a utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou "contas-
correntes".

A finalidade de tal dispositivo é de facilitar o entendimento das demonstrações contábeis,


evitando que o excesso de detalhes prejudique o entendimento.

Imagine você se uma empresa que tem uma faturamento de R$ 100 bilhões ano tem de apresentar
em minúcias cada item que tem em almoxarifado. Seria inviável, não é mesmo?

Deste modo, se temos as contas aplicação em certificado bancário e aplicação em fundo de renda
fixa, podemos agrupar tudo em uma única conta chamada aplicações financeiras .

As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas


legalmente habilitados (LSA, art. 177, §4º). Vejam que este inciso estabelece que as
demonstrações financeiras são assinadas por contabilista legalmente habilitado (e não contador).
A expressão contabilista abrange tanto o técnico em contabilidade, como o bacharel em ciências
contábeis.

As companhias abertas, que são aquelas que negociam seus títulos no Mercado de Valores
Mobiliários (não é somente a Bolsa de Valores, mas sim a Bolsa e o Mercado de Balcão):

- Devem ser auditadas por auditores independentes, isto é, auditores registrados na CVM, sem
vínculo com a empresa, que vão dizer se as demonstrações contábeis estão ou não em
conformidade com a legislação contábil vigente.

- Devem seguir o que diz as normas da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

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Cias Abertas Normas da CVM


Demonstrações
Contábeis
Auditoria
Independente

21. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL


Antes de começarmos a falar efetivamente sobre cada um dos grupos patrimoniais, é interessante
que vocês saibam que assim se divide o balanço patrimonial:

ATIVO PASSIVO
Circulante Passivo Circulante

Não Circulante Passivo Não Circulante

Patrimônio Líquido

22. ATIVO
No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
nelas registrados, nos seguintes grupos:

I – ativo circulante ; e

II – ativo não circulante , composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível

23. ATIVO CIRCULANTE

Disponibilidades

Direitos realizáveis
Ativo no curso do
circulante exercício social
subsequente

Aplicações de
recursos em
despesas do
exercício seguinte

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23.1 - Despesas Antecipadas

As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (também chamadas despesas


antecipadas ) são despesas que foram pagas pela empresa com antecedência e ainda não foram
para o resultado pelo regime de competência.

Pelo regime de competência, se você efetua um pagamento de 12 meses de um contrato de


seguro ou de aluguel, então terá direito a utilizar o seguro ou o imóvel alugado. Todavia, a despesa
somente deve ser incorrida mês a mês. Mas, professores, se eu desembolsei de uma vez, o que
vou fazer?

Ficará reconhecido como um direito, no ativo, até que o prazo vá se esvaindo, gradativamente.
Vejamos!

Por exemplo, se a sociedade alfa paga uma despesa de seguro, em 01.12.2010, que se refere ao
exercício de 2011, no valor de R$ 1.200,00, registrará o fato como despesa antecipada, do
seguinte modo:

D – Seguros a vencer 1.200,00 (+ Ativo Circulante)


C – Caixa 1.200,00 (- Ativo Circulante)

Seguros a vencer (AC) Caixa (AC)


1.200,00 1.200,00

Assim, já em 2011, mês a mês, no período a que se referir a parcela do seguro, iremos lançar:

D – Despesas de seguros 100,00 (- Resultado = Despesa)


C – Seguros a vencer 100,00 (- Ativo)

Seguros a vencer (AC) Despesa de seguros


1.200,00 100,00 100,00
1.100,00

Mas por que, professor, lança como seguro a vencer e não como despesa?! Tudo em homenagem
ao já estudado princípio da competência.

Atenção! Quantos aos seguros, você tem que se habituar aos seguintes termos:

- Prêmio de seguros: despesa na DRE. Valor pago para que você possa utilizar o
seguro durante o ano.

- Prêmio de seguros a apropriar ou seguros a vencer : fica no ativo circulante ou


no ativo não circulante realizável a longo prazo, dependendo do prazo. É o valor
que será transferido para o resultado, gradativamente, conforma vamos utilizando
o serviço.

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Pessoal, atentem-se!

- Se a despesa ainda não ocorreu e não foi paga, não irá aparecer na contabilidade.

- A despesa já incorrida e ainda não paga aparece como passivo (despesa a pagar).

- A despesa já paga e ainda não incorrida aparece como ativo (despesa paga antecipadamente).

- E a despesa já incorrida e já paga aparece apenas na demonstração do resultado, como despesa.

24. ATIVO NÃO CIRCULANTE


O ativo não circulante é composto por:

1– ativo não circulante realizável a longo prazo;


2 – investimentos;
3 – imobilizado;
4 – Intangível.

RLP

Investimentos
Ativo não
circulante
Imobilizado

Intangível

24.1 - Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo


Ativo não circulante - Realizável a Longo Prazo
Direito realizáveis após o término do exercício social subsequente
Venda Coligadas/Controladas
Direito derivado de Adiantamento Diretores, administradores, sócios Não usual
Empréstimo Acionistas ou participantes do lucro

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Circulante
É negócio usual Segue
da empresa a
regra
Venda de Não Circulante geral!
Mercadoria para
diretor
Não é negócio Não Circulante
usual da (independente
empresa do prazo)

24.2 - Ativo Não Circulante – Investimentos

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os


direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

Participações
permanentes
ANC- Não classificáveis
Investimentos no AC
Direitos
Não se destinem
à manutenção
das atividades

Portanto, neste subgrupo classificam-se as participações permanentes em outras sociedades ,


isto é, aqueles investimentos em sociedades cujo caráter não seja o especulativo . Esses
investimentos podem ser avaliados por dois métodos (a serem estudados adiante): o método de
custo e o método da equivalência patrimonial (MEP) .

24.3 - Indo Além - Propriedade para Investimento

Dentro do subgrupo investimentos, é interessante que conheçamos, ainda, um novo tema, que
vem frequentemente sendo abordado em provas. Trata-se da propriedade para investimento.

O CPC a define como aquela que é mantida para auferir aluguel ou para valorização (ou ambas) ,
contanto que não sejam utilizadas para finalidades administrativas e nem sejam vendidas como
curso ordinário do negócio.

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Propriedade para investimento:

- Aluguel
- Valorização de capital
- Ambas

Aluguel

Terreno
Propriedade para
Valorização
investimento
Edifício

Ambos

Em síntese, a propriedade que seja utilizada concomitantemente para valorização e para uso nas
atividades da entidade deverá ser assim analisada:

Propriedade utilizada para


investimento e para produção
concomitantemente

É possível separar?

Sim Não

A parte utilizada na
Classifica-se
produção é
separadamente
significante?

Siim Não

Classifica-se tudo
Classifica-se tudo
como propriedade
como propriedade
ocupada pelo
para investimento
proprietário

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24.4 - Ativo Não Circulante Imobilizado

Art. 179 . As contas serão classificadas do seguinte modo:

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos


destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou
exercidos com essa finalidade , inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Definição de ativo imobilizado prevista no CPC 27:

Ativo imobilizado é o item tangível que:

(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços,


para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e

(b) se espera utilizar por mais de um período.

Mercadorias
Mantido para uso na
produção ou
fornecimento
Prestação de serviços
Mantido para aluguel a
Item tangível outros (quando aluguel
não é o fim)
Ativo Imobilizado
Mantido para fins
administrativos

Espera-se utilizar por


mais de 1 período

24.5 - Ativo Não Circulante - Intangível

Art. 179 . As contas serão classificadas do seguinte modo:

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados


à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo
de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)

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Direitos que tenham


por objeto bem
incorpóreo

Ativo intangível - Destinado à


Ou exercido com
manutenção da
Lei 6404 companhia
essa finalidade

Inclusive o fundo de
comércio adquirido

O ativo intangível é matéria que tem seu regulamento no CPC 04. O conceito de ativo intangível
veio trazido pela norma, como se segue:

Conceito: Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.

25. PASSIVO
Dissemos que o passivo representa nada mais do que as obrigações que a sociedade tem
perante terceiros .

25.1 - Passivo Circulante e Passivo Não Circulante

O passivo exigível basicamente pode ser dividido em passivo circulante e não circulante .

Passivo circulante Passivo não circulante


Exercício de X2 X3 em diante
31.12.X1 31.12.X2

Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para contingências, salários a
pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a recolher, duplicatas a pagar, fornecedores ,
entre outros.

25.2 - Resultado de Exercícios Futuros e Receitas Diferidas

O grupo resultado de exercícios futuros – REF foi extinto com a edição da MP 449 e Lei
11.941/2009.

Em seu lugar, deve ser usada a conta receitas diferidas , que fica no passivo não circulante . O
saldo que porventura existente no REF deve ser reclassificado para receita diferida.

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Muitos alunos perguntam se “todas as receitas diferidas são classificadas no passivo não
circulante, independente do prazo ”. Entendam! A receita diferida é uma receita que a empresa
já "ganhou" (não precisa devolver), mas ainda não pode ir para o resultado por causa do regime
de competência. Assim, não há sentido colocá-la no passivo circulante, pois a receita diferida não
será paga a ninguém. E passivo implica em um pagamento a terceiro. Tudo bem?

26. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM O CICLO


OPERACIONAL
Segundo o parágrafo único do artigo 179 da Lei das SAs: Na companhia em que o ciclo
operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante
ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo .

27. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

27.1 - Conceito e Estrutura

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ANTES LEI 11.638/07 APÓS LEI 11.638/07 E LEI 11.941/09

Capital Social Capital Social

(-) Capital a Realizar (-) Capital a Realizar

Reserva de Lucro Reserva de Lucro

Reserva de Capital Reserva de Capital

Reserva de Reavaliação Ajuste de Avaliação Patrimonial

(+) Lucro ou (-) Prejuízo Acumulado (-) Prejuízo Acumulado

(-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria

27.2 - Capital Social

O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da sociedade ou


com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social a realizar . A lei das SA
dispõe que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

No balanço fica assim:

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 10.000,00
(-) Capital Social a realizar - 4.000,00
(=) Capital social realizado 6.000,00

A subscrição é quando o acionista/sócio assume o compromisso de ingressar na sociedade ,


formalizando através dos instrumentos jurídicos pertinentes. Ainda não houve entrega dos
recursos .

A realização ou integralização do capital social é a entrega efetiva dos recursos pelo sócio .

27.3 - Gastos na Emissão de Ações

Gastos com emissão de ações


Despesas do período
Redução do valor obtido do capital social ou Reserva de Capital

28. RESERVAS DE CAPITAL


As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de terceiros) que
não se configuram como receita , isto é, não transitam pelo resultado do exercício, sendo
contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.

Reserva de capital Não são mais reservas de capital


Ágio na emissão de ações Doações e Sub. Para Invest.

Alienação de PBs Prêmio Emissão de Debêntures

Alienação de BS

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28.1 - Utilização das Reservas de Capital

Não suportados por


Absorção de
reservas de lucros e
prejuízos
lucros acumulados

Resgate, reembolso,
compra de ações

Utilização das Resgate de partes


reservas de capital beneficiárias
==174e40==

Incorporação ao
capital social

Pagamento de
dividendos a ações
preferenciais, se for
assegurado

Vê-se, assim, que as reservas de capital somente podem ser utilizadas para pagamento de
dividendos de ações preferenciais . Não podem ser utilizadas para pagamento de dividendos
de ações ordinárias .

Observação: as ações ordinárias são aquelas que dão direito a voto. As preferenciais são
aquelas que não dão, em regra, direito a voto , mas possuem outras vantagens, geralmente
relacionadas ao pagamento de maiores dividendos.

28.2 - Reserva de Ágio na Emissão de Ações

Suponha-se que a empresa X possua um capital social de R$ 100.000,00, configurando 100.000,00


ações a R$ 1,00 cada. Mostrando-se uma empresa extremamente lucrativa, decide expandir o seu
negócio oferecendo ao mercado mais 100.000,00 ações. Todavia, cobra dos novos sócios não
mais o aporte de R$ 1,00, mas, sim, de R$ 1,50. Mesmo assim, as ações foram rapidamente
vendidas e mais R$ 150.000,00 ingressaram aos cofres da empresa.

O lançamento é o seguinte:

D – Caixa 150.000,00 (Ativo)


C – Capital Social 100.000,00 (PL)
C – Reserva de capital – Ágio na emissão de ações 50.000,00 (PL)

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Caixa (Ativo) Capital social (PL) Ágio Emissão Ações


150.000,00 100.000,00 50.000,00

28.3 - Alienação de Partes Beneficiárias e Bônus De Subscrição

Exclusiva para
companhias fechadas

Estranhas ao capital
social

Reserva de capital - Partes beneficiárias


Lucro eventual contra
a companhia (menor
que 10%)

Gera lançamento
somente a alienação
onerosa

28.4 - Doações e Subvenções para Investimentos Governamentais

As doações e subvenções para investimentos governamentais (tão-somente, excluem-se as


privadas) eram contabilizadas como reserva de capital .

Contudo, com as alterações da Lei das S/A, são agora consideradas receitas, que transitam pelo
resultado, podendo ser registradas (depois da apuração do resultado) em uma reserva de lucros
(de incentivos fiscais).

Pode virar
Reserva de Lucro

Doações e
Subvenções

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28.5 - Prêmio na Emissão de Debêntures

Pessoal, quando a empresa quer captar empréstimos junto ao público, ela pode optar pela
emissão de debêntures. Debênture é uma maneira de captar empréstimos sem recorrer às
instituições financeiras.

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital . Com o advento
da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o
regime de competência .

Prêmio na emissão de debêntures


Reservas de capital
Receita no resultado: regime de competência

29. AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL


O ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir valores de
ativos e de passivos, enquanto a reavaliação servia apenas para o aumento de bens do
permanente . A nova redação prescreve o seguinte:

Art. 183 , § 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto


não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo,
nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Ajuste de avaliação patrimonial


Enquanto não computado no resultado do exercício
Contrapartida de aumento ou redução do ativo ou passivo
Em decorrência da avaliação a valor justo

30. AÇÕES EM TESOURARIA


As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa e mantidas na
tesouraria . A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são também transações de
capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade .

A conta “ações em tesouraria” é redutora do Patrimônio Líquido (PL) .

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31. RESERVAS DE LUCROS


As reservas de lucros hoje existentes são as seguintes:

• Reserva legal
• Reservas estatutárias
• Reservas para contingências
• Reservas de incentivos fiscais
• Reservas de retenção de lucros
• Reserva de lucros a realizar
• Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos
• Reserva de prêmio na emissão de debêntures

Existe um limite máximo para essas reservas, a saber:

Assim, gravemos:

Reserva Capital
de lucros social

Exceções: reserva de incentivos fiscais, reserva de contingência, lucros a realizar, prêmio na


emissão de debêntures. Isso equivale a dizer:

Reserva
especial
Reserva de Capital
Reserva Reserva para
retenção de
legal estatutária
lucros
pagamento social
de
dividendos

Na verdade, podemos dizer que é menor ou igual, pois se for igual não há ultrapassagem.

Para a sua prova, grave que os LEÕES têm que ser MENOR DO QUE O CAPITAL SOCIAL!

L egal
E statutária
O rçamentária
Es pecial para dividendos não distribuídos

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31.1 - Reserva Legal

Segundo a lei das S/A´s:

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes
de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá
de 20% (vinte por cento) do capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que


o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata
o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e


somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Reserva legal  5% do LLE  Limitado a 20% do capital social.

Atenção! Para o cálculo da reserva legal, as bancas consideram o capital realizado, isto é
capital social – capital social a integralizar.

Reserva legal  Base de cálculo:

Capital social
(-) Capital a integralizar
Capital integralizado  Usar este valor!

Utilizar este valor para ambos os limites (obrigatório e facultativo).

Se há prejuízo acumulado, não há sentido em constituir a reserva legal .

Portanto, se há prejuízos acumulados, o lucro do exercício deve ser destinado a cobrir o prejuízo,
sem qualquer participação ou destinação

31.2 - Reservas Estatutárias

Reservas estatutárias

Podem ser previstas


no estatuto, se:

Fixar a
Indicar a sua Fixar os Estabelecer o
parcela a ser
finalidade critérios limite máximo
destinada

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31.3 - Reserva de Contingências

A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro
líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro , a diminuição
do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado (LSA, art. 195).

A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua
constituição ou em que ocorrer a perda (LSA, art. 195, §2º).

As reservas de contingências, especificamente, objetivam salvaguardar o capital social, de modo


que se posteriormente algo acontecer, decorrente de perda julgada provável cujo valor possa ser
estimado, a companhia esteja preparada.

Podem ser constituídas reservas de contingências para:

- Geadas ou secas, que podem atingir empresas com plantações, criações ou estoques nessas
áreas, ou ainda as que dependem desses produtos para suas operações, como no caso de
empresas comerciais ou industriais que utilizem tais produtos como matérias-primas em seu
processo produtivo.
- Cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer ciclicamente nas áreas onde
se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando prejuízos efetivos por perdas de bens,
por paralisação temporária das operações.

Reserva para contingência Provisões para contingências


•Compensação de perda em exercício futuro; •Cobertura de perda em que já houve fato gerador;
•Segrega no PL parcela de lucros que poderia ir para •Constituída independente do lucro ou prejuízo do
dividendos; exercício;
•É revertida para lucros acumulados (ocorrendo ou •Não há reversão de valores, em regra.
não o evento), integrando BC dos dividendos •Conta do passivo e contrapartida em despesa no
•Conta do PL, reserva de lucros. Não afeta resultado;
resultado; •Exemplos: indenizações contratuais, contingências
•Exemplos: geadas, inundações, secas, empresas fiscais, trabalhistas.
que operam com períodos altamente lucrativos e
depois com baixa lucratividade.

31.4 - Reserva de Incentivos Fiscais

Falemos um pouco sobre esta nova reserva...

Dissemos anteriormente que as doações e subvenções governamentais, antes do advento das


mudanças contábeis, eram registradas à conta de reserva de capital . Pois bem, agora essas
doações são registradas como receita (lembrem-se de que as receitas são contas de resultado) .

Inobstante o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções governamentais tenha
deixado de figurar como reserva de capital, a companhia poderá deliberar por formar com esse
montante uma reserva de lucro, chamada reserva de incentivos fiscais.

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31.5 - Reserva de Lucros a Realizar

No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou


do art. 202 da Lei das S/A, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a
assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o excesso à
constituição de reserva de lucros a realizar.

(sem recursos para


Valor descoberto
pagar dividendos)
Dividendos obrigatórios
Receitas que ingressaram em
caixa

Então, se ela tem dividendos a pagar superiores às receitas que ingressaram, significa que os
valores em verde estarão, em tese, descobertos. Não haverá recursos para pagamento deste
montante. Dizemos em tese, pois a empresa pode ter recurso suficiente em caixa.

Desta forma, à opção da companhia, poderá ser constituída a reserva de lucros a realizar, mediante
destinação dos lucros do exercício, cujo objetivo é evidenciar a parcela de lucros ainda não
realizada financeiramente, apesar de reconhecida contabilmente, pela empresa.

Um aspecto deveras importante é anotar que a constituição desta reserva é facultativa .

São considerados lucros não realizados:

- Resultado positivo com equivalência patrimonial: a receita de equivalência patrimonial não


ingressa no caixa. Portanto, a sua receita é considerada ganha, mas não realizada. Realização
está ligado à entrada de dinheiro em caixa.

- Lucro, rendimento, ganhos cuja realização financeira se dê no longo prazo. Aqui é o caso das
vendas de longo prazo.

31.6 - Reserva Especial Para Dividendos Obrigatórios Não


Distribuídos

Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 202 . Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em


cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto (...)

Portanto, a regra é a distribuição de dividendos ao final de cada exercício social. Contudo, como
todo negócio está sujeito a risco, pode acontecer de a empresa possuir lucro, mas não possuir
situação financeira ou patrimonial que permita o pagamento de dividendos, como, por exemplo,
quando a empresa tem um volume extraordinário de empréstimos a serem quitados, ou quando
está em recuperação judicial ou extrajudicial.

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Tal situação está prevista na Lei da SAs da seguinte forma:

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em


que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele
incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta,
seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de
5 (cinco) dias da realização da assembleia-geral, exposição justificativa da
informação transmitida à assembleia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão


registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios
subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação
financeira da companhia.

31.7 - Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures

O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da
Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao resultado como receita, conforme o regime
de competência.

Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da legislação antiga,
uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures.
Isso ocorre quando as condições como juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para
os investidores.

O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva específica de prêmios
de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de Renda (Lei 11.941/09).

Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal reserva. Se não
constituir, será tributada pelo IR.

31.8 - Reserva de Retenção de Lucro ou Reserva Orçamentária ou


Reserva de Investimentos

Conforme a Lei 6.404/76:

Retenção de Lucros

Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração,


deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de
capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da


retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e
aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco)

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exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de


investimento.

§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária que


deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver
duração superior a um exercício social.

32. DIVIDENDOS OBRIGATÓRIOS


O estatuto é livre para fixar o percentual que pagará a título de dividendos obrigatórios .
Vejam! Se o estatuto falar que temos que aplicar 40% do lucro líquido, então temos de tirar 40%
do lucro líquido. Não fazemos qualquer ajuste. Se o estatuto falar que é 80% do lucro ajustado,
conforme a determinação lá constante, então procederemos deste modo. O estatuto, desde que
esteja nos ditames legais, é soberano para fixar o quanto quiser.

Apenas nas hipóteses explicadas a seguir é que utilizamos o lucro ajustado.

Se o estatuto for omisso sobre o valor a ser pago a título de dividendos, aplicamos a regra prevista
no inciso I do artigo 202, que propõe:

Base de cálculo ajustada: 50% x [Lucro líquido – Reserva legal – Reserva para
contingências + Reversão de reserva para contingências – Reserva de incentivos
fiscais (facultativo) – Reserva de prêmio na emissão de debêntures (facultativo)].

Contudo, caso venha a fixar depois, não poderá fazê-lo em menos de 25% do percentual do
lucro líquido ajustado, mostrado acima .

Fica assim:

Dividendos
Estatuto expresso Fixa o quanto quiser
Lucro líquido do exercício
Estatuto omisso (base de - Reserva legal
cálculo): 50% do lucro líquido - Reserva para contingências
ajustado, que é encontrado da + Reversão de reserva para contingências
seguinte maneira - Reserva de incentivos fiscais (facultativo)
- Reserva emissão de debêntures (facultativo)
Se fixar depois Mínimo 25% do valor do lucro ajustado acima

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33. ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL


É o recurso recebido pela empresa de seus sócios/acionistas para ser utilizado no aumento do
capital social.

Adiantamento Para Aumento De Capital

Regra  passivo exigível

Exceção  quando não houver hipótese de restituição = PL

34. LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS


A conta lucros ou prejuízos acumulados é uma conta do PL.

A conta lucros acumulados não pode mais constar no Balanço Patrimonial, quando do
fechamento da demonstração . Não é mais possível, com as mudanças recentes advindas na
contabilidade, que a empresa retenha lucros injustificadamente. Alguns autores afirmam,
erroneamente, que esta conta deixou de existir. Tal afirmação está inconsistente, posto que a
conta lucros acumulados pode ser utilizada temporariamente (antes do fechamento do balanço),
sendo que a partir dela distribuímos os lucros do exercício as mais diversas finalidades. Sendo uma
conta de PL, o seu saldo é credor.

Ressalve-se, contudo, que a conta prejuízos acumulados diminui o PL, tendo, assim, saldo devedor.

Portanto, gravem:

- A conta lucros acumulados é uma conta temporária do patrimônio líquido. Ela recebe o resultado
do exercício que não mais pode ficar ali retiro injustificadamente.

- A conta prejuízos acumulados pode continuar a existir normalmente.

35. CUSTO DAS TRANSAÇÕES


Aqui é crucial entender que o custo de transação deve ser contabilizado ao longo do tempo .
Antigamente, o custo de transação ia diretamente para o resultado .

Assim, se uma empresa captasse 10.000 com custo de transação de 800 para pagar em 2 meses,
com juros de 10% ao mês, a contabilização inicial ficava assim:

(Observação: vamos usar juros simples, nesse exemplo, mas o correto é usar juros compostos –
método exponencial).

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D – Caixa (ativo) 9200


D – Custos de transação (resultado) 800
C – Empréstimo a pagar 10.000

Essa é a contabilização anterior, que foi mudada.

Atualmente, os custos de transação devem ser apropriados pelo tempo do empréstimo.

Dessa forma, ao invés de contabilizar 800 no resultado, vamos contabilizar 400 no primeiro mês e
400 no segundo mês.

Assim:

D – Caixa (ativo) 9200


D – Custos a amortizar (redutora do passivo) 800
C – Empréstimo a pagar 10.000

Depois de um mês, a empresa contabiliza metade dos custos para o resultado:

D – Despesa financeira (resultado) 400


C - Custos a amortizar (redutora do passivo) 400

No segundo mês, a empresa contabiliza o restante:

D – Despesa financeira (resultado) 400


C - Custos a amortizar (redutora do passivo) 400

36. ATIVO IMOBILIZADO


Segundo o CPC 27:

Ativo imobilizado é o item tangível que:

(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços,


para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e

(b) se espera utilizar por mais de um período.

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Mercadorias
Mantido para uso na
produção ou
fornecimento
Prestação de serviços
Mantido para aluguel a
Item tangível outros (quando aluguel
não é o fim)
Ativo Imobilizado
Mantido para fins
administrativos

Espera-se utilizar por


mais de 1 período

O imobilizado é avaliado inicialmente ao custo!

Avaliação Inicial Custo

Os itens do ativo imobilizado são mensurados inicialmente pelo seu custo , o qual inclui todos
os custos necessários para colocá-lo em condições de uso.

Custo do ativo imobilizado (CPC 27)


Inclui Não inclui
Preço de aquisição + Imposto Importação+ Impostos
Descontos comerciais e abatimentos
não recuperáveis
Preparação do local Custos de abertura de nova instalação
Frete e manuseio por conta do comprador Frete por conta do vendedor
Instalação e montagem Propaganda e atividades promocionais
Testes Custos de treinamento
Honorários profissionais (engenheiros, arquitetos, por
Transferência posterior (novo local)
exemplo)
Custos de desmontagem (futuro, traz a valor
Custos administrativos
presente)
Custo de remoção (futuro, traz a valor presente) Outros custos indiretos
Outros custos diretamente atribuíveis Remoção, desmontagem de máquinas antigas

Depois de integrado, ele fica sujeito à depreciação, amortização e exaustão e ao teste de


recuperabilidade.

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Avaliação do imobilizado: Custo - depreciação/amortização/exaustão - red. val. rec.


Diminuição: Perda do valor aplicado:
Por desgaste
Por uso
Depreciação Por ação da natureza
Por obsolescência
Por aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial com
existência ou exercício de duração limitada
Amortização Por aquisição de direitos cujo objeto sejam bens de utilização por prazo
legal ou contratualmente limitado
Exaustão Recursos minerais ou florestais ou bens aplicados nessa exploração.

Ativo Imobilizado

Custo de aquisição

(-) Depreciação, amortização, exaustão

(-) Ajuste ao valor recuperável

Os gastos subsequentes podem ser divididos em manutenção periódica (que vai para despesa) e
as paradas programadas (que são gastos de capital e são ativadas, isto é, o valor gasto é
contabilizado no custo do ativo, e passa a ser depreciado).

Manutenção Só beneficiam um
Gastos do período Despesa na DRE
periódica exercício social

Beneficiam mais de
Paradas programadas Gastos de capital Ativo Imobilizado
um exercício social

36.1 - Encargos de Depreciação x Depreciação Acumulada!

Pessoal, é muito importante que tenhamos em mente a diferença entre encargos de depreciação
e depreciação acumulada .

Encargo de
Despesa no período Zera todo ano
depreciação

Depreciação Considera todos os


Retificadora do ativo
Acumulada períodos somandos

Por exemplo, móvel adquirido em 01.01.X1, por R$ 1.000,00 que deprecia 10% ao ano, sem valor
residual.

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Qual o encargo de depreciação e qual a depreciação acumulada no encerramento do exercício


em 31.12.X2?

Bom, nesta hipótese, a depreciação anual é de R$ 100,00 (10% de 1.000,00).

O encargo de depreciação representa a conta do exercício, refere-se à depreciação deste


períod o, conta esta que é zerada no encerramento do exercício social . Portanto, no exercício
de X2 será R$ 100,00. É uma conta de despesa, fica no resultado do exercício .

A depreciação acumulada, por sua vez, é uma conta retificadora do ativo . Como o próprio
nome sugere, ela computa a soma da depreciação acumulada . Esta conta só é baixada, zerada,
com o fim da vida útil do bem, e sua baixa ou alienação.

Então, a depreciação acumulada em 31.12.X2 será 200,00 (100,00 de X1 + 100,00 de X2).

Agora, vamos falar um pouco sobre os métodos de depreciação.

36.2 - Início da Depreciação

A depreciação se inicia quando o ativo está pronto para uso . Então, em regra, o mês de aquisição
vai entrar no cálculo. Você deve procurar, nas questões, a data em que o ativo está pronto para
ser utilizado .

36.3 - Métodos de Depreciação

Há vários métodos para se calcular a depreciação. Apresentaremos, a seguir, os principais


abordados em prova. Os mais usados são:

- Método da Linha Reta ou Linear ou Método das Quotas Constantes

Disparadamente o método mais cobrado em provas!

Este é o método tradicional e o mais recorrente em provas . Dividimos o valor depreciável pelo
tempo de vida útil estimada. Se nada disser a questão sobre um método específico, devemos
utilizar o da linha reta.

Ex: Máquina com vida útil de 10 anos e valor depreciável de 100.000.

Depreciação anual = $ 100.000 / 10 anos = $ 10.000/ano.

Como calcular a depreciação pelo método da linha reta?

1) Pegue o valor de aquisição.

2) Encontre o valor residual. Se não falar nada, é igual a zero.

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3) Faça a diferença entre o valor de aquisição e o valor residual e encontraremos o chamado


valor depreciável.

4) Encontre a vida útil (em meses ou anos, geralmente).

5) Divida o valor depreciável pela vida útil

6) Você encontrará o valor da depreciação.

Atenção! Se a questão der no enunciado uma vida útil e disser o prazo que é aceito
pelo fisco, utilize o prazo contábil ou também a “melhor estimativa contábil”. É
este que vale, já que a legislação fiscal, segundo a Lei 6.404/76, não pode interferir
nos dispositivos da legislação contábil!

- Método da Soma dos Dígitos ou Método de Cole OU Método das Quotas


Decrescentes

Através deste método, somamos os dígitos da vida útil e dividimos cada algarismo pela soma .

Por exemplo: Se temos em nossa empresa uma máquina cuja vida útil é de 5 anos, tomaremos os
seguintes procedimentos:

Somamos: 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15.

Depreciação: Ano 1 = 5 / 15; ano 2 = 4/15; ano 3 = 3/15; ano 4 = 2/15 e ano 5 = 1/15.

Mas por que, professor?! Por que isso? Há uma justificativa técnica para tal método: a de que a
despesa de depreciação menor nos últimos anos é compensada pelo aumento das despesas de
manutenção. Ademais, o declínio do valor do ativo é mais acentuado nos primeiros anos.

Vejam que a despesa de depreciação será decrescente . Começará maior e terminará menor.

Supondo um bem cujo valor depreciável é R$ 90.000,00.

Ano 1: 5/15 x 90.000 = 30.000,00


Ano 2: 4/15 x 90.000 = 24.000,00
Ano 3: 3/15 x 90.000 = 18.000,00
Ano 4: 2/15 x 90.000 = 12.000,00
Ano 5: 1/5 x 90.000 = 6.000,00
Total da depreciação = 90.000,00

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37. ESTIMATIVA CONTÁBIL VERSUS CRITÉRIO FISCAL


Contabilmente, a depreciação deve ser calculada conforme a melhor estimativa técnica
disponível .

Exemplificando. Se a Empresa ALFA adquire dois veículos idênticos e estima que um terá vida útil
de 10 anos e o outro terá vida útil de 7 anos, deve depreciá-los conforme esta estimativa.

Ocorre que a RFB aceita apenas determinados prazos para cálculo da depreciação. As diferenças
deveriam ser ajustadas, para efeito de Imposto de Renda. Com isso, as empresas passaram a usar
o critério fiscal.

Caso a questão seja silente!

Depreciação: Taxas permitidas pelo fisco para efeito de IR:

- Veículos: 5 anos ou 20% ao ano

- Máquinas e equipamentos: 10 anos ou 10% ao ano

- Móveis e utensílios: 10 anos ou 10 % ao ano

- Imóveis: 25 anos ou 4 % ao ano.

- Tratores: 4 anos ou 25%.

38. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS


As questões de operações com mercadorias envolvem basicamente conhecimento da avaliação
dos estoques, operações que envolvem a parte inicial da DRE (da receita bruta até o lucro bruto
e apuração do CMV), tributação sobre as mercadorias e inventário periódico e permanente.

38.1 - Resultado Bruto com Mercadorias

O resultado bruto com mercadorias, ou resultado com mercadorias equivale ao lucro bruto na
Demonstração do Resultado .

Receita Bruta
(-) Deduções da Receita
- Devoluções de Vendas
- Cancelamento de Vendas
- Descontos incondicionais concedidos
- Abatimentos concedidos
- Impostos sobre vendas (ICMS, PIS e COFINS)
- Ajuste a Valor Presente de Clientes

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(=) Receita Líquida


(-) Custo das Mercadorias Vendidas
(=) Lucro Bruto OU Resultado com Mercadorias .

38.2 - Custo das Mercadorias Vendidas

Vamos começar falando sobre o custo da mercadoria vendida e do critério de avaliação do ativo.

Avaliação Do Estoque

Custos do estoque

10. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de


transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua
condição e localização atuais.

Custos de aquisição

11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os


impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco),
bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente
atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos
comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na
determinação do custo de aquisição. (NR) (Nova Redação dada pela Revisão CPC
nº. 1, de 8/01/2010)

Custo do estoque inclui: Não inclui

•Preço de compra •Tributos recuperáveis (MP: IPI, ICMS, PIS,


•Impostos de importação e outros tributos COFINS não cumulativos. Revenda: ICMS,
(exceto recuperáveis) PIS, COFINS não cumulativos)
•Custo de transportes •Descontos comerciais
•Seguro •Abatimentos
•Manuseio
•Custos diretamente atribuíveis

39. CONTROLE DE ESTOQUE


O controle pode ser feito através do inventário permanente ou do inventário periódico .

39.1 - Inventário Periódico

Os estoques são avaliados na data do balanço, através do inventário físico. Vejam. Não há
lançamento operação por operação. Apenas na data de encerramento é que apuramos o estoque
para ver o saldo.

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Para calcular o valor do Custo das Mercadorias Vendidas, usamos a fórmula:

CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final.

No sistema de inventário periódico, usamos a Conta Mista Mercadorias. Nessa conta, lançamos
o estoque inicial e as compras a débito; e lançamos as vendas a crédito . No final do período,
ao apurar o estoque final, podemos calcular o Resultado com Mercadorias .

Conta Mista Mercadorias


Estoque Inicial Vendas
Compras
Estoque final

A conta mista tem esse nome, pois possui características de conta patrimonial (ao registrar o
estoque inicial e final) e de conta de resultado (ao registrar as vendas).

39.2 - Inventário Permanente

Nesse caso, a empresa controla o estoque de forma contínua, dando baixa em cada operação
de venda . A contabilização é a seguinte:

PEPS, UEPS E Preço Médio

Dificilmente as mercadorias são compradas pelo mesmo preço. Surge, assim, a necessidade de
atribuir preço ao estoque que está sendo vendido.

Vamos supor que determinada empresa, tendo iniciado o ano com estoque zero, efetuou duas
compras do produto X: a primeira de 10 unidades, com custo unitário de $10, e a segunda de 20
unidades, com custo unitário de $12.

Em seguida, a empresa efetuou a venda de 15 unidades do produto X, por 20 reais a unidade.


Vamos ver como fica o resultado e o estoque final, usando cada um dos métodos acima.

PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI

Significa Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai. Também conhecido pela sigla em inglês FIFO
(First in first out). No nosso exemplo, ficaria assim:

 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100


 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
 Venda de 15 unidades x $ 20 = R$ 300 (receita de venda)

Usando o PEPS, valorizamos as unidades vendidas usando o custo das unidades que entraram
primeiro no estoque. Assim, custo das 15 unidades:

 10 unidades a 10 reais = $ 100

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 5 unidades a 12 reais = $ 60

Então, 15 unidades que custaram, no total, 160 reais. Agora, podemos elaborar a Demonstração
do Resultado do Exercício:

Receita de Vendas 300


(-) Custo da mercadoria vendida (160)
(=) Resultado Bruto ( ou Lucro Bruto) 140

Montemos uma tabela para calcular o Estoque final:

Estoque - Método PEPS


(+) Compras 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100
(+) Compras 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
(-) Saídas 10 unidades a 10 reais = $ 100
(-) Saídas 5 unidades a 12 reais = $ 60
(=) Saldo Final 15 unidades a 12 reais = 180

UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA PRIMEIRO QUE SAI

Significa Último que Entra é o Primeiro que Sai. Também conhecido pela sigla em inglês LIFO (Last
In First Out). Usando os mesmos dados do exemplo acima, fica assim:

 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100


 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
 Venda de 15 unidades x $ 20 = R$ 300 (receita de venda)

Assim, custo das 15 unidades:

 15 unidades a 12 reais = $ 180

Então, 15 unidades que custaram, no total, 180 reais.

Agora, podemos elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício:

Receita de Vendas 300


(-) Custo da mercadoria vendida (180)
(=) Resultado Bruto ( ou Lucro Bruto) 120

Montemos uma tabela para calcular o Estoque final:

Estoque - Método UEPS


(+) Compras 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100
(+) Compras 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
(-) Saídas 15 unidades a 12 reais = $ 180
10 unidades a 10 reais = 100
(=) Saldo Final
5 unidades a 12 reais = 60

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Então, o estoque final possui 15 unidades que custaram, no total, 160 reais.

Custo Médio

Usamos o custo médio do estoque, para calcular o custo das vendas. Retomando o exemplo acima,
temos:

 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100


 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
 Custo médio: R$ 340 / 30 unidades = R$ 11,3333 por unidade.
 Venda de 15 unidades x $ 20 = R$ 300 (receita de venda)

Assim, custo das 15 unidades:

 15 unidades a 11,33 reais = $ 170

Então, 15 unidades que custaram, no total, 170 reais.

Observação: arredondando os centavos.

Agora, podemos elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício:

Receita de Vendas 300


(-) Custo da mercadoria vendida (170)
(=) Resultado Bruto ( ou Lucro Bruto) 130

Montemos uma tabela para calcular o Estoque final:

Estoque – Custo Médio


(+) Compras 1ª compra: 10 unidades a 10 reais = R$ 100
(+) Compras 2ª compra: 20 unidades a 12 reais = R$ 240
(-) Saídas 15 unidades a 11,33 reais = R$ 170
(=) Saldo Final 15 unidades a 11,33 reais = R$ 170

Então, o estoque final possui 15 unidades que custaram, no total, 170 reais.

Para calcular o custo médio, podemos usar a média ponderada fixa ou a média ponderada
móvel. No primeiro caso, calculamos a média de todas as entradas do mês e usamos esse valor
para todas as saídas do mês. Assim:

Dia Evento Quantidade Custo Médio Custo Total


1 Estoque inicial 100 10,00 1.000,00
4 Compras 150 12,00 1.800,00
6 Compras 200 13,00 2.600,00
10 Vendas -100
15 Compras 200 15,00 3.000,00
20 Vendas -250

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Vamos calcular o custo das vendas dos dias 10 e 20, usando as duas médias ponderadas (fixa e
móvel).

Média Ponderada Fixa

A partir do estoque inicial e das entradas, calculamos o custo médio que será usado para todas as
saídas do mês.

Dia Evento Quantidade Custo Médio Custo Total


1 Estoque inicial 100 10,00 1.000,00
4 Compras 150 12,00 1.800,00
6 Compras 200 13,00 2.600,00
15 Compras 200 15,00 3.000,00
Total 650 12,92 8.400,00

Observação: Para chegar aos R$ 12,92, pegamos o valor total dos estoques e
dividimos pelo total de unidades: 8.400/650 = 12,92.

O Custo Médio Fixo é de $ 12,92. O custo das vendas será:

 Dia 10: venda de 100 unidades x $ 12,92 = $ 1.292,00


 Dia 20: venda de 250 unidades x $ 12,92 = $ 3.230,00

Então, Custo total do mês: $ 1.292,00 + $ 3.230,00 = $ 4.522,00

Média Ponderada Móvel

Nesse caso, calculamos o custo médio vigente na data de cada venda. A venda do dia 10 fica com
o seguinte custo médio ponderado móvel:

Dia Evento Quantidade Custo Médio Custo Total


1 Estoque inicial 100 10,00 1.000,00
4 Compras 150 12,00 1.800,00
6 Compras 200 13,00 2.600,00
Total 450 12,00 5.400,00

Assim, a venda do dia 10 terá custo médio de R$ 12,00. Do total de 450 unidades, sobram 350,
após a venda.

Podemos agora calcular o custo médio móvel para a venda do dia 12:

Dia Evento Quantidade Custo Médio Custo Total


11 Estoque inicial 350 12,00 4.200,00
15 Compras 200 15,00 3.000,00
Total 550 13,09 7.200,00

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A venda do dia 20 terá custo médio de R$ 13,09. Agora podemos calcular o total do custo das
vendas do mês:

 Dia 10: venda de 100 unidades x $ 12,00 = $ 1.200,00


 Dia 20: venda de 250 unidades x $ 13,09 = $ 3.272,50

Então, Custo total do mês: $ 1.200,00 + $ 3.272,50 = $ 4.472,50

Observação: Para chegar aos R$ 13,09, pegamos o valor total dos estoques e
dividimos pelo total de unidades: 7.200/550 = 13,09

Observação 2: se a questão for omissa, devemos utilizar a Média Ponderada


Móvel.

39.3 - Custo Específico

Outra forma de atribuir custos às vendas é através do custo específico . Podemos exemplificar da
seguinte forma:

Suponha que uma agência de automóveis possua 10 unidades de um determinado modelo em


estoque. Três foram comprados há 6 meses, por R$ 20.000,00. Seis foram comprados na última
semana, por R$ 22.000,00. O último é um carro usado, que foi aceito como parte de pagamento
de um veículo novo, pelo custo de R$ 12.000,00.

A empresa realiza a venda de quatro veículos: um que foi comprado há 6 meses, dois comprados
na última semana e o veículo usado.

Nesse caso, a empresa pode atribuir o custo específico de cada item vendido.

39.4 - Tabela de Controle de Estoque

No inventário permanente podemos utilizar também a tabela de controle de estoque.

E como fazer a tabela?

Você irá montar a tabela seguinte:

PEPS/UEPS/MÉDIA
Entrada Venda Saldo
Data
Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total
XX.XX
XX.XX
CMV Estoque final

Imagine a seguinte operação.

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 Saldo inicial 10 unidades a R$ 100,00 R$ 1.000,00


 Compra de 10 unidades a R$ 120,00 R$ 1.200,00
 Venda de 7 unidades a R$ 200,00 R$ 1.400,00
 Compra de 2 unidades a R$ 150,00 R$ 300,00

Vamos utilizar cada um dos métodos. É simples! Fica assim.

PEPS
Entrada Venda Saldo
Data
Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total
XX.XX 10,00 100,00 1.000,00
10,00 100,00 1.000,00
XX..XX 10,00 120,00 1.200,00
10,00 120,00 1.200,00
3,00 100,00 300,00
XX.XX 7,00 100,00 700,00
10,00 120,00 1.200,00
3,00 100,00 300,00
XX..XX 2,00 150,00 300,00 10,00 120,00 1.200,00
2,00 150,00 300,00
CMV 700,00 Estoque final 1.800,00

Observações:

- Vejam que as vendas ficam registradas pelo preço de custo. Não importa o preço de venda para
o cálculo da planilha de estoques.

- O CMV é a soma do total das saídas.

- O estoque final é a soma do total da coluna saldo.

- As devoluções de compras são registradas na planilha entradas, com sinal negativo.

- As devoluções de vendas são registradas na planilha saídas, com sinal negativo.

UEPS
Entrada Venda Saldo
Data
Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total
XX.XX 10,00 100,00 1.000,00
10,00 100,00 1.000,00
XX.XX 10,00 120,00 1.200,00
10,00 120,00 1.200,00
10,00 100,00 1.000,00
XX.XX 7,00 120,00 840,00
3,00 120,00 360,00
10,00 100,00 1.000,00
XX.XX 2,00 150,00 300,00 3,00 120,00 360,00
2,00 150,00 300,00
CMV 840,00 Estoque final 1.660,00

Vejam que no UEPS o CMV é maior . Por isso, de modo geral, a tributação acaba sendo reduzida.
Assim, o UEPS é proibido pela legislação brasileira .

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MÉDIA PONDERADA
Entrada Venda Saldo
Data
Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total Quant. V. Unit. Total
XX.XX 10,00 100,00 1.000,00
XX.XX 10,00 120,00 1.200,00 20,00 110,00 2.200,00
XX.XX 7,00 110,00 770,00 13,00 110,00 1.430,00
XX.XX 2,00 150,00 300,00 15,00 115,33 1.730,00
CMV 770,00 Estoque final 1.730,00

40. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


A demonstração do resultado do exercício é a demonstração contábil que apresenta o confronto
entre receitas e despesas da entidade . Todas as mutações do patrimônio líquido que não sejam
resultantes das transações com os sócios devem estar reconhecidas em duas demonstrações:
demonstração do resultado do exercício e demonstração de resultados abrangentes.

O pronunciamento conceitual básico da contabilidade (CPC 00) salienta que a demonstração do


resultado do exercício relata o desempenho (performance) da entidade. Para isso, há um confronto
entre receitas e despesas. Mas o que vem a ser receita? O que vem a ser despesa?

O próprio pronunciamento nos apresenta definições mais completas sobre esses conceitos:

4.68 Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam
em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de
detentores de direitos sobre o patrimônio.

4.69 Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam
em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos
detentores de direitos sobre o patrimônio.

4.70 Decorre dessas definições de receitas e despesas que contribuições de


detentores de direitos sobre o patrimônio não são receitas, e distribuições a
detentores de direitos sobre o patrimônio não são despesas

Esquematizando temos:

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Receitas Despesas
Aumentos nos ativos Diminuições nos ativos

Reduções nos passivos Aumentos nos passivos

Geram aumentos no Geram diminuições no


Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido

Exceção: contribuições de Exceção: distribuições de


detentores de direitos sobre o detentores de direitos
patrimônio sobre o patrimônio

41. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO


EXERCÍCIO SEGUNDO A LEI 6.404/76
A demonstração do resultado do exercício, que apura o lucro ou prejuízo obtido no exercício, tem
a estrutura seguinte:

Estrutura da demonstração do resultado do exercício


Faturamento bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento)
(-) IPI sobre faturamento bruto
Vendas brutas/Receita bruta de vendas/Receita operacional bruta
(-) Deduções da receita bruta
Devoluções e cancelamento de vendas
Abatimentos sobre vendas
Descontos incondicionais concedidos/descontos comerciais
Impostos e contribuições sobre vendas e serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS)
Ajuste a valor presente sobre clientes
Vendas líquidas/Receita líquida de vendas/Receita operacional líquida
(-) Custo da mercadoria vendida (CMV = Est. inicial + Compras líq. – Est. final)
Lucro bruto/Resultado operacional bruto/Resultado com mercadorias
(-) Despesas operacionais
Com vendas
Administrativas
Gerais
Financeiras líquidas (despesas financeiras – receitas financeiras)
Outras despesas operacionais
+ Outras receitas operacionais
Resultado operacional líquido/Lucro ou prejuízo operacional líquido

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Estrutura da demonstração do resultado do exercício


(-) Outras despesas (antigas despesas não operacionais)
+ Outras receitas (antigas receitas não operacionais)
Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido
(-) Despesa com provisão para Imposto de Renda e CSLL
Resultado após o Imposto de Renda/CSLL e antes das participações
(-) Participações estatutárias sobre o lucro
Debenturistas
Empregados
Administradores
Partes beneficiárias
Fundo de assistência/previdência a empregados
Lucro ou prejuízo líquido do exercício

41.1 - Receita Bruta de Vendas

A contabilização das vendas é feita pelo valor bruto, incluindo impostos . As reduções das
vendas são feitas em contas específicas, deduzindo a conta receita bruta.

41.2 - Devolução de Vendas/Vendas Canceladas

Representa todas as devoluções de vendas ocorridas dentro do exercício social . As devoluções


de vendas de exercícios anteriores são consideradas como despesas operacionais .

Devolução do exercício • Dedução da Receita Bruta

Devolução de exercícios anteriores • Despesas Operacionais

41.3 - Abatimento Sobre Vendas

Esta conta registra os descontos que são concedidos posteriormente à entrega dos produtos, pelo
fato de os produtos apresentarem defeitos de qualidade, quantidade, defeitos do transporte, etc.

O abatimento é concedido após a emissão da nota fiscal. Assim, não afeta a base de cálculo
dos impostos (IPI, ICMS, PIS e COFINS) .

41.4 - Descontos Incondicionais Sobre Vendas

Suponha-se que João haja comprado da KLS R$ 1.000,00 em mercadoria. Do corpo da duplicata
consta o seguinte: desconto de 10% caso o título seja quitado até 30 dias antes do vencimento.

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Vejam que este é um desconto concedido sob condição , qual seja, a quitação da cártula antes
que haja o efetivo vencimento. Pagando com antecedência mínima de 30 dias, o título será pago
por R$ 900,00. Caso contrário, se não o fizer, o valor de quitação será de R$ 1.000,00.

Esse desconto é chamado de desconto condicional ou desconto financeiro . Esse tipo de


desconto é tido como despesa operacional. Vejam. Não é uma redução da receita bruta o
desconto condicional .

Agora, imaginem que João pretende comprar a mesma mercadoria. Todavia, chega para nossa
empresa (a KLS) e diz: - Prezado, pretendo comprar seu produto, que, já sabemos, custa R$
1.000,00. Todavia, apenas o levo caso haja um acordo para que o preço seja R$ 900,00.

Nossa empresa, flexível que é, fecha o negócio, por R$ 900,00. Assim, o preço era de R$ 1.000,00.
Porém, sofreu um desconto de R$ 100,00. Esse desconto não dependeu de condição alguma e foi
dado no momento em que o negócio estava sendo efetuado. É o tipo de desconto chamado
desconto incondicional concedido ou desconto comercial . Esse desconto é considerado como
redução da receita bruta de vendas .

41.5 - Tributos Sobre Vendas

Os principais tributos incidentes sobre a venda são ICMS, ISS, PIS e COFINS.

Vale ressaltar que o IPI não é dedução da receita bruta, mas é considerado antes da receita
bruta, sendo um imposto por fora (se houver dúvida, volta à estrutura da DRE apresentada ao
início da aula).

IPI Tributo por fora


+
Receita bruta Preço de venda
ICMS Tributo por dentro
- PIS/COFINS Tributo por dentro
Portanto, as deduções da receita bruta são:

- Devoluções e cancelamento de vendas

- Abatimentos sobre vendas

- Descontos incondicionais concedidos/descontos comerciais

- Impostos e contribuições sobre vendas e serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS)

- Ajuste a valor presente sobre clientes

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As bancas tentam confundir, incluindo valores a título de “comissões de venda”,


“frete sobre vendas”, “tributos”, “descontos financeiros concedidos”, e outras.
Fique atento:

- Comissões de Vendas = despesa de vendas

- Fretes sobre Vendas = despesa de vendas

- Tributos = despesa com tributos (IR e CSLL). O que diminui a Receita Bruta são
os “Tributos Sobre Vendas”.

- Descontos Financeiros Concedidos = despesa financeira.

Feitas as deduções devidas da receita bruta, chegamos à chamada receita líquida de vendas. Ato
contínuo é a subtração do custo da mercadoria vendida.

E como apurar o custo da mercadoria vendida (CMV)? É simples. Teremos de nos utilizar de uma
fórmula que muito nos acompanhará nos estudos das ciências contábeis, a saber:

CMV = Estoque inicial de mercadoria + Compras líquidas – Estoque final de mercadorias.

41.6 - Despesas Operacionais

As despesas operacionais são aquelas pagar ou incorridas com o fito de se vender produtos e
administrar a empresa.

Assim, basicamente, estas são as despesas que a LSA considera como operacionais:

- Despesas de vendas .

- Despesas gerais e administrativas .

- Despesas financeiras e receitas financeiras .

- Outras receitas e despesas operacionais .

Atenção! Aqui ficam classificados os ganhos e perdas com MEP.

41.7 - Outras Receitas e Outras Despesas

A parte da DRE que outrora era denominada receitas não operacionais e despesas não
operacionais passa agora a figurar como outras receitas e outras despesas .

A Lei 6.404 não trouxe um rol do que vem a se classificar como outras receitas e outras despesas.
A contabilidade, contudo, traz emprestado para si o conceito estatuído pela legislação do IR.

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Segundo o Imposto de Renda, são não operacionais os ganhos e perdas de capital. Por exemplo,
a alienação de investimentos e ativos imobilizados com lucro ou prejuízo.

41.8 - Imposto de Renda Pessoa Jurídica

O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é tributo instituído pela União, no
exercício da competência regular que lhe confere a Constituição Federal (CF, art. 153, III).

As pessoas jurídicas estão sujeitas a um dos seguintes regimes jurídicos para apuração do imposto
de renda:

a) lucro presumido;

b) lucro arbitrado;

c) lucro real .

41.9 - Participações Estatutárias

As participações devem ser retiradas na seguinte ordem:

Resultado após o Imposto de Renda e antes das participações

(-) Participações estatutárias sobre o lucro


Debenturistas
Empregados
Administradores
Partes beneficiárias
Fundo de assistência/previdência a empregados

Devemos seguir a ordem de participações definida acima, sendo que cada participação
diminui a base de cálculo da participação seguinte. É muito importante que isso fique claro!

Vamos a um exemplo:

(Autores) A empresa KLS apurou lucro antes do IR e das participações no valor de R$160.000,00.
Considere ainda as seguintes informações:
- Imposto de Renda e CSLL R$ 20.000,00.
- PL – Prejuízos Acumulados R$ 40.000,00
- Participações
Debenturistas 10%
Empregados 10%

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Administradores 10%
Partes beneficiárias 10%
Fundo de assistência 10%
- Reserva legal 5%
- Reserva de contingência R$ 20.000,00
- Restante dos lucros Dividendos
Calcule o valor de cada participação, o total do Lucro líquido, o valor da Reserva Legal e dos
dividendos.

Resolução:

A situação atual é a seguinte:

Lucro antes IR e das participações 160.000


(-) Provisão para IR e CSLL (Já calculada) (20.000)
Lucro antes das participações 140.000

Como a empresa possui prejuízos acumulados de R$40.000,00, este valor deve ser diminuído da
base de cálculo das participações. Mas é um cálculo extra contábil, separado. O prejuízo
acumulado não aparece na DRE.

O cálculo das participações fica assim:

Lucro antes das participações R$ 140.000,00


(-) Prejuízos acumulados -R$ 40.000,00
Base de cálculo dos debenturistas R$ 100.000,00
(-) Participação dos debenturistas (10%) -R$ 10.000,00
Base de cálculo dos empregados (10%) R$ 90.000,00
(-) Participação dos empregados (10%) -R$ 9.000,00
Base de cálculo dos administradores R$ 81.000,00
(-) Participação dos administradores (10%) -R$ 8.100,00
Base de cálculos das partes beneficiárias R$ 72.900,00
(-) Participação das PBs -R$ 7.290,00
Base de cálculo dos fundos de pensão R$ 65.610,00
(-) Participação dos fundos de pensão -R$ 6.561,00

A forma de cálculo é a que detalhamos acima. O valor de cada participação diminui a base de
cálculo para a participação seguinte. Todas são de 10%. Mas o valor de cada participação é
diferente, devido à diminuição da base de cálculo.

Atenção! Repare que, para o cálculo do valor das participações, retiramos os


prejuízos acumulados de R$ 40.000,00. Mas, na elaboração da DRE, o prejuízo não
entra. Por isso é importante fazer o cálculo das participações separadamente na
sua prova.

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A DRE fica assim:

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
Lucro antes do IR R$ 160.000,00
(-) IR -R$ 20.000,00
Lucro após o IR R$ 140.000,00
(-) Participação dos debenturistas (10%) -R$ 10.000,00
(-) Participação dos empregados (10%) -R$ 9.000,00
(-) Participação dos administradores (10%) -R$ 8.100,00
(-) Participação das PBs -R$ 7.290,00
(-) Participação dos fundos de pensão -R$ 6.561,00
Lucro líquido do exercício R$ 99.049,00

O Lucro Líquido do exercício é transferido para o PL, na conta Lucros Acumulados. Como já há
prejuízos acumulados de R$40.000,00, este valor é abatido, sobrando lucros acumulados de:

R$ 99.049 – R$ 40.000 = R$ 59.049,00.

O que é importante guardar do exemplo acima:

1) Lembrar que cada participação diminui a base de cálculo da participação posterior.

2) A ordem das participações. Para lembrar, use o seguinte mnemônico:

“Havia uma mulher, chamada DEA, que era muito ativa. Fazia mil coisas ao mesmo
tempo. Um dia, Déa pegou uma gripe forte, que a deixou de cama. Seu sobrinho
de 5 anos, ao ver a tia doente, falou: DEA PIFOU

D ebêntures

E mpregados

A dministradores

P artes beneficiária

F undos de pensão

DEA PIFOU.

Essa é uma forma simples de lembrar a ordem das participações. Se você conhece outra, ou se
quiser criar outra, fique à vontade. O importante é lembrar na hora da prova.

3) Os prejuízos acumulados são excluídos da base de cálculo do IR e das participações, através


de cálculo extra contábil. Não entram na DRE.

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4) O resultado do exercício é transferido para o PL. Depois disso, ocorre o cálculo e a


contabilização das reservas e dos dividendos. Vale dizer, as Reservas e os dividendos não
aparecem na DRE e não afetam o resultado do exercício (irão afetar os lucros acumulados, no
PL).

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