CAP.

1:  FRONTEIRAS DA EUROPA

1. Como foi possível representar as formas de convívio, instituições e ideias de que
somos herdeiros?

Segundo Buarque (1902-1982), a construção do Brasil, enquanto sociedade, é uma

tentativa de reprodução da sociedade europeia em um espaço geograficamente
distinto, exemplificado nessa passagem “somos ainda hoje uns desterrados em nossa
terra” um povo sem terra e com raízes amostra. Os pontos de reprodução da cultura
ibérica na formação da sociedade mestiça e eclética brasileira, tem um paralelo com a
nossa carência de uma coesão social, na nossa imperfeição enquanto uma sociedade
unificada, na nossa confusão de objetivos. A nossa herança lusa enquanto se destaca
no século XVI, século que dificilmente se teria um norte catalizador de ambições “Mais
vale a digna ociosidade do que o esforço laboral. O questionamento o que nós unifica
em quanto nação? Quando se faz o retrospecto de uma sociedade tendenciosa ao
cinismo.

CAP.2: TRABALHO E AVENTURA

No entanto, de acordo com o autor, a forma de produzir do

tipo plantation (monocultivo, trabalho escravo, latifúndio), que vai ser o marco do
processo de colonização no Brasil, teria a ver com essa peculiaridade? Havia uma
civilização agrícola como resultado migração?

“Não é certo que a forma particular assumida entre nós pelo latifúndio agrário fosse
uma espécie de manipulação original, fruto da vontade criadora um pouco arbitrária
dos colonos portugueses”. A construção do plantation no Brasil colonial, tem uma
relação quase que só sua. Segundo, Buarque (1902-1982), Portugal, não disponha de
grandes técnicas ou experiência com agricultura, que tivesse como objetivo primário a
colonização e o florescer de um novo mundo nos trópicos, o objetivo português era
mais simples e sintetizada nessa passagem “O que o português vinha buscar era, sem
dúvida, a riqueza, mas riqueza que custa ousadia, não riqueza que custa trabalho”. A
relação de trabalho para a sociedade portuguesa era pouco gloriosa e dignificante,
correntes religiosas como a calvinista que dignifica o trabalho e a construção e uma
sociedade fraterna e solidária, passava a quilômetros de distância da sociedade
portuguesa. Apenas quando limitados de sua sorte a sociedade portuguesa buscava o
caminho do ardo esforço em um continente de abundância de terras férteis mal
desbravadas fez com que a grande propriedade rural se tornasse, meio de obtenção
de lucros, mas através de muito esforço, já que o meio tropical requer incansável
dedicação e inesperados obstáculos para implementação de melhorias.