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ISSN 1413-8557 versão impressa
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Psicol. esc. educ. v.7 n.1 Campinas jun. 2003 este artigo
ARTIGOS
*
Faculdade de Educação da Unicamp
RESUMO
INTRODUÇÃO
Cabe ressaltar que dificilmente apenas um modelo ou uma única teoria seria
suficiente para explicar um fenômeno tão complexo como a depressão, um
transtorno que acarreta em inúmeras alterações ao indivíduo. A depressão,
sem dúvida, integra fatores sócio-familiares, psicológicos e biológicos, onde as
diferentes teorias não se excluem, mas se completam, contribuindo não
somente para uma maior compreensão da natureza multicausal deste
transtorno, mas também para a concepção do sujeito em sua totalidade bio-
psico-social.
Colbert e cols. (1982) concluí em seu estudo que o professor possui muita
dificuldade para identificar a criança com sintomas de depressão
principalmente devido a sua similaridade com outros problemas, o que
contribui para tornar a orientação e encaminhamento mais tardio, o que
certamente prejudica o desenvolvimento da criança. Há também aqueles que
confundem os dois problemas e terminam por diagnosticar uma criança com
depressão como tendo dificuldade de aprendizagem, o que também acarreta
em intervenções inadequadas e incorretas.
Por outro lado existem autores que acreditam que a depressão pode induzir ou
piorar uma dificuldade de aprendizagem (Colbert & cols., 1982; Livingston,
1985; Mokros & cols., 1989). Livingston (1985) coloca que essa afirmação
poderia ser sustentada mediante a confirmação de duas hipóteses: a primeira é
que existe uma relação temporal entre o início da depressão na criança seguido
de uma piora ou declínio do seu rendimento escolar. E a segunda, estaria
relacionada ao sucesso no tratamento da depressão acompanhado pela
melhora no desempenho escolar. Nesse caso, a dificuldade de aprendizagem
seria decorrente da falta de interesse e energia da criança, falta de atenção e
concentração (Colbert & cols., 1982). A dificuldade de aprendizagem consistiria
em uma manifestação da depressão em si, em função da não participação do
aluno nas atividades escolares e também pelos sentimentos negativos de auto-
depreciação (Brumback & cols., 1980).
REFERÊNCIAS
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Weissman, M. M., Gammon, G. D., Jonh, K., & cols. (1987). Children of
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1
Psicóloga e Mestre em Psicologia e Desenvolvimento Humano e Educação pela
Unicamp.
2
Psicóloga, Ph.D em Educação pela University of Southern California, docente
da Faculdade de Educação da Unicamp.
© 2008 ABRAPEE