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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS
ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ

AGENTE DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL II
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EQUIPE ORGANIZADORA

ANA HELENA DA SILVA


ANA PAULA COSTA CÂMARA
GÉRSICA MORAES NOGUEIRA DA SILVA
GILBRANDO MEDEIROS TRAJANO JUNIOR
JOSÉ WAGNER ALVES GARRIDO
LANNA CELLY DA SILVA NAZÁRIO
LIDIA GABRIELA RODRIGUES DE SOUZA
LORENA SOARES MONTEIRO BORGES
LÚCIO CÉSAR DANTAS DE MEDEIROS
LUPERCIO LUIZINES CAVALCANTI FILHO
MARCIONILA DE OLIVEIRA FERREIRA

SUMÁRIO
__________________________________________________________________________

Página

1. AGENDA AMBIENTAL ............................................................................................. 3


2. CONSUMO CONSCIENTE – 5RS ............................................................................. 8
3. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO................................................................................ 11
4. IMPACTOS AMBIENTAIS ...................................................................................... 15
LITERATURA CITADA.................................................................................................. 19
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1. AGENDA AMBIENTAL

A Agenda Ambiental na Administração Pública, conhecida pela sigla A3P, é uma


ferramenta que auxilia na inclusão da responsabilidade socioambiental e na implantação do
desenvolvimento sustentável em todas as instancias federativas do Brasil. Esse programa foi
lançado pelo Ministério do Meio Ambiente com o intuito de sensibilizar os gestores públicos
para as questões ambientais, possuindo papel fundamental na revisão dos padrões de produção e
consumo.
Em 2005 foi criado um meio de comunicação permanente entre os órgãos públicos,
chamado Rede A3P. Seu objetivo foi difundir informações sobre diversos temas relevantes à
Agenda, incentivando e promovendo programas de formação e ao mesmo tempo implantando
mudanças nas organizações para que com isso fosse possível uma melhor troca de experiências
entre os entes.

Fonte: MMA

Rapidamente, a adesão de diversos órgãos ao programa se tornou bastante significativo,


demonstrando o interesse destes no tratamento e prevenção de impactos negativos ao meio
ambiente. A seguir está representada a evolução das adesões à A3P divididas por cada esfera de
Governo entre os anos 2007 e 2015
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Dois fatores são marcantes no gráfico anterior. No primeiro, podemos perceber que o
interesse que os órgãos apresentam nas adesões à A3P é crescente, ou seja, o número de órgãos
interessados em participarem do projeto só aumentou com o passar do tempo. No segundo
podemos ver que há um certo equilíbrio nas adesões entre as esferas Federal, Estadual e
Municipal, mostrando uma vontade conjunta referente ao desenvolvimento das ações
sustentáveis apresentadas.
Quanto aos objetivos do programa, os mesmo são bem claros e diretos. Podemos dizer
que de uma forma geral as instituições e seus funcionários são incentivados a adotar ações
sustentáveis no ambiente de trabalho. A seguir os mesmo estão demonstrados:

 Combate a todas as formas de desperdício dos bens públicos e recursos naturais;


 Inclusão de critérios socioambientais nos investimentos, compras e contratações
públicas;
 Gestão ambiental dos resíduos, incluindo a parceria com cooperativas de catadores de
lixo para geração de trabalho e renda;
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 Formação continuada dos servidores públicos em relação aos aspectos


socioambientais e de melhoria da qualidade do ambiente de trabalho;
 Reacender a ética e a autoestima dos servidores públicos, principalmente em relação
ao atendimento de interesses coletivos.

Estes objetivos estão baseados em cinco eixos temáticos, sendo eles:

 Uso racional dos recursos naturais e bens públicos;


 Gestão adequada dos resíduos gerados;
 Qualidade de vida no ambiente de trabalho;
 Sensibilização e capacitação;
 Licitações sustentáveis.

Um exemplo que pode ser mencionado como fruto da segunda etapa da Agenda Nacional
de Qualidade Ambiental Urbana é o Programa Nacional Lixão Zero. Seu objetivo principal é
unir esforços entre o Governo Federal, Estados, Municípios e iniciativa privada para melhorar as
condutas de gestão de seus resíduos sólidos e com isso eliminar definitivamente os lixões
presentes no território nacional.

Fonte: MMA
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AGENDA 2030

As ideias apresentadas até o momento fazem menção à agenda ambiental nacional


brasileira. No âmbito mundial, porém, outro projeto denominado Agenda 2030, foi apresentado
no ano de 2015. De uma forma sintética, podemos entendê-lo como um plano de ações para as
pessoas, para o planeta e para a prosperidade global. Apresentando ideias bem ambiciosas, ela
procura ainda fortalecer a paz universal, a erradicação da pobreza em todas as suas formas e
outras medidas indispensáveis para o desenvolvimento sustentável.

Esta Agenda se baseia em 17 objetivos principais. Todos eles se firmam sobre os ideais
presentes no projeto “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” e tem como uma de suas metas
a conclusão daquelas etapas que não puderam ser alcançadas neste último. Importante observar
também que os objetivos funcionam de forma integrada e indivisível, edificados sobre os três
pilares fundamentais do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental.

A seguir, estão apresentados todos esses objetivos de forma sucinta.

Fonte: ONU
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 OBJETIVO 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.


 OBJETIVO 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da
nutrição e promover a agricultura sustentável.
 OBJETIVO 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em
todas as idades.
 OBJETIVO 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
 OBJETIVO 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e
meninas.
 OBJETIVO 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todos.
 OBJETIVO 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço
acessível à energia para todos.
 OBJETIVO 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e
sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
 OBJETIVO 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização
inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
 OBJETIVO 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
 OBJETIVO 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros,
resilientes e sustentáveis.
 OBJETIVO 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentável.
 OBJETIVO 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus
impactos.
 OBJETIVO 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos
recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
 OBJETIVO 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e
reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
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 OBJETIVO 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento


sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições
eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
 OBJETIVO 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global
para o desenvolvimento sustentável.

A Agenda 2030 e os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável são um compromisso


ousado para finalizar o trabalho iniciado pelos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e
abordar os problemas globais mais urgentes em um curto espaço de tempo, visto que suas
implantações apresentam previsão, conforme seu sugestivo nome, para o ano de 2030. Eles são
fundamentais para a atual e as futuras gerações pois incentivam todos os habitantes do planeta a
criarem um ambiente mais sustentável, seguro e próspero para a humanidade.

2. CONSUMO CONSCIENTE – 5RS

O gerenciamento dos resíduos que produzimos é um dos grandes desafios da atualidade,


de modo que esse tema deve ser estudado e discutido continuadamente com todos os atores
envolvidos neste processo. De uma forma geral, a produção de um bem destinado ao nosso
consumo obedece a um modelo que envolve seis etapas principais, sendo estas a etapa de
extração dos recursos naturais, seu processamento, a transformação deste em produto final, a
venda para o consumidor final, seu uso propriamente dito e, por fim, na outra ponta do sistema, o
descarte final do resíduo.

Se observarmos, o modelo descrito acima é do tipo linear, iniciando com a extração e


encerrando com o descarte dos resíduos, em outras palavras, trata-se de um modelo finito, que
tem um início e um fim. Com o passar do tempo, o problema deste modelo foi se evidenciando
cada vez mais, devido ao desequilíbrio cada vez mais crescente. Para evitar um colapso dos
recursos naturais, se faz necessário avaliarmos e repensarmos os nossos hábitos de consumo,
procurando adotar uma postura mais responsável, de forma que possamos viver de acordo com a
capacidade ecológica do Planeta.
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O consumo responsável deve ser praticado frequentemente por meio de questionamentos


que considerem não apenas o preço e a marca do produto em questão, mas também, outros
aspectos como a origem da matéria prima, as metodologias empregadas na produção, quais as
consequências para o meio ambiente e para a sociedade, enfim, a questões que satisfaçam as
condições de sustentabilidade tão necessárias aos dias atuais.

Neste sentido, a política dos 5 R’s é uma ferramenta que pode nos auxiliar em relação à
mudança de hábitos no cotidiano e fazer com que possamos desenvolver um consumo mais
responsável. Esta política se baseia em cinco ideias que representam repensar, recusar, reduzir,
reutilizar e reciclar.

Fonte: MeioSustentável

A seguir, apresentamos as ideias gerias destes cinco princípios.

 REPENSAR – Este princípio se baseia na ideia que cada pessoa deve repensar suas
práticas em relação ao meio ambiente. Devemos repensar, por exemplo, nosso
consumo e como fazemos o descarte dos nossos resíduos. Repensar é o início dessa
mudança.
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 RECUSAR - O grande problema do consumismo é adquirir mais coisas do que


realmente precisamos. Neste sentido, este princípio leva em consideração um
consumo consciente para todos os produtos possíveis, de modo que devemos adquirir
apenas aquilo que realmente necessitamos e, de preferência, de empresas preocupadas
com o meio ambiente. Sua ideia principal se baseia em questionarmos e reflexões
antes de comprarmos um determinado produto, para que com isso possamos diminuir
a quantidade de materiais dispensáveis na nossa vida.

 REDUZIR - Diz-se respeito, principalmente, ao nosso comportamento consumista. É


evitar o desperdício e consumir menos produtos que agridam o meio ambiente.
Consumir menos é ótimo para a natureza! “Eu preciso realmente disso?” Devemos
fazer essa pergunta sempre que formos adquirir um novo produto. Além disso, reduzir
significa poupar. Devemos saber economizar quando o assunto são os nossos recursos
naturais. Esse é o caso, por exemplo, da água potável, que é muitas vezes utilizada de
maneira indiscriminada.

 REUTILIZAR - Este princípio mostra que podemos evitar que vá para o lixo aquilo
que pode ser reaproveitado na mesma ou para outras funções. Reutilizando materiais
que seriam descartados podemos aumentar a vida útil deste e também do local onde
ele seria descartado. Por exemplo, algumas embalagens podem ser reaproveitadas em
outras finalidades após o uso do produto principal.

 RECICLAR - Este princípio visa à transformação de produtos ou materiais que já


foram utilizados em novas matérias-primas que serão empregadas para confecção de
novos produtos. A reciclagem diminui a quantidade de lixo descartado e ao mesmo
tempo se caracteriza pela não poluição do meio ambiente. Comparando com uma
produção que começa do zero, o produto reciclado reduz os custos e o uso de água,
energia e recursos naturais. Esta ação é possivelmente a que mais precisa ser
entendida e colocada em prática por nós, embora deva ser considerada a última
alternativa.

É de muita importância a sensibilização das pessoas para uma implantação de um


consumo mais saudável, fundamentado na politica dos 5Rs. Porém, devemos destacar que o
mesmo é um processo que deve ocorrer de forma gradual, sendo inserido em nosso dia-a-dia por
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meio da educação formal e da educação não formal, devendo desempenhar um papel


fundamental na forma com que vivemos e nos relacionamos com o mundo e com as pessoas que
nos cercam.

3. PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO

Ao longo dos anos, o homem vem modificando seu padrão de vida e utilizando a
tecnologia para viver mais e melhor. Isso implica um maior consumo de água, ar e solo. O
desenvolvimento da nossa sociedade urbana e industrial ocorreu de maneira desordenada. Com a
falta de planejamento e o aumento populacional, os níveis de crescimento de poluição e
degradação ambiental passaram a aumentar significativamente, ao ponto de causar impactos
negativos, comprometendo a qualidade do ar, da água do solo e a saúde humana.

Ao longo do tempo cidades como Los Angeles e Londres, transforaram rios como o
Tâmisa, em Londres; o Sena, em Paris; o Reno, na Alemanha e o Tietê, em São Paulo, em
verdadeiros esgotos a céu aberto, reduzindo a fertilidade do solo e aumentando as áreas
desertificadas.

A tecnologia com o passar do tempo demostrou que poderia contribuir de forma efetiva
na reversão da poluição ambiental. Métodos de planejamento, modelos matemáticos,
equipamento para controlar a poluição e processos tecnológicos alternativos menos poluentes
foram desenvolvidos. Isso possibilitou a correção de problemas existentes, como também a
estimativa antecipada de efeitos e impactos de situações hipotéticas futuras por meio de
simulações com modelos físicos e matemáticos.

Deste modo, passou-se a admitir que existem limites que devem ser respeitados e que a
tecnologia é fundamental, porém, não é capaz de resolver todos os problemas de forma isolada.
À vista disso, o conceito desenvolvimento sustentável foi proposto pela “Comissão Mundial do
Desenvolvimento e Meio Ambiente” em 1987. Essa comissão foi formada em 1984 pela
Organização das Nações Unidas, tendo como Coordenadora a primeira Ministra da Noruega, Gro
Harlen Brundtland.
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A comissão incluía 23 membros e 22 países. Por três anos consecutivos a comissão e seus
assessores estudaram os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessidades
quase desesperadoras das nações em desenvolvimento. Concluíram que era tecnicamente viável
prover as necessidades mínimas, grosseiramente o dobro da população mundial, até o próximo
século de forma sustentável e sem degradação continuada dos ecossistemas globais.

Contudo, a comissão definiu em seu relatório final, “Nosso Futuro Comum”, o conceito
de desenvolvimento sustentável: “Atender às necessidades das gerações presentes sem
comprometer a habilidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades”, na
perspectiva de garantir a prevenção da poluição ambiental.

Natureza das medidas de prevenção da poluição

A prevenção da poluição vem sendo proposta como estratégia eficaz para evitar os
desperdícios de matérias-primas e energia, convertidos em resíduos sólidos, líquidos e gasosos,
responsáveis por adicionar custos aos processos produtivos e gerar problemas ambientais. Os
princípios básicos relacionados à prevenção da poluição são: prevenção, reciclagem, tratamento
e disposição final.

Prevenção: estratégia que evita a geração de resíduo, podendo requerer mudanças


significativas no processo;

Reciclagem: a geração do resíduo é inevitável, então devemos minimizar o potencial do


seu lançamento, por meio de práticas de reciclagem e reuso;

Tratamento: quando os resíduos não podem ser minimizados ou reduzidos é necessário


minimizar o potencial de risco ao meio ambiente antes do seu descarte;

Destinação final: é a ultima estratégia a ser utilizada para minimizar o impacto sobre o
meio ambiente.

Segundo Prestrelo et al. (2000), a lei americana de Prevenção da Poluição de 1990


(Pollution Prevention Act 1990) define a Prevenção da Poluição (P2) como: “quaisquer práticas,
uso de materiais, processos que eliminem ou reduzam a quantidade e/ou toxicidade de poluentes,
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substâncias perigosas ou contaminantes em sua fonte de geração, prioritariamente à reciclagem,


tratamento ou disposição final (...)”.

A P2 refere-se a qualquer prática, processo, técnica e tecnologia que visem à redução ou


eliminação em volume, concentração e toxicidade dos poluentes na fonte geradora. Inclui
também modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos, reformulação ou
replanejamento de produtos, substituição de matérias-primas, eliminação de substâncias tóxicas,
melhorias nos gerenciamentos administrativos e técnicos da empresa e otimização do uso das
matérias-primas, energia, água e outros recursos naturais.

A implementação em ações de P2 pela empresa implica no desenvolvimento de um


programa que inclui desde o comprometimento da direção da empresa com os princípios da P2
até a avaliação do desempenho deste programa. Além disso, o programa de P2 representa um
processo de melhoria contínua, ou seja, ao final do programa, novas metas são estabelecidas,
reiniciando-se novamente o ciclo de implementação.

Precisamos compreender que os poluentes são resíduos gerados pelas atividades


humanas, causando impacto negativo, ou seja, uma alteração indesejável. A poluição está ligada
à concentração e insanidade, ou quantidade de resíduos presentes no ar, na água e no solo, e, o
homem é responsável pela sua prevenção, o uso racional dos recursos naturais..

Entretanto, precisamos preservar o meio ambiente e utilizar os recursos naturais de


maneira sustentável. Para isto, é importante prevenir a poluição ambiental. E uma forma de
classificar as medidas destinadas ao controle de prevenção da poluição seria separá-las em
medidas preventivas e medidas corretivas.

As medidas preventivas, como seu próprio nome indica, devem antecipar ou minimizar a
ocorrência dos fatores de degradação. Duas razões principais para aplicação das medidas. A
primeira é por sua implantação depender de custos financeiros menores. A segunda razão é que
as medidas preventivas serão mais eficazes se tomadas antes da ocorrência de degradação
ambiental.

As medidas corretivas, embora necessárias para situações existentes, são em geral de alto
custo e muitas vezes de implementação difícil. Dependem não só de a sociedade reservar os
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recursos necessários para implantá-las, como também a capacidade de acessar e aplicar técnicas
e tecnologias nem sempre comuns.

Podemos classificar as medidas de controle da prevenção da poluição em estruturais e


não estruturais. As medidas estruturais são aquelas que envolvem a execução de obras. Por
exemplo, a construção de estação de tratamento de esgotos urbanos e industriais. Estas são ações
que modificam o sistema, buscando reduzir o risco de enchentes pela implantação de obras para
conter, reter ou melhorar a condução dos escoamentos.

Neste sentindo, é necessário um bom planejamento para a construção da macrodrenagem


com o objetivo de causar o mínimo de impacto ambiental. Para isso é importante compreender:

ação de necessidade de desapropriação;

outros.

As medidas não estruturais não envolvem a execução de obras ou manipulação de


equipamentos de alto custo. São soluções mais baratas que procuram intervir nas causas que
podem originar ou agravar um problema, evitando assim que ele ocorra ou permitindo seu
controle. Por exemplo, podemos citar a criação de áreas de proteção de mananciais na região
metropolitana de São Paulo, que limita o desenvolvimento das atividades nessas áreas, evitando
o comprometimento da qualidade da água que é usada para abastecimento da população. As
medidas não estruturais em geral devem ser respaldadas por leis e regulamentadas, requerendo
uma visão integral e abrangente das questões.

Neste sentido, a preservação da poluição é uma ação conjunta, entre governo, instituições
públicas e privadas, cidadãos, ou seja, de todos que fazem parte da sociedade. De acordo com a
Constituição Federal (CF) de 1988, Art. 225, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
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poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras


gerações.

4. IMPACTOS AMBIENTAIS

Os impactos ambientais são consequências das atividades humanas na natureza capazes


de causar efeitos irreversíveis ao meio ambiente. Algumas atividades como extração de minério
e a agricultura, por exemplo, são atividades econômicas que alteram significativamente o meio
ambiente.

Entre fins da década de 50 e início da década de 60, a crescente sensibilidade de


estudiosos, acadêmicos e gestores públicos apontavam a necessidade urgente da criação de novos
instrumentos capazes de minimizar e mitigar os impactos ambientais.

No Brasil são realizadas diversas atividades causadoras de impactos ambientais. A


retirada de vegetação para abrir espaço para a construção de casa, estradas, prédios, shoppings,
fábricas, entre outros, causa o aumento da poluição atmosférica. Além disso, é um fator
determinante para a ocorrência de enchentes e alagamentos, perda da qualidade de vida e
aumento de doenças.

A mineração é um exemplo de atividade causadora de impactos ambientais no Brasil,


principalmente nos estados do Pará, Minas Gerais e Goiás. Além dos impactos como a
contaminação das águas no pequeno garimpo, as empresas mineradoras removem áreas verdes e
com isso alteram a paisagem ambiental.

A agropecuária é outra atividade muito importante para o Brasil que também causa
impactos ambientais significativos. Para alimentar tantos animais, grandes áreas verdes são
desmatadas com o intuito de servir à alimentação animal.

O Brasil também realiza a extração de petróleo. A extração e os acidentes de


derramamento deste óleo provocam sérios danos ao meio ambiente, afetando as espécies
aquáticas em grande quantidade, além de aves marinhas.
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As principais consequências dos impactos ambientais são:

• Alterações climáticas;

• Extinção de espécies e habitats;

• Aumento do nível do mar;

• Desaparecimento de rios;

• Poluição do ar;

• Diminuição da qualidade de vida.

Os impactos ambientais afetam o planeta de várias formas e podem fazer estragos


irreparáveis. Esses impactos podem ser locais, como a poluição urbana do ar. Regionais, como a
chuva ácida. Globais como efeito estufa, o desmatamento, a degradação costeira e marinha.

As principais atividades causadoras dos impactos ambientais no planeta são a mineração,


a agricultura, a exploração florestal, a produção de energia, os transportes, as construções civis
como estradas e cidades, além das indústrias básicas químicas e metalúrgicas.

A extração de riquezas minerais se dá pela atividade mineradora, consistindo na extração


de solo e formações rochosas que compõem a estrutura terrestre. Este é um dos setores básicos
da economia do país, auxiliando de forma significativa no bem-estar e na melhoria da qualidade
de vida das pessoas, porém essa atividade traz muitos danos ao meio ambiente se não operada
com responsabilidade social e ambiental.
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As consequências ambientais acontecem com alterações biológicas, geomorfológicas,


hídricas e atmosféricas de grandes proporções. Entre as principais alterações nas paisagens e os
impactos gerados pela mineração, podemos destacar:

• Remoção da vegetação em todas as áreas de extração;

• Poluição dos recursos hídricos;

• Contaminação dos solos por elementos tóxicos;

• Proliferação de processos erosivos;

• Sedimentação e poluição de rios pelo descarte indevido do material produzido não


aproveitado;

• Mortandade de peixes em áreas de rios poluídos pelos elementos químicos oriundos de


minas;

• Evasão forçada de animais silvestres previamente existentes na área de extração


mineral;

• Poluição sonora gerada em ambientes e cidades localizados no entorno das instalações.

Entretanto, é importante tentar minimizar ao máximo o impacto ambiental e garantir a


preservação dos ambientes naturais quando os mesmos não podem ser evitados.

Impactos ambientais causados pelas fontes de energia

Os impactos ambientais causados pela obtenção de energia são discutidos mundialmente


devido à gravidade da questão. A área urbana necessita de energia para funcionar. As
termelétricas, por exemplo, produzem energia através da queima de carvão. Esse calor produzido
aquece a água que circula numa rede de tubos, criando vapor. É esse vapor que movimenta as
pás das turbinas, ligadas a um gerador, e assim a energia elétrica é produzida.
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O vapor gerado é resfriado por um condensador e volta à rede de tubos, reiniciando o


ciclo. Por isso, as termelétricas geralmente são instaladas próximas de leitos de rios ou mar, pois
a água deles é utilizada para condensar o vapor.

Esse processo eleva a temperatura da água dos rios e mares onde as termelétricas estão
instaladas, pois a água utilizada é devolvida mais quente. Isso compromete a fauna e a flora da
região, além de aumentar a temperatura média local. Além disso, as usinas termelétricas
queimam combustíveis como o diesel e o carvão. Essa queima é fonte de gás carbônico e óxidos
de nitrogênio, que aumentam o efeito estufa e geram chuvas ácidas.

Impactos ambientais causados pela agricultura

A agricultura é uma atividade indispensável para a existência e sobrevivência das


pessoas, no entanto, é uma atividade que causa impactos ambientais. Para fazer uma plantação, é
necessário ter um espaço de terra fértil. Então acontece a substituição (desmatamento) de uma
vegetação natural para o plantio de mudas agrícolas.

Após essa substituição, ainda é preciso reprimir as plantas que naturalmente cresciam ali.
Esta ação destrói o capital genético do planeta e altera o equilíbrio dos ecossistemas. Além disso,
a agricultura moderna é mecanizada. Ou seja, utiliza equipamentos como tratores e outros
maquinários agrícolas. E estas máquinas são movidas a combustíveis fósseis que poluem o ar.

Outro problema é a utilização de insumos agrícolas. São os adubos químicos, corretores


do solo, agrotóxicos e demais produtos químicos utilizados na produção em massa. A água das
chuvas e da irrigação leva esses produtos para os rios, causando a contaminação da água, além
de comprometer o solo.

Impactos ambientais causados pelo consumo e a pela geração de lixo

Atualmente não dá para pensar em uma cidade sem pensar nos problemas causados pela
grande quantidade de lixo gerado. É evidente a poluição visual, mau cheiro e contaminação do
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ambiente. Além disso, o lixo eletrônico gera a poluição do solo, o que leva milhares de anos para
se decompor.

Contudo, os principais impactos ambientais do lixo são decorrentes do descarte


inadequado deste. Essa prática gera contaminação da água, assoreamento e acúmulo de
sedimentos nos rios e lagos, enchentes e proliferação de animais transmissores de doenças como
ratos, baratas, moscas, entre outros.

LITERATURA CITADA

BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; MIERZWA, J. C.; BARROS, M. T. L.;
SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; JULIANO, N.; EIGER,S. Introdução à engenharia
ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p. 313. ISBN 85-7605-041-2.

Meio Sustentável, disponível em: https://meiosustentavel.com.br/5-rs-sustentabilidade/


Acesso em 09 de julho de 2020.

Ministério do Meio Ambiente, Brasil. Disponível em: https://www.mma.gov.br/agenda-


ambiental-urbana/lixo-no-mar/itemlist/category/314-agenda-nacional-ambiental.html.
Acesso em 06 de julho de 2020.

Ministério do Meio Ambiente, Brasil. Disponível em:https://www.mma.gov.br/mma-em-


numeros/a3p. Acesso em 06 de julho de 2020.

Organização das Nações Unidas, disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/


Acesso em 08 de julho de 2020.

PRESTRELO, R. C; AZEVEDO, P. R. ISO 14000 & Produção mais Limpa: Solução para um
Sistema de Gestão Ambiental mais Efetivo ou Abrangente. Monografia do Curso de
Especialização de Gerenciamento de Tecnologias Ambientais na Indústria. 2000. 80p
Macrodrenagem, Disponível em: https://sinergiaengenharia.com.br/noticias/o-desafio-da-
drenagem-urbana/. Acessado em 19 de julho de 2020.

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