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Prof. Me.

GRECHIA, Luciano

Solo

Disciplina: Geografia
Prof. Me. GRECHIA, Luciano
CONCEITO DE SOLO

Para alguns, solo vem a ser sinônimo de qualquer parte


da superfície da Terra e mesmo de outros planetas. Para o
engenheiro de minas, ele é o material solto que cobre os
minérios e que necessita ser removido. O engenheiro de
obras considera-o matéria prima para construção de
aterros, estradas, barragens e etc. Para a dona de casa pode
significar a sujeira que as crianças trazem grudadas no
sapatos. O agricultor o vê como um meio para
crescimento das plantas e sua subsistência.
O pedólogo e o edafólogo encaram as características do
solo com maior atenção e o definem de maneira mais
precisa empregando método científico. Para eles

o solo pode ser definido como a massa natural que


compõe a superfície da Terra, que suporta ou é capaz de
suportar plantas, ou também como a coleção de corpos
naturais que contêm matéria viva e é resultado da ação
do clima e da biosfera sobre a rocha, cuja transformação
em solo se realiza durante certo tempo e é influenciada
pelo tipo de relevo. (Lepsch, 2002. p. 9 e 10).
A água e o solo

As precipitações ocorridas na superfície terrestres,


despeja uma enorme quantidade de águas sobre os
oceanos, mares rios lagoas e no solo. Quando o solo
encontra-se coberto por vegetação, nativa da região, a
águas é condicionada a se infiltrar, abastecendo as
plantas num primeiro momento e, a medida que
percola mas profundamente, abastece os lençóis
freáticos, aquíferos.
Quando, ao invés de cobertura vegetação, o solo
encontra-se antropisado, ou nu, essa água tende a escoar
superficialmente, aumentando a força e o volume vertente
a baixo. O que significa dizer que causará danos
econômicos, sociais e ecológicos.
Acúmulo de água nas vias
Aumento do acúmulo de água nas vias
Situações catastróficas
Erosão no meio rural
Splash

Sulcos
Laminar
Ravina

Voçoroca
Por que isso ocorre?
OUTROS TIPOS DE EROSÃO

Erosão Eólica: Atua principalmente nos desertos e nas praias,


onde o depósito de materiais resulta em uma acumulação
típica de areias móveis, denominadas dunas.

Erosão fluvial: É responsável por escavar o leito, modelando


vertentes e formando vales. Transporta materiais de grandes
altitudes e distâncias, originando planícies e deltas.

Erosão pluvial: Torna mais intensa sua ação sobre solos sem
cobertura vegetal. Seu tipo mais agressivo forma as voçorocas,
que resultam em prejuízos às lavouras.
Erosão Glacial: Atua em regiões de altas latitudes ou de altas
montanhas e, ao longo de eras geológicas, sua ação forma os
fiordes. As morainas são ações típicas dessa forma de erosão.

Erosão marinha: Forma, como ação construtiva ou de


acumulação, as restingas e os recifes, e, como ação destrutiva
ou de desgaste, provoca as falésias.
1.2 – Áreas de recarga

As áreas de infiltração são conhecidas como áreas


de recarga. O aumento da infiltração de água passa,
fundamentalmente, pelas áreas de cobertura vegetal da
bacia hidrográfica contribuinte. Portanto, é preciso ter
uma boa cobertura vegetal nas partes mais altas do
terreno, para que a água da chuva não escorra na
forma de enxurrada, mas infiltre, emergindo nas minas
ou nos olhos d’água, nas partes mais baixas do terreno.
A medida que reduz a infiltração, reduz também a
recarga de lençóis freáticos e aquíferos,
consecutivamente reduzirá o fluxo fluvial em rios e
etc.
Os efeitos desse processo é o aumento do
escoamento superficial, que, a curto prazo causa
erosões nas áreas rurais e enchentes em áreas urbanas.
A médio e longo prazo ocasiona o redução do volume
ou até mesmo o secamento de rios, reduzindo a
capacidade de produção de energia, problemas com
abastecimento rural e urbano, etc.
2 - O Solo em Perspectiva

Ao longo da história, o solo tem sido um elemento


bastante familiar ao homem, do qual ele sempre
dependeu para satisfazer sua necessidades básicas de
locomoção, abrigo e alimentação. Assim, os conceitos
de solo são quase tão variados quanto as atividades
humanas que nele se desenvolvem.
Gênese do solo

Os agentes de intemperismo atuam na rocha de


cima para baixo. À medida que aumenta a intensidade
de intemperismo, formam-se camadas mais ou menos
paralelas à superfície, chamadas horizontes A, B, C e
R.
A ideia de que os solos são resultantes de ações
combinadas dos fatores clima, organismos, material
de origem e idade, foi inicialmente elaborada por
DOKOUCHAIEV, por volta de 1877. Em 1941 o
suíço, radicado nos E.U.A., Hans Jenny, ressaltou o
relevo como fator adicional, e seguiu também uma
equação, segundo a qual a formação de um
determinado solo (ou propriedade específica do
mesmo) pode ser representada com o seguinte modelo:
Solo = f (clima, organismos, material de origem, relevo e tempo).
Clima – climas quentes e úmidos tendem a
desenvolver solos mais profundos devido o acelerado
processo de intemperismo, diferente de climas frio ou
secos.
Organismos vivos
microrganismos - além de
causarem a aeração do solo
sua carcaça em decomposição
auxilia na união de partículas
do solo;
vegetais - a ação das raízes
auxilia na penetração de água
ou na sua retirada e água, além
da adição de matéria orgânica;
animais – cavando criando dutos, misturando as matéria do
solo, além de sua carcaça decomposta contribuir para a
formação do húmus;
Homem – agricultura, irrigação, aração, defensivos
agrícolas, etc.
Mat. Origem – rochas ígneas, metamórficas e sedimentares.

Rocha Ígnea escura (basalto), originando-se de


recente erupção vulcânica

Exemplo de sedimento consolidados, nos quais o


solo iniciam seu desenvolvimento Aluvião no rio
Paraguai.
Relevo – dependendo da morfologia da vertente e da posição
(voltada para o norte ou para o sul, mais evidenciada em altas
latitudes). Abaixo do Trópico de Capricórnio, por exemplo, no
estados da região sul e Mato Grosso do Sul, nota-se que as
faces do relevo mais elevado voltadas para o norte são mais
quentes mais secas, gerando solos mais rasos.
Posição preferencial dos principais tipos de solos na paisagem,
mostrando a espessura .de cada perfil, relacionada com a taxa
pedogênese/erosão.
Tempo – o tempo variará do tipo de rocha e das condições
climáticas. Em 1699, o cientista Akintzev, analisou as ruínas
de um forte abandonado, na Ucrânia, construído com rocha
calcária em 1362. Ele notou a formação de um perfil de 30cm.
Calculando o tempo, chegou a conclusão que, sob aquelas
condições específicas, o solo se forma cerca de 12cm a cada
100 anos.
Assim, pouco a pouco, a ação de um conjunto de
fenômenos biológicos, físicos e químicos o solo
começam a formar uma série de camadas sobreposta
de aspectos e constituição diferentes. Essas camadas
são aproximadamente paralelas a superfície e
denominadas de Horizontes.

O conjunto de horizontes, em um corte vertical que


vai da superfície até o material semelhante ao que deu
origem ao solo é chamado de perfil do solo.
Assim, um perfil de solo bem definido apresenta os
horizontes mais ou menos organizados lateralmente e
definidos pelas letras: O, A, (E) e B, solo e C e R,
Regolito. (LEPSCH, I. F., 2002).
Determinada área de um solo tal como ocorre na natureza (corpo do solo), com sua
amostra representativa tridimensional (pedon), que é representada pela sua seção
transversal (perfil do solo). Segundo Simonson (4), modificado por Ruhe (3).
Horizontes

Denominado de “volumes pedológicos”, são


definidos como camadas do solo mais ou menos
paralelos a superfície com características
produzidas pelos processos de formadores do
solo.
Final da ravina, alto curso do Bom Jardim, reserva
indígena Ofaié-Xavante.

Perfil 1 – Interior da ravina no alto curso


do Bom Jardim, na reserva indígena
Ofaié-Xavante.
Barranca do córrego Aviação, em seu médio
curso, margem esquerda, a cerca de 10 km da
cidade de Brasilândia, em direção a sua Foz.
Perfil_6 Perfil 6.

Barranco à margem esquerda do córrego


Aviação, perfil 6.
Fenômenos que reduzem a fertilidade e causam perda de solo

Erosão: consiste, basicamente, na perda de solo, ou seja, no


transporte de variadas porções de solo para áreas mais baixas.
Erosão pode ser pluvial ou eólica.

Lixiviação: consiste no transporte da parte solúvel do solo, afeta,


principalmente, a disponibilidade de nutrientes.

Desertificação: é resultado da perda de umidade em uma grande


área.

Arenização: perda da matéria orgânica, fazendo com que áreas de


diferentes tamanhos tornem-se bancos de areia.

Salinização: é o acúmulo, no solo, de sais minerais acima do limite


desejável, o que se deve à irrigação intensiva em áreas muito secas.
Algumas práticas que podem diminuir o impacto sobre os solos
são:

Sistema de Plantio Direto (SPD): proteger o solo da chuva e do sol


intenso. O próximo plantio é realizado diretamente sobre essa palha.

Terraceamento e curvas de nível: desenha-se no solo as curvas de


nível (linhas de mesma altitude) ou mesmo grandes terraços, de modo
que direcione a água das chuvas, evitando enxurradas e, assim,
dificultando a erosão.

Rotação de culturas: Quando varia o tipo de cultivo, não esgote


alguns nutrientes específicos.

Adubação verde: uso de plantas (principalmente leguminosas) que


tenham a capacidade de recuperar os nutrientes do solo,
principalmente o nitrogênio e o carbono.
COMPOSIÇÃO DO SOLO

Os horizontes do solo são constituído de quatro componentes:


partículas minerais, matéria orgânica, água e ar, os quais
estão muito misturados.

(LEPSCH, 2002).
Os minerais corresponde aos da rocha que
originou-lhe, podendo ser primário ou secundário
alterados polos processos intempéricos e com
granulometria variadas que vão desde Calhaus,
cascalho (seixos), grânulos, areia (grossa, média e
fina), silte (limo) e argila. Para realizar a separação é
necessário trabalhos em laboratório.
O ar ocupa os espaços entre os minerais os
chamados poros e macroporos, abastecendo de O2 as
plantas por meio das raízes e os pequenos animais e
microrganismos.
A água no solo abastece os seres vivos e as plantas
na porção superficial. A sua presença no solo se faz
ocupando os poros antes ocupado pelo ar. O contato da
água com os minerais provoca a dissolução de alguns
minerais solúveis como o caso da habilita e ao
percolar para horizontes inferiores carrega consigo
esse material, além de promover o processo de
oxidação de determinados minerais como o ferro e o
manganês e a hidrólise, (quebra da água) quebra dos
íons dos minerais silicatados, ricos em silício. Essa
reação pode geram um material secundário, como por
exemplo quando ocorre no feldspato potássico, que
pode geram ilita, caolinita ou gibsita. (PORTO, 1996).
De acordo com conteúdo e a natureza da retenção
de água, reconhece-se três estados de umidade do solo:
molhado, úmido e seco.
Matéria orgânica é proveniente da decomposição
de restos vegetais e de carcaça de animais, que é de
fundamental importância para dar energia de outros
seres vivos presente no solo, responsáveis pela aeração
do solo e a produção de húmus e que também serve
para promover a formação de agregados.
BIBLIOGRAFIA
LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina
de Textos, 2002.

MONIZ, A. C. Elementos de Pedologia. Rio de Janeiro: Livros


Técnicos e Científicos, 1995.

IBGE, Manual Técnico de Pedologia. Rio de Janeiro: Manuais


Técnicos em Geociências, 2007.

Derli Prudente Santana. Manejo Integrado de Bacias Hidrográficas


Sete Lagoas: Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo. Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sete Lagoas, MG, 2003. 63p.
PEDOCOMPARADOR
Arranjamento de notações e padrões de cores em uma carta de cores para solos

A determinação da cor é feita


pela comparação de uma
amostra de solo com uma
escala de cores. A escala de
cores mais usada é a Carta de
Cores Munsell para Solos.

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