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FORMAÇÃO DE

PREGOEIRO

@ecg_tcerj
tcerj.tc.br/web/ecg
EscoladeContaseGestãoTCERJ
CRÉDITOS
Escola de Contas e Gestão – TCE/RJ

EQUIPE EXECUTIVA EQUIPE TÉCNICA


DIREÇÃO GERAL AUTORIA
Karen Estefan Dutra André Luís da Silva Nascimento

ASSESSORIA PEDAGÓGICA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA


Marcia Araujo Calçada Dalva Stella Pinheiro da Cruz
Marcia Araujo Calçada
COORDENADORIA ACADÊMICA Máira Conceição Alves Pereira
Mauricio Nunes Rodrigues Erick Santana Raymundo (estagiário)
Juliana de Almeida Gomes (estagiária)
COORDENADORIA DE CAPACITAÇÃO
João Paulo Menezes Lourenço GESTÃO DE PROJETOS EDUCACIONAIS
Rachel Constant Vergara Mann
COORDENADORIA DE DOCUMENTAÇÃO
Ricardo de Oliveira Razuk

COORDENADORIA DE ESTUDOS E PESQUISAS


Rosa Maria Chaise

SECRETARIA DA ECG
José Sigberto da Silva Junior

Novembro/2020

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Este material didático destina-se exclusivamente ao uso interno da ECG/TCE-RJ.

O material didático fornecido pela ECG/TCE-RJ tem caráter meramente educativo e


não vincula as decisões do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, sendo o
respectivo conteúdo de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor.

(Deliberação TCE nº 243/2007)

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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS.................................................................................. 7

MÓDULO II – FASES DO PREGÃO.....................................................66

2.1 – FASE INTERNA (PREPARATÓRIA) DO PREGÃO.....................69

2.1.1 – Requisição do objeto...................................................... 70

2.1.2 – Estudo técnico preliminar (ETP)..................................... 71

2.1.3 – Definição do objeto/elaboração do termo de referência.72

2.1.4 – Pesquisa de mercado...................................................... 76

2.1.5 – Verificação da disponibilidade orçamentária................ 78

2.1.6 – Definição da modalidade pregão e tipo de licitação.... 78

2.1.7 – Elaboração do edital....................................................... 78

2.1.8 – Designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio..... 82

2.1.9 – Exame e aprovação do edital pela Assessoria Jurídica......82

2.1.10 – Sugestão de fluxo da fase interna (Preparatória)....... 83

2.2 – FASE EXTERNA DO PREGÃO NAS FORMAS PRESENCIAL E


ELETRÔNICA ......................................................................................85

2.2.1 – Convocação..................................................................... 86

2.2.2 – Credenciamento.............................................................. 91

2.2.3 – Sessão pública do pregão .............................................. 93

2.2.4 – Fase recursal.................................................................. 120

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.5 – Adjudicação................................................................... 126

2.2.6 – Homologação da Licitação........................................... 128

CONCLUSÃO.....................................................................................136

REFERÊNCIAS....................................................................................137

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

LISTA DE SIGLAS
SIGLA DESCRIÇÃO
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CF Constituição Federal

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CPL Comissão Permanente de Licitação

DF Distrito Federal

DNRC Departamento Nacional do Registro do Comércio

EPP Empresas de Pequeno Porte

ETP Estudo Técnico Preliminar

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

LC Lei Complementar

LGL Lei Geral de Licitações

ME Microempresas

MEI Microempreendedor Individual

ONGs Organizações não governamentais

SEGES Secretaria de Estado de Gestão

SICAF Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores

SIGA Sistema Integrado de Gestão de Aquisições

SISG Sistema de Serviços Gerais

STF Supremo Tribunal Federal

TCE- RJ Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

TCU Tribunal de Contas da União

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MÓDULO II – FASES DO PREGÃO

MÓDULO II
FASES DO PREGÃO

FORMAÇÃO DE PREGOEIRO
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

MÓDULO II – FASES DO PREGÃO


Todos os processos de licitação devem ser realizados de acordo com
procedimentos e princípios determinados pela lei, que visam padronizar a
contratação com o poder público e garantir a escolha da proposta mais vantajosa.
No pregão – presencial ou eletrônico – os procedimentos ocorrem em duas fases,
que, por sua vez, são compostas de subfases e atos que variam de acordo com a
modalidade adotada.

A primeira fase é definida pela preparação do procedimento licitatório. Essa


fase interna ou preparatória começa com a instauração do processo administrativo
licitatório, após um agente público manifestar a necessidade de uma futura
contratação e a Autoridade Competente autorizar a abertura do processo.

Na fase interna é realizado todo o desenvolvimento do processo licitatório.


Nela ocorre a definição da justificativa para a contratação e das estimativas de
custos, a descrição do objeto do futuro contrato e a indicação da modalidade de
licitação. Neste momento é fundamental detalhar as condições de participação do
certame e de aceitação da proposta, como requisitos de participação, qualificação
técnica, julgamento e sanções. São designados o pregoeiro e a equipe de apoio.

A fase externa tem início a partir da divulgação da licitação para o público


interessado, por meio da publicação do aviso da licitação. Assim, neste momento
os interessados em contratar com o poder público entram no processo. Essa
fase é composta pelas seguintes subfases: publicação do aviso da licitação,
credenciamento dos licitantes, classificação/julgamento, habilitação, recursos,
adjudicação e homologação, terminando com a contratação do fornecimento do
bem ou da prestação do serviço.

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FASE INTERNA OU FASE EXTERNA
PREPARATÓRIA

1ª fase - definida pela preparação 2ª fase – composta por todos os


do procedimento licitatório. atos e procedimentos do processo
licitatório, a partir da publicidade da
licitação.
COMPREENDE: COMPREENDE:
- instauração do processo - publicação do aviso da licitação;
administrativo; - credenciamento dos licitantes;
- definição da justificativa para a - classificação/julgamento;
contratação; - habilitação;
- elaboração do Estudo Técnico - recursos;
Preliminar, quando for o caso; - adjudicação;
- elaboração do Termo de - homologação
Referência; - contratação do fornecimento do
- indicação da modalidade de bem ou da prestação do serviço.
licitação;
- estimativas de custos;
- elaboração do edital;
- reserva orçamentária;
- designação do pregoeiro e da
equipe de apoio (caso a
modalidade licitatória seja o
pregão);
- análise da Assessoria Jurídica.

O pregão apresenta diferenças significativas em relação às outras


modalidades de licitação, especialmente na inversão dos atos relativos às
habilitações e propostas. No pregão, o julgamento das habilitações é posterior ao
julgamento das propostas e lances.

Outro diferencial é a redução de recursos. No pregão, embora haja a


possibilidade de impugnação do edital, o legislador reduziu para um recurso
apenas, que deve ser manifestado imediatamente e motivadamente depois de

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

anunciado o vencedor, sendo concedido ao recorrente o prazo de três dias para


apresentar suas razões. Os procedimentos da fase externa nos formatos presencial
e eletrônico também apresentam algumas diferenças. A partir de agora você verá
cada uma das fases do pregão em detalhes.

2.1 – FASE INTERNA (PREPARATÓRIA) DO


PREGÃO
A etapa preparatória é a fase de maior relevância para o sucesso da licitação
e o alcance de seu objetivo principal: a seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração.

Os procedimentos deverão ser executados com o envolvimento de todos


os servidores que participam da logística de fornecimento do órgão público, sob
supervisão da autoridade competente.

Os atos realizados nesta fase são:

1 Requisição do objeto

2 Estudo Técnico Preliminar - ETP (quando for o caso)

3 Definição do objeto/Elaboração do Termo de Referência

4 Aprovação do ETP/termo de referência pela Autoridade Competente

5 Pesquisa de mercado

6 Verificação da disponibilidade orçamentária

7 Definição da modalidade pregão e tipo de licitação

8 Elaboração do edital

9 Designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio

10 Exame e aprovação do edital pela assessoria jurídica

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Conhecendo a Lei

Confira as regras da fase preparatória do pregão no regulamento das


formas presencial e eletrônica:

Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000 (art. 8 e incisos)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3555.htm

Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019 (art. 14)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/
D10024.htm

Conheça, com mais detalhes, cada um desses atos da fase interna do pregão:

2.1.1 – REQUISIÇÃO DO OBJETO

O processo da licitação é iniciado com a abertura do processo administrativo,


quando é apresentada a necessidade de a instituição adquirir produtos, contratar
serviços ou executar obras. É importante ressaltar que, antes do processo
administrativo da licitação, ocorre a requisição do objeto, que se trata de uma
indicação resumida do objeto da licitação e do recurso próprio para a despesa.
Neste momento não é necessária uma descrição detalhada do objeto da licitação
por parte do agente público do setor interessado, pois tal detalhamento será feito
pelas áreas competentes – para a elaboração do edital (AMORIM, 2017).

Para atender à determinação de recurso próprio para a despesa, é


necessária uma previsão orçamentária “pré-empenho”. Assim, para que ocorra
a licitação, a Lei nº 8.666/1993 exige uma “previsão de recursos orçamentários
que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a
serem executados no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma” (BRASIL, 1993).

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

A Administração deve especificar, por fonte e dotação, os recursos que


serão utilizados para comprar um bem comum, realizar uma obra ou contratar um
serviço que está sendo licitado, de acordo com a rubrica orçamentária.

Na sequência, depois da descrição sucinta do objeto e da indicação dos


recursos necessários para a despesa, o processo precisa ser autorizado pela
autoridade competente, quando ocorrerá a abertura do procedimento licitatório.
Então, o documento será formalizado com a autuação, protocolização e numeração
dos autos administrativos (AMORIM, 2017).

Atenção

As informações iniciais sobre o objeto são fundamentais para justificar


a necessidade de contratação e embasar a decisão da autoridade
competente sobre a nova aquisição. Para Fernandes (2005), a
justificativa deve responder às seguintes questões:

• Por que precisa?


• Qual é o consumo previsto?
• De qual quantidade precisa?

2.1.2 – ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR (ETP)

O estudo técnico preliminar (ETP) deve conter uma análise da viabilidade da


contratação e, diante de um parecer positivo, fundamentar o Termo de Referência,
além de ser incluído no processo licitatório, de acordo com as diretrizes do art.
3º, inciso IV, do Decreto nº 10.024/2019, que regulamenta o pregão na forma
eletrônica, e as exigências contidas na Lei nº 8.666/1993, em especial, no art. 6º,
inciso IX e na Instrução Normativa nº 05/2017, para os órgãos da Administração
Pública Federal, da Adminsitração Direta, Autárquica e Fundacional.

O ETP deve ser elaborado pelo setor requisitante em conjunto com


técnicos especialistas do setor de logística de compras. Esse documento aborda
as necessidades ou problemas a serem atendidos/superados, quais benefícios a
contratação trará, as justificativas da contratação e as características do objeto da
contratação.

71
Saiba Mais

Na prática, o ETP deve ser utilizado em contratações com valor de


maior vulto ou nível de complexidade, sendo dispensável em casos
como aquisições de produtos e serviços padronizados, ou de valor
baixo, de acordo com a governança interna de cada órgão.

2.1.3 – DEFINIÇÃO DO OBJETO/ELABORAÇÃO DO TERMO DE


REFERÊNCIA

O documento-base para a elaboração do edital de licitações na modalidade


pregão é o Termo de Referência, que estabelece as condições para a aquisição ou
prestação de serviço pretendida.

Quem elabora o Termo de Referência é o órgão (ou setor) requisitante a


partir de um levantamento sobre o objeto a ser contratado ou do estudo técnico
preliminar.

Este documento deve caracterizar o objeto da contratação de forma


clara, suficiente e precisa, apresentando também as condições da licitação e da
contratação.

As finalidades do Termo de Referência são:


- Demonstrar as necessidades da Administração.
- Especificar o objeto, conforme especificações usuais no mercado (diligenciar
perante os fornecedores).
- Avaliar o custo financeiro da contratação (a referência de preço é uma
estimativa prévia).
- Orientar a formulação da proposta pelo licitante.
- Balizar a cotação de preços.
- Orientar o pregoeiro e a Comissão de Licitação na sessão pública da licitação;
- Orientar o recebimento do material ou do serviço.
- Orientar o gerenciamento e a fiscalização da execução do contrato (MINAS
GERAIS, 2019).

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Atenção

Uma vez que o pregoeiro deve utilizar o Termo de Referência como


base de orientação na sessão de licitação, é importante que ele estude,
com antecedência, todas as especificações contidas no documento
de cada pregão que irá conduzir.

Basicamente, o Termo de Referência deve apresentar as seguintes especificações


(MINAS GERAIS, 2019):

Indicação do objeto Justificativa (motivação) da


contratação
Especificação do objeto
Requisitos necessários
Critérios de aceitabilidade da
proposta (no caso de amostra,
Critérios de aceitabilidade do
folder e catálogo)
objeto (recebimento do objeto)
Estimativa de valor da contratação e
dotação orçamentária e financeira Condições de execução (métodos,
para a despesa estratégias e prazos de execução e
garantia)
Obrigações das partes envolvidas
(contratada e contratante)
Gestão do contrato

Fiscalização do contrato
Condições de pagamento

Vigência do contrato
Sanções contratuais

Condições gerais
Orçamento detalhado estimado
em planilha com preço unitário e
Cronograma físico-financeiro (se
valor global
for o caso.

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Veja no Decreto Federal nº 3.555/2000 a regulamentação sobre o Termo de
Referência no pregão presencial e no Decreto nº 10.024/2019 a regulamentação
sobre o Termo de Referência no pregão eletrônico:

Conhecendo a Lei

Decreto nº 3.555/2000

Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes


regras:

I - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e


clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou a realização do
fornecimento, devendo estar refletida no termo de referência;

II - o Termo de Referência é o documento que deverá


conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela
Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os
preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia
de suprimento e o prazo de execução do contrato;

III - a autoridade competente ou, por delegação de competência,


o ordenador de despesa ou, ainda, o agente encarregado da compra
no âmbito da Administração, deverá:

a) definir o objeto do certame e o seu valor estimado em


planilhas, de forma clara, concisa e objetiva, de acordo com o Termo
de Referência elaborado pelo requisitante, em conjunto com a área
de compras, obedecidas as especificações praticadas no mercado
(BRASIL, 2000).

Decreto nº 10.024/2019

Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

XI - termo de referência - documento elaborado com base nos


estudos técnicos preliminares, que deverá conter:

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela


administração pública, a partir dos padrões de desempenho e
qualidade estabelecidos e das condições de entrega do objeto, com
as seguintes informações:

1. a definição do objeto contratual e dos métodos para a


sua execução, vedadas especificações excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, que limitem ou frustrem a competição ou a realização
do certame;

2. o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em


planilhas, de acordo com o preço de mercado; e

3. o cronograma físico-financeiro, se necessário;

b) o critério de aceitação do objeto;

c) os deveres do contratado e do contratante;

d) a relação dos documentos essenciais à verificação da


qualificação técnica e econômico-financeira, se necessária;

e) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do


contrato ou da ata de registro de preços;

f) o prazo para execução do contrato; e

g) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.

§ 1º A classificação de bens e serviços como comuns depende


de exame predominantemente fático e de natureza técnica.

§ 2º Os bens e serviços que envolverem o desenvolvimento de


soluções específicas de natureza intelectual, científica e técnica, caso
possam ser definidos nos termos do disposto no inciso II do caput,
serão licitados por pregão, na forma eletrônica (BRASIL, 2019).

75
Atenção

A aprovação do Termo de Referência pela autoridade competente


é obrigatória. Neste momento, ela avaliará e verificará a adequação
do termo às exigências legais e aos interesses supraindividuais,
responsabilizando-se por tal.

2.1.4 – PESQUISA DE MERCADO

As contratações públicas por procedimento licitatório, como o pregão,


devem ser obrigatoriamente precedidas de pesquisa de mercado, de acordo com
os arts. 15 e 43 da Lei nº 8.666/1993. Assim, a partir do conhecimento dos preços
de mercado do objeto a ser licitado, a Administração define o valor estimado a ser
gasto com a contratação pretendida (AMORIM, 2017).

A pesquisa de mercado verifica as exigências e condições do mercado


fornecedor do objeto a ser licitado (como especificações, qualidade, desempenho,
prazos de entrega, prestação, execução e garantia), e é realizada juntamente com
a pesquisa de preços (AMORIM, 2017).

Atenção

Na pesquisa de mercado, a Administração deve consultar fontes de


pesquisa capazes de representar o mercado, observando a atualidade
e a diversidade de fontes de pesquisas, tais como: contratações
similares de outros entes públicos, sites especializados ou de domínio
amplo, e pesquisa com os fornecedores.

Segundo Amorim (2017), a análise dos preços coletados deve ser feita de
forma crítica, principalmente quando houver uma grande variação entre os valores
apresentados. Para desconsiderar os preços inexequíveis ou excessivamente
altos, deve-se adotar critérios fundamentados e que sejam descritos no processo
administrativo.

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FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Ainda de acordo com Amorim (2017), para chegar ao preço de referência


para a contratação recomenda-se a utilização da média, da mediana ou do menor
dos valores obtidos na pesquisa de preços – contanto que o cálculo incida sobre
um conjunto de três ou mais preços (lembrando que se deve desconsiderar tanto
os valores inexequíveis quanto os excessivamente altos).

Sobre pesquisa de mercado, confira o enunciado da Súmula TCE-RJ nº 02


de 2018:

As pesquisas de mercado realizadas previamente às contratações


no âmbito da Administração Pública não devem se limitar a cotações
obtidas junto a potenciais fornecedores, devendo obedecer aos critérios
de amplitude e diversificação, de maneira a possibilitar o acesso a fontes
de pesquisa variadas e a obtenção das melhores condições de preço,
respeitadas as limitações decorrentes da especificidade do objeto contratual
(RIO DE JANEIRO, 2018)

Saiba Mais

Conheça algumas orientações regulamentadoras sobre pesquisa de


preços:

Não constitui incumbência obrigatória da Comissão Permanente de


Licitação, do pregoeiro ou da autoridade superior realizar pesquisas de
preços no mercado e em outros entes públicos, sendo essa atribuição,
tendo em vista a complexidade dos diversos objetos licitados, dos
setores ou pessoas competentes envolvidos na aquisição do objeto.
Não cabe responsabilização por sobre preço de membros da CPL,
do pregoeiro ou da autoridade superior, quando restar comprovado
que a pesquisa foi realizada observando critérios técnicos aceitáveis
por setor ou pessoa habilitada para essa finalidade (Acórdão TCU
3.516/2007-1C).

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2.1.5 – VERIFICAÇÃO DA DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA

Depois de definido o valor estimado do objeto a ser licitado, a Administração,


com autorização da autoridade competente, realiza a reserva dos valores estimados
para o contrato no orçamento do órgão, com indicação da respectiva rubrica
orçamentária, em cumprimento às exigências legais.

Atenção

A Constituição Federal (art. 167, inciso II), as Leis Federais (art. 55,
da Lei nº 8.666/1993) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei nº
101/2000) proíbem qualquer ato licitatório que não tenha autorização
orçamentária.

2.1.6 – DEFINIÇÃO DA MODALIDADE PREGÃO E TIPO DE


LICITAÇÃO

Havendo orçamento para a contratação, a autoridade competente analisará


a necessidade da contratação apontada pelo setor interessado. Uma vez que a
contratação for autorizada, a autoridade competente encaminhará ao setor de
licitação, que fará a sugestão da modalidade a ser utilizada.

Ao constatar que o objeto a ser licitado é um bem ou serviço comum, o setor


de licitação deve definir pela modalidade pregão e o tipo de licitação será “menor
preço”, respeitando-se os prazos máximos para fornecimento, as especificações
técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital.

O documento será devolvido para a autoridade competente autorizar o


processo licitatório, que, ao retornar para a licitação, será autuado com o número
de ordem daquela modalidade de licitação e ano. Exemplo: Pregão nº 1/2019.

2.1.7 – ELABORAÇÃO DO EDITAL

O edital contém todas as informações básicas, as condições e os


procedimentos necessários ao processo licitatório, sendo o documento de

78
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

divulgação da licitação. A lei não define quem deve elaborar o edital. Segundo
Fernandes (2005), não é indicado que o pregoeiro assuma essa atividade – para
respeitar o princípio de segregação das funções na administração pública, já que
ele estaria concentrando atividades de execução e controle em um mesmo agente.

Saiba Mais

Na prática, o edital é elaborado pela Unidade Administrativa ou área


demandante da licitação, que conhece detalhadamente os bens ou
serviços a serem adquiridos, ou pelo setor específico responsável
pela elaboração do edital.

Conhecendo a Lei

De acordo com o art. 40 da Lei nº 8.666/1993, o edital deve, além de


indicar dia e hora da abertura da sessão pública, conter o seguinte:

I. objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II. prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos


instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato
e para entrega do objeto da licitação;

III. sanções para o caso de inadimplemento;

IV. local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V. se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital


de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI. condições para participação na licitação, em conformidade com os


arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII. critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII. locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à


distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações
necessárias ao cumprimento de seu objeto;

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IX. condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X. o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o


caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;

XI. critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo


de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

XII. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883 de 1994)

XIII. limites para pagamento de instalação e mobilização para execução


de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado
das demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV. condições de pagamento, prevendo:

a. prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da


data final do período de adimplemento de cada parcela;

b. cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade


com a disponibilidade de recursos financeiros;

c. critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde


a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do
efetivo pagamento;

d. compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e


descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e. exigência de seguros, quando for o caso;

XV. instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI. condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII. outras indicações específicas ou peculiares da licitação (BRASIL, 1993).

80
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Além disso, o edital deve conter alguns anexos que especificam


detalhadamente o objeto da licitação e fundamentam sua aquisição/contratação.
Veja quais são esses anexos:

Termo de Referência completo (com


desenhos, especificações e complementos)

Planilha de custo
EDITAL
Minuta do contrato

Especificações complementares e normas de


execução do pregão

Saiba Mais

A Lei nº 13.500/2017 trouxe uma novidade: a Administração Pública,


“nos editais de licitação para a contratação de serviços”, pode exigir
do licitante ou contratado que “um percentual mínimo de sua mão de
obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional”. Essa possibilidade
está de acordo com os atuais princípios que estão sendo aplicados
à Administração Pública – no sentido de valorização dos direitos
humanos.

Por fim, o edital, deverá ser datado e rubricado em todas as suas folhas,
e firmado pela autoridade que o expedir. Logo após, deve ser acompanhado de
parecer jurídico expedido pelo órgão licitante.

81
2.1.8 – DESIGNAÇÃO DO PREGOEIRO E DE SUA EQUIPE DE
APOIO

Como você viu anteriormente, a designação do pregoeiro e da equipe de


apoio é feita pela Autoridade Competente. De acordo com o art. 3º, inciso III, da
Lei nº 10.520/2002, a Autoridade Competente designará, entre os servidores do
órgão ou entidade promotora da licitação, preferencialmente dentre os do quadro
permanente, o pregoeiro e a respectiva equipe de apoio. O pregoeiro tem, dentre
outras, as seguintes atribuições:

• Recebimento das propostas e lances.


• Análise da sua aceitabilidade e classificação.
• A habilitação e adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
Essas nomeações devem ser registradas em um instrumento utilizado pelo
órgão para este fim. De acordo com o art. 8, inciso VI, do decreto nº 10.024/2019,
deverá constar dos autos do processo relativo ao pregão a “Designação do
pregoeiro e da equipe de apoio” (BRASIL, 1993).

2.1.9 – EXAME E APROVAÇÃO DO EDITAL PELA ASSESSORIA


JURÍDICA

As minutas dos editais de licitação devem ser previamente examinadas e


aprovadas pelo órgão de assessoria jurídica da Administração, antecedendo a
divulgação do edital, de acordo com o art. 38 da Lei Geral de Licitações (LGL),
que se aplica de forma subsidiária ao pregão, conforme dispõe o art. 9º da Lei nº
10.520/2002.

Conforme Amorim (2017), o parecer da assessoria jurídica, apesar de


obrigatório, não submete a autoridade superior – quem realmente detém a
competência para autorizar o procedimento licitatório e, ao aprovar a minuta,
transforma o documento em edital propriamente dito.

Atenção

A assessoria jurídica dará seu parecer, que deve constar do processo


licitatório, porém, a autoridade superior não fica obrigada a decidir
conforme o parecer da assessoria jurídica.

82
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Para que se compreenda a independência da autoridade em relação ao


parecer jurídico, é importante lembrar que os agentes públicos decidem conforme
os limites da lei. Esse limite para decidir (concedido pela lei) é chamado de poder
discricionário. O agente público – que deve decidir com discricionariedade, e
não arbitrariedade – não se submete a atos nos quais não reconheça validade ou
correção, como, por exemplo, um parecer jurídico que não respeite a lei.

Assim, a responsabilidade funcional e pessoal acompanha a


discricionariedade de forma que, aprovando ou não a minuta ou Termo de
Referência, a autoridade o fará com fundamentação adequada e independência
funcional.

2.1.10 – SUGESTÃO DE FLUXO DA FASE INTERNA


(PREPARATÓRIA)

Apresentamos uma sugestão de fluxo das etapas da fase interna, porém,


cabe ressaltar que este fluxo pode sofrer alteração da ordem dos atos, nos termos
da regulamentação interna de cada órgão. Por exemplo, há órgãos em que o
bloqueio orçamentário acontece antes da confecção do edital. Em outros órgãos,
é exigida a manifestação do órgão de controle interno antes da inauguração da
fase externa da licitação.

83
Pedido de
requisição
do objeto

Estudo Preliminar
Técnico

Definição do objeto / Elaboração do Se o pedido por considerado


Termo de Referência inviável, a requisição é cancelada
ou guardada

Aprovação do Termo de Referência

Pesquisa de mercado
Indisponibilidade orçamentária
Disponibilidade orçamentária
Definição por outra modalidade
Definição pela modalidade pregão e e tipo de licitação
tipo de licitação

Elaboração do edital

Designação do pregoeiro e equipe de


apoio

Exame e aprovação do edital pela


equipe de assessoria jurídica

84
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2 – FASE EXTERNA DO PREGÃO NAS FORMAS


PRESENCIAL E ELETRÔNICA
A fase externa do pregão é iniciada com a convocação, que consiste na
publicação do aviso de edital de licitação para que os potenciais interessados em
participar do certame se informem e tomem as devidas providências para garantir
sua participação.

Atenção

Nesta fase, a operacionalização do pregão presencial se diferencia do


pregão eletrônico de modo relevante.

Como as plataformas utilizadas neste tipo de licitação possuem certa


padronização, a fase externa no formato eletrônico tem procedimentos
automatizados pelo sistema. Sendo assim, o pregoeiro deve possuir conhecimentos
mínimos do ambiente virtual eletrônico, além da chave de identificação e senha de
acesso pessoal.

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2.2.1 – CONVOCAÇÃO

A partir dela, os interessados tomam conhecimento da licitação para que, na data


agendada para a sessão pública, possam apresentar suas propostas e os documentos de
habilitação necessários, realizando o credenciamento para sua participação no certame.
No aviso da licitação deverá constar a definição do objeto da licitação e a indicação do
local (inclusive endereço eletrônico, se for o caso), datas e horários em que poderá ser
obtida ou acessada a íntegra do edital.

2.2.1.1 – Regras para a publicação do aviso de edital nos meios de


comunicação

A convocação é a publicação do aviso de edital que comunica a inauguração


da fase externa de abertura do pregão.

Um dos atos da fase externa do pregão é seguir as regras para a publicação do


aviso do edital nos meios de comunicação. Veja o quadro abaixo:

LOCAL DE PUBLICAÇÃO
PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO ELETRÔNICO
VALORES
(DECRETO 3.555/2000) (DECRETO nº 10.024/2019)

- Diário oficial
Até R$ 160 mil
- Internet
- Diário oficial
Acima de R$ 160 mil - Internet
até R$ 650 mil - Jornal de grande circulação
- Diário oficial
local
- Sítio eletrônico oficial do
- Diário oficial órgão
Acima de R$ 650 mil
- Internet
- Jornal de grande circulação
regional ou nacional

O comprovante de publicação do aviso do edital da licitação deve ser anexado


ao processo.

86
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.1.2 – Prazo para apresentação das propostas

Após a publicação do aviso de edital começa a contagem do prazo para os


licitantes elaborarem as propostas e organizarem os documentos de habilitação.
De acordo com a lei, este período não pode ser inferior a 8 dias úteis, tanto para
o pregão presencial quanto para o eletrônico. Confira um exemplo de contagem
deste prazo:

Dia 7 – publicação do aviso do edital


Dia 8 – 1º dia útil (quarta-feira)
Dia 9 – 2º dia útil (quinta-feira)
MAIO
D S T Q Q S S
Dia 10 – 3º dia útil (sexta-feira)
AVISO DO
Dia 11 – sábado não há expediente
EDITAL
no órgão licitante DATA
LIMITE
Dia 12 – domingo não há expediente
no órgão licitante
Dia 13 – 4º dia útil (segunda-feira)
Dia 14 – 5º dia útil (terça-feira)
Dia 15 – 6º dia útil (quarta-feira)
Dia 16 – 7º dia útil (quinta-feira)
Dia 17 – 8º dia útil (sexta-feira) –
data mínima para marcar a sessão
de licitação na modalidade pregão

Saiba Mais

De acordo com Fernandes (2005), a prática tem sido estabelecer


a data de abertura da sessão para um ou dois dias após o tempo
mínimo legal. O objetivo é evitar contratempos, por exemplo, na
remessa ou publicação do aviso.

O prazo mínimo também poderá ser ampliado em razão do objeto e da

87
complexidade da licitação. É importante ressaltar que no pregão eletrônico, antes
da publicação do aviso de edital, o pregoeiro deve fazer o cadastro da licitação na
plataforma indicada no edital – para garantir que os licitantes consigam encaminhar
suas propostas e os documentos de habilitação por meio eletrônico.

2.2.1.3 – Esclarecimentos

Logo após a convocação, qualquer pessoa pode solicitar esclarecimentos


sobre alguma cláusula do edital que tenha gerado dúvida). Assim, o pedido de
esclarecimento é uma necessidade de compreender melhor os aspectos abordados
no edital – ou seja, não se trata de um ato contrário às cláusulas do edital.

2.2.1.3.1 – Esclarecimentos no pregão presencial

No pregão presencial, os pedidos de esclarecimento poderão ser feitos por


qualquer pessoa no prazo de até 2 dias úteis antes da data fixada para recebimento
das propostas. Cabe ao pregoeiro responder no prazo de 24 horas.

2.2.1.3.2 – Esclarecimento no pregão eletrônico

Os pedidos de esclarecimentos devem ser encaminhados em até 3 dias úteis


antes da data de abertura da sessão pública. Devem ser feitos somente na forma
definida no edital. O pregoeiro tem 2 dias úteis para respondê-los, contados da data
de recebimento do pedido, e poderá requisitar subsídios formais aos responsáveis
pela elaboração do edital e dos anexos. As solicitações de esclarecimento e
respectivas respostas deverão ser publicadas pelo pregoeiro em campo específico
no sistema e devem vincular a Administração e os licitantes.

2.2.1.4 – Impugnação

Logo após a convocação, qualquer pessoa pode impugnar o ato


convocatório. A impugnação é o ato pelo qual qualquer pessoa provoca a revisão
do ato convocatório por parte da Administração Pública, contribuindo para que o
edital respeite os limites da lei. Assim, qualquer pessoa pode se opor a eventuais
ilegalidades nas cláusulas do certame e requerer a correção dos possíveis vícios.

2.2.1.4.1 – Impugnação no pregão presencial

A lei determina que no pregão presencial os pedidos de impugnação podem


ser feitos por qualquer pessoa no prazo de até 2 dias úteis antes da data fixada
para recebimento das propostas. Cabe ao pregoeiro decidir no prazo de 24 horas.

88
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.1.4.2 – Impugnação no pregão eletrônico

O pedido de impugnação poderá ser feito por qualquer pessoa até 3 dias
úteis antes da data de abertura da sessão pública, por meio eletrônico, na forma
prevista no edital. O pregoeiro, com o auxílio do setor responsável pela elaboração
do edital e dos anexos, tem o prazo de 2 dias úteis, contados a partir de sua data
de recebimento, para decidir sobre a impugnação.

A plataforma on-line onde ocorrerá o pregão possui um campo específico


para o pregoeiro registrar os pedidos de impugnação juntamente com as
respectivas respostas.

A análise processada pelo pregoeiro deverá observar os pressupostos de


admissibilidade e o mérito dos argumentos apresentados.

Com relação ao pressuposto de admissibilidade, cabe ao pregoeiro analisar


se o prazo legal foi e deverá decidir pelo conhecimento da impugnação caso ela
tenha sido impetrada dentro do prazo legal, ou pelo não conhecimento, caso o
demandante não tenha observado o prazo legal.

Ultrapassada a análise dos requisitos de aceitabilidade, cabe ao pregoeiro se


manifestar quanto ao mérito da impugnação, que deverá ocorrer de dois modos:
provimento da impugnação ou não provimento da impugnação.

PROVIMENTO DA
IMPUGNAÇÃO

NÃO PROVIMENTO
DA IMPUGNAÇÃO

No provimento da impugnação, o pregoeiro reconhece a irregularidade,


encaminha o processo para o setor competente corrigir os vícios apresentados
e publica nova data para a licitação, ressaltando que a correção dos vícios pode
ensejar a necessidade de nova fase de cotação de preços, no caso de alteração
das especificações, nova análise jurídica, dentre outras ações a serem analisadas
no caso concreto.

89
Quanto ao não provimento da impugnação, a administração não atende
aos termos do impugnante e dá prosseguimento à licitação.

Cabe mencionar que o Decreto nº 10.024/2019 não estabelece efeito


suspensivo à impugnação, contudo, o pregoeiro poderá conceder tal efeito,
excepcionalmente, desde que fundamentado nos autos do processo de licitação.
Se a impugnação for acolhida, uma nova data para realização do pregão será
definida e publicada.

Atenção

O Ato Normativo nº 181/2019 TCE-RJ estabelece que o período de


impugnação dos termos do edital de convocação do pregão é de
“até 3 (três) dias úteis anteriores à data fixada para a abertura da
sessão pública”.

2.2.1.5 – Divergências sobre o prazo para entrega da impugnação

Quanto à contagem do prazo para a impugnação do edital, existem duas


correntes diferentes. No entendimento do Tribunal de Contas da União, o prazo final
para apresentação da impugnação recai até o final do expediente do 2º ou 3º dia
útil que antecede a abertura da licitação, a depender da forma de processamento
do pregão. Assim, considerando o exemplo mencionado anteriormente, temos:

15 MAIO 16 MAIO 17 MAIO


2º dia útil 1º dia útil Dia da Sessão
ÚLTIMO DIA (EXCLUÍDO DA
PARA IMPUGNAR CONTAGEM)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Segundo o TCU, as impugnações apresentadas até o final do expediente


do dia 15/05 deverão ser conhecidas, já que cumpriram o requisito de prazo
estipulado no regulamento do pregão presencial. O mesmo entendimento deve
ser aplicado para o pregão eletrônico, considerando-se o prazo limite de até 3 dias
úteis antes da abertura da sessão, ou seja, até o final do expediente do dia 14/05.

90
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Já Fernandes (2005) entende que se deve excluir da contagem os dois ou


três dias úteis antes da sessão, a depender da forma de processamento do pregão,
sendo o último dia para impugnação o 3º ou 4º dia útil. Assim, ainda considerando
o exemplo já citado, temos:

13 MAIO 14 MAIO 15 MAIO 16 MAIO 17 MAIO


ÚLTIMO DIA ÚLTIMO DIA 2º dia útil 1º dia útil Dia da Sessão
PARA IMPUGNAR PARA IMPUGNAR
(EXCLUÍDO DA
PREGÃO PREGÃO CONTAGEM)
ELETRÔNICO PRESENCIAL

Fonte: Adaptado de Fernandes (2005).

2.2.2 – CREDENCIAMENTO

O Credenciamento é o ato de identificação dos representantes legais dos


licitantes. O processo deste ato apresenta significativas diferenças entre os dois
formatos de pregão.

2.2.2.1 – Credenciamento no pregão presencial

O credenciamento é o momento em que os representantes legais ou


prepostos das empresas apresentam os documentos comprobatórios (contrato
social ou estatuto social, documento de identificação e instrumento de procuração)
que os credenciam a representar as licitantes no certame, o que garante que eles
possam participar da fase de lances verbais e praticar os demais atos do processo.

É realizado no próprio dia do pregão presencial, antes do início da


sessão pública. Veja algumas boas práticas a serem realizadas no momento do
credenciamento:

91
Boa Prá�ca

No caso de a documentação necessária para o credenciamento estar no


envelope de habilitação já em poder do pregoeiro, este deve entregar o
envelope ao representante, que o abrirá, retirará o documento, fechará e o
devolverá ao pregoeiro (SANTANA, 2009).

A distância entre a empresa e o órgão licitante é um fator que pode


prejudicar e inviabilizar a participação de determinadas empresas. Neste
cenário, existe a possibilidade de as empresas interessadas em participar
do pregão encaminharem suas propostas e documentos de habilitação pela
via postal, não estando presentes no dia da sessão.

A boa prática sugere que nos pregões presenciais os órgãos públicos


possibilitem a participação de empresas que queiram enviar os documentos
por via postal, fazendo constar nos editais as regras e os cuidados a serem
observados pelas empresas quanto à forma de encaminhamento dos
documentos de habilitação, proposta, declaração de atendimento dos
requisitos de habilitação e declaração de que se enquadra como ME, EPP
ou cooperativa, se for o caso.

Com relação à presença física de representante na sessão pública de abertura


dos envelopes, o Tribunal de Contas da União manifesta-se da seguinte forma:

Atenção

Na hipótese de pregão presencial, o licitante que quiser participar da


fase de lances, além de entregar os envelopes com os documentos
exigidos e as propostas escritas, deve credenciar representante legal
com poderes para oferecer novos preços. Caso não tenha interesse
em participar da fase de lances, o proponente pode remeter os
envelopes ao órgão ou à entidade que promove a licitação pela
melhor forma que encontrar, inclusive pelo correio (BRASIL, 2010).

92
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Uma vez que o licitante se ausenta da sessão, ele renuncia a alguns direitos.
Veja o quadro abaixo:

DIREITOS RENUNCIADOS PELO LICITANTE QUE SE AUSENTA DA SESSÃO

- O direito de formular lances verbais (artigo 4º, inciso VIII, da Lei nº 10.520/2002).
- O direito de recorrer imediatamente ao final da sessão (artigo 4º, inciso XVIII, da Lei
nº 10.520/2002).
- Eventualmente, o direito de desempatar a licitação, se for microempresa, empresa
de pequeno porte ou cooperativa (artigos 44 e 45 da Lei Complementar nº 123/2006).

2.2.2.2 – Credenciamento no pregão eletrônico

De acordo com Amorim (2017, p. 136), “o credenciamento junto ao provedor


do sistema implica a responsabilidade legal do licitante e a presunção de sua
capacidade técnica para a realização das transações inerentes ao pregão na forma
eletrônica”.

Quando se tratar de pregão promovido por órgão integrante do SISG


(Sistema de Serviços Gerais) – Plataforma Comprasnet, o licitante deverá se
registrar antes no SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores) e
depois fazer o credenciamento.

Atenção

Segundo Amorim (2017), a utilização da senha de acesso pelo


licitante é de sua inteira responsabilidade, assim como qualquer
transação realizada no sistema, ou seja, que não é responsabilidade
do provedor do sistema ou do órgão promotor da licitação qualquer
dano decorrente de uso indevido da senha – mesmo que por terceiros.

Assim, durante o processo licitatório o licitante precisa acompanhar as


operações no sistema eletrônico, “responsabilizando-se pelo ônus decorrente da
perda de negócios diante da inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo
sistema ou de sua desconexão” (AMORIM, 2017, p. 137).

93
2.2.3 – SESSÃO PÚBLICA DO PREGÃO

2.2.3.1 – Abertura da sessão

A abertura da sessão pelo pregoeiro acontecerá no dia, horário e local


estabelecidos no Edital de Licitação, sempre em ato público – de forma presencial
ou eletrônica.

2.2.3.1.1 – Abertura da sessão do pregão presencial

A condução dos ritos iniciais de abertura da sessão deve ser realizada pelo
pregoeiro, que pode seguir uma sequência de procedimentos, como o roteiro
apresentado por Fernandes (2005):

a) Cumprimentar e saudar os presentes.

b) Apresentar equipe de apoio.

c) Apresentar o objetivo do pregão.

d) Esclarecer como serão desenvolvidas as rotinas de autenticação de


documentos e de verificação no terminal do SICAF ou sistemas similares.

e) Informar como será organizado o desenvolvimento da sessão para


manifestação dos licitantes em caso de dúvidas, apresentação de lances e registro
do interesse em recorrer, e como será formalizada a respectiva motivação;

f) Se o edital não tiver previsto, esclarecer.

f.1) Se será permitido ou não o uso de celulares, e, em caso afirmativo, o


tempo que disporão para consultas telefônicas.

f.2) Que o pregoeiro, em cada item, estabelecerá o intervalo mínimo


entre os lances para agilizar a sessão.

f.3) Havendo mais de um item, se a habilitação será realizada ao final do


último lance do último item ou ao término do lance de cada item.

f.4) Se for adotado o sistema de repregoar, pedir aos licitantes que


permaneçam até o final.

94
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

g) Lembrar a vedação à participação de licitantes com violação ao art. 9º


da Lei nº 8.666/1993, lendo essa norma.;

h) Lembrar a vedação à participação de empresas coligadas ou vinculadas;

i) Informar que ficará vedada a intervenção fora da ordem da palavra a


ser concedida pelo pregoeiro.

j) Observar que ficará proibido o acesso à mesa de trabalhos da comissão


sem permissão do pregoeiro, tendo em vista a necessidade de manter a
inviolabilidade das habilitações.

k) Perguntar se alguém tem dúvidas sobre o que foi exposto.

l) Lembrar as penalidades previstas em lei, lendo o art. 7º da Lei nº


10.520/2002.

m) Solicitar a colaboração de todos os presentes para que a sessão se


desenvolva com o espírito de cooperação que deve existir entre a Administração
Pública e seus futuros contratados.

n) Em seguida o pregoeiro procede à leitura, em voz alta, do nome dos


licitantes participantes e questiona se todos foram citados, procedendo às
inclusões necessárias (FERNANDES, 2005, p. 628).

2.2.3.1.2 – Abertura da sessão do pregão eletrônico

No horário previsto no edital, a sessão pública na internet é aberta por


comando do pregoeiro, realizando a comunicação por meio de mensagens
digitadas em campos padronizados na plataforma.

Atenção

No início da sessão, os licitantes não são identificados, nem mesmo


o pregoeiro tem acesso aos nomes dos licitantes.

95
Alguns cuidados devem ser observados antes do início da sessão. Veja:

O pregoeiro e a equipe de apoio devem se cadastrar, com antecedência, na


plataforma que será utilizada para realizar o pregão.

Pregoeiro e equipe de apoio precisam garantir que os equipamentos necessários para


acompanhar os trabalhos, como computador, provedor de internet e impressora,
estejam disponíveis e em perfeito funcionamento no dia do certame.

Pregoeiro e equipe de apoio devem fazer login antes do início da sessão.


Os participantes devem utilizar chave de acesso e senha individuais, e estar on-line no
horário marcado.

2.2.3.2 – Coleta de declaração de habilitação


Para participar do certame, o licitante deve apresentar a declaração de cumprimento pleno
dos requisitos de habilitação exigidos no edital. Caso o documento não seja apresentado, o licitante
estará tecnicamente impedido de participar da licitação, pois não cumpriu o mandamento legal
disposto no art. 4º, inciso VII da lei nº 10.520/2002.

Se por algum motivo o licitante fizer uma declaração falsa, ficará impedido de licitar e
contratar com o ente (União, estados, DF ou municípios) pelo prazo de até cinco anos.

2.2.3.2.1 – Coleta de declaração de habilitação no pregão presencial

No momento em que o pregoeiro solicitar a declaração de habilitação, todos os licitantes


presentes devem entregar o documento. Alguns editais podem prever, inclusive, o modelo de
declaração que o licitante deve preencher.

Boa Prá�ca

Algumas vezes as equipes de apoio disponibilizam formulários para o licitante. Caso algum
tenha esquecido o documento, a boa prática recomenda, se possível, preenchê-lo na hora –
se a empresa tiver enviado representante legal para a sessão.

2.2.3.2.2 – Coleta de declaração de habilitação no pregão eletrônico

Este procedimento é realizado nas plataformas de pregão eletrônico normalmente durante


ou logo depois da apresentação das propostas pelos licitantes – ou seja, no período entre o
credenciamento e o início da sessão de licitação.

A declaração de habilitação é realizada no próprio sistema eletrônico, atestando que


cumpre integralmente os requisitos de habilitação e que sua proposta está em conformidade com
as exigências do instrumento convocatório.

96
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.3.3 – Coleta da declaração de ME/EPP

No pregão presencial, as ME/EPP aptas a usufruírem dos benefícios da Lei Complementar


nº 123/2006 deverão comprovar sua condição pela entrega de declaração própria, no momento
do credenciamento.

No pregão eletrônico, no momento do envio da proposta comercial e dos documentos


de habilitação, a declaração se encontra disponível em campo próprio do sistema eletrônico
para a empresa clicar.

2.2.3.4 – Entrega de proposta e habilitação

Para o licitante garantir o direito de participar do certame no pregão também é necessário


que ele entregue a proposta e os documentos de habilitação exigidos no edital.

A proposta é o conjunto de documentos que propõem os valores do objeto


licitado. A habilitação são os documentos que comprovam a existência da
Pessoa Jurídica ou da Pessoa Física, sua regularidade fiscal e tributária e
outras exigências que podem ser impostas no edital.

2.2.3.4.1 – Entrega de proposta e habilitação no pregão presencial

Após a entrega da declaração – ou juntamente com ela, conforme determinado pelo


pregoeiro – os licitantes deverão entregar os envelopes de proposta e habilitação lacrados.
Em seguida, um membro da equipe de apoio fará a verificação dos envelopes entregues e da
listagem de licitantes para confirmar se todos entregaram os dois envelopes. Outra ação da
equipe é verificar se todos os envelopes estão lacrados. Se algum estiver aberto, é possível
solicitar ao respectivo licitante para lacrá-lo.

Atenção

Depois que os documentos são entregues ao pregoeiro, este não pode mais
devolvê-los ao licitante, conforme o entendimento do TCU:

Acórdão nº 3.261/2014-Plenário, TC 031.379/2011-7

Relator Ministro-Substituto Marcos Bemquerer, Costa, 2611.2014:

“no pregão, não é possível a desistência da oferta. Recebido o envelope da


proposta, ela está formalizada. O pregoeiro não tem a faculdade de devolver o
envelope à licitante como se o documento nunca houvesse sido entregue, nem de
mantê-lo no processo para fins de registro histórico.”

97
Santana (2009) ressalta que os envelopes de todos os participantes do
pregão devem permanecer nos autos até que haja solução contratual, ou seja,
até que a empresa vencedora do certame assine o contrato ou retire a nota de
empenho. Muitas vezes os dois envelopes não são solicitados pelo pregoeiro e
no futuro o vencedor habilitado manifesta recusa em firmar contrato. Neste caso,
deverá ser feita a convocação do segundo colocado e a habilitação deverá ser
julgada.

2.2.3.4.2 – Entrega de proposta e habilitação no pregão eletrônico

No pregão eletrônico, o envio da proposta e da habilitação é feito na


plataforma do sistema, sendo possível realizar este registro entre o prazo de
publicação do aviso e a data estipulada para o início da sessão. Assim, os licitantes
precisam encaminhar/cadastrar a proposta com a descrição do objeto ofertado e
o preço, juntamente com a habilitação, até a data e hora marcadas para a abertura
da sessão. Nesta modalidade, pode haver a exclusão ou substituição de propostas
pelo licitante até o início da sessão pública. Por lei, a proposta possui validade de
60 dias (caso não haja outro prazo definido no edital).

Caso esteja previsto no edital, o uso do Sistema de Cadastramento Unificado


de Fornecedores (Sicaf) dispensará a apresentação dos documentos de habilitação
pelos licitantes – considerando que tais documentos já estão no sistema. Essa
é uma regra que também vale para outros sistemas semelhantes mantidos por
estados e municípios. Porém, os documentos de habilitação não abrangidos pelo
Sicaf precisam ser enviados com a proposta, mas só serão disponibilizados para
avaliação do pregoeiro, e acesso público, após o encerramento da fase de lances.

Na modalidade eletrônica, a identificação dos licitantes até o término da fase


de lances é proibida. O pregoeiro não pode ter acesso aos dados dos licitantes,
por isso, as propostas precisam ser enviadas sem identificação da empresa.

2.2.3.5 – Abertura e verificação da conformidade das propostas

Uma das etapas mais importantes do procedimento licitatório é o exame de


conformidade da proposta com os requisitos do edital. O pregoeiro deve verificar
se o objeto atende à descrição feita no edital, o prazo de entrega do produto e as

98
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

condições de garantia, analisar e julgar as Propostas Comerciais de acordo com as


exigências estabelecidas no Edital de Licitação.

Atenção

Será desclassificada a proposta comercial que não atender a todas


as exigências estabelecidas no Edital de Licitação para apresentação
das propostas, por exemplo, a oferta de itens que não atendam à
especificação estabelecida no edital. A desclassificação da proposta
comercial do licitante exclui seu direito de participar da fase de lances
para aquele determinado item.

Só participarão da fase de lances os licitantes cujas propostas forem


classificadas. Neste momento, o pregoeiro não deve fazer a análise da aceitabilidade
dos preços ofertados com o valor estimado para a licitação. Ainda que os valores
apresentados nas propostas iniciais estejam acima do valor estimado, elas poderão
participar da fase de lances – se estiverem em conformidade com o exigido pelo
edital.

Assim, propostas acima do valor orçado podem participar da fase de lances


do pregão. Nesse sentido, o TCU já se manifestou a respeito, conforme se verifica
no Acórdão:

Conhecendo a Lei

Acórdão n° 934/2007 – Primeira Câmara

9.2. determinar ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária


- Incra que, nos pregões que vier a realizar, não adote procedimentos que
ocasionem a desclassificação de propostas antes da fase de lances, em
decorrência da oferta de valores acima do preço inicialmente orçado pela
autarquia, como no item 9.5 do Pregão Eletrônico nº 35/2006, uma vez que
o exame da compatibilidade de preços em relação ao total estimado para
a contratação deve ser realizado após o encerramento da referida fase,
consoante o art. 4º, incisos VII, VIII, IX e XI, da Lei nº 10.520/2002 e o art. 25
do Decreto nº 5.450/2005.

99
2.2.3.5.1 – Abertura e verificação da conformidade das propostas no pregão
presencial

Após a entrega dos envelopes de propostas e habilitações, o pregoeiro


inicia a abertura dos envelopes das propostas comerciais, e neste momento os
envelopes de habilitação devem permanecer lacrados.

De acordo com Fernandes (2005), a equipe de apoio deve informar aos


presentes o nome do proponente daquele envelope e realizar a abertura
preservando lacres, selos, inscrições e rubricas. Deve ainda verificar se o envelope
foi totalmente esvaziado (se não esqueceu nenhum documento) e grampear ou
juntar todos os papéis do conteúdo com o respectivo envelope para posterior
autuação aos autos.

A juntada do envelope é recomendada, pois, caso haja suspensão da sessão,


não haja violação do invólucro, fato que pode ser posteriormente objeto de perícia
(FERNANDES, 2005).

Ainda segundo Fernandes (2005), a rubrica e numeração dos conteúdos


deve ser feita apenas quando a sessão for suspensa ou adiada.

Boa Prá�ca

É conveniente que o edital oriente os licitantes sobre a necessidade de


enumerar os documentos da proposta e habilitação, pois isso facilita a
verificação por parte da equipe de apoio.

2.2.3.5.2 – Verificação da conformidade das propostas no pregão eletrônico

Logo após a abertura da sessão, por meio da plataforma, o pregoeiro


verifica as propostas apresentadas e desclassifica aquelas que não estiverem em
conformidade com os requisitos estabelecidos no edital.

É importante ressaltar que a desclassificação de cada proposta deve ser

100
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

fundamentada e registrada pelo pregoeiro no sistema – ação que é acompanhada


em tempo real por todos os participantes.

2.2.3.6 – Seleção dos lançadores

Esta etapa está presente apenas no pregão presencial, já que no formato


eletrônico todos os licitantes classificados participam da fase de lances. Neste
momento é necessário definir quem pode participar da fase de lances. Lembre-
se de que a legislação estabelece uma regra que tende a excluir os licitantes que
apresentam preços abusivos no processo licitatório.

No pregão presencial, podem participar aqueles que estiverem no intervalo


de valores superiores em até 10% do menor preço, e caso não sejam selecionados
três proponentes neste intervalo, outros são convocados até que se alcance este
número

Existem vários softwares para auxiliar o desenvolvimento do pregão, os


quais já calculam o intervalo de dez por cento. Os cálculos e arredondamentos
devem seguir as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
exceto quando elas já estão especificadas em edital.

2.2.3.6.1 – Regra: Intervalo de dez por cento

De acordo com esta regra, seguirão para a fase de lances verbais tanto o
participante que apresentou a proposta escrita de menor preço quanto aqueles
que apresentaram proposta até 10% superior ao menor preço. Veja o exemplo:

LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE

A B C D E
PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA
R$ 100,00 R$ 102,00 R$ 104,00 R$ 109,00 R$ 115,00

Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase
de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais

SIM SIM SIM SIM NÃO

101
Observando a figura anterior é possível perceber que apenas o Licitante E
apresentou proposta com valor 10% acima do menor preço, sendo excluído da
fase de lances.

2.2.3.6.2 – Regra: Número mínimo de 3 licitantes

Não havendo pelo menos três ofertas nas condições definidas, os autores
das melhores propostas, até o máximo de três, poderão participar da fase de
lances. Quanto a esta regra, o disposto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 10.520/2002,
oferece margem para dois entendimentos:

1) O primeiro considera a proposta de menor valor e mais 3 ofertas subsequentes,


mesmo contendo preços superiores ao limite de 10% Observe.

LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE

A B C D E
PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA
R$ 100,00 R$ 105,00 R$ 115,00 R$ 120,00 R$ 130,00

Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase
de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais

SIM SIM SIM SIM NÃO

2) O segundo entendimento considera as 3 primeiras propostas para o início da


etapa de lances.

LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE

A B C D E
PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA
R$ 100,00 R$ 105,00 R$ 115,00 R$ 120,00 R$ 130,00

Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase Segue para fase
de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais de lances verbais

SIM SIM SIM NÃO NÃO

102
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

A dúvida acerca da melhor interpretação desta regra já foi objeto de


consulta formulada ao TCE-RJ, nos termos da Deliberação TCE-RJ nº 276/2017,
que se manifestou da seguinte forma:

Conhecendo a Lei

À luz da norma do inciso IX do art. 4º da Lei nº 10.520/2002, em não


havendo pelo menos três licitantes classificados na primeira etapa de
julgamento das propostas (conforme o critério previsto no art. 4º, inciso
VIII), o pregoeiro deverá classificar para a etapa de lances o autor do menor
preço e os autores dos dois menores preços subsequentes, totalizando
três participantes para a segunda fase (fase de lances), independente dos
valores por eles propostos, ressalvada a hipótese de estipulação no edital
de item prevendo, de forma clara e objetiva, a possibilidade de qualificação
para fase de lances das 03 (três) melhores propostas, além do licitante que
tiver apresentado a de menor preço.

2.2.3.7 – Fase de lances

Após a seleção dos lançadores, o pregoeiro convida os participantes


selecionados a fazerem lances. O vencedor da disputa será o licitante que
apresentar o menor preço.

2.2.3.7.1 – Fase de lances no pregão presencial

Segundo Fernandes (2005), os procedimentos desta fase seguem uma


sequência:

Após a leitura do nome dos licitantes que cotaram


O pregoeiro verifica se menor preço para o item e dos que foram
os licitantes possuem o selecionados para a fase de lances, a equipe de
credenciamento (que apoio faz a verificação na listagem de lances para
lhes dá o direito a fazer confirmar se possuem poderes para fazer lance,
lance). verificando os documentos apresentados na fase de
credenciamento, informando o pregoeiro a respeito.

Esse procedimento é realizado Em seguida, o pregoeiro convoca o


com os demais licitantes, sendo licitante (selecionado para esta fase) que
repetido até que não haja mais ofereceu o maior valor para o item – para
lances a oferecer. que ofereça o seu lance.

103
Após a etapa de lances, na hipótese de os lances terem sido pelo valor
global ou pelo valor do lote, os licitantes deverão apresentar proposta readequada
ao valor final, ou seja, o licitante provisoriamente vencedor deverá decompor o
valor final nos vários itens que compõem a planilha de serviços ou o lote.

Vejamos um exemplo.

Para que o pregoeiro se


Em uma licitação o As empresas manifeste a respeito da
objeto é a contratação participantes exequibilidade da proposta, a
de um recepcionista, e o ofertam lances empresa deverá apresentar uma
valor total estimado diminuindo suas nova planilha com os custos
mensal é R$ 3.000,00. propostas, tendo unitários, que possibilitará
Neste valor estão sido apurado um verificar se a empresa está
previstos o custo do valor final, após a contemplando o valor do piso
salário do recepcionista, disputa, de R$ da categoria, os valores corretos
os encargos trabalhistas, 2.400,00. dos encargos legais e demais
o custo do uniforme, o custos inerentes à contratação.
lucro da empresa, entre Esse procedimento é
outros. importante não só para aferir a
exequibilidade dos lances,
como para subsidiar futuros
pleitos de reequilíbrio
econômico-financeiro do
contrato.

Esse procedimento que você viu no exemplo é importante não só para aferir
a exequibilidade dos lances, como para subsidiar futuros pleitos de reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato.

Conforme Fernandes (2005), ao iniciar os lances, o pregoeiro convoca


primeiro a empresa que ofertou o maior lance. Esta não poderá, no pregão
presencial, ofertar lance maior ou igual ao valor da menor proposta. As outras
empresas serão convocadas em sequência, de acordo com a ordem decrescente
dos valores das propostas iniciais apresentadas e só poderão fazer lances com
valores menores que os já oferecidos, não se admitindo o empate.

104
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

A cada nova rodada de lances, as empresas são estimuladas a abaixar mais


o preço, e aquelas que desistem de apresentar lances são excluídas da disputa. A
fase de lances é encerrada quando nenhuma outra empresa tenta cobrir a menor
proposta apresentada.

Agora, vejamos o exemplo do resultado de uma fase de lances:

LICITANTE LICITANTE LICITANTE LICITANTE

A B C D
PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA PROPOSTA
R$ 100,00 R$ 105,00 R$ 106,00 R$ 109,00
1º LANCE 1º LANCE 1º LANCE 1º LANCE
R$ 95,00 R$ 96,00 R$ 98,50 R$ 99,00
2º LANCE 2º LANCE 2º LANCE 2º LANCE
R$ 92,00 R$ 93,00 R$ 94,00 R$ -------
3º LANCE 3º LANCE 3º LANCE 3º LANCE
R$ 91,00 R$ 91,50 R$ ------ R$ -------
4º LANCE 4º LANCE 4º LANCE 4º LANCE
R$ 91,00 R$ ------ R$ ------ R$ -------

CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO


1º 2º 3º 4º

2.2.3.7.2 – Fase de lances e modos de disputa no pregão eletrônico

No pregão eletrônico, após o pregoeiro classificar as propostas no sistema,


todas serão automaticamente ordenadas para a realização da fase de lances, já
que neste formato não há seleção de lançadores. Nesta fase há possibilidade de
dois modos de disputa: “aberto” e “aberto e fechado”.

Modo aberto

No modo aberto, de acordo com o Decreto nº 10.024/2019, os participantes


podem fazer lances públicos e sucessivos, com prorrogações, conforme o critério
de julgamento adotado no edital. Não é necessário seguir uma ordem predefinida
nem aguardar a convocação do pregoeiro.

105
Os lances devem ser apresentados pelos licitantes com intervalo mínimo de
diferença de valores ou de percentuais entre os lances. O intervalo mínimo incidirá
tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir
a melhor oferta.

A etapa de envio de lances terá duração de dez minutos e poderá ser


prorrogada automaticamente pelo sistema quando houver lance ofertado nos
últimos dois minutos do período de duração da sessão pública. Sempre que
houver lances enviados nesse período, a prorrogação ocorrerá sucessivamente,
inclusive quando se tratar de lances intermediários – até que não haja mais lances
e a sessão seja encerrada automaticamente conforme exemplo de fluxo a seguir:

MODO ABERTO SEM REINÍCIO DA ETAPA DE LANCES


ETAPA DE ENVIO DE LANCES
10 min de lances sucessivos

PORROGAÇÃO PORROGAÇÃO
8 MIN 2 MIN 2 MIN 2 MIN

Havendo lances nos 2 últimos Essa fase de Não havendo


minutos, a etapa de lances será lances será mais lances na
prorrogada automaticamente prorrogada prorrogação,
pelo sistema (prorrogam-se mais automaticamente encerra-se a
2 minutos). sempre que etapa
houver lances competitiva.
enviados nesse
período.

Caso a sessão seja encerrada sem a prorrogação automática pelo sistema,


o pregoeiro (auxiliado pela equipe de apoio) poderá reiniciar a etapa de envio de
lances para obter um preço melhor – mediante justificativa.

106
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

MODO ABERTO COM REINÍCIO DA ETAPA DE LANCES


ETAPA DE ENVIO DE LANCES ETAPA DE ENVIO DE LANCES
10 min de lances sucessivos 10 min de lances sucessivos

PORROGAÇÃO
8 MIN 2 MIN 8 MIN 2 MIN 2 min de
lances sucessivos

Caso não haja lances nos O pregoeiro, assessorado Pode haver


últimos 2 minutos de pela equipe de apoio, prorrogações
duração desta etapa, ela poderá reiniciar a etapa de sucessivas em
será encerrada. envio de lances caso de reinício
(justificadamente). da etapa de
envio de lances.
Segue Fluxo 1.

Ainda segundo o Decreto nº 10.024/2019, o licitante somente poderá


oferecer valor inferior ou maior percentual de desconto ao último lance por ele
ofertado e registrado pelo sistema observando, quando houver, o intervalo mínimo
de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em
relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor
oferta. Também deve-se ressaltar que não serão aceitos dois ou mais lances iguais,
prevalecendo aquele que for recebido e registrado primeiro.

Modo aberto e fechado

Já no modo de disputa aberto e fechado, de acordo com o Decreto nº


10.024/2019, os licitantes devem apresentar lances públicos e sucessivos, com
lance final e fechado, conforme o critério de julgamento adotado no edital.

Neste caso, a etapa de envio de lances da sessão terá duração de quinze


minutos, encerrado o prazo previsto, o sistema encaminhará o aviso de fechamento
iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez minutos, aleatoriamente
determinado, a recepção de lances será automaticamente encerrada.

Logo após, o sistema abrirá a oportunidade para que o autor da oferta de


valor mais baixo e os autores das ofertas com valores até 10% superiores àquela
possam ofertar um lance final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso
até o encerramento deste prazo.

107
Na ausência de no mínimo três ofertas nestas condições, os autores dos
melhores lances subsequentes, na ordem de classificação, até o máximo de três,
poderão oferecer um lance final e fechado em até cinco minutos, que também será
sigiloso até o encerramento do prazo. Se mesmo assim não se obtiver lance final
e fechado classificado, a etapa fechada deverá ser reiniciada para que os demais
licitantes, até o máximo de três, na ordem de classificação, possam ofertar um
lance final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento
deste prazo, observado, após esta etapa, o sistema ordenará os lances em ordem
crescente de vantagem (BRASIL, 2019).

ETAPA ABERTA ETAPA ABERTA ETAPA FECHADA


Envio de lances Envio de lances envio de 1 lance final e
sucessivos sucessivos fechado até 5 min
15 min 10 min

Encerrado o prazo 1º. O autor da oferta mais


de 15 minutos, vantajosa e aqueles com
inicia-se o período valores até 10% superiores a
aleatório de até 10 essa oferta serão convocados
minutos, com
pelo sistema para ofertar um
fechamento
iminente dos lance final e fechado.
lances.
2º. Não havendo no mínimo 3
ofertas, nas condições acima, o
sistema convocará os autores
dos melhores valores
subsequentes, no máximo de
3, para ofertarem lance final e
fechado.

3º. O licitante poderá optar


por manter o seu último lance
da etapa aberta, ou por ofertar
valor menor, em até 5 minutos
após a convocação.

108
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Durante a sessão pública, os licitantes serão informados do valor do menor


lance registrado em tempo real. O sistema também emitirá aviso do recebimento
do lance enviado e do valor consignado no registro.

Neste formato de pregão, o licitante ainda tem a possibilidade de fazer lance


superior aos demais concorrentes, desde que inferior ao último por ele ofertado.
Se a oferta dele ficar em segundo lugar, pode haver a possibilidade de ganho do
certame se a menor proposta do concorrente for desclassificada ou inabilitada.

Atenção

Se houver um problema técnico de desconexão do pregoeiro no


decorrer da etapa de lances, mas o sistema eletrônico permanecer
acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem
prejuízo dos atos realizados.

Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo superior a


dez minutos, a sessão do pregão na forma eletrônica será suspensa e
reiniciada somente depois de decorridas 24 horas após comunicação
do fato aos participantes, no endereço eletrônico utilizado para
divulgação.

Logo após o término da fase de lances, o pregoeiro deverá examinar a


proposta classificada em primeiro lugar comparando o valor ofertado com o preço
estimado para contratação.

Boa Prá�ca

Encerrada a etapa competitiva, o pregoeiro deverá encaminhar uma


contraproposta ao licitante com o objetivo de obter uma melhor oferta sem
negociar condições diferentes das previstas no edital. Essa negociação é
toda realizada pelo sistema e pode ser acompanhada pelos demais licitantes

109
2.2.3.8 – Julgamento e classificação das propostas

Retornando às etapas da sessão pública, após a fase de lances, o pregoeiro


confere no sistema ou ordena as propostas de acordo com a ordem crescente de
preços das propostas para todos os itens e verifica se há empate ficto. Você sabe
o que é empate ficto? Veja o quadro abaixo:

Empate ficto é quando as propostas são iguais ou até 5% superiores à mais


bem classificada, de acordo com critérios estabelecidos nos artigos 44 e 45
da LC nº 123/2006.

Se as propostas de MEs ou EPPs tiverem valor igual ou até 5% superior ao


melhor preço alcançado na fase de lances, o pregoeiro deve fazer o desempate antes
de continuar os procedimentos. No caso do pregão eletrônico, o sistema ordenará
a ordem de classificação, convocando as ME/EPP para efetuar o desempate, na
ordem de classificação.

Vejamos exemplos práticos de como proceder diante de empate ficto:

110
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

EXEMPLO 1

Situação: Uma empresa de grande ou médio porte e uma ME/EPP ficam


empatadas.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar – O pregoeiro deve perguntar a ME ou EPP


Grande empresa “A empatada se deseja apresentar uma
R$ 10.000,00 proposta de preço inferior àquela
considerada vencedora do certame. Se
ela fizer a proposta e tiver sua habilitação
- 2º Lugar – R$ 10.000,00 x 5% =
aprovada, o objeto licitado será
ME ou EPP “B” 500,00 -> até R$
adjudicado a seu favor (art. 45, incisivo I,
R$ 10.500,00 10.500,00 há empate.
da LC nº 123/2006) (BRASIL, 2006).

As empresas A e B
- 3º Lugar – O desempate é aplicado somente
ficaram empatadas.
ME ou EPP “C” quando a melhor oferta inicial for de
uma média ou grande empresa.
R$ 10.550,00
Quando a 1ª colocada for licitante
- 4º Lugar – enquadrada como ME ou EPP, o
Grande empresa “D” pregoeiro deve considerar o
R$ 10.600,00 tratamento favorecido da LC nº
123/2006 e confirmar se ela atende às
condições de habilitação que constam
no edital. Se a ME ou EPP for aprovada,
será declarada vencedora do certame
(art. 45, § 2º, da LC nº 123/2006)
(BRASIL, 2006).

111
EXEMPLO 2

Situação: Uma empresa grande ou média e uma ME/EPP ficam empatadas,


mas a beneficiária da LC nº 123/2006 não reapresenta proposta inferior.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar –
Grande empresa “A
R$ 10.000,00 Caso a ME ou EPP empatada não
- 2º Lugar – apresente uma proposta de preço
ME ou EPP “B” Até R$ 10.500,00 há inferior àquela considerada vencedora,
empate. o objeto licitado será adjudicado em
R$ 10.500,00
favor da proposta da empresa de
- 3º Lugar – As empresas A e B médio ou grande porte se esta atender
ME ou EPP “C” ficaram empatadas. às condições de habilitação presentes
R$ 10.550,00 no edital (art. 45, § 1º, da LC nº
123/2006) (BRASIL, 2006).
- 4º Lugar –
Grande empresa “D”
R$ 10.600,00

EXEMPLO 3

Situação: Uma empresa grande ou média e mais de uma ME/EPP ficam


empatadas, sendo que a segunda colocada não reapresenta proposta inferior.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar –
Grande empresa “A
R$ 10.000,00 Após o pregoeiro solicitar a ME/EPP
- 2º Lugar – uma proposta de valor inferior que a da
ME ou EPP “B” Até R$ 10.500,00 há empresa considerada vencedora, e
empate. aquela não apresentar oferta, deve-se
R$ 10.450,00
convocar as demais MEs/EPPs
- 3º Lugar – As empresas A, B e C empatadas, de acordo com a ordem
ME ou EPP “C” ficaram empatadas. classificatória, para o exercício do
R$ 10.500,00 mesmo direito (art. 45, II, da LC nº
123/2006) (BRASIL, 2006).
- 4º Lugar –
Grande empresa “D”
R$ 10.600,00

112
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

EXEMPLO 4

Situação: Uma empresa grande ou média e mais de uma ME/EPP ficam


empatadas, sendo que duas ou mais MEs/EPPs apresentam melhores propostas
de valor igual.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar –
Grande empresa “A
R$ 10.000,00
Caso duas ou mais MEs/EPPs
- 2º Lugar –
apresentem melhores propostas de
ME ou EPP “B” e
ME ou EPP “C” Até R$ 10.500,00 há valores iguais, o pregoeiro deve realizar
empate. sorteio entre elas para escolher aquela
R$ 10.300,00
As empresas A, B, C e que poderá fazer a oferta primeiro (art.
- 3º Lugar – D ficaram empatadas. 45, inciso III, da LC nº123/2006) (BRASIL,
ME ou EPP “D” 2006).
R$ 10.400,00

- 4º Lugar –
Grande empresa “E”
R$ 10.600,00

EXEMPLO 5

Situação: Uma empresa grande ou média e uma ME/EPP ficam empatadas


com valores idênticos de proposta.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar – Se uma empresa de grande ou médio


ME ou EPP “A” porte e uma ME ou EPP forem
R$ 10.000,00 classificadas em 1º lugar com valores
Grande empresa “B” nominais idênticos, o pregoeiro deverá
R$ 10.000,00 considerar o tratamento favorecido da
Até R$ 10.500,00 há
LC nº 123/2006 para realizar o
empate.
- 2º Lugar – desempate. Ele deve solicitar a ME/EPP
As empresas A e B
ME ou EPP “C” que apresente uma proposta de preço
ficaram empatadas.
R$ 10.550,00 inferior ao valor originalmente oferecido.
Se ela fizer a proposta e tiver sua
- 3º Lugar – habilitação aprovada, o objeto licitado
ME ou EPP “D” será adjudicado a seu favor (art. 45,
R$ 10.600,00 inciso I, da LC nº 123/2006) (BRASIL,
2006).

113
EXEMPLO 6

Situação: Uma empresa grande ou média e mais de uma ME/EPP ficam


empatadas com valores idênticos de proposta.

DESCREVENDO O QUE CARACTERIZA


COMO DEFINIR O DESEMPATE?
A SITUAÇÃO O EMPATE FICTO?

- 1º Lugar –
ME ou EPP “A” Se forem classificadas em 1º lugar
R$ 10.000,00 mais de uma proposta formulada por
ME ou EPP “B” ME ou EPP, deverá ser realizado um
R$ 10.000,00 sorteio entre as propostas por elas
ME ou EPP “C” Até R$ 10.500,00 há apresentadas. A sorteada poderá
R$ 10.000,00 empate. exercer o direito de oferecer nova
Grande empresa “D” As empresas A, B e C proposta de valor inferior. Se ela fizer
R$ 10.300,00 ficaram empatadas. a oferta e tiver sua habilitação
aprovada, o objeto licitado será
- 2º Lugar – adjudicado a seu favor (art. 45, inciso
ME ou EPP “E” III, da LC nº123/2006) (BRASIL, 2006).
R$ 10.550,00

Cabe ressaltar que cada ME/EPP convocada para apresentar nova proposta
terá o tempo de 5 (cinco) minutos para exercer seu direito, sob pena de preclusão.
Depois de realizar os procedimentos necessários para atender às exigências da LC
nº 123/2006, o pregoeiro deve examinar a proposta classificada em primeiro lugar
quanto à compatibilidade do preço em relação ao estimado para a contratação.

O Decreto nº 10.024/2019 trouxe uma inovação quanto à negociação a


ser feita pelo pregoeiro após a etapa competitiva, instituindo um poder-dever de
atuação, no sentido de se tentar reduzir o preço final, conforme se extrai do art. 38.

“Art. 38. Encerrada a etapa de envio de lances da sessão pública, o pregoeiro


deverá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha
apresentado o melhor preço, para que seja obtida melhor proposta, vedada a
negociação em condições diferentes das previstas no edital.”

114
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Atenção

Primeiramente, o pregoeiro deve efetuar o desempate, conforme previsto


na LC nº 123/2006, para depois efetuar a negociação de preços. Caso
contrário, estará fazendo uma negociação de preços com uma empresa
que estava empatada com outra.

2.2.3.9 – Decisão sobre a aceitabilidade da proposta

Nesta etapa da sessão nos formatos presencial e eletrônico, o pregoeiro deve


se manifestar a respeito da aceitabilidade da proposta, quanto ao objeto e o valor,
conforme previsto pelo art. 4º, inciso XI, da Lei nº 10.520/2002.

Aqui será verificada a compatibilidade do valor final com o valor estimado. Este
também é o momento em que o pregoeiro solicita amostra do objeto, desde que
previsto no edital.

O pregoeiro também poderá determinar que o licitante demonstre a viabilidade


da sua proposta, caso esteja contemplado no edital, apresentando uma planilha de
custos que deverá ser entregue ou encaminhada por meio eletrônico com os respectivos
valores readequados ao lance vencedor.

Se a proposta não for aceitável, o pregoeiro examinará a proposta subsequente e,


assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a apuração de uma proposta que
atenda ao edital, registrando as ocorrências em ata.

Boa Prá�ca

Se o pregoeiro considerar necessário, poderá solicitar um representante do


setor requisitante para auxiliá-lo na análise da proposta e da qualificação técnica,
se houver. Assim, em situações em que se exige conhecimento técnico específico,
o representante do setor requisitante poderá orientar o pregoeiro sobre os
produtos ofertados pelos licitantes e a qualificação técnica apresentada.

2.2.3.10 – Abertura do envelope de habilitação

Este procedimento é realizado apenas no pregão presencial. O pregoeiro efetuará


a abertura do envelope de documentação de habilitação realizando toda a verificação
de acordo com as exigências do Edital de Licitação.

115
A abertura deste envelope deve ser feita seguindo os mesmos passos para a
abertura do envelope de proposta. Veja quais ações que o pregoeiro deve executar
neste momento::

Informar aos presentes a qual proponente se refere aquele


1 envelope.

Efetuar a abertura e conferir se retirou todos os documentos de


2 dentro do envelope.

Quando o licitante provisoriamente vencedor for uma ME ou EPP, o pregoeiro


também deverá observar os procedimentos relativos à habilitação previstos na LC
nº 123/2006, em seus artigos 42 e 43.

Após a verificação do pregoeiro e dos membros da equipe de apoio, os


documentos de habilitação serão entregues aos licitantes presentes para a devida
conferência visando ao ingresso do recurso.

2.2.3.11 – Julgamento da habilitação

Esta é a etapa em que se examina os requisitos legais para a habilitação da


empresa. Portanto, é realizada a verificação da situação de regularidade fiscal do
licitante perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social, o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso.

O pregoeiro e a equipe de apoio também devem examinar se a comprovação


da habilitação jurídica e das qualificações técnica e econômico-financeira do
licitante estão de acordo com o edital.

Caso o licitante provisoriamente vencedor seja uma ME ou EPP, também


é necessário que o pregoeiro realize os procedimentos de habilitação previstos
artigos 42 e 43 da LC nº 123/2006, conforme a seguir:

116
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Conhecendo a Lei

Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e


trabalhista das microempresas e das empresas de pequeno porte somente
será exigida para efeito de assinatura do contrato.

Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por ocasião


da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a
documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal e
trabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição.

§ 1º. Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e


trabalhista, será assegurado o prazo de cinco dias úteis, cujo termo inicial
corresponderá ao momento em que o proponente for declarado vencedor
do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração
pública, para regularização da documentação, para pagamento ou
parcelamento do débito e para emissão de eventuais certidões negativas
ou positivas com efeito de certidão negativa.

§2º. A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1º


deste artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo
das sanções previstas no art. 81 da Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993,
sendo facultado à Administração convocar os licitantes remanescentes, na
ordem de classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar a licitação
(BRASIL, 2006).

117
Saiba Mais

A lei nº 8.666, de 1993, estabelece, em seu art. 81:

a recusa injustificada do adjudicatório em assinar o contrato, aceitar


ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação
assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos


licitantes convocados nos termos do art. 64, §2º desta Lei (licitantes
remanescentes), que não aceitarem a contratação, nas mesmas
condições propostas pelo primeiro adjudicatório, inclusive quanto ao
prazo e preço (BRASIL, 1993).

Após o julgamento de habilitação, se o licitante vencedor for considerado


inabilitado, o pregoeiro deve registrar a situação em ata e convocar os outros
licitantes seguindo a ordem de classificação para averiguar a aceitabilidade da
proposta e efetuar o exame dessas habilitações.

2.2.3.11.1 – Julgamento da habilitação no pregão eletrônico

De acordo com o art. 43 do Decreto nº 10.024/2019, quando os


procedimentos licitatórios forem realizados por órgãos ou entidades integrantes
do Sisg, a habilitação dos licitante será verificada por meio do Sicaf.

118
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Atenção

Caso haja necessidade de envio de documentos complementares,


ou se os documentos ficarem desatualizados até o certame, será
permitido ao licitante atualizar, durante a licitação, os documentos
em formato digital, via sistema, no prazo definido no edital, não
sendo inferior a duas horas, após solicitação do pregoeiro no sistema
eletrônico. Já o licitante que estiver em situação irregular no SICAF
ou não possuir os documentos necessários para a habilitação ou não
os remeter, deverá ser inabilitado.

Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na licitação, as


exigências de habilitação serão atendidas mediante documentos equivalentes,
inicialmente apresentados com tradução livre.

Segundo o parágrafo único do art. 41 do Decreto nº 10.024/2019, “na hipótese


de o licitante vencedor ser estrangeiro, para fins de assinatura do contrato ou da
ata de registro de preços, os documentos de que trata o caput serão traduzidos
por tradutor juramentado no País” e apostilados ou consularizados (BRASIL, 2019).

No julgamento da habilitação, o pregoeiro também poderá sanar erros


dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado,
registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia para fins
de habilitação e classificação.

2.2.3.11.2 – Declaração do vencedor

Depois do julgamento da habilitação, é o momento de o pregoeiro fazer


o julgamento final e, em seguida, declarar que o licitante preenche as condições
do edital. Esse procedimento é igual para os dois formatos de pregão e deve ser
registrado em ata.

119
2.2.4 – FASE RECURSAL

Assim que o pregoeiro declarar quem é o vencedor, os demais licitantes


presentes poderão apresentar a intenção de recorrer. Neste momento eles devem
apresentar suas razões contra a habilitação do vencedor ou ainda contra qualquer
ato do pregoeiro ou da equipe de apoio. Cabe ressaltar que esta fase do pregão é
o único momento em que é permitido apresentar recurso.

O pregoeiro pode, neste momento, reconhecer um equívoco cometido,


revendo o ato, alterando-o e comunicando aos presentes. Em seguida, dará a
oportunidade do recurso aos licitantes. A motivação da intenção de recurso deve
ser registrada em ata pelo pregoeiro.

Atenção

O recorrente terá prazo de três dias para apresentar as razões de


recurso por escrito. Automaticamente, os demais licitantes ficam
intimados para apresentar suas contrarrazões (impugnações aos
recursos) em igual número de dias, que passam a contar a partir do
término do prazo do recorrente, sem a necessidade de sua intimação.

A Lei nº 10.520/2002 não estabelece prazo para a Administração Pública se


pronunciar sobre os recursos. Neste caso, aplica-se de forma subsidiária o disposto
no art. 109, parágrafo 4º da Lei nº 8.666/1993, que prevê:

Conhecendo a Lei

O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que


praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo
de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente
informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de
responsabilidade (BRASIL, 1993).

120
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.4.1 – Não apresentação de razões recursais no prazo

Caso o recorrente apresente intenção de recurso, mas não apresente as


razões recursais no prazo, há duas linhas de entendimento sobre como proceder:

Para Fernandes (2005) e Santana


(2009) a faculdade recursal ocorre
Para Justen Filho (2009), deve-se durante a manifestação da intenção
considerar que não houve o de recorrer. Logo, mesmo diante da
exercício da faculdade de recorrer. inexistência de razões recursais, a
Administração deverá proceder à
apreciação do recurso.

Boa Prá�ca

É importante ressaltar que é considerada uma boa prática a análise do


recurso ainda que desacompanhado de razões, tendo em vista o princípio
da autotutela, que estabelece que a Administração Pública possui o poder
de controlar os próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os
quando inconvenientes ou inoportunos.

Saiba Mais

Súmula nº 346 / STF

A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios


atos.

Súmula nº 473/ STF

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de


vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos,
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

121
2.2.4.2 – Razões de recurso e vinculação aos motivos da intenção
recursal

Outra situação que pode ocorrer na fase recursal é o recorrente manifestar


um motivo de intenção recursal, mas apresentar razões para outros motivos. É
necessária uma vinculação entre os motivos manifestados na intenção de recurso e
a matéria a ser oferecida nas razões recursais. Neste caso, o recurso seria conhecido
no motivo que coincide com a manifestação tempestiva e não conhecido quanto
aos motivos não interpostos, indicando-se que o recorrente não cumpriu os
requisitos processuais que autorizam o ingresso do recurso.

Segundo Fernandes (2005), uma boa técnica processual é o pregoeiro


não conhecer do recurso, mas, de ofício, examinar a questão posta. Com esse
procedimento, pode conseguir convencer o pseudorrecorrente da decisão adotada,
além de iniciar os preparativos para a resposta a eventual Mandado de Segurança.

Para a interposição de recurso, a legislação exige apenas a manifestação de


vontade acompanhada de uma síntese de suas razões, facultando o oferecimento
das razões propriamente ditas em momento posterior.

Boa Prá�ca

Nesse sentido é que entendemos ser correto e prudente que o pregoeiro


examine as questões arrazoadas ainda que não tiverem sido indicadas
quando da manifestação da intenção de recorrer, em busca, sempre, do
favorecimento da Administração Pública e considerando o princípio da
autotutela.

2.2.4.3 – Efeitos do acolhimento do recurso

A lei do pregão estabelece que, quando algum recurso for acolhido, apenas
os atos que não puderem ser aproveitados serão anulados, ou seja, tudo aquilo que
não for prejudicado pelo deferimento do recurso continuará valendo. Se o recurso
for acolhido, devem ser alterados apenas os atos subsequentes e diretamente
dependentes do ato reformado ou modificado.

122
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

2.2.4.4 – Fase Recursal no pregão presencial

De acordo com Fernandes (2005), é recomendável que o pregoeiro


pergunte aos presentes, de forma coletiva, sobre o interesse de recorrerem. O
licitante que desejar recorrer (ou recorrente) deve identificar verbalmente, na
sessão, quais são os atos dos quais discorda e qual o motivo pelo qual discorda,
sob pena de preclusão.

No pregão presencial, as autoridades competentes para a decisão são o


pregoeiro, cujo papel é analisar os pressupostos de aceitabilidade, devendo
fundamentá-lo e só depois encaminhar à autoridade superior, que é a responsável
pela decisão do recurso

Você é capaz de identificar a quem cabe o exame dos requisitos de


admissibilidade dos recursos no pregão: ao pregoeiro ou à autoridade superior?
Veja a seguir uma explicação para este questionamento:

A interposição do recurso, segundo a Lei nº 10.520/2002, deve envolver a


prática dos seguintes atos pelo recorrente:

1 manifestação da intenção de recorrer;

2 2. por representante credenciado;

3 de forma imediata, após e declaração do vencedor;

4 com a indicação das razões do descontentamento.

123
Tais atos devem ocorrer durante a sessão do pregão, que é conduzida pelo
pregoeiro. Nesse sentido, o pregoeiro detém o juízo de admissibilidade do recurso
com base nos aspectos acima.

Porém, há grande controvérsia sobre o aspecto “indicação das razões


do descontentamento”, já que muitos pregoeiros acabam afastando recursos
preliminarmente com o intuito de concluírem o pregão com mais rapidez, sob
justificativa de que os motivos indicados pelos licitantes não merecem ser levados
à autoridade superior. Esse procedimento não encontra amparo legal.

Atenção

A competência do pregoeiro para realizar juízo de admissibilidade


recursal deve ser restrita a aspectos formais, relacionados à presença
dos pressupostos recursais, tais como sucumbência, tempestividade,
legitimidade, interesse e motivação. Não lhe é dado o exame do
mérito do recurso a partir de razões sucintamente apresentadas
(Acórdãos TCU 3.151/2006 – 2ª Câmara; 3.528/2007 – 1ª Câmara e
287/2008, 2.564/2009, 339/2010, 1.462/2010, 518/2012, 2.627/2013
– Plenário).

2.2.4.5 – Fase Recursal no pregão eletrônico

Declarado o vencedor e após a proposta estar aceita e habilitada, os


licitantes poderão, de forma imediata e motivada, manifestar sua intenção de
recurso utilizando um campo específico do sistema. A falta de manifestação do
licitante quanto à intenção de recorrer importará na decadência desse direito.
Após o pregoeiro habilitar o último item, o sistema exibirá uma janela contendo
a hora atual e solicitará o prazo final para registro de intenção de recursos para
todos os itens.

Neste momento, o sistema automaticamente exibirá a tela em que será


informado o prazo final para registro de intenção de recursos para todos os itens.
Esse prazo final deverá ser de no mínimo 20 minutos.

124
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Decorrido o prazo para a manifestação de intenção de recurso, há


procedimentos que devem ser seguidos considerando duas situações:

1ª- Quando não há intenção de recursos ou a intenção for julgada como


não-procedente pelo pregoeiro.

2ª- Quando há registro de intenção de recursos.

Conheça os procedimentos a serem realizados em cada um dessas situações:

1. Quando não há a intenção de recurso ou se a intenção for julgada


como não-procedente pelo pregoeiro:

A sessão pública do Pregão será encerrada pelo pregoeiro.

Será gerada, automaticamente pelo sistema, a Ata do Pregão e


disponibilizada para acesso da sociedade e dos licitantes.

O processo de licitação passará para a fase de adjudicação.

125
2. Quando houver registro de intenção de recurso:

O pregoeiro irá julgar, como procedente ou não, a manifestação de


intenção de recurso registrada pelos licitantes utilizando a opção “Juízo
de Admissibilidade”.

Em seguida, o pregoeiro encerrará a sessão pública do Pregão.

Neste encerramento, se o pregoeiro tiver julgado a intenção de recurso


como procedente, o sistema solicitará prazos limites para registro da
razão de recurso, contrarrazão e decisão.

Será gerada, automaticamente pelo sistema, a Ata do Pregão e


disponibilizada para acesso da sociedade e dos licitantes.

O processo licitatório entrará na fase recursal.

A intenção de recurso deverá ser registrada pelo fornecedor exclusivamente


por meio eletrônico, em campo próprio do sistema.

2.2.5 – ADJUDICAÇÃO

Trata-se do ato formal pelo qual a Administração atribui ao licitante vencedor


o objeto da licitação. Por meio da adjudicação, a Administração reconhece a
existência de uma proposta adequada às exigências legais e do edital, e gera a
expectativa de contratação para o adjudicatário.

Mediante esse ato, o licitante vencedor tem o seu direito à contratação


assegurado. Assim, se a contratação se concretizar, isto é, se a Administração
celebrar o contrato, só poderá fazê-lo com o adjudicatário.

126
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Quando não há manifestação de recurso, a adjudicação é realizada


diretamente pelo pregoeiro. Porém, caso os licitantes apresentem recurso, o
poder de adjudicar o objeto passa à autoridade superior, depois de transcorridos
os prazos devidos e decididos os recursos.

2.2.5.1 – Registro da Ata

Após a adjudicação o pregoeiro deve lavrar a ata. No documento devem


constar:

ATA DE SESSÃO PÚBLICA DE PREGÃO

- O registro do aviso.
- Esclarecimentos e impugnações.
- A suspensão e o reinício da sessão, se for o caso.
- Decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na
proposta ou na documentação.
- Resultado da licitação.
- E outros, conforme art. 8º, inciso XII, do Decreto nº
10.024/2019.

127
2.2.6 – HOMOLOGAÇÃO DA LICITAÇÃO

A homologação é a confirmação da regularidade e legalidade do


procedimento licitatório. Nesse sentido, a licitação só será homologada se todos
os atos realizados estiverem em perfeita regularidade.

Segundo Fernandes (2005), é comum a autoridade superior submeter os


autos para exame pelo controle interno ou ao órgão jurídico. O objetivo é melhor
avaliar o procedimento. Havendo algo ilegal, os atos serão anulados e o pregoeiro
deverá ordenar o refazimento dos atos decorrentes.

Seguindo as regras estabelecidas no edital, após a homologação, o


adjudicatário é convocado para assinar o contrato no prazo estabelecido no edital.

Atenção

Se o adjudicatário se recusar a assinar o contrato, seguindo a lei do


pregão, ocorrerá a convocação do segundo classificado. Porém, este
executará a própria oferta – em outras palavras, este licitante não é
obrigado a praticar o preço ofertado pelo primeiro colocado, que
não celebrou o contrato.

2.2.6.1 – Documentação do processo do pregão

Após a homologação e assinatura do contrato, os atos essenciais do


pregão devem ser documentados ou juntados no respectivo processo para fins de
arquivamento e possíveis consultas.

2.2.6.1.1 – Documentação do processo do pregão presencial

De acordo com o art. 21 do Decreto nº 3.555/2000, o processo do pregão,


ao final do certame, deve conter os seguintes documentos:

128
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Conhecendo a Lei

I - justificativa da contratação;

II - termo de referência, contendo descrição detalhada do objeto,


orçamento estimativo de custos e cronograma físico-financeiro de
desembolso, se for o caso;

III - planilhas de custo;

IV - garantia de reserva orçamentária, com a indicação das respectivas


rubricas;

V - autorização de abertura da licitação;

VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;

VII - parecer jurídico;

VIII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;

IX - minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, conforme


o caso;

X - originais das propostas escritas, da documentação de habilitação


analisada e dos documentos que a instruírem;

XI - ata da sessão do pregão, contendo, sem prejuízo de outros, o registro


dos licitantes credenciados, das propostas escritas e verbais apresentadas,
na ordem de classificação, da análise da documentação exigida para
habilitação e dos recursos interpostos; e

XII - comprovantes da publicação do aviso do edital, do resultado da


licitação, do extrato do contrato e dos demais atos relativos a publicidade
do certame, conforme o caso.

129
2.2.6.1.2 – Documentação do processo do pregão eletrônico

Neste formato, os documentos eletrônicos que compõem o processo do


pregão ficam arquivados nos sistemas ou nas plataformas, e são válidos para
todos os efeitos legais. Nos autos do processo físico devem constar os itens que a
administração considerar necessários.

De acordo com o Decreto nº 10.024/2019, o processo do pregão eletrônico


será instruído com, no mínimo, os seguintes documentos:

Conhecendo a Lei

I - estudo técnico preliminar, quando necessário;

II - termo de referência;

III - planilha estimativa de despesa;

IV - previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação


das rubricas, exceto na hipótese de pregão para registro de preços;

V - autorização de abertura da licitação;

VI - designação do pregoeiro e da equipe de apoio;

VII - edital e respectivos anexos;

VIII - minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou


minuta da ata de registro de preços, conforme o caso;

IX - parecer jurídico;

X - documentação exigida e apresentada para a habilitação;

XI - proposta de preços do licitante;

130
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

XII - ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre


outros:

a) os licitantes participantes;

b) as propostas apresentadas;

c) os avisos, os esclarecimentos e as impugnações;

d) os lances ofertados, na ordem de classificação;

e) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso;

f) a aceitabilidade da proposta de preço;

g) a habilitação;

h) a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na proposta ou na


documentação;

i) os recursos interpostos, as respectivas análises e as decisões; e

j) o resultado da licitação;

XIII - comprovantes das publicações:

a) do aviso do edital;

b) do extrato do contrato; e

c) dos demais atos cuja publicidade seja exigida; e

XIV - ato de homologação.

§ 1º A instrução do processo licitatório poderá ser realizada por meio de


sistema eletrônico, de modo que os atos e os documentos de que trata este
artigo, constantes dos arquivos e registros digitais, serão válidos para todos
os efeitos legais, inclusive para comprovação e prestação de contas.

§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na internet imediatamente


após o seu encerramento, para acesso livre.

131
2.2.6.2 – Sanção administrativa

A aplicação de sanções administrativas tem previsão legal e visa preservar


o interesse público, caso haja inobservância ou observância inadequada a um
comportamento descrito na norma jurídica ou no contrato por parte dos licitantes
ou contratados.

Os objetivos das sanções são reprovar a conduta praticada pelo adjudicatário,


desestimular a sua reincidência, prevenir que outros licitantes e contratados
cometam os mesmos procedimentos, e impedir ou minimizar os danos causados
pelos licitantes.

Atenção

Na definição e gradação das sanções deve-se aplicar os princípios da


proporcionalidade e razoabilidade, e o processo administrativo para
aplicação de sanção deve garantir o contraditório e ampla defesa. A
Lei nº 10.520/2002 não definiu prazo para defesa.

De acordo com o art. 7º da Lei nº 10.520 de 2002, aquele que for convocado
dentro do prazo de validade da sua proposta, mas praticar os atos a seguir, estará
sujeito a sanções.

Não celebrar o contrato dentro


do prazo de validade da proposta
Deixar de entregar ou entregar
documentação falsa
Retardar a execução do objeto

Comportar-se de modo inidôneo

Falhar ou fraudar na execução


do contrato
Não mantiver proposta

Cometer fraude fiscal

132
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

Nesses casos, este licitante poderá ser:

Impedido de licitar
e contratar com a
esfera de governo Descredenciado do
Sem prejuízo das
por até 5 anos SICAF (ou outro
multas prevista em
(sempre em sistema) por até 5
edital e no contrato
conjunto com o anos
item 2)

Agora que foram apresentadas detalhadamente as fases que compõem o


pregão, suas particularidades, as ações devidas a serem executadas pelo pregoeiro
e as ponderações que devem ser feitas por ele a partir de determinada situação,
veja a seguir um quadro comparativo destacando as especificidades de cada uma
dessas fases em suas duas formas: PRESENCIAL e ELETRÔNICA.

133
PROCEDIMENTOS PREGÃO ELETRÔNICO PREGÃO PRESENCIAL

A sessão acontece à A sessão pública se dá com


Sessão Pública
distância, via internet. a presença dos licitantes.

Os licitantes poderão participar


da sessão pública na internet, É feito um credenciamento dos
Abertura
mediante utilização de sua licitantes interessados em participar.
chave de acesso e senha.

O licitante autor de menor proposta


e os demais que apresentarem
preços até 10% superiores a ela
estão classificados para a fase de
Todos os licitantes cujas
lance. Caso não haja pelo menos 3
propostas não forem
Fase de Lances (três) licitantes que atendam essas
desclassificadas passam
condições, deverão ser convocados
para a fase de lances.
para a fase os demais, obedecendo a
ordem de classificação das propostas
e até no máximo de três, quaisquer
que sejam os preços oferecidos.

É vedada a indicação dos


Os presentes na sessão pública sabem
Autoria dos Lances licitantes responsáveis
quem são os autores das propostas.
pelos lances.

Os licitantes são classificados de


Os licitantes podem
forma sequencial e apresentam
oferecer lances sucessivos,
lances verbais, a partir do autor da
Ordem dos Lances independentemente da ordem
proposta de maior preço e os demais
de classificação, não sendo
em ordem decrescente de valor,
necessário cobrir o menor preço.
cobrindo-se a menor proposta.

134
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

PROCEDIMENTOS PREGÃO ELETRÔNICO PREGÃO PRESENCIAL

A depender do modo de disputa


– aberto ou aberto e fechado.
Aberto: os licitantes
apresentarão lances públicos e
sucessivos, com prorrogações,
conforme o critério de
Término da Fase julgamento adotado no edital. Ocorre quando não houver lances
de Lances Aberto e Fechado: os licitantes menores que o último ofertado.
apresentarão lances públicos
e sucessivos, com lance final e
fechado, conforme o critério de
julgamento adotado no edital.
Os modos de disputas estão
detalhados no item 2.2.3.6.

 Os documentos de habilitação


deverão ser enviados juntamente
com a proposta de preços,
A documentação deverá ser
Habilitação após a divulgação do edital
apresentada em envelope lacrado.
no sítio eletrônico até a data
e o horário estabelecidos para
abertura da sessão pública.

A intenção de recorrer pode ser A intenção do licitante de recorrer


realizada pelo licitante, de forma deve ser feita de forma verbal,
Recurso
imediata e motivada, em campo no final da sessão com registro
próprio no sistema eletrônico. em ata da síntese das razões.

Fonte: Adaptado pelo autor da Cartilha do SEBRAE sobre Pregão Presencial e Eletrônico

,
Concluímos o módulo e nele você pôde ver com detalhes cada uma das
fases da modalidade licitatória pregão e suas principais diferenças. Esperamos que
tenha compreendido como cada uma deve ser realizada e os procedimentos que
esperamos devem ser executados em cada uma delas, e tenha percebido várias
distinções existentes entre um pregão presencial e um pregão eletrônico.

135
CONCLUSÃO
Chegamos ao final do curso Formação de Pregoeiro!

Ao longo deste conteúdo, compartilhamos conhecimentos técnicos e legais


relativos à realização da modalidade do Pregão. No Módulo 1, descrevemos e
caracterizamos o pregão como modalidade de licitação pública, abordando sua
inaplicabilidade e obrigatoriedade, e tratando das duas formas de realização desta
modalidade – presencial e eletrônica. Descrevemos as características do pregão,
abordando seus benefícios e vedações, e os princípios e fundamentos regem
esta modalidade licitatória. Ainda no módulo 1, abordamos as responsabilidades
e atribuições dos servidores envolvidos no processo, ou seja, a autoridade
competente, o pregoeiro e a equipe de apoio. Por fim, neste módulo explicamos
o tratamento diferenciado dado às microempresas (ME) e empresas de pequeno
porte (EPP) como forma de incentivar seu crescimento, afim de promover o
desenvolvimento nacional sustentável.

O Módulo 2 apresentou um detalhamento das fases do pregão. Assim,


trabalhamos a Fase Preparatória (interna) e suas subfases, como a requisição do
objeto, o Estudo Técnico Preliminar, a pesquisa de mercado, a elaboração do edital
e a designação do pregoeiro e da equipe de apoio, entre outras etapas. Também
descrevemos a Fase Externa apresentando as diferenças existentes entre o pregão
presencial e o eeletrônico, as etapas de convocação e credenciamento, a sessão
pública do pregão, a fase recursal, a adjudicação e a homologação da licitação.

Este estudo se complementa pelos conteúdos característicos de cursos na


modalidade a distância que estão disponibilizados no ambiente do curso. Fique
sempre atento, principalmente às alterações das ferramentas/sites, pois, como
todos sabemos, o desenvolvimento tecnológico é constante.

136
FORMAÇÃO DE PREGOEIRO

REFERÊNCIAS
AMORIM, Victor Aguiar Jardim de. Licitações e contratos administrativos:
teoria e jurisprudência. Brasília: Senado federal, Coordenação de Edições
Técnicas, 2017. 240 p.

BELTRÃO, Antônio G. Princípio do desenvolvimento sustentável. Jus. set. 2016.


Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/52223/principio-do-desenvolvimento-
sustentavel>. Acesso em: 19 nov. 2019.

BRASIL. Decreto nº 3.555, de 8 de agosto de 2000. Aprova o Regulamento para


a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.
htm>. Acesso em: 24 set. 2020.

BRASIL. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Estabelece a exigência


de utilização do pregão. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm#:~:text=na%20forma%20
eletr%C3%B4nica.-,Art.,ser%20justificada%20pela%20autoridade%20
competente>. Acesso em: 24 set. 2020.

BRASIL. Acórdão 694/2014. Plenário. Relator: Valmir Campelo. 23 jun. 2014.


Disponível em: <https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-
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BRASIL. Acórdão 2220/2008. Plenário. Relator: Raimundo Carreiro. 8 out.


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BRASIL. Acórdão 3261/2014. Plenário. Relator: Marcos Bemquerer. 26 nov.


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NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520?uuid=bef830a0-dde0-11e9-a115-
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BRASIL. Acórdão 3.516/2007. 1ª Câmara. Relator: Aroldo Cedraz. 13 nov.


2007. Disponível em: https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-
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BRASIL. Acordão 6.504/2017. 2ª Câmara. Relator: Augusto Nardes. 18 jul. 2017.


Disponível em: https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/jurisprudencia-
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C%2520ANOACORDAO%2520desc%252C%2520NUMACORDAO%2520desc/0/
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BRASIL. Acórdão 2.900/2009. Plenário. Relator: Benjamin Zymler. 02 dez. 2009.


Disponível em: <https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/resultado/acordao-completo/*/
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Disponível em: <https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/resultado/acordao-completo/*/
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BRASIL. Acórdão 1.074/2017. Plenário. Relator Augusto Sherman. 25 mai. 2017.


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tcerj.tc.br/web/ecg

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