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ATIVIDADE

Questão/Reflexão 1
A fase históricas da Educação Especial que escolhi é a inclusão/escola inclusiva:
apontando aspetos mais relevantes, vantagens e/ou constrangimentos da fase que
escolheu.

Escola Inclusiva
Numa sociedade em constante renovação, evolução e retrocesso, um princípio
fundamental é o direito à igualdade na diferença. Neste sentido, surge o conceito de
inclusão e, assim, de Escola inclusiva, independentemente de etnias, estratos sociais,
religiões, culturas, línguas ou capacidades/incapacidades, limitações.
A Declaração de Salamanca constitui um dos marcos mais significativos na
Educação Especial, fazendo surgir um novo arquétipo, ou seja, a escola inclusiva
no sentido de uma Escola para Todos.
Considero relevantes os seguintes pressupostos contidos na Declaração de Salamanca:
“O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos
aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das
diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades
diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de
modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de currículos adequados,
de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de utilização de recursos e
de uma cooperação com as várias comunidades. É preciso, portanto, um conjunto de
apoios e serviços para satisfazer as necessidades especiais dentro da escola.” “…as
escolas devem acolher todas as crianças, independentemente das suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem incluir as crianças
deficientes ou sobredotadas, as crianças de rua, e as que trabalham, as de populações
nómadas ou remontas; as de minorias étnicas e linguísticas e as que pertencem a áreas
ou grupos desfavorecidos ou marginalizados.”
Assim, a escola inclusiva é entendida como escola para todos, sendo uma estrutura
educativa de suporte social promovendo uma educação diferenciada.
Desenvolve-se uma interação dinâmica, escola-família-aluno-comunidade, que deverá
ser de complementaridade no sentido mais lato possível, respeitando a criança como um
ser bio-psico-social a viver em Sociedade.
A escola para todos subentende uma mudança de estruturas, de abertura à comunidade e
de atitudes, adaptando o tipo de trabalho de alguns professores que deverão reconhecer
que cada criança é diferente das outras, tem as suas próprias necessidades específicas e
progride de acordo com as suas capacidades. Deverá fornecer os requisitos básicos
essenciais ao desenvolvimento holístico e harmonioso da criança, independentemente
das suas capacidades ou falta delas. As escolas têm por seu dever e por direito dos
cidadãos, receber e preparar todas as crianças e adolescentes independentemente das
características de cada um, inclusive os alunos que possuem alguma deficiência seja ela
qual for (Nogueira e Andrade, 2007).
Surge um novo modelo de escola aberta à diversidade, onde se caminha no sentido de
que todos encontrem uma resposta às suas necessidades, por tudo o que traz de mudança
e renovação e pelos novos recursos e serviços com que se pode contar. A escola, assim
como a Sociedade estão em constante renovação, funcional, estrutural, organizativa,
tecnológica e legal.
Numa estratégia de orientação inclusiva, as escolas constituem os meios mais capazes
para combater atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias,
constituindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos.
Como profissionais da educação devemos referir Correia (1997), “como educadores,
cabe-nos um papel preponderante – o de defender os princípios consignados na
Constituição Portuguesa, na lei de Bases do Sistema Educativo e no Decreto-Lei
319/91, de 23 de Agosto (agora 3/2008 de 07 de janeiro) que, numa palavra, proclamam
que toda a criança deve ser tratada em pé de igualdade e de imparcialidade em matéria
de educação”.
A integração escolar apresenta-se “como um processo que pretende unificar a educação
regular e a educação especial, com o objectivo de oferecer um conjunto de serviços a
todas as crianças, com base nas suas necessidades de aprendizagem.” Birch (1974).
Por isso, temos uma grande responsabilidade, independentemente da severidade e da
profundidade da problemática da criança, que é a de criar as condições essenciais para
que todos recebam uma educação equilibrada, apropriada de acordo com as suas
características e necessidades individuais.
Para Nogueira e Andrade (2007), a educação acontece em todo e em qualquer lugar,
mas na escola ela é propositada, portanto, o olhar do professor tem que ser o olhar das
possibilidades. Não só a escola, mas a sociedade como um todo, deve estar aberta e se
adaptar para a inclusão social. E, não basta ser uma sociedade aberta e acessível a todos
os grupos, mas também uma sociedade que encoraja a participação e aprecia a
diversidade e as práticas humanas. Quando se fala em inclusão social não se deve
limitar à inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas, mas deve ser uma
reflexão voltada para uma sociedade inclusiva, abrangendo todo e qualquer cidadão, a
comunidade por inteiro e o governo em conjunto.

A escola foi durante o período ditatorial muito controlada, censurada, ritualizada no


quotidiano pelos valores dominantes: conformismo e obediência. Uma escola onde
predominava a transmissibilidade de saberes, impedindo a abordagem livre e
descomprometida dos temas em estudo e onde a liberdade de expressão era inibida.
Hoje em dia, a escola passou a ser um lugar de descobertas e transmissão de
conhecimentos, levando a aluno a ser curioso e não apenas um mero espectador.
Atualmente, com a criação da sociedade inclusiva através da vivência de uma escola
inclusiva, estamos mais perto de alcançar uma equidade de atitudes para com o
indivíduo portador de necessidades especiais. A escola inclusiva é um grande desafio,
na medida de todos e de cada um dos alunos. Ainscow (1998) afirma que “(…) o maior
desafio para um professor é uma criança que diz: “Eu não compreendo”. Se o aluno
não compreende, o professor tem de fazer tudo para que a criança aprenda. Os
professores são como os músicos de jazz: têm o mesmo reportório todas as noites, mas
improvisam em função do feedback que recebem do público.”

Formanda: Eleonora A. Preces Moita

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