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Escola Secundária Ferreira Dias Agualva-Cacém

Professor Bernardo Montalvo

Sistema de Ignição

Trabalho realizado por:


Ricardo Tendeiro
Introdução
Atualmente, o sistema de ignição evoluiu bastante relativamente ao sistema de ignição
convencional, sendo hoje em dia totalmente controlados por uma unidade
computacional que juntamente com vários sensores, monitorizam o estado das
diversas características do motor agindo em função destas de maneira a melhorar o
seu rendimento e desempenho. Com este trabalho tenho como objetivo conhecer
mais aprofundadamente e dar a conhecer os diferentes tipos de velas, a sua
constituição, os materiais que constituem os mesmos, os diferentes tipos de grau
térmico e por fim o ângulo dwell e o ciclo Atkinson

Velas
As velas de ignição, são os elementos onde se produz a faísca responsável pelo
desencadear da combustão da mistura no interior dos cilindros.
Esta faísca é resultado da elevada diferença de potencial existente entre dois
elétrodos, em que um se encontra ligado à massa e outro ao cabo que traz a corrente
de alta tensão do distribuidor.
Para inflamar a mistura entre os elétrodos da vela, a tensão deve, no mínimo, atingir
um valor de 6.000 volt, sendo esta a voltagem mínima suficiente para vencer a
distância entre os pólos da vela.

A vela necessita de uma tensão (voltagem) entre os 6.000 e 15.000 volts.

Esta tensão depende de vários factores tais como:


- Desgaste das velas;
- Resistência do cabo de ignição;
- Distância entre a saída de alta tensão do rotor e os terminais da tampa do
distribuidor;
- Resistência do rotor;
- Ponto de ignição
- Compressão dos cilindros;
- Mistura Ar/ Combustível;
- Temperatura
Relação mistura Ar/ Combustível
A vela provoca a ignição através de uma faísca que inflama na mistura Ar/ Combustível
entre os seus elétrodos.
16 partes de ar- para 1 de gasolina
15 partes de ar- para uma de gasolina= Mistura Rica

Em funcionamento, a parte interna da vela deve atingir uma temperatura entre 500ºC
e 850ºC.
Estas temperaturas permitem:
- Aquecer a mistura situada nas proximidades dos elétrodos de modo a produzir uma
queima propagando-se através da massa de gás no momento da ignição.
- Queimar todas as partículas de carbono, vestígios de carburante e lubrificante que se
tenham depositado nos elétrodos. Fazendo assim com que o elétrodo central
permaneça limpo e o isolante interno seco.

Constituição
Uma vela é constituída por um canhão metálico, que permite a fixação ao bloco do
motor, que tem na sua extremidade um elétrodo de massa e um elétrodo central com
uma das extremidades ligada ao cabo de alta tensão e outra por onde salta a faísca.
Existe ainda um isolante que separa o elétrodo central do canhão metálico.

Tipos
O grau térmico classifica a vela segundo a sua capacidade de transferência de calor da
zona onde salta a faísca para os sistemas de refrigeração do motor.
As velas do tipo quente têm a extremidade do isolador mais larga e evacuam o calor
mais lentamente
As velas do tipo frio têm a extremidade do isolador mais estreita e transferem o calor
rapidamente.

As velas variam o seu comprimento consoante a sua temperatura:


- Vela quente comprimento maior
- Vela fria comprimento menor
Para motores com elevadas taxas de compressão são utilizadas velas frias, devido ao
facto das altas temperaturas no interior da câmara de combustão, sendo assim
necessário uma grande dissipação do calor mais rapidamente.
Já em motores com baixas taxas de compressão, é necessário o uso de velas do tipo
quente.
O grau térmico das velas pode ser determinado pelos seguintes fatores:
- Condutibilidade térmica do isolador e dos elétrodos;
- Tamanho da superficíe do isolador exposta aos gases de combustão;
- Tamanho e forma do espaço de respiração.

Materias constituíntes das velas


As velas constituídas por materias não ferrosos são do tipo: Platína, Níquel.
As velas mais comuns têm eletrodos fabricados com ligas de níquel, com cerca de 1,5%
de manganés, 0,8% de ferro e 0,4% de cobre.
O metal mais adequado é a platina, mas devido ao facto de ser um metal muito caro
este é substituído por níquel.

Vela de ignição de platina


As velas de ignição equipadas com uma chapa de platina no elétrodo central, assegura
resultados mais constantes da vela de ignição ao longo de toda a sua vida útil, mesmo
em condições exigentes . Devido ao elétrodo central estreito, emite muito pouca
tensão de faísca, descarrega a bobina de ignição e garante uma combustão ideal.

Velas de ignição de iridium


Atualmente, as velas de ignição de iridium representam a solução tecnológica de
ponta.Incluem uma liga de iridium no elétrodo central, soldado atrvés de um processo
especial. É um dos metais mais rígidos do mundo, dado que o ponto de fusão deste
metal começa numa temperatura bastante elevada, sendo por isso muito resistente à
erosão por descarga elétrica. A sua vida útil duplica, em média, em comparação com as
velas de ignição de níquel.
Ciclo de Atkinson
O motor de Atkinson foi registrado nos EUA a 2 de agosto de 1882 por James Atkinson.
É caracterizado por ter um curso de expansão maior do que um curso de compressão,
facto que é implementado para aproveitar mais a energia disponível no combustível
injetado, pois da mais tempo para a mistura se expandir e, portanto, produzir uma
maior quantidade de trabalho dentro da câmara de combustão.
Para atingir a sua funcionalidade, o Ciclo Atkinson apela ao conceito de fechamento da
válvula de admissão tardia . Este método consiste em deixar as válvulas de admissão
abertas em certos graus após o êmbolo chegar ao Ponto Morto Inferior, de maneira a
garantir que seja realizado um enchimento de ar correto e uniforme em todos os
cilindros.
Prós:
- Maior eficiência térmica em comparação com o ciclo Otto convencial.
- Redução de emissões
- Redução de perda de bombeamento
- Adequado em veículos híbridos onde o menor torque produzido pode ser
compensado.

Contras:
- Saída de torque inferior
- Maior complexidade

Ângulo Dwell
O ângulo Dwell é o ângulo em graus que a came do distribuidor roda durante o tempo
em que os contactos dos platinados estão fechados. Quando o taco de fibra que se
encontra fixo ao martelo é alcançado pelo excêntrico da came, os contactos abrem e o
período dwell termina. De seguinda, quando o taco se encontra sobre a superficíe
plana da came, um novo período dwell começa.
O seu funcionamento é realizado em 360 graus , ou seja o ângulo dwell máximo para
um determinado motor é de 360 a dividir pelo número de cilindros existentes. Se o
ângulo existente for superior para o motor , este irá fazer com que os contactos
permaneçam sempre fechados, não existindo uma interrupção da corrente que circula
na bobine, não produzindo faísca. Em contraste, se este ângulo fosse muito próximo
de zero, os contactos iriam permanecer abertos e não iriam fechar o circuito, não
havendo faísca nas velas.

Velas em carros híbridos


Um dos carros híbridos que utiliza velas de ignição é o Honda Civic Hybrid foram
desenvolvidos motores novos baseados no motor jazz de quatro cilindros com 1339
centrímetros cúbicos de uma árvore de cames à cabeça, ignição dupla e sequencial
inteligente com duas velas de ignição por cilindro.
A utilização de duas velas de ignição por cilindro do sistema i-DSI permite variar o
avanço e tempo de ignição da vela de acordo com o regime de rotação de modo a
obter uma queima mais lenta ou mais rápida do combustível injetado na câmara de
combustão.
A utilização de duas velas reduz o tempo de dispersão da chama, enquanto o controlo
do ponto assegura a melhor combustão. A mistura homogénea de ar-combustível
permite obter baixas emissões de gases poluentes, elevada potência e baixo consumo
de combustível.

Velas de ignição híbridas


Desenvolvidas para motores que tenham tendência a acumular mais depósitos de
carbono devido à sua conceção, as velas de ignição híbridas têm um elétrodo de terra
normal , assim como dois elétrodos de terra mais pequenas na lateral. Os elétrodos
laterias entram em ação se a vela de ignição estiver obstruída por carbono.

Conclusão
Após este trabalho, a principal conclusão que se pode tirar é que apesar do motor de
combustão não ter sofrido grandes alterações, alguns sistemas como o sistema de
ignição sofreram grandes alterações tendo sempre como principal objetivo o
melhoramento no funcionamento do motor. Começando nas décadas de 20 e 60 com
uma ignição convencioanl que apresentava inúmeras deficiências que levaram a
constante evolução do sistema de ignição ao longo das décadas.

Webgrafia
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/5769/1/4913_9718.pdf

https://www.caranddriver.com/news/a15345875/what-is-the-atkinson-combustion-cycle-and-
what-are-its-benefits/

https://www.claytex.com/tech-blog/the-atkinson-cycle-and-improving-the-ices-efficiency/

https://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/2105/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf

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