Você está na página 1de 50

Fı́sica I

Movimento Retilı́neo

Marcello Antonio Alves Talarico

UTFPR

2021
Sumário

1 Sumário

2 Cinemática
Sistema de Coordenadas
Posição
Velocidade
Aceleração
Interpretação Gráfica
Cinemática: Mapa Mental
O Problema Inverso
Cinemática

É a descrição o movimento dos corpos sem se preocupar com as causas.


Cinemática - Atualizada

É a descrição o movimento dos corpos usando apenas os conceitos do


tempo e espaço sem se preocupar com as causas.
Para trabalhar os conceitos de tempo e espaço devemos sempre falar de
sistemas de coordenadas.

A descrição mais completa de um sistema faz uso de 3 dimensões. Para


simplificar o entendimento de conceitos, que são independentes do
número de dimensões, usaremos sistemas unidimensionais. Apesar de
mais simples, mantêm muitas das importantes vetoriais.

Mesmo que inicialmente falemos de sistemas unidimensionais devemos ter


em mente que uma vez escolhido a origem do sistema de coordenadas
está deve ser a mesma até o fim do problema.
Sistema de Coordenadas

Um sistema de coordenadas usado para localizar pontos no espaço é


constituı́do por:

1. Ponto de referência fixo, denominado de origem.


2. Um conjunto de eixos, ou direções, definidos com escalas e identifi-
cações em cada um desses eixos.
3. Instruções que os digam como localizar um ponto no espaço em rela-
ção à origem e aos eixos.

Localizar pontos no espaço tem outro nome: É chamado de posição!


Sistema de Coordenadas

Figura: Sistema Unidimensional


Sistema de Coordenadas

Figura: Sistema Bidimensional


Sistema de Coordenadas

Figura: Sistema Tridimensional

Seremos apresentados aos conceitos fundamentais de cinemática em


sistemas unidimensionais.
Sistema de Coordenadas

E o tempo onde entra?


O tempo é um paramêtro que pode ( e será) representado graficamente.

Figura: Esse gráfico representa a posição de um corpo em uma posição x no


tempo t
Trajetória

Um corpo, em relação a um dado referencial , ocupa um determinado


ponto P em um dado instante t. Chama-se de trajetória: o conjunto dos
pontos ocupados por um corpo ao longo de um intervalo de tempo ∆t
qualquer.
Deslocamento

Deslocamento (d) é o vetor resultante da subtração do vetor posição final


r2 pelo vetor posição inicial r1

Figura: d = r2 − r1
Deslocamento

É importante notar que o deslocamento é de natureza vetorial, ou seja,


são consideradas sua posição, direção e sentido. Em certos casos, porém,
como em uma corrida de fórmula 1, é mais interessante trabalhar apenas
com a distância percorrida ∆S, que é o comprimento da trajetória
realizada.
Velocidade

Quando estamos no ramo da cinemática, podemos dizer que o


movimento de uma particula só fica completamente conhecido quando
for conhecida a sua posição em qualquer instante do tempo.
Vamos observar o seguinte gráfico:
Velocidade

Podemos pegar a distância ∆x = xf − xi (atenção: isso é a linha reta


entre os pontos i e f) e dividir pelo intervalo de tempo (∆t = tf − ti ) que
a partı́cula leva para percorrer. Essa quantidade ∆x∆t (distância por tempo)
é chamada de velocidade média.

∆~x m
~vmedia =< ~v >≡ = →
∆t s
~xf − ~xi
< ~v >= → ~xf = ~xi + < ~v > ∆t
∆t

∆~
x
A velocidade média tem uma interpretação geométrica simples. ∆t é o
coeficiente angular da reta que passa por i e f.
Velocidade

Isso leva a um ponto importante. Como podemos ver a velocidade média


é independente da trajetória, como consequência disso podemos ter
velocidade média nula apesar de haver movimento:

Figura: Caso onde há deslocamento porém velocidade média nula.


Velocidade

∆~x 0
< ~v >= = =0
∆t ∆t

Oras com isso podemos ver que informações importantes são perdidas.
Como podemos ter acesso a essa informação, afinal sabemos que há
movimento e consequentemente variação da posição com relação ao
tempo. Descreveremos uma seqüência que nos indicará a solução.
Velocidade

Pegando o gráfico anterior podemos refinar a nova descrição dividindo o


∆t em duas partes,

o ∆t1 e o ∆t2 com os quais podemos calcular a velocidade média em


cada pedaço.
Velocidade

O ∆t1 e o ∆t2 com os quais podemos calcular a velocidade média em


cada pedaço. No intervalo entre 1 e 2 temos ∆x1 = xf − xi = x2 − x1
então

x2 − x1
< ~v1 >=
∆t1

No intervalo entre 2 e 3 temos ∆x2 = xf − xi = x3 − x2 então

x3 − x2
< ~v2 >=
∆t2
como x2 > x3 então a velocidade é negativa.
Velocidade

Com essa divisão do tempo melhoramos o nosso conhecimento sobre o


movimento da partı́cula. Nós podemos melhorar a nova descrição
dividindo a trajetória em mais intervalos (que são conseqüêntemente
menores)...

Essa idéia é interessante pois nos leva ao conceito de velocidade


instantânea.
A velocidade de uma partı́cula num instante de tempo arbitrário, em um
certo ponto do gráfico de espaço contra tempo é a velocidade
instantânea, ou seja, a velocidade instantânea é a velocidade em um
instante de tempo e não em um intervalo. Um instante é um intervalo de
tempo cujo valor é tão pequeno que tende a zero.
Velocidade

Exemplo:
Um dado objeto tem a sua posição descrita por uma parábola x(t) = 5t 2

Qual a velocidade instantânea em t = 1s ?


Velocidade

Com centro no instante t =1s calculemosa velocidade média a partir de


instantes anteriores e instantes posteriores, tomando ∆t = 1s, 1 × 10−1 s
e 1 × 10−2 s

∆t = 1s

x(1) − x(0) 5−0 m


< ~v0→1 >= = =5
1−0 1−0 s
x(2) − x(1) 20 − 5 m
< ~v1→2 >= = = 15
2−1 1−0 s
Velocidade

∆t = 1 × 10−1 s

x(1) − x(0, 9) 5, 00 − 4, 05 m
< ~v0,9→1 >= = = 9, 5
1 − 0, 9 1 − 0, 9 s
x(1, 1) − x(1) 6, 05 − 5, 00 m
< ~v1→1,1 >= = = 10, 5
1, 1 − 1 1, 1 − 1 s

∆t = 1 × 10−2 s

x(1) − x(0, 99) 5, 0000 − 4, 9005 m


< ~v0,09→1 >= = = 9, 95
1 − 0, 99 1, 00 − 0, 99 s
x(1, 01) − x(1) 5, 0005 − 5, 0000 m
< ~v1→1,01 >= = = 10, 05
1, 01 − 1, 00 1, 01 − 1, 00 s
Velocidade

Percebemos que o valor da velocidade instantânea para ∆t = 1s está


entre 5 ms < v < 15 ms ;

para ∆t = 1 × 10−1 s está entre 9, 5 ms < v < 10, 5 ms ;

e finalmente ∆t = 1 × 10−2 s está entre 9, 95 ms < v < 10, 05 ms .

O que sugere que o valor de v para o instante t = 1s seja:

m
v = 10
s
Velocidade

Este valor deveria ser obtido como um caso limite da seqüência quando
∆t → 0s. Vejamos,

∆x = x(1 + ∆t) − x(1) = 5(1 + ∆t)2 − 5 =


∆x = 5[1 + 2∆t + (∆t)2 ] − 5 = 10∆t + 5(∆t)2
Velocidade

agora vamos calcular a velocidade:

x(1 + ∆t) − x(1)


< ~v1→1+∆t >= =
1 + ∆t − 1
10∆t + 5(∆t)2
= 10 + 5∆t,
∆t

quando ∆t → 0

m
< ~v1→1+∆t >= 10
s
Velocidade

Para uma função x(t), o limite


" # 

x(t0 + ∆t) − x(t0 ) dx 

lim =


∆t dt 

∆t→0 
t0

Chama-se derivada de x em relação a t no ponto t0 .

A velocidade intantânea v (t) num instante t qualquer, em um


movimento descrito por x = x(t), é dado por

dx(t)
v (t) =
dt
Velocidade

Figura: Gráfico de Posição, e a velocidade.


Aceleração

Assim como nós definimos a velocidade média como uma taxa de


variação da posição com relação ao tempo, podemos pensar uma taxa de
variação da velocidade com relação ao tempo, para os caso onde a
velocidade não é constante.

Desse jeito podemos fazer analogia com o que foi feito para a velocidade.
   
~vf − ~vi ∆~v m1 m
< ~a >= = = = 2
tf − ti ∆t s s s
Aceleração

lembrando que o conceito de velocidade média não descrevia todos as


situações possı́veis, deduzimos que a aceleração média sofre do mesmo
problema... Então a solução é a aceleração instantânea.

" # 

v (t0 + ∆t) − v (t0 ) dv 

lim =


∆t dt 

∆t→0 
t0
Aceleração

dx
Lembrando que v = dt

então:

d 2 x(t)
 
dv (t) d dx(t)
a(t) = = =
dt dt dt dt 2
A interpretação geométrica é a mesma que utilizamos com a velocidade,
desde que lembremos que para isso seja válido os gráficos devem ser de
v × t.
Aceleração

Exemplo:
A velocidade de uma partı́cula que se move sobre os eixos dos x varia
com o tempo de acordo com a expressão v = (40 − 5t 2 ) ms , onde t está
em segundos.
1. Achar a aceleração média no intervalo de tempo entre t = 0s e t = 2s.
2. Determinar a aceleração em t = 2s.
Aceleração

Solução:
vf −vi 20−40
1. < a >= tf −ti = 2−0 = −10 sm2
2 2
5dt 2
2. dv
dt = d(40−5t
dt
)
= d10 d5t
dt − dt = 0 − dt = −10t sm2 em t = 2s;
a(t = 2) = −10(2) = −20 sm2
Interpretação Gráfica

(a) Posição (b) Velocidade

(c) Aceleração

Figura: Interpretação Gráfica


Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
Cinemática: Mapa Mental
O Problema Inverso

Vimos como que conhecendo a lei horária de um móvel, ou seja, a função


que descreve sua posição no tempo: x = x(t) podemos calcular suas
velocidades (média e instantânea).

Frequentemente temos de efetuar o cálculo do problema inverso. Ou seja,


conhecendo-se a velocidade instantânea entre dois instantes t1 e t2
devemos calcular o espaço percorrido.

Devemos ter em mente que se o movimento for uniforme (i.e., aceleração


constante), os conceitos de velocidade-média hv i e
velocidade-instantânea vinst são intercambiáveis!
O Problema Inverso

Pela definição de Velocidade Média temos que o espaço percorrido por


um móvel é a área sob a curva de V(t) x t

(a) Distância percorrida > 0, ou (b) Distância percorrida <


MU progressivo! 0, ou MU retrógrado
O Problema Inverso

E se o movimento não for uniforme?


Considere inúmeras fatias em que ele pode ser considerado
aproximadamente um MU!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!
O Problema Inverso

Podemos passar no caso limite a uma infinidade de fatias


infinitesimalmente estreitas. Nesse caso, a aproximação anterior
converte-se em um cálculo exato!

Você também pode gostar