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Dossiê do Professor – Em Questão – Filosofia 10.

º ano

Correção do teste de avaliação 7


O problema da organização de uma sociedade justa

Grupo I

1. D

2. A

3. A

4. B

5. C

6. C

7. A

8. C

9. B

10. C

Grupo II

1.
1.1. No texto, Rawls refere-se ao conjunto dos princípios da justiça: princípio da liberdade
igual, princípio da igualdade equitativa de oportunidades e princípio da diferença.
1.2. O objetivo da justiça social, na teoria de Rawls, é permitir que o conjunto de liberdades
iguais partilhado por todos na sociedade possa ser usufruído o melhor possível pelos
menos beneficiados. Por outras palavras, tendo em conta que as desigualdades
decorrentes da lotaria social e da lotaria natural podem colocar as pessoas em posições
de desvantagem umas relativamente às outras, depois de garantidas iguais liberdades
para todos (decorrentes do cumprimento do princípio da liberdade), é necessário criar
condições para que os menos afortunados possam realmente usufruir dessas liberdades,
ou seja, há que maximizar o valor da liberdade para os menos beneficiados. Para atingir
este objetivo, Rawls pensa que deve promover-se a oportunidade justa aos menos
beneficiados de acederem aos mesmos cargos e posições sociais a que todos os outros
podem ter acesso (princípio da igualdade equitativa de oportunidades) e distribuir a
riqueza disponível de modo a proporcionar-lhes as melhores expectativas de vida (como é
exigido pelo princípio da diferença).

2. O princípio da diferença é o princípio sobre o qual incide a crítica de Nozick, pelo facto de
implicar um padrão de distribuição da riqueza que obrigará a uma interferência constante do
Estado na vida das pessoas. Para Nozick, isto corresponde a uma violação dos direitos e
liberdades individuais, já que as pessoas acabam por não ser livres de escolher o que fazer

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Orlanda Tavares


Dossiê do Professor – Em Questão – Filosofia 10.º ano

com os seus bens. Segundo Nozick, o princípio da liberdade acaba por ser posto em causa
pelo princípio da diferença.

3. Não. O princípio da diferença não impede que os mais favorecidos melhorem a sua posição na
sociedade. A única coisa que este princípio implica é que o enriquecimento dos mais ricos se
transforme num benefício maior para os mais pobres, melhorando a condição destes. Isto não
significa que todos tenham que ganhar exatamente o mesmo, ou que as posições dentro da
sociedade sejam exatamente as mesmas. Há desigualdades que acabam por ser “boas”,
porque são vantajosas para todos, em especial para os desfavorecidos. O princípio da
diferença de Rawls sugere que o objetivo de uma sociedade justa não é atingir a pura
igualdade, mas a igualdade justa.

Grupo III

1.
1.1. Para Rawls, uma sociedade só será justa se todos os cidadãos forem capazes de definir
um conjunto de princípios de justiça que todos partilhem e respeitem. Mesmo que todos
na sociedade desejem maximizar o seu bem-estar, é necessário pensar numa forma justa
de cumprir esse objetivo. Neste sentido, aquilo que é justo deve prevalecer sobre critérios
de maximização do bem-estar.
Rawls pensa que aplicar a ideia da maximização do bem-estar – ideia cara ao utilitarismo
– pode significar cometer algumas injustiças, dado que o que conta para os utilitaristas é o
saldo global de felicidade e não tanto a forma como ela é atingida. Assim, numa
sociedade organizada de acordo com o princípio da utilidade, alguns cidadãos poderão
ser sacrificados em nome da felicidade geral ou de um bem maior. Ora, esta situação não
é justa e põe inclusivamente em causa o princípio da liberdade igual. Podemos dizer que,
para Rawls, a maximização do bem-estar assim equacionada deixa de ser desejável.
Em contraposição ao utilitarismo, Rawls pensa que a justiça deve orientar a vida da
sociedade e não a ideia da maximização da utilidade. Os direitos individuais das pessoas
não devem estar sujeitos ao cálculo dos interesses sociais, e a justiça não pode ser um
instrumento de que nos servimos para aumentar a felicidade geral ou a felicidade da
maioria. Uma sociedade só será justa se tratar todas as pessoas como iguais.

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Orlanda Tavares

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