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Discente: Bruna Porto da Cunha

Docente: Edevilson de Godoy

Disciplina: Antropologia, Ética e Cultura

O Grito da Alma

Admitindo como ponto guia o material teórico estudado, os valores espirituais


são fundamentais para a compreensão da profundidade do discurso do personagem
Barbeiro. A plena humanização da fala emprega sentido não só àquele que ouve, mas
também àquele que os fala. Tendo exprimido o grito da alma, revela-se incontido o
brando da voz não só do personagem, mas de toda a humanidade.

Não tão dogmático quanto Scheler, classificar os valores espirituais do discurso


em “maniquistamente” não é a melhor alternativa. Vendo como a igualdade dialoga
com a união, bondade e esperança, podemos perceber a força imbuída nas palavras e o
amor incondicional regendo os atos da luta contra os grilhões da ditadura da
incompreensão e intolerância.

O tempo moderno também sofre críticas. A sociedade industrial, cuja promessa é


facilitar e diminuir as distâncias acaba por dificultar e acentuar o abismo entre os
valores espirituais e as necessidades físicas. Esse rompante nos segrega e afasta.
Barbeiro, o autor do discurso corrobora tal afirmativa transpassando a dor da negação
dos valores físicos e crendo como investir no espiritual eventualmente levará a
igualdade dos valores corpóreos.

Em um mundo atual também ameaçado e governado pelo medo e pela mão de


ferro de alguns ditadores (Bashar al-Assad, Vladimir Putin, Nicolás Maduro, irmãos
Castro, Kim Jong-Un, só pra citar alguns…), “O Grande Ditador” traz uma mensagem
mais do que pertinente e atual, que merece ser ouvida e reverberada. Aos que lutam e
tombam por ideais de justiça, democracia e um mundo melhor, fica a mensagem: “Não
se desesperem! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da
cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.
Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo
arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade
nunca perecerá.”

Nossos desafios como espécie estão longe de serem solucionados, visto que a
obra ficcional fora produzida há mais de 70 anos e ainda não alçamos nem os primeiros
pontos mais básicos expostos no discurso. Podemos ver os desafios propostos na lista
abaixo:

 Livramos da sede de cobiça que consome até os últimos recursos do planeta de forma
predatória e egoísta.
 Conciliar a evolução tecnológica com as necessidades espirituais.
 O conhecimento ser revelador e transformador e não engessado e limitador.
 Relembrar que o mais importante são as emoções como bondade, amor e amizade.
Pois são tais valores que nos significam como homens.
 O verdadeiro poder dos homens reside nos próprios homens.
 Não aceitar atitudes ditatoriais e esquecer o ódio fervente e ignorante.

A lista acima não é completa, poderíamos derivar infinitamente os conceitos


empregados, pois nosso ponto de perspectiva aproxima nossa realidade do macro real.
Nossos pequenos problemas são derivados dos grandes, nossa dor e sofrimento advêm
nossa felicidade.  Nosso pesar é anterior à própria realidade do hoje. Diariamente o
homem vence e se derrota e ainda assim, busca construir a utopia real da realidade
tangível.

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