Direito Administrativo II

A Comunicação Prévia é uma figura que tem como objectivo substituir os procedimentos
administrativos de controlo prévio ou preventivo de atividades privadas. Com esta figura
pretende-se diminuir a burocracia administrativa (principio da desburocratização) e
simplificar a atuação de forma que os particulares não estejam obrigados a ter de esperar
por uma decisão administrativa para poderem realizar determinadas atividades económicas
ou profissionais (como por exemplo a emissão de uma licença ou autorização
administrativa em que o particular após o pagamento das respetivas taxas impostas por lei
pode iniciar a sua atividade).

Esta figura foi reforçada com as alterações introduzidas ao CPA em 2015 e encontra-se
regulada no artigo 134 do Código do Procedimento Administrativo (CPA) e veio permitir
que a produção de certos efeitos jurídico-administrativos não dependa da emissão de um
ato administrativo, mas de uma mera comunicação prévia efetuada pelo interessado à
Administração Publica, tendo, no entanto, de satisfazer certos pressupostos estabelecidos
por lei para o exercício dessa atividade.

Dentro da Comunicação Prévia existe a modalidade designada como Comunicação Prévia

com prazo que se encontra regulada no artigo 134 nº 2 CPA.

A Comunicação Previa com Prazo implica que a comunicação do interessado apenas

produza efeitos se o órgão competente não se pronunciar em sentido contrário dentro de
um determinado prazo.

Conforme se encontra estabelecido nº 3 do artigo 134 do CPA, nas Comunicações Prévias

com prazo, “a ausência de pronúncia do órgão competente não dá origem a um acto de
deferimento tácito,” no entanto, “habilita o interessado a exercer a actividade pretendida,
sem prejuízo de a Administração usar os seus poderes para defender a legalidade”,
designadamente proibindo atuações particulares ilícitas. Desta forma visa-se dispensar a
administração da realização de controlos prévios, reforçando-se os poderes de fiscalização e
controlo à posteriori e deslocando-se a responsabilidade para a esfera dos particulares
devendo estes antes da apresentação da Comunicação Prévia se inteirar das imposições
legais vigentes para a produção dos efeitos jurídicos pretendidos.

Comunicação Prévia

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Em todo o caso, mesmo na ausência de pronúncia do órgão competente, habilitando desde

logo o interessado a desenvolver a atividade pretendida a comunicação prévia nunca dá
origem a um ato administrativo tácito.

Comunicação Prévia