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Prescrição:

Prescrição consiste na perda do direito do Estado de punir o autor de um


crime pelo seu ato, pois não houve o exercício da ação judicial dentro do prazo
legal estipulado por lei. Este conceito costuma estar associado ao Direito Penal e
Direito Civil, como um modo de regular o acionamento da justiça. Quando alguém
comete um ato ilícito e que fere o direito de outrem, existe um período de tempo,
a contar a partir do momento em que o indivíduo lesado teve ciência do seu
direito violado, para que a justiça seja acionada a fim de punir o suposto infrator.
Em suma, o Estado, segundo a lei, deve investigar, processar, condenar
e executar uma penalidade para alguém dentro de um período de tempo
previamente estabelecido. Caso este tempo expire e o Estado não consiga
concluir o processo, sem dar justificações do motivo, passa a estar extinto o
direito de punir o indivíduo que era alvo do processo.
No Direito Civil, conforme estabelecido no artigo 189 do Código Civil e
mencionado anteriormente, a prescrição se configura como a perda da pretensão
de requerer uma ação judicial punitiva do Estado quando esta é solicitada após
um grande lapso de tempo desde que o direito foi violado.
Prescrição penal
A prescrição penal pode ser dividida em dois principais tipos: prescrição
da pretensão punitiva (antes da sentença) e a prescrição da pretensão executória
(depois da sentença).

No caso da prescrição da pretensão punitiva, o prazo prescricional


depende da pena em abstrato (ainda não confirmada), ou seja, levando em
consideração o máximo da pena de respectivo crime, conforme regula o artigo
109 do Código Penal:

Se a pena em abstrato for superior a 12 anos, a prescrição ocorrerá em 20 anos;


Se a pena for superior a 8 anos e inferior a 12, a prescrição ocorrerá em 16 anos;
Se a pena for superior a 4 anos e inferior a 8, a prescrição se dará em 12 anos;
Se a pena for superior a 2 anos e inferior a 4, a prescrição se dará em 8 anos;
Se a pena for de 1 a 2 anos, a prescrição ocorrerá em 4 anos;
Se a pena for inferior a 1 ano, a prescrição ocorrerá em 3 anos.

Após o proferimento da sentença, esta pode prescrever se houver


demora na execução da sentença e se estiver de acordo com as condições
previstas no artigo 110 do CP: prescrição intercorrente e prescrição retroativa.

A prescrição intercorrente se baseia no artigo 109 do CP para determinar o


prazo prescricional. Em outras palavras, caso alguém tenha sido condenado a 2
anos, a pena prescreverá caso haja transcorrido mais de 8 anos entre a sentença
condenatória e o seu trânsito em julgado.
A prescrição retroativa atua quando há o trânsito em julgado, levando em
consideração a pena definida na sentença para prever o prazo prescricional.
Tendo como base o exemplo anteriormente citado, caso transcorra 8 anos entre o
recebimento da denúncia e o trânsito em julgado, o Estado perde o direito de
punir o acusado.
Outra ressalva está no fato do prazo prescricional ser reduzido pela
metade caso o agente infrator, na época que cometeu o crime, ser menor de 21
anos, de acordo com o texto previsto no artigo 115 do Código Penal.
Quando o direito de alguém é violado, nasce a pretensão desta pessoa
de acionar a justiça para que o agente violador do direito seja punido por tal ato,
de acordo com a lei. No entanto, a pretensão se extingue por prescrição caso
tenha passado determinado período de tempo e o seu titular não tenha acionado
a justiça. 

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