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PORTE ESTRUTURADOS
EM AÇO
Série " Manual de Construção em Aço"
EDIFÍCIOS DE PEQUENO
PORTE ESTRUTURADOS
EM AÇO
3a edição
RIO DE JANEIRO
2004
2004 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia autorização desta Entidade.
Bibliografia
ISBN
CDU 721:691.714
3a edição
1a Edição , 1987
2a Edição, Julho 2001
3a Edição, Novembro 2004
Capítulo 1
Tipologia estrutural 09
1.1 Estrutura com pórtico rígidos 11
1.2 Estrutura contraventada 12
1.3 Estrutura com paredes de cisalhamento 14
1.4 Estrutura com núcleo de concreto 15
1.5 Estrutura tubular 17
Capítulo 2
Materiais utilizados 18
2.1 Escolha do aço 19
2.2 Perfis utilizados 19
2.3 Lajes de piso 22
2.4 Conectores 24
2.5 Paredes 24
Capítulo 3
Proteção contra incêndio 27
Capítulo 4
Edifício a ser Calculado 29
4.1 Ações e combinações de ações 34
4.2 Cálculo da viga dos pisos 35
4.3 Cálculos das vigas do forro 43
4.4 Ação do vendo sobre o edifício 50
4.5 Cálculo das diagonais dos contraventamentos 53
4.6 Cálculo das colunas 55
4.7 Cálculo da placa de base 59
4.8 Ligações das vigas com as colunas 63
Notações 65
Referências Bibliográficas 69
Anexo 71
APRESENTAÇÃO
Atualmente já se coloca em confronto os fatores que apontam para uma ou outra solução de
construção - em concreto ou em aço - de forma que na decisão final têm pesado
significativamente fatores como : rapidez de montagem e economia de fundações que
elegem a solução em aço como mais vantajosa.
O edifício apresentado tem concepção simples, com colunas e vigas de aço de fácil
construção, e prevê a utilização de materiais com tecnologia largamente desenvolvida no
país: laje de piso em concreto armado fundido in-loco e paredes laterais em alvenaria
comum.
Esta bibliografia pretende ser útil, principalmente aos estudantes de último ano e aos
engenheiros que trabalham no projeto de edifícios em aço.
Centro dinâmico de serviços, com foco exclusivamente técnico e capacitado para conduzir
uma política de promoção do uso do aço na construção, o CBCA está seguro de que este
manual enquadra-se no objetivo de contribuir para a difusão de competência técnica e
empresarial no País.
Capítulo 1
Tipologia Estrutural
9
Tipologia Estrutural
De maneira geral, as estruturas dos edifícios As ações verticais são absorvidas pelas
de andares múltiplos são solicitadas por ações lajes que as transmitem às vigas em aço, que
verticais e horizontais. inclusive podem trabalhar em conjunto com as
lajes, no caso de vigas mistas. As vigas
As ações verticais são devido à carga transmitem as ações para outras vigas nas
permanente – peso próprio das vigas, colunas, quais se apóiam ou diretamente para as
lajes, escadas, fachadas, caixa d’água, colunas.
alvenarias, revestimentos, etc. – e à sobrecarga
– carga distribuída por metro quadrado nos As colunas transmitem as ações verticais
andares, devido às pessoas, móveis e diretamente para as fundações (Figura 1).
divisórias, e carga devido à água na caixa
d’água, tubulações, etc.
10
Fig. 2 – Cargas Horizontais
11
Tipologia Estrutural
1.1 – Estrutura com Pórticos Rígidos A principal vantagem desse sistema é deixar
livres para a utilização todos os vãos entre
Ao longo das filas e eixos da estrutura, as colunas, sem os inconvenientes dos
ligações de algumas vigas com colunas, contraventamentos ou paredes dos demais
convenientemente escolhidas, são projetadas sistemas.
como rígidas, de forma a se obter um conjunto
de pórticos verticais rígidos com a mesma altura As principais desvantagens são:
do edifício.
- é um sistema menos econômico
Dessa forma, a estrutura composta por comparado com os outros.
pórticos verticais rígidos e lajes rígidas adquire
estabilidade como um todo para as cargas - as ligações engastadas vigas-colunas
horizontais em função da rigidez à flexão das são de execução mais elaborada.
vigas e colunas que compõem os pórticos.
- As colunas dos pórticos rígidos são
As vigas que não fazem parte dos pórticos significativamente mais pesadas porque,
são rotuladas nas colunas. além da compressão, são
dimensionadas também a flexão e,
Os esforços horizontais atuantes no plano freqüentemente, as deformações
do piso são transferidos aos pórticos através da horizontais são fator preponderante no
rigidez da laje de piso dos andares. dimensionamento, ocasionando menor
aproveitamento da resistência do aço.
13
Tipologia Estrutural
17
Capítulo 2
Materiais Utilizados
18
Materiais utilizados
2.1 – Escolha do Aço • tubos quadrados e retangulares,
com e sem costura: DIN 17100
A escolha do aço para edifícios de andares
múltiplos, como para construções em aço em - aços estruturais, baixa liga, resistentes à
geral, é feita em função de aspectos ligados ao corrosão atmosférica, média resistência
ambiente em que as estruturas se localizam e mecânica:
da previsão do comportamento estrutural de
suas partes, devido a geometria e aos esforços • chapas: USI-SAC 41 (USIMINAS)
solicitantes. • chapas: aço estrutural com limite
de escoamento de 245 MPa
Meio industrial com atmosfera agressiva à (COSIPA)
estrutura, proximidade de orla marítima e
manutenção deficiente ao longo do tempo, são - aços estruturais, baixa liga, resistentes à
fatores ambientais que podem exigir aços de corrosão atmosférica, alta resistência
alta resistência à corrosão. mecânica:
Por outro lado, peças comprimidas com • - chapas: ASTM A-242, ASTM A-
elevado índice de esbeltez ou peças fletidas em 588 COS-AR-COR (COSIPA),
que a deformação (flecha) é fator USI-SAC-50 (USIMINAS) e
preponderante, são casos típicos de utilização NIOCOR (CSN).
de aços de média resistência mecânica. • - perfis: ASTM A-242, A-588
(COFAVI)
No caso de peças com baixa esbeltez e
deformação não preponderante é mais 2.2 – Perfis Utilizados
econômica a utilização dos aços de alta
resistência. De maneira geral pode-se dizer que os
perfis de aço utilizados na construção de
Os aços estruturais utilizados no Brasil são edifícios de andares múltiplos, são os mesmos
produzidos segundo normas estrangeiras empregados na construção de galpões e outras
(especialmente a ASTM – American Society for estruturas.
Testing and Materials e DIN – Deutsche
Industrie Normen) ou fornecidos segundo - Perfis para as colunas:
denominação dos próprios fabricantes:
As colunas de edifícios de andares múltiplos
- aços de média resistência para uso são dimensionadas fundamentalmente à
geral: compressão.
• perfis, chapas e barras redondas São utilizados então perfis que possuam
acima de 50 mm: ASTM A- 36 inércia significativa também em relação ao eixo
• chapas finas: ASTM A-570 e SAE de menor inércia, como é o caso dos perfis “H”
1020 que têm largura da mesa, igual ou próxima à
• barras redondas (6 a 50 mm): altura da seção.
SAE 1020.
• tubos redondos sem costura: DIN Em seqüência são mostrados perfis
2448, ASTM A-53 grau B utilizados como colunas (Figura 8).
19
Fig. 8 – Perfis para as Colunas
20
Materiais utilizados
No caso de edifícios a esbeltez das peças É ainda a solução mais econômica no país,
tracionadas principais é limitada a 240 e das apresenta a desvantagem de exigir formas e
comprimidas limitadas a 200. cimbramentos durante a fase de cura.
22
Materiais utilizados
EM AÇO
DE AÇO
EM AÇO
DE AÇO
DE AÇO
DE AÇO
Fig. 12 – Conectores
24
Materiais utilizados
DE AÇO
DE AÇO
A curva inferior é válida para edifícios com Modernamente edifícios altos são
pequenos vãos sujeitos a cargas usuais e a construídos com os consumos de aço da ordem
superior corresponde a edifícios com grandes de 70 kg/m2, em contraposição aos edifícios da
vãos e sujeitos a cargas maiores que as usuais. década de 60, quando esse número era maior
que 100 kg/m2.
Nos limites dessa faixa estão, de um lado, a
ocorrência das estruturas mais econômicas e do Os edifícios baixos de até quatro andares,
outro, das estruturas mais pesadas. conforme os projetos executados no Brasil,
apresentam o consumo variando de 30 a 40
kg/m2.
26
Capítulo 3
Proteção Contra
Incêndio
27
Proteção Contra Incêndio
A proteção das estruturas contra incêndio inclui as medidas que visam proteger a estrutura da ação
do calor.
De um modo geral todos os materiais manifestam seu comportamento às altas temperaturas através
de uma perda de sua resistência.
Para minimizar a ação do calor as estruturas são revestidas de um material isolante térmico, por
exemplo, alvenaria de tijolos maciços, argamassa com vermiculita, gesso, etc.
Conforme o material e a espessura do revestimento, pode-se proteger por mais ou menos tempo a
estrutura.
• finalidade da edificação
• número de pavimentos
28
Capítulo 4
Edifício a ser
Calculado
29
Edifício a Ser Calculado
Será calculado como exemplo um edifício edifício, atuando como paredes de
de quatro andares, destinado à utilização como cisalhamento
escritório, com as seguintes características:
- a estabilidade longitudinal será obtida
- edifício composto de um andar térreo, através de contraventamentos em “X”
três andares superiores e forro nos vãos centrais, junto às paredes
externas e ao longo de toda a altura do
- dimensões em planta: largura 12 m, edifício
comprimento 42 m
- as lajes serão fundidas in-loco no
- pé direito de 2,9 m sistema de viga mista; as vigas de aço
não serão escoradas durante a cura do
- colunas apenas nas fachadas com concreto.
modulação de 3 m
- o edifício é de pouca altura, com
- paredes cegas nas extremidades do desenvolvimento na horizontal, de forma
edifício que a solução estrutural mais econômica
depende do estudo da distribuição dos
- edifício sem paredes internas vigamentos dos pisos.
30
De acordo com o painel econômico de laje, Por exemplo, a arquitetura do edifício
duas alternativas de distribuição de vigas no poderia exigir menos colunas nas fachadas, o
piso são possíveis, conforme Figura 16. que implicaria na escolha da alternativa “B”.
A alternativa “A” apresenta apenas um tipo Por outro lado, as colunas da solução
de viga no piso, descarregando diretamente nas escolhida, por serem de seção menor, poderiam
colunas colocadas na periferia do edifício e ser embutidas dentro das paredes externas, não
espaçadas entre si de 3 m. Nessa solução não aparecendo nas fachadas, em atendimento
há viga no contorno do edifício, sendo que as também a outro tipo de imposição arquitetônica.
colunas são travadas em cada andar pelas lajes
de piso. O esquema do edifício a ser calculado é
mostrado na Figura 17.
A alternativa “B” apresenta um tipo de viga
transversal, recebendo a carga da laje e • Especificação de materiais:
descarregando nas vigas colocadas na periferia
do edifício ou diretamente nas colunas. - aço estrutural ASTM A-36 ou SAC
41
Essa solução apresenta proporcionamento
geométrico adequado, com os vãos das vigas - concreto das lajes: fck = 1,5 kN/cm2
dentro dos limites considerados econômicos:
vigas secundárias com vãos maiores, no caso - laje de forro com espessura de
12 m (dentro dos limites 7 e 20 m) e vigas 80mm com recobrimento de
principais com vãos menores, no caso 6 m argamassa sob camada de asfalto
(dentro dos limites 6 e 12 m). para impermeabilização; forro de
gesso na parte inferior.
• Escolha da alternativa “A”
- laje de piso com espessura de
A alternativa “A” apresenta o peso médio 100mm com recobrimento de
das vigas de piso sensivelmente menor que o argamassa e acabamento do piso
da alternativa “B”, embora o peso médio das com forração leve e forro de gesso
colunas, devido ao menor número delas, seja na parte inferior.
ligeiramente maior.
- paredes externas com bloco de
Considerando o aço A-36, esse peso deve concreto celular autoclavado,
ficar em torno de 30 kg/m2 para a alternativa “A” espessura 200 mm revestido dos
e 38 kg/m2 para a “B”. dois lados, combinada com
esquadria em aço; a parede será
Será escolhida para cálculo a alternativa colocada do lado de fora do edifício,
“A”, considerando-se apenas o aspecto ficando a coluna na sua face interna.
econômico ligado ao menor peso do aço.
- parapeito no forro com bloco de
Outros aspectos, que não o peso do aço, concreto celular autoclavado,
poderiam também ser considerados na escolha espessura 200 mm revestido dos
entre as alternativas. dois lados e altura 1200 mm.
31
Edifício a Ser Calculado
DE AÇO
32
Fig 18 – Detalhe da Posição das Paredes nos Andares
- NBR 6120: CARGAS PARA O Serão feitas de acordo com a NBR 8800, seção
CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE 4.8:
EDIFICAÇÕES
- ação permanente: PP (peso próprio)
- NBR 6123: FORÇAS DEVIDAS AO
VENTO EM EDIFICAÇÕES - ações variáveis: SC (sobrecarga) e V (vento)
34
4.2. Cálculo da Viga dos Pisos Será admitido ainda que a forma das lajes,
feita, por exemplo, com treliça telescópica e
• Considerações Gerais: escoras de madeira ou aço, seja suficiente para
promover o travamento lateral da mesa
As vigas do forro e dos pisos serão comprimida das vigas em aço na fase de
consideradas como não escoradas durante a cura.
concretagem, o que significa que além da As vigas em aço serão consideradas, então,
verificação como viga mista, elas terão que ser continuamente travadas na verificação como
verificadas como viga de aço isolada à flexão viga isolada. (Figura 20)
durante a cura.
35
Edifício a Ser Calculado
b f t f2 h t − y
+ + t f ht w + t f + h + f [t f − y ] b f a) q n = 0,5 A cs f ck E c , com
2 2 2
yt = πd 2
[b f (2t f − y ) + h t w ] A cs =
4
= 1,27 cm 2
d q n = 0,5 × 1,27 1,5 × 2033,32 = 35 kN
= 24,77 cm, muito próximo de = 25 cm,
2
como era de se esperar. b) q n = A cs f V
39
Edifício a Ser Calculado
= 1,27 x 41,5 = 52,7 kN ∴ Qn = N q, número total de conectores vezes
será usado qn = 35 kN a resistência do conector;
a NBR 8800 apresenta no ANEXO A o valor Vh = esforço total a ser resistido pelos
de qn para conectores de diversos diâmetros conectores:
para vários valores de fck do concreto.
(Wtr)i = módulo resistente da seção
- número de conectores: homogeneizada com relação a mesa
inferior, obtida transformando a largura da
Qn 1885 laje b na largura equivalente em aço b/n,
N= = = 53,8 com n = E/Ec, relação entre os módulos de
qn 35
elasticidade do aço e do concreto.
Como no caso foi adotada a INTERAÇÃO
serão indicados 54 conectores de cada lado TOTAL, com a resistência total dos
da seção média da viga; conectores (N q = 54 x 35 = 1890 kN) até
maior que o esforço a ser resistido:
- utilização de conectores de perfil [ (V = (Afy)a = 1885 kN), a expressão de Wef
laminado: simplifica para:
a NBR 8800, 6.4.3.2 prevê a utilização de Wef = (Wtr)i:
conectores de perfil [, sendo que seu
emprego está limitado a concretos com - valores auxiliares para o cálculo de (Wtr)i
densidade acima de 22 kN/m3 e fck entre 20
e 28 MPa. posição do centro de gravidade da seção
homogeneizada da viga (Figura 22):
Como no exemplo em análise fck = 15 Mpa,
não será analisado o seu emprego.
b t c d
tc +
• verificação adicional da viga mista: h 2 2
y tr =
b
A + tc
Como a viga foi considerada não escorada n
durante a concretagem, deve ser feita a 187 10 50
verificação da limitação de tensões de serviço × 10 +
na mesa tracionada, de acordo com a NBR 10,1 2 2
= = 21,3 mm
8800 – 6.2.3.2.2: 187
75,4 + × 10
10,1
Deve ser verificada a relação:
momento de inércia da seção transformada:
M G ' ML
+ ≤ 0,90 f y
Wa Wef 2
b 2 bt c t c d
I tr = I + Ay tr2 + tc + + − y tr
12 n n 2 2
onde:
187 × 10 3
= 35496 + 75,4 × 21,3 2
MG’ = 149,4 kNm, momento fletor nominal 12 × 10,1
antes da cura, conforme visto anteriormente, 2
187 × 10 10 50
+ + − 21,3 =
ML = 205,2 kNm, momento fletor nominal 10,1 2 5
aplicado depois da cura = 85261 cm 4
I tr
São utilizadas ações nominais, pois, (Wtr )i =
h / t w ≤ 3,5 E / f y d
+ y tr
2
Qn
Wef = Wa + [(Wtr )i − Wa ] , com =
85261
= 1841 cm 3
Vh 50
+ 21,3
2
40
- verificação da tensão na mesa - resistência de cálculo à força cortante:
tracionada:
a = 12000 mm, distância entre
M G ' ML 14940 20520 enrijecedores, ou no caso, o vão da viga,
+ = + = como não há enrijecedores.
Wa Wef 1420 1841
=21,7 kN/cm2 h = 481 mm, altura da alma
21,7 kN/cm2 < 0,9 fy = 22,5 kN/cm2 tw = 5 mm, espessura da alma
a 12000
a tensão de tração da mesa está abaixo do = = 25,0
valor máximo admissível. h 481
4 4
• Verificação da flecha da viga: K = 5,34 + 2
= 5,34 + 2 = 5,35
a 25
h
- valor máximo recomendado para
deformação: conforme NBR 8800: h 481
λ= = = 96,2
barras biapoiadas de pisos e coberturas tw 5
suportando construções e acabamentos KE 5,35 × 20500
sujeitos a fissuração: λ p = 1,08 = 1,08
1/360 do vão para o valor nominal da fy 25
sobrecarga: = 71,5
q = 2 kN/m2 x 3 m = 6 kN/m, sobrecarga
nominal na viga, conforme Figura 21. KE
λ r = 1,4 = 92,7
fy
- flecha da viga:
λ = 96,2 > λ r = 92,7 ∴
4
5ql
δ= a resistência de cálculo à força cortante é
384 EI tr
2
com l = 1200 cm λp
Vn = 1,28 Vp1
E = 20500 kN/cm2 λ
41
Edifício a Ser Calculado
O comprimento do conector é 51 mm.
42
4.3 Cálculos das Vigas do Forro
De acordo com a NBR 8800, seção 6.2.2.1 fck = 1,5 kN/cm2 (resistência característica
a largura efetiva da laje é o menor dos três do concreto)
valores: E
n= = 10,1 (resistência entre os módulos
Ec
a) ¼ do vão da viga mista
de elasticidade do aço e do concreto)
h
12000 - verificação da relação da viga:
b= = 3000 mm t wc
4
b) 16 tc + bf h 43,1
= = 86,2
b = 16 x 80 + 200 = 1480 mm t wc 0,5
é o próprio valor de Mp1 = 26725 kNcm que distância do centro de gravidade da parte
inclusive é menor que: comprimida da seção da viga até a face
1,25 W fy = 1,25 x 968 x 25 = 30250 kNcm superior da viga:
Então Mn = 26725 kNcm. y
y c = = 0,16 cm
2
e) resistência de cálculo ao momento fletor: distância do centro de gravidade da parte
tracionada da seção da viga até a face
Considerando o coeficiente de resistência inferior da viga:
ao momento fletor φb = 0,9;
b f t 2f tf − y
h t w + t f + h + 2 (t f − y )b f
φb Mn = 0,9 x 26725 = 24053 kNcm. h
+ +tf
o momento fletor de cálculo antes da cura é: 2 2
yt =
Md1 = 154,4 kNm < φb Mn = 240,53 kNm [ ]
b f 2t f − y + ht w
= 19,8 cm.
e a viga passa com folga à flexão durante a
cura do concreto.
45
Edifício a Ser Calculado
Momento fletor resistente: h E
≤ 3,5
tw fy
t
Mn + = C' (d − y t − y c ) + C c + d − y t
Qn
2 Wef = Wa + [(Wtr )i − Wa ]
= 158,9 (45 – 19,8 – 0,16) + 1172,2 x Vh
8
× 45 − 19,8
2 expressão simplificada para Wef = (Wtr)i no
= 38207 kNcm caso de INTERAÇÃO TOTAL com (Wtr)i o
módulo da seção homogeneizada com
- verificação da seção mista: relação à mesa inferior.
φMn = 0,9 x 38207 = 34386 kNcm =
343,9 kNm - valores auxiliares para o cálculo de (Wtr)i
Md = 306,0 kNm < φMn ok
posição do centro de gravidade da seção
• Cálculo do número de conectores: homogeneizada da viga (Figura 25).
46
20,1 kN/cm2 < 0,9 fy = 22,5 kN/cm2 - posição da linha neutra:
48
Fig. 26 – Posição dos Conectores na Viga V 2
49
Edifício a Ser Calculado
4.4. Ação do Vento Sobre o Edifício - velocidade característica do vento (item
4.2.b):
• Considerações: VK = VO x S1 x S2 x S3 (em m/s)
Através da elevada rigidez das lajes no seu altura acima do velocidade pressão
plano, os esforços de vento são transmitidos terreno (m) característica dinâmica
diretamente para as paredes de cisalhamento Vk(m/s) Q (N/m2)
nas extremidades do edifício. < 3 21,0 276
5 22,8 323
Dessa forma, desprezando-se o efeito de 10 25,9 419
flexão lateral das colunas, devido a incidência 15 29,1 527
direta de vento nas fachadas, será considerado
que o vento transversal não solicita a estrutura • Coeficientes de forma externos:
metálica do edifício.
Como não serão calculados elementos
Para o vento que atua longitudinalmente ao localizados nas fachadas, não serão utilizados
edifício, é desprezada a rigidez lateral dessas os coeficientes de pressão externa Cpe.
paredes de cisalhamento, de modo que os
esforços absorvidos pelas lajes, através das Os coeficientes de forma externos Ce são
fachadas, são transmitidos diretamente para o apresentados na tabela 4 da NBR 6123.
vão com contraventamentos de aço em X e
dessa forma transmitidos para as fundações. - altura relativa:
Altura acima do terreno (m) Fator S2 os efeitos do vento nas faces A e B não tem
≤ 3 0,60 influência sobre o dimensionamento das
5 0,65 diagonais dos contraventamentos;
10 0,74
15 0,83 os efeitos de pressão na face C (0,7) e
sucção na face D (-0,2) resultam no efeito
- fator estatístico (item 5.4): S3 = 1,0, somado de: 0,7 + 0,2 = 0,9, a ser
considerando o edifício com alto fator de considerado nas diagonais;
ocupação
50
os coeficientes de pressão interna, por
terem resultante nula, não afetarão o
contraventamento.
51
Edifício a Ser Calculado
No treliçado vertical foi considerado que Os carregamentos uniformemente
placa de base está assentada a 250 mm abaixo distribuídos atuantes no treliçado foram obtidos
do piso acabado e que o ponto de trabalho das multiplicando-se as pressões dinâmicas pelo
diagonais coincide com a linha de centro das coeficiente 0,9 e pela metade da largura do
lajes. edifício.
52
4.5 Cálculo das Diagonais dos Contraventamentos
• Considerações:
As diagonais dos contraventamentos do
edifício serão em cantoneira de abas iguais,
conforme mostrado na Figura 29.
53
Edifício a Ser Calculado
- característica da seção: com:
Ag – 9,16 cm2: área bruta d = diâmetro do furo para cálculo de An,
Rx = 1,58 cm: raio de giração mínimo da igual ao diâmetro do furo padrão mais 2
seção mm:
d = 18 + 2 = 20 mm
- verificação da esbeltez: t = 4,8 mm, espessura da cantoneira;
An = 9,16 – 2 x 2,0 x 0,48 = 7,24 cm2
l 476 Ae = 7,24 x 0,75 = 5,43 cm2
= = 301 ≅ 300
rX 1,58
- estado limite escoamento da seção
Devem ser colocadas chapas bruta:
espaçadoras de modo que o maior
índice de esbeltez de uma cantoneira resistência de cálculo:
isolada ℓi/rz entre essas chapas não
ultrapasse 240 (NBR 8800 – 5.2.4.1). φt Ag fy = 0,9 x 9,16 x 25 = 206 kN
Assim sendo, a distância entre as
chapas espaçadoras ℓi, não deverá ser - estado limite de ruptura da seção líquida
maior que 240 x rz ou 240 x 1,00 – 240 efetiva:
cm.
resistência de cálculo:
A seção composta com a cantoneira
imediatamente menor da série, L 44 x 44 φt Ae Fy = 0,75 x 5,43 x 40 = 163 kN
x 4,8 não passa na verificação da que vai governar por ser o menor dos
esbeltez. dois valores;
54
4.6 Cálculo das Colunas
- revestimento
• Cargas das paredes laterais: 2 x 19 x 0,01 x 1,2 x 3 = 1,4 kN
55
Edifício a Ser Calculado
PAREDES
6,8
LATERAIS
REAÇÃO DA VIGA
63,0 9,0
DO FORRO
COLUNA 0,5x3,5
PAREDES
16,4
LATERAIS
REAÇÃO DA VIGA
81,9 36,0
DO 3º PISO
COLUNA 0,5x3,5
PAREDES
16,4
LATERAIS
REAÇÃO DA VIGA
81,9 36,0
DO 2º PISO
1º PISO 38,5 ou -
∑ 271,7 ∑ 81,0 ∑
19,8
PAREDES
16,4
LATERAIS
REAÇÃO DA VIGA
81,9 36x0,8
DO 1º PISO
TÉRREO 38,5 ou -
∑ 371,9 ∑ 109,8 ∑
19,8
56
3ª Combinação: A 2ª, 3ª e 4ª combinações são válidas
Nd = 1,4 (PP) + 1,4 (V) + 1,5 x 0,65 (SC) apenas para as colunas que fazem parte do
= 1,4 x 371,9 + 1,4 x 38,5 + 1,5 x 0,65 x contraventamento do edifício; de qualquer
x 109,8 forma todas as colunas serão
= 681,6 kN dimensionadas pela 2ª combinação, para
efeito de padronização.
4ª Combinação:
Nd = 0,9 (PP) + 1,4 (V) • Seção da coluna:
= 0,9 x 371,9 -1,4 x 19,8
= 307,0 kN Será indicado para coluna o perfil HS 200 x
41,2 do MANUAL BRASILEIRO DA
então, Nd – 717,7 kN referente à 2ª CONSTRUÇÃO METÁLICA, com as seguintes
combinação. características (Figura 31):
57
Edifício a Ser Calculado
comprimento não travado de 3,75 m
- para flambagem em torno do eixo Y – Y: (ligeiramente superior a 3,7 m).
58
4.7 Cálculo da Placa de Base Conforme a hipótese feita anteriormente, a
placa de base é rotulada, isto é, não serão
• Solicitação de cálculo: transmitidos para as fundações efeitos de
momento;
As combinações de ações que vão governar
o dimensionamento da placa de base são: O esforço horizontal atuante na placa de
base pode ser considerado resistido por uma
esforço máximo de compressão; das alternativas seguintes:
Nd = 1,4 (PP) + 1,5 (SC) + 1,4 x 0,6 (V) =
= 717,7 kN - através de barra de cisalhamento (ver
Figura 37)
esforço mínimo de compressão;
Nd = 0,9 (PP) + 1,4 (V) - pelo atrito desenvolvido entre a placa e o
= 0,9 x 371,9 – 1,4 x 19,8 = 307,0 kN bloco de fundação, desde que não
ocorra arrancamento na coluna. Essa
• Consideração sobre a placa de base: solução, que é a mais simples e
econômica, será a adotada nesse
cálculo. (ver Figura 34).
59
Edifício a Ser Calculado
O efeito horizontal atuante na placa, Hd
= 33,4 x 1,4 = 43,8 kN (Figura 28), será
considerado como sendo resistido pela
força do atrito entre as superfícies da placa
e do bloco da fundação, com força normal
mínima atuante na placa de base, Nd = 307
kN (calculada anteriormente) e o
coeficiente de atrito igual a 0,4.
Dessa forma:
Nd x 0,4 = 307 x 0,4 = 122,8 kN > Hd =
43,8 kN ok
IMPORTANTE:
60
- verificação da resistência de cálculo do a pressão na placa p = 0,80 kN/cm2 é
concreto à pressão de contato com a menor que φ Rn – 1,23 kN/cm2
placa: a pressão da placa de base está
verificada.
fck do concreto : 15 MPa = 1,5 kN/cm2
- a flexão da placa de base devido à
- dimensões do bloco de concreto: 500 x compressão do concreto:
500 mm
A = área da placa de base = 30 x 30 = a flexão da placa de base será analisada
900 cm2 de acordo com a sugestão do AISC, 8ª
A = área efetiva do bloco de concreto edição, na qual os valores de “m” e “n”
resistindo à compressão, considerando da figura 34 são considerados trechos
a inclinação de 2 por 1 para as linhas de em balanços.
pressão, conforme Figura 34.
m = 5,5 cm
A2 = 50 x 50 = 3600 cm2 n = 7,0 cm, o maior valor, governa o
dimensionamento
Pressão de cálculo na placa de base: p = 0,80 kN/cm2, pressão na placa de
Nd 717,7 base;
P= = =
área da placa de base 900
Considerando uma faixa de 1 cm de
= 0,8 kN/cm2
placa, o momento de cálculo na seção
A-A será:
Resistência nominal:
M = 0,80 x 7,02/2 = 19,6 kNcm/cm
2500 (Figura 35)
R n = 0,70 × 1,5 = 1,75 kN / cm 2
900
≤ 1,4 fck (=2,1 kN/cm2) considerando uma placa de espessura t
= 22,2 mm, a resistência de cálculo ao
Resistência de cálculo: momento fletor é determinada como a
φ Rn = 0,7 x 1,75 = 1,23 kN/cm2 seguir:
- metal da solda
4.8 Ligações das Vigas com as Colunas
0,6 fw φ = 0,6 x 485 x 0,75 = 218
Mpa = 21,8 kN/cm2 com φ = 0,75 As ligações das vigas com colunas serão
Fw = 485 MPa, resistência mínima à
flexíveis com 2 cantoneiras soldadas de cada
tração do metal de solda (tabela 9,
NBR 8800) para eletrodo E70-xx. lado da alma da viga e parafusada na alma da
coluna, conforme Figura 32.
- metal base:
0,6 fy φ = 0,6 x 25 x 0,9 = 13,5 kN/cm2 na
área de contato da solda com o metal O cálculo e o detalhamento das ligações
base, o que corresponde a uma
resistência equivalente de (1/0, 707) x não serão mostrados nesse trabalho, estando
13,5 = 19,1 kN/cm2 em uma área igual à esse assunto incluído no escopo da Bibliografia
da garganta efetiva. Como 19,1 kN/cm2
LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS.
63
Edifício a Ser Calculado
64
Notações
65
Notações
66
Fig. 38 – Distribuição de tensões em Vigas Mistas sob Momento Positivo – Interação Completa
67
Notações
Fig. 39 – Distribuição de Tensões em Vigas Mistas sob Momento Positivo – Interação parcial
69
Bibliografia
70
Anexo
71
Anexo
FLUXOGRAMA I
NOTA:
- NO CASO DA VIGA DE AÇO NÃO SER ESCORADA DURANTE A CONCRETAGEM, ELA
PRECISARÁ SER VERIFICADA ISOLADAMENTE PARA AS CARGAS ATUANTES ANTES DA
CURA DO CONCRETO, DE ACORDO COM O ITEM 5.4 E ANEXO D DA NBR 8800 – VER O
FLUXOGRAMA I DO VOLUME “GALPÕES PARA USOS GERAIS”.
72
73
Anexo
74
FLUXOGRAMA 2
75