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Pontifícia Universidade Católica do Estado de Minas Gerais

Competências Legislativas

Belo Horizonte

2010

Fernanda Mendes Bartoli


Rafaela Garcia Rios

Trabalho apresentado ao professor


Guilherme Wagner Ribeiro , da
Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais.

Belo Horizonte

2010

Sumário:
1)Introdução.................................................................................................p.2

2)Competências legislativas e suas atribuições...........................................p.3

3) Características das competências............................................................p.5

4) Tipos de competências legislativas...........................................................p.7

5) Conclusão..................................................................................................p.9

1) Introdução
Competências legislativas são tratadas por diversos autores como a faculdade,
aptidão ou poder concedido as pessoas políticas para editar normas jurídicas. Com
o intermédio das Casas Legislativas, as pessoas políticas editam regras gerais,
abstratas, obrigatórias e impessoais para que estas estejam a serviço da vida
coletiva. Por isso que existe um quadro geral de competências com diferentes tipos
das mesmas para que cada uma seja usada em um determinado momento. E
quando alguma competência invade o espaço de outra competência ocorre o que
chamamos de vicio de inconstitucionalidade. As competências possuem
características próprias e tipos específicos, que são atribuídos aos Estados
Membros.

“ Os estados Membros são as unidades autônomas integrantes da organização


político-administrativa da Republica Federativa do Brasil, sendo pessoas jurídicas de
direito publico interno, o que significa dizer que podem fazer parte de relações
jurídico-processuais, no pólo ativo ou no passivo, revelando-se, ainda, como
autenticas pessoas políticas, de onde decorre sua capacidade para legislar, julgar, e
administrar, de acordo com as previsões normativas existentes.’’ (NETTO,1999,p.65)

2) Competências legislativas e suas atribuições

As competências legislativas são distribuídas aos entes federativos como uma


forma de descentralizar o poder evitando os abusos de mesmo, e auxiliando mais
nas liberdades individuais. Entretanto diversas correntes diziam respeito dessa
divisão, segundo Celso Ribeiro Bastos, a divisão de poderes, é realizada de acordo
com o “principio do peculiar interesse ou do interesse predominante”, ou seja, deve-
se levar em consideração os assuntos de interesse nacional, os interesses
regionais, e os interesses locais. Já Manoel Gonçalves Ferreira Filho, considera que
as repartições eram realizadas segundo dois critérios, o primeiro estava relacionado
ao federalismo dualista em que separavam-se os poderes segundo a área própria de
cada um. O segundo critério considerava a divisão de uma matéria em varias outras
e em níveis diferentes.

Entretanto o sistema adotado pela Constituição de 1988 foi o sistema misto


de distribuição, em que a União passou a ter poderes enumerados segundo o a
Art. 22. “Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,


aeronáutico, espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de


guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e


aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;


XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o


exercício de profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do


Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,


convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária


federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;rtigo 22, da CR.

XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,


para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.
173, § 1º, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.


Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.”

Aos Estados Membros foram deferidos os poderes legislativos residuais e


remanescentes segundo o artigo 25, § 1º - “São reservadas aos Estados às
competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.”

Aos Municípios ficaram designados os poderes normativos de interesses


locais segundo o artigo 30, I : “legislar sobre assuntos de interesse local.”

E o Distrito Federal ficou responsável pelos poderes normativos reservados aos


Estados Membros e aos Municípios segundo o artigo 32, § 1º - “Ao Distrito Federal
são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.”

3) Características das competências legislativas

As competências legislativas possuem seis características básicas, sendo estas:

a) Indelegabilidade: O titular da competência legislativa não pode transferi-la


para outrem, devido às regras dos princípios jurídicos previstos
constitucionalmente.
b) Privatividade: Cada unidade federada possui uma parcela de competência
legislativa que cabe somente a cada uma delas, sem permissão de
intromissão de outras pessoas políticas, ou seja, o exercício é privativo e
exclusivo.

c) Inalterabilidade: As competências legislativas não podem ser ampliadas ou


restringidas por ato próprio.

d) Irrenunciabilidade: As competências legislativas destinadas as pessoas


políticas não podem ser renunciadas por elas pois as regras das
competências são compostas pelo poder constituinte originário que por as vez
não permite alteração alguma nas normas por ele produzidas.

e) Incaducabilidade: Mesmo com o não exercício regular de utilizar as


competências legislativas, as pessoas políticas não perdem a faculdade de
legislar.

f) Facultatividade: As pessoas políticas tem a faculdade de inovar a ordem


jurídica quando assim quiserem, pois e facultativa a elas o poder de decisão.

4) Tipos de competências Legislativas


A constituição Federal indica como competências aos Estados Membros tudo
o que não lhe for vedado, implícito ou explicitamente pela própria constituição
(art.25,§1), com isso podemos distinguir os tipos de competências:

Competência Residual: Proporciona as Casas Legislativas Estaduais a


criarem normas jurídicas que não sejam competência legislativa da União nem
dos municípios. “A verdadeira significação do preceito em exame esta em afirmar
que tudo o que renasce, extraída a competência da União e a dos Municípios é
de competência dos Estados. União e Municípios, portanto não tem mais do que
os poderes que lhes são explicito ou implicitamente atribuídos”. (NETTO, 1999,
p.112)

Competência Delegada: São privativas da União, as mesmas eram muitas e


para tentar diminuir o seu poder o “constituinte originário de 1988 decidiu
estabelecer em favor dos Estados Membros a possibilidade de lei complementar
para ceder ou transferir a essas entidades jurídicas parciais a competência de
legislar sobre questões especificas das matérias relacionadas nos diversos
incisos do art.22 da Constituição”. (NETTO, 1999, p.149)

Competência Privativa/Expressa: Não permite outra entidade federada, a


mesma trata de determinados assuntos, pois só pode ser exercida pelo Estado
Membro seja implícita ou implicitamente.

Competência Concorrente: Os Estados Membros legislam concorrentemente


com a União, o Distrito Federal, e os Municípios. “A competência legislativa
concorrente prescrita pelo art.24, da Carta de 1988 é do tipo não cumulativa e
limitada, haja vista que a União possui competência para editar normas gerais de
âmbito nacional, enquanto os Estados Membros possuem competências
supletivas e complementares, editando normas especificas ou particularizantes”.
(NETTO, 1999, p.182)

Competência Constituinte: esse poder possui como titular o “povo”, porem esse
poder e representado por meio dos representantes que os mesmos elegem. (art. Art.
1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.)
O poder constituinte é dividido em duas espécies: poder constituinte
originário, e poder constituinte derivado. O poder originário é aquele capaz de
estabelecer uma nova ordem constitucional, ou seja, de dar conformação nova
ao Estado, rompendo com a ordem constitucional anterior. Entretanto o poder
originário pode ser subdividido em:
 
 Poder Constituinte Originário Histórico: É aquele capaz de editar a
primeira Constituição do Estado, isto é, de estruturar pela primeira vez o
Estado.
 
 Poder Constituinte Originário Revolucionário: São todos aqueles
posteriores ao histórico, que rompem com a ordem constitucional
anterior e instauram uma nova.

Já o poder derivado é denominado de poder instituído, constituído, secundário


ou poder de 2º grau. O poder derivado pode ser: Reformador, Decorrente, e
Revisor. O poder Reformador tem o objetivo de reformular as normas
constitucionais através de emendas constitucionais.
O poder derivado Decorrente é o poder em que os estados-membros possuem
para a elaboração da constituição. O poder Revisador tem como objetivo
adequar à constituição á realidade da sociedade.

 
 
Conclusão

Entretanto conclui-se que o ordenamento constitucional atuante hoje no Brasil, adota


um modelo complexo de repartição de atribuições entre os entes da federação, que
enumera, expressamente, os poderes da União (arts. 21 e 22) e dos Municípios (art.
30), reserva aos Estados às competências que não são vedadas no texto
constitucional – competência remanescente (art. 25, §1º), competência constituinte
(art.25), competência concorrente (art.24), competência delegada (art.22), e
competência privativa (art.24).

E as competências ou poderes implícitos, que vem para gerar poder e efetivar as


competências expressas ou privativas, que são dos Estados Membros.

Referencia Bibliográfica:
-http://WWW.jurisatrium.com.br. Cleyton Mendes Passos. (acessado
em10/04/2010)

-http://civilex.vilabol.uol.com.br/pagina71.htm. (acessado em 08/05/2010)

-http://WWW.parlamento.pt/parlamento/paginas/competências.spx.(acessado
em 02/05/2010)

-http://WWW.suapesquisa.com/o-que-e/poder-lesgilativo.htm.(acessado em
18/04/2010)

-NETTO,André Luiz Borges. Competencias Legislativas dos Estados


Membros. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,1999.

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