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GUIA "COMO EMPREENDER NA IRLANDA"

Sumário página

INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 1

I) PROVIDÊNCIAS PARA A ABERTURA DE NEGÓCIO NA IRLANDA .......................................... 2


Providências Migratórias ......................................................................................................... 2
Programa migratório para investidores e empreendedores...................................................... 2
Providências Documentais ..................................................................................................... . 5
Definição da forma jurídica/modalidades de empresas …........................................................ 5
Providências Fiscais ................................................................................................................ 6
Providências Financeiras ......................................................................................................... 9
Providências referentes à saúde, previdência social e seguro ................................................. 9

II) LEGISLAÇÃO LOCAL DE REFERÊNCIA E FISCALIZAÇÃO PELOS ÓRGÃOS LOCAIS ............ 13


Legislação migratória ....................................................................................................... 13
Legislação aplicável à abertura de negócios ...................................................................... 13
Legislação comercial ......................................................................................................... 13
Setores com legislações especiais ou com restrições a investimentos estrangeiros ........... 14
Legislação trabalhista ....................................................................................................... 15
Legislação fiscal/tributária ……………………………………………………………………………………… 16
Proteção à informação privada …………………………………………………………………………………. 16

III) CAPACITAÇÃO ..................................................................................................................... 17

IV) ASSISTÊNCIA JURÍDICA, CONTÁBIL E FISCAL ..................................................................... 17

V) REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL A MERCADORIAS ................................................................. 17


Normas de qualidade e de segurança ........................................................................................ 17
Produtos submetidos à política comercial comum: cotas e contingentes e vigilância ................ 18
Normas sanitárias, embalagens e rótulos .................................................................................. 18
Marcas e Patentes ...................................................................................................................... 19
Particularidades do sistema de medição e pesagem utilizados na Irlanda ................................. 21
Adaptação de embalagem e rótulos à regulamentação local ...................................................... 21

VI) PATENTES E PROPRIEDADE INTELECTUAL ........................................................................... 22

VII) ÓRGÃOS E ENTIDADES LOCAIS DE FOMENTO E APOIO AO EMPREENDEDORISMO ............... 22

VIII) FINANCIAMENTO ................................................................................................................ 24

IX) JOINT VENTURES E AQUISIÇÕES ........................................................................................... 24

X) COSTUMES E DIFERENÇAS LOCAIS, CULTURA DE NEGÓCIOS E IDIOMA .................................. 26

XI) SOCIALIZAÇÃO E NETWORKING ............................................................................................ 27

XII) DADOS ÚTEIS SOBRE A CONJUNTURA ECONÔMICA E TECNOLÓGICA .................................... 28

XIII) OUTROS TEMAS .................................................................................................................. 29


INTRODUÇÃO

A Irlanda é um país de história antiga, havendo registro de presença humana desde aproximadamente
10.500 A.C. No período medieval, houve invasões de povos “vikings” e, posteriormente, o país foi
conquistado pelos normandos e pelos ingleses, que permaneceram por aproximadamente nove
séculos. Em 1801, tornou-se parte do Reino Unido, e obteve a independência em 1922, com a exceção
da Irlanda do Norte, que permanece território britânico. Tornou-se uma república com a aprovação da
Constituição de 1937. Em 1973, a Irlanda ingressou na Comunidade Econômica Europeia (hoje a União
Europeia), adesão que trouxe muitos benefícios para o desenvolvimento econômico do país, até então
de economia essencialmente agrária.

As reformas econômicas na década de 1980, juntamente com a adesão à então Comunidade Europeia,
criaram uma das maiores taxas de crescimento econômico do mundo. A Irlanda na década de 1990 há
muito considerada um país de emigração, tornou-se um país de imigração. Se, no passado, irlandeses
partiam em busca de melhores oportunidades de vida no Reino Unido, nos Estados Unidos e na
Austrália, a mudança do quadro econômico tornou o país atraente para imigrantes de outros países
europeus e do mundo em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Este período na história irlandesa é
conhecido como a era do Tigre Celta. Os anos do Tigre Celta (1995-2007) viram um rápido
crescimento econômico, que acabou abruptamente em 2008, com o colapso do sistema bancário
irlandês.

A Irlanda é um país pequeno, aberto, e altamente dependente do comércio internacional. A abertura


da economia irlandesa se reflete na mobilidade internacional de sua mão-de-obra e capital, assim
como nos altos níveis de investimento direto estrangeiro, especialmente de multinacionais norte-
americanas. Partindo de uma base agrícola e de indústrias de transformação tradicionais, a economia
irlandesa passou por grandes transformações nas últimas décadas, tornando-se cada vez mais uma
economia baseada em alta tecnologia e em setores focados na prestação de serviços internacional-
mente comercializados.

A Irlanda é conhecida por suas belas paisagens bem preservadas, suas águas límpidas e maravilhosas
opções recreativas. Tais fatores, tradicionalmente considerados entre os mais destacados recursos
naturais do país, contribuem para o grande sucesso da sua indústria turística.

O último censo realizado na Irlanda, em abril de 2016, revelou um total de pouco mais de 4,76 milhões
de habitantes. A população cresceu rapidamente nos últimos anos, sendo a Irlanda um dos países com
taxas de natalidade mais altas da União Europeia. A imigração também tem sido um fator importante
no perfil demográfico do país nos últimos anos; o percentual da população que nasceu fora do país
chega a 11,8%. As maiores comunidades de imigrantes na Irlanda são provenientes da Polônia, do
Reino Unido, da Lituânia, da Letônia e da Nigéria.

No final de 2015, as estimativas provisórias das nacionalidades não pertencentes ao Espaço Econômico
Europeu (EEE) com permissão para viver na Irlanda eram de aproximadamente 114.000, comparado a
105.000 no fim de 2014. Atualmente, as cinco principais nacionalidades registradas neste grupo
chegam a mais de 47% de todas as pessoas registradas e correspondem aos países: Brasil (16%),
Índia (11%), China (9%), EUA (7%) e Paquistão (6%). A maioria dessas pessoas com permissão para
permanecer no país está aqui para trabalhar ou estudar.

Há uma grande quantidade de cidadãos brasileiros morando na Irlanda e, segundo o Censo 2016, esse
número chega a 15.796, mas fontes não oficiais sugerem uma quantidade muito superior. A
comunidade brasileira se estabeleceu principalmente em Dublin e na pequena cidade de Gort, no
condado de Galway, mas existem pequenas comunidades estabelecidas em Ballinasloe, Roscommon e
Athlone. Há alguns restaurantes e lojas brasileiras na Irlanda onde se podem encontrar produtos do
Brasil. Há também uma pequena quantidade de empreendedores brasileiros que abriram negócio
próprio e oferecem serviços nas áreas de beleza, transferência de dinheiro, alimentos e bebidas, dentre
outros. A clientela desses estabelecimentos é formada predominantemente por brasileiros.

Os maiores centros populacionais estão concentrados nas cidades de Dublin, Cork, Galway, Limerick e
Waterford. Sessenta por cento da população moram nas cidades. As faixas etárias mais novas
correspondem a grande parte da população.

A política do governo irlandês tem sido direcionada à criação de um ambiente econômico estável que

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apoie as atividades do setor privado. Nos últimos dez anos, o número de pessoas empregadas nos
setores industriais e de serviços cresceu significativamente, e a expansão se deu de forma
especialmente rápida nas áreas de software e hardware, engenharia eletrônica, indústrias alimentícia e
farmacêutica, produtos de saúde e de bens de consumo.

O governo irlandês possui um plano de ação direcionado a empregos (o “Action Plan for Jobs”) que
pode ser consultado através do endereço:
https://dbei.gov.ie/en/Publications/Action-Plan-for-Jobs-2017.html . O plano confirma o compromisso
da Irlanda em fomentar as conexões com o investimento direto estrangeiro (IDE) e manter o país
como o “local ideal para se abrir um negócio”. Uma das medidas a ser implementada como parte
deste plano é a de estabelecer programas de imigração atraentes que facilitem e incentivem
empreendedores não pertencentes ao EEE.

I) PROVIDÊNCIAS EXIGIDAS OU RECOMENDADAS PARA ABERTURA/GESTÃO DE NEGÓCIO


NA IRLANDA

1) Providências Migratórias

Programa migratório para investidores e empreendedores

Geralmente, cidadãos de países não pertencentes ao EEE (incluindo cidadãos brasileiros) precisam
obter permissão do Ministério da Justiça e Igualdade (“Minister for Justice and Equality”) para abrir um
negócio na Irlanda. Eles podem se qualificar para participar do Programa do Investidor Imigrante
(“Immigrant Investor Programme”) ou do Programa para Empreendedores de Start-ups (“Start-up
Entrepreneur Programme”). Se desejarem iniciar um negócio nas áreas de varejo, “catering”, serviços
pessoais ou negócio similar, eles devem se registrar no Programa de Permissão Comercial (“Business
Permission Scheme”). Há três maneiras nas quais os cidadãos não pertencentes ao EEE podem investir
ou iniciar um negócio na Irlanda:

- Permissão Comercial
Quem não se qualifica para o Programa para Empreendedores de “Start-ups”, ou deseja iniciar um
negócio nas áreas de varejo, “catering”, serviços pessoais ou negócio similar, deverá solicitar uma
permissão comercial, por escrito, concedida pelo Ministério da Justiça e Igualdade que autoriza o
empreendedor a estabelecer e/ou realizar negócios na Irlanda durante um determinado período.

Se o empreendedor estiver solicitando uma permissão comercial para iniciar um negócio na Irlanda,
ele deverá atender aos seguintes critérios, sem exceção:
- Deverá ter pelo menos €300.000,00 de seu próprio dinheiro para investir em um negócio na Irlanda;
- O negócio deverá gerar empregos para pelo menos dois irlandeses ou cidadãos do EEE ou Suíça, ou
pelo menos manter os empregos em um negócio existente;
- O negócio deverá contribuir para as atividades comerciais e para a competitividade do país; e
- O negócio deverá ser de natureza comercial viável e proporcionar renda suficiente que cubra as
despesas de moradia e subsistência do empreendedor e seus dependentes, sem que seja necessário
recorrer à assistência social ou a um emprego assalariado, para os quais seria necessária uma
permissão de emprego geral (“General Employment Permit”).

Para facilitar a criação de oportunidades potenciais com o intuito de atrair investimentos que gerem
empregos na Irlanda, o governo irlandês aprovou dois novos programas de imigração:

- Programa para Empreendedores de “Start-ups” (“Start-up Entrepreneur Programme”)


Este programa de “start-up” empresarial reconhece a necessidade de incentivar empresas em setores
de inovação prioritários da economia.

Para se qualificar, o solicitante deverá:


- Ter alguma forma de suporte financeiro equivalente a no mínimo €75.000,00 por meio de
investidores individuais (business angels), provedores de capital de risco ou instituição financeira
regulada pelo “Financial Regulator” (Autoridade regulamentar de serviços financeiros da Irlanda);
- Também são aceitos: fundo pessoal transferido para a Irlanda ou verba concedida por órgão
relevante da Irlanda;
- A proposta de negócio deverá ter um componente inovador de valor; e
- O solicitante não deverá contar com fundos públicos.

- Programa do Investidor Imigrante (“Immigrant Investor Programme”)

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Este programa está aberto a cidadãos não pertencentes ao EEE, e respectivas famílias, que se
comprometem com um investimento aprovado na Irlanda. O esquema do investidor tem como objetivo
atrair indivíduos com um histórico empresarial de sucesso para investir e passar a viver no país.

São oferecidas várias opções de investimento com limites diferentes, que se aplicam dependendo da
natureza do investimento:
- Uma única doação de no mínimo €500.000,00 a um projeto público nas áreas de artes, esportes,
saúde ou educação.
- Um investimento mínimo de €2.000.000,00 em um título de dívida de investidor imigrante com juros
baixos. O investimento precisa ser mantido por no mínimo cinco anos. O título de dívida é oferecido
exclusivamente aos participantes deste programa e não pode ser negociado em nenhum mercado.
- Um valor mínimo de €1.000.000,00 de fundos de capital de risco investidos em um negócio irlandês
por um período mínimo de três anos. Um investimento em uma empresa irlandesa de capital aberto
pode ser considerado, mas o nível de investimento deverá ser muito maior.
- Um valor mínimo de €1.000.000,00 para investimento misto em imóveis (50%) e em títulos do
governo (50%). Consideração especial poderá ser concedida àqueles que comprarem imóvel no país
que esteja sob a administração da agência governamental NAMA (www.nama.ie). Nesses casos, um
único investimento imobiliário de €1 milhão poderá ser suficiente. Observação: o valor mínimo de
investimentos mistos dependerá do tipo de investimento proposto e será determinado de forma
rateada.

Avaliação de requerimentos
Os requerimentos são feitos por meio de um formulário e são acompanhados de uma taxa
administrativa. A admissão em ambos os programas está sujeita à aprovação dada por um Comitê de
Avaliação, composto de pessoas experientes e adequadamente qualificadas pertencentes a órgãos
relevantes do governo ou de outras agências. O Comitê de Avaliação é formado por representantes
administrativos seniores dos Ministérios da Justiça e Igualdade; Finanças; Relações Exteriores e
Comércio, Empregos, Indústria e Inovação; bem como da Enterprise Ireland (agência governamental
responsável pelo fomento a negócios internacionais) e da IDA (agência para a promoção de
investimentos na Irlanda). Também é apontado um membro independente adequadamente qualificado.
O Comitê de Avaliação elege especialistas dos departamentos governamentais relevantes ou de órgãos
do governo em casos em que a natureza da proposta de investimento requer tal participação.

Toda comunicação entre o Comitê e o solicitante dos programas é direcionada ao próprio solicitante ou
ao representante financeiro ou jurídico designado pelo solicitante. A comunicação de qualquer outra
parte ou agência não será aceita nem considerada.

Permissões de imigração
Os solicitantes bem-sucedidos recebem permissão de residência por dois anos, que pode ser renovada
após esse período, contanto que o negócio ainda esteja operacional e que o solicitante tenha uma
renda suficiente que não requeira ajuda do governo. Durante os primeiros dois anos, não há exigência
de emprego, e o negócio não precisará apresentar rentabilidade no momento da renovação.

A reunificação familiar é permitida para cônjuges/parceiros(as) e filhos, desde que as necessidades da


família sejam atendidas por meio de recursos do empreendedor/investidor ou por outros meios
privados. O acesso aos benefícios do governo irlandês não é permitido durante esse período.

Em geral, a permissão comercial é concedida inicialmente para o período de um ano. Cidadãos não
pertencentes ao EEE que recebem a permissão comercial têm o direito de viver na Irlanda durante a
vigência dessa permissão.

Opções de naturalização
Ambos os programas oferecem às partes interessadas a possibilidade de residir no país, e não a
cidadania irlandesa. Os solicitantes bem-sucedidos podem solicitar a naturalização somente conforme
os termos das legislações sobre nacionalidade e cidadania de 1956-2004 (“Irish Nationality and
Citizenship Acts 1956-2004”), da mesma maneira e segundo as mesmas condições que todos os outros
cidadãos não irlandeses.

O endereço de e-mail para consultas (não para requerimentos) sobre os programas para investidores e
empreendedores é: investmentandstartup@justice.ie

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Como se registrar:

- Programas para investidores e empreendedores


Para se registrar no Programa do Investidor Imigrante, é necessário preencher o formulário de registro
do investidor e pagar uma taxa não reembolsável de €750,00:
http://www.inis.gov.ie/en/INIS/IIP%20Application%20Form%20-
%20MAY%202014.pdf/Files/IIP%20Application%20Form%20-%20MAY%202014.pdf

Para se registrar no Programa para Empreendedores de “Start-ups”, é necessário preencher o


formulário de registro do empreendedor (em formato .pdf) e pagar uma taxa não reembolsável de
€350,00:
http://www.inis.gov.ie/en/INIS/APPLICATION%20FOR%20ENTREPRENEUR%20PROGRAMME.pdf/Files/
APPLICATION%20FOR%20ENTREPRENEUR%20PROGRAMME.pdf

Os formulários de registro, as diretrizes e um modelo de amostra do plano de negócio estão


disponíveis no site do Serviço de Naturalização e Imigração da Irlanda (INIS, “Irish Naturalisation and
Immigration Service”):
http://www.inis.gov.ie/en/inis/pages/new%20programmes%20for%20investors%20and%20entrepren
eurs

Documentos obrigatórios:
- Passaporte do solicitante e do cônjuge/parceiro(a) e dependentes (se aplicável);
- Comprovação de relacionamento familiar (se aplicável);
- Comprovação de fundos;
- Comprovação do investimento ou detalhes da “start-up”;
- Atestado de bons antecedentes ou declaração de idoneidade do solicitante e do cônjuge/parceiro(a)
emitida por consultoria de gerenciamento de riscos (se aplicável)

Investment and Entrepreneur Unit


Department of Justice and Equality
Irish Naturalisation and Immigration Service
13-14 Burgh Quay
Dublin 2
Ireland

- Permissão Comercial:
As solicitações de permissão comercial devem ser feitas à Unidade de Permissão Comercial (“Business
Permission Unit”) do Departamento de Imigração do INIS.

Os solicitantes devem incluir os seguintes documentos:


- Passaporte ou documento de identidade nacional válido;
- Certificado de registro, se o solicitante já for residente no país;
- Atestado de bons antecedentes de cada país no qual o solicitante residiu por mais de 6 meses nos
últimos 10 anos;
- Um plano de negócios que atenda aos critérios de permissão comercial mencionados acima. O plano
deve ser endossado por uma firma de contadores ou outros profissionais relevantes;
- Detalhes das qualificações e habilidades do solicitante para empreender o negócio;
- Referências de antigos empregadores;
- Documentos originais da instituição financeira do solicitante confirmando que ele tem pelo menos
€300.000,00 para investir no negócio;
- Detalhes sobre o local de funcionamento do negócio.

Business Permission Unit


Residence Division
Irish Naturalisation and Immigration Service
1st Floor, 13-14 Burgh Quay
Dublin 2
Ireland
www.inis.gov.ie
E-mail: INISbperm@justice.ie

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2) Providências Documentais

Número PPS

O empreendedor deverá se registrar para receber um número PPS (“Personal Public Service Number”).
Esse número é um identificador exclusivo usado nas transações que serão feitas com os órgãos
públicos, inclusive com a Receita (“Revenue Commissioners”). O número PPS será incluído em
documentos da Receita e da previdência social. Ele também é chamado de “número de identificação do
contribuinte” (tax reference number).

Não é possível solicitar um número PPS antes de chegar na Irlanda. Deve-se estar morando no país
para solicitá-lo. Para receber um número PPS, a pessoa deverá comprovar que necessita dele para
realizar uma transação com um órgão específico.

Será necessário fornecer documentação relevante que comprove a identidade e residência na Irlanda.
A documentação solicitada dependerá da nacionalidade. Para obter detalhes de como obter um
número PPS, acesse:
http://www.welfare.ie/en/Pages/Personal-Public-Service-Number-How-to-Apply.aspx

Definição da forma jurídica/tipologia de constituição da empresa conforme as modalidades


verificadas na Irlanda

O empreendedor pode estabelecer um negócio como profissional autônomo, em sociedade ou como


empresa de sociedade limitada. O tipo de estrutura escolhido dependerá do tipo de negócio
empreendido, de com quem a empresa fará negócio e da atitude do empreendedor com relação a
riscos. Ao considerar a estrutura do negócio, é aconselhável recorrer à opinião de um advogado ou
contador.

Para obter informações sobre as diferentes modalidades de negócios/empresas, acesse o site do


Escritório de Registro de Empresas (CRO, “Companies Registration Office”): www.cro.ie.

- Profissional autônomo
É relativamente simples se estabelecer como um profissional autônomo, mas se o negócio não tiver
sucesso, os ativos pessoais do indivíduo poderão ser usados para pagar os credores. A principal
obrigação jurídica é que o profissional se registre como pessoa autônoma junto à Receita (“Revenue”).
Consulte as seções sobre “Imposto” e “PRSI” adiante. Para usar um nome comercial, é necessário
registrar o nome da empresa no CRO.

- Sociedade
Esta estrutura refere-se a duas ou mais pessoas que concordam em administrar um negócio em
sociedade uma com a outra. O contrato de sociedade deve ser elaborado por um advogado. Os sócios
são responsáveis pela administração conjunta do negócio e, caso o empreendimento não tenha
sucesso, todos os sócios são responsáveis pelas dívidas.

- Empresa de sociedade limitada


Se o empreendedor estabelecer seu negócio como uma empresa de sociedade limitada, esta passará a
ser uma entidade jurídica separada. Se a empresa incorrer em dívidas, os credores geralmente
reivindicarão apenas os ativos da empresa. Esta deverá ser registrada no CRO, e os relatórios
contábeis e administrativos deverão ser enviados ao CRO anualmente.

Legislação sobre empresas de 2014


A legislação sobre empresas de 2014 (“Companies Act 2014”), que substituiu a legislação sobre
empresas de 1963-2013, entrou em vigor no dia 1o de junho de 2015. Segundo essa legislação, todas
as empresas privadas limitadas por ações devem ser convertidas em LTD (empresa de sociedade
privada limitada por ações) ou DAC (empresa de atividade designada). Com algumas exceções, as
empresas limitadas por garantia e sociedades ilimitadas são obrigadas a mudar seu nome segundo
essa legislação.

O registro do nome da empresa e o envio dos relatórios fiscais podem ser feitos eletronicamento junto
ao CRO. Para acessar o site do sistema de registro online de empresas, CORE (“Companies Online
Registration Environment”), acesse - https://core.cro.ie/.

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Negócio no setor alimentício
Todas as empresas alimentícias devem seguir a legislação referente à higiene e segurança alimentícia,
independentemente de operar em um local comercial, residencial ou unidade móvel ou estande.

Basicamente, o empreendedor é responsável por assegurar que o alimento produzido é seguro para o
consumo humano.

Mesmo que funcione em uma residência, uma empresa no setor alimentício deverá ser registrada junto
à autoridade competente antes de começar a operar. Dentre os órgãos competentes estão o escritório
de saúde ambiental local do serviço de saúde pública da Irlanda, HSE (“Health Service Executive”);
Ministério da Agricultura, Alimentação e Marinha; a autoridade local ou a Autoridade de Proteção de
Pesca Marítima (“Sea-Fisheries Protection Authority”). O registro deverá ser feito junto ao órgão
relevante, dependendo do tipo de negócio.

Se o negócio envolver as atividades de manuseio e/ou processamento de alimentos de origem animal,


o empreendedor deverá solicitar aprovação da autoridade competente. Alguns exemplos de tais
negócios são: abatedouros, empresas processadoras de carnes, fabricantes de produtos derivados da
carne (por exemplo, presunto, salame), produtores de ovos, fabricantes de produtos derivados do leite
(leite, queijo, iogurte), empresas processadoras de pescado e fabricantes de produtos de pescado
processados (peixe defumado, peixe marinado).

Para obter detalhes do processo de aprovação, entre em contato com a autoridade competente. Os
negócios que necessitarem de aprovação deverão ser aprovados antes de entrarem em funcionamento.

Boas práticas de higiene e segurança alimentar são imprescindíveis para qualquer empreendimento do
setor alimentício a fim de proteger a saúde do consumidor. O operador desse negócio é o principal
responsável pela segurança alimentar. Para obter mais informações, consulte o site da Autoridade de
Segurança Alimentar da Irlanda (“Food and Safety Authority of Ireland”):
https://www.fsai.ie/food_businesses/starting_business.html.

3) Providências Fiscais

a) Impostos:

Os impostos que o negócio pagará dependerão de constituir ou não pessoa jurídica. No caso de uma
empresa, esta deverá pagar o imposto sobre empresas. No caso de um negócio estabelecido como
pessoa física, a pessoa será considerada um profissional autônomo e, portanto, deverá pagar o
imposto de renda segundo o sistema de auto-avaliação.

O profissional autônomo deverá pagar (através do sistema de auto-avaliação “Pay & File”) imposto de
renda, previdência social (PRSI, “Pay Related Social Insurance”) e imposto universal (USC, “Universal
Social Charge”) sobre os lucros do negócio. Além disso, o profissional autônomo deverá enviar à
Receita (“Revenue Commissioners”) as quantias devidas referentes ao sistema PAYE (“Pay As You
Earn”), imposto sobre valor agregado (IVA) e sistema de imposto sobre contratos relevantes
(“Relevant Contracts Tax”), conforme apropriado.

Se duas ou mais pessoas estabelecerem um negócio em parceria, cada um dos sócios deverá pagar
(através do sistema de auto-avaliação “Pay & File”) imposto de renda, PRSI e USC sobre sua parte nos
lucros do negócio. Além disso, a sociedade deverá enviar à Receita as quantias devidas referentes ao
sistema PAYE, IVA e imposto sobre contratos relevantes, conforme apropriado.

Se o negócio for estabelecido como uma empresa de sociedade limitada, esta deverá pagar (através do
sistema de auto-avaliação “Pay & File”) o imposto sobre empresas (“Corporation Tax”) sobre os lucros
obtidos. Além disso, a empresa deverá enviar à Receita as quantias devidas referentes ao sistema
PAYE, IVA e imposto sobre contratos relevantes, conforme apropriado.

b) Impostos comerciais:

- Imposto sobre empresas


O imposto sobre empresas (“Corporation Tax”) é cobrado sobre todos os lucros das empresas
residentes no país, com algumas exceções, e das empresas não residentes que comercializam no país
através de uma filial ou agência.

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Esse imposto é cobrado sobre os lucros da empresa, que incluem tanto a renda como os lucros
tributáveis. Para fins de imposto, a renda da empresa é calculada de acordo com as leis do imposto de
renda. Os lucros tributáveis são calculados de acordo com as leis de imposto sobre ganhos de capital.

Há duas alíquotas para o imposto sobre empresas:


- 12,5% para a renda de comercialização, a menos que a renda seja proveniente de algumas
atividades específicas, caso em que a alíquota é de 25%. Entre essas atividades de taxação
diferenciada incluem-se a negociação de terrenos, rendas provenientes de mineração e atividades
relacionadas a petróleo.
- 25% para renda não proveniente de comercialização (por exemplo, renda sobre investimentos, renda
sobre aluguéis).

- Imposto de renda e PAYE do empregador


Sujeito a determinadas exceções e isenções, o imposto de renda é tributável sobre toda a renda de
indivíduos, sociedades e órgãos não incorporados no país.

A forma mais comum de imposto de renda é o PAYE (“Pay As You Earn”) deduzido da folha de
pagamento dos empregados. A auto-avaliação se aplica ao profissional autônomo e àqueles com renda
gerada de fontes que não sejam o PAYE.

- Imposto sobre contratos relevantes


O imposto sobre contratos relevantes (RCT) se aplica a pagamentos feitos por um contratador principal
para um subcontratado de acordo com um contrato relevante, isto é, um contrato para realizar um
trabalho, ou fornecer força de trabalho para o desempenho de operações relevantes, nos setores de
construção, silvicultura ou processamento de carnes. O RCT se aplica a contratadores residentes e não
residentes nos setores acima mencionados.

- Imposto sobre valor agregado


O imposto sobre valor agregado VAT (Value Added Tax) é um imposto sobre os gastos do consumidor.
Ele é coletado pelos comerciantes registrados no VAT ao fornecerem bens e serviços dentro do país, a
título oneroso, aos seus clientes. Em geral, todos os comerciantes da cadeia de suprimentos (do
fabricante ao varejista) cobram VAT sobre suas vendas e têm o direito de deduzir dessa quantia o VAT
pago em suas compras.

As alíquotas de VAT variam de zero a 23%, dependendo do tipo de produto ou serviço. Regulamentos
de VAT detalhados se aplicam ao fornecimento de propriedades e ao fornecimento de bens e serviços
entre fronteiras (incluindo serviços fornecidos eletronicamente) para clientes em outros países da
União Europeia (UE).

O fornecimento de bens e serviços para países integrantes da União Europeia está normalmente sujeito
a 0% do VAT irlandês, mas sujeito ao VAT no outro país integrante da UE. Importações e aquisições de
bens e da maioria dos serviços de outros países integrantes da UE estão normalmente sujeitas ao VAT
irlandês.

- Imposto sobre registro de veículo


O imposto sobre registro de veículo (“Vehicle Registration Tax”) é tributável quando se registra
veículos motorizados (inclusive motocicletas) no país. Todos os veículos motorizados da Irlanda, com
exceção dos que entram no país temporariamente, trazidos por visitantes, devem ser registrados junto
à Receita. O veículo precisa ser registrado antes de poder ser licenciado para fins de imposto
correspondente.

c) Sistema “Pay & File” e Imposto Preliminar:

- Imposto de renda e Imposto sobre ganhos de capital


O sistema “Pay & File” (pagar e declarar) permite ao contribuinte realizar as seguintes ações dentro de
um único prazo (31 de outubro):
- pagar o imposto de renda antecipado referente ao ano corrente;
- registrar sua declaração de imposto referente ao ano fiscal anterior no que se refere ao imposto de
renda e ao imposto sobre ganhos de capital;
- pagar o saldo devido referente ao imposto de renda do ano anterior, se aplicável.
O prazo de 31 de outubro é também conhecido como “specified return date”.

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- Imposto sobre empresas
O sistema de auto-avaliação “Pay & File” se aplica às empresas. As obrigações de uma empresa com
relação ao pagamento do imposto sobre empresas e do registro da declaração são:
- calcular e pagar o imposto preliminar dentro do prazo especificado;
- preencher e enviar o Formulário CT1 on-line e, quando aplicável, o Formulário 46G (empresa).
Observações sobre o preenchimento desses formulários, sobre a documentação de apoio
necessária, as datas de registro e as sobretaxas aplicáveis em caso de registro fora do prazo
podem ser encontradas em: http://www.revenue.ie/en/tax/ct/forms/index.html

d) Declarações de terceiros

Comerciantes (incluindo fazendeiros), profissionais e outras pessoas que realizam negócios, bem como
associações de pessoas e organizações sem comercialização e sem fins lucrativos (incluindo
organizações de caridade, departamentos do governo e órgãos estatutários, como conselhos de saúde)
deverão fazer automaticamente declarações de terceiros.

e) PRSI – “Pay Related Social Insurance”

O profissional autônomo pagará contribuições de previdência social Classe S. Para obter o guia sobre o
PRSI para o profissional autônomo, acesse http://www.welfare.ie/en/Pages/PRSI-for-the-Self-
Employed---SW-74.aspx.

f) Contratação de funcionários

Se o negócio envolver a contratação de funcionários, o empregador deverá registrar PAYE e PRSI junto
à Receita http://www.revenue.ie/en/business/employers-paye.html.

Para obter o guia direcionado a empregadores que estão abrindo um novo negócio que inclui a
contratação de funcionários pagos, acesse o documento (em formato “pdf”):
https://www.workplacerelations.ie/en/Publications_Forms/Employment_Law_Explained.pdf.

g) Benefícios e créditos fiscais:

- Crédito fiscal sobre receita auferida: desde 2016, os contribuintes com renda proveniente de
comércio autônomo ou profissional podem reivindicar um novo crédito fiscal de Receita Auferida
(“Earned Income tax credit”) de €550,00. Esse crédito também está disponível para proprietários ou
gerentes de negócios que não se qualificam para o crédito PAYE sobre sua renda salarial. Se um
contribuinte também se qualificar para o crédito fiscal PAYE, o valor combinado desses dois créditos
fiscais não poderá exceder €1.650,00.

- Reembolso de imposto SURE: o “Start Up Refunds for Entrepreneurs” (SURE) é um programa de


reembolso de imposto que permite que pessoas qualificadas obtenham um benefício de até 41% do
capital que investiram na abertura de um negócio. Segundo o programa SURE, a pessoa poderá ter
direito a um reembolso do imposto sobre renda PAYE que pagou durante os seis anos anteriores ao
ano em que investiu. Para obter mais detalhes sobre o programa SURE, acesse: www.sure.gov.ie.

- Empresas “Start-up”: novas empresas podem obter benefícios fiscais nos três primeiros anos do
imposto sobre empresas (“Corporation tax”); o valor do benefício está vinculado à quantia de PRSI dos
empregadores paga pela empresa dentro de um período contábil e está sujeito a um valor máximo de
€5.000,00 por funcionário. Na lei financeira de 2013 (“Finance Act 2013”), o benefício fiscal foi
ampliado para permitir que qualquer benefício não utilizado nos três primeiros anos de comercialização
possa ser transferido e usado em anos subsequentes. O benefício foi ampliado para incluir empresas
que começaram a comercializar em 2012, 2013, 2014 ou 2015 e, no Finance Act 2015, para empresas
que começaram a comercializar em 2016, 2017 ou 2018.

- Benefício fiscal do Imposto sobre ganhos de capital (CGT): se o negócio foi vendido em ou
após 1o de janeiro de 2016, uma alíquota menor de CGT de 20% é aplicada aos ganhos tributáveis
líquidos provenientes da venda de todo ou parte do negócio, até um limite vitalício de €1 milhão.

Para mais informações sobre impostos, acesse:


http://www.revenue.ie/en/business/running/registering-tax.html

-8-
4) Providências Financeiras

Abertura de conta bancária

O processo de abertura de conta bancária depende do solicitante ter estabelecido o negócio como
profissional autônomo/sociedade ou empresa de sociedade limitada.

- Profissionais autônomos/sociedades
Abrir uma conta bancária comercial é relativamente simples para os profissionais autônomos que
executam suas atividades profissionais usando seu próprio nome. Já os profissionais autônomos e
aqueles que fazem parte de uma empresa, que executam suas atividades profissionais usando um
nome diferente do seu nome verdadeiro, precisarão fornecer ao banco comprovação do registro do
nome comercial. As empresas também precisarão fornecer informações sobre os sócios e a sociedade,
inclusive o contrato de sociedade.

Os bancos exigirão também informações sobre quaisquer outros proprietários beneficiários, aqueles
com 25% ou mais de capital social representado por ações emitidas ou com direito a voto.

- Empresas de sociedade limitada


Uma empresa de sociedade limitada deve encaminhar uma resolução do conselho de diretores para
abrir uma conta bancária. Cada banco tem seu próprio formulário de delegação que autoriza o banco a
executar as instruções dos diretores no que diz respeito à operação da conta; por exemplo, quem tem
permissão para realizar as transações bancárias em nome da empresa. Esse formulário inclui os
termos da resolução que o conselho deverá adotar.

O formulário de delegação deve ser preenchido e assinado por cada pessoa autorizada a realizar as
transações e retornado ao banco com amostras de assinatura de cada pessoa autorizada a fazer
pagamentos em nome da empresa.

Para abrir uma conta bancária comercial, é importante estar ciente de que os bancos exigirão vários
documentos:
- Formulário bancário de delegação preenchido;
- Amostras das assinaturas de todos os que autorizarão transações na conta bancária da empresa;
- Memorando e contrato social (empresa de sociedade limitada apenas);
- Certificado de incorporação (empresa de sociedade limitada apenas);
- Certificado do nome comercial (se o negócio estiver sendo comercializado com um nome diferente do
nome verdadeiro do empreendedor);
- Dinheiro ou cheques para serem depositados na nova conta;
- Comprovante de identidade dos proprietários da empresa, executivos da empresa etc. Esse
comprovante deverá ser apresentado na forma de uma cópia do passaporte ou da carteira de
motorista de cada indivíduo, juntamente com a cópia de uma conta residencial exibindo o respectivo
endereço residencial atual.

A maioria dos bancos oferece ofertas especiais para contas bancárias comerciais de “start-ups”. É
recomendável entrar em contato com pelo menos dois ou três bancos para verificar as exigências e
ofertas de cada um. Se o empreendedor já tiver uma conta bancária na Irlanda, isso poderá facilitar o
processo de abertura de uma conta comercial no mesmo banco.

5) Providências referentes a Saúde, Previdência Social e Seguro

Seguro

Embora o seguro não seja legalmente obrigatório para empreender um negócio, é normalmente
recomendável ter a cobertura de um seguro para várias situações. Em especial, se o público tiver
acesso ao estabelecimento do negócio, será necessário ter um seguro de responsabilidade pública.
Recomenda-se também averiguar outros tipos de seguro, como o seguro de saúde.

O “Irish Insurance Federation” (órgão representante das empresas de seguro na Irlanda) oferece
serviços de informações gratuitos sobre seguro com detalhes e recomendações sobre todos os seus
aspectoss. http://www.insuranceireland.eu/consumer-information/insurance-information-service

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Legislação
A legislação (“Safety, Health and Welfare at Work Act 2005”) estabelece as principais disposições para
oferecer e melhorar a segurança, a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho. A lei se aplica a
todos os locais de trabalho, independentemente da quantidade de funcionários empregados, e inclui o
profissional autônomo.

Deveres do empregador
Os fundamentos da legislação referem-se a uma abordagem de avaliação de riscos e o dever legal dos
empregadores de preparar um documento, por escrito, sobre saúde e segurança, denominado “Safety
Statement” (declaração de segurança). Os empregadores, inclusive os profissionais autônomos, têm a
responsabilidade de criar e manter um local de trabalho seguro e saudável.

Os deveres do empregador incluem:


- gerir e conduzir todas as atividades do trabalho a fim de garantir, dentro de razoável praticidade, a
segurança, a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho;
- projetar, providenciar e manter um local de trabalho seguro que ofereça acesso (de entrada e saída)
seguro e utilize instalações e equipamentos que sejam seguros e sem risco à saúde;
- fornecer informações, instrução, treinamento e supervisão no que diz respeito à segurança e saúde
dos funcionários;
- oferecer e manter instalações de trabalho que permitam o bem-estar dos funcionários;
- evitar riscos a outras pessoas no local de trabalho, inclusive visitantes, clientes, fornecedores e
representantes de venda; e
- implementar planos para casos de emergência.

“Health and Safety Authority”


A Health and Safety Authority é o órgão responsável por impor as leis de segurança e saúde no
trabalho, promover e incentivar a prevenção de acidentes e fornecer informações e recomendações
sobre saúde e segurança. A iniciativa “Taking Care of Business” (Cuidando dos negócios) ajuda as
pequenas empresas a ficar em conformidade com as obrigações relacionadas à saúde e segurança,
além de oferecer ferramentas on-line para ajudar essas empresas a realizar avaliações de riscos e
produzir declarações de segurança: http://www.hsa.ie/eng/Small_Business/Taking_Care_of_Business/

Seguro de Responsabilidade Civil

Existem três tipos de seguro de responsabilidade civil:

A Responsabilidade Pública é muito importante para qualquer negócio que lide com o público. Essa
apólice oferece cobertura caso o negócio seja responsável pelo ferimento de uma pessoa do público, ou
em casos de perda ou dano de propriedade material ocorridos em conexão com o negócio.

A Responsabilidade do Produto oferece cobertura para o negócio em casos em que os produtos


fabricados ou vendidos estiverem defeituosos e causarem ferimentos corporais, morte, doenças e/ou
danos a uma pessoa do público.

A Responsabilidade do Empregador é crucial se a empresa tiver funcionários, pois ela oferecerá


cobertura caso a empresa se torne legalmente responsável por ferimentos, doença ou morte de
funcionários e/ou danos, despesas e custos atribuídos aos funcionários enquanto estes trabalhavam
para a empresa.

Indenização Profissional
Este tipo de cobertura é extremamente importante para proprietários de negócios que dão conselhos
aos clientes, como desenvolvedores da Web, profissionais de TI, consultores de recrutamento e
consultores ambientais. O seguro de indenização profissional oferece proteção caso o proprietário do
negócio se torne legalmente responsável por um erro ou omissão ao dar consultoria profissional a uma
pessoa do público.

Interrupção dos negócios


O seguro de interrupção dos negócios oferece cobertura para o proprietário do negócio e o negócio em
si em casos de perda financeira como consequência de danos à propriedade. É possível também ter
cobertura para despesas adicionais, perda de aluguel ou custo de acomodação alternativa devido aos
danos causados. Por exemplo, se for necessário mudar o local de trabalho devido a danos na
propriedade, será possível obter compensação.

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Seguro para varejistas
Se a empresa estiver no setor de varejo, o seguro para varejista é recomendado. Como mencionado
acima, a responsabilidade pública e do empregador são muito importantes. Do mesmo modo, a
cobertura de prédios pode dar tranquilidade em casos em que a estrutura do prédio seja afetada por
incidentes cobertos pelo seguro, como incêndios, alagamentos, danos acidentais e outros. Um negócio
de varejo tende a ter grandes volumes de estoque; portanto, recomenda-se ter a cobertura necessária
para proteger o estoque contra fogo, roubo, enchente etc.

Seguro-saúde privado

Há várias empresas que oferecem seguro de saúde privado voluntário na Irlanda:


- A GloHealth ;
- A HSF Health Plan oferece planos com benefícios em dinheiro, mas não oferece seguro de saúde
hospitalar;
- Irish Life Health (antiga Aviva Health);
- Laya Healthcare;
- VHI Healthcare

Há várias seguradoras de saúde já estabelecidas que lidam apenas com determinados grupos de
funcionários; o seguro é restrito aos funcionários e funcionários aposentados e seus dependentes.
Esses programas são conhecidos como “programas de seguro restritos”. As legislações que regem o
seguro de saúde se aplicam igualmente a todas as seguradoras, com algumas poucas exceções para os
programas de seguro restritos.

O seguro de saúde é usado para pagar assistência privada hospitalar, e os diversos profissionais de
saúde em hospitais ou em suas clínicas. Os planos variam de acordo com a seguradora, mas a maioria
tem acordos com os hospitais em que a seguradora paga diretamente ao hospital. Em geral, os custos
ambulatoriais são pagos pelo paciente ao profissional de saúde e reembolsados pela seguradora após
solicitação.

“Health Insurance Authority”


A Health Insurance Authority (HIA) é o regulador estatutário independente do mercado de seguro de
saúde privado na Irlanda. Ele monitora as operações comerciais das seguradoras de saúde do país e
atua como consultor do Ministro da Saúde para esse fim, avaliando os efeitos das regulamentações ou
de novas legislações para os consumidores. A HIA tem como objetivo garantir que os consumidores
estejam cientes de seus direitos e que as apólices e os materiais publicitários descrevam a cobertura
de maneira justa e comparativa. A HIA também avalia a adequação dos procedimentos usados pelas
seguradoras ao lidar com os consumidores.

Veja abaixo onde obter mais informações sobre as regulamentações relacionadas ao seguro de saúde
privado:

Health Insurance Authority


Canal House
Canal Road
Dublin 6
Ireland
Tel.: +353 (0)1 4060080
Locall:1850 929 166
Fax: +353 (0)1 4060081
www.hia.ie

Department of Health
Hawkins House
Hawkins Street
Dublin 2
Ireland
Tel.: +353 1 635 4000
Fax: +353 1 635 4001
www.health.gov.ie

O cidadão de um país não integrante da UE/EEE tem direito a determinados serviços gratuitos, mas
deve pagar pelos demais.

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Para obter informações sobre os diretos aos serviços de saúde pública, acesse:
http://www.citizensinformation.ie/en/health/health_system/entitlement_to_public_health_services.htm
l

Aposentadoria

Os empregadores têm a obrigação legal de oferecer aos funcionários acesso a um plano de


aposentadoria. A estrutura de plano de aposentadoria mais comum é um programa de aposentadoria
ocupacional (Occupational Pension Scheme, “OPS”), que é estabelecido por um empregador sob
fideicomisso, onde o empregador ou uma terceira parte atua como fiduciário. Muitos empregadores
contribuem para o plano de aposentadoria, geralmente expresso como uma porcentagem do salário.
As porcentagens de contribuição de aposentadoria mais comuns, feitas pelo empregador e pelo
funcionário, ficam na faixa de 5% a 10% do salário; isto é, o empregador faz uma contribuição de 5%
a 10% e o funcionário faz uma contribuição de 5% a 10%.

5) Providências de outra natureza

Carteira de motorista:

O cidadão de um país não integrante do EEE (inclusive brasileiros) que tenha uma carteira nacional de
habilitação ou uma permissão de habilitação internacional emitida pelo seu próprio país poderá dirigir
na Irlanda pelo período de duração da sua visita temporária (máximo de 12 meses).

Se a permanência na Irlanda for superior a 12 meses, é possível solicitar uma carteira de habilitação
irlandesa, mas será preciso passar por todo o processo de obtenção da carteira. Primeiro, é necessário
passar no teste de direção teórico, solicitar uma permissão de iniciante, concluir um curso de direção
prático (“Essential Driver Training”, EDT) e passar no teste de motorista na Irlanda. Após passar nesse
teste, a pessoa poderá então solicitar uma carteira de habilitação irlandesa completa.

Na Irlanda, é necessário ter uma permissão de iniciante (“Learner Permit”) por seis meses antes de
poder solicitar o teste; entretanto, se a pessoa tiver uma carteira de habilitação completa vigente, na
mesma categoria, emitida por outro país (jurisdição) por mais de seis meses, ela poderá se isentar
dessa exigência, desde que tenha concluído o curso de direção EDT e que tenha encaminhado a
carteira de habilitação original vigente e uma carta de qualificação da autoridade licenciadora relevante
daquele país para:

Customer Service Manager


Driver Testing Section,
Road Safety Authority,
Moy Valley Business Park,
Ballina,
Co. Mayo
drivingtest@rsa.ie
www.rsa.ie

Para obter mais informações, acesse: https://www.ndls.ie/how-to-apply.html

Procedimentos para contratação de serviços públicos:

Ao abrir uma nova empresa, é recomendável obter informações sobre os preços e as tarifas cobradas
pelos vários provedores de serviços públicos em operação na Irlanda (empresas provedoras de
eletricidade, gás, óleo, Internet, telefone e celular).

Os clientes que não tiverem um histórico de crédito com um provedor serão solicitados a pagar um
depósito na conta. As políticas variam de acordo com o provedor.

Para obter mais informações, acesse o site da “Competition and Consumer Protection Commission”
(órgão de proteção à concorrência e ao consumidor da Irlanda):
http://www.consumerhelp.ie/services-contracts .

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II) LEGISLAÇÃO LOCAL DE REFERÊNCIA E SUA FISCALIZAÇÃO PELOS ÓRGÃOS LOCAIS

- Legislação migratória

Cidadãos estrangeiros de países não integrantes da UE/EEE (inclusive brasileiros) que chegam na
Irlanda para residir podem solicitar vistos ou permissões de residência para permanecer no país. A
permissão para permanecer na Irlanda é concedida pelo Ministério da Justiça e Igualdade. Com base
na permissão, o imigrante receberá um Certificado de Registro emitido pelo Garda National
Immigration Bureau (GNIB) ou pelo escritório de registro da polícia (Garda) local.

Cidadãos de países não integrantes da UE/EEE deverão enviar o passaporte válido, o visto relevante e
uma permissão de trabalho. Além disso, eles deverão apresentar comprovação de que podem se
sustentar por conta própria durante o período em que pretendem residir no país.

Os solicitantes que conseguirem aprovação para participar do Programa do Investidor Imigrante e do


Programa para Empreendedores de “Start-ups”, juntamente com sua família nuclear, receberão uma
permissão inicial de residência de dois anos. Por “família nuclear” entende-se o cônjuge, parceiro(a)
civil ou parceiro(a) e os filhos dependentes com idade até 18 anos. Essa permissão pode ser renovada
por mais três anos. Após esses cinco primeiros anos, o investidor ou empreendedor pode solicitar
residência por um período mais longo. Se necessário, eles receberão vários vistos de entrada para o
mesmo período.

Em geral, uma permissão comercial é concedida inicialmente para um período de um ano. Cidadãos de
países não integrantes do EEE que recebem uma permissão comercial têm o direito de residir na
Irlanda durante o período estabelecido na permissão comercial.

- Legislação aplicável à abertura de negócios

O Ministério de Negócios, Empresas e Inovação (“Department of Business, Enterprise and Innovation”)


criou um site (www.businessregulation.ie) que fornece todas as informações necessárias sobre as
principais regulamentações que afetam os negócios. O site inclui informações sobre:
- Estabelecimento e registro da empresa;
- Estabelecimento como profissional autônomo ou com o uso de nome comercial;
- Providências a serem tomadas quanto a impostos;
- Requisitos para o empregador;
- Como localizar escritórios locais para obter assistência; e
- Serviços on-line para start-ups

http://www.businessregulation.ie/

- Legislação comercial

A diretiva relativa a práticas comerciais desleais das empresas face aos consumidores (Diretiva
2005/28/EC de 11 de maio de 2005 –
- http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2005:149:0022:0039:EN:PDF) aborda
práticas comerciais injustas de comerciantes que afetam os consumidores; ela não se aplica a
negociações entre empresas. A legislação de proteção ao consumidor (“Consumer Protection Act 2007”
- http://www.oireachtas.ie/documents/bills28/acts/2007/a1907.pdf), que entrou em vigor em maio de
2007, serve como base de sua implementação na Irlanda.

A legislação prevê a proibição de uma série de práticas comerciais injustas, enganosas e agressivas
capazes de comprometer de forma apreciável a capacidade de avaliação do produto pelo consumidor.
Essas práticas serão proibidas se satisfizerem a duas condições:
- São injustas, enganosas ou agressivas;
- Possuem a capacidade de distorcer a escolha de um consumidor;
A legislação também prevê que determinadas práticas serão sempre banidas; sem precisarem
satisfazer à segunda condição.

Informações sobre práticas comerciais injustas estão disponíveis no seguinte site da UE:
http://www.isitfair.eu/

A lei de proteção à concorrência e ao consumidor (“Competition and Consumer Protection Law”) pode
ser complexa. O órgão que assume a responsabilidade de impor as provisões da legislação é a

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“Competition and Consumer Protection Commission”. O Banco Central da Irlanda também atua para
impor as provisões na área de serviços financeiros. Informações detalhadas podem ser acessadas na
página:
https://www.ccpc.ie/consumers/

A seção “Guidelines for Businesses” (Diretrizes para empresas) ajuda os proprietários de empresas a
entender suas obrigações perante a lei e a promover uma cultura de conformidade regulamentar:
http://www.ccpc.ie/compliance-business/guidelines-businesses

Segurança do produto
A fim de proteger a saúde e a segurança do consumidor, existem leis para garantir que produtores ou
importadores de mercadorias coloquem no mercado apenas produtos seguros na União Europeia. O
instrumento legal S.I. no 199 de 2004, que trata das regulamentações das comunidades europeias
sobre a segurança geral dos produtos (European Communities [General Product Safety] Regulations),
proíbe a colocação no mercado irlandês de mercadorias que não sejam seguras. Isso significa que
nenhum produto disponibilizado para compra poderá apresentar risco indevido para o consumidor por
meio de seu uso rotineiro. Além disso, determinadas categorias de produtos estão cobertas por
legislação específica ao setor e por provisões específicas ao produto.

Existem regulamentações de segurança específicas para produtos alimentícios, que são administradas
pelo órgão “Food Safety Authority of Ireland”.

A Marca CE
A marca CE em um produto significa que ele está em conformidade com todas as diretivas da UE e
com os padrões de proteção à saúde, à segurança e ao meio ambiente. Todo produto que estiver
coberto por uma diretiva da UE deverá apresentar a marca CE. Essa marca deverá ser afixada de
forma indelével ao produto. Quando isso não for possível, devido à natureza do produto, ela deverá ser
afixada na embalagem.

O órgão “Competition and Consumer Protection Commission” também é responsável por fazer a
vigilância no mercado a fim de garantir a conformidade com a diretiva de segurança geral do produto.

Responsabilidade do produto
A legislação que rege produtos com defeito na Irlanda é conhecida como Liability of Defective Products
Act 1991. Essa lei introduziu um regime de responsabilidade rigoroso no que diz respeito a produtos
com defeito.

A “National Consumer Agency” é um órgão do estado que realiza a vigilância contínua com relação à
segurança de produtos não relacionados a alimentos no mercado irlandês. Se o “National Consumer
Agency” chegar à conclusão de que um produto põe em risco a saúde e a segurança do consumidor,
ele tem a autoridade para obrigar uma empresa e remover o produto em questão do mercado irlandês.
A retirada de produtos do mercado é geralmente em resposta a uma reclamação do consumidor e a
uma subsequente investigação do produto com defeito.

A diretiva GPSD foi transposta para a legislação irlandesa na legislação “European Communities
(General Product Safety) Regulations 2004”. Essa legislação impõe uma obrigação aos fabricantes para
garantir que os produtos colocados no mercado sejam seguros e não coloquem em risco a saúde ou a
segurança dos consumidores.

- Setores com legislações especiais ou com restrições a investimentos estrangeiros

O governo irlandês tem interesse em garantir que não haja nenhuma barreira significativa ao comércio
internacional ou ao investimento estrangeiro no país. No entanto, determinados tipos de investimento
e setores estão sujeitos à aprovação, regulamentação ou ambas, segundo a lei irlandesa. Esses tipos
de negócios são examinados em maiores detalhes abaixo.

Fusões, joint-ventures e aquisições estão sujeitas à legislação de concorrência na Irlanda e na UE. A


principal legislação irlandesa em relação à lei de concorrência é a “Competition Act 2002 to 2012” (a
Lei de Concorrência”). Toda fusão, joint-venture ou aquisição que se qualificar para notificação deverá
ser informada à autoridade responsável pela concorrência (“Competition Authority”). Essa autoridade
tem o poder de recusar a permissão para a transação seja concluída ou de impor restrições à mesma.
Uma fusão se qualificará para notificação quando determinados limites de movimentação forem
satisfeitos. Além disso, quando uma proposta de fusão, aquisição ou joint-venture satisfizer

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determinados critérios de limite, poderá ser necessário notificar a Comissão Europeia, segundo a
regulamentação EU Merger Regulation.

Fusões na mídia, entretanto, são tratadas separadamente e devem ser notificadas independentemente
da movimentação dos empreendimentos envolvidos. Estão sujeitas a uma revisão adicional realizada
pelo Ministério de Negócios, Indústria e Inovação, que deve levar em consideração questões como:
certos critérios de interesse público, o quanto da propriedade e do controle do negócio de mídia é
distribuído entre indivíduos e empreendimentos, e até que ponto a diversidade de visões dominantes
na sociedade irlandesa está refletida nas atividades dos vários negócios de mídia do país.

A legislação “Credit Institutions (Financial Support) Act 2008” prevê a aplicação de um regime de fusão
especial quando a operação envolver uma instituição de crédito e o Ministro das Finanças for da
opinião de que é necessária para manter a estabilidade do sistema financeiro do país. Nessas
circunstâncias, o Ministro das Finanças, e não a autoridade responsável pela concorrência, é quem tem
o poder de determinar se a fusão deve ser aprovada segundo as provisões de controle de fusões da Lei
de Concorrência. Fusões desse tipo deverão ser notificadas ao Ministro das Finanças, e não à
autoridade responsável pela concorrência, e não poderão ser implementadas sem a aprovação
ministerial.

A aquisição de uma participação em um empreendimento de seguros ou resseguros de uma instituição


de crédito também pode estar sujeita à aprovação prévia do Banco Central da Irlanda. Os investidores
que desejarem adquirir uma participação acionária ou que tiverem outro tipo de interesse que possa
lhes dar uma “participação qualificada” em um empreendimento de seguros ou resseguros, ou em uma
instituição de crédito (autorizada ou licenciada na Irlanda), ou aumentar seu controle acima de
determinados níveis (20 por cento, 33 por cento ou 50 por cento) deverão primeiro obter a aprovação
do Banco Central. Uma “participação qualificada” é definida como: 10 por cento ou mais do capital de
uma entidade-alvo ou dos direitos de voto em uma entidade-alvo; ou que confere o direito de apontar
e remover membros do conselho de diretores ou gerência; ou que de outra forma permite que a
pessoa exerça uma influência “significativa” na direção ou na gerência da entidade-alvo.

- Legislação trabalhista

O “Workplace Relations Commission (WRC)” foi estabelecido em 1o de outubro de 2015 com base no
“Workplace Relations Act 2015”; suas principais funções são promover melhores relações no trabalho e
a manutenção das mesmas. Além de fornecer orientação sobre a conformidade com os códigos de
práticas, o WRC também pode fornecer consultoria em qualquer questão relacionada às relações
trabalhistas com empregadores, seus órgãos representantes e os funcionários, sindicatos ou outros
órgãos representantes dos funcionários. O órgão tem funções específicas no que diz respeito à
resolução de disputas de setores e à implementação das leis trabalhistas, sendo a instância junto à
qual são apresentadas todas as disputas de relações setoriais e todas as disputas e queixas referentes
às leis empregatícias.

Para obter mais informações, acesse o documento “Guide to the Workplace Relations Commission”:
https://www.workplacerelations.ie/en/Publications_Forms/WRC-Quick-Guide-Booklet-Eng-.pdf

O WRC também oferece aos empregadores o serviço gratuito de consultoria sobre as leis trabalhistas
“Ireland’s Employers Direct”, o que disponibiliza recursos amplos e informação especializada, além de
uma equipe de consultores. Estabelecida originalmente em 1983, a equipe de consultores tem acesso a
toda a legislação governamental mais recente e pode prestar consultoria imediata e precisa para
auxiliar os empregadores a lidar de forma eficaz com qualquer tipo de disputa ou situação relacionada
a funcionários, como: medidas disciplinares, dispensa de pessoal, maternidade, direitos a férias,
tribunal empregatício etc. Para obter mais informações, acesse o site do serviço “Ireland’s Employers
Direct”: www.employersdirect.ie

Estágios
Muitas universidades na Irlanda consideram o estágio uma parte essencial da educação e oferecem a
oportunidade de colocar a teoria em prática. Sendo assim, há vários serviços que ajudam os
estudantes a encontrar ocupação temporária no país.

Os estágios na Irlanda são oferecidos, na sua maioria, como posições de treinamento não
remuneradas. No entanto, a maioria das empresas oferece algum tipo de benefício para ajudar os
estagiários a cobrir despesas como, por exemplo, transporte. Os estágios beneficiam tanto os

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estudantes como as empresas.

- Legislação fiscal/tributária

A Arbitration Act 2010 (“Lei de Arbitragem”) revogou toda a legislação arbitral irlandesa existente e
estabeleceu um estatuto unitário dando força de lei na Irlanda, na forma essencialmente pura, ao
UNCITRAL Model Law on International Commercial Arbitration (2006) (“Legislação Modelo”). Não é
feita distinção entre a arbitragem doméstica e a internacional, e a Lei de Arbitragem se aplica a
arbitragens iniciadas após 8 de junho de 2010, independentemente de quando o contrato de
arbitragem foi celebrado. A Lei de Arbitragem também prevê a aplicação das provisões das
Convenções de Nova York e Washington e do Protocolo de Genebra. Duas características-chave
permeiam a Lei de Arbitragem: (i) a autonomia da parte é primordial e (ii) a intervenção do tribunal
deve ser mínima, porém deve apoiar o processo arbitral. Assim, logo após a promulgação da Lei de
Arbitragem, foi estabelecido que “a Lei de Arbitragem alcança todos os objetivos de sua política, e
mais, garantindo que o equilíbrio correto entre os tribunais e a arbitragem seja mantido”.

https://www.arbitrationireland.com/wp-
content/uploads/2014/06/Arbitration_Ireland_Manual_2012.pdf

O Tribunal Comercial (“Commercial Court”) é uma divisão do Tribunal Superior (“High Court”) e foi
estabelecido em 2004 para oferecer resolução eficiente e eficaz a disputas de casos comerciais. Ele é
regido principalmente pela Ordem 63A dos Regulamentos do Tribunal Superior.

O Tribunal Comercial lida com os seguintes tipos de disputas comerciais:


- Disputas de natureza comercial entre entidades comerciais em que o valor da reinvindicação é de no
mínimo €1 milhão;
- Procedimentos em conformidade com a Lei de Arbitragem de 2010 com um valor mínimo de
€1 milhão;
- Disputas referentes à propriedade intelectual;
- Apelações de decisões regulatórias ou solicitações de revisão judicial dessas decisões;
- Procedimentos em conexão com qualquer função do Registro Internacional em conformidade com a
Convenção da Cidade do Cabo ou com o Protocolo Aeronáutico, conforme definido na legislação de
2005 sobre Garantias Internacionais Incidentes sobre Equipamentos Móveis (Convenção da Cidade do
Cabo); e
- Outros casos que o juiz do Tribunal Comercial considerar apropriados

Não há direito automático à aceitação de um caso comercial pelo Tribunal Superior. A possibilidade de
recurso à instância superior depende de decisão do Tribunal Comercial.

O Tribunal usa um sistema de gerenciamento de casos detalhado que foi projetado para agilizar a
preparação para o julgamento, remover custos desnecessários e táticas de protelação e garantir uma
divulgação completa antes do julgamento. O juiz pode adiar os procedimentos por até 28 dias para
permitir a resolução da disputa por meio de uma forma alternativa, como mediação, conciliação ou
arbitragem.

- Proteção à informação privada

O Gabinete do Comissário de Proteção de Dados (“Office of the Data Protection Commissioner”) é


responsável por defender o direito à privacidade no que se refere ao processamento dos dados
pessoais dos indivíduos.

Esses direitos estão inseridos na principal lei da Irlanda que trata da proteção de dados, a “Data
Protection Act 1988”, alterada pela emenda “Data Protection (Amendment) Act 2003”. Com essa
emenda, a lei irlandesa ficou alinhada à diretiva de proteção de dados da UE (Diretiva 95/46/EC). A
versão on-line da lei, encontra-se disponível através do endereço:
http://www.lawreform.ie/_fileupload/RevisedActs/WithAnnotations/EN_ACT_1988_0025.PDF.

As leis estabelecem que as informações sobre qualquer indivíduo devem ser precisas, disponibilizadas
somente para aqueles que precisam obtê-las e serem utilizadas somente para fins específicos. Os
direitos de proteção de dados se aplicam às informações mantidas em computador ou em arquivos
manuais ou impressos.

O Comissário é apontado pelo governo e é independente no exercício de suas funções. Os indivíduos


que acreditam que seus direitos foram infringidos podem apresentar queixa ao Comissário. Este tem a

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autoridade de impor as provisões da lei. O Comissário também mantém um registro, que se encontra
disponível para inspeção pública e contém detalhes gerais sobre as práticas de administração de dados
de muitos controladores de dados importantes, como departamentos do governo e órgãos do setor do
país, instituições financeiras, além de qualquer pessoa ou organização que mantenha dados pessoais
confidenciais.

Se um indivíduo descobrir que uma organização ou pessoa possui dados sobre ele que não
correspondam aos fatos, esse indivíduo poderá solicitar que os dados sejam alterados ou, em alguns
casos, que sejam removidos. Se um indivíduo acreditar que tal pessoa ou organização não tenha um
motivo válido para manter seus dados pessoais ou que tenha usado esses dados de maneira injusta,
poderá solicitá-la que altere ou remova esses dados. Também poderá solicitar que seus detalhes
pessoais não sejam usados para fins alheios às atividades de rotina de tal pessoa ou organização.

O Comissário de Proteção de Dados lançou um guia sobre os direitos das pessoas. Esse guia se
encontra disponível em:
https://www.dataprotection.ie/docs/A-guide-to-your-rights-Plain-English-Version/r/858.htm

III) CAPACITAÇÃO

Na Irlanda, os “Local Enterprise Offices (LEOs)”, prestam apoio às empresas que se encontram em
período inicial ou em desenvolvimento em suas próprias regiões. A função dos LEOs é estimular a
atividade econômica em âmbito local e promover microempresas (com 10 ou menos funcionários). Os
LEOs apoiam profissionais autônomos, firmas e grupos comunitários. Os projetos precisam ser
comercialmente viáveis ou ter a capacidade de se tornarem comercialmente viáveis. Os LEOs também
oferecem programas de treinamento e cursos para indivíduos iniciarem seu próprio negócio, além de
orientação e apoio financeiro. Para obter informações sobre o treinamento “Start Your Own Business
Programme” (programa Inicie seu Próprio Negócio), acesse:
https://www.localenterprise.ie/Discover-Business-Supports/Training-Programmes/Start-Your-Own-
Business-Programme/

A Enterprise Ireland é a agência responsável pelo desenvolvimento da indústria na Irlanda e o fomento


de seus negócios no exterior. Ela oferece consultoria e apoio financeiro para empresas “start-up” com
alto potencial (HPSU – “High Potential Start-Up). Para encontrar informações sobre HPSU, acesse:
https://www.enterprise-ireland.com/en/Start-a-Business-in-Ireland/Starting-a-High-Potential-Export-
Business.html

O programa “New Frontiers Entrepreneur Development Programme” da Enterprise Ireland tem como
objetivo apoiar empreendedores com ideias inovadoras de negócios que estejam planejando
estabelecer e administrar uma empresa própria. Para saber mais sobre esse programa, acesse:
https://www.enterprise-ireland.com/en/Start-a-Business-in-Ireland/Supports-for-High-Potential-Start-
Ups/New-Frontiers-Entrepreneur-Development-Programme.html

IV) ASSISTÊNCIA JURÍDICA, CONTÁBIL E FISCAL

Ao iniciar um negócio na Irlanda, é recomendável, se possível, utilizar os serviços de uma firma de


advocacia para garantir que todas as leis e regulamentações que regem o negócio estejam sendo
cumpridas. Dependendo do tipo de negócio, o empreendedor poderá se estabelecer como um
profissional autônomo, estabelecer uma sociedade ou criar uma empresa de sociedade limitada. Um
consultor jurídico poderá orientar de acordo com os riscos, benefícios, vantagens ou desvantagens
mais adequadas ao tipo de negócio em questão.

O consultor jurídico também dará assistência com relação a como se registrar para pagar imposto,
PRSI, se o empreendedor se qualifica para solicitar empréstimo ou subsídios, além de todas as
informações sobre direitos trabalhistas e as obrigações do empregador.

V) REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL A MERCADORIAS

Normas de qualidade e de segurança

A padronização da maioria dos produtos e serviços é um processo voluntário. No entanto, há alguns


padrões que são estabelecidos por lei, através das diretivas europeias e da legislação irlandesa. Esses

-17-
padrões têm como objetivo proteger o consumidor e os funcionários das empresas. Eles incluem:
- Padrões de segurança compulsórios;
- Padrões mencionados em instrumentos estatutários;
- Padrões de segurança de brinquedos;
- Padrões de higiene alimentícia; e
- Desenvolvimento de padrões

Na Irlanda, o órgão “National Standards Authority of Ireland” (NSAI) desenvolve padrões por meio de
um processo consultivo, que normalmente envolve os seguintes estágios:
- Identificar a necessidade de definir um padrão;
- Definir o escopo do padrão (por exemplo, as especificações técnicas, ambientais ou de segurança
que precisam ser definidas);
- Consultar as outras partes interessadas para chegar a um consenso;
- Publicar os padrões de comum acordo para o produto ou serviço relevante; e
- Emitir a certificação

Para obter mais informações, acesse o site do NSAI:


http://www.nsai.ie/

Produtos submetidos à política comercial comum: cotas e contingentes e vigilância

As políticas de comércio internacional da Irlanda são formuladas e desenvolvidas no contexto da


política comercial comum da UE, em constante evolução. Produtos agrícolas são protegidos segundo a
Política Agrícola Comum; produtos têxteis da China, Bielorússia, Coreia do Norte, Montenegro, Kosovo
e Uzbequistão estão sujeitos a formalidades especiais e a licenças de importação ou procedimentos de
controle (documento de exportação, documento de monitoramento).

A necessidade de uma licença de importação é determinada pela legislação da UE e pelo regime de


sanções internacionais. Atualmente, é necessário obter uma licença de importação do Ministério de
Empregos, Empresa e Inovação irlandês para importar:
- Produtos têxteis da Bielorússia ou da Coreia do Norte;
- Ferro e/ou aço de países que não sejam: países integrantes da UE, Islândia, Liechtenstein ou
Noruega; e
- Madeira da Rússia

Para obter mais informações, acesse:


https://www.djei.ie/en/What-We-Do/Trade-Investment/Import-Licences/Import-Controls

O artigo 28 do Tratado de Roma prevê a suspensão temporária dos impostos cobrados, em


conformidade com a Tarifa Aduaneira Comum (CCT), sobre importações de materiais e componentes
brutos para processamento posterior, quando ficar estabelecido que a indústria dentro da UE não é
capaz de obter suprimento do produto ou substitutos adequados.

O objetivo do plano de suspensão da tarifa é permitir que as empresas da União utilizem materiais
brutos, mercadorias semiacabadas ou componentes não disponíveis ou não produzidos na União.
Ambas as medidas permitem a isenção total ou parcial dos impostos cobrados a países terceiros,
aplicáveis a mercadorias importadas, a fim de fortalecer a capacidade da produção industrial da União
e, assim, melhor capacitar seus produtores para concorrer com fornecedores de países terceiros. Esse
plano não se aplica a produtos acabados. Os produtos “acabados” são definidos como aqueles que:
- estão prontos para serem vendidos ao usuário final;
- são mercadorias finalizadas;
- não passarão por nenhum processamento substancial ou
- já possuem o caráter essencial do produto completo.

As mercadorias às quais são aplicáveis direitos de antidumping ou compensatórios normalmente são


excluídas da concessão de suspensão ou quota. Estão também excluídas desse plano as mercadorias
sujeitas a restrições e proibições de importação (por exemplo, Convenção sobre o Comércio
Internacional de Espécies Ameaçadas [CITES]).

Normas sanitárias, embalagens e rótulos (incluindo tradução dos rótulos de produtos


importados)

Na Irlanda, o NSAI desenvolve padrões por meio de um processo consultivo. A padronização da


maioria dos produtos e serviços é um processo voluntário. No entanto, alguns padrões são

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estabelecidos por lei por meio de diretivas europeias e da legislação irlandesa. Esses padrões são
criados para proteger o consumidor e os funcionários das empresas. Eles incluem:
- Padrões de segurança compulsórios;
- Padrões mencionados em instrumentos estatutários;
- Padrões de segurança de brinquedos;
- Padrões de higiene alimentar;

Para obter mais informações sobre os vários padrões estabelecidos na Irlanda, acesse:
http://www.nsai.ie/Our-Services/Standardization/About-
Standards.aspx#Legally_enforceable_standards

Embalagens
A legislação referente a embalagens, “European Union (Packaging) Regulations 2014”, promove a
recuperação de resíduos de embalagens específicas. Essa legislação impõe obrigações a todos os
produtores, inclusive fabricantes, importadores, distribuidores, atacadistas e varejistas, que através de
seu negócio fornecem embalagem ao mercado irlandês. A legislação entrou em vigor no dia 20 de
junho de 2014 e substituiu todas as legislações anteriores referentes a embalagens. Mais informações
podem ser obtidas em:
http://www.rilta.ie/permits-and-licences/packaging-regulations/

Rótulos/etiquetas
Na Irlanda e na União Europeia, há regulamentos que governam o uso de rótulos nos produtos, e os
fabricantes de bens e produtos devem cumprir com os mesmos. Embora a lei defina alguns requisitos
mínimos, não há nada que impeça que informações adicionais sejam fornecidas nos rótulos e
etiquetas, desde que sejam verdadeiras.

Não existe obrigatoriedade legal para que produtores de itens não alimentícios exibam o país de
origem no rótulo. Isso significa que o fabricante não é obrigado a incluir informações sobre onde o item
foi fabricado, na Irlanda ou em outro país. Instruções em rótulos e etiquetas sobre como lavar e
manter certos itens (como roupas) são recomendáveis, mas não são obrigatórias por lei.

Informações sobre as leis de rotulagem de alimentos podem ser encontradas nos sites da Comissão
Europeia e das autoridades de segurança alimentar abaixo:
http://ec.europa.eu/food/safety/labelling_nutrition/labelling_legislation_en

https://www.fsai.ie/legislation/food_legislation/food_information_fic/food_information-fic.html

Rotulagem de itens do “Comércio Justo”


Os itens marcados com o selo “Fairtrade” (Comércio Justo) devem cumprir os padrões internacionais
de Comércio Justo que são definidos pelo órgão de certificação internacional “Fairtrade Labelling
Organisations International” (FLO). Esses padrões são concordados entre os principais participantes do
programa de Comércio Justo, que inclui os próprios produtores e as organizações de rotulagem, como
a Fairtrade Ireland.

Rotulagem de produtos orgânicos


Em julho de 2010, o uso do logotipo de produto orgânico da UE se tornou obrigatório em todos os
produtos alimentícios orgânicos pré-embalados dentro da União Europeia. Ele também pode ser usado
em mercadorias orgânicas que não são pré-embaladas, mas que são produzidas dentro da UE, ou em
produtos orgânicos importados de outros países. Cada país integrante da UE estabeleceu um sistema
de inspeção e designou várias autoridades públicas e/ou órgãos de inspeção privados aprovados para
executar a inspeção e certificação de produtos orgânicos. O Ministério da Agricultura, Alimentação e
Recursos Marítimos aprovou cinco órgãos de certificação para realizar esse trabalho na Irlanda; são
eles: “Institute of Marketecology” (IMO), “Irish Organic Farmers and Growers Association” (IOFGA),
“Organic Trust Limited”, BDAA-Demeter UK e “Global Trust Certification Limited”. Todos os produtos
rotulados como orgânicos devem apresentar o nome do órgão operador que manuseou o produto por
último, por exemplo, o produtor, o processador ou o distribuidor, e o nome ou número de código do
órgão de inspeção do produto.

Marcação CE
A marcação CE em um produto é uma etiqueta branca retangular com as letras CE em preto. Essa
marcação indica que o produto está em conformidade com todos os padrões de proteção da saúde,
segurança e do meio ambiente da União Europeia indicados nas diretivas de mercados verticais ou
setoriais relevantes. A marcação CE não abrange todos os produtos.

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A marcação CE foi introduzida na UE para padronizar os regulamentos referentes à rotulagem em
todos os países integrantes. Ela é exigida em uma ampla variedade de produtos, que vão desde
equipamentos elétricos, refrigeradores e aquecedores de água a gás, capacetes, brinquedos, até
marca-passos cardíacos.

Etiquetagem de produtos têxteis


Segundo regulamentos de 2012 (SI 142 de 2012) da União Europeia (Denominações das fibras têxteis
e à correspondente etiquetagem e marcação da composição em fibras dos produtos têxteis), os
produtos têxteis à venda na UE devem ser etiquetados com referência ao conteúdo de fibra que
possuem sempre que forem colocados no mercado para fins comerciais ou de produção. . Aplicam-se a
produtos constituídos totalmente por fibras têxteis, como roupas, cortinas e roupas de cama, mas
também a produtos constituídos por pelo menos 80% de componentes têxteis, como mobílias; guarda-
chuvas e sombreiros; revestimentos de pavimentos; colchões e artigos para acampamento;
revestimentos térmicos de calçados, luvas e suas variações. Não existe obrigação legal de mostrar
etiquetas de cuidados; entretanto, se existirem, deverão ser precisas. Em muitos casos, as etiquetas
de produtos têxteis devem mostrar os percentuais dos materiais contidos no item. Por exemplo, roupas
podem ser etiquetadas com “100% algodão” ou “50% lã, 50% acrílico”.

Etiquetagem para calçados


Existem ainda regulamentos importantes concernentes à rotulagem das várias partes dos artigos de
calçado. Essas etiquetas geralmente aparecem como adesivos na sola do calçado, na caixa do sapato
ou dentro do calçado. As informações sobre a constituição do calçado devem ser apresentadas na
forma de figuras, símbolos ou textos previamente acordados. Os regulamentos de 1996 (SI 63 de
1996) das Comunidades Europeias (Rotulagem dos artigos de calçado) estabelecem as regras sobre as
etiquetas de calçados. Eles deram efeito à diretiva 94/11/CE da UE.

A lei estabelece como as várias partes do calçado (isto é, cabedal, forro, sola) devem ser rotuladas. As
informações devem incluir o material que constitui pelo menos 80% da superfície do cabedal, do forro
e da palmilha do artigo de calçado, e pelo menos 80% do volume da sola. Se nenhum material
constituir pelo menos 80% do calçado, a etiqueta deverá informar os dois materiais principais
constituintes do calçado (por exemplo, 20% borracha, 60% couro, etc.).

Como o objetivo de ambas as leis acima é fornecer informação, todas as etiquetas deverão estar
legíveis. O fabricante ou o agente autorizado correspondente na União Europeia é responsável pelo
fornecimento das etiquetas e pela precisão das informações que elas contêm.

Marcas e patentes

Antes de solicitar o registro de uma marca comercial, é recomendável fazer uma pesquisa para se
certificar de que uma marca idêntica ou semelhante já não foi registrada ou esteja com solicitação
pendente, pois, nesse caso, elas terão prioridade em relação às novas solicitações.

Pesquise o banco de dados de marcas comerciais da Irlanda e da União Europeia. O primeiro contém
os detalhes de todas as solicitações de marcas comerciais registradas no Escritório de Patentes da
Irlanda (“Irish Patents Office”) e inclui detalhes de registros internacionais que designam a Irlanda
segundo o Protocolo de Madri. Um banco de dados de marcas comerciais da União Europeia separado
contém os detalhes de todas as solicitações de registro de marcas comerciais na União Europeia
registradas no Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO). As marcas comerciais
registradas da União Europeia estão protegidas em todos os 28 países integrantes da UE.

O Escritório de Patentes da Irlanda pode realizar uma pesquisa após receber uma solicitação por
escrito ,mediante pagamento de taxa. A pesquisa é realizada no banco de dados de marcas comerciais
da Irlanda e no da União Europeia. As pesquisas também podem ser feitas, gratuitamente, no Centro
de Informações do Escritório de Patentes da Irlanda (“Irish Patents Office Information Centre”), em
Kilkenny, ou on-line.

Qualquer sinal capaz de ser representado graficamente pode ser registrado. As marcas podem ser uma
combinação de palavras (inclusive slogans), letras e números. Elas podem ser formadas por desenhos,
símbolos, sinais tridimensionais (como formas e embalagem da mercadoria), sinais sonoros (como
música ou sons vocais), fragrâncias ou cores.

Desconsiderar os direitos de propriedade intelectual (IPR) inerente ao seu negócio abre brechas para

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que concorrentes tirem vantagem de suas inovações técnicas, ideias comerciais, bens intangíveis e
reputação no mercado.

O governo irlandês introduziu um benefício fiscal sobre os custos de aquisição de propriedade


intelectual por meio de um mecanismo de compensação/amortização. Isso significa que os clientes
podem aumentar sua base de ativos registrando seu nome comercial, produto ou marca como uma
marca comercial, ou podem comprar marcas, nomes de domínio, patentes, segredos comerciais e uma
variedade de outros IPRs de terceiros e amortizar o custo total como um desconto de capital na renda
tributável de seus negócios.

Para obter mais informações, acesse: https://www.patentsoffice.ie/en/Trade-Marks/What-is-a-Trade-


Mark-/Why-Register-/

Particularidades do sistema de medição e pesagem utilizados na Irlanda

A Irlanda, assim como os EUA, herdou o sistema imperial de medidas da Grã-Bretanha, e essas
unidades continuaram a ser usadas após a independência irlandesa. Foi principalmente devido à
entrada do país na União Europeia que o sistema métrico foi introduzido, com progresso relativo.
Juridicamente, a Irlanda é bastante avançada, mas há ainda um amplo uso (embora cada vez menor)
do sistema imperial de medidas nas conversas diárias. Em geral, as pessoas mais velhas não
conseguem visualizar as quantidades métricas com facilidade.

O principal instrumento jurídico de conversão para o sistema métrico na Irlanda é o instrumento


estatutário (SI) 255-1992. Este SI foi introduzido para dar efeito à Diretiva Europeia 89/617/CEE, que
também é obrigatória nos demais países integrantes da comunidade. O SI 255 adotou formalmente o
sistema métrico como o sistema de medida oficial e especificou o uso dessas unidades no comércio,
assim como a redução gradativa do uso do sistema imperial. Os regulamentos entraram em vigor em 7
de setembro de 1992.

Desde dezembro de 1993, as mercadorias começaram a ter que ser etiquetadas e vendidas usando o
sistema métrico e, desde essa data, as unidades imperiais não deveriam mais ser utilizadas.

O uso de unidades como “pint” (equivalente a meio litro), líquidos em refrigerantes e em bebidas
alcoólicas vendidos em recipientes retornáveis foi permitido até 31 de dezembro de 1998. Bebidas
vendidas em recipientes de plástico ou alumínio são em litros ou mililitros. Não se estabeleceu uma
data final para o término do uso da “pint” ao servir o chope, ou do uso da unidade de peso “onça” para
transações de metais preciosos.

Adaptação de embalagem e rótulos à regulamentação local e proibição de uso de


substâncias controladas

De acordo com a lei de venda de mercadorias e fornecimento de serviços de 1980 (Sale of Goods and
Supply of Services Act), os produtos para o consumidor devem ser de qualidade comercializável,
conforme descrito, e adequado para seu fim. Se esse não for o caso, o consumidor tem direito a uma
solução, e o vendedor tem o dever de corrigir o problema.

O uso de linguagem apropriada nos rótulos dos produtos é fundamental para garantir que o
consumidor entenda o uso e a segurança do produto e o impacto dele no meio ambiente. Atualmente,
na UE, os requisitos de linguagem são questões de âmbito nacional. Isso significa que os países
integrantes da UE determinam, individualmente, a linguagem apropriada necessária para os rótulos
dos produtos em determinadas indústrias. Gêneros alimentícios pré-embalados devem cumprir com os
padrões acordados e compulsórios da UE no que diz respeito à rotulagem e publicidade. Os rótulos
devem mostrar o seguinte:
- Nome sob o qual o produto é vendido;
- Lista de ingredientes e quantidades;
- Possíveis substâncias alergênicas;
- Data de validade mínima; e
- Condições de preservação

Os rótulos e as embalagens na Irlanda devem estar em inglês; o importador é o responsável por


adicionar rótulos extras, se for o caso, para que as informações necessárias sejam fornecidas em
inglês.

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VI) PATENTES E PROPRIEDADE INTELECTUAL

De acordo com o Escritório de Patentes Europeu (EPO), as fortes leis de propriedade intelectual (PI)
nacionais e internacionais da Irlanda criaram um ambiente protetor e atraente para empresas fortes
em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Essas empresas são responsáveis, atualmente, por mais de
50% do PIB e 23% do total de empregos. A lei nacional irlandesa referente a patentes está de acordo
com a Convenção sobre a Patente Europeia (CPE), embora permaneçam algumas diferenças. Os
sistemas nacionais de processamento também diferem.

O Escritório de Patentes da Irlanda fornece informações detalhadas sobre patentes, marcas comerciais,
projetos, copyright e pagamento. Ele também oferece um serviço relacionado à PI para indivíduos, de
forma personalizada, ou para grupos por meio de workshops. Esse serviço é oferecido ao público em
geral, inventores, empreendedores e empresários e oferece uma oportunidade para levantar questões
e tirar dúvidas sobre solicitações de registro de PI que o indivíduo pretende fazer ou que já tenha feito
no Escritório de Patentes.

Para obter mais detalhes, acesse o site do Escritório de Patentes da Irlanda:


https://www.patentsoffice.ie/en/About-Us/

VII) ÓRGÃOS E ENTIDADES LOCAIS DE FOMENTO E APOIO AO EMPREENDEDORISMO

O “Local Enterprise Office” (LEO) é o primeiro ponto de partida para qualquer pessoa que esteja
buscando informações e apoio sobre como iniciar ou aprimorar um negócio na Irlanda. Com 31 equipes
dedicadas em toda a Irlanda, os escritórios do LEO contam com ampla experiência, habilidades e
serviços. Além de fornecer informações, serviços de consultoria e apoio empresarial, eles também
oferecem treinamento e orientações sobre negócios fornecidos por especialistas experientes. O LEO
participa regularmente de iniciativas especiais; um exemplo disso é a competição lançada
recentemente para eleger o melhor jovem empreendedor da Irlanda (Ireland's Best Young
Entrepreneur), uma grande oportunidade para aqueles com até 30 anos de idade.

O LEO também pode fornecer apoio financeiro direto se o negócio se qualificar, caso contrário, ele
oferecerá orientações sobre opções alternativas de financiamento disponíveis.

A segunda principal agência de apoio empresarial é a Enterprise Ireland, que é responsável pelo
desenvolvimento e crescimento de empresas irlandesas nos mercados internacionais. A Enterprise
Ireland (EI) trabalha em parceria com empresas irlandesas para ajudá-las a iniciar, crescer, inovar e
vender em mercados internacionais. O desenvolvimento de negócios de “start-ups” é uma parte central
da estratégia de desenvolvimento da EI, que atualmente tem como foco mulheres empresárias e
empreendedores recém-formados.

A Enterprise Ireland tem nove escritórios regionais em toda a Irlanda e mais de 30 escritórios
internacionais (inclusive um em São Paulo) que facilitam o acesso a mais de 60 países
(www.enterprise-ireland.com). A EI fornece financiamento, assistência à exportação, apoio para o
desenvolvimento de competitividade, incentivos para estimular P&D dentro das empresas, assistência
com colaboração em P&D, além de contatos e apresentação a clientes estrangeiros.

Existem mais de 170 apoios governamentais diferentes para empresas “start-ups” e pequenas
empresas irlandesas. Como parte da campanha do governo irlandês de apoio a pequenas e médias
empresas (PMEs), foi lançado um guia online com o objeto de divulgar a variedade de apoio
governamental disponível nos vários setores. Esse guia pode ser encontrado em:
https://www.localenterprise.ie/Discover-Business-Supports/Supporting-SMEs-Online-Tool/

A Comissão Europeia (CE) também oferece uma variedade de iniciativas de apoio a PMEs europeias,
assim como verbas, empréstimos e garantias. A CE fornece apoio não financeiro através de programas
e serviços de apoio empresarial. Para obter uma visão geral da variedade de oportunidades disponíveis
para PMEs europeias, acesse o site da CE em:
http://ec.europa.eu/growth/smes_en

- Órgãos não-governamentais

- Câmara de Comércio de Dublin


A Câmara de Comércio de Dublin foi fundada em 1783 e vem representando os interesses das

-22-
empresas em toda a cidade de Dublin e seus arredores. Ela trabalha em nome das empresas para
defender os interesses destas frente aos representantes do governo e partidos políticos do país. A
Câmara de Comércio oferece vários serviços comerciais aos empresários e empresas afiliadas com o
objetivo de ajudá-los a maximizar e expandir seus negócios. Dentre os serviços oferecidos estão:
assistência empresarial internacional, serviços de exportação, oportunidades de promoção de negócios,
networking e eventos de aprendizagem.
A Câmara de Comércio de Dublin também administra o Enterprise Europe Network (EEN) na Irlanda.
www.dubchamber.ie

Existem Câmaras de Comércio regionais espalhadas por toda a Irlanda. Procure a Câmara mais
próxima do local de seu negócio.

- Conselho de Imigrantes da Irlanda (ICI)


O Conselho de Imigrantes da Irlanda oferece apoio, aconselhamento e informações, além de alcançar
uma mudança positiva por meio de ações jurídicas estratégicas e cooperação com legisladores para
tornar as leis de imigração adequadas ao propósito. Com uma abordagem jurídica e advocatícia, e
apoiado por seus serviços de linha de frente, o Conselho tem conseguido mudanças reais, como: a
remoção de uma política ad hoc com relação a estudantes internacionais, o reconhecimento de casais
reais com o propósito de reagrupamento familiar, proteções a imigrantes vítimas de violência
doméstica e a introdução da primeira cerimônia de cidadania da Irlanda.

Seu foco atual é:


• a introdução de um sistema de imigração que seja claro, justo e igual para todos;
• o estabelecimento de um serviço de apelação independente para decisões de imigração;
• estímulo à integração e participação em todos os aspectos da vida na Irlanda;
• uma resposta forte contra o racismo;
• mudanças na legislação para dar fim ao tráfico sexual.

- Centro de aconselhamento jurídico gratuito (FLAC)


FLAC (Free Legal Advice Centre) é uma organização voluntária independente. Seu objetivo é promover
a igualdade de acesso à justiça para todas as pessoas. Para isso, o FLAC inclui os seguintes serviços:
• Aconselhamento e informação: ajuda as pessoas a entender e acessar seus direitos legais.
Sendo assim, ele oferece informações e aconselhamento jurídico confidencial e gratuito ao público,
ajudando milhares de pessoas anualmente.
• Análise: o FLAC acredita que a lei pode ser usada para aumentar o interesse público e atingir
uma maior igualdade, principalmente para os grupos que são mais marginalizados e possuem menos
recursos. Para isso, o FLAC faz pesquisas e análises nas áreas legislativas que prioriza.
• Advocacia: quando fica claro que uma lei ou provisão legal é injusta, discriminatória ou que não
reflete as realidades sociais, o FLAC cria campanhas para tentar chegar a uma mudança jurídica que
beneficie o interesse público. Isso envolve aceitar casos estratégicos nas áreas de trabalho que o
centro prioriza e que terão um efeito mais amplo, além do cliente individual em questão.

- SECOM

O Setor de Promoção Comercial, Investimentos e Turismo (SECOM) da Embaixada do Brasil na Irlanda


segue as diretrizes do Departamento de Promoção Comercial (DPR) do Ministério das Relações
Exteriores (MRE) e atua nas seguintes áreas:
- Promoção de produtos/serviços brasileiros, investimentos diretos estrangeiros no Brasil e o Brasil
como destino turístico;
- Prestação de apoio às empresas brasileiras que desejam entrar no mercado irlandês;
- Prestação de apoio às empresas irlandesas com interesse em importar do Brasil;
- Promoção de parcerias e cooperações bilaterais;
- Organização de programas de visitas, seminários, workshops;
- Organização e assistência a missões de negócios;
- Participação em feiras comerciais e exibições, dentre outras.

O SECOM pode auxiliar, ainda, cidadãos brasileiros que pretendem abrir negócios na Irlanda. Além de
possuir contatos nos diversos setores da indústria, em universidades, departamentos e agências do
governo irlandês, pode orientar os empreendedores brasileiros sobre os primeiros passos a serem
percorridos para a abertura de uma empresa no país.

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O SECOM pode ser contatado pelo telefone (01) 416-1216 ou através do e-mail
secom.dublin@itamaraty.gov.br.

VIII) FINANCIAMENTO

- Órgãos de financiamento e apoio ao empresariado

Local Enterprise Offices (LEOs)


Os escritórios do LEO oferecem uma grande variedade de apoio financeiro para assistir empresas
iniciantes ou que desejam crescer. A ferramenta on-line de apoio a pequenas e médias empresas
(Supporting SMEs Online Tool) fornece informações sobre mais de 80 agências governamentais
diferentes para empresas start-up e pequenas empresas na Irlanda e ajuda a localizar o apoio mais
adequado a cada situação:
https://www.localenterprise.ie/Discover-Business-Supports/Supporting-SMEs-Online-Tool/

Microfinance Ireland
Microfinance Ireland é um financiador sem fins lucrativos que foi estabelecido para prover o fundo
governamental de empréstimo a microempresas (“Government’s Microenterprise Loan Fund”). A
empresa trabalha com os escritórios do LEO em todo o país e faz empréstimos para pequenas
empresas com menos de 10 funcionários e um volume de negócios anual de menos de € 2 milhões. A
Microfinance Ireland oferece empréstimos no valor de € 2.000,00 a € 25.000,00 por um período de 3 a
5 anos para propostas comercialmente viáveis que não conseguiram crédito bancário. Para obter
detalhes completos sobre elegibilidade, processo de solicitação e estudos de caso, acesse o site:
http://microfinanceireland.ie/

Serviço de consultoria voluntário de contadores diplomados (CAVA)


O CAVA (“Chartered Accountants Voluntary Advice”) oferece serviço de consultoria gratuito para
pessoas de negócios que não têm condições financeiras para pagar os serviços de um contador. Muitos
dos serviços do CAVA funcionam em bibliotecas públicas em todo o país. Para saber mais, consulte a
biblioteca local:
https://www.charteredaccountants.ie/about-us/who-we-work-with/CAVA

Serviço de orçamento e aconselhamento monetário (MABS)


O MABS (“Money Advice and Budgeting Service”) é o serviço de aconselhamento monetário do governo
irlandês especializado em dívidas pessoais e do consumidor. O serviço oferece ajuda limitada
relacionada a dívidas de profissionais autônomos ou sociedades, mas não oferece consultoria
relacionada a dívidas empresariais ou contas comerciais:
www.mabs.ie

União Europeia
O Horizon 2020 é um programa da UE dedicado à pesquisa e inovação; ele faz parte da iniciativa da UE
de estimular o crescimento e geração de empregos na Europa. A duração do programa é de 2014 a
2020. Para obter os detalhes completos do Horizon 2020, acesse o site:
http://ec.europa.eu/programmes/horizon2020/en/news/fast-track-innovation-pilot-2015-2016

O portal europeu para PMEs pode ajudá-lo a encontrar informações sobre apoio financeiro na UE:
http://europa.eu/youreurope/business/funding-grants/access-to-finance/search/en/financial-
intermediaries?shs_term_node_tid_depth=708

Enterprise Europe Network (EEN)


A “Enterprise Europe Network” é administrada pela Direção-Geral das Empresas e da Indústria da
Comissão Europeia e tem como objetivo auxiliar as empresas a realizar conexões internacionais,
competir e prosperar internacionalmente. A EEN fornece informações, consultoria e apoio para clientes
sobre como ter acesso a verba para Pesquisa e Desenvolvimento na Europa:
http://een.ec.europa.eu/

- Plano de negócio para apresentação a potenciais investidores

Há várias instituições na Irlanda que fornecem modelos de planos de negócios, sendo as principais:

Ministério da Justiça e Igualdade


http://www.inis.gov.ie/en/inis/pages/new%20programmes%20for%20investors%20and%20entrepren
eurs

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Enterprise Ireland
https://www.enterprise-ireland.com/en/start-a-business-in-ireland/information-store-for-start-
ups/#Business Plans

Local Enterprise Office (LEO) – oferece cursos sobre como compilar um plano de negócios
https://www.localenterprise.ie/DublinCity/Publications-Resources/Sample-Business-Plans/

IX) JOINT VENTURES E AQUISIÇÕES

Com o crescimento da economia na Irlanda, houve uma tomada das atividades no setor de Fusões e
Aquisições (F&A). As empresas estão se tornando mais suscetíveis a fusões com o intuito de ajudar a
competir com concorrentes maiores ou para manter uma vantagem competitiva no mercado. Há uma
competitividade relativa para ver quem adquire a melhor tecnologia ou conhecimento. Fusões e
aquisições pode ser uma opção para aqueles interessados em entrar no mercado irlandês.
Normalmente, uma fusão ou aquisição pode vir a ser um processo complexo; portanto, é
recomendável utilizar os serviços de um consultor jurídico especializado no setor.

As principais estruturas de aquisição para F&A privadas na Irlanda são:


- uma compra privada de ações em uma empresa de destino, que é normalmente documentada por
meio de um contrato de compra de ações e
- uma compra privada dos ativos subjacentes de uma empresa de destino e, se aplicável, passivos,
que é normalmente documentada por meio de um contrato de transferência de ativos e negócio.

O comprador poderá pagar em dinheiro, valores imobiliários ou uma combinação de ambos.

As leis “Irish Takeover Panel Act 1997” e “Takeover Rules 2013” (as "Leis de Aquisição da Irlanda")
fornecem a principal estrutura regulatória para a condução de aquisições por F&A de empresas
incorporadas listadas em bolsa de valores na Irlanda. Uma aquisição pode ser estruturada como uma
oferta, um esquema de um acordo aprovado pelo tribunal ou uma fusão.

Uma aquisição reversa, segundo as Leis de Aquisição da Irlanda, também pode ser usada para tomar o
controle de uma empresa incorporada listada em bolsa na Irlanda. Essa estrutura tem sido usada em
várias transações de “inversão” mais recentes.

Um novo regime doméstico de fusão estatutário foi introduzido recentemente na Irlanda. Uma fusão
pode ser efetivada entre duas ou mais empresas irlandesas em que pelo menos uma das empresas é
uma forma simplificada de empresa privada irlandesa limitada por ações. Os tipos de fusão a seguir
são possíveis e, em cada caso, a empresa cedente é dissolvida sem entrar em liquidação:
- Fusão por aquisição: uma operação na qual uma empresa adquire todos os ativos e passivos de uma
ou mais empresas cedentes em troca da emissão, por aquela empresa, de ações para os membros das
empresas cedentes;
- Fusão por absorção: uma operação na qual uma subsidiária integral transfere todos os seus ativos e
passivos à empresa controladora;
- Fusão por formação de uma nova empresa: uma operação na qual uma ou mais empresas cedentes
transferem todos os seus ativos e passivos respectivos a uma nova empresa em troca da emissão, por
essa empresa, de ações para os membros das empresas cedentes.

Essas fusões podem ser executadas por meio da solicitação de uma ordem de confirmação ao Tribunal
Superior da Irlanda ou usando um procedimento de aprovação de resumo de acordo com o direito
irlandês das sociedades. Em ambos os casos, os diretores das empresas participantes da fusão devem
elaborar e aprovar termos comuns que contenham as informações prescritas. Com exceção dos casos
de fusão por absorção, um relatório explicativo também deverá ser preparado e aprovado com respeito
a cada empresa da fusão (mas este requisito poderá ser dispensado quando todos os detentores de
ações com direito a voto nas empresas da fusão estiverem de acordo). Sujeito a algumas exceções, o
relatório de um especialista (auditor) é necessário para fornecer um parecer sobre a proporção da
troca de ações envolvida na fusão. Há ainda requisitos específicos referentes ao registro, publicação e
inspeção de documentos de determinadas fusões.

As Regulamentações de 2008 (conforme emenda) das Comunidades Europeias (fusões entre


fronteiras), nas quais o novo regime doméstico de fusões estatutárias é baseado, continuam a reger as
fusões entre fronteiras entre as sociedades de responsabilidade limitada da Irlanda e as empresas dos
diferentes países do Espaço Econômico Europeu.

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Restrições ao investimento estrangeiro
Não há restrições ao investimento estrangeiro na Irlanda. Em alguns setores regulamentados do país,
é possível que seja necessário obter consentimentos regulatórios e autorizações para efetivar uma
transação de F&A; por exemplo, em casos de fusões na mídia, companhias aéreas e serviços
financeiros.

X) COSTUMES E DIFERENÇAS LOCAIS, CULTURA DE NEGÓCIOS, IDIOMA

Na Irlanda, o horário comercial é normalmente das 9h às 17h30, com uma hora de almoço, que é
tirado entre 12h e 14h. Muitos escritórios, inclusive departamentos do governo, fecham entre 12h30 e
14h.

Os bancos abrem das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira, com exceção das quintas-feiras quando
ficam abertos até às 17h.

O horário das lojas varia. Lojas de departamentos, livrarias e afins ficam normalmente abertas entre
9h30 e 19h, de segunda a sexta-feira, exceto às quintas-feiras quando ficam abertas até às 20h ou
21h. Nos domingos, elas geralmente abrem das 12h às 18h. Os supermercados ficam abertos até
mais tarde, normalmente até às 20h ou 21h, ou além. Aos domingos, os supermercados normalmente
abrem das 12h às 19h. Há muitas lojas de conveniência que ficam abertas 24 horas ou, pelo menos,
das 7h às 23h.

De modo geral, nos feriados as lojas e o transporte público operam como nos domingos.

Veja, abaixo, os feriados públicos/bancários da Irlanda são os seguintes:


Dia de Ano Novo (1o de janeiro)
Dia de São Patrício (17 de março)
Sexta-feira da Paixão*
Segunda-feira de Páscoa
Primeira segunda-feira de maio
Primeira segunda-feira de junho
Primeira segunda-feira de agosto
Última segunda-feira de outubro
Dia de Natal (25 de dezembro)
Dia de Santo Estêvão (26 de dezembro)
27 de dezembro*
(*Estes são feriados bancários, mas não feriados públicos; portanto, algumas empresas operam como
um dia comercial normal).

O Natal é uma data importante na Irlanda. Na véspera de Natal, muitas empresas e o comércio fecham
mais cedo, e isso inclui a maioria dos restaurantes e muitos dos bares; além disso, o transporte
público se encerra por volta das 21h. No dia de Natal, quase todo o comércio fica fechado e não há
transporte público em funcionamento. No dia de Santo Estêvão, alguns comerciantes do setor
alimentar reabrem, juntamente com alguns bares e restaurantes.

O dia 27 de dezembro é tradicionalmente o primeiro dia da liquidação, e a maioria das lojas e


restaurantes abre. No dia de Ano Novo, há uma quantidade limitada de lojas de alimentação abertas,
junto com a maioria dos bares e restaurantes, mas muitas das outras lojas ficam fechadas.

Com relação a reuniões e eventos de negócios, é recomendável evitar as duas últimas semanas de
dezembro e a primeira semana de janeiro, assim como os meses de julho e agosto, quando as escolas
estão fechadas e a maioria das pessoas com famílias viaja de férias para outros países.

- Calendários locais de compras por parte de empresas e organizações

Na Irlanda, setores diferentes provavelmente terão estratégias e calendários de abastecimento


diferentes, dependendo da estrutura da empresa. Como regra geral, no entanto, para as vendas de
Natal e do mês de janeiro, o abastecimento ocorre no verão, enquanto que para o outono e Halloween,
o abastecimento ocorre nos meses de fevereiro/março. Para a estação do verão, o abastecimento
ocorre, em média, nos meses de janeiro/fevereiro e, para a primavera, ele ocorre em
outubro/novembro.

O principal período de liquidação ocorre logo após o Natal e dura praticamente o mês de janeiro

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inteiro. A liquidação de verão geralmente começa no fim de junho, início de julho. Há ainda liquidações
de meia-estação, mas que são em menor escala.

- Idiomas nos quais o empreendedor deverá ter fluência

Embora o gaélico irlandês seja a primeira língua oficial da Irlanda, ele é falado apenas por
aproximadamente um terço da população. O inglês é a segunda língua oficial do país e a mais usada, e
é nesta língua que são normalmente conduzidas as reuniões de negócios na Irlanda. Se o nível de
inglês do empreendedor não for apropriado para fazer negociações comerciais, recomenda-se a
contratação de serviços de intérpretes.

- Como adaptar o material promocional, website e setor de atendimento ao cliente da


empresa para o idioma local

Ao conduzir negócios na Irlanda, é fundamental ter brochuras do produto/serviço, material


promocional e informações sobre a empresa e página da Web em inglês. Espera-se que todos os
funcionários de uma empresa tenham total fluência no idioma inglês, principalmente se o público tiver
acesso às instalações do negócio.

- Códigos não escritos em negociações, expectativas e padrões no relacionamento entre


empresários e entre empresários e clientes

Os cidadãos irlandeses, assim como as pessoas de negócios, tendem a ser menos formais e muito
extrovertidos e simpáticos se comparados com as pessoas de negócios em outros países da Europa e
do Ocidente, o que facilita muito a interação com os mesmos. Entretanto, a cultura de negócios na
Irlanda valoriza a pontualidade; sendo assim, recomenda-se sempre chegar na hora certa para uma
reunião de negócios. Seja para abrir uma empresa na Irlanda ou simplesmente para comparecer a
uma reunião de negócios, é bom estar ciente de que o código de negócios padrão requer roupas
formais e conservadoras.

Em geral, os irlandeses são um pouco reservados em relação a desconhecidos, e pessoas de negócios


de outros países precisam conquistar a confiança deles para que o processo de negociação em si possa
ser iniciado. Dessa forma, uma conversa trivial no início da reunião é extremamente recomendável.
Além disso, planeje bastante tempo para o processo de negociação, pois é possível que o fechamento
de um negócio leve muito mais tempo do que se imagina. Ao se reunir com profissionais de negócios
irlandeses, esteja preparado, pois eles tendem a solicitar informações detalhadas sobre produtos e
preços.

Geralmente, fica mais fácil iniciar um negócio quando se tem boas conexões. Ter bons conhecimentos
e fazer networking é fundamental para o sucesso dos negócios. Se for possível envolver algum
empresário conhecido na Irlanda com um novo parceiro, a oportunidade não deve ser perdida.

- Otimização do uso da tecnologia digital e da internet

Ao iniciar um negócio na Irlanda, recomenda-se considerar o uso de canais digitais para alcançar as
metas comerciais. Pesquisas demonstram que as empresas irlandesas estão entre as mais dinâmicas
do mundo no que diz respeito ao uso de mídia social. Conforme a economia se recupera, é vital
aproveitar essa perspectiva positiva para maximizar canais como Facebook, Twitter e LinkedIn, que se
instalaram na Irlanda nos últimos anos.

Já há algum tempo, as empresas de maior porte na Irlanda abraçaram a mídia social como um método
de promoção. No entanto, uma pesquisa recente realizada na Irlanda revelou que 60% das PMEs
irlandesas acreditam que a mídia social contribuiu para o crescimento dos seus negócios. Algumas
PMEs estão investindo em anúncios no Facebook, tweets promovidos, anúncios no LinkedIn, pesquisa
paga via Google AdWords etc. A promoção em mídia social paga proporciona a empresas de todos os
portes o poder de anunciar diretamente para sua base de clientes com o benefício adicional de poder
gerar relatórios de campanhas precisos.

XI) Socialização/networking

Ao iniciar um novo negócio na Irlanda, será de extrema importância estabelecer uma rede de contatos-
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chave dentro do ramo de negócio em questão. Como ponto de partida, é recomendável se afiliar à
Câmara de Comércio da região ou visitar um escritório para empresas locais (Local Enterprise Office,
LEO) para identificar quais são os principais contatos para o seu negócio.

Além disso, vale a pena descobrir se existe uma associação comercial à qual a empresa pode se afiliar
e de cujos serviços ela pode se beneficiar. A associação certamente poderá informar sobre o ambiente
econômico e comercial do momento, as dificuldades ou vantagens do setor relevante em diferentes
períodos.

XII) Dados úteis sobre a conjuntura econômica e tecnológica na jurisdição

A economia irlandesa está vivendo um período de crescimento excepcionalmente forte, e as previsões


mais recentes sugerem que esse crescimento deva continuar, mas com um ritmo pouco mais lento nos
próximos dois anos. Em 2016, a economia irlandesa cresceu 5,2% e a Comissão Europeia prevê um
crescimento de 3,5% do PIB em 2017. A economia irlandesa cresceu 26,3% em 2015 (embora a taxa
esperada fosse de 7,8%) depois que as empresas estrangeiras que mudaram sua sede para a Irlanda
foram incluídas no valor do setor corporativo do país, elevando o valor do balanço patrimonial do
estado. Em 2015, a economia da Irlanda permaneceu como a que teve o crescimento mais rápido da
zona do euro. A forte recuperação da Irlanda, que foi impulsionada inicialmente pelas exportações
líquidas, está agora, de acordo com a Comissão Europeia, baseada fortemente na demanda dos
setores econômicos e se mostra resiliente ao crescimento global mais fraco. Embora desenvolvimentos
no início de 2016 (como baixos preços do petróleo, o enfraquecimento da libra esterlina, a volatilidade
do mercado de ações mundial e a desaceleração da economia chinesa) possam ter dado motivos para
precaução, o alinhamento positivo de fatores econômicos na Irlanda demonstrou um apoio amplo a
uma perspectiva favorável contínua e um ambiente propício para a realização de negócios.

O setor de construção da Irlanda deverá crescer em mais de 20 por cento em 2017 conforme continua
a se recuperar, mas a produção ainda permanecerá abaixo da metade do pico registrado em 2007.
Segundo a firma de consultoria de construção Bruce Shaw, a produção do setor de construção
alcançou em torno de €15 bilhões em 2016, com custos crescentes em 7 por cento ao longo do ano.

Importação/Exportação

As exportações permanecem o principal fator de crescimento da Irlanda. O país é um dos maiores


exportadores de produtos farmacêuticos do mundo (28% do total de exportações). Outros setores
incluem: produtos químicos orgânicos (21%), software e equipamentos de processamento de dados
(12%) e produtos alimentícios (8%). A União Europeia é responsável por 60 por cento do total das
Exportações irlandesas. Atualmente, os principais parceiros de exportação da Irlanda são: Estados
Unidos (23%), Reino Unido (16%), Bélgica (14%), Alemanha (7%), França (5%) e Suíça (4%).

Os principais produtos de importação da Irlanda são: maquinário elétrico e componentes (16% do total
de importações), combustível (15%), veículos motorizados (10%), produtos alimentícios (10%) e
produtos médicos e farmacêuticos (9%). A União Europeia é responsável por 60 por cento do total das
importações da Irlanda. Atualmente, os principais parceiros de importação da Irlanda são: Reino Unido
(34% do total de importações), Estados Unidos (12%), Alemanha (8%), Holanda (5%), China (6%) e
França (4%).

- Perspectivas nas áreas de inovação, ciência e educação

Em 2015, as empresas irlandesas destinaram aproximadamente €2,2 bilhões ao setor de Pesquisa e


Desenvolvimento (P&D), um aumento de 10% comparado com 2013.

No mesmo ano, o Ministério de Empregos, Empresa e Inovação lançou o "Innovation 2020", plano
estratégico que tem por objetivo elevar o investimento nos setores de P&D e ciência e tecnologia para
o patamar anual de 2,5% do PNB até 2020, valor estimado em cerca de €5 bilhões. Atualmente, a
Irlanda ocupa a 10ª posição no “Global Innovation Index” e a 19ª colocação na categoria “Innovation
and Sophistication factors” do “Global Competitiveness Report 2017/2018”.

Empenhada em extrair maiores benefícios sociais e econômicos da área de pesquisa e inovação, a


Irlanda vem trabalhando diligentemente para ampliar os investimentos nesse setor. Em setembro de
2017, a Science Foundation Ireland (SFI) – agência governamental de promoção da pesquisa em
ciência, tecnologia, engenharia e matemática – realizou o lançamento de quatro novos núcleos de

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pesquisa, os quais representarão, ao longo dos seis anos seguintes, investimentos da ordem de €74
milhões, por parte do Ministério de Negócios, Empreendimento e Inovação, e de €40 milhões, por
parte do setor privado. A função primordial dessa rede é conectar cientistas e engenheiros em
parcerias envolvendo a academia e a indústria de modo a alavancar a inovação e a criação de
empregos e oportunidades de negócio. Os novos centros serão orientados para a pesquisa e a
fundação de empresas do tipo “spin-out” nos setores de biotecnologia, produção inteligente, tecnologia
aplicada à saúde e ciências da computação.

Por meio dos novos centros da SFI, a expectativa é de que sejam viabilizadas mais de 80 colaborações
com pequenas e grandes empresas irlandesas e internacionais, como Alltech, Glanbia, IBM, Intel,
Johnson&Johnson e Siemens, entre outras. Na esfera acadêmica, serão contempladas instituições de
ensino superior localizadas em diferentes regiões da Irlanda, como a NUI Galway, a Teagasc, a Trinity
College Dublin, a University College Cork, a University College Dublin e o Waterford Institute of
Technology. Algumas delas, cabe ressaltar, já mantêm parceria ou manifestaram interesse recente em
cooperar com universidades brasileiras.

O empenho irlandês em fortalecer a cooperação com o Brasil nas áreas de educação, ciência,
tecnologia e inovação ganhou fôlego com a vinda ao país, entre 2013 e 2016, de 3.387 bolsistas do
programa Ciência sem Fronteiras. Nesse triênio, a Irlanda procurou explorar ao máximo o potencial de
cooperação bilateral por meio de iniciativas como a celebração, em Dublin, da I Semana de Ciência
Brasil-Irlanda (2015); a assinatura de memorandos de entendimento entre instituições de ensino e
pesquisa (são exemplos os MdEs firmados entre a Science Foundation Ireland e suas homólogas
CONFAP E FAPERJ, em 2015, e entre a UFF e a University City Cork, em 2016); e a oferta de bolsas de
estudo do Governo irlandês a estudantes brasileiros.

Na área de pesquisa e educação superior, Brasil e Irlanda apresentam características complementares


que tornam bastante atrativa a aproximação entre os dois países. Aos irlandeses, interessa o acesso ao
maior mercado para educação latino-americano e a universidades reconhecidas internacionalmente por
sua qualidade de ensino. O Brasil, por sua vez, pode encontrar na Irlanda uma alternativa aos
tradicionais parceiros anglófonos, beneficiando-se de currículos em inglês que enfatizam a
aplicabilidade da pesquisa, da experiência em promover parcerias entre a academia e empresas, e de
programas de pesquisa que se valem de fundos de financiamento disponibilizados pela UE.

Na esfera do fomento às exportações, a Enterprise Ireland passou a facilitar o acesso a fundo


específico para projetos de inovação que incrementem a competitividade das empresas irlandesas. Em
2016, a agência aplicou €103 milhões em projetos de investigação científica, na comercialização de
pesquisas de ponta e no amparo a parcerias entre a indústria e instituições de ensino superior. Foram
beneficiadas, naquele ano, 229 empresas do tipo “start-up”; 15 empresas “spin-outs” geradas a partir
de pesquisas acadêmicas; 1.063 projetos co-geridos pelos setores acadêmico e industrial; e uma
incubadora para “start-ups” na área da indústria espacial.

A “Innovation 2020” adquiriu novas dimensões diante do “Brexit” e da possibilidade de que a Irlanda
venha a se tornar o principal país anglófono na UE. Nesse contexto, o Governo irlandês aposta no
fortalecimento da pesquisa e da comercialização de seus produtos, na UE e em mercados não-
europeus, como forma de gerar empregos no país e multiplicar os benefícios econômicos e sociais dos
investimentos realizados no setor.

O quadro econômico e suas projeções reforçam a singular importância hoje da cooperação em ciência,
tecnologia e inovação para o desenvolvimento a médio e longo prazos das relações bilaterais do Brasil
com a Irlanda.

XIII) Outros temas correlatos

- Sistema educacional público local

O padrão das escolas na Irlanda é alto. A educação é compulsória para crianças de seis a 16 anos, e
não há restrições para crianças estrangeiras que queiram frequentar as escolas irlandesas do local.

O sistema de ensino na Irlanda consiste em escolas públicas ou nacionais financiadas pelo governo,
escolas para crianças com necessidades especiais e escolas particulares. As escolas irlandesas incluem
escolas religiosas (em sua maioria católicas), escolas não-denominacionais e a Gaelscoileanna, que
ensina o currículo em gaélico.

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O principal idioma usado no ensino das escolas irlandesas é o inglês, as aulas em gaélico fazem parte
do currículo local, mas as crianças estrangeiras não têm obrigação de aprender o idioma.

O ano escolar na Irlanda vai de setembro a junho, e o dia escolar típico começa às 9h e termina às
15h.

Escolas públicas na Irlanda


A qualidade de ensino das escolas públicas da Irlanda é razoavelmente alta, e muitas crianças
estrangeiras frequentam as escolas. O ensino na escola pública é gratuito, mas geralmente cabe aos
pais pagar pelo uniforme, livros escolares e atividades extracurriculares.

Todas as escolas públicas seguem o currículo nacional irlandês. O sistema de ensino público da Irlanda
é conhecido por ser direcionado aos exames, um sistema ao qual nem toda criança estrangeira se
adapta facilmente.

Escolas particulares na Irlanda


Há várias escolas particulares na Irlanda e a maioria se encontra em Dublin. Essas escolas são
financiadas de forma privada e não estão sujeitas ao controle estatal no que diz respeito ao currículo e
ao gerenciamento diário da escola.

Muitas dessas escolas têm uma base religiosa e, em sua maioria, católica, e uma quantidade cada vez
maior de escolas ensina em gaélico. As escolas particulares na Irlanda são caras e cobram,
normalmente, mais de 5.000 euros por ano.

- Procedimentos para a validação de diplomas brasileiros na jurisdição

Cabe ao “Quality and Qualifications Ireland” (QQI), agência ligada ao Ministério da Educação, a
competência de emitir declaração de comparabilidade (“comparability statement”) sobre títulos
emitidos no exterior.

A emissão da declaração de comparabilidade é gratuita e, ainda que não constitua requisito obrigatório
para a admissão em instituições de ensino ou empregos, é frequentemente solicitada ao QQI por
aqueles que desejam estudar ou trabalhar em profissões regulamentadas e não regulamentadas na
Irlanda.

Sublinhe-se, contudo, que a decisão final quanto à aceitação do título é tomada pela instituição de
ensino ou pelo potencial empregador. Além disso, no caso das profissões regulamentadas, é necessário
cumprir os requisitos estabelecidos pela associação profissional correspondente.

Os detalhes sobre o processo de revalidação podem ser acessados aqui:


http://www.qqi.ie/Pages/Qualifications-Recognition.aspx (este link tambem nao fuciona mais)

XIV) Contatos úteis

Basis – site do governo irlandês para start-ups – www.basis.ie

Company Registration Office (Ireland) – registro de uma empresa/obtenção de contas para empresas
irlandesas registradas. – www.cro.ie

Envirocentre – um site da Enterprise Ireland que trata de questões industriais e ambientais. -


www.envirocentre.ie

Health and Safety Authority – informações úteis sobre questões relacionadas à saúde e segurança para
empresas. – www.hsa.ie

Irish Franchise Association - www.irishfranchiseassociation.com

Irish Patents Office – www.patentsoffice.ie

National Employment Rights Authority (NERA) – questões a considerar ao empregar funcionários. –


www.employeradvice.ie

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Revenue.ie – registro para imposto de renda.
- www.revenue.ie/en/business/running/registering-tax.html

Bord Bia – estabelecimento de um negócio na área alimentícia -


www.bordbia.ie/industry/manufacturers/startingfoodbusiness/pages/default.aspx

Supporting SMEs Online Tool – um guia interativo que lista os apoios do governo para empresas -
www.enterprise-ireland.com/en/Start-a-Business-in-Ireland/Information-Store-for-Start-
ups/Supporting-SMEs-Online-Tool.html

Citizens Information – serviço do governo que fornece uma ampla variedade de informações e
aconselhamento ao público com especial ênfase nos direitos do cidadão – www.citizensinformation.ie

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