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Um convite do Brasil
A posição brasileira
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macroeconómicas consistentes, consolidaram suas democracias e adoptaram medidas
para aumentar a transparência da administração pública e combater a corrupção. Apesar
de seus esforços domésticos, tais países permanecem à margem dos benefícios da
globalização. Em muitos países, taxas de crescimento insuficientes têm contribuído para
gerar um clima de frustração e exclusão em amplos segmentos da população.
Desde que o Presidente Lula assumiu o poder em 2003, o combate à fome e à pobreza
tornou-se a prioridade do Governo. Em nível doméstico, o Brasil lançou o "Programa
Fome Zero" e outros programas sociais, os quais combinam medidas estruturais e
emergenciais, distribuição de alimentos e transferência de renda e envolvem outros
parceiros na sociedade civil e no setor privado. Em menos de dois anos, o "Fome Zero"
vem apresentando resultados animadores, com mais de 1400 empresas privadas já
envolvidas no Programa.
Não é necessário dizer que o Brasil vê a campanha contra a pobreza e a fome não como
um fim em si mesmo, nem como uma medida paliativa, mas como parte de um processo
integrado de desenvolvimento que deve incluir esforços na direcção de um sistema
multilateral de comércio justo e equitativo, do aumento dos fluxos de investimentos e do
estabelecimento de esquemas adequados de sustentabilidade da dívida externa entre os
países altamente endividados do mundo. No centro desse processo, figura a necessidade
de identificar mecanismos financeiros inovadores capazes de promover o
desenvolvimento e libertar o mundo da fome.
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Na abertura dos debates da 58ª AGNU, o Brasil, em parceria com a Índia e a África do
Sul, criou tal fundo, o chamado Mecanismo IBAS de Alívio à Fome e à Pobreza, no
âmbito do PNUD. A iniciativa IBAS foi planejada como forma de reproduzir e
disseminar projectos sociais de sucesso nas áreas de saúde, educação, saneamento e
segurança alimentar, dentre outras. O fundo não foi concebido para competir com as
iniciativas do género já existentes - como o Fundo de Solidariedade Mundial - mas para
complementá-las. A execução dos projectos será conduzida pelo Sistema das Nações
Unidas, de acordo com suas áreas de competência.
Neste contexto, O Presidente Lula convidou todos os líderes mundiais para participar de
encontro, no dia 20 de Setembro em Nova Iorque, na véspera da sessão de abertura da
59ª AGNU, com vistas a discutir as conclusões do Grupo Técnico, assim como outras
contribuições de governos e instituições. O objectivo último do encontro consiste em
angariar apoio político para a implementação de mecanismos financeiros viáveis, em
uma tentativa de chegar a um consenso sobre caminhos possíveis para a efetiva
implementação das MDMs até o ano de 2015.
O resultado final do encontro, que deverá tomar a forma de uma Declaração, encorajará
análises mais profundas sobre fontes alternativas de financiamento e propiciará maior
ímpeto político, assim como sugestões concretas, para o evento de alto nível sobre a
implementação da Declaração do Milénio em 2005.
O encontro de 20 de Setembro, dessa forma, fortalecerá uma parceria que, em linha com
o espírito da Declaração do Milénio e do Consenso de Monterrey, deverá mobilizar
governos, o sistema das Nações Unidas, instituições regionais e internacionais, o sector
privado e organizações não-governamentais no que diz respeito à adopção de acções
concretas para o alívio da fome e da pobreza, por meio de um processo de
desenvolvimento que assegure o crescimento económico sustentável nos países em
desenvolvimento.
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Nesse sentido, o Presidente Lula espera que os líderes mundiais possam unir-se a ele,
em Nova Iorque, no dia 20 de Setembro, em esforço um político de alto nível em favor
do desenvolvimento económico e social e da erradicação da fome e da pobreza.