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AUTOR: Artur Azevedo: (A. Nabantino Gonçalves de A.), jornalista, poeta, contista e
teatrólogo, nasceu em São Luís, MA, em 7 de julho de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ,
em 22 de outubro de 1908. Ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, participou do grupo fundador
da Academia Brasileira de Letras, com a criação da Cadeira n. 29, que tem como patrono
Martins Pena. Em suas obras, Artur Azevedo abordou assuntos do cotidiano da vida carioca e
dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de
amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas lhe
forneceu assunto para as histórias. No teatro foi o continuador de Martins Pena e de França
Júnior. Em suas comédias temos um documentário sobre a evolução da então capital
brasileira. Teve em vida cerca de uma centena de peças de vários gêneros e extensão (e mais
trinta traduções e adaptações livres de peças francesas) encenadas em palcos nacionais e
portugueses. Através de peças como A jóia, A capital federal, A almanarra, O mambembe, e
outras, mostra-se um crítico bastante atual da realidade brasileira e se evidencia como um dos
mais expressivos dramaturgos brasileiros.
Obra: Carapuças, poesia (1871); Sonetos (1876); Um dia de finados, sátira (1877); Contos
possíveis (1889); Contos fora da moda (1894); Contos efêmeros (1897); Contos em verso
(1898); Rimas, poesia (1909); Contos cariocas (1928); Vida alheia (1929); Histórias brejeiras,
seleção e prefácio de R. Magalhães Júnior (1962); Contos (1973).
Teatro: Amor por anexins (1872); A pele do lobo (1875); A filha de Maria Angu (1876); Uma
véspera de reis (1876); A Jóia (1879); O escravocrata, em colaboração com Urbano Duarte
(1884); A almanarra (1888); A capital federal (1897); O retrato a óleo (1902); O dote (1907); O
oráculo (1956); Teatro (1983).
PERSONAGENS:
Cardoso: subdelegado, que pediu o cargo, visando conseguir, após a morte de um colega,
galgar um cargo superior. É impaciente e não suporta receber as queixas das pessoas.
Representa o funcionário público que não atua de acordo com as necessidades e obrigações
de seu cargo e, quando o faz, é de má vontade.
Amália: esposa de Cardoso, atormenta-o com horários rígidos, acusa-o por ter aceito o cargo e
sugere que o abandone.
Apolinário: cidadão do povo, criador de galinhas, uma parte. Representa o indivíduo de pouca
escolaridade, humilde, bajulador e enrolado.Faz-se de tonto, mas impõe sua presença pela
subserviência.
Perdigão: Compadre de Cardoso. Vem reclamar o atraso dos padrinhos.
Jerônimo: Outra parte, o acusado que se transforma em vítima. Trata mal o bem público,
reclama da burocracia e impõe-se pela força. Termina preso.
Manuel Maria, Vitorino e Compadre: testemunhas.
Uma parte.
Dois soldados de polícia: agentes que aparecem para restabelecer a ordem.
TEMPO: atualidade (1875). Cronológico: quando começa a primeira cena, Cardoso e Amália já
estavam prontos para sair há duas horas e dois minutos. Quando termina a última cena, já
eram três horas e um quarto de espera. Psicológico: a marcação sistemática dos minutos
indica que cada minuto consistia em um período insuportável de espera, quando era eles que
tinham que ouvir as partes; por outro lado, parecia que o tempo passava muito depressa,
acentuando o atraso dos dois.
ESPAÇO: Rio de Janeiro, sala da casa de Cardoso: a casa da autoridade é uma repartição
pública.