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01/08/2012

Universidade Estadual de Maringá – UEM


Departamento de Engenharia Civil

Patologia das Construções

Profa. Dra. Luci Mercedes De Mori

Julho de 2012

Queda de Prédio em construção


Belém – 32 Andares
 Matou 3 funcionários, danificou carros,
feriu vizinhos e pessoas que por ali
passavam.

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Queda de Prédio em construção


Belém – 32 Andares

Patologia
Medicina:
 PATOLOGIA - Estudo das doenças que acometem o ser
humano.
 TERAPIA – Se ocupa da cura e tratamento das doenças.

Construção Civil (HELENE, 1992):


 PATOLOGIA - Estudo dos sintomas, dos mecanismos de
ocorrência, das causas e origens dos defeitos das
construções: estudo das doenças das construções
 TERAPIA - Estuda a correção e a solução dos problemas
patológicos.

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 A vida útil do edifício pode não se


encerrar quando ele ou uma de suas
partes alcança o nível mínimo de
desempenho.

Pode ser possível uma intervenção


técnica – Recuperação

Campo da PATOLOGIA

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Patologia

Importância do estudo da patologia


de edificações:
1. Evitar erros
2. Promover a correção de defeitos
3. Executar perícias técnicas

 Como está o Bloco C67?

Vamos Checar...
 Em dupla: 10 minutos para análise
 Identificar 3 patologias: o que e qual o
local.

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Em dupla:
1. Defina o método que vocês usariam
para analisar determinado problema
patológico (do sintoma a terapia)

2. Para uma das patologias presentes no


bloco C67 defina: provável origem,
causa e mecanismo

Método de Análise de
Problemas Patológicos

Fonte: PCC-USP

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Método de Análise de
Problemas Patológicos

Método de Análise de
Problemas Patológicos

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1 - Levantamento de Subsídios

 VISTORIA DO LOCAL

 Determinação da existência do problema e


determinação da gravidade

 Determinação da extensão e do alcance do


problema patológico

 Registro dos resultados

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1 - Levantamento de Subsídios
 ANAMNESE

 Investigar com pessoas envolvidas (processo


de produção, vizinhos, usuários,...)

 Análise dos documentos disponíveis

 Registro dos resultados

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1 - Levantamento de Subsídios

 EXAMES COMPLEMENTARES

 Ensaios laboratoriais

 Ensaios no local (destrutivos ou


não)

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1 - Levantamento de Subsídios

 PESQUISA

 Bibliográfica
 Tecnológica
 Científica

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Método de Análise de
Problemas Patológicos

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Diagnóstico
DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA PATOLÓGICO
Composto pelo esclarecimento dos sintomas,
do mecanismo, da origem, das causas e das
consequências da patologia (HELENE, 1992)
Deve ser adequado e completo.

Manifestação característica externa

Dedução do diagnóstico

DIAGNÓSTICO

 ORIGENS

ORIGENS
DIAGNÓSTICO CAUSAS
MECANISMOS

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Origem

Identificação da ORIGEM leva a:


 Identificação do responsável pela falha,
para fins judiciais
 Projeto: falha do projetista
 Material: o fabricante errou
 Execução: falha de mão de obra, a
fiscalização ou a construtora foram
omissos
 Uso: falha do usuário

Origem

 Indicar em qual etapa do processo


construtivo o problema teve origem
 Exemplo: uma fissura de momento fletor

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Origem
 Indicar em qual etapa do processo
construtivo o problema teve origem
 Exemplo - Origem da fissura de momento fletor:
 Em um projeto inadequado
 Na falta de qualidade do aço
 Na má execução do concreto
 Na utilização inadequada, por sobrecargas na
viga superiores às previstas inicialmente

Origem
 Indicar em qual etapa do processo
construtivo o problema teve origem.

 Para cada origem há uma terapia mais


adequada.

 Mesmo que haja os mesmos sintomas e


problema.

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DIAGNÓSTICO

 CAUSAS

ORIGENS
DIAGNÓSTICO CAUSAS
MECANISMOS

Causas
CAUSA: aquilo que faz com que uma coisa
exista.

Os agentes causadores podem ser:

 Cargas  Incompatibilidade
 Umidade de materiais
 Variações térmicas  Agentes
 Agentes biológicos atmosféricos
 Agentes químicos  Outros

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Causas
Exemplo:
 Fissura em viga por ação de um momento
fletor.
Causa: CARGA

 Se não houver a carga, não haverá fissura


– qualquer que seja a origem do problema

 CAUSA Terapia mais adequada e


mais duradoura

DIAGNÓSTICO

 MECANISMOS

ORIGENS
DIAGNÓSTICO CAUSAS

MECANISMOS

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Mecanismo
 Todo problema ocorre a partir de um
processo, de um mecanismo.

 Conhecer o mecanismo é fundamental para uma


terapia adequada.

Exemplo:
 É imprescindível saber que devem ser limitadas as
sobrecargas ou reforçadas as vigas quando as
fissuras são consequências de momento fletor.
 Não basta a injeção das fissuras, pois elas
reaparecerão.

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PROGNÓSTICO
 Traça o provável desenvolvimento futuro ou
o resultado de um processo.

Problemas patológicos:
 São evolutivos
 Tendem a se agravarem com o passar do tempo
 Desencadeiam outros problemas associados ao
inicial
Exemplos:
 Fissuras de momento fletor : corrosão
 Fissura em parede devido a recalque de
fundação: bolor

Consequências

 As que afetam as condições de


segurança, associadas ao estado limite
último.

 As que comprometem as condições de


higiene, estética, conforto, entre outras,
(condições de serviço e funcionamento
da construção), associadas ao estado
limite de utilização.

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ALTERNATIVAS

 Listar as possíveis alternativas de


intervenção.

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Método de Análise de
Problemas Patológicos

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Definição de conduta

 Escolhe-se a alternativa de intervenção em


função de:
 Relação custo/beneficio
 Do local a ser executado
 Exigências de uso do elemento a recuperar
 Disponibilidade de tecnologia para a execução
dos serviços

Terapia
RECUPERAÇÃO:

Fazer com que o elemento volte a


adquirir novamente as características
exigíveis.

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Terapia
 Somente fazer após um correto diagnóstico
do problema e de sua repercussão no
edifício.
 As medidas de correção deverão basear-se
nas medidas preventivas (fazer o que já
deveria ter sido feito).
 Recalques de fundações: recuperação
deverá ser executada somente após a
estabilização do movimento.

Terapia
 As técnicas são:
 As mais diversas
 Geralmente trabalhosas e caras
É recomendável sempre avaliar o seu
desempenho.

 Quanto mais cedo:

Mais duráveis Mais fáceis


Mais efetivas Muito mais baratas

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 ETAPA DE REGISTRO DO CASO

 Após a constatação de que a intervenção


foi satisfatória procede-se o registro do
caso

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ESTUDO DE CASO
Descolamento de pastilhas da
fachada de um Shopping Center de
São Paulo

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VISTORIA DO LOCAL

 Pastilhas se descolam em grandes placas.


 Ameaça à segurança de pessoas e
automóveis.

Foto meramente ilustrativa

 Áreas de descolamentos:
 Fachadas com insolação direta mais intensa
 Regiões contíguas às juntas de dilatação

VISTORIA DO LCOAL

 Em algumas áreas: som cavo à percussão.


 Processo de assentamento das pastilhas com
papel perfurado na face interna da pastilha.

 Utilização de argamassa adesiva com tonalidade


especial.

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Pastilhas

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ANAMNESE

 Estudo do mapa elaborado que indicava as


áreas afetadas e as áreas de descolamento
potencial (som cavo a percussão).

 Construção: dez anos

 Revestimento de fachada refeito: seis


meses

 Primeiros descolamentos: há um mês.

ANAMNESE

 Fabricantes da pastilha e da argamassa


adesiva:
 Argamassa adesiva feita sob encomenda
(tonalidade especial).

 O manual do fabricante de pastilhas:


 Recomenda o uso de argamassa adesiva
quando a base é em emboço desempenado.

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EXAMES COMPLEMENTARES

IN LOCO
 Ensaios de arrancamento das pastilhas :
 Nos locais com som cavo - força de arrancamento era
relativamente grande.
 Fenômeno do encunhamento das juntas.

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EXAMES COMPLEMENTARES

EM LABORATÓRIO

 Caracterização de amostras da argamassa


adesiva similares às usadas na obra
 Resultados satisfatórios de resistência de
aderência.

 Caracterização de pastilhas cerâmicas


usadas:
 Boa qualidade.
 Apresentaram uma película de cola de amido
sobre a superfície dos furos.

 Ensaios de simulação de desempenho a


partir de materiais, componentes e técnica
de assentamento similares aos usados na
obra.

 Ensaios de aderência, na mesma base:


Argamassa Argamassa
similar à obra reconhecidamente
eficiente
Pastilha com papel
perfurado
Pastilha sem papel
perfurado sem cola de
amido

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Resultados:

 Não havia diferença na aderência quanto à


argamassa adesiva empregada.

 A existência do papel perfurado e da


película da cola de amido gera uma
sensível diminuição da aderência.

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DIAGNÓSTICO

 Descolamento:
 Em locais em que concomitantemente existia
uma aderência deficiente e esforços
solicitantes de maior intensidade.

 Maiores esforços solicitantes:


 Fachadas submetidas à insolação direta
 Áreas contíguas às juntas de dilatação da
estrutura.

DIAGNÓSTICO

 Aderência deficiente pode ser debitada à própria


tecnologia de produção e assentamento das
pastilhas.

 Dois fatores básicos:


1. Diminuição da área máxima de contato para
50% da área possível (se não houvesse o
papel perfurado).
2. Existência de uma película de cola de amido
sobre a pastilha na região dos furos que
dificultava a aderência.

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CONDUTA RECOMENDADA
 Recuperação das fachadas:
 Reassentamento nas áreas com descolamento e com
potencial (som cavo).

 Efeito do encunhamento:
 Descartou-se a necessidade do reassentamento em
todas as fachadas.

 Processo de reassentamento:
 Proibida a utilização de papel perfurado na face de
aderência.

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