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Municipalia

{Ano 1; Nº 1 Março 2011}


Revista
da Associação
Nacional
dos Municípios
Cabo-verdianos

www.anmcv.com

entrevista
Francisco Tavares
Associação de Municípios quer
“cumplicidade” do Governo

câmara aberta
S. Domingos: Espaço
central já tem PDU

em análise
Autonomia financeira

é obra!
municipal: aspectos
essenciais

Assomada: Nhagar, a maior


infra-estrutura desportiva de Cabo Verde
Santa Cruz: Paços do Concelho
trazem modernidade
editorial
C
om a edição de Municipália
faz-se prova da vitalidade do
municipalismo em Cabo
Verde. Folheando as suas
páginas, encontramos obra
feita e obra em curso por
todo o País, fruto da iniciativa e da acção
das Câmaras, as quais, apesar das muitas
dificuldades com que se defrontam, vão
erguendo infra-estruturas, moldando o
território e apropriando-o para o
desenvolvimento, mercê do esforço dos
autarcas que procuram ser as antenas dos
Francisco Tavares
desejos, dos anseios, das vontades, da Presidente da ANMCV
capacidade e da energia dos munícipes.
Vivendo a maior proximidade com os
cidadãos, os eleitos municipais, traduzindo e os dentes. Terão, por princípio, o mesmo
para a acção a percepção das necessidades e dever de servir o povo. E, por princípio,
das carências, têm vindo a dar resposta deverão ser capazes de um djunta mon que
positiva aos desafios que o desenvolvimento permita maior racionalização dos recursos,
comporta e esforçadamente contribuindo na perspectiva da construção de um País
para retirar o País e as suas gentes de mais coeso e solidário.
atávicos atrasos, projectando-os para os A obra realizada pelas Câmaras Municipais
caminhos do progresso. de Cabo Verde, independentemente das cores
A publicação de Municipália, e a leitura do partidárias que nelas prevaleçam, evidencia
que nesta edição se apresenta, mostra que o que o municipalismo cabo-verdiano é capaz
Poder Local cabo-verdiano tem força e tem e não pode, nem deve, ser menorizado. É um
voz, que é uma realidade inultrapassável e poderoso instrumento de desenvolvimento
um poderoso factor da evolução do País. que se afirma disponível para, como parceiro
Evidencia que, independentemente das leal, participar, em diálogo e unidade, na
vicissitudes, o Poder Local democrático é difícil luta para derrotar os bloqueamentos
capaz de, a todos os níveis, ser dinamizador que se postam nos caminhos do progresso e
das energias para a construção de um para mais bem-estar dos cabo-verdianos.
território mais coeso e coerente, no qual as Mostra ainda esta edição de Municipália
populações vão assumindo o seu direito a que, ultrapassando as inevitáveis
uma vida melhor e mais solidária. divergências, que são a carne da democracia,
Esta é a força, a enorme força, do Poder o Poder autárquico de Cabo Verde está
Local democrático. A consciência deste facto unido para resolver problemas comuns e em
aponta à necessidade de uma cumplicidade idêntico afã por fazer obra. Esta unidade é a
activa e biunívoca entre o Poder Local e o alma de uma democracia que coerentemente
Poder Central, trazendo como benefício se tece com os complexos, mas necessários,
maior celeridade e economia de esforços no fios da divergência e da convergência. E
difícil percorrer dos caminhos do progresso e também isto é a razão de ser que dá força à
do desenvolvimento. Usando uma expressão democracia de que o Poder Local é um dos
chinesa: devem estar tão unidos como a boca poderosos esteios.
Municipalia {3}
{4} Municipalia
sumário 6
na mira
Conselho Geral de Santa Cruz
40
de mãos dadas
Trancoso e Cidade Velha a caminho da geminação
aprova plano de actividades 2011 Praia lidera “rede UCCLA”

14 42
rosto autárquico zoom
Entrevista a Francisco Tavares, Presidente
da ANMCV
46
20 em análise
A perspectiva de Boaventura Alves Silva
câmara aberta
S. Domingos: Espaço central já tem PDU
48
24 pelo mundo
Associações no mundo
é obra! Práticas urbanas em Espanha
Poder Local em Bissau e em S. Tomé e Príncipe
Santa Cruz: Paços para a modernidade

52
Cidade Velha: Escola-Oficina, um novo conceito
Boa Vista: Rabil tem Escola Técnica
Nhagar: a maior infra-estrutura desportiva
outro olhar
32 Cidade Velha descrita por José Luiz Tavares
José Luís Hopffer canta memória da Praia
Júlio Silvão no rasto de Nhô Eugénio
noticiário
Paul: orçamento participativo
Ribeira Brava: reservatório de Preguiça 56
S. Filipe: casas com água nas torneiras
Novas soluções para o Desporto na Praia agenda
Kriol Jazz lembra Codé di Dona
Ribeira Grande de Santiago com PDM em debate

39 58
municipalis
aconteceu Informações gerais da ANMCV

fichatécnica
Municipália, Revista da ANMCV - Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos: Achada de Financiado por:
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Municipalia {5}
na mira
Foi um Conselho Geral onde, a realçar
as preocupações que hoje recaem sobre
os Municípios, houve intervenção aberta
e muito participativa da generalidade
dos autarcas presentes

Conselho Geral de Santa


plano
O
Conselho Geral Municipal do Tarrafal de S. sua inclusão no Plano de Imposto sobre o Valor
da Associação Nicolau, António Soares, Actividades, ideia reforçada Acrescentado (IVA), “que
Nacional de abriu a discussão com a por Orlando Delgado, não entra no orçamento e
Municípios Ca- questão da iluminação pú- Presidente da Câmara que depois é cobrado aos
bo-verdianos (ANMCV) blica, defendendo a sua in- Municipal de Ribeira Municípios”, como defen-
esteve reunido nos dias 16 e clusão no Plano de Acti- Grande de S. Antão. deram Jorge Figueiredo e
17 de Dezembro último, em vidades para 2011, propon- Outra questão na agenda Aqueleu Amado, Presidente
Santa Cruz, para debruçar- do – igualmente para dis- das preocupações dos autar- da Câmara de Santa
-se, fundamentalmente, so- cussão com o Governo – a cas tem a ver com o Catarina do Fogo: daí a
bre a análise e debate do questão do Imposto Único
Plano de Actividades para sobre o Património (IUP),
2011, tendo, na altura, os alegando que os Municípios
autarcas aprovado o Rela- não têm informações sufi-
tório de Contas da Associa- cientes sobre esta matéria
ção. que, no entender do autar-
Tratou-se de um Plano de ca, deve ser discutida com o
Actividades que gerou mui- Poder Central no sentido de
ta participação e discussão, criar leis com interesse
com os autarcas a apelarem municipal.
à necessidade da ANMCV Aliás, a questão da ilumi-
adoptar uma postura mais nação pública seria mais
interventiva junto do Go- tarde abordada pelo autarca
verno, pese embora as críti- do Sal, Jorge Figueiredo,
cas ao Poder Central irem mais concretamente com as
no sentido de este estar de dívidas da Electra para com
“costas voltadas” ao muni- os Municípios na utilização
cipalismo cabo-verdiano. dos espaços do seu ter-
O Presidente da Câmara ritório, daí a pertinência da
{6} Municipalia
Cruz aprova
de actividades 2011
necessidade de se questionar dade de se ultrapassar a e contentores no Porto da de Gestão dos Recursos
o Governo sobre o assunto. burocracia imposta pelas Praia, oferta de uma Hídricos (INGRH), que se
Alfândegas, dificultando os Câmara geminada dos regulamente a exploração
A burocracia nas Municípios no levantamen- Açores. dos inertes e haja um
Alfândegas to dos donativos, como Para o edil do Sal, é reforço da capacidade técni-
O Presidente da Câmara do aconteceu recentemente extremamente importante ca dos Municípios.
Sal chamou ainda a atenção com a Câmara de Ribeira que se discuta com o Diálogo que, no entender de
do Conselho Geral da Grande de Santiago, há Governo o pagamento das João Domingos, edil do
ANMCV para a necessi- meses com uma ambulância taxas do Instituto Nacional Tarrafal de Santiago, deve

O evento teve lugar nos dias 16 e 17 de Dezembro,


no edifício dos Paços do Concelho
de Santa Cruz

Municipalia {7}
na mira

{8} Municipalia
Um dos centros do debate teve a ver
com a abertura de linhas de crédito,
haver não só com o Go- tente, mudar a assessoria fundamentais para o desenvolvimento
verno, mas também com os jurídica da Associação, ao
parceiros internacionais so- mesmo tempo que apelava local, nomeadamente, “o projecto de
bre determinados projectos aos seus companheiros para apoio técnico aos Municípios para a
para o desenvolvimento lo- que se empenhem mais acti-
cal. vamente nos trabalhos da montagem dos dossiês
organização. técnico-financeiros”, enquadrados na
Autarquias com Daí, também, o apelo do
quotas em atraso Presidente do Conselho segunda fase da linha de crédito da
Respondendo às críticas e Geral, Júlio Correia, no sen-
sugestões, o Presidente do tido de todos os Municípios
Agência Francesa de Desenvolvimento,
Conselho Directivo da honrarem os seus compro- que se iniciou em Janeiro
ANMCV explicou aos missos, pagando as quotas
autarcas que, para ultrapas- em atraso, seguindo o
sar alguns dos problemas exemplo de Santa Cruz. começa, precisamente, por de “prosseguir com o
levantados, é preciso O Plano regulador da defender a continuidade do pacote legislativo”, de onde
reforçar a secretaria-geral Actividade da Associação “diálogo técnico com o se destacam a Revisão do
com uma equipa compe- de Municípios para 2011 Governo” e a necessidade Estatuto dos Eleitos Locais,

Os presidentes do Conselho Directivo e Conselho Geral da ANMCV Oscar Santos, Fernando Jorge Borges e João Duarte

Municipalia {9}
na mira O Director Geral da Descentralização e
da Administração Local, Dr. Nilton Dias,

a Revisão do Estatuto dos de apoio técnico aos recomendou a criação de um fundo de


Municípios, o Regulamento Municípios para a mon- desenvolvimento, tendo em conta as
da Contabilidade Municipal tagem dos dossiês técnico-
e a necessidade da definição financeiros”, enquadrados questões de endividamento municipal e
do quadro legislativo para a na segunda fase da linha de
o esforço municipal em dobrar as
criação da polícia munici- crédito da Agência Francesa
pal. de Desenvolvimento, que se finanças, tendo igualmente analisado os
iniciou em Janeiro. Segundo
A Matriz de a Associação, os fundos indicadores da execução e de
Convergência “foram já disponibilizados investimentos
A defesa da Matriz de Con- aos bancos comerciais
vergência, que “se concluiu nacionais”.
com as Nações Unidas, para o esforço municipal em estratégias para o desen-
os Objectivos de Desen- Estudo Financeiro dobrar as finanças, tendo volvimento local e me-
volvimento do Milénio”, dos Municípios igualmente analisado os todologias para a mobiliza-
continua a ser, segundo No Conselho Geral de San- indicadores da execução e ção de financiamentos
Francisco Tavares, uma das ta Cruz foi também apre- de investimentos. descentralizada para a
prioridades da ANMCV, sentado o Estudo Finan- Antes do encerramento dos ANMCV.
“como uma referência para ceiro dos Municípios de trabalhos pelo Presidente da Nos trabalhos da ANMCV
o planeamento a nível mu- Cabo Verde, pelo Director República, ainda houve estiveram presentes os
nicipal e para a afectação de Geral da Descentralização e tempo para a apresentação autarcas de quase todas as
recursos”. Um dos centros da Administração Local, Dr. e discussão dos resultados Câmaras e Assembleias
do debate teve a ver com a Nilton Dias, que recomen- do estudo sobre a coopera- Municipais do País, excep-
abertura de linhas de crédi- dou a criação de um fundo ção descentralizada, da tuando os casos dos
to, fundamentais para o de desenvolvimento, tendo autoria do Dr. Amílcar Presidentes das autarquias
desenvolvimento local, no- em conta as questões de Spencer Lopes, visando a da Brava, Porto Novo e Boa
meadamente, “o projecto endividamento municipal e definição de parceiros e Vista.

Autarcas de Stª Cruz, Ribeira Grande de Santo Antão e S. Vicente (atrás, João Duarte de S. Miguel e João Domingos Correia, do Tarrafal de Santiago)

{10} Municipalia
António Soares (do Tarrafal de Santiago), Américo Nascimento (da Ribeira Brava) e Victor Baessa (de S. Lourenço dos Órgãos)

O Presidente da C. M. de Santa Cruz, Orlando Sanches... ...e Jorge Figueiredo, Presidente da C. M. do Sal

Municipalia {11}
na mira

O Presidente da República Pedro Pires encerrou o Conselho Geral, realizado em Santa Cruz

Autarcas de S. Miguel e Ribeira Grande de Santiago O Conselho Geral de Stª Cruz foi muito participativo

Francisco Tavares, Presidente da ANMCV e de Santa Catarina de Santiago


Presidentes das Câmaras de S. Lourenço dos Órgãos e Santa Catarina do Fogo

{12} Municipalia
Presidente da República
realça importância
do municipalismo
em Cabo Verde
Para o comandante Pedro Pires,
a Associação dos Municípios
deve ser o “agente privilegiado
do diálogo e cooperação
com o Governo”

Presidente da República foi verno” e valorizou o prenúncio de ra o reforço do poder autárquico.

O o convidado de honra da
Associação para encerrar os
trabalhos do Conselho Geral de
“um novo ciclo político, fundamen- Para terminar em beleza o encontro
tal para agilizar e reforçar a coope- de Santa Cruz – que decorreu nos
ração institucional”, defendendo, novíssimos Paços do Concelho, os
Santa Cruz e, mais uma vez, surgiu ainda, que é preciso “instituir a cul- Presidentes dos Conselhos Geral e
bem-disposto, distribuindo cumpri- tura de prestação de contas, quer a Directivo ofereceram um almoço
mentos e sorrisos por diversos au- nível local quer a nível central”. O aos participantes para um momento
tarcas, e ouviu com atenção as inter- que mereceu aplausos dos autarcas de descontracção e convívio.
venções dos oradores, nomeada- presentes.
mente, Orlando Sanches (o edil de O Chefe de Estado fez
Santa Cruz), Júlio Correia (Pre- questão de enfatizar a


sidente do Conselho Geral) e, por importância do muni-
último, o Presidente do Conselho cipalismo cabo-verdia-
Directivo da ANMCV, Francisco no, definindo-o como é preciso instituir a
Tavares. “Poder Local Democrá-
cultura de prestação de contas,
Pedro Pires começou por saudar os tico”, realçando a im-
autarcas cabo-verdianos, o seu tra- portância da ANMCV quer a nível local quer a nível


balho e empenho ao serviço das po- como parceiro privile-
pulações, realçou a importância da giado para a coopera- central
ANMCV como “agente privilegiado ção institucional e ele-
do diálogo e cooperação com o Go- mento importante pa-

Municipalia {13}
rostoautárquico
Francisco Tavares faz
Associação
quer
do Go
Ultrapassadas as tensões internas,
sempre naturais em estruturas
democráticas, como a Associação
Nacional dos Municípios de Cabo Verde
comprovadamente é, a vida associativa
entrou em “velocidade de cruzeiro”,
com inegáveis ganhos para os
Municípios. “Municipália” fez questão
de, no seu primeiro número, procurar
junto do Presidente da ANMCV,
Dr. Francisco Tavares, fazer o balanço
da sua gestão associativa, já com dois
anos, e o levantamento das questões
que hoje se colocam no horizonte dos
Municípios de Cabo Verde.
{14} Municipalia
balanço de dois anos de gestão da ANMCV
dos Municípios
“cumplicidade”
verno
Mais de dois anos de de interesse comum de Regime Jurídico da discriminação positiva
mandato: que balanço todos os Municípios cabo- Contabilidade Pública para favorecer a
é possível fazer do verdianos. Hoje, a Municipal, o Sistema de convergência de todos
processo de ANMCV tem uma equipa Informação Municipal, o para os Objectivos de
amadurecimento e técnica, muito embora Estatuto do Pessoal dos Desenvolvimento do
consolidação da ainda não pertencente ao Municípios, o Estatuto dos Milénio e favorecer a
ANMCV? quadro porque o Governo Eleitos Locais, a Formação redução das assimetrias
Completámos, no dia 2 de recusou abrir excepção, dos Recursos Humanos regionais e das
Março, dois anos de não autorizando a entrada dos Municípios, o desigualdades.
mandato que considero para o quadro, o que Cadastro e o Conquistámos novos
muito bem conseguidos, esperamos ser possível no Ordenamento do espaços e novos horizontes
pela inovação nos decurso deste ano. Território. de cooperação, como a
processos de diálogo Participámos, através de Sobretudo inovámos com «Association
técnico e político com o pareceres, no processo de a Matriz de Convergência, Internationale des Maires
Governo, pela expansão produção de legislação de que já foi aprovada pelos Francophones», o Fórum
dos nossos horizontes de relevante interesse Municípios Cabo- das Autoridades Locais da
cooperação e, por municipal. Criámos, verdianos em sede do CPLP e, a nível bilateral,
consequência, pelos inclusive, uma equipa de Conselho Geral, realizado ficaram abertos os canais
ganhos em termos de trabalho com o Governo em Maio de 2010, com o de cooperação com a
cooperação da ANMCV. para trabalhar sobre apoio das Nações Unidas e Austrália, quando
Dotámos a ANMCV e os questões de importância que é o instrumento de reforçámos a cooperação
Municípios de uma transcendental para os diálogo técnico e politico e com a França.
Agenda Autárquica, que Municípios, como o de referência na afectação A segunda fase da linha de
representa o compacto de Regime Jurídico do dos recursos aos crédito da Agência
aspectos de convergência e Crédito Municipal, o Municípios, visando a Francesa de
Municipalia {15}
rostoautárquico
Desenvolvimento, no valor Poder Local e o Poder
de 10 milhões de Euros Central tem tido
para os Municipios e o momentos de alguma
financiamento da crispação, que ocorrem
Assistência Técnica à sobretudo entre um ou
ANMCV por aquela outro Município e o
Agência, é também um dos Governo, mas, no geral, a
marcos da cooperação. ANMCV funcionou e bem
como a instância de
Estão já curadas as convergência entre os
feridas da quase Municípios e onde se pode
rotura que houve no e tem-se conseguido
seio da ANMCV? convergência com os
Ficaram cicatrizes? Municípios cabo-
Efectivamente, houve um -verdianos. Passado o
período de alguma tensão, período das eleições
completamente sanada na legislativas, vamos retomar
reunião do Conselho Geral o processo de diálogo com
de São Filipe-Fogo, como o Governo sobre os
aliás consta da Declaração dossiers fundamentais e
de São Filipe, reunião essa estou seguro de que o
que foi uma prova de que diálogo será cada vez mais
entre nós, os autarcas, o efectivo. Vamos trabalhar


que nos une é muito mais num clima de
A Matriz de Convergência, que já forte e de maior relevância cumplicidade para, nestes
do que nos pode tempos difíceis,
foi aprovada pelos Municípios eventualmente diferenciar. procurarmos o bem
Cabo-verdianos em sede do Conselho É certo que a Associação comum, inovarmos e
é constituída por autarcas avançarmos com o
Geral, realizado em Maio de 2010, de diversas sensibilidades, processo de
mas essa diversidade descentralização, cada um
com o apoio das Nações Unidas, é o constitui a nossa força. assumindo em pleno as
instrumento de diálogo técnico e suas competências e
A Agenda Autárquica: trabalhando na
político e de referência na afectação um dos cavalos de complementaridade.
dos recursos aos Municípios, visando batalha da actual
direcção da ANMCV. Quais as
a discriminação positiva para Ela implica uma boa preocupações
favorecer a convergência de todos articulação e maiores, neste
cooperação entre o momento, dos
para os Objectivos de Desenvolvimento Poder Local e o Poder Municípios
do Milénio e favorecer a redução das Central e essa tem cabo-verdianos?
sido uma dificuldade. Quais as suas
assimetrias regionais e das Como é que decorre, principais
actualmente, essa reivindicações?
desigualdades articulação? Quais as As principais preocupações
perspectivas que se dos Municípios cabo-
colocam? verdianos continuam a ser
A articulação entre o os que nortearam e foram
{16} Municipalia
uma constante das nossas Polícia Municipal e a
actividades. adopção de um
1. Um Estatuto próprio do Programa Nacional de
pessoal dos Municípios, Apoio aos Municípios
o descongelamento do nesse processo, como
recrutamento do forma de reforçar a
pessoal, a autoridade municipal e
reestruturação e a contribuir para a
formação do pessoal no segurança pública.
quadro do um 4. A observância efectiva
programa nacional de pelo Governo das
desenvolvimento de isenções fiscais de que
competências; gozam os Municípios e
2. O avanço das a solução, em definitivo,
negociações da Matriz dos problemas inerentes
de Convergência e a à gestão dos solos,
adopção efectiva desta processo esse que será
como instrumento de facilitado pela
diálogo e de afectação conclusão e gestão dos
de recursos, através de Planos Directores
contratualização Municipais.
plurianual de 5. A melhoria do diálogo
financiamento dos entre o Governo e os


programas de Municípios em matéria
desenvolvimento dos de saneamento e de Passado o período das eleições
Municípios, o aumento habitação, por forma a
do Fundo de que todos os Municípios legislativas, vamos retomar o
Financiamento sejam dotados de processo de diálogo com o Governo
Municipal de 10 para programas de
20% das receitas dos saneamento, mas sobre os dossiers fundamentais e
impostos directos e também por forma a
indirectos e, por esta que o Governo comece
estou seguro de que o diálogo será
via, a adequação do a financiar os cada vez mais efectivo. Vamos
nível e dos mecanismos programas habitacionais
de financiamento às municipais, no quadro
trabalhar num clima de cumplicidade
reais necessidades de do Sistema Nacional de para, nestes tempos difíceis,
desenvolvimento Habitação de Interesse
municipal, conferindo Social. procurarmos o bem comum, inovarmos
maior previsibilidade ao 6. A adopção de uma e avançarmos com o processo de
processo orçamental a agenda de
nível dos Municípios, descentralização, bem descentralização, cada um assumindo
mas também a como a normalização em pleno as suas competências e
participação efectiva dos encontros entre o
dos Municípios na Governo e os trabalhando na complementaridade
gestão do 2º Compacto Presidentes de Câmara e
do MCA; da Assembleia
3. A criação, pelo Municipais, em sede do
Governo, de condições Conselho-Geral da
legais para a criação da ANMCV.
Municipalia {17}
rostoautárquico
7. O reforço de tamanho relativamente
capacidades da reduzido, pelo que
ANMCV, enquanto nenhuma solução, que se
pólo de competências traduza simplesmente em
para representar e mais custos eleitorais e de
defender condignamente funcionamento, servirá a
os Municípios e atender prazo. É de se reconhecer
às necessidades comuns que as Delegações
de apoio técnico dos Municipais não são uma
Municípios, e em solução acabada em
especial como instância matéria de aproximação
de informação, da administração
orientação, municipal e que
aconselhamento dos precisamos de uma
Municípios em matéria solução institucional que
de cooperação. facilite o diálogo e o
controlo social pelos
Muito se falou munícipes.
recentemente
(campanhas eleitorais) Como se desenvolvem
na necessidade de se as relações entre a
avançar para o ANMCV e as
aprofundamento da associações


organização política municipais insulares –
Os nossos Municípios são de submunicipal em Santiago, S. Nicolau,
Cabo Verde, Santo Antão, Fogo?
tamanho relativamente reduzido, pelo aventando-se a Até então, as relações
que nenhuma solução, que se traduza criação de algo como entre a ANMCV e estas
as “Juntas de Associações não tiveram
simplesmente em mais custos Freguesia” muita efectividade, mas
portuguesas. São elas considero que constitui
eleitorais e de funcionamento, servirá necessárias? Quais as uma das forças, pois
a prazo. É de se reconhecer que as limitações das actuais determinados dossiers
Juntas encaminhados ou na
Delegações Municipais não são uma Administrativas? iniciativa da ANMCV
solução acabada em matéria de Esta é uma matéria sobre podem ter tratamento
a qual vamos pronunciar- mais célere e profundo se
aproximação da administração nos nos próximos tempos. trabalharmos em rede com
municipal e que precisamos de uma Será uma boa solução se essas associações.
não onerar de forma
solução institucional que facilite o exagerada os custos de A nível externo,
diálogo e o controlo social pelos funcionamento dos parece existir um bom
Municípios e se se entendimento entre a
munícipes demonstrar que ANMCV e a ANMP.
contribuirá efectivamente Como é que têm
para a descentralização e a decorrido o
melhoria da gestão a nível entendimento e a
local. Os nossos cooperação entre as
Municípios são de duas estruturas?
{18} Municipalia
Tem sido muito bom o está-se afirmando como
entendimento entre as uma das maiores redes
nossas duas Associações, de cooperação
se bem que os Governos de descentralizada a nível
Cabo Verde e de Portugal do mundo.
devam aperfeiçoar os
instrumentos de Vai decorrer, em Maio,
cooperação para que, por em Luanda, a
exemplo, o IPAD possa Assembleia da
dar melhor UCCLA, na qual têm
encaminhamento a assento algumas
projectos que resultam dos autarquias
acordos de cooperação cabo-verdianas.
entre as duas Associações Costumam ocorrer,
de Municípios. A ANMP nestas oportunidades,
tem desempenhado um aprofundamentos nas
papel de facilitador, senão relações
mesmo orientador da (estruturadas) dos
ANMCV em matéria de municípios lusófonos.
acção nos grandes Prevê-se para este
domínios do Poder Local. ano alguma novidade
Contamos que, nos neste domínio?
próximos tempos, muito A Assembleia-Geral da


faremos juntos, UCCLA terá em paralelo
designadamente no um Fórum sobre o turismo A ANMP tem desempenhado um
processo de aproximação e será uma grande
dos Municípios Cabo- oportunidade para a papel de facilitador, senão mesmo
-verdianos aos Municípios abordagem de novos orientador da ANMCV em matéria de
Europeus e, especialmente, caminhos da cooperação
no reforço da cooperação entre os membros, acção nos grandes domínios do Poder
entre os Municípios cabo- designadamente da
-verdianos e portugueses. cooperação empresarial.
Local. Contamos que, nos próximos
Como sabe, Santa tempos, muito faremos juntos,
Apesar desse bom Catarina está em vias de
entendimento, ainda constituir uma sociedade
designadamente no processo de
não foi possível partir anónima, denominada aproximação dos Municípios
para a criação de uma Habitar Assomada, S.AS,
estrutura similar a que vai actuar nos Cabo-verdianos dos Municípios
nível da CPLP. domínios da urbanização e Europeus e, especialmente, no reforço
Porquê? habitação, tendo como
Em finais de Março de parceiro estratégico a da cooperação entre os Municípios
2009, criámos o Forum Empresa Pública de cabo-verdianos e portugueses
das Autoridades Locais da Urbanização de Lisboa,
CPLP (FORAL-CPLP), de que pertence à Câmara
que sou um dos Municipal de Lisboa.
Vice-Presidentes. O Consideramos que será
FORAL-CPLP agrupa uma boa prática em
todos os Municípios dos matéria de cooperação no
Países membros da CPLP e seio da UCCLA.
Municipalia {19}
câmaraaberta

Espaço Central de S.
A
18 de Feverei- gos (Várzea Igreja), Nora, Pó áreas edificáveis e não edifi-
de Saco (Variante), Ribeirão cáveis. Em relação à rede Educação: 15 escolas de
ro do corrente
Chiqueiro, Milho Branco e viária, por exemplo, prevê a Ensino Pré-escolar, 5 Esco-
ano foi apre-
Praia Formosa. criação de uma Via Mar- las Básicas Integradas, 1 Es-
sentado, nos
Para isso, impõe-se a defini- ginal Turística (VMT), com cola Secundária, 2 Escolas
Paços do Con-
ção do zonamento para loca- ligação à via existente em de Formação Profissional
celho local, o Plano de Desen-
lização das diversas funções Ponta de São Francis- na zona da Variante e uma
volvimento Urbano (PUD) -
urbanas, designadamente ha- co/Ribeirão Chiqueiro, com Biblioteca;
Espaço Central de São Do-
mingos (ECSD), proposta da bitacionais, comerciais, turís- duas variantes urbanas:
ticas, de serviços e industri- (V1) – a de S. Domingos que Desporto: 20 campos
Loide Engenharia, feita em
ais, bem como a identifica- deverá desviar o tráfego do grandes de jogos e 15 pe-
colaboração com o Gabinete
ção das áreas a recuperar ou atravessamento do centro quenos em pontos estraté-
Técnico da autarquia. O Pla-
reconverter e ainda delimitar da Vila, de Nora/Água de gicos do Município, uma
no visa um crescimento espa-
as áreas a abranger pelo pla- Gato, via existente, a João pista de atletismo, 1 pavi-
cial ordenado e sustentável,
no detalhado. Teves; e (V2) – a que, com lhão de desporto e 1 piscina
conforme definido pelo Plano
início em Ribeirão Chi- coberta;
Director Municipal (PDM)
de São Domingos (o único PDU absorve queiro, passa por Limão/Mi-
indicações do PDM Segurança Pública e
aprovado e homologado pe- lho Branco para se conectar
com o traçado existente de de Apoio Social: 1 Quar-
lo Governo, em Cabo Ver- Conforme explicou na oca-
Pedra Badejo. tel de Bombeiros, 1 Centro
de), e pretende definir as li- sião o engenheiro Fernando
Em relação aos equipamen- de Emergência, a localizar
nhas orientadoras e estratégi- Santos, coordenador do Pla-
tos, o PDM propõe para to- na zona de Equipamentos
cas de intervenção nas zonas no, o PDU ECSD absorve
do o Município de São Do- Sociais de Variante, 5 Cen-
constituintes do Espaço Cen- do PDM de São Domingos
mingos, o seguinte: tros Sócio-Comunitários,
tral: Cidade de São Domin- todas as classes de espaço,
{20} Municipalia
Domingos já tem PDU
freguesia de Nossa Senho- são solos vocacionados para ao longo das estradas e ca-
em pontos estratégicos do
ra da Luz como uma parte a prática da agricultura de minhos municipais).
Município, 4 Mercados e
da de São Nicolau Tolenti- regadio com aproveitamen- Com excepção de João Gar-
2 Matadouros Municipais
no, ocupando uma área de to máximo através de técni- rido e Nora, onde as ha-
na cidade de São Domin-
aproximadamente 1.059 cas ancestrais de armação de bitações são típicas do meio
gos e Milho Branco;
hectares. terrenos por socalcos, sendo rural, a área do plano é con-
o restante direccionado para siderada marcadamente ur-
Infra-estruturas Bási-
o uso florestal, agro-silvo- bana, sendo o núcleo cen-
cas de Saneamento
Uso Actual do Solo pastoril e habitação. tral fixado na Vila de São
e Abastecimento de
O uso actual do solo do O estudo para a realização Domingos, cujos aspectos
Água: construção de 3
Espaço Central de São Do- do plano mostra que o mais marcantes são os se-
ETARs (1 Industrial e 2
mingos reparte-se por cerca ECSD é marcado, de um guintes: edificações alinha-
Urbanos), 1 Aterro Sanitá-
de 121ha (11,48% da área modo geral, por uma ocu- das ao longo da estrada; fal-
rio, criação de redes gerais
do PDU ECSD) para uso ur- pação que resulta da adap- ta de passeios em grande
de águas e esgotos, infra-
bano, cerca de 485ha tação à topografia, geolo- parte da extensão da via
estruturas eléctricas de for-
(45,76% da área) para uso gia, qualidade dos solos e existente; concentração de
ma a servir todos os aglo-
agrícola, 113ha (10,66% da ainda à divisão da proprie- alguns edifícios comerciais e
merados e usos do conce-
área) para uso florestal e dade. Assim, podem obser- administrativos com traços
lho.
340ha (32,1%) para uso var-se formas de ocupação arquitectónicos tipicamente
Sendo assim, a área de in-
agro-silvo-pastoril, confor- de génese nucleada (aglo- urbanos.
tervenção do PDU corres-
me a Planta de Uso do Solo. merados bem delimitados, A proximidade existente en-
ponde ao Espaço Central
De uma forma geral, pode ligados por estradas nacio- tre a localidade de Ribeirão
de São Domingos, inte-
observar-se que os solos dos nais e municipais) e linear Chiqueiro e Cidade da Praia
grando tanto uma parte da
leitos das ribeiras e encostas (edifícios que se estendem leva a que se perspective um
Municipalia {21}
câmaraaberta

rápido crescimento desta lo- 15,9ha da área edificada, 2,6 um lado, identificar e classi- a constituir-se em importan-
calidade nos próximos tem- vezes superior a 1970, decor- ficar os principais valores tes pólos de desenvolvimen-
pos. Com a construção da rente da consolidação de al- patrimoniais do ECSD e, por to económico e de concen-
Universidade de Direito na guns desses bairros, nomea- outro, propor medidas que tração populacional.
zona de Achada Vale Cacho- damente Tenda, Capela Gar- visem a sua conservação e Com efeito, os sectores da
po e a edificação de novas in- cia ou Várzea da Igreja. A protecção. De acordo com o construção e de serviços, a
dústrias, a localidade adqui- década de 2000 é marcada Decreto-Lei nº102/III/90, de par das actividades tradicio-
rirá nova dinâmica social e pelo surgimento de alguns 29 de Dezembro, o Patrimó- nais ligadas ao sector pri-
económica a nível regional. planos de loteamento, embo- nio Cabo-verdiano é consti- mário da economia, consti-
ra tal não seja um instrumen- tuído por todos os bens ma- tuem as principais activi-
Tendência de to “ideal” de gestão urbana. teriais e imateriais que, pelo dades económicas.
Crescimento Se se mantiver este ritmo de seu valor próprio, devem ser A Vila de São Domingos e
A definição de um desenho crescimento do espaço urba- considerados como de inte- seu entorno (João Garrido e
correcto de ordenamento e no e de acções de loteamen- resse relevante para a preser- Água de Gato) têm vindo a
uma estratégia de desen- to, a área edificada em 2020 vação e valorização da iden- conhecer crescente expan-
volvimento urbano passam poderá chegar aos 41ha. tidade cabo-verdiana através são, que resulta do facto de
essencialmente pela perce- Em Nora, dos 4ha da área do tempo. se tratar do centro adminis-
pção do processo de expan- edificada em 2003, deverá Em S. Domingos estão iden- trativo e político do Conce-
são sucessiva dos principais atingir-se os 5ha em 2020. E tificados 13 edifícios e vestí- lho. O povoado de Milho
aglomerados até à actuali- crescimentos mais expressi- gios que, pela sua estrutura Branco tem sido, também,
dade. Cruzado com outras vos deverão acontecer em arquitectónica ou simbolo- importante pólo de concen-
informações (como por ex.: Milho Branco e Praia For- gia histórica e cultural, de- tração populacional de mi-
dados demográficos e geo- mosa: a área edificada, em vem ser objecto de estudo e grantes das zonas vizinhas,
morfológicos), permite-nos 2020, pode chegar aos 14ha preservados (ver quadro), particularmente da fregue-
tirar ilações que nos apon- em Milho Branco e 4ha em conforme o plano. sia de Nossa Senhora da
tam para a definição consis- Praia Formosa. Em Ribeirão Luz. As possibilidades de
tente de futuras zonas de ex- Chiqueiro, a área edificada Aspectos expansão urbana que esta
pansão das edificações. em 2020 pode chegar aos Sócio-económicos comunidade apresenta tor-
Em 1970, o espaço urbano 7ha, sendo certo que esta lo- Os núcleos urbanos de São nam-na importante ponto
da cidade de São Domingos calidade surge como uma Domingos (Vila), Milho de refluxo da vila de São
contava com a maioria dos alternativa favorável de ex- Branco, Praia Formosa e Ri- Domingos, particularmente
bairros actualmente existen- pansão, principalmente pela beirão Chiqueiro tendem, para abrigar infra-estrutu-
tes, mas com pouca consoli- sua proximidade à Cidade pela dinâmica económica e ras administrativas, sociais
dação (muitos espaços in- da Praia. demográfica - a par de Praia e económicas.
tersticiais entre as casas) e Baixo e da zona litoral, A comunidade de Praia For-
com uma área edificada de Património objecto de investimentos mosa pode ser considerada,
cerca de 9,8ha. Em 1990, ve- A caracterização e análise privados externos no âmbi- seja, autonomamente, como
rifica-se um aumento de patrimoniais permitem, por to da imobiliária turística -, importante zona de desen-
{22} Municipalia
volvimento da agricultura, nomeadamente com a cons-
silvicultura e pecuária, seja trução de um estabelecimen-
como espaço “natural” de to de Ensino Secundário, lo-
expansão de Praia Baixo. calizado na Vila de São Do-
Trata-se de uma comuni- mingos. Verifica-se também
dade em expansão, em par- que em quase todas localida-
te significativa devido aos des existem, pelo menos,
investimentos da comunida- uma Escola do EBI e um Jar-
de emigrada, mas que apre- dim de Infância.
senta forte potencial agríco- No Ensino Secundário, os
la se importantes investi- dados analisados ao longo
mentos forem dispensados, deste trabalho apontam ca-
sobretudo a nível da explo- Liceu de S. Domingos rências, sobretudo a nível de
ração dos aquíferos e das Formação Profissional. É
águas de escorrimento su- vidade pecuária, ligando to- que constituem potencialida- preciso dinamizar e dar no-
perficial, bem como da cria- das as zonas vizinhas - seja des a aproveitar para o de- vo impulso à Formação
ção de condições para a São Francisco, Dobe e Moia- senvolvimento de actividades Técnico-profissional dos jo-
agricultura de regadio e pa- Moia, seja Fontes de Almeida. agrícolas, de lazer e de re- vens, de forma a ter-se um
ra a pecuária. creio. Município competitivo a ní-
A Comunidade de Ribeirão Síntese da Situação Em relação ao Património vel regional e nacional.
Chiqueiro constitui o ponto Actual Natural, note-se que não Em relação à Rede de Infra-
mais avançado do Municí- Do ponto de vista físico, a existem espaços classificados estruturas, os dados analisa-
pio de São Domingos na sua área do Plano caracteriza-se no Espaço Central de São dos indicam que o acesso à
ligação com a cidade da principalmente por um con- Domingos e que do PDU água potável, à energia e aos
Praia, com importantes e rá- junto de achadas e vales das partem as propostas de meios de telecomunicações
pidas vias de comunicação ribeiras, nomeadamente, da Monte das Vacas e Monte tem vindo a aumentar ao
com a cidade Capital. Esta Ribeira de São Domingos e Doze Vinténs para Monu- longo dos últimos anos, se-
comunidade, para lá de uma da Ribeira de Praia Formosa. mento Natural. gundo os dados do Instituto
natural tendência para ser Os aspectos climáticos não No que diz respeito ao Patri- Nacional de Estatística
espaço dormitório para tra- diferem muito das demais mónio Cultural, foram pro- (QUIBB 2007). E, nos últi-
balhadores e funcionários zonas da ilha de Santiago, postas 13 construções, im- mos dois anos, a Câmara
que laboram no Município devido à sua localização portantes não só pelos seus Municipal de S. Domingos
vizinho (Praia) poderá tor- geográfica e à influência dos traços arquitectónicos como tem realizado obras que per-
nar-se importante centro de ventos de nordeste. Entre- também pelo seu valor histó- mitiram às localidades de
desenvolvimento de São Do- tanto, o relevo e a exposi- rico. No domínio educativo, Ribeirão Chiqueiro, Nora,
mingos. A sua localização ção das vertentes em relação tem-se registado avanços Caiada e Água de Gato be-
geográfica e ambiental pode aos ventos dominantes gra- significativos, tanto ao nível neficiar do precioso líquido
favorecer a implantação de duam espaços de microcli- da construção de novos equi- canalizado e ao domicílio,
unidades industriais, para mas, que vão desde zonas á- pamentos, como na qualifi- permitindo as famílias terem
além de sua tradição na acti- ridas às zonas sub-húmidas, cação dos recursos humanos, água nas torneiras durante
as 24 horas.
Património Cultural O Espaço Central de São Do-
Construção Interesse Localidade Estado de mingos tem tido alguns avan-
Conservação ços, nomeadamente no do-
mínio das infra-estruturas,
1 Reservatório de Capela Garcia Histórico Capela Garcia Bom
2 Condutas de água Galeria do Carriço Histórico Capela Garcia Mau
da educação, da saúde, do
3 Reservatório de Nora Histórico Nora Bom abastecimento da água, ener-
4 Reservatório de João Garrido Histórico João Garrido Bom gia e outros. Apesar desses
5 Reservatório de Passa-Pó Histórico Pousada Mau avanços, ainda persistem
6 Condutas de água de Passa-Pó – Variante Histórico Pousada – problemas que se colocam
7 Posto de Ensino da Vila de São Domingos Arquitectónico, Histórico Várzea da Igreja Bom com alguma acuidade, sobre-
8 Posto de Ensino de Milho Branco Arquitectónico, Histórico Milho Branco Bom tudo no que toca ao sector
9 Escola de Formação de Professores Arquitectónico, Histórico Variante Mau sócio-económico, diz o PUD
10 Ponte da Vila de São Domingos Arquitectónico, Histórico Várzea da Igreja Bom que agora deverá passar por
11 Igreja de São Nicolau de Tolentino Arquitectónico, Histórico Várzea da Igreja Bom diferentes etapas até à publi-
12 Vestígios de Fornadjona Histórico Pousada Mau cação da planta de zonamen-
13 Vestígios de Nazaré Histórico Nazaré Mau to e seu regulamento.
Municipalia {23}
éobra!
Paços do Concelho de Santa Cruz
Municipalismo
e modernidade
O homem sonha, a obra nasce – o poeta o disse. O caso dos Paços do
Concelho de Santa Cruz parece mostrar como a poesia é outra forma
de narrar a realidade

I
naugurado no ano Cruz, em Achada Fátima, ponto de honra em con- se com uns Paços do Con-
passado, com a pre- cidade de Pedra Badejo, cretizar esse projecto antes celho que correspondessem
sença do Presidente responde a um sonho antigo do fim do seu mandato. Na aos desejos de desenvolvi-
da República, co- dos santa-cruzenses que foi verdade, desde a sua pri- mento e modernidade das
mandante Pedro Pi- assumido pelo seu Presiden- meira eleição, em 2003, o gentes de Santa Cruz, foi
res, o edifício dos novos te da Câmara, Dr. Orlando propósito de dotar a sede colocado na lista das priori-
Paços do Concelho de Santa Sanches, que tinha feito deste Município santiaguen- dades e das grandes metas a

{24} Municipalia
Edifício cuja arquitectura chama a
atenção de quem visita Pedra Badejo,
dado o seu aspecto arejado e
obedecendo a linhas que atendem a
uma estética modernista

atingir. E desde essa data, gentes do berço de Katchás


2003, se começou a traba- e Orlando Pantera.
lhar para o tornar exequível. Edifício cuja arquitectura
O projecto foi concebido chama a atenção de quem
logo nesse ano. Mas foram visita Pedra Badejo, dado o
necessários oito anos para seu aspecto arejado e obede-
fazer dele uma realidade, já cendo a linhas que atendem
que a Câmara Municipal a uma estética modernista,
teve que contar com as suas responde às exigências ade-
próprias forças para o levar quadas para conferir con-
por diante. Tratou-se de um forto a quem nele trabalha e
investimento de valor eleva- bom acolhimento a quantos
do – 155 mil contos. Fora necessitam de recorrer aos
previsto que pudesse estar seus serviços, servindo
concluído em 2007: os atra- assim em melhores con-
sos ocorridos, a par de tra- dições uma população de
balhos complementares que 30000 habitantes (número
se tornaram necessários, do censo de 2010). No en-
levaram a que o investimen- tanto, a sua volumetria não
to primeiramente estimado ofende o conjunto urbano
para esta obra em 140 mil onde se insere.
contos, recebesse acrésci- Com a construção dos Pa-
mos até ao montante final. ços do Conselho em Achada
Como quer que seja, o mo- Fátima, a Câmara de Santa
derno e amplo edifício - Cruz despediu-se das já
inaugurado por ocasião das acanhadas instalações do
celebrações do 39º aniver- “prédio do Bulimundo”, em
sário da elevação de Pedra que estava confinada desde
Badejo à categoria de vila – a criação do Município, em
fez-se o natural orgulho das 1971.
Municipalia {25}
éobra!
es

{26} Municipalia
cola-oficinaNovo modelo
de formação
na Cidade Velha
É uma realidade que vem revolucionar a formação profissional em
Cabo Verde: a Escola-Oficina da Cidade Velha traz para o País (graças
à Cooperação Espanhola) uma experiência que, na origem, teve
consequências extremamente positivas

I
naugurada em Mar- de combate ao desemprego, sarrollo) e tendo a Câmara volvimento regional.
ço, a Escola-Oficina quer como mola propulsora Municipal da Ribeira Gran- Começando com oito de-
da Cidade Velha traz do desenvolvimento social e de de Santiago como enti- zenas de alunos, repartidos
para Cabo Verde um económico. Patrocinada dade promotora, a Escola- por três cursos (Construção
modelo que, em Es- pela AECID (Associación Oficina tem também como civil, Energia termo-voltaica
panha, teve resultados mui- Española para la Coope- parceiros o Ministério da e Transformação agro-pe-
to positivos, quer em termos ración Internacional y De- Agricultura, o Instituto de cuária), este processo asso-
Emprego e Formação Pro- cia o trabalho e a formação,
fissional, além do Instituto ligando, desde início, a teo-
de Intervenção e Património ria à prática. Destina-se, so-
Cultural, IIPC. bretudo, a jovens desempre-
No País, este modelo de gados que tiveram de inter-
formação tem aspectos que romper, por razões diversas,
fazem dele uma iniciativa as suas carreiras escolares,
pioneira, cujos resultados preparando-os para uma
se espera sejam tão posi- actividade que tanto pode,
tivos como os que obteve posteriormente, ter conti-
em Espanha, onde - desde nuidade com a constituição
fins dos anos 80 – começou de pequenas empresas, re-
a ser ensaiado e foi impor- sultantes do eventual empre-
tante instrumento para o endedorismo dos alunos,
combate ao desemprego e quer do mercado de traba-
para incentivar o desen- lho que disto resulte.
Municipalia {27}
éobra!

do Centro Histórico da ci-


dade Património da Huma-
nidade e de construção de
um novo arruamento, além
de outros trabalhos de recu-
peração do Património. Isto
é, parte substancial da for-
mação está directamente li-
gada ao trabalho da reabili-
tação monumental.
A formação no domínio da
energia termo-voltaica per-
mite criar condições para re-
solver as graves carências
que, neste particular, afec-
tam tanto o Sítio Histórico
como o Município da Ribei-
ra Grande de Santia-
go. Quanto à trans-
formação agro-pecu-
ária, perspectiva-se a
construção das bases
para a renovação do
tecido empresarial no
sector primário, fo-
mentando-se uma no-
va agricultura e uma
indústria transforma-
dora a ela associada.
O projecto da Escola-Ofi-
De acordo com tais princí- entregue no fim do curso - ca, os formandos recebem cina da Cidade Velha - se-
pios formativos, os alunos trata-se de uma acumulação contrapartidas inferiores às deada no verdejante vale da
da Escola-Oficina começam primitiva com vista a permi- que vão auferir no período Ribeira de Maria Parda, em
por beneficiar, desde início, tir-lhes um capital inicial, restante, durante o qual se instalações oferecidas há
da remuneração do seu tra- com o qual possam aba- assumem como trabalhado- cinco anos pela AECID ao
balho. Portanto, não há tra- lançar-se, depois, como pe- res-estudantes, com actua- Ministério da Agricultura,
balho gratuito: os jovens quenos empresários na área ção predominante na área mas sem aproveitamento –
formandos são recompensa- para que foram preparados. de reabilitação do patrimó- foi inteiramente financiado
dos de maneira progressiva, De acordo com este mode- nio – no que respeita à cons- pela Cooperação Espanho-
sendo contudo uma parte lo, no primeiro terço do trução civil. Estão previstos la. Trata-se de um investi-
desse estipêndio retida na período de formação, onde trabalhos de reabilitação/re- mento de 940 mil euros,
formação, a qual lhes será prevalece a formação teóri- modelação de uma artéria cerca de 103 mil contos CV.
{28} Municipalia
Boa Vista
Nasce a Escola Técnica
do Rabil

O
Plano de Acti- insular, esta escola pretende contos cabo-verdianos, esta tádio Municipal do Norte,
vidades para formar profissionais compe- infra-estrutura vai contar que vai trazer um novo
o presente ano tentes na área da Cons- ainda com uma residência alento à prática de futebol
da Câmara trução Civil, com especia- estudantil, com capacidade naquela zona.
Municipal da lização nas áreas da carpin- para 48 estudantes. Ainda nesta área, está pre-
Boa Vista irá contemplar taria, electricidade e cana- vista a conclusão do Po-
grandes infra-estruturas co- lização, mas também em Polidesportivo de lidesportivo coberto de Sal
mo a construção de 72 mo- Turismo, nas suas múltiplas Sal Rei Rei, infra-estrutura moder-
radias sociais, o Centro de vertentes. Já no campo desportivo, na que, para além de todas
Arte e da Cultura (com Sala Com área total de 12 mil uma das grandes obras pre- as valências desportivas,
de Espectáculos), o Pavilhão metros quadrados, a Escola vistas é a esperada interven- acolherá também uma área
Desportivo Coberto de Sal do Rabil albergará 12 salas ção de arrelvamento do Es- comercial.
Rei e a construção de um de aulas teóricas, três salas
Parque Infantil em todas as de aulas práticas, seis escri-
localidades da zona Norte - tórios administrativos, re-
mas destaca-se a Escola feitório com 100 lugares,
Técnico-profissional do Ra- sala de estudo e recreação,
bil, que visa essencialmente lavandaria, biblioteca, dois
capacitar os recursos huma- campos desportivos para a
nos da ilha. prática de basquetebol e
Vocacionada para os dois futebol e vários balneários.
sectores-chave da economia Orçada em cerca 255 mil
Municipalia {29}
éobra!

Pavilhão de Nhagar
A maior
infra-estrutura desportiva
de Cabo Verde
A “capital do planalto” inaugurou o maior pavilhão do País,
dando resposta aos anseios da sua dinâmica população
jovem e equipando a cidade, em crescimento, com uma
notável infra-estrutura

C
om lotação truída neste Município e a concertos, espectáculos cul- gulho das suas gentes.
para 1200 lu- maior deste tipo em todo o turais de diverso tipo e con- É um enorme espaço multi-
gares senta- País. Ocupando uma área gressos. Com esta grande disciplinar, equipado para a
dos, o Pavi- de 2.381 m2, dispõe de par- obra municipal, inaugurada prática de andebol, bas-
lhão Gimno- que de estacionamento para em Setembro de 2010, a quetebol, minibasket, fute-
desportivo de Nhagar, em 78 viaturas, e é um grande “cidade do planalto” ficou bol de salão e voleibol, dis-
Assomada (Santa Catarina espaço desportivo (o maior dotada com o maior po- pondo igualmente de equi-
de Santiago), é a maior in- de Cabo Verde) adequado lidesportivo do País, o que pamentos sociais de relevo,
fra-estrutura jamais cons- também para multi-usos: justificadamente faz o or- como restaurante e bar, ga-
{30} Municipalia
O Pavilhão de Nhagar reflecte
também a dinâmica de crescimento
da grande cidade do interior da ilha desportivo de Nhagar, do-
tando-o de todos os equipa-
de Santiago, nalguns aspectos mentos necessários, deu ex-
a pedir meças à capital pressão a um dos grandes
anseios sobretudo das ca-
versas paragens e de traba- capital do celeiro de Cabo madas jovens – fazer de As-
lhos complementares (co- Verde. As novas infra-estru- somada um dos principais
mo a adaptação de todo o turas que tem recebido fa- pólos do País desportivo.
recinto a portadores de zem dela uma urbe dinâ- O Pavilhão de Nhagar re-
deficiência), protelou a sua mica, com uma significativa flecte também a dinâmica
conclusão. O orçamento população jovem, já servida de crescimento da grande
binete médico, salas de fi- inicial foi previsto para 150 por universidade, que recla- cidade do interior da ilha de
sioterapia, além de espaço mil contos, acabando por ma espaços adequados para Santiago, nalguns aspectos
para a prática de activi- atingir os 233 mil contos. as diferentes actividades a pedir meças à capital. De
dades de culturismo e artes Cidade em franco progres- que cada vez mais con- resto, reflectindo este pro-
marciais. so e crescimento (mais de vergem para este Muni- cesso, Assomada absorveu
Iniciada ainda na gestão de 48500 habitantes, segundo cípio. já Nhagar que, ainda há
João Baptista Freire, a obra o censo de 2010), começan- O actual Presidente de Câ- pouco, era uma localidade
superou todas as primeiras do a aglutinar localidades mara, Francisco Tavares, ao periférica à cidade grande
expectativas, o que, tam- periféricas, como é o caso assumir como ponto de do planalto central da ilha
bém em consequência de di- de Nhagar, Assomada é a honra a conclusão do Poli- de Santiago.

Municipalia {31}
noticiário
{Paul}
Orçamento Participativo avança
com participação popular
O
Município do mandato de Vera Devido à condição de Canela, cuja habitação
Paul foi o Almeida, a actual autarca, pobreza da generalidade ficou concluída no dia 20
primeiro do País a e teve o financiamento da sua população, foi de Janeiro último.
avançar com um das Nações Unidas, dada prioridade à Ressalte-se que o
Orçamento Participativo através do Ministério da habitação por ser o único orçamento de
(OP) das autarquias, Descentralização, sector onde as pessoas investimento proveniente
projecto-piloto que Habitação e melhor podiam de recursos internos da
contemplava igualmente Ordenamento do comparticipar por ser Câmara não é mais do
os Municípios de S. Cruz, Território (MDHOT), que algo delas mesmas. que uma previsão,
Mosteiros e S. Miguel e sensibilizou os Municípios Assim, auscultando a portanto fictício, pois a
que tem como objectivo para a adesão ao população, Câmara Autarquia nunca tem esse
resgatar a cidadania do projecto. Municipal do Paul decidiu dinheiro, pelo que teve de
povo; criar uma esfera Trata-se de um processo e tem vindo a beneficiar o mobilizar: em parceria
pública não estatal; no qual se aprofunda a várias famílias do com a Associação Local
promover a co-gestão dos vida democrática: uma concelho na construção AMI-FIGUEIRAL
munícipes nos destinos do vez aprovado o OP, a de habitações, ou até iniciaram-se os trabalhos,
Município; promover a responsabilidade passa do mesmo atribuindo lotes com a participação dos
auto-regulamentação do Governo para as Câmaras de terreno, como beneficiários e mais
processo; aperfeiçoar a e para as Comunidades. aconteceu no ano passado timidamente com os
relação entre o Município O Município do Paul, já com algumas famílias, na poucos recursos da
e a sociedade civil e na gestão de Vera localidade de Figueiral. Câmara, enquanto se
proporcionar Almeida, identificou os Uma das primeiras procurou encontrar
transparência sectores onde queria beneficiárias com esta outros recursos. Por ser a
administrativa. O investir e retirou do seu acção da Câmara, primeira Câmara a
processo que levou à orçamento de presidida por Vera aprovar um Orçamento
aprovação do primeiro investimento (recursos Almeida, foi Maria Participativo, o MDHOT,
OP verificou-se na gestão internos) 30% para este Nascimento Ramos como incentivo, atribuiu
municipal anterior ao Orçamento Participativo. Oliveira, em Chã de ao Paul um prémio no

{32} Municipalia
valor de 900.000$00. Por decidiu avançar este ano
sua vez, a CVTELECOM com segundo OP para o
também aderiu ao Município, tendo a
projecto, comparticipando população optado pelo
com o montante de 1.500 mesmo sector da
contos (protocolo já habitação, vertente
assinado, mas ainda não reabilitação, tendo em
concretizado) para apoiar conta a experiência do OP
duas das oito famílias desenvolvido em
beneficiárias. Figueiral. Este ano, os
Apesar dos obstáculos beneficiários estão
que a Autarquia localizados na Cidade das
enfrentou no ano passado Pombas, identificados
para a implementação do num trabalho com a
Orçamento Participativo, Associação local e por
devidos à fraca deliberação da Câmara.
capacidade de O Concelho do Paul está
arrecadação de recursos situado na costa nordeste
por parte do Município; à da ilha de Santo Antão.
resistência da população Tem uma área total de
em aceitar as inovações 54,3 Km2, onde habitam
introduzidas na gestão 8.200 pessoas (50,7% do
municipal; à deficiente sexo masculino e 49,3%
participação das entidades do feminino). 32,7% da
locais, bem como dos população tem menos de
Ministérios, no apoio 15 anos e 55,1% menos
para criação de de 25. Cerca de 57,1%
ferramentas de encontra-se na faixa
seguimento e etária dos 15 aos 64 anos
monitorização – mesmo e 10,3% tem mais de 65
assim, a Câmara do Paul anos.

Municipalia {33}
noticiário
{Ribeira Brava}

Água transforma S. Nicolau


Reservatório da Preguiça
já está construído
O primeiro passo para a correcção ambiental da ilha de S. Nicolau (concelho da
Ribeira Brava) já está dado: foi construído um grande reservatório em Preguiça, que
acumulará a água proveniente da dessalinização. Estão a ser criadas condições para
arborizar a ilha, adoçando-lhe o clima

F
inanciado pelo Este projecto, de enorme relacionada, a Câmara mais que necessária. Daí o
Fundo IBSA (Índia, importância para o Municipal da Ribeira recurso à dessalinização,
Brasil e África do desenvolvimento deste Brava propõe-se prevendo-se que a
Sul), através das Nações Município san-nicolaense, privilegiar as energias produção de água
Unidas, num montante insere-se no Programa renováveis, o meio dessalinizada esteja já a
global de 1.600.000 USD, Municipal de Água, que ambiente e o turismo acontecer no final do
está já construído o prevê um investimento de ecológico, os espaços primeiro/início do segundo
grande reservatório de mais de 300.000.000.00 verdes e a agricultura, semestre do corrente ano.
água de Preguiça, no (trezentos milhões de avançando entretanto com A arborização da ilha de
Município de Ribeira escudos cabo-verdianos). o saneamento (sistema de Chiquinho irá repercutir-
Brava, ilha de S. Nicolau. A concretização desta esgoto, tratamento e se no seu meio ambiente,
Tem capacidade para obra é um passo reutilização das águas daqui resultando uma
1000 metros cúbicos de importante no sentido de residuais, recolha selectiva menor exposição às
água e enquadra-se no transformar S. Nicolau do lixo, etc). vicissitudes climatéricas
projecto de dessalinização, numa ilha verde e Deste modo, o que a têm afectado. É a
que se encontra em ecologicamente saudável. reservatório de Preguiça é acção do homem a
execução, o qual prevê A par da construção do chave para a realização de minorar os efeitos nefastos
uma capacidade de reservatório, já concluída, um projecto com que a natureza, não
produção de 1200 metros e da rede de múltiplas implicações, no corrigida, podem ter na
cúbicos de água/dia. abastecimento com ele qual a água é condição vida das populações.

{34} Municipalia
{S. Filipe}
Famílias contempladas
com ligações domiciliárias
de água e casas de banho
C
erca de cento e Venho Manuel, Domingos construção de redes altitude, ficam cobertas
cinquenta famílias Ledo e a parte alta de secundárias, ligações pela rede pública de
das localidades de Ponta Verde. domiciliárias e construção abastecimento de água.
Cabeça Monte, Inhuco, O projecto em curso. que de casas de banho. Entre Inhuco e Ribeira
Lagariça, Coxo, Passagem conta com financiamento De acordo com o Filipe, 20 ou 30 famílias
e Santana (todas no da Câmara de São Filipe, director/delegado da ficam descobertas, mas a
concelho de São Filipe) Cooperação Águabrava, José empresa está a estudar a
passaram a beneficiar de Luxemburguesa e da Rodrigues, com a hipótese de criar
ligação domiciliária de própria empresa conclusão deste projecto condições para minimizar
água, no quadro do Águabrava, no valor de todas as localidades do a situação desses
projecto municipal, 40 mil contos, é Município de São Filipe, agrupamentos familiares
inaugurado a 23 de semelhante ao de Cabeça situadas a uma quota de que residem a uma quota
Fevereiro. do Monte e prevê a até mil e cem metros de superior a mil e cem
De acordo com a metros.
Inforpress, o projecto do Neste momento, a
Município local de Câmara de São Filipe e a
extensão das redes Águabrava já dispõem do
principal e secundária de projecto de extensão da
abastecimento de água, rede a partir de Ribeira
implementado em Filipe até Campanas de
parceria com a empresa Cima, beneficiando
Águabrava, contou com a também a localidade
comparticipação intermédia de Monte
financeira da Galiza Preto, que deverá contar
(Espanha) e contemplou com financiamento do
igualmente a vertente de Município luxemburguês
construção ou melhoria de Bettembourg, no valor
de instalações sanitárias, de 15 mil contos.
beneficiando um total de Outro projecto de
60 famílias dessas extensão da rede de água,
localidades. através de parceria com o
Encontra-se também em Programa de Luta Contra
execução o projecto de a Pobreza no Meio Rural,
extensão da rede de PLPR, está sendo
abastecimento de água a implementado pela
partir de Inhuco até Águabrava, beneficiando
Ribeira Filipe, servindo as comunidades de
todas as zonas Miguel Gonçalves e
intermédias como Curral Curral Ochô (Sul de São
Grande, Lomba, Italiano, Filipe).

Municipalia {35}
noticiário
{Praia}
Desporto

Câmara da Praia
com
novas soluções
A
Câmara Municipal forma aos amantes dos diversas intervenções de
da Praia tem vindo desportos radicais, reabilitação e construção de
a apostar no (patinagem, skate em linha e Infra-estruturas
desenvolvimento do BMX) terem um espaço desportivas em Vila
desporto não só com a adequado e condigno para a Nova, Achada S. Filipe, S.
construção e reabilitação de sua prática. Pedro, S. Martinho
infra-estruturas desportivas Outra novidade da actual Pequeno, S. Francisco, Tira
municipais, mas também gestão camarária é o Fitnes Chapéu, Achada de Santo fazem parte da agenda
apoiando iniciativas de Park. Existem actualmente António, Castelão, Safende, desportiva da cidade como
organizações e associações sete espaços do tipo em toda Bela Vista, Pensamento, é o caso da Corrida da
desportivas, um pouco por a cidade, construídos na Fonton, Achadinha Pires, Liberdade que já vai na
todo o concelho, com o Gamboa, Achada de S. Achada Grande Frente, sua 3.ª Edição. Este ano
objectivo de dotar a cidade Filipe, Achadinha, Eugénio Bairro Craveiro Lopes, contou com as presenças da
de uma boa rede de infra- Lima, Quelém (ASA), Brasil Achadinha Baixo, Achada Campeã Olímpica, a
estruturas, democratizar a (ASA) e Monte Vermelho Grande Trás e Ponta portuguesa Fernanda
prática do desporto e (este em fase de conclusão). d’Água. E no finais de Ribeiro, e o Medalha de
disponibilizar aos jovens O esforço de investimento Janeiro o “velho” Estádio Bronze de Judo, em Sydney
oportunidades para o uso da CMP, iniciado em 2010, da Várzea recebeu (Austrália), o luso-cabo-
saudável do seu tempo livre ascende a 125.170 mil finalmente iluminação verdiano Nuno Delgado.
e de lazer. contos. artificial numa cerimónia O evento contou com cerca
E destaca-se, para já, o que contou com o director de 5 mil atletas de quase
Parque Radical, o único Várzea com desportivo da equipa todas as ilhas nas
espaço do tipo no país, iluminação artificial italiana do AC Milan, modalidades de 10 Km e 4
construído no Parque 5 de Foram ainda Michele Ferraris. Alguns Km para veteranos,
Julho, permitindo desta contratualizadas e iniciadas eventos desportivos já seniores masculino e

{36} Municipalia
do Desporto, constavam melhor órgão de
os melhores dirigentes, comunicação social, melhor
treinadores, atletas jornalista desportivo e o
femininos e masculinos, prémio por mérito
melhores árbitros/juízes, desportivo.
campeões regionais, É caso para se afirmar:
melhores do ano, entre eles com a aposta no desporto,
a empresa mais a Câmara da Praia
patrocinadora, treinador encontrou novas soluções
do ano, atleta do ano, para os jovens da capital.
feminino, com prémios até Clubes deste município, dirigente do ano,
ao vigésimo lugar e que se destacaram durante escolhidos através da
passeata, com direito a Kits a época desportiva nas votação de uma equipa de
com camisolas, chapéu, diferentes modalidades, juízes composta por
água e peças de fruta. promovendo uma prática jornalistas desportivos,
Também houve corrida dos desportiva de excelência, após a nomeação das
paraolímpicos com prémios contribuindo assim para a associações das diferentes
para os 3 primeiros elevação da qualidade do modalidades; e ainda o
classificados masculino e desporto.
feminino. A Gala que se realizou no
dia 12 de Novembro, no
II Edição da Gala do Anfiteatro do Centro
Desporto Paroquial da Praia, para
A CMP introduziu em além de premiar os
2009 na agenda desportiva melhores da época
da Cidade da Praia, a Gala desportiva 2009/2010,
do Desporto que tem como homenageou também,
objectivo reconhecer algumas figuras que muito
publicamente o trabalho têm feito para o desporto
desenvolvido por da capital. Entre os
Dirigentes, treinadores e homenageados na II Gala

Municipalia {37}
noticiário
{Ribeira Grande de Santiago}
PDM da Ribeira Grande de Santiago
entrou em debate público

C
oncluído o processo comporta um conjunto de zonamentos classificados Salineiro, reduzindo ao
de elaboração do obrigações para áreas de reserva. mínimo a circulação
Plano Director salvaguarda desse estatuto. O crescimento de Cidade rodoviária no Centro
Municipal (PDM) da Em consequência de tais Velha para oeste e para Histórico.
Ribeira Grande de imposições, durou mais de norte, conservando as suas Segundo o PDM, grande
Santiago, elaborado pela dois anos a elaboração características de Sítio parte da área do Município
empresa Loide Engenharia, deste PDM, a partir do Histórico, deve-se em destina-se à silvo-pecuária e
entrou ele, em Fevereiro, qual serão gizados Planos grande parte ao à agricultura, aproveitando
em processo de debate de Pormenor e de desenvolvimento turístico: os caudais fornecidos pela
público, do qual podem Urbanização, alguns já em durante a gestão da barragem. Junto a João
ainda resultar alterações ao fase de concepção, como Comissão Instaladora do Varela, prevê-se a criação
Plano proposto, seguindo são os casos de Porto Município foram de um Pólo Industrial que
depois para aprovação final Mosquito e de Salineiro, autorizados para esta área beneficiará da proximidade
da Assembleia Municipal e sendo esta última diversos projectos da capital e da circular da
homologação pelo localidade, tal como turísticos, agora cidade da Praia.
Governo. Tratou-se de um Achada Poça, Achada condicionantes do O contrato para a
processo complexo, Forte, Calabaceira e Bota crescimento urbano. A elaboração do PDM pela
acompanhado de perto pela Rama, considerada zona de pressão do trânsito Loide Engenharia foi
respectiva Comissão de expansão da Cidade Velha rodoviário que, em ajustado e celebrado pouco
Seguimento, uma vez que, – um projecto de consequência desta linha de depois da tomada de posse
além de recolher o crescimento que prevê o crescimento, pode da Câmara eleita nas
consignado na legislação nascimento de um grande acontecer sobre o Sítio autárquicas de 2008, a
cabo-verdiana sobre pólo urbano, a futura Histórico é ultrapassável qual, considerando
Ordenamento do cidade de Santiago. Para já, com a futura construção do excessivos os preços de um
Território, teve de atender Achada Poça e Salineiro “anel rodoviário” da anterior contrato celebrado
às exigências resultantes de vão receber Planos de Cidade Velha, que irá pela Comissão Instaladora,
Cidade Velha ser Urbanização, por serem aproveitar o açude da o cancelou, encetando
Património Nacional e áreas consideradas futura barragem de depois negociações com a
Património da prioritárias para a Salineiro, já anunciada pelo empresa que acabou por
Humanidade, reconhecido expansão de Cidade Velha, Governo, para ligar as realizar este Plano Director
pela UNESCO, o que ficando os restantes achadas de Calabaceira e Municipal.

{38} Municipalia
aconteceu
Presidente da ANMCV
na Assembleia Geral da AIMF
O Presidente da Associação Nacional foi encerrada pelo Presidente Abdou Diouf,
dos Municípios Cabo-verdianos e Presidente ex-Presidente do Senegal e Secretário Geral
da Câmara Municipal de Santa Catarina de da Associação Internacional da Francofonia,
Santiago, Francisco Tavares, participou, em cuja cimeira decorreu, entretanto, em
Outubro último, na XXXª Assembleia Geral Montreux, Suiça, nos dias 23 e 24 de Ou-
da Association Internationale des Maires tubro.
Francophones (AIMF), em Lausane, na A Assembleia Geral, que aprovou o relatório
Suiça. de actividades e contas da AIMF relativos ao
A esta Assembleia da AIMF, que teve como ano 2009 e o orçamento para 2010, centrou
tema principal “Cidades e Universidades ao atenções no tema geral que norteou os traba-
serviço do Desenvolvimento Local”, com- lhos, abordando assuntos como: integração
pareceram quatro centenas de presidentes de da Universidade na cidade; Universidade,
Câmaras Municipais, presidentes de As- parceira do desenvolvimento económico;
sociações de Municípios e universitários de Diálogo entre cidades e universidades sobre
todo o mundo. governação; Diálogo entre cidades e univer-
A Assembleia Geral da AIMF teve a presença sidades sobre património (cultural, material
do Maire (Presidente da Câmara) de Paris, e imaterial); Diálogo entre cidades e univer-
na qualidade de Presidente da Associação, e sidades sobre desenvolvimento sustentável.

Câmara da Praia entrega quiosques


às vendedeiras do Sucupira
O Presidente da Câmara Municipal da Praia, Ulisses Correia e Silva,
entregou, no mês passado, as chaves de um conjunto de quiosques a
comerciantes que se dedicam à venda de refeições quentes no passeio do
mercado Sucupira

Com tal medida, a Câmara Municipal contempladas com mesas, cadeiras e toldos e
da capital diz-se apostada em melhorar as ainda estão por receber frigoríficos. Este con-
condições de trabalho dessas comerciantes. junto de materiais foi entregue a custo zero a
“Elas encontravam-se a trabalhar em péssi- estas mulheres e chefes de família. Elas ape-
mas condições sanitários, para além de nas terão de continuar a pagar a taxa de ocu-
venderem expostas ao sol. Para resolver esse pação do espaço de venda que, diariamente
problema, a Câmara colocou estes quiosques é cobrado pelo SEPAMP.
para melhorar as suas condições de venda”, Para dar vida a tal iniciativa, que custou
frisou Ulisses Correia e Silva. mais de dois mil contos, a Câmara da Praia
Por outro lado, o edil praiense referiu que a contou com a parceria da Cavibel. “Aliámo-
medida teve por objectivo fazer com que o nos à iniciativa da Câmara tendo em conta
negócio informal funcione de forma organi- que ela faz parte da nossa função social para
zada. “A cidade da Praia ganha melhores com a comunidade onde trabalhamos”,
condições de saúde pública e de organização, salientou o Director Geral da Cavibel,
e eu não tenho dúvidas de que estas comer- Enrique Huguet, que acrescentou que a
ciantes vão ter mais rendimento com toda parceria estabelecido "não é nada mais do
esta estrutura. De certeza que vão ter mais que a demonstração do nosso compromisso
clientes”, adiantou ele. em continuar a investir mais na cidade da
Para além dos quiosques, as vendeiras foram Praia”.

Municipalia {39}
demãosdadas

{
Cidade Velha e Trancoso
a caminho
}
da geminação
C
idade Velha Meda, Almeida, Pinhel, Fi- las, Golegã e Ribeira Gran- dispõe de um património
vai geminar- gueira de Castelo Rodrigo, de de S. Miguel (Açores), monumental muito valioso
-se com Tran- além de Trancoso. Uma todas em Portugal, e ainda e significativo, designada-
coso (Portu- delegação daquela Asso- com Gorée (Senegal) e mente o seu castelo, um
gal): é um ciação deslocou-se à ilha de Praia (Cabo Verde), es- dos mais belos de Portugal,
processo que, neste mo- Santiago, tendo acordado tando em fase de conclusão em cujo interior se confina
mento, se encontra em pre- na cooperação com a as geminações com Lobata o centro histórico, um
paração, resultante de um Ribeira Grande de Santia- (S. Tomé e Príncipe) e Ri- pelourinho (à semelhança
encontro havido no ano go. Depois disso, Manuel beira Grande de Santo do de Cidade Velha, em
passado naquela vila his- de Pina retribuiu a visita, Antão (Cabo Verde). A Câ- estilo manuelino), o con-
tórica portuguesa entre o tendo ficado (em Trancoso) mara da Ribeira Grande de vento de Santo António
edil trancosense, Júlio Sar- decidido avançar para esta Santiago pretende, a partir (com pórtico clássico-
mento, e o da Ribeira geminação que, em princí- de agora, intensificar rela- renascentista), o palácio
Grande de Santiago. A pio, deve - durante uns ções com Municípios de ducal, a capela de Santa
aproximação entre os dois tempos - fechar o círculo de outros países, designada- Luzia (do século XII), o
Municípios resultou de geminações do Berço da mente de Espanha, França solar dos Brasis, em Torre
uma primeira iniciativa da Nação cabo-verdiana com e no continente sul-ameri- do Terrenho, entre outros.
Associação dos Municípios Municípios portugueses. cano. Durante anos, Trancoso foi
da Raia Histórica – Côa Neste momento, Cidade Trancoso, vila com 3000 sede da Associação dos
(do centro de Portugal), Velha está geminada com habitantes, situada a noro- Municípios Portugueses
que aglutina as Câmaras de Guimarães, Lagos, Odive- este da cidade da Guarda, com Centro Histórico.
{40} Municipalia
Praia lidera “rede UCCLA
para a Protecção Civil”
A
Câmara Muni- é um projecto em marcha, competências, promovendo
cipal da Praia, geradora de novas dinâmicas a igualdade de oportunida-
a convite da no seio desta estrutura. Para des entre géneros, promoven-
UCCLA, Uni- já, a UCCLA, que foi recen- do um clima favorável ao in-
ão das Cidades temente reforçada com a vestimento e às empresas,
Capitais Lusófonas, lidera a adesão de novas cidades (ca- promovendo o crescimento
“rede UCCLA para a Protec- so de Odivelas), criou três da produtividade e o empre-
ção Civil e combate às Amea- redes: além das duas atrás tuar a trabalhar em rede para go, apoiando a melhoria do
ças Naturais”. A organização referidas, surge uma terceira, se poder criar sinergias e la- sistema básico de saúde e
internacional das capitais da liderada por Salvador da ços de solidariedade, apro- promovendo o desenvolvi-
lusofonia enviou a Cabo Ver- Bahia, Brasil, virada para as veitando as potencialidades mento sustentável, na verten-
de o seu coordenador, Ricar- Novas Práticas no rela- que cada uma delas oferece". te ambiental e de ordena-
do Costa, que formalizou este cionamento das Câmaras Estas redes de cooperação mento do território.
convite junto da Autarquia Municipais com os seus for- pretendem ser instrumento As redes UCCLA visam po-
praiense. Na mesma oportu- necedores. Outras redes po- de desenvolvimento das cida- tenciar o desenvolvimento in-
nidade, Ribeira Grande de derão vir a ser criadas no seio des e das regiões que as cir- tegrado e sustentado, a médio
Santiago foi convidada a inte- desta organização fundada cundam, funcionando como e longo prazos, das comu-
grar a “rede UCCLA para a em 1985, que hoje reúne 29 alavanca para a promoção nidades territoriais lusófonas
conservação dos Centros His- cidades do mundo lusófono, de políticas e práticas que mais desfavorecidas que, por
tóricos”, liderada por Guima- entre as quais cinco de Cabo conduzam à melhoria do si sós, não conseguem desen-
rães, Berço da Nação portu- Verde. A razão destas “re- bem-estar e da prosperidade volver recursos endógenos e,
guesa: a Câmara vimara- des” que são agora lançadas, das populações abrangidas. em consequência dos cons-
nense, geminada com Cidade foi recentemente explicada pe- Irá contribuir para a redução trangimentos linguísticos,
Velha, será, em 2012, a Ca- lo secretário-geral da UCCLA, da pobreza e a criação de co- estão limitadas na forma de
pital Europeia da Cultura. Miguel Anacoreta Correia: munidades sustentáveis, me- acesso aos benefícios prove-
A criação das “redes UCCLA” "as cidades têm de se habi- lhorando a educação e as nientes da globalização.

Praia gemina-se com Gabu (Guiné-Bissau)


operação e Geminação foi autarquias da Guiné-Bissau, com os parceiros do projec-
A Câmara Municipal da
Praia, já geminada com
Bissau, alargou a sua coope-
assinado numa deslocação
de Ulisses Correia e Silva
incrementando-se também
as relações comerciais entre
to "Melhoria das Condições
Sanitárias das cidades de
ração com Municípios da àquela cidade guineense, os empresários dos dois Bissau e Praia", desenvolvi-
República irmã da Guiné, com ele se reforçando as re- países. do pela UCCLA, cujo proto-
geminando-se com Gabu. O lações institucionais da ca- Na oportunidade, o autarca colo foi assinado em 12 de
respectivo acordo de Co- pital de Cabo Verde com cabo-verdiano teve reuniões Janeiro de 2011.

Municipalia {41}
zoom

Boa
Vista

Santo
Antão

{42} Municipalia
Fogo

Maio

Bra
va

Municipalia {43}
zoom

Sal

Santi
ago

{44} Municipalia
S.Ni
colau

S.Vi
cente

Municipalia {45}
emanálise
Aspectos essen
Boaventura Alves Silva
Mestrando em Administração Pública
da Autonomia
O
baixo potencial na A autonomia financeira não é uniforme e o sector das receitas;
arrecadação das receitas para todos os Municípios, pois o seu 4. O cumprimento das disposições
fiscais ligadas às grau de dependência face à legais, no que concerne ao
actividades económicas Administração Central depende fornecimento de bens e serviços,
locais incipientes requer fundamentalmente da sua capacidade tendo em consideração que alguns
medidas de política no sentido de de gerar receitas próprias. Quanto Municípios continuam a contratar
continuação do aumento das maior for a arrecadação de receitas serviços e adquirir bens sem respeitar
transferências, quer no âmbito do próprias, menor é a dependência do as disposições constantes na Lei que
Fundo de Financiamento Municipal Município em relação às transferências define o Regime Jurídico das
(FFM), quer ainda no âmbito do do Governo. Aquisições Públicas;
financiamento de programas de A consolidação da autonomia 5. A actualização das matrizes dos
investimentos municipais previstos no financeira dos Municípios em Cabo cadastros prediais e a valorização dos
Programa Plurianual de Investimentos. Verde passa pela tomada das seguintes prédios rústicos em zonas de elevado
É indiscutível que os Municípios medidas: potencial económico é uma medida
devem, igualmente, envidar esforços no 1. As cobranças das mais-valias de extrema importância que,
sentido de aumentar as suas receitas resultantes das transacções certamente, irá contribuir para
próprias, de modo a dependerem cada imobiliárias podiam ser muito mais aumentar as receitas próprias dos
vez menos das transferências da expressivas se os Municípios Municípios.
Administração Central. reorganizarem os seus serviços 6. A melhoria dos serviços de
A maior parte dos Municípios do País internos de cobrança de impostos e fiscalização dos Municípios terá um
continua a depender fortemente da reforçarem a fiscalização tributária impacte directo no aumento das suas
Administração Central para ter municipal. Neste sentido, é receitas próprias;
recursos, o que limita a sua indispensável a constituição de uma 7. A cobrança das dívidas, quer ao
intervenção, com particular destaque base de dados sobre os contribuintes Estado, quer aos contribuintes,
para os mais pequenos cujas em todos os Municípios do País; poderá representar um aumento
transferências do Estado ultrapassam 2. Alguns impostos e taxas municipais, significativo das receitas, sobretudo
os 65% do total do orçamento. previstos nos Orçamentos dos em Municípios como Praia, S.
Com excepção das Câmaras da Praia, Municípios, não são cobrados, Vicente e Sal.
S. Vicente e Sal, os impostos representando perdas fiscais 8. A criação do Serviço de Execução
municipalizados não representam mais relevantes, pelo que é necessário Fiscal Municipal, com a função de
do que 10% dos orçamentos imprimir mais dinamismo na garantir a célere instrução e
municipais. Os rácios financeiros cobrança das receitas próprias; organização dos processos de contra-
municipais, calculados em relação ao 3. É indispensável dotar os Gabinetes ordenação, em conformidade com a
PIB, demonstram que o total dos Técnicos dos Municípios de pessoal Lei das Finanças Locais;
impostos municipais arrecadados não qualificado e de meios materiais, no 9. É indispensável a regulamentação da
chega a 1% do PIB, o que demonstra sentido de se proceder à actualização Policia Municipal, de modo a
de forma clara que a debilidade dos cadastros prediais e à garantir o cumprimento rigoroso das
financeira é estrutural e não pode ser informatização de todo o processo de posturas municipais, das leis,
combatida com medidas avulsas e de alienação dos terrenos, em estreita regulamentos, deliberações ou
curto prazo. conexão com o sector de fiscalização decisões dos órgãos municipais;

{46} Municipalia
nciais do reforço
Financeira Municipal
A garantia do cumprimento dos Governo deve igualmente criar podem ser experimentadas pelos
regulamentos e posturas municipais em condições legais para o efeito, através Municípios em Cabo Verde.
matérias que dizem respeito às de diplomas específicos, Tal incremento pode ocorrer, por um
atribuições municipais, designadamente designadamente, a Lei que regula o lado, através da recuperação da
nas áreas do urbanismo, saneamento e Regime Jurídico do Sector Empresarial capacidade tributária, com medidas do
ambiente, terá impacte positivo, quer Local, com o objectivo de explorar as tipo: actualização do cadastro
ao nível das receitas próprias, quer na actividades de interesse geral, imobiliário, combate à sonegação,
melhoria da prestação dos serviços aos promover o desenvolvimento local e modernização da máquina fiscal
munícipes; regional e a gestão de concessões de municipal, recuperação da dívida fiscal
É indispensável a regulamentação dos serviços. municipal, etc.
seguintes diplomas no âmbito da nova É indispensável agregar outras fontes,
Lei das Finanças Locais: Novos desafios da autonomia através da captação de recursos de
• Execução Fiscal Municipal; outras esferas dos Municípios, de
• Avaliação Patrimonial Municipal;
financeira municipal organismos internacionais de fomento,
• Legislação sobre Controlo Interno A questão das possibilidades de da iniciativa privada, assim como
nos Municípios; financiamento dos Municípios tem a através da realização de operações de
• Revisão/Actualização da Lei que ver com a magnitude dos recursos crédito, como, por exemplo, as
regula o Imposto Único sobre o necessários aos projectos/actividades obrigações municipais através da Bolsa
Património; que se quer pôr em andamento face à de Valores.
• Revisão da Lei que regula o Imposto capacidade de investimento das Ë justamente a noção de articulação
de Circulação Veiculo Automóvel. Finanças Públicas Locais e de de várias fontes público-privado, e
captação de recursos de outras fontes, entre esferas de governo, que tem sido
Além de acções voltadas directamente internas e externas. Supõe-se que a apontada como um caminho
ao aumento da arrecadação, os magnitude dos recursos demandados alternativo para o financiamento do
Municípios podem e devem incentivar remete ao tipo de iniciativa, por desenvolvimento local. Isso não
as actividades comerciais locais, exemplo, em saber se os investimentos apenas na abordagem competitiva,
conseguindo deste modo aumentar de a serem realizados devem ser em como na óptica social.
arrecadação do Imposto na sua base infra-estruturas sócio-comunitárias ou Analisando as restrições dos canais
territorial. Nesse âmbito, deve ser para promoção de actividades tradicionais de financiamento – via
estimulada a instalação de novas económicas locais. Orçamento do Estado ou o sistema
empresas ou serviços nos Municípios. financeiro privado – assinala-se, como
Esta visão “empresarial” deve ser Como pensar na capacidade de possibilidade para a renovação e
implementada em estreita colaboração poupança/investimento num criação de infra-estruturas,
com as Câmaras de Comércio, a Cabo equipamentos e serviços, uma gestão
quadro de crise fiscal do Estado
Verde Investimentos, as Sociedades de que combine: o fortalecimento da
Desenvolvimento e outros parceiros e num contexto de Municípios cooperação entre esferas do Governo;
sociais existentes nos respectivos com base económica débil? a parceria público-privado; e o
Municípios. Alguns estudos evidenciam que há pagamento de um preço ou tarifa
Para contribuir para a dinamização do brechas, mesmo que limitadas, no pelos usuários na utilização dos
tecido empresarial nos Municípios, o incremento dessa capacidade, as quais serviços municipais.

Municipalia {47}
pelomundo
Organização Municipal em Espanha

Quem é quem na FEMP (Madrid); Alberto Fabra Esther Díaz García,


Part, Alcalde de Castellón de Alcaldesa de Langreo
la Plana; Fernando Martínez (Asturias); Juan Andrés
Maillo, Presidente de la Tovar Mena, Presidente de
Diputación de Zamora; la Diputación de Cáceres;
Francisco de la Torre Tontxu Rodríguez Esquerdo,
Prados, Alcalde de Málaga; Alcalde de Baracaldo
Francisco Javier León de la (Vizcaya); Aurelio Abreu
Riva, Alcalde de Valladolid; Expósito, Alcalde de
Yolanda Barcina Angulo, Buenavista del Norte (Santa
Alcaldesa de Pamplona; José Cruz de Tenerife); Nuria
Crespo Iglesias, Alcalde de Lázaro Sánchez, Alcaldesa
Lalín (Pontevedra); Miguel de Caminreal (Teruel);
Ángel Cámara Botía, Carlos Martínez Mínguez,
Alcalde de Murcia; Antonio Alcalde de Soria; Miguel
Román Jasanada, Alcalde de Ángel González Vega,

E
ste é um instrumento
de trabalho que Guadalajara; Íñigo de la Alcalde de Val de San
Municipália coloca ao Serna, Alcalde de Santander; Vicente (Cantabria); José
serviço dos Municípios Lluís Guinó i Subirós, Pablo González Durán,
cabo-verdianos: a Alcalde de Besalú (Gerona); Alcalde de Collado Villalba
identificação da organização Heliodoro Gallego Cuesta, (Madrid); Empar Navarro i
dos autarcas espanhóis, Alcalde de Palencia; Juan Pròsper, Alcaldesa de Aldaya
equivalente à ANMCV. Alberto Belloch Julbe, (Valencia); Carmen Torralba
Valiente, Alcaldesa de
A FEMP (Federação Fernández Felgueroso, Sotorribas (Cuenca);
Espanhola dos Municípios e Alcaldesa de Gijón Antonio Sánchez Pacheco,
Províncias/ Federación (Asturias); Petronila Alcalde de Mijas (Málaga);
Española de los Municipios Guerrero Rosado, Presidenta Pere Navarro Morera,
y Provincias) tem de la Diputación de Huelva; Alcalde de Tarrasa
actualmente a seguinte Jerónimo Saavedra Acevedo, (Barcelona); Luis Fuentes
direcção (Conselho Federal): Alcalde de Las Palmas de Cubillo, Alcalde de
Presidente: Pedro Castro Gran Canaria; José Villanueva de la Torre
Vázquez, Alcalde de Getafe Francisco Rivas Cid, Alcalde (Guadalajara); Pedro
de Talavera de la Reina Pedro Castro Vázquez
(Madrid); Primeiro Vice-
presidente, Regina Otaola (Toledo); Aina Calvo Sastre, Alcalde de Zaragoza; Irene
Muguerza, Alcaldesa de Alcaldesa de Palma de García Macías, Alcaldesa de
Lizarza (Guipúzcoa); Mallorca; Ramón Ropero Sanlúcar de Barrameda
Segundo Vice-presidente, Mancera, Alcalde de (Cádiz); Manuel Bustos
Andrés Ocaña, Alcalde de Villafranca de los Barros Garrido, Alcalde de Sabadell
Córdoba; Secretario Geral: (Badajoz); Patxi Lazcoz (Barcelona); Nemesio de
Isaura Leal Fernández. Baigorri, Alcalde de Vitoria, Lara Guerrero, Presidente de
(Álava); Joaquín Peribáñez la Diputación de Ciudad
São vogais do Conselho Peiró, Alcalde de Calamocha Real; Javier Losada de
Federal: Alejandro Soler (Teruel); Abel Caballero Azpiazu, Alcalde de La
Mur, Alcalde de Elche Álvarez, Alcalde de Vigo Coruña; Elena Víboras
(Alicante); Núria Marín, (Pontevedra); Luis Partida Jiménez, Alcaldesa de Alcalá
Alcaldesa de Hospitalet de Brunete, Alcalde de la Real (Jaén); Ángel Ros
Llobregat (Barcelona); Paz Villanueva de la Cañada Domingo, Alcalde de Lérida; Regina Otaola Muguerza

{48} Municipalia
Espanha é o país
Arahuetes García, Alcalde
de Segovia; Juan Carlos
José Torres Colomer,
Alcalde de Riveira (La
mais premiado
Velasco Quiles, Alcalde de
Alcalá del Río (Sevilla);
Arturo Bagur Mercadal,
Coruña); Ramón Miranda
Adán, Alcalde de Garachico
(Santa Cruz de Tenerife);
pela ONU por
Alcalde de Mahón (Islas
Baleares); Tomás Santos
Munilla, Alcalde de
Ginés López Rodríguez,
Alcalde de Arganda del Rey
(Madrid); Luis Rogelio
práticas urbanas
Logroño; Manuel Estribio Rodríguez-Comendador Zurbano), “estes prémios
Sánchez, Alcalde de Pérez, Alcalde de Almería; demonstram o
Torremayor (Badajoz); Efrén Martínez Izquierdo, reconhecimento pelas
Montserrat Caldeira Cidre, Presidente de la Diputación experiências espanholas
Alcaldesa de Talavera la de Soria; Carlos López pioneiras no apoio e
Real (Badajoz); Alberto Riesco, Alcalde de fomento de um
Tirador Martínez, Alcalde Ponferrada (León); Manuel desenvolvimento urbano
de Illas (Asturias); Ángeles Mª Bernardo Foncubierta, sustentável e participativo
Muñoz Uriol, Alcaldesa de Alcalde de San Fernando © Marc Desbordes

A
Marbella (Málaga); Miguel (Cádiz); Javier Varela Pérez, s Câmaras
Ángel García Nieto, Alcalde Alcalde de Antas de Ulla Municipais
de Ávila; Alfonso Rus Terol, (Lugo); Sonia Castedo espanholas
Presidente de la Diputación Ramos, Alcaldesa de (Ayuntamientos) de
de Valencia; Inmaculada Alicante; José Masa Díaz, Barcelona e Noain foram
Juárez Meléndez, Alcaldesa Alcalde de Rivas- as distinguidas na oitava
de Algete Madrid; Miguel Vaciamadrid (Madrid); edição dos Prémios
Ángel Celdrán Matute, Josep María Tost i Borrás, Internacionais para a
Alcalde de Badajoz; Alcalde de Riudecanyes Melhoria das Condições e uma melhoria efectiva da
Francisco Javier Pagola (Tarragona); Jaume Gilabert de Vida nas Cidades, qualidade de vida dos
Sáenz, Alcalde de Calahorra Torruella, Presidente de la promovidos pela ONU- cidadãos”.
(La Rioja); Pedro Rodríguez Diputación Provincial de HABITAT (United Nations A autarquia de Noain
González, Alcalde de Lérida; Lluís Tejedor Human Settlements (Região de Navarra) foi
Huelva; Luis María Ballesteros, Alcalde de El Programme, distinguida pelo seu Plano
Beamonte Mesa, Alcalde de Prat de Llobregat www.unhabitat.org ). Estes Municipal para a
Tarazona (Zaragoza); José (Barcelona); Julio Setién prémios foram instituídos Mudança Climática e o
Manuel Fernández Díaz, Martínez, Alcalde de San em 1996 e, pela primeira Município catalão pela sua
Alcalde de Peñamellera Baja Fernando de Henares vez, dois municípios de um Agenda Escolar 21.
(Asturias); Catalina Soler (Madrid); María Dolores mesmo país obtiveram ao Joan Clos, director
Torres, Alcaldesa de Felanitx García Giménez, Alcaldesa mesmo tempo esta executivo da ONU-
(Islas Baleares); Encarnación de Villagarcía de Arosa distinção, sendo Habitat, falando na
Domínguez Afonso, (Pontevedra); Francisco actualmente a Espanha o cerimónia de entrega dos
Alcaldesa de Tejeda (Las Javier Sanz de Carramiñana, país cujos municípios mais prémios, sublinhou que a
Palmas); Isabel Jiménez Alcalde de Castejón vezes obtiveram tal acção desta organização
García, Presidenta de la (Navarra); Víctor Javier qualificação. Como internacional orienta-se
Diputación de Salamanca; Ruiz de Diego, Alcalde de salientou a Secretária de para duas linhas básicas: a
Carlos Manuel Cotillas Calatayud (Zaragoza); Estado espanhola para a assessoria aos governos
López, Alcalde de Tomelloso Gabino de Lorenzo Ferreras, Habitação, Beatriz locais com maiores
(Ciudad Real); José Joaquín Alcalde de Oviedo; Vicente Corredor, na entrega dos dificuldades e o apoio
Ripoll Serrano, Presidente de Orden Vigara, Presidente de prémios, que decorreu em directo às comunidades
la Diputación de Alicante; la Diputación de Burgos. Madrid (no Palácio locais nos seus territórios.

Municipalia {49}
pelomundo
Organização Municipal em Portugal

Composição do Conselho
Directivo da ANMP
Presidente da Câmara Rosinha, Presidente da
Municipal de Castelo Câmara Municipal de Vila
Branco; Fernando Franca de Xira; Miguel
Campos, Presidente da Albuquerque, Presidente
Câmara Municipal de da Câmara Municipal do
Boticas; António José Funchal; António
Ganhão, Presidente da Rodrigues, Presidente da
Câmara Municipal de Câmara Municipal de
Benavente; vogais - Torres Novas; Berta
Joaquim Barreto, Cabral, Presidente da
Presidente da Câmara Câmara Municipal de
Municipal de Cabeceiras Ponta Delgada; Castro
de Basto; Jaime Soares, Fernandes, Presidente da
Presidente da Câmara Câmara Municipal de
Municipal de Vila Nova de Santo Tirso; José Ribau
Poiares; Maria da Luz Esteves, Presidente da
Fernando Ruas Câmara Municipal de

O
actual Conselho Fernando Ruas, Presidente Ílhavo; Manuel da Luz,
Directivo da da Câmara Municipal de Presidente da Câmara
Associação Viseu; Vice-Presidentes - Municipal de Portimão;
Nacional dos Municípios Rui Solheiro, Presidente da Desidério Silva, Presidente
Portugueses, ANPM, saído Câmara Municipal de da Câmara Municipal de
do seu último Congresso, Melgaço; Manuel Frexes, Albufeira; João Ponte,
realizado em Viseu, 2010, Presidente da Câmara Presidente da Câmara
é composto pelos seguintes Municipal do Fundão; Municipal de Lagoa
elementos: Presidente, Joaquim Morão, (Açores).
© Carlos Paes

{50} Municipalia
Bissau São Tomé e Príncipe

© Rui Almeida
Poder Local
Democrático
em compasso
de espera Associação
F
oi constituída, em
Março de 2010, a
Comissão
financeiras e à crise
política que se abateu
sobre aquele país. Espera-
das Autarquias
O
Conselho Correia, esteve em S. Tomé
Instaladora da Associação se que o municipalismo
Directivo da para apresentar um Plano
das Autarquias Locais da democrático da Guiné-
constituída de Formação aos Autarcas
Guiné-Bissau, abrindo Bissau, cujo avanço foi
AARASP, Associação das sãotomenses, que foi
caminho à instituição do incentivado pelo
Autarquias e Região implementado em Janeiro
Poder Local Democrático ForalCPLP (que deu para
Autónoma de São Tomé e deste ano. Entretanto, a
naquele país. Com isso forte contributo),
Príncipe, é presidido pelo UCCLA colaborou, em
estatutos já aprovados, o possa muito em breve ser
Presidente da Câmara de conjugação com as
processo de retomado, tendo em conta
Lobata, tendo como vice- empresas Águas de
democratização do a normalização política a
presidentes os autarcas de Portugal – Internacional
municipalismo guineense – que se assiste. A não
Água Grande e de Caué, e (apoiante da UCCLA) e as
com a realização de existência de um Poder
como vogais o Presidente empresas camarárias
eleições autárquicas, que Local Democrático na
da Câmara de Mé-Zochi e Águas de Coimbra e os
chegaram a ser previstas Guiné lusófona tem sido
Aleixo Pires, vereador da SMAS de Sintra, em
para o ano passado - um travão ao
Câmara da Lobata. acções integradas no Plano
entrou, no entanto, em relacionamento das
Em Outubro de 2010, o Director do sector de Água
compasso de espera, Câmaras guineenses com
coordenador da UCCLA, e Saneamento de S. Tomé
devido a dificuldades Câmaras de outros países.
engº Miguel Anacoreta e Príncipe.
© Colleen Taugher

Luanda

Assembleia da UCCLA
L
uanda vai receber, de assume até 2013 a
10 a 11 de Maio, a presidência da UCCLA,
XXVIII Assembleia sucedendo a Salvador da
Geral da UCCLA (União Bahia.
das Cidades Capitais de Para preparar a Assembleia
Língua Portuguesa), que da UCCLA, o Governador
congrega 34 cidades de Luanda nomeou uma
lusófonas situadas em Comissão Organizadora.
África, América do Sul, A par da Assembleia Geral
Ásia e Europa. Luanda, da UCCLA decorre em
através do seu Governador, Luanda o Fórum
José Maria dos Santos, Empresarial sobre Turismo.

Municipalia {51}
outroolhar
Cidade Velha descrita por José Luiz Tavares

“Inextricáveis linhas
com que se inventa
uma pátria”

M
as entre nós e o mundo só de vê-las, emurchece meu coração pulcro.
que se desbota, Poucas fontes há nesta terra incandescente;
/flibustagens travestidas impróprio é o chão para quase toda a semente.
de ternura./De sol a sol, Lhe digo, senhor meu – daqui grande lucro
move-nos o eco do tempo/ escorrendo pelos
beirais/ onde gatinham sombras refractárias/ não haveremos, mas angra é muito boa,
ao pequeno comércio de souvenirs”. Assim, acoitada de ventos: talvez se faça uma
com o seu modo poético, José Luiz Tavares pequena lisboa – sob o sol que verruma
projecta-nos outra dimensão da Cidade a terra, não há doce lembrança que não doa.
Velha (“Cidade do Mais Antigo Nome” –
edição Assírio & Alvim): é um formoso e Ou, gravando no chão da poesia a palavra
excelente livro, ilustrado com fotografias de pátria e nela implantando pendão tanto da
Duarte Belo, cuja objectiva captou arte como da memória tão dura como a
instantâneos da cidade Património da rocha basáltica onde se escavaram leitos de
CIDADE DO MAIS Humanidade, primeira capital e berço torrentes, agora secas:
histórico de Cabo Verde. Tavares agarrou a
ANTIGO NOME alma do Sítio que foi motivo de combates, “Então erguemos uma morada
Texto: José Luiz Tavares onde a perversidade corsária terçou armas junto à costa bonançosa,
com milícias respondendo aos alardos. sob um teto de altas nuvens”,
Fotos: Duarte Belo Ele mesmo, tomando nos dentes a poética disse a voz,
Assírio & Alvim como os do corso tomavam as adagas,
Novembro 2009 pisou as ruelas do passado para nelas “e à terra demos o nome de ribeira
projectar a sua vivência própria. grande, por mor das tumultuosas águas
E resultou assim: que ela descem caminho do mar.

Das cousas que medram nestas ribeiras E cumpriu-se então, aqui, nossa sina
faço-vos, senhor, a relação: a frondosa obscura, tecida pelas inextricáveis linhas
mangueira onde a gleba é mais humosa; com que se inventa uma pátria”.
nenhuma fruta do reino, miradas piteiras:
É livro intenso e extenso (175 páginas,
incluindo índex): a primeira obra poética
que sobre Cidade Velha se escreveu, logo da
autoria de um dos mais laureados autores
cabo-verdianos. O verbo é por vezes rude e
sempre clássico, sem facilidades nem
facilitismos, moldando no cancioneiro
cabo-verdiano um novo modelo da poética,
inusitado numa literatura onde faltam
cantos heróicos (tirando, de certo modo,
“Capitão Ambrósio”, de Gabriel Mariano).
{52} Municipalia
Municipalia {53}
outroolhar
Um livro complexo: é fácil aderir, mas é indispensável questioná-lo.
E quando assim é, é perfeito

Praia cantada
por JL Hopffer
Almada
A
edição de “Praianas”, de José de santa maria da vitória e da esperança
Luís Hopffer de Almada (Spleen nas praias fronteiras nos pântanos inúmeros
Edições), deixou alguma adjacentes
perplexidade nos seus leitores: nas achadas e várzeas circundantes…
aparentemente é quase um remake da sua
“Assomada Nocturna”, no que esta tem de Por aqui vai o poeta no questionar das
melhor – a última edição, ampliada e sombras que o presseguem. Por exemplo:
enriquecida sobre o esboço original, que foi
a primeva. De facto, decalca um modelo e Lembras-te, Julinho Damas
um discurso alimentado pelo memorial dos versos sonhadores de antónio nunes
característico de um emigrante que repensa aguinaldo fonseca gabriel mariano ovídio
as suas raízes. Nesse particular, esta obra martins
(que valia – pela sua novidade – o inaugurar do libertário onirismo dos poetas da nova
de um percurso novo para a poética largada
PRAIANAS cabo-verdiana) representava o clímax de um e de outros versados na arte poética de
[REVISITAÇÕES DO processo de amadurecimento evidenciado intervenção social
e de outros versejadores e de outros
TEMPO E DA CIDADE] nas suas diversas edições: as insistentes
anáforas davam-lhe um sabor dramático, em panfletários
José Luis Hopffer C. etapa superior para algo que fora esboçado e de outros trovadores dotados na ciência da
Almada em Mariano (“Capitão Ambrósio”). Para a revolta e do inconformismo
literatura cabo-verdiana figurava como o seu e de outros vates consagrados no
(Capa de Abraão Vicente)
grande poema dramático. manejamento do verbo…
Spleen Edições “Praianas” não comporta, por isso, qualquer
Abril 2009 novidade. Será mais do mesmo, deixando Dir-se-á que o autor, há muito radicado nas
um sabor amargo a déjà vu. Formalmente, terra longe, sente necessidade de vasculhar
será assim. No entanto, o dramatismo no desassossego do seu baú de lembranças
construído já não decorre sobre o palco da residuais as raízes de que não quer
grande cidade do planalto de Santiago. emancipar-se e aí encontrar o chão próprio
Transfere-se de Assomada para a capital, a da sua afirmação de identidade. E tal
cidade da Praia, e revela-se como o primeiro levanta problemas – ônticos uns, políticos
grande canto sobre Praia Maria. É neste outros – que acabam por pôr em causa o
contexto que o importa ler e assimilar o cosmopolitissmo para que o “exílio”
excelente texto que começa deste modo: (voluntário, seja) o empurra. Será um drama
adjacente a este canto dramático que honra
Todos nós éramos a capital arquipelágica.
seríamos atentos escrutinadores “Praianas”, de José Luís Hopffer Almada –
das pedras das inscrições das efabulações a ler. É obrigatório. E tem capa (excelente)
corroendo o corpo multissecular da urbe de Abraão Vicente. Foi edição patrocinada
construída nos contrafortes do planalto pela Câmara Municipal da Praia.
{54} Municipalia
No rasto
de Nhô
Eugénio
P
ela primeira vez, Eugénio Tavares e fundamentais para o entendimento do seu
DjaBrava motivam um filme – um legado cultural – o apego aos ideais
longo documentário que nos traz republicanos que foram sua bandeira (ou não
muito de desconhecido a propósito fosse Eugénio chegado ao almirante Cândido
do vate que abriu as portas à literatura dos Reis, um dos arautos da revolução
cabo-verdiana (dando-lhe marca de republicana em Portugal, também com fortes
identidade) e elevou o crioulo à qualidade de raízes na Brava); a sua frustração com o
língua literária. Júlio Silvão Tavares, cineasta rumo tomado pela I República portuguesa
cabo-verdiano, com a colaboração de Nuno (que o levou a distanciar-se deste
Rebocho, jornalista, poeta e escritor republicanismo e a aproximar-se de correntes
português radicado em Cabo Verde, de pensamento mais ousadas); o seu
abalançou-se a trazer ao cinema a memória jornalismo crítico, que pôs em evidência os
de Eugénio. Dirigindo uma equipa que atrasos vividos no arquipélago e abriu
integrou Nuno Ferreira (câmara), Vítor caminho a uma linha de pensamento que
Ribeiro (som) e o próprio Nuno Rebocho, viria, anos mais tarde, a evoluir para a
Silvão fez-se aos caminhos da “ilha das reclamação da autonomia e da
flores”, ouviu gentes, recolheu testemunhos independência, e que também lhe trouxe
de pessoas que ainda conheceram Nhô perseguições; a sua vida apaixonada, que
Eugénio (João Ida, Virgínia Pereira/“Nha colocou a beleza feminina como sol
Djina”, Francisco Baptista Gomes/“Nhô iluminador dos seus dias.
Frank”, Rosa Fortes Baptista/“Nha Rosa”) – Em fundo musical, de excelente qualidade,
são depoimentos que se juntam a “leituras” surgem Celina Pereira, Gardénia Benrós,
da obra do poeta feitas por nomes Sãozinha Fonseca e o Grupo Irmãos Unidos
credenciados da cultura cabo-verdiana, como da Brava. Durante 52 minutos, este filme de
são os casos de Emanuel Brito Semedo Júlio Silvão – exibido em todas as televisões
(professor universitário), os escritores Corsino estatais dos países da CPLP – dá-nos uma
Fortes e Ondina Ferreira, e ainda Turíbio visão descomplexada de Eugénio Tavares,
Pinheiro, um estudioso do legado do poeta. sem se prender na natural mitologia
Juntam-se a estes depoimentos os de Helena construída em torno do poeta, e mesmo
Ramos Lisboa (professora e escritora), Viriato abrindo pistas para a clarificação de alguns
Barros (ensaísta e estudioso), além de Noel aspectos da sua vida, ensombrados por
Henrique Alves (pastor da Igreja Nazarena “verdades feitas”, nunca até aqui
em Nova Sintra, cultor da memória de questionados porque confinados a uma
Eugénio Tavares) e Nelson Miranda Gomes. “tradição” acrítica.
O documentário de Silvão, que foi Até por isto, este “Eugénio coração crioulo”,
contemplado pelo DOC/CPLP, preocupou-se que enriquece a filmografia de Silvão e de
em recolher testemunhos que situam a vida e Cabo Verde, faz-se material de estudo mais
obra do poeta da ilha Brava no contexto do que necessário para quantos procurem
seu tempo histórico, abordando aspectos conhecer Eugénio Tavares e a sua obra.
Municipalia {55}
agenda
Kriol Jazz
Praia
Festival 2011
homenageia
Codé di Dona
Danae

A
3.ª edição do Kriol Jazz que vem da Martinica; depois será
Festival na cidade da Yamandu Costa, aquele que é o
Praia vai homenagear o guitarrista brasileiro com maior eco no
rei do funaná, Codé di mundo e, a fechar a noite, Boubacar
Dona, falecido há um Traore, do Mali, considerado um
ano. A festa será durante quatro dias: “bluesman” nos países ocidentais.
13, 14, 15 e 16 de Abril. No último dia, 16, o nosso Hernâni
De acordo com a Câmara Municipal da Almeida dá o pontapé de saída. Tania
Praia, os dois primeiros dias serão Libertad, peruana, vem a seguir,
dedicados essencialmente à música trazendo o estilo musical do perú negro.
nacional e os espectáculos (gratuitos) Cindy Blackman-Santana, dos
terão lugar na remodelada Rua 5 de EUA, a baterista de Carlos Santana, que Maraca & The Monterey Latin Jazz All Stars
Julho, no Plateau. Nesses dois dias, por sinal é o seu marido, vem trazer a sua
artistas cabo-verdianos, e não só, terão energia e o inconfundível estilo de Jazz
a oportunidade de apresentar o seu para o palco da terceira edição do Kriol
trabalho a promotores culturais Jazz Festival. Um dos momentos
internacionais que vão estar presentes aguardados com grande expectativa,
nesta festa. Maraca & The Monterey Latin
No dia 13, vão actuar Remna Jazz All Stars com participação
Schwarz, Danae, SAKUTA/Vera especial de David Sanchez, de Cuba,
Cruz, Lexxus Legal; vai fechar esta edição de 2011.
Dia 14 Gaita Ferro, Ensemble Hot Os bilhetes nesta terceira edição serão
Club de Portugal, Cordas do Sol e de dois tipos: para o espaço sentado, ao
Ferro&Gaita. preço de 1.500$00 e, de pé, a
A maioria dos artistas nacionais 1.000$00. Os números das cadeiras vão
dispensa apresentações. O grupo de Hip ser reduzidos relativamente às edições
Hop Lexxus Legal, que vem do anteriores.
Congo, é oferecido ao evento pelo Para além de música, esta edição vai
David Sanchez
Centro Cultural Francês e o Jazz promover os habituais workshops.
Ensemble Hot Club de Portugal, Serão dois, um com Yamandu Costa
pelo Centro Cultural Português. e o outro com Cindy Blackman-
Nos dois últimos dias do Kriol Jazz Santana. Ainda vão ser realizadas três
Festival, 15 e 16 de Abril, a festa será Jam Sessions, no Espaço K, onde
na Praça António Lorena (Pracinha da artistas nacionais e internacionais vão
Escola Grande). Os concertos iniciam-se ter a oportunidade de tocarem juntos.
com a actuação de um artista nacional. Exposições de pintura, fotografias e
No dia 15, Albertino abre o palco, artesanatos e animações musicais na rua
seguindo-se Alain Jean-Marie, um pedonal do Plateau vão acontecer
dos principais solistas do piano bebop, paralelamente ao Kriol Jazz Festival. Cordas do Sol

{56} Municipalia
Tania Libertad Boubacar Traore

Gaita Ferro Remna Schwarz Albertino Alain-Jean-Marie

Ferro Gaita Yamandu Costa

Hernani Almeida Lexxus Legal Cindy Blackman-Santana

Municipalia {57}
municipalis onstituída em 22 de Setembro de 1995, a Associação

C
Nacional dos Municípios de Cabo Verde realizou
nessa data o seu I Congresso no Mindelo, S. Vicente e
teve como “madrinha” a Cooperação Francesa que, para o
efeito, deu todo o apoio. Os estatutos da ANMCV -
publicados no Boletim Oficial da República de Cabo Verde Conselho Directivo
Presidente:
- II Série, nº33 - de 19 de Agosto de 1996 – seguiram o disposto Francisco Fernandes
pelo Decreto-Lei nº 52A/90, de 4 de Julho de 1990, relativo aos Tavares
1º Vice-Presidente:
Estatutos dos Municípios, que autorizava a constituição de
Isaura Gomes
Associações de Municípios, instrumento jurídico indispensável para 2º Vice-Presidente:
o cumprimento das atribuições municipais e definia as regras Camilo Andrade
Gonçalves
jurídicas aplicáveis à criação, organização, funcionamento e
3º Vice-Presidente:
extinção dessas associações intermunicipais. Jorge Figueiredo
Ao constituir-se, a ANMCV assumiu como sua vocação a 4º Vice-Presidente:
Eugénio Miranda da
promoção, defesa, valorização e representação do Poder Local e
Veiga
afirmou-se como um dos principais actores da implementação do 1º Vogal:
processo de descentralização em Cabo Verde, pelo conjunto das Victor Moreno Baessa
2º Vogal:
iniciativas visando dinamizar e reforçar a acção dos 22 municípios
Fernando Jorge Borges
cabo-verdianos, que cobrem a totalidade das nove ilhas habitadas.
Cabe-lhe assim a: Mesa do Congresso
• Representação e defesa dos Municípios perante os órgãos de e do Conselho Geral
Presidente:
soberania nacional;
Júlio Correia
• Realização de estudos e projectos sobre assuntos relevantes do 1º Vice-Presidente:
Poder Local; José Santos Oliveira
2º Vice-Presidente:
• Criação de serviços e de gabinetes destinados à prossecução
Filomena Delgado
dos seus fins, bem como os dos seus membros; 1º Secretário:
• Desenvolvimento de acções de formação, informação dos eleitos Vera Almeida
2º Secretário:
e de aperfeiçoamento profissional do pessoal da administração Anísio Rodrigues
local;
• Troca de experiências e informação em todos os domínios da
actividade municipal;
• Representação dos seus membros perante organizações
nacionais e internacionais.

Contactos
Sede:
Achada Santo António,
Cidade da Praia
CP 267 - A
Telefone: 2 62 36 34
Fax: 2 62 36 32
E-mail: anmcv@cvtelecom.cv

www.anmcv.com
{58} Municipalia

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