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LICITAÇÃO

CONCEITO

• Ao contrário dos particulares, que dispõem de


ampla liberdade quando pretender adquirir,
alienar, locar bens, contratar a execução de
obras ou serviços, o Poder Público, para fazê-lo,
necessita um procedimento preliminar
rigorosamente determinado e preestabelecido
em lei. Tal procedimento denomina-se
LICITAÇÃO.

• LICITAÇÃO é um certame que as entidades


governamentais devem promover e no qual
abrem disputa entre os interessados em com
elas travar determinadas relações de conteúdo
patrimonial, para escolher a proposta mais
vantajosa às conveniências públicas. Estriba-se
na idéia de competição, a ser travada
isonomicamente entre os que preencham os
atributos e aptidões necessários ao bom
cumprimento das obrigações que se propõem
assumir.

• Visa propiciar iguais oportunidades aos que


desejam contratar com o Poder Público, dentro
dos padrões estabelecidos pela Administração,
e atua como fator de eficiência e moralidade
nos negócios administrativos. É o meio técnico-
legal de verificação das melhores condições
para a execução de obras e serviços, compra
de materiais, e alienação de bens públicos.

• Realiza-se através de uma sucessão ordenada


de atos vinculantes para a Administração e para
os licitantes, sem a observância dos quais é
nulo o procedimento licitatório e o contrato
subseqüente.

LEGISLAÇÃO
• C.F. ART. 37, XXI: “XXI - ressalvados os casos
especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.”

• Lei no. 8.666, de 21/06/93: “Regulamenta o art.


37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras providências.

• Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre


licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.

• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime


desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as
fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

• Lei no. 10.520, de 17/07/02: Institui, no âmbito


da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
nos termos do art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, modalidade de licitação
denominada pregão, para aquisição de bens e
serviços comuns, e dá outras providências.

PRINCÍPIOS

• O art. 3º da Lei de Licitações (Lei 8666/93)


estabelece que:
• “Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da
isonomia e a selecionar a proposta mais
vantajosa para a Administração e será
processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.”

• Princípio da legalidade: art. 4º da LLIC:


“Todos quantos participem de licitação
promovida pelos órgãos ou entidades a
que se refere o art. 1º têm direito público
subjetivo à fiel observância do pertinente
procedimento estabelecido nesta lei, podendo
qualquer cidadão acompanhar o seu
desenvolvimento, desde que não interfira de
modo a perturbar ou impedir a realização dos
trabalhos.”

• Princípio da Impessoalidade e do Julgamento


objetivo: impede quaisquer favoritismos ou
discriminações impertinentes, sublinhando-se o
dever de que, no procedimento licitatório,
sejam todos os licitantes tratados com absoluta
neutralidade. Tal princípio não é senão uma
forma de designar o princípio da igualdade de
todos perante a Administração. Os critérios
para se apurar a proposta mais vantajosa para
a Administração Pública devem ser objetivos,
critérios estes fixados no ato convocatório, que
não se fundem nas preferências ou escolha dos
julgadores.

• Princípio da Igualdade: implica o dever não


apenas de tratar isonomicamente todos os que
afluírem ao certame, mas também o de ensejar
oportunidade de disputá-lo a quaisquer
interessados que desejando dele participar,
podem oferecer as indispensáveis condições de
garantia. O § 1º do art. 3º da LLIC proíbe que o
ato convocatório da licitação admita, preveja,
inclua ou tolere cláusulas ou condições capazes
de frustrar ou restringir o caráter competitivo
do procedimento licitatório e veda o
estabelecimento de preferências ou distinções
em razão da naturalidade, sede ou domicílio
dos licitantes, bem como entre empresas
brasileiras ou estrangeiras, ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o objeto do contrato.
• EXCEÇÃO: ART. 3º, §2º Em igualdade de
condições, como critério de desempate, será
assegurada preferência, sucessivamente, aos
bens e serviços:
I - produzidos ou prestados por empresas
brasileiras de capital nacional;
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas
brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País.

• LC 123/06 (Lei de Micro Empresas) Art. 44. Nas


licitações será assegurada, como critério de
desempate, preferência de contratação para as
microempresas e empresas de pequeno porte.
§ 1º Entende-se por empate aquelas situações
em que as propostas apresentadas pelas
microempresas e empresas de pequeno porte
sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores à proposta mais bem classificada.
§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo
percentual estabelecido no § 1º deste artigo
será de até 5% (cinco por cento) superior ao
melhor preço.
• Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta
Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:
I - a microempresa ou empresa de pequeno
porte mais bem classificada poderá apresentar
proposta de preço inferior àquela considerada
vencedora do certame, situação em que será
adjudicado em seu favor o objeto licitado;
II - não ocorrendo a contratação da
microempresa ou empresa de pequeno porte,
na forma do inciso I do caput deste artigo,
serão convocadas as remanescentes que
porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1º
e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, na
ordem classificatória, para o exercício do
mesmo direito;
III - no caso de equivalência dos valores
apresentados pelas microempresas e empresas
de pequeno porte que se encontrem nos
intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art.
44 desta Lei Complementar, será realizado
sorteio entre elas para que se identifique
aquela que primeiro poderá apresentar melhor
oferta.
§ 1º Na hipótese da não-contratação nos termos
previstos no caput deste artigo, o objeto licitado
será adjudicado em favor da proposta
originalmente vencedora do certame.
§ 2º O disposto neste artigo somente se
aplicará quando a melhor oferta inicial não tiver
sido apresentada por microempresa ou
empresa de pequeno porte.
§ 3º No caso de pregão, a microempresa ou
empresa de pequeno porte mais bem
classificada será convocada para apresentar
nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco)
minutos após o encerramento dos lances, sob
pena de preclusão.

• Princípio da Publicidade: os atos e termos da


licitação – no que se inclui a motivação das
decisões – sejam efetivamente expostos ao
conhecimento de quaisquer interessados, não
só dos licitantes.
Art. 3º, § 3º LLIC: “A licitação não será sigilosa,
sendo públicos e acessíveis ao público os atos
de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo
das propostas, até a respectiva abertura.”

• A publicidade desempenha duas funções: a)


objetiva permitir o amplo acesso dos
interessados ao certame, ou seja, a
universalidade da participação no processo
licitatório; b) objetiva facultar a verificação da
regularidade dos atos praticados.

• Nos casos em que se permite o sigilo em uma


licitação, os motivos devem ser justificados.
• Princípio da Moralidade e da Probidade: o
procedimento licitatório terá de se desenrolar
na conformidade de padrões éticos prezáveis, o
que impõe, para Administração e licitantes, um
comportamento escorreito, liso, honesto, de
parte a parte. Quando se verificar que a
moralidade foi prejudicada, a licitação deve ser
invalidada, punindo-se os responsáveis.

• Princípio da vinculação ao instrumento


convocatório: As partes envolvidas
(Administração e licitantes) se obrigam a
respeitar estritamente as regras que haja
previamente estabelecido para disciplinar o
certame.

• Art. 41 LLIC: “A Administração não pode


descumprir as normas e condições do edital, ao
qual se acha estritamente vinculada.”

• Qualquer cidadão poderá impugnar o edital


com até 5 dias de antecedência da abertura da
licitação.

OBJETO DA LICITAÇÃO
• Visa a licitação a seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração. Busca
selecionar o proponente que apresente as
melhores condições para atender os reclamos
do interesse público, tendo em vista todas as
circunstâncias previsíveis (preço, capacitação
técnica, qualidade, etc.)

• O ideal vislumbrado pelo legislador é, por via de


licitação, conduzir a Administração a realizar o
melhor contrato possível: obter a melhor
qualidade pagando o menor preço.

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