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1 - Profecias de Simeão (Lucas 2, 34-35) “34. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este
menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser
um sinal que provocará contradições, 35.a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E
uma espada transpassará a tua alma”.*
Na primeira dor, Santo Afonso lembra que Deus usa de misericórdia conosco "ocultando" as "cruzes
vindouras" na nossa vida, porque ele deseja que vivamos o sofrimento somente na hora e no momento
certos. Com a Virgem Maria Ele não teve a mesma atitude. Maria foi destinada a ser a Rainha dos
Mártires e em tudo semelhante a seu Filho. "Devia por isso, sofrer continuamente e ter sempre diante dos
olhos as penas que a esperavam".
Reze com Santo Afonso a oração para esta dor de Maria:
Ó minha bendita Mãe, não só uma espada, porém tantas quantas foram os meus pecados, tenho eu
acrescentado ao vosso coração. Não a vós, que sois inocente, minha Senhora, mas a mim, réu de tantos
delitos, são devidas as penas. Já que contudo quisestes sofrer tanto por meu amor, impetrai-me pelos vossos
merecimentos uma grande dor de minhas culpas, e a paciência necessária para sofrer os trabalhos desta
vida. Por maiores que sejam, sempre serão leves em comparação dos castigos que tenho merecido, e de
meus pecados, que me têm tornado tantas vezes digno do inferno. Amém.
2 - A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21) "13. Depois de sua partida, um anjo do Senhor
apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até
que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. 14. José levantou-se durante a noite,
tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se
cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Do Egito chamei meu filho (Os 11,1). 16. Vendo, então,
Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou massacrar em Belém e nos
seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos
magos. 17. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18. Em Ramá se ouviu uma voz, choro e
grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jr 31,15)! 19.
Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: 20. “Levanta-te,
toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do
menino”. 21. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel."
Jesus e Maria passaram pelo mundo como fugitivos, e eles trazem uma lição para nós, diz Santo
Afonso. "Temos de viver na terra como peregrinos, sem apegos aos bens que o mundo nos oferece".
Aprendamos com Jesus e Maria a abraçar as cruzes, porque sem elas não podemos viver neste mundo.
Reze com Santo Afonso a oração para esta dor de Maria:
Ó Maria, nem depois de vosso Filho ter sido imolado pelos homens, que o perseguiram até à morte,
cessaram esses ingratos de persegui-lo com seus pecados, e de afligir-vos, ó Mãe dolorosa? E eu mesmo, ó
meu Deus, não tenho sido um desses ingratos? Ah! minha Mãe dulcíssima, impetrai-me lágrimas para chorar
tanta ingratidão. E pelas muitas penas que sofrestes na viagem para o Egito, assisti-me com vosso auxílio na
viagem que estou fazendo para a eternidade, a fim de que possa um dia ir amar convosco meu Salvador
perseguido, na pátria dos bem-aventurados. Amém.
3 - A perda do Menino Jesus no templo (Lucas 2, 41-51) "41. Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a
festa da Páscoa. 42. Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. 43.
Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o
percebessem. 44. Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de
um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos. 45. Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à
procura dele. 46. Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os. 47. Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. 48.
Quando eles o viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: “Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e
eu andávamos à tua procura, cheios de aflição”. 49. Respondeu-lhes ele: “Por que me procuráveis? Não
sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”.* 50. Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes
dissera. 51. Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas
coisas no seu coração."
Uma das maiores dores de Maria foi esta: a perda de seu Filho no templo. Somente nesta dor é que ouvimos
Maria queixar-se, diz Santo Afonso. "Filho, por que fizeste assim conosco? Olha que teu pai e eu te
buscamos aflitos!" (Lc 2,48). Essas palavras, segundo Afonso, não indicam uma censura da parte de Nossa
Senhora, mas revelam a intensa dor que experimentou na ausência do amado Filho.
Santo Afonso então oferece uma reflexão: "Essas penas de nossa Mãe devem primeiramente servir de
conforto às almas que se veem privadas das consolações e da suave presença do Senhor. (...) Chorem, se
quiserem, mas chorem com paz e resignação, como Maria chorou a ausência de seu Filho. Cobrem
ânimo e não temam por ter perdido a graça divina".
4 - Encontro com Jesus caminhando para a morte (Lucas 23, 27-31) "27. Seguia-o uma grande multidão de
povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam. 28. Voltando-se para elas, Jesus disse: “Filhas de
Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos. 29. Porque virão dias
em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram! 30. Então,
dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!* 31. Porque, se eles fazem isso ao lenho verde,
que acontecerá ao seco?”.
Maria Santíssima chora ao ver chegar o momento da Paixão e ao notar que faltava pouco tempo para
perder o seu Filho.
Santo Afonso recorda que Maria não quer abandonar Jesus, embora ver sua morte seja uma dor
incalculável. "Adiante vai o Filho, e atrás segue a Mãe para ser crucificada com ele. (...) Não nos
apiedaremos de Maria, que vai seguindo o Cordeiro Imaculado, levado ao suplício? Participemos, pois,
de sua dor; com ela acompanharemos seu Divino Filho, levando pacientemente as cruzes que nos manda o
Senhor.
5 - A morte de Jesus na Cruz (João 19, 25-27) "25.Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de
sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26.Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo
que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. 27.Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa
hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe."
Aqui temos que contemplar um grande martírio, indica Santo Afonso. Uma mãe é condenada a ver morrer
diante de seus olhos o seu Filho inocente. “Estava em pé junto à cruz de Jesus, sua Mãe” (Jo 19,25).
"A Virgem não cessava de oferecer à Divina Justiça a vida do Filho pela nossa salvação. Por aí vemos o
quanto cooperava pelos seus sofrimentos para fazer-nos nascer à vida da graça. E se nesse mar de
mágoas, que era o coração de Maria, entrou algum alívio, então este único consolo foi certamente o
animador pensamento de que, por suas dores, cooperava para nossa eterna salvação", relata Santo
Afonso.
6 - Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61) "55.Havia ali também algumas mulheres
que de longe olhavam; tinham seguido Jesus desde a Galileia para o servir. 56.Entre elas se achavam Maria
Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. 57.À tardinha, um homem rico de
Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus, 58.foi procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de
Jesus. Pilatos cedeu-o. 59.José tomou o corpo, envolveu-o num lençol branco 60.e o depositou num sepulcro
novo, que tinha mandado talhar para si na rocha. Depois rolou uma grande pedra à entrada do sepulcro e foi-
se embora. 61.Maria Madalena e a outra Maria ficaram lá, sentadas defronte do túmulo."
Na sexta dor da pobre Mãe de Jesus, Santo Afonso convida a contemplar "com atenção e lágrimas de
piedade". As dores que até agora, uma a uma iam golpeando Maria, vem todas de uma única vez.
Santo Afonso indica então uma frase de São Boaventura, dita por Maria. "Se meu Filho quis que lhe fosse
aberto o lado para dar-te seu coração, é justo que lhe dês também o teu". Maria reconhece em Jesus o plano
completo da salvação de Deus.
João ( 19, 34-37) "34.mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu
sangue e água. 35.O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele
sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais. 36.Assim se cumpriu a Escritura: Nenhum dos seus
ossos será quebrado (Ex 12,46).* 37.E diz em outra parte a Escritura: Olharão para aquele que trans-
passaram (Zc 12,10). (= Mt 27,57-61 = Mc 15,42-47 = Lc 23,50-56)"
Responsabilidade no serviço
Por fim pedimos “que tenhamos um coração de filhos para alcançarmos um dia, a herança que
prometestes” (oração). A vigilância que a palavra de Deus nos pede não é um medo de ser pego em falta,
mas de ser responsável por aquilo que nos foi confiado no Reino. Que o Senhor, ao chegar nos encontre
em nosso lugar. Convém ao administrador, que seja fiel. Ao receber a responsabilidade, recebemos um
grande dom do qual devemos prestar contas: “A quem muito foi dado, muito será pedido. A quem muito foi
confiado, muito mais será exigido” (Lc 12,48). Quem muito recebeu deve prestar maiores contas. Somos
responsáveis diante de Deus pelos imensos bens, tanto materiais como espirituais que recebemos. Em
cada Eucaristia podemos revisar nossa vida diante da Palavra.
Leituras:Sabedoria 18,6-9;Salmo 32;Hebreus 11,1-2.8-12;Lucas 12,32-48.
Ficha nº 1256 - Homilia do 19º Domingo Comum (11.08.13)
Buscamos a felicidade. O Reino é o tesouro que buscamos. No tesouro está nosso coração. A fé nos
ensina que já possuímos o que esperamos. A mentalidade do mundo é acumular para o presente. Estes
bens são vítimas de tantos males. Aprendemos que a fé nos mostra bens que vão além do material. Ser
desapegado é preocupar-se com os outros.
A solidariedade é uma riqueza que nos dá o grande tesouro no Céu. Isso não elimina a responsabilidade
sobre o mundo. Em nossa fé, o primeiro tesouro é a solidariedade. É o primeiro sinal da Páscoa. Quem
tem bens pode resolver-se por si. Então vamos aos necessitados.
A vigilância não é medo de ser pego em falta, mas ser responsável pelo que nos foi confiado no Reino. Ao
receber uma responsabilidade, recebemos um dom do qual vamos prestar contas. Somos responsáveis
pelos imensos bens, espirituais ou materiais que recebemos. Em cada Eucaristia podemos revisar.
Caixa forte
Ladrão não assalta o Céu. Então vamos garantir nossos bens por lá. “Onde está o vosso tesouro, aí está o
vosso coração” (Lc 12,34). O que possuímos para nosso bem é para fazermos muitos bens. Assim temos
o equilíbrio interior e o equilíbrio do mundo. Nossos bens, tanto materiais, como espirituais são para serem
multiplicados. Eles aumentam, não quando guardamos, mas quando distribuímos. O amor multiplica.
O tesouro se adquire pela fé: “A fé é um modo de já possuir o que se espera, a convicção acerca das
realidades que ao se vêem” (Hb 11,1).
Quando Jesus nos ensina a estar preparados, pois o Senhor virá de uma hora para a outra, está dizendo
que temos que cumprir nossa parte: “A quem muito foi dado, muito será pedido”. A vida é uma escolha
pessoal.
Estamos dando início à Semana Santa com a celebração do Domingo de Ramos, chamado
também “Domingo da Paixão”. Com ramos nas mãos, seguimos os passos de Jesus na sua entrada
triunfal em Jerusalém e com Ele caminhamos rumo à cruz. A paixão, morte e ressurreição de Jesus
são o acontecimento central de nossa fé. Por ele recebemos a graça da salvação.
Ao longo dos tempos, esta semana era chamada de “Semana Maior” pela grandeza do evento
salvífico nela realizado por Jesus e contemplado por todos os que N’Ele creem. Uma semana
marcada por profunda oração, silêncio, respeito e por participação efetiva das famílias nas
celebrações da comunidade.
A liturgia deste domingo se divide em dois momentos. O primeiro, a Bênção dos Ramos que nos
aponta para a chegada de Jesus em Jerusalém, lugar onde irá cumprir sua missão na entrega de si
mesmo por obediência ao plano salvador. Com os ramos somos chamados a cantar o “Hosana ao
Filho de Davi” reconhecendo Jesus como o Messias e enviado do Pai. O segundo momento, a
celebração com a missa, na qual a Palavra de Deus na primeira leitura, nos apresenta o Profeta
Isaías que mostra a atitude do servo sofredor que assume com fidelidade a realização do projeto de
Deus para ser testemunha de sua Palavra no meio de todas as nações. Esta passagem retrata
antecipadamente a atitude de Jesus que assume a mesma condição com total desprendimento,
amor e fidelidade o plano do Pai e serviço aos mais necessitados.
A segunda leitura, tirada da Carta de São Paulo aos Filipenses, apresenta o belo hino cristológico
mostrando-nos que Jesus, existindo em condição divina, esvazia-se de si mesmo e assume a
condição humana, menos o pecado, “fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz”, sendo por
isso, elevado pelo Pai acima de todo nome, pelo que deve-se proclamar: “Jesus Cristo é o Senhor”.
Ao contemplarmos e meditarmos a narrativa da paixão e morte de Jesus, na certeza de sua
ressurreição, ouvindo o evangelho deste Domingo, o de Ramos e da Paixão, somos chamados a
compreender que a vida cristã, no seguimento de Jesus, deve ser feita de amor, de serviço, de
entrega e doação total de si, pelo bem dos mais sofredores. É o que Jesus pede a cada um de nós:
sermos solidários a serviço dos irmãos e irmãs, vivendo o desprendimento de nós mesmos para,
como ele, estarmos ao lado dos mais necessitados.
Vivamos esta semana percorrendo com Jesus seus últimos passos entre os seres humanos,
acolhendo seus ensinamentos e aprendendo dele a sermos obedientes, fiéis e servidores ao plano
salvador de Deus para toda a humanidade. “Se com Cristo morremos, com Ele haveremos de
ressuscitar”.
"1.Ao mestre de canto. Segundo a melodia “A corça da aurora”. Salmo de Davi.* 2.Meu Deus, meu
Deus, por que me abandonastes? E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?*
3.
Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis; imploro de noite e não me atendeis. 4.Entretanto,
vós habitais em vosso santuário, vós que sois a glória de Israel. 5.Nossos pais puseram sua
confiança em vós, esperaram em vós e os livrastes. 6.A vós clamaram e foram salvos; confiaram
em vós e não foram confundidos. 7.Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de
todos e a abjeção da plebe. 8.Todos os que me vêem zombam de mim; dizem, meneando a
cabeça: 9.“Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que o salve, se o ama”.* 10.Sim, fostes vós que
me tirastes das entranhas de minha mãe e, seguro, me fizestes repousar em seu seio. 11.Eu vos
fui entregue desde o meu nascer, desde o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus. 12.Não
fiqueis longe de mim, pois estou atribulado; vinde para perto de mim, porque não há quem me
ajude. 13.Cercam-me touros numerosos, rodeiam-me touros de Basã; 14.contra mim eles abrem
suas fauces, como o leão que ruge e arrebata. 15.Derramo-me como água, todos os meus ossos
se desconjuntam; meu coração tornou-se como cera e derrete-se nas minhas entranhas. 16.Minha
garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua: vós me reduzistes ao
pó da morte. 17.Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores.
Traspassaram minhas mãos e meus pés: 18.poderia contar todos os meus ossos. Eles me olham e
me observam com alegria, 19.repartem entre si as minhas vestes, e lançam sorte sobre a minha
túnica.* 20.Porém, vós, Senhor, não vos afasteis de mim; ó meu auxílio, bem depressa me ajudai.
21.
Livrai da espada a minha alma, e das garras dos cães a minha vida. 22.Salvai-me a mim, mísero,
das fauces do leão e dos chifres dos búfalos. 23.Então, anunciarei vosso nome a meus irmãos, e
vos louvarei no meio da assembleia.* 24.“Vós que temeis o Senhor, louvai-o; vós todos,
descendentes de Jacó, aclamai-o; temei-o, todos vós, estirpe de Israel, 25.porque ele não rejeitou
nem desprezou a miséria do infeliz, nem dele desviou a sua face, mas o ouviu, quando lhe
suplicava.” 26.De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei meus votos na
presença dos que vos temem. 27.Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor aqueles
que o procuram: “Vivam para sempre os nossos corações”. 28.Hão de se lembrar do Senhor e a
ele se converter todos os povos da terra; e diante dele se prostrarão todas as famílias das
nações, 29.porque a realeza pertence ao Senhor e ele impera sobre as nações. 30.Todos os que
dormem no seio da terra o adorarão; diante dele se prostrarão os que retornam ao pó. 31.Para ele
viverá a minha alma, há de servi-lo minha descendência. Ela falará do Senhor às gerações futuras
e proclamará sua justiça ao povo que vai nascer: “Eis o que fez o Senhor”.
Abre o coração, e preparai vosso caminho com 3- Um dia Deus enviou o seu anjo Gabriel,
alegria, que saudou a Maria Virgem,
porqueJesus que vai chegar é o messias. Boa Nova anunciou: "Alegra-te, ó
Maria, o senhor contigo está. Darás a luz e terás um
2- Um dia o senhor falou, pelo profeta Isaias: Filho,
que eternamente reinará.
LUCAS 2, 34-35
34.
" Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este menino está destinado a ser
uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que
provocará contradições, 35.a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E
uma espada transpassará a tua alma”.
MATEUS 2, 13-21
" Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te,
13.
toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai
procurar o menino para o matar”. 14.José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua
mãe e partiu para o Egito. 15.Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o
que o Senhor dissera pelo profeta: Do Egito chamei meu filho (Os 11,1). 16.Vendo, então,
Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou massacrar em
Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo
exato que havia indagado dos magos. 17.Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta
Jeremias: 18.Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus
filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jr 31,15)! 19.Com a morte de Herodes, o
anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: 20.“Levanta-te, toma o menino e
sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do
menino”. 21.José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel."
meu Deus, por que me abandonastes? E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus
gemidos?* 3.Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis; imploro de noite e não me
atendeis. 4.Entretanto, vós habitais em vosso santuário, vós que sois a glória de Israel.
5.
Nossos pais puseram sua confiança em vós, esperaram em vós e os livrastes. 6.A vós
clamaram e foram salvos; confiaram em vós e não foram confundidos. 7.Eu, porém, sou um
verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe. 8.Todos os que me vêem
zombam de mim; dizem, meneando a cabeça: 9.“Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que
o salve, se o ama”.* 10.Sim, fostes vós que me tirastes das entranhas de minha mãe e, seguro,
me fizestes repousar em seu seio. 11.Eu vos fui entregue desde o meu nascer, desde o
ventre de minha mãe vós sois o meu Deus. 12.Não fiqueis longe de mim, pois estou
atribulado; vinde para perto de mim, porque não há quem me ajude. 13.Cercam-me touros
numerosos, rodeiam-me touros de Basã; 14.contra mim eles abrem suas fauces, como o leão
que ruge e arrebata. 15.Derramo-me como água, todos os meus ossos se desconjuntam; meu
coração tornou-se como cera e derrete-se nas minhas entranhas. 16.Minha garganta está seca
qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua: vós me reduzistes ao pó da morte.
17.
Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores. Traspassaram
minhas mãos e meus pés: 18.poderia contar todos os meus ossos. Eles me olham e me
observam com alegria, 19.repartem entre si as minhas vestes, e lançam sorte sobre a minha
túnica.* 20.Porém, vós, Senhor, não vos afasteis de mim; ó meu auxílio, bem depressa me
ajudai. 21.Livrai da espada a minha alma, e das garras dos cães a minha vida. 22.Salvai-me a
mim, mísero, das fauces do leão e dos chifres dos búfalos. 23.Então, anunciarei vosso nome a
meus irmãos, e vos louvarei no meio da assembleia.* 24.“Vós que temeis o Senhor, louvai-o;
vós todos, descendentes de Jacó, aclamai-o; temei-o, todos vós, estirpe de Israel, 25.porque
ele não rejeitou nem desprezou a miséria do infeliz, nem dele desviou a sua face, mas o
ouviu, quando lhe suplicava.” 26.De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei
meus votos na presença dos que vos temem. 27.Os pobres comerão e serão saciados;
louvarão o Senhor aqueles que o procuram: “Vivam para sempre os nossos corações”. 28.Hão
de se lembrar do Senhor e a ele se converter todos os povos da terra; e diante dele se
prostrarão todas as famílias das nações, 29.porque a realeza pertence ao Senhor e ele impera
sobre as nações. 30.Todos os que dormem no seio da terra o adorarão; diante dele se
prostrarão os que retornam ao pó. 31.Para ele viverá a minha alma, há de servi-lo minha
descendência. Ela falará do Senhor às gerações futuras e proclamará sua justiça ao povo que
vai nascer: “Eis o que fez o Senhor”.
4ª AULA 31/03/2021
5ª AULA 07/04/2021
Oitava de Páscoa
Tempo Pascal
6ª AULA 14/04/2021
Gostaria, no entanto, de aprofundar melhor neste artigo, outras características das primeiras
comunidades, segundo Lucas:
a) Viviam unidos e colocavam tudo em comum: Podemos dizer que este modo de vida das
primeiras comunidades deve inspirar nosso jeito de ser Igreja hoje e, também, nosso compromisso
com uma sociedade mais justa e fraterna, fundamentada no bem comum. Podemos afirmar, sem
medo de errar, que é isto que falta na Igreja e na Sociedade no mundo e no Brasil: valorizar o que é
de interesse comum. O Compêndio da Doutrina Social da Igreja nos lembra que “o zelo pelo bem
comum exige que se aproveitem as novas ocasiões de redistribuição de poder e riqueza entre as
diversas áreas do planeta, em benefício das mais desfavorecidas e até agora excluídas ou à
margem do progresso social e econômico” (nº 363) e que o assumir o bem comum se torna a
finalidade e o critério regulador da vida pública (cf. nº 407). O Texto Base da Campanha da
Fraternidade deste ano diz que “a caridade social nos leva a amar o bem comum e a buscar
efetivamente o bem de todas as pessoas” (nº 117). Esta caridade social “se expressa no empenho e
na atuação política dos cristãos e das Comunidades Eclesiais Missionárias” (Texto Base CF/2020, nº
120). Esta atuação política é um ato de caridade indispensável, que tem por objetivo “organizar e
estruturar a sociedade de modo que o próximo não venha a se encontrar na miséria” (Texto Base da
CF/2020, nº 124).
b) Repartiam o dinheiro conforme a necessidade de cada um: Perguntemo-nos: na Igreja e na
sociedade o dinheiro é repartido assim como nas primeiras comunidades, conforme a necessidade
de cada um? Como anda a comunhão e a partilha entre as Comunidades de uma mesma paróquia,
entre as paróquias de uma mesma diocese ou prelazia, entre as dioceses e prelazias de um mesmo
regional, entre os diversos regionais de uma mesma conferência episcopal? E na organização da
sociedade quem tem mais recursos paga mais impostos, para isentar quem tem menos recursos de
pagar impostos? Ou os riquíssimos, os ricos, a classe média, os pobres e os empobrecidos
pagamos impostos todos do mesmo jeito? O dinheiro público, gerado pelos impostos, é distribuído
conforme a necessidade de cada um, como nas primeiras comunidades? Quem recebe mais
benefícios com o dinheiro público? Dar conforme a necessidade de cada um é o que se chama de
equidade, ou seja, deve receber mais quem precisa mais. Podemos aqui recordar o princípio da
destinação universal dos bens, que comporta um esforço comum com o objetivo de “obter para toda
pessoa e para todos os povos as condições necessárias ao desenvolvimento integral, de modo que
todos possam contribuir para a promoção de um mundo mais humano, onde cada um possa dar e
receber, e onde o progresso de uns não seja mais um obstáculo ao desenvolvimento de outros, nem
um pretexto para a sua sujeição” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, nº 175).
c) Partiam o pão pelas casas: Tem um canto de nossa Igreja que nos ensina a partilha, quando em
uma de suas estrofes faz-nos rezar: “Dar um pouco do que tem, a quem tem menos ainda,
enriquece o doador, faz a vida ainda mais linda”. Esta experiência das primeiras comunidades, faz-
nos entrar em sintonia com a Campanha “É tempo de cuidar” da CNBB e da Caritas Nacional,
inspirada, por sua vez, no lema da Campanha da Fraternidade de 2020: “Viu, sentiu compaixão e
cuidou dele”. Podemos confirmar o que dizem os Bispos da América Latina e do Caribe, reunidos em
Aparecida (SP) no ano de 2007, em seu Documento Final: “Alegra-nos o profundo sentimento de
solidariedade que caracteriza nossos povos e a prática de compartilhar e de ajuda mútua” (nº 99g).
Jesus nos ensina a partilhar o pão. Duas vezes ela sente compaixão das pessoas que lhe
escutavam e determina aos apóstolos que providenciem o alimento para as pessoas (cf. Mc 6, 33-
44; 8, 1-9). No primeiro relato, Marcos narra que os apóstolos queriam que Jesus mandasse embora
o povo com fome (cf. Mc 6, 36). Jesus não aceita a proposta egoísta dos apóstolos e determina que
eles dessem comida ao povo, partissem o pão, como de fato, aconteceu (cf. Mc 6, 41-43). No
segundo relato, Marcos diz que Jesus toma a iniciativa, por compaixão, de querer alimentar o povo
que lhe escutava (cf. Mc 8, 3). Os apóstolos colocam dificuldade, querendo fazer Jesus desistir de
ser solidário, praticar a partilha e combater a fome (cf. Mc 8, 4). Mas Jesus não aceita a proposta
deles e novamente sacia a fome das pessoas (cf. Mc 8, 8). As primeiras comunidades por certo
partiam o pão nas casas, inspiradas nestas ações de Jesus. Nós hoje, século XXI, devemos fazer
como Jesus e como as primeiras comunidades: saciar a fome dos famintos, através da partilha
solidária. Somente quem age assim, a festa irá celebrar: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em
herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e
me destes de comer” (Mt 25, 34-35). Seguindo o jeito de ser e viver de Jesus, no que diz respeito à
realidade das pessoas com fome, o Papa Francisco falando a juízes no Vaticano disse: “Não existe
democracia com fome, desenvolvimento com pobreza nem justiça com iniquidade” (citado pelo Texto
Base da CF/2020, nº 131).
d) Louvavam a Deus: observemos como o louvor vem depois de terem colocado tudo em comum e
de terem repartido o pão. Louvor sem compromisso com os pobres vira exibicionismo, farisaísmo,
hipocrisia. Jesus mesmo disse isto dos fariseus, anciãos e doutores da lei: “O Profeta Isaías bem
profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim. É inútil o culto que me prestam, as doutrinas que ensinam não
passam de preceitos humanos’” (Mc 7, 6-7). Podemos, também, lembrar de outra passagem do
Profeta Isaías, neste contexto de um louvor sem repercussão na vida: “Parai de trazer oferendas
sem sentido! Incenso é coisa aborrecida para mim! Lua nova, sábado, celebração solene…, não
suporto maldade com festa religiosa… Quando estendeis as mãos para mim, desvio o meu olhar.
Ainda que multipliqueis as orações, de forma alguma atenderei, porque vossas mãos estão sujas de
sangue” (1, 13.15). Recordemos o que diz o Documento de Aparecida: “Lamentamos algumas
tentativas de voltar a um certo tipo de eclesiologia e espiritualidade contrárias à renovação do
Concílio Vaticano II e nossas débeis vivências da opção preferencial pelos pobres” e “percebemos
uma ênfase no ritualismo sem o conveniente caminho de formação… Preocupa-nos uma
espiritualidade individualista” (nº 100b-c). O Texto Base da CF/2020, nº 176 nos traz uma afirmação
do Papa Francisco em Bañado Norte, Paraguai, em julho de 2015: “A fé nos faz próximos, aproxima-
nos da vida dos outros. A fé desperta o nosso compromisso com os outros, desperta a nossa
solidariedade… A fé que não se faz solidariedade é uma fé morta. É uma fé sem Cristo, uma fé sem
Deus, uma fé sem irmãos”. Neste sentido da fé que se faz solidariedade, podemos lembrar do que o
Papa Francisco fala na Exortação Apostólica Querida Amazônia: “O Evangelho propõe a caridade
divina que brota do Coração de Cristo e gera uma busca da justiça que é inseparavelmente um
canto de fraternidade e solidariedade, um estímulo à cultura do encontro” (nº 22).
Uma Comunidade Cristã do século XXI, que se inspira e atualiza o jeito de viver das primeiras
comunidades cristãs, que Lucas nos faz um retrato no livro dos Atos dos Apóstolos, poderá cantar
como as CEBs cantam: “Eu sou feliz é na comunidade; é na comunidade que eu sou feliz!” e “pão
em todas as mesas, da páscoa a nova certeza, a festa haverá e o povo cantar, aleluia”.