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Glossário de Termos e
Expressões Anti-Racistas
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CORPO: O corpo humano pode ser concebido como uma porção de es-
paço, com suas fronteiras, centros vitais, defesas e fraquezas. O corpo tam-
bém pode ser pensado como um território. Na visão de mundo de vários
povos africanos, o corpo é o primeiro território sagrado do qual somos
responsáveis. Para Azoilda Trindade, “é importante ressaltar, também, que
diversos povos e grupos étnicos e culturais concebem e interagem com
o corpo diferentemente: uns amam o corpo do outro; uns escravizam e
vampirizam o corpo do outro, usando o corpo alheio; outros destroem o
próprio corpo se autonegando, se mutilando... Uns sacralizam os corpos,
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humanos, sociais e políticos; outros reduzem e negam o corpo do outro;
outros, ainda, escondem os seus próprios corpos como se deles se envergo-
nhassem” (2002, p. 71).
CORPORALIDADE: Corporalidade e espiritualidade compõem a estrutura
que os seres humanos portam nos diversos aspectos da alma, no investimento
cultural dos sentidos da vida. Corporalidade é o viver cotidiano de cada pes-
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RAÇA:$QRomRGHUDoDVHFRQÀJXURXQRSHQVDPHQWRRFLGHQWDODSDUWLUGDV
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terizavam os povos apoiando-se nas diferenças aparentes e os hierarquizavam
a seu modo, tratando, sobretudo, as raças brancas como superiores às raças
amarelas e mais ainda às negras, dentre outras. As ciências naturais contem-
porâneas apontam para a inexistência de raças biológicas, preferindo falar em
uma única espécie humana. No entanto, as ciências sociais, reconhecendo as
desigualdades que se estabeleceram e se reproduzem com base no fenótipo
das pessoas, especialmente em países que escravizaram africanos(as), con-
cordam com a manutenção do termo raça como uma construção social que
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do racismo. A noção de “raça” para o Movimento Negro não está pautada na
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negro no mundo.
RACISMO: Remete a um conjunto de teorias, crenças e práticas que estabe-
lece uma hierarquia entre as raças, consideradas como fenômenos biológicos
(MUNANGA, 2004). Doutrina ou sistema político fundado sobre o direito
de uma raça (considerada pura ou superior) de dominar outras; preconceito
extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, ge-
ralmente considerada inferior; atitude de hostilidade em relação à determina-
da categoria de pessoas.
RECONHECIMENTO: Os caminhos para o pluralismo centram-se nas
lutas pelo reconhecimento e pelo direito à diferença dos povos negros, indí-
genas, dos movimentos feministas, dos movimentos da diversidade sexual,
dos movimentos dos direitos humanos, em geral. A busca pelo reconheci-
mento é individual e social e o reconhecimento deve ser praticado pelos indi-
víduos e pelas instituições.
SEGREGAÇÃO RACIAL: Separação forçada e explícita, com base na lei
ou no comportamento social de grupos étnicos e raciais considerados como
minoritários ou inferiores. Como nos indica Hélio Santos: “A segregação ins-
titucional, tipo apartheid, felizmente, nos dias atuais está em desuso. Há seto-
res da sociedade brasileira tão fechados para algumas pessoas que poderíamos
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SEXISMO: É a discriminação ou tratamento desigual a um determinado
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distintos sobre os quais se assenta o sexismo: um sexo é superior ao outro;
mulher e homem são profundamente diferentes (mesmo além de diferenças
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aspectos sociais como o direito e a linguagem. Em relação ao preconcei-
to contra mulheres, diferencia-se do machismo por ser mais consciente e
pretensamente racionalizado, ao passo que o machismo é muitas vezes um
comportamento de imitação social. Nesse caso, o sexismo muitas vezes está
ligado à misoginia (aversão ou ódio às mulheres).
TERRITÓRIO/TERRITORIALIDADE: Para entendermos o concei-
WR GH WHUULWRULDOLGDGH HP ÉIULFD p QHFHVViULR YHULÀFDUPRV D FRPSOH[LGDGH
do imaginário africano tradicional. Antes, é preciso entender que tradicional,
nesse caso, não é igual a velho, estático e sem evolução. A territorialidade se
dá através da força vital, da energia concentrada em tal espaço, sem fronteiras
rígidas. A territorialidade pode ser percebida como espaço de práticas cultu-
rais nas quais se criam mecanismos identitários de representação a partir da
memória coletiva, das suas singularidades culturais e paisagens. A territoria-
lidade seria assim resultante de uma unidade construída, em detrimento das
diferenças internas, porém evocando sempre a distinção em relação às outras
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Bibliografia
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