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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE BRASÍLIA

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Curso - BACHAREL EM TEOLOGIA


Disciplina - NOVO TESTAMENTO II
N.º de Créditos: 04 créditos Semestre: 2º Semestre de 2004
Nota Mínima de Aprovação: 7,0 Professor: Marcos Alexandre dos Reis Guimarães Faria
E-mail: marcosfaria@solar.com.br
I e II AOS CORÍNTIOS
I CORÍNTIOS

1. INTEGRIDADE LITERÁRIA

A maioria dos estudiosos aceita a integridade literária da carta, ou seja, o que temos é uma cópia fiel
da carta original, como Paulo a escreveu. Uns poucos têm proposto que 1 Coríntios é uma compilação de
outras cartas de Paulo, feita posteriormente por um editor ou escriba; outros, que existem interpolações não
paulinas feitas posteriormente, como por exemplo 1 Co 14.34-36.

2. CORRESPONDÊNCIA DE PAULO AOS CORÍNTIOS


A ordem provável dos acontecimentos

O relacionamento de Paulo com a igreja de Corinto foi muito intenso e movimentado, com várias
etapas e fases. A classificação em que ocorreram é diputada, mas a seguinte ordem dos eventos tem
recebido bastante aceitação entre os estudiosos.

1. Primeira visita - Paulo faz sua primeira visita à cidade de Corinto, durante sua 2ª viagem missionária, e ali funda uma
igreja, cf. At 18.1-18. PRIMEIRA VISITA

2. Primeira carta - Depois de deixar a cidade, escreve uma carta aos coríntios, mencionada em 1 Co 5.9,11, em data e local
desconhecidos. Esta carta foi escrita antes da que conhecemos com 1 Coríntios. A alusão de Paulo a essa carta Egraya umin
en th epistolh (1 Co 5.9) deixa claro que os coríntios sabiam a que carta ele se referia (notar o artigo definido e a falta de
maiores explicações). CO A

3. Segunda carta - Algum tempo após, tendo recebido informações sobre a situação crítica da igreja pelos da Casa de Cloé, e
pela Comissão vinda da igreja de Corinto, Paulo escreve uma segunda carta aos coríntios, que ficou conhecida como 1
Coríntios. CO B - 1 Coríntios

4. Segunda visita - Essa carta não surtiu todo efeito esperado pelo apóstolo, e a situação na igreja deteriorou-se ainda mais.
Num esforço pessoal para remediar a situação, Paulo faz a sua segunda visita a Corinto, à qual ele se refere como tendo sido
triste. Não sabemos a data dessa visita. Cf. 2 Co 2.1-3,5; 12.14; 13.1-2.
“VISITA DOLOROSA”

5. Terceira carta - Após sair da cidade, Paulo escreve a terceira carta, de local e data desconhecidos, denominada pelos
estudiosos como “carta severa”, cf. 2 Co 2.4,9; 7.8-12. CO C - “CARTA SEVERA”

6. Quarta carta - Aparentemente essa carta produziu algum efeito, e Paulo escreve a quarta carta aos coríntios, que
conhecemos como 2 Coríntios. Nessa carta, Paulo menciona seus planos de visitá-los terceira vez, cf. 12.14; 13.1.
CO D - 2 Coríntios
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FTBB - NT2 - 2BI/2004 - I e II Coríntios - Prof. Marcos Alexandre R. G. Faria página 2

3. AUTORIA

Esta carta contém o nome de Paulo como sendo o autor. Não existe questionamento sério contrário
à afirmação de que Paulo tenha sido o autor das cartas aos Coríntios. Estas epístolas são reconhecidas,
por todos, como sendo fundamentais para o nosso entendimento do apóstolo Paulo, do seu ministério, e da
sua mensagem. (Bíblia de Genebra)

1 Coríntios é uma das menos disputadas, dentro do CORPUS PAULINUS. Esta carta faz parte das
HAUPETBRIEFEN - cartas principais (1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas e Romanos).

4. DATA E OCASIÃO:

Paulo esclarece no versículo 16.8 que escreveu esta carta quando estava em Éfeso, durante a
terceira viagem missionária (53-57 d.C.). Tendo em vista que o apóstolo ficou em Éfeso por mais de dois
anos (At 19.8, 10), 1 Coríntios foi escrito em torno de 55 d.C.
Embora Lucas não diga nada sobre esta correspondência no livro de Atos, ele fornece algumas
informações importantes sobre a fundação da igreja, em Corinto, durante a segunda viagem missionária de
Paulo (50-52 d.C.; At 18.1-11). Paulo chegou em Corinto depois de sua visita a Atenas (At 17.16-34), uma
experiência que havia renovado em sua mente sua convicção da tolice da sabedoria humana.
Evidentemente, este incidente com os filósofos atenienses havia aumentado a determinação de Paulo para
com a pregação da mensagem simples da cruz, não importando quão ofensiva fosse considerada por alguns
(2.1-5). Segundo, com o apoio de um casal cristão influente, Áquila e Priscila (16.19), Paulo pregou na
sinagoga até que a oposição judaica lhe forçou a focalizar o seu ministério aos gentios. Terceiro, a
congregação cristã em Corinto, composta de judeus e gentios, floresceu dramaticamente (At 18.8-10).
Finalmente o ministério de Paulo em Corinto foi razoavelmente longo (durou mais do que dezoito meses
conforme At 18.11, 18). Paulo tinha razões para esperar que os cristãos coríntios tivessem um pouco de
maturidade espiritual.
Esta carta revela que a igreja de Corinto, em vez de amadurecer nesse período intermediário,
desenvolveu uma quantidade espantosa de problemas sérios, tais como: Divisão, abuso dos sacramentos,
desordem durante os cultos, problemas teológicos, e os extremos da falta de escrúpulos e um ascetismo
doentio. O que aconteceu? Corinto era uma das maiores cidades do mundo romano e uma das mais
corruptas (At 18.1, nota). Sendo um centro estratégico de comércio, a cidade buscava proporcionar
prazeres internacionais. Nesse cenário os cristãos se polarizaram, alguns insistindo que a sua associação
com os pecadores era permissível e necessária, e outros argumentando que um certo isolamento era
essencial para preservar a santidade. Essas tendências opostas se descontrolaram em Corinto e
ameaçaram o futuro daquela congregação.
Podemos inferir, de 5.9, que Paulo tinha enviado uma carta anterior à igreja (que não sobreviveu
ao passar do tempo) exortando os crentes coríntios para que se separassem dos cristãos imorais. Esta
carta também deve ter contido um pedido de oferta (16.1-4), e provavelmente outras instruções
relacionadas a problemas na congregação. Esses problemas não acabaram. Eventualmente, o apóstolo
recebeu relatos de que a igreja em Corinto estava sendo despedaçada pelas divisões internas,
especialmente como resultado da ação de alguns na congregação que viam a si mesmos como sendo mais
espirituais ou inteligentes do que os outros irmãos (1.11, 12; 3.1-4; 8.1-3). Paulo também soube de outras
coisas: críticas feitas a ele, imoralidade desenfreada, e processos judiciais entre cristãos (4.1-4; 5.1; 6.1-
6). Além disso, a própria igreja havia escrito a Paulo pedindo instruções sobre tais questões como
casamentos e divórcios, comida oferecida aos ídolos, dons espirituais, e o método que Paulo estava
utilizando para a sua coleta (7.1, 25; 8.1; 12.1; 16.1). Eles também pediram uma visita de Apolo (16.12). O
apóstolo havia sido confrontado com uma tarefa enorme, e esta longa carta aos Coríntios foi uma tentativa
de tratar o problema. (Bíblia de Genebra)
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5. ESTRUTURA DA CARTA

ítens CAPÍTULO PROBLEMA ABORDADO FONTE DE INFORMAÇÃO


1 1-4 Divisões na igreja Casa de Cloé
Problemas disciplinares
2 5-6 Incesto, 5 Delegação?(16.17) Cloé? Outros?
Tribunal Secular, 6.1-11
Prostituição, 6.12-20
3 7 Casamento e Celibato Carta dos coríntios
4 8-10 Carne sacrificada aos ídolos Carta dos coríntios
Problema no culto
5 11-14 Uso do véu, 11.1-16 Carta dos coríntios e outras
Santa Ceia, 11.17-34
Uso dos Dons Espirituais, 12-14
6 15 Heresia sobre a Ressurreição Delegação? Cloé? Outros?
7 16 Coleta para Jerusalém Carta dos Coríntios

ESBOÇO DE 1 CORÍNTIOS (B. Genebra) B. Comida oferecida aos ídolos (8.1-11.1)


1. O problema e sua solução básica (capítulo 8)
I. Introdução (1.1-9). 2. A autoridade de Paulo para lidar com o problema
II. O relato da casa de Cloé (1.10—6.20) (capítulo 9)
A. Divisões na igreja (1.10-4.21) 3. Os israelitas como exemplo (10.1-22)
1. O relato (1.10-17) 4. Conclusões (10.23-11.1)
2. O evangelho e a sabedoria verdadeira (1.18-3.4) C. O Culto (11.2-34)
3. Ministério e apostolado (3.5-4.21) 1. O véu (11.2-16)
B. Problemas morais e éticos (capítulos 5 e 6) 2. A Santa Ceia (11.17-34)
1. Um caso de incesto (capítulo 5) D. Dons espirituais (capítulos 12-14)
2. Processos de lei (6.1-11) 1. Unidade e diversidade (capítulo 12)
3. Imoralidade sexual (6.12-20) 2. A grandiosidade do amor (capítulo 13)
III. Resposta à carta dos Coríntios (7.1-16.12) 3. Profecia e línguas (14.1-25)
A. Casamento e divórcio (capítulo 7) 4. O princípio da ordem (14.26-40)
1. O relacionamento conjugal (7.1-9) E. A ressurreição (capítulo 15)
2. A questão do divórcio (7.10-24) 1. A ressurreição de Cristo é essencial (15.1-11)
3. O problema especial das "virgens" (7.25-40) 2. A certeza da ressurreição (15.12-34)
3. O corpo ressurreto (15.35-49)
4. Conclusão (15.50-58)
F. Sobre a coleta e outros assuntos (16.1-12)
G. Conclusão (16.13-24)

6. TEMA DA CARTA

É difícil estabelecer um tema que unifique a carta toda, visto que nela Paulo responde a várias
questões diferentes, e aborda assuntos também diversos.

O conteúdo da carta é determinado pelos tipos de problemas que apareceram em Corinto. Muitos
estudiosos têm sugerido que ela seja entendida como um tratamento não sistemático baseado na distinção
entre as questões que tinham sido relatadas a Paulo (caps. 1—6) e problemas que os coríntios tinham
levantado na carta que enviaram a Paulo (caps. 7—16). Tal esboço nos fornece uma visão panorâmica
valiosa. Atrás da grande diversidade de questões abordadas nesta carta existem alguns problemas
profundos e recorrentes. Desafios à autoridade de Paulo, orgulho sobre a espiritualidade pessoal, e
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FTBB - NT2 - 2BI/2004 - I e II Coríntios - Prof. Marcos Alexandre R. G. Faria página 4

especialmente uma falta de amor eram questões fundamentais que o apóstolo precisava tratar. No decorrer
deste tratamento, o apóstolo declara o seu ensino sobre doutrinas importantes incluindo a soberania de
Deus, a natureza da igreja, a santificação, e a ressurreição corporal. (Bíblia de Genebra)

7. Membros da Casa de Cloé

Pouco ou nada sabemos sobre Cloé, apenas que era uma mulher, provavelmente uma cristã, morando
em Corinto ou Éfeso. Ela estava a para das divisões ocorridas na igreja de Corinto, e se sentia segura o
suficiente para mandar informações a este respeito ao apóstolo Paulo ( 1 Co 1.11; cf. 11.18).

8. Carta da Igreja

Aparentemente, a comunidade preparou algumas perguntas sobre questões práticas, (Cf. Peri de,
7:1, 25, 8:1, 12:1, 16:1, 16:12). Esta carta havia sido possivelmente trazida por uma delegação, 16.17
(Estéfanas, Fortunato e Acaico).

9. OS PROBLEMAS DA IGREJA DE CORINTO:

Além da carta, Paulo estava informado de outros problemas na comunidade (quer pelos de Cloé,
quer pela delegação que trouxe a carta):

1. Frouxidão na disciplina da igreja (5.1)


2. Um irmão processando o outro em tribunal secular (6.1)
3. Colocar-se sobre a bandeira dessa ou daquela personalidade era tentação sedutora. - O
individualismo (1.10-17)
4. Experiência sexual e abstinência de “tocar em mulher” (7.1)
5. Usos e costumes daquela época (8.1ss; 11.1ss)
6. As mulheres que participavam ativamente na igreja com véu e isto por causa dos anjos. (11.1ss)
7. As manifestações extraordinárias e exaltantes do Espírito. Espiritualidade individual -
Exibicionismos (12-14)
8. As divisões de caráter sociológico entre ricos e pobres (A CEIA) - o individualismo (11.17-34)
9. A negação da ressurreição dos mortos. Supervalorizavam um presente que acabava por tragar o
futuro. (15.1ss)
10. Heresias sobre a ressurreição (15.12)

10. AS RESPOSTAS DE PAULO:

10. 1. A Encarnação:
A palavra de Deus passa e chega a nós através das palavras humanas e traz a sua marca
indelével.

- “Não existe sequer a palavra pura de Deus, por que Jesus é sim, a palavra de Deus.”

10.2. JESUS RESSUSCITADO:

- Deus ressuscitou e glorificou não um super-homem, ou um Hércules da mitologia


clássica, mas um pobre abandonado, sem poder e sem o glorioso esplendor divino e, por isso,
incapaz de escapar da cruz.
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FTBB - NT2 - 2BI/2004 - I e II Coríntios - Prof. Marcos Alexandre R. G. Faria página 5

10.3. CONHECIMENTO E AMOR:

- Os intelectuais de Corinto queriam se aproximar de Deus através da sabedoria humana.


- Esta atitude é oposta ao modo autêntico de quem ama a Deus e se aproximar dEle.
- NÃO PODEMOS REDUZIR DEUS A UM OBJETO QUE A NOSSA MENTE POSSA
APREENDER COM LUCIDEZ.
- O verdadeiro conhecimento de Deus é animado pelo AMOR.

10.4. O CARÁTER SOLIDARISTA

- O individualismo não é só vício ético, é também negação da igreja: EDIFÍCIO DE DEUS e


CORPO DE CRISTO: estas figuras exprimem a INTERDEPENDÊNCIA. Ninguém é inútil e
ninguém basta sozinho.

10.5. CONCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA

A igreja de Corínto estava seguindo as escolas de filosofia de sua época: divinizando os seus
líderes (1.10-17). O homem estava sendo exaltado (pela sua sabedoria).
Assim, temos um Paulo que luta contra a secularização da igreja.

- O ascetismo e o liberalismo no campo sexual. (1 Co 6.12ss


- O ideal do “não tocar mulher” e o exibicionismo do “tudo me é permitido” (7.1; 6.12)

10.6. O “PRESENTE”dos “fortes”de Corinto e a DIMENSÃO ESCATOLÓGICA

- Salvos já, mas não em plenitude, isto pertence ao futuro: JÁ E AINDA NÃO, sem que um
tire o peso do outro. Veja 1.4 (presente) e 1.7 (futuro)

- Não somos pois chegados, estamos a caminho, ainda corremos riscos, tentações, nostalgias
e infidelidades.

- Aos autogarantidos de Corinto Paulo diz: “Aquele que julga estar em pé tome cuidado para
não cair.” 10.12

10.7. A METAMORFOSE

Para entrar no reino de Deus. 15.50ss

11. OBJETIVOS DE PAULO AO ESCREVER AOS CORÍNTIOS:

1. Restaurar a unidade da igreja;


2. Responder às questões práticas;
3. Corrigir as várias irregularidades em termos de pensamento e conduta;
4. Corrigir conceitos equivocados como o de espiritualidade.

12. CORRIGINDO O CONCEITO DE ESPIRITUALIDADE:

- O conceito de ESPIRITUALIDADE dos coríntios, nos diz o que estaria por detrás da maioria dos
problemas pelos quais aquela igreja estava atravesando.
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FTBB - NT2 - 2BI/2004 - I e II Coríntios - Prof. Marcos Alexandre R. G. Faria página 6

“espiritual” = pneumatikos - 26 X no NT
- 24 X - Paulo
- 15 X - I Co

“espírito” = pneuma - 40 X em I Co - Cfr. Rom - 34 X


+ de 10% do NT (347 X)

A. CRÍTICA DE PAULO AOS CORÍNTIOS:

- Eram sarkiko,i (“carnais” 3.1, 3)


- sarkiko,i está em contraste com telei,ois = (“maduros”, “experimentados”)
- sarkiko,i é de outra natureza dos yucikos = (“homem natural”)

B - 3 TIPOS DE HOMENS:
A. yucikos - homem natural - 2.14
B. sarkiko,i - cristão carnal - 3.1
C. telei,ois - cristão espiritual - 2.6

C - 2 CONCEITOS DE ESPIRITUAIS PARA PAULO:

a. o conceito dos CORÍNTIOS - ex: 3.1; 12.1; 14.37


b. o conceito de PAULO - ex: 2.13b, 15.

D - 3 ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO DOS “ESPIRITUAIS”: I Co 2-3 - 2.13; 2.15; 3.1

1. OS PROFETAS CRISTÃOS.
- Conceito tanto de Paulo quanto dos Coríntios
- Earle E. Ellis

2. TODOS OS CRISTÃOS.
- “espirituais” em contraste com o conceito dos coríntios (ser espiritual é ter dons
carismáticos)
- Moisés Silva, Vern Poythress
3. CRISTÃOS MADUROS.
- - “espirituais” em contraste com o conceito dos coríntios (ser espiritual é ter dons
carismáticos, especialmente o de línguas)
- Augustus Nicodemus

E - QUEM ERAM OS ESPIRITUAIS?

pneumatiko,s (homens espirituais) = telei,ois (homens maduros, experimentados)

F - QUAIS AS IMPLICAÇÕES:

a. ESPIRITUALIDADE TEM A VER PRIMEIRAMENTE COM


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MATURIDADE ESPIRITUAL
Ex. I Co 13

Um Caminho Mais Excelente (13.1-13)


O Amor é... Sem Amor... O Amor é Maior Que...
Paciente, benigno, altruísta, As línguas são apenas barulho Profecias, que desaparecerão
verdadeiro, cheio de esperança, (v 1) (v 8)
duradouro (vs 4-7) Profecias, mistérios, ciência e Línguas, que cessarão (v 8)
Não é invejoso, orgulhoso, egoísta ou fé nada valem (v 2) Ciência, que passará (v 8)
rude, nem aceita provocação (vs 4,5) Boas obras são inúteis (v 3)

Amor é um dos termos mais dinâmicos que Paulo emprega Para referir-se à vida santa habilitada pela
plenitude do Espírito. Inclue motivaçào e ação. O amor é característica do cristão maduro.

b. ESPIRITUALIDADE É O RESULTADO DO CRESCIMENTO PROGRESSIVO NA


GRAÇA DE DEUS

Muito mais do que crentes “carismáticos”, hoje a igreja evangélica no Brasil precisa de
crentes maduros, adultos, sóbrios, equilibrados, firmes na fé.
E isso não acontece da noite para o dia - é o resultado de um processo, por vezes longo, de
treinamento espiritual, de disciplina espiritual, deconstância e do uso regular dos meios de
graça. Não há atalho para a maturidade.

13. CORINTÍOS - ALGUMAS LIÇÕES

- Abrangia um círculo restrito de membros. Por volta de uma centena de pessoas para uma cidade de
300.000 habitantes.

- O escrito nasce, e assume sentido numa relação única e não recriável.

- Mas não é impossível encontrarmos convergências e pistas fecundas e estimulantes, e entrarmos em


diálogo com estes nossos irmãos que foram os primeiros a tomar o caminho da adesão a Jesus morto e
ressuscitado.

- ELES TENTARAM VIVER O CRISTIANISMO NA CULTURA DAQUELE TEMPO,


E nós hoje, somos chamados a fazer tradução da mesma fé cristã para a nossa cultura ocidental na virada do
milênio.

II - A SEGUNDA EPÍSTOLA DO APÓSTOLO PAULO AOS CORÍNTIOS (Bíblia de Genebra)

1. AUTOR:
Há uma aceitação universal de que Paulo foi o autor desta carta (1.1). É uma carta intensamente
pessoal em que Paulo revela vários detalhes dos seus relacionamentos e interações.

2. DATA E OCASIÃO:

A data mais provável para a epístola é 55 d.C. Paulo a escreveu depois de ter deixado Éfeso (At
20.1) mas antes de chegar novamente em Corinto (At 20.2).
Depois de fundar a igreja de Corinto em 51-52 d.C. (At 18.1-8), Paulo retornou a Antioquia,
finalizando a sua segunda viagem missionária (At 18.22). Na sua terceira viagem missionária Paulo viajou
para Éfeso e permaneceu lá durante três anos (At 19.1-41; 20.31). Durante sua estadia em Éfeso,
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FTBB - NT2 - 2BI/2004 - I e II Coríntios - Prof. Marcos Alexandre R. G. Faria página 8

mensageiros haviam vindo de Corinto com perguntas que Paulo havia respondido em 1 Coríntios (1Co
16.17,18). Depois de algum tempo, Paulo aparentemente ouviu falar das dificuldades em Corinto e fez uma
rápida viagem marítima, de Éfeso para Corinto, e retornando depois a Éfeso. Esta visita não foi bem
sucedida, e Paulo se refere a ela, mais tarde, como sendo uma visita feita "em tristeza" (2.1). Mesmo não
estando registrada em Atos, esta visita está indiretamente atestada em 2 Coríntios, quando Paulo escreve
que ele está vindo a eles "pela terceira vez" (12.14; 13.1). Não sabemos muitos detalhes sobre o que tornou
esta visita triste, mas aparentemente alguém em Corinto apresentou oposição ou ofendeu seriamente a Paulo
(2.5, 10).
A maioria dos comentaristas acha que depois da visita triste, Paulo escreveu uma carta forte aos
coríntios, chamada normalmente de "carta severa", repreendendo-os e exortando-os para que se
arrependessem (2.3, 4; 7.8). Parece, provavelmente, que a carta que é mencionada nestes versículos não foi
preservada. Mas alguns sustentam que a carta a que se refere é a de 1 Coríntios. Outros acham que a carta
originalmente separada foi preservada como 2 Coríntios 10-13. Paulo mandou Tito adiante, pelo mar, até
Corinto, levando a carta severa, enquanto Paulo fez a jornada maior por terra ao redor de Trôade e
Macedônia (2.12, 13; 7.5-9, 13-15; At 20.1, 2).
Paulo não sabia como os coríntios iriam receber a Tito e a carta severa. Quando ele saiu de Éfeso e
viajou a Trôade ele esteve extremamente ansioso por causa da sua preocupação pela igreja de Corinto (2.13;
7.5). Mesmo existindo oportunidade para um ministério efetivo quando chegou a Trôade (2.12), o espírito
de Paulo ainda estava profundamente conturbado. Ele deixou Trôade e seguiu para Filipo na Macedônia,
esperando lá encontrar a Tito. Quando Tito finalmente chegou (provavelmente em Filipo mas talvez em
Tessalônica) Paulo ficou cheio de alegria quando ouviu sobre o arrependimento genuíno dos irmãos de
Corinto e da sua profunda afeição e lealdade a Paulo (7.6-15).
Paulo escreveu então 2 Coríntios da Macedônia, para expressar sua gratidão pelo arrependimento e
obediência renovada da igreja de Corinto (7.5-16). Ele também escreveu para encorajá-los a completar a sua
coleta em favor dos cristãos pobres de Jerusalém (capítulos 8; 9). Além disso, Paulo também mostra
preocupação ao longo da epístola em defender o seu ministério contra as acusações de "falsos apóstolos"
(11.13) em Corinto, o que estava desafiando a autoridade de Paulo e a integridade do seu ministério
(capítulos 10-13; ver também 3.1-6; 7.2).
Finalmente, Paulo chegou em Corinto e ficou lá por três meses (At 20.2, 3) antes de viajar rumo a
Jerusalém com a coleta que havia sido mandada por várias igrejas para os cristãos dali (At 20.3-21.17).

3. CARACTERÍSTICAS E TEMAS:

A segunda carta aos coríntios é uma carta pessoal, repleta de expressões de emoção profunda. Como
tal, ela nos proporciona uma visão extraordinária do ministério do evangelho apresentado por Paulo. Dois
temas principais revelam a natureza do ministério apostólico de Paulo. Nos capítulos 1-7 ela é um serviço
de conforto e encorajamento divino em meio a sofrimentos e tribulações (1.3-7; 7.4, 7, 13), e nos capítulos
10-13 é uma experiência da força de Deus manifestada na fraqueza humana (12.9, 10).
Entre os temas de apoio, temos: a natureza imaculada da conduta de Paulo (1.12, 17, 18; 6.3-10; 7.2,
3), seu sofrimento freqüente pela igreja e pela glória de Deus (1.5-11; 4.8-12; 6.4-10; 11.23-12.9), seu
grande amor por todas as suas igrejas, especialmente pela de Corinto (2.4; 11.2, 7-11; 12.14, 15), sua
autoridade apostólica de exortá-los e eliminar qualquer oposição (2.9; 10.8; 13.8-10), e a ênfase freqüente
de que o julgamento de Paulo não é de acordo com os padrões do mundo mas de acordo com o reino
espiritual invisível conhecido aos olhos da fé (1.12). Outras ênfases distintivas são a glória do ministério da
nova aliança (capítulo 3) e os princípios de mordomia cristã (capítulos 8, 9).

4. DIFICULDADES DE INTERPRETAÇÃO:
Ainda que não haja dúvidas sobre a autoria de 2 Coríntios, muitos questionam a unidade da carta,
freqüentemente propondo que os capítulos 10-13 deveriam ser considerados uma carta separada, escrita
numa ocasião diferente, e somente depois anexada aos capítulos 1-9. A base de apoio para este argumento é
que o tom e atitude de Paulo para com a igreja de Corinto parece ser bastante positivo e encorajador nos
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capítulos 1-9, mas muito severo e ameaçador nos capítulos 10-13. Poderiam as duas seções terem sido
escritas na mesma ocasião à mesma igreja?
Certamente existe uma mudança de tom em 10.1. Mas isto pode ser explicado pela mudança do
assunto. Na primeira parte da carta, Paulo estava primariamente preocupado em expressar a sua alegria e
gratidão com o arrependimento dos coríntios. Ele também queria dar uma descrição positiva e extensiva do
seu próprio ministério. Tendo feito isto, ele apelou então a eles para que completassem a coleta para os
cristãos de Jerusalém (capítulos 8, 9). Finalmente, deixando a tarefa mais desagradável por último, ele
abordou o problema dos falsos apóstolos e das suas acusações contra ele (capítulos 10-13). À luz das
circunstâncias, uma mudança de tom é compreensível. Desde os tempos mais antigos da história da igreja
nunca houve indicação de divisão nesta carta, tanto na tradição dos manuscritos quanto nos primeiros
escritos históricos da igreja. Ela sempre foi lida e entendida como sendo uma única carta. Essa ainda parece
ser a melhor solução.

5. ESBOÇO DE 2 CORÍNTIOS

III. A coleta para os cristãos de Jerusalém (capítulos 8;


I. Saudações (1.1, 2) 9)
II. Uma explicação do ministério de Paulo (1.3-7.16) A. O exemplo da Macedônia (8.1-7)
A. Ações de graça pelo conforto de Deus (1.3- B. O exemplo de Jesus (8.8, 9)
11) C. Um apelo razoável e justo para contribuir
B. Explicação da mudança de planos de Paulo (8.10-9.15)
(1.12-2.4) IV. Defesa contra os falsos apóstolos (10.1-13.10)
C. Paulo perdoa um pecador penitente (2.5-11) A. O verdadeiro poder espiritual de Paulo (10.1-
D. A jornada de Paulo a Trôade e Macedônia 12)
(2.12, 13) B. A "glória" de Paulo (10.13-12.21)
E. A excelência do ministério do evangelho 1. Definição correta de glória (10.13-
(2.14-7.4) 11.21)
1. Uma procissão triunfal e um bom 2. Glória no sofrimento e na fraqueza
perfume (2.14-17) (11.22-33)
2. Uma carta de recomendação viva 3. Glória na visão do céu (12.1-10)
(3.1-3) 4. O cuidado de Paulo pelos coríntios
3. Uma nova aliança de glória (12.11-21)
inacabável (3.4-4.6) C. Advertência: Paulo virá com o poder do
4. Um ministério glorioso carregado Senhor (13.1-10)
em vasos de barro (4.7-5.10) Saudações e bênção final (13.11-14)
5. Um ministério de reconciliação
(5.11-6.13)
6. Um apelo pela separação do mal
(6.14-7.4)
F. A alegria de Paulo com a chegada de Tito
(7.5-16)

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