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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
OFICINA II: ADMINISTRAÇÃO E GOVERNO DO BRASIL

SIMULAÇÃO DE PROJETO NO EXECUTIVO MUNICIPAL


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO (SMED)

DEIVID AUGUSTO DIAS BASTOS

Porto Alegre
2022
INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir busca fazer uma análise de um projeto que solucione


algum dos principais problemas presentes no ensino básico municipal. Esse projeto
estaria sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Porto
Alegre, uma das secretarias mais antigas do município, criada em 1955. É objetivo
da SMED elaborar e implantar a política educacional municipal, assim como regular
e coordenar a prestação de serviços no ecossistema do ensino infantil e
fundamental. Atualmente mais de 70 mil alunos estão sendo geridos pela secretaria,
que possui como prioridade a qualidade da educação oferecida às crianças, jovens
e adultos.

ETAPAS DO PLANEJAMENTO TRADICIONAL

Para a produção do projeto, buscou-se analisar três principais problemas


enfrentados pela SMED atualmente, atingindo desde crianças até o ensino de
jovens e adultos.

Problemas G U T
Resultados
Gravidade Urgência Tendência

Evasão escolar no ensino 3 3 3 9


básico

Falta de proximidade dos 2 3 2 7


pais com a escola

Superlotação de alunos em 2 1 3 6
salas de aula

Esses principais problemas podem ser considerados os de maior impacto no


resultado de qualidade de ensino, que é a prioridade dentre os objetivos da SMED.
Para priorizar, foram atribuídos graus de relevância nos quesitos gravidade,
urgência e tendência. O resultado obtido, após a classificação, é de que a evasão
escolar é o que mais prejudica os índices de qualidade da educação municipal, pois
impacta diretamente a média de formação básica da população de Porto Alegre. O
segundo problema encontrado é a falta de proximidade dos pais em relação à
comunidade escolar, possivelmente provocado pelas suas responsabilidades com o
trabalho ou outras necessidades priorizadas pela família. Por último, percebe-se a
superlotação das salas de aula, que provoca o sobrecarregamento dos professores
e como consequência a redução da qualidade de ensino.
Restringido agora o olhar apenas para o principal problema encontrado,
buscou-se três possibilidades de solução ou atenuação da evasão escolar:

Soluções B I T Resulta

Beneficiados Impacto Tempo

3 3 3 9
Programa Integração
Universidade-Escola

Turno integral 2 2 2 6

2 1 2 5
Contrapartida em centros de
lazer

Após análise do resultado, observou-se que a solução Integração


Universidade-Escola poderá trazer efetivamente melhores resultados na qualidade
do ensino e na redução da evasão escolar, inclusive com menor custo. Opções
como urno integral ou contrapartida em centros de lazer (para aqueles alunos que
se mantiverem frequentes nas aulas) acabam por onerar o orçamento do município
e não beneficia a totalidade dos alunos da rede pública.

PROJETO PROGRAMA INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE-ESCOLA

Um dos grandes centros de inovação do Estado, sem dúvidas, é a


universidade. São nesses espaços que são encontradas soluções para problemas
sociais, ambientais, econômicos, entre outros, dando sentido às profissões e ao
conhecimento. O projeto Programa Integração Universidade-Escola poderá levar
para o ambiente escolar, de forma lúdica, o que se propõe e se desenvolve dentro
do espaço universitário. Aproximar o conhecimento básico da universidade, com a
percepção de porta de acesso ao crescimento e desenvolvimento individual e social,
pode gerar um poder de transformação que sinaliza ao aluno do ensino básico a
importância do trajeto percorrido durante seu processo de formação.
Além disso, trazer a universidade para dentro da escola é tornar possível a
representatividade do indivíduo marginalizado socialmente dentro de espaços
considerados eruditos, como o ambiente universitário.
A proposta seria, basicamente, a Secretaria de Educação promover em
conjunto com as universidades sediadas em Porto Alegre projetos de extensão que
busquem a integração do espaço acadêmico e desenvolvimento das comunidades
escolares. Os meios de integração podem ser os mais diversos, desde formações
profissionais direcionadas às necessidades de cada comunidade até o
desenvolvimento de habilidades dos alunos através de esportes e oficinas.
Como análise de potencial, podemos analisar que atualmente somente a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul possui mais de 80 cursos de
graduação, somados a todas as áreas de conhecimento. Ao pensar estritamente em
cursos da área da saúde, pode-se desenvolver projetos que busquem levar o
conhecimento desde nutrição (com oficinas de culinária, por exemplo) até aulas que
eduquem a respeito de desenvolvimento físico, através de cursos como Educação
Física.

ETAPA DE ORGANIZAÇÃO

A organização do programa estaria sob responsabilidade da Prefeitura


Municipal de Porto Alegre, através da SMED. A Secretaria seria responsável pelo
convite às universidades com unidades em Porto Alegre para integrar o projeto,
como medida de responsabilidade social e reconhecimento público àqueles que
fizerem parte da integração.
A SMED promoveria núcleos de coordenação entre comunidades escolares e
núcleos de coordenação universitários, os quais seriam responsáveis pelo
mapeamento e conexão das necessidades locais aos projetos de extensão.

ETAPA DE DIREÇÃO

O projeto de integração universidade-escola seria dirigido pela SMED em


conjunto com as universidades parceiras, através de um grupo coordenador, com
um representante de cada universidade, o secretário(a) de educação municipal e
equipe técnica educacional.

ETAPA DE COORDENAÇÃO

A coordenação do programa seria realizada por coordenadores de núcleo,


tanto da comunidade escolar quanto das universidades. A SMED, como principal
ator da equipe diretiva, ficaria a cargo apenas de acompanhamento, outorgando
liberdade coordenativa para os núcleos que possuem domínio das necessidades
locais e capacidade de execução a partir das universidades.

ETAPA DE CONTROLE

O controle do projeto ficaria sob responsabilidade do grupo coordenador, que


acompanharia os indicadores de desempenho e eficácia do Programa. Os
coordenadores de núcleos estariam em consenso em relação às métricas
desejáveis e as metas necessárias de serem alcançadas para o considerar o
sucesso do projeto.
Das métricas de longo prazo, a principal seria a redução da evasão escolar, seguida
de frequência escolar nos dias que houvesse atividades extracurriculares. Das
métricas de curto prazo, a principal seria o nível de satisfação e sentido educacional
da perspectiva dos alunos, ou seja, a tradução quantitativa do impacto gerado na
comunidade acadêmica (feita através de questionários e entrevistas).

ORÇAMENTO

A SMED destinaria, em média, R$10.000,00 para cada escola com a


finalidade de auxiliar na compra de bens de consumo e duráveis necessários à
execução das atividades propostas. Esse valor poderá variar proporcionalmente
conforme a quantidade de alunos matriculados.
Não haveria custos de pessoal, pois seriam remanejados ao projeto
profissionais já atuantes na esfera municipal, como professores e técnicos, que já
recebem auxílios e remuneração a cargo do município. Os custos relacionados às
universidades ficariam a critério de cada instituição fornecer ou não auxílio a
professores e alunos, tendo em vista a relação de parceria e a finalidade da
extensão universitária.
RESUMO

Finalidade: Reduzir a evasão escolar através de projetos de extensão


promovidos por universidades com campus em Porto Alegre.
Solução: Programa Integração Universidade-Escola, conectando ass
necessidades das comunidades escolares aos projetos de extensão das
universidades.
Agentes: SMED e Universidades Parceiras
Universidades parceiras potenciais: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos e
Universidade Ritter dos Reis.
Orçamento: R$10.000,00 para cada escola (ticket médio) x 99 escolas
municipais = R$990.000,00/ano no total. (R$3.96 milhões para todo o programa)
Duração do primeiro programa: 4 anos
Frequência de análise das métricas: Trimestral e Anual
Alunos impactados: 70 mil alunos

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