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Processo XXXXXXX-XX.2021.8.13.

0694  Petição Inicial

jusbrasil.com.br
15 de Março de 2022

Peça extraída do processo n°


XXXXXXX-XX.2021.8.13.0694

Petição Inicial - Ação Compra e Venda

Nome

ADVOCACIA

EXMO. JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE TRÊS


PONTAS/MG

Nome , brasileira, Estado Civil , doméstica, CPF 000.000.000-00


, e RG M-7.651.648, residente e domiciliada à Endereço CEP
00000-000 , por meio de seu advogado signatário desta, vem, mui
respeitosamente à presença de V.Exa., ajuizar a presente:

AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CONTRATO DE COMPRA E


VENDA DE LOTE

Em face de Nome , CPF 000.000.000-00 , com endereço para


citação na Endereço CEP 00000-000 , e na Endereço CEP
00000-000 , na cidade de Eldorado do Sul/RS, REPRESENTANTE
DO Espólio Glauco Manoel de Oliveira e Edna Lucas de Oliveira, pelas
seguintes razões de fato e de direito que passa a expor:
A Requerente, através de "Compromisso de Compra e Venda de Lote",
adquiriu da Requerida um imóvel correspondente ao Lote n.º 05, da
Quadra 22, do loteamento denominado "Alcides Mesquita", nesta
cidade, com área total de 275 metros quadrados, com frente para a Rua
Ary de Brito.

Referido Endereço ao processo de inventário, no qual tem a Nome


como Inventariante e representante dos bens.

Nome

ADVOCACIA

O preço da compra e venda do lote foi ajustado entre as partes pelo


valor de R$ 00.000,00 , o qual foi pago até o momento que a
Requerida desapareceu, não mais tendo qualquer relação com as partes
e nem o advogado que a representava está atuando em sua defesa,
assim, não restando outro meio senão buscar a via judicial para que
possamos concluir a transação com a devida segurança e o repasse do
imóvel com a quitação plena.

Ocorre que mesmo após vários tentativas de contato não houve êxito, o
que fez a suspensão dos pagamentos para que possa vir a ser saneado
este sumiço e demais atos legais, mormente o quase integral do preço
estipulado, o que houve a paralisação por falta de documentos e meio
de conversação com a Requerida e mesmo depois de ter solicitado
documentos oficiais para efetivamente garantir a transação comercial,
visto que é notório a quantidade de processos nesta Comarca por
vendas de terrenos desta Requerida com problemas, até o momento,
ainda não providenciou tal expediente, não restando outra alternativa
senão o ajuizamento da presente medida.

Baliza o Código Civil que, no contrato de compra e venda, um dos


contratantes se obriga a transferir o domínio enquanto que o outro
obriga-se a pagar-lhe o preço (artigo 481), e tornando-se obrigatória
quando pura, fazendo com que suas cláusulas e condições tornem-se
regras, não existindo qualquer das cláusulas especiais.

Dentre os meios de aquisição da propriedade, está a aquisição pela


transcrição imobiliária no Registro de Imóveis (artigos 1.227 e 1.245,
do Código Civil) e que poderão ser transcritos, dentre outras formas,
por sentença judicial.

Estabelece ainda o artigo 16 do Decreto-Lei n.º 58/37, que na recusa ou


impedimento dos compromitentes em outorgar a escritura definitiva
poderá o compromissário propor ação de adjudicação compulsória
para o cumprimento da obrigação.

No caso presente, a inércia da Requerida afigura-se como recusa na


outorga da escritura definitiva do imóvel à Requerente, recusa
injustificada em

Nome

ADVOCACIA

encaminhar meio válido para o pagamento pleno e encerramento do


contrato e demais cominações legais.

DO DANO MORAL

Da narrativa constante da presente peça é possível de se verificar o


surgimento dos danos experimentados pela Requerente.

A Requerida, depois de negociar e estar recebendo os valores, manteve-


se silente e inerte em relação às providências para a escritura definitiva
do imóvel, obrigando a Requerente a recorrer ao Poder Judiciário para
ver satisfeito o seu direito.
Surge, daí, o descumprimento contratual que, por sua vez, é capaz de
gerar lesão à personalidade, o que atrai, por consequência, os danos
morais indenizáveis.

Indubitável, na espécie, a necessidade de fixação de indenização por


danos morais, vez que atingido bem juridicamente tutelado, causando
lesão a atributo da personalidade, decorrente da inércia em relação às
providências para a escritura definitiva do bem objeto da compra e
venda.

Assim, patente que a omissão atinge a personalidade na hipótese,


gerando danos à Requerente. Esta conduta, no entanto, enquadra-se
no dispositivo legal, qual seja, o artigo 186, do Código Civil, in verbis :

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."

Restando plenamente configurado o ato ilícito e sendo inconteste a


responsabilidade da Requerida, revela-se de suma importância anotar-
se as disposições do Código Civil, no que concerne à obrigação de
indenizar. Assim:

Nome

ADVOCACIA

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,


independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."
Por outro lado, sabe-se que o bem jurídico é constituído não só dos
haveres patrimoniais e econômicos, mas, também, de valores morais
(extrapatrimoniais), como a honra, a vida, a saúde, o sofrimento,
dentre outros, e quando este bem sofre lesão, seja ele material ou
espiritual, merece reparação

Assim sendo, mostra-se patente a configuração dos "danos morais"


sofridos pela Requerente. A moral é reconhecida como bem jurídico,
recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção,
inclusive amparada pelo artigo 5.º, inciso V, da Constituição Federal.

E, uma vez reconhecida a existência dos danos e o consequente direito


à indenização dele decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do
quantum pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de
reparação, mas também sob o cunho de caráter punitivo ou
sancionatório, preventivo, repressor.

E essa indenização que se pretende em decorrência dos danos morais,


há de ser arbitrada, mediante decisão de Vossa Excelência, que possa
em parte, compensar o "dano moral" da Requerente, no caso, os
transtornos decorrentes da atitude da Requerida.

Com relação à questão do valor da indenização por esses danos morais,


a Requerente pleiteia, "permissa vênia", com amparo na melhor forma
de direito e como ponderação, que a sua pretensão, a fim de que seja a
Requerida condenada a lhe pagar, a título de indenização por danos
morais, a quantia de R$ 00.000,00 , até porque, como se disse, a
indenização tem como principal objetivo o caráter punitivo e
sancionatório.

Nome

ADVOCACIA

DANOS MATERIAIS
Alternativamente, requer a condenação da Requerida ao pagamento de
indenização por danos materiais, sendo estes relativos ao valor
integralmente pago pela compra e venda do lote, com incidência de
juros e correção monetária, caso persista a inércia da Requerida quanto
à escritura definitiva do imóvel ou que o lote já não mais a pertença por
alguma questão judicial, fazendo assim a devida reparação sobre os
valores recebidos e devidamente atualizados nos termos do TJMG.

Há de se anotar, por oportuno, as disposições concernentes à


mensuração da indenização. Neste contexto, dispõe o artigo 944, do
Código Civil:

"Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
equitativamente, a indenização."

Assim, diante dos fatos apontados, nada mais justo do que a


correspondente indenização à Requerente, pelo valor contratual,
devidamente corrigido e com incidência dos juros legais, a permanecer
a inércia quanto à outorga da escritura definitiva do imóvel, bem como
demais atos para que possa encerrar o contrato conforme pactuado.

Desta feita, cumpre salientar que a Requerente deve ser indenizada nos
termos do artigo supracitado, eis que a situação se enquadra
perfeitamente na intelecção do dispositivo legal, cabendo à Requerida,
conforme já destacado, responder pelos danos causados.

Por todo o exposto, evidente que a Requerente sofreu prejuízo de


ordem material.

DOS PEDIDOS

Nome

ADVOCACIA
Por todo o exposto, a Requerente propõe a presente ação contra a
Requerida acima qualificada, requerendo seja ela citada nos endereços
declinados no preâmbulo, para apresentar, no prazo legal, a defesa que
tiver, acompanhando a presente ação até seu final deslinde, cujos
pedidos haverão de ser julgados totalmente procedentes, para:

a) Condenar a Requerida à outorga a apresentar as documentações do

imóvel transacionado para que possa formalizar legalmente a relação


de compra e venda, vindo, com a quitação nos termos contratuais a
escritura definitiva do imóvel objeto da compra e venda, declarando-se,
por consequência, a adjudicação do imóvel à Requerente; Em
substituição para a inexistência do lote, seja feita a devolução dos
valores recebidos devidamente corrigidos na tabela do judiciário
TJMG.

b) Condenar a Requerida ao pagamento de indenização por danos

morais, cujo valor pede-se seja arbitrado em R$ 00.000,00 , em face


das razões supra expendidas;

c) Alternativamente, condenar a Requerida ao pagamento de

indenização por danos materiais no importe do valor contratual, caso


persista a inércia em relação à apresentação dos documentos de
comprovação e existência do lote na transação contratual, bem como a
outorga da escritura definitiva do bem e cumprimento do contrato,
sendo estes correspondentes ao valor do contrato, devidamente
corrigido e acrescido de juros legais.

Requer, ainda, a condenação da Requerida ao pagamento das custas,


despesas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados.

A Requerente protesta pela produção de todas as provas permitidas


pela legislação processual em vigor, sem recesso de qualquer,
especialmente pelo depoimento pessoal da Requerida, sob pena de
confesso, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos, perícia
técnica, e o que mais se fizer necessário ao deslinde da presente
demanda, como de direito.

Nome

ADVOCACIA

Com fundamento nos artigos 98 e 99, do CPC, requer, finalmente,


sejam-lhe deferidos os benefícios da gratuidade da justiça, eis que não
está em condição de arcar com as despesas processuais, sem prejuízo
do seu sustento próprio e de sua família.

Atribui-se à presente, o valor de R$ 00.000,00 , para todos os efeitos


de direito e alçada.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Três Pontas/MG, 04 de agosto de 2021.

Nome

00.000 OAB/UF

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