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FACULDADE REFIDIM

BACHARELADO EM TEOLOGIA - EaD

Glossolalia e a Evidência do Batismo com o Espírito Santo

Alexandra Mara Neves Patrício

Faculdade Refidim
07/2022
Alexandra Mara Neves Patricio.

Glossolalia e a Evidência do Batismo com o Espírito Santo

Relatório apresentado à Faculdade Refidim


como requisito parcial para elaboração do
trabalho de conclusão de curso para obtenção
do título de Bacharel em Teologia.

Faculdade Refidim
07/2022
INTRODUÇÃO

Muitas denominações religiosas reivindicam o Dom do Espírito Santo a


manifestações de dons sobrenaturais que são concedidos pela Terceira Pessoa da
Trindade: o Espírito Santo. Dentre os dons que se destacam, podem ser citados o
dom da profecia, da cura e o dom das línguas.
Existem algumas denominações mais radicais que acusam as demais
ramificações de não possuir o Espírito Santo na demonstração de seus fenômenos
sobrenaturais. Nesse contexto, a glossolalia ou também conhecida como a fala em
línguas, é uma das manifestações que mais geram controvérsias entre os cristãos. A
glossolalia é o ato de falar línguas celestiais, muitas vezes como parte da prática
religiosa, sendo também conhecida como a língua dos anjos.
Muitas são as controvérsias a esse respeito, trazendo à tona
questionamentos sobre a existência ou não da presença do Espírito Santo nessas
ocorrências..
Ao buscar a reconstrução histórica da glossolalia, é possível identificar que
esse dom foi uma unanimidade entre a comunidade cristã, muito antes do
aparecimento do Cristianismo. Assim, com o início do Pentecostalismo, essa
manifestação foi amplamente difundida globalmente.
Ao se analisar os livros proféticos, percebe-se que o Espírito de Deus
apresenta uma ação marcante, como fica evidente em Joel 2.28-29 com a profecia
do derramamento do Espírito Santo de Deus a todos e todas. Assim, entende-se que
o dom das línguas pode ser destinado a todos os indivíduos, ademais aqueles que
aceitam a Deus, e são batizados com o Espírito Santo.
Desse modo, o presente trabalho busca compreender a relação entre a
glossolalia e as evidência do batismo com o Espírito Santo, com o intuito de melhor
compreender esse fenômeno que gera bastante controvérsia entre os cristãos. O
problema da presente pesquisa busca responder a seguinte pergunta: O falar em
outras línguas é a única evidência do batismo com o Espírito Santo?

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Contexto histórico da Glossolalia

A etimologia da palavra glossolalia advém de glossa: língua, idioma, linguagem; e


lalia: lalação, tagarelice, balbucio, loquacidade, uma repetição de língua (ou de línguas). Não
se trata de um idioma, mas de um ato de vocalizar, Michel de Certeau define a glossolalia
como o ato de falar em línguas, língua estranha, língua bárbara, falar extático,“neolíngua”,o
ato de forjar uma língua como se ela fosse nova ou desconhecida. segundo Maliska (2010, p.
249), “[...] o conjunto de sons articulados dentro de um determinado ritmo e cadência é capaz
de provocar nos seus praticantes transes de diversas ordens”. Tais efeitos fazem “[...] com que
os sujeitos se entreguem à sonoridade e à musicalidade dessa língua de uma forma a serem
conduzidos por ela”. Este fenômeno difere, portanto, da xenolalia (significa falar em línguas
estrangeiras) (SOUZA e ALMEIDA, 2012). Neste caso, o falante irá falar em uma língua
existente, porém que o mesmo desconhece.
Paginas 213, ( saite = http://200.145.112.29/index.php/rebento/article/view/358)
Rebento, São Paulo, n. 10, p. 211-238, junho 2019
O que também envolve a glossolalia em manifestações de extase como fenômeno
presente nos cultos em diferentes comunidades religiosas, ou seja, a glossolalia é um
fenômeno conhecido entre os pentecostais sendo um dos dons do Espirito Santo,
https://www.ufjf.br/sacrilegens/files/2012/04/9-1-13.pdf um assunto a mais de um séculos
são amplamente discutidos, sendo -primordial compreender a evolução histórica
desse dom ao longo dos anos.

No Antigo Testamento, o testamento de Jó, é composta provavelmente no primeiro


século a.C. apresenta em sua seção 48 a 51 relatos onde as filhas do patriarca (...) teria
recebido a graça de em êxtase, falar e cantar na língua dos anjos, oque indica que a glossolalia
não era um fenômeno desconhecido para os judeus.(...), há indícios de que nos episódios
narrados em números 11.25,26, 1 Samuel 10.10,11e 1 Samuel19.20-24 tenha ocorrido o
mesmo fenômeno glossolálico, porém experiências extasiantes não eram incomum também
para os profetas canônicos, como podemos ver no caso de Daniel (Dn7.1,215;8.1,2,17,18),
Ezequiel (Ez 1.1,28;2.1,2), Paulo (2 Co 12.1-7) e João (Ap 1.10,17; 22.8,9), por ocasião de
revelações tremendas que experimentaram da parte de Deus.
O batismo no Espírito Santo e as línguas como sua evidência – 27 outubro 202 Silas

Daniel (Autor) paginas: 229, 233

Portanto no Novo Testamento, o fenômeno de falar em liguas é realmente escrito


em varias passagens em 1Corintios12-14 Paulo se refere ao dom de línguas
(glosais) e usa a frase lalêo glosais para designar falas inteligíveis inspirada pelo
Espirito, O fato que esse dom de línguas se refere a fala inteligíveis (glossolalia),
experimentada nas igrejas pentecostais contemporâneos ao invés do falar em
linguas existente pelo orador( xenolalia), é confirmada pelo fato de que Paulo
declara explicitamente que essas linguas devem ser interpretadas, se quiserem ser
intendidas (1Co14.6-19,28; confronte com 1Co 12.10,30) Além disso Paulo
claramente acreditou que alguém somente pode interpretar essa linguas se tiver o
dom especial do Espirito Santo (1 Co12.10).
Em Atos 10.46 e 19.6, Lucas utiliza o termo lalêo glõssais para designar falas
inspirada pelo Espirito. Em Atos 10.46, Pedro e seus amigos ouvem Cornélio e sua
família “falar em línguas e adorar a Deus”. Já em Atos 19.6 afirma que os discípulos
em Éfeso”falaram em linguas e profetizaram”. [...] Entretanto , as referencias a
glõssais (linguas) em Atos 2.3-13 levantam questões interessantes para aqueles que
procuram entender essa passagem. A primeira ocorrência de glõssais é encontrada
em atos 2.3, que se refere à visão das linguas de fogo que aparecem, então se
separam e repousam sobre cada um dos discípulos presentes. Depois em Atos 2.4
lemos que aqueles presentes foram cheios do Espirito Santo e começaram a “falar
noutras linguas conforme o Espirito lhe capacitava”(NVI): lalein heterais glõssais.
Robert Menzies, Glossolalia edição 2019 pagina 38,39

As línguas estranhas sempre causaram controversas entre as pessoas, desde as


pessoas, desde sua manifestação há 2 mil anos em um Dia de Pentecoste.
O evangelista, evangelista, historiador e medico Lucas nos conta que quando os 120
discípulos de Cristo reunidos no cenáculo – dentre eles os apóstolos e Maria, mãe
de Jesus, juntamente com os irmãos do Senhor (At 1.13,14) – começaram a falar em
outras linguas após a surpresa e perplexas (At 2,12) , com a maioria pensando que
aqueles judeus no cenáculo estavam alcoolizados, bêbados (At 2.13,15) [...],
havendo uma espécie de extravasamento de emoção que foi visto como exagerado,
ridículo e digno de zombaria (“isto que vos agor vedes e ouvis”, At2.33).

O batismo no Espírito Santo e as línguas como sua evidência – 27 outubro 202 Silas

Daniel (Autor) pagina 217,218

Segundo Jividen (1973) as manifestações da fala em línguas tiveram seu início


anterior ao aparecimento do Cristianismo , em meados de 1.100 a.C. A literatura traz
que um jovem, o qual era adorador do deus Amon, após ter oferecido sacrifícios,
passou por um processo de ira no qual começou a falar de forma frenética. Em outra
situação, o filósofo Platão demonstrou conhecer a fala em línguas, descrevendo-a
em vários de seus diálogos. [...].
Após um longo período sem informações sobre registros de dom de línguas, Irineu
passou a descrever essa experiência em alguns indivíduos.
Paralelamente, surgiu um movimento conhecido como montanista, Montano,
profeta que se revelou inopinadamente na Frígia, por volta dos anos 155-160, afirmava ser
porta-voz do Espírito Santo e que, em sua própria pessoa, se encarnara o Paráclito
prometido em João 14,16; 16,7 ; (http://www.e-cristianismo.com.br/historia-do-
cristianismo/montano-e-o-montanismo.html) o qual objetivava o despertar espiritual
da igreja, Esse movimento trabalhou de maneira incisiva os dons celestiais, como as
profecias e revelações, bem como o dom de línguas.
Um dos maiores defensores desse movimento foi Tertuliano, considerado um
dos principais pensadores do período patrística. [...].
Anos mais tarde, no século XII, surgiram algumas referências no contexto das
línguas estranhas. O primeiro relato vem de Pedro Valdo, um comerciantes francês
de muitas posses, que sempre reuniu fiéis com o objetivo de lutarem a favor dele
contra as regalias do clero. Ao se reunirem, existem registros de encontros em que
se falavam línguas estranhas e desconhecidas.
Com a Reforma Protestante, a glossolalia passou a ser discutida de maneira
mais abrangente. Segundo Jividen (1973), o século XIX é considerado o mais
recheado de relatos. No ano de 1865, há o surgimento dos profetas de Cevennes,
os quais eram camponeses que em determinadas ocasiões estavam em êxtase e
pronunciavam frases os quais designavam ser oriundas do Espírito Santo
(HOEKEMA, 2002).
Na Escócia, anos antes, há o relato de uma jovem chamada Mary Campbell
que ao orar sentiu uma presença divina poderosa, começando assim a falar em
línguas em um idioma desconhecido, o qual nunca o identificou. Em 1854, Simmons
registrou: "o ancião F. G. Mathewson falou em línguas, enquanto o ancião Edward
Burnham interpretou as mesmas" (SHERRILL 1969).
Os mórmons também identificaram ocorrência de fala em línguas estranhas,
de modo que inseriram em seus artigos de fé que “eles creem no dom das línguas,
profecia, revelação, visões, cura, interpretação de línguas” (SHERRILL 1969). Na
Rússia Czarista, alguns dissidentes da Igreja Ortodoxa Grega já falavam em línguas
e profetizavam, demonstrando que esse dom é amplamente difundido.
De posse dessas informações, é notório que entre os séculos V e XV os
casos de glossolalia ocorriam em âmbito mundial, porém nem todos foram
registrados como tal (SHERRILL 1969). No final do século XIX, começaram a surgir
algumas igrejas que indicaram ter ocorrências de glossolalia, com a denominação de
Movimento Pentecostal. Alguns nomes como D.L. Moddy, A.B. Simpson, Andrew
Murray, A.J. Gordon e Charles G. Finney passaram a usar o termo batismo no
Espírito Santo como não sendo um sinônimo da conversão, mas sim uma
experiência que ocorre após a mesma, o que poderia permitir ao indivíduo revestir-
se de poder espiritual para dinamizar o serviço cristão.
Entretanto, falar em línguas sempre foi um tema polêmico quando suas
ocorrências se davam fora das comunidades pentecostais, visto que igrejas
protestantes não valorizam de forma teológica e espiritual essa prática.
Contudo, Pommerening (2008) apresenta o seguinte relato “não é qualquer pessoa que
pode chegar e falar com Deus. [...]. ” Dirigir-se a Deus através do falar em línguas é, portanto,
um dom que confere “status social”, como refere o mesmo autor. Segundo Campos e
Gutierrez (1996) apud Pommerening (2008), “a glossolalia supera as divisões da linguagem
humana, na medida em que capacita os adoradores a se unirem a um sagrado transcendental.”
(CAMPOS e GUTIERREZ, 1996 p.100 apud POMMERENING, 2008, p.12) Para Csordas
(2008), a “falta de sentido” presente na glossolalia não é apenas uma característica. Mais do
que isso, é um traço positivo. Trata-se de uma característica que permite a ruptura e a criação.
Afinal, “a sua força retórica provém exatamente da sua 'falta de sentido', criando assim a
possibilidade para novos tipos de significado” (CSORDAS, 2008, p. 64). Ao criar a
possibilidade de novos significados, Csordas (2008) coloca que pela glossolalia “a cura
desafia as forças do caos no seu próprio domínio ontológico” (CSORDAS, 2008, p. 64), uma
vez que o caos está presente na própria (des)organização da fala.
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/anais4/st14/2.pdf

2.2 Não sei o que colocar aqui. (no subtítulo)

2.2.1 Quem é o Espirito Santo

O Espírito Santo é Deus, sendo denominado na teologia como a Terceira Pessoa da


Trindade.  A Bíblia responde explicitamente a pergunta sobre quem é o Espírito Santo,

afirmando, especialmente, sua divindade e personalidade, e destacando sua obra do


Antigo ao Novo Testamento.

Apesar do nome “Espírito” ser um gênero neutro no grego, sempre é utilizado pronomes
masculinos para se referir a Ele, o que torna explicita a verdade de que Ele é uma pessoa

distinta tanto do Pai quanto do Filho (Mateus 3:16; Lucas 4:18; João 15:26; 16:7; Atos
5:32; Hebreus 9:14).[...] A Bíblia fala que Ele possui intelecto (Romanos 8:27; 1 Coríntios

2:10-13), vontade (1 Coríntios 12:11) e emoções (Efésios 4:30), de modo que suas
próprias ações refletem essa personalidade, pois Ele ensina, exorta, orienta, controla,

testifica, repreende, intercede, tem ciúme etc. (João 14:26; 15:26; Atos 8:29; 13:2; 15:28;
Romanos 8:14,26; 1 Coríntios 12:11; 1 Timóteo 4:1; Apocalipse 22:17).

O próprio Jesus, ao falar sobre o Espírito Santo, se refere a Ele como  “um outro
Consolador”, numa melhor tradução “um outro Auxiliador”. Essa expressão não apenas

aponta para o Espírito Santo como uma pessoa, mas também como Deus, pois Cristo se
posiciona em pé de igualdade com Ele ao utilizar a palavra “outro”, ou seja, Ele está

indicando que o Espírito Santo é alguém como Ele.[...].


Portanto, o Espírito Santo é o Espírito do Pai, como também é o Espírito de Cristo, mas

não deve ser confundido como sendo a própria pessoa do Pai ou do Filho, ao contrário,
é no Espírito Santo que o Pai e o Filho se encontram (Mateus 10:20; Romanos 8:9; 1

Coríntios 2:11,12; Gálatas 4:6). [...].


Ele é chamado nas Escrituras de “Espírito Santo”, tanto como referência ao atributo

divino da santidade que Ele possui por ser Deus, como também para distingui-lo do
espírito humano e dos espíritos imundos, isto é, os demônios. A palavra “Espírito” traduz
o hebraico ruach e o grego pneuma, que possuem origem em raízes que transmitem o

significado de “soprar”.
https://estiloadoracao.com/quem-e-o-espirito-santo/

2.2.2 Ação do Espirito Santo no Antigo Testamento.

Quando lemos o Antigo Testamento, não encontramos com frequência o termo


“Espírito Santo” (Isaías 63:10-11), diferente do que ocorre no Novo Testamento.
Todavia isso não significa que o Espírito Santo não estivesse presente, pelo
contrario, o termo “Espírito Santo” não ocorre muitas vezes no Antigo testamento,
mas se apresenta de outras formas. Ele é normalmente chamado de “Espírito de
Deus” ou “Espírito do Senhor”.
No relato da Criação, destaca-se a ação do Espírito Santo quando o ser humano foi
criado, como vemos: “Também disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26). O texto aqui é claro ao expor a
Triunidade divina: “Façamos”. Deus não poderia estar falando com os anjos, pois Ele
não precisaria da concordância dos seres celestiais para criar o homem. Também
temos outros textos que comprovam a ação do Espírito Santo na obra da criação. Jó
disse algo importante sobre o assunto: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do
Todo-poderoso me dá a vida” (Jó 33:4). pois Deus (Pai, Filho e Espírito Santo)
primeiro cria o homem e depois sopra nele o fôlego de vida ( Gênesis 2:7). O autor
do Salmos 104 ao compor uma bela poesia que engrandece o Deus Criador afirma
também o poder do Espírito de Deus na obra da Criação: “Envias o teu Espírito, eles
são criados, e, assim, renovas a face da terra”. O Espírito do Senhor dava aos
profetas o conhecimento da vontade e dos desígnios de Deus, bem como o poder
para comunicarem a mensagem divina (Números 11:25; Neemias 9:30; Isaías 2:2;
Ezequiel 8:3; Ez 11:1- Ez 11:1-2).[...].
O Antigo Testamento aponta alguns exemplos que nos ajudam a perceber a ação do
Espírito do Senhor revestindo tais homens para missão, como Josué foi
comissionado para que sucedesse Moisés como líder, Deus indicou que “o Espírito”
estava nele (Números 27:18). O mesmo Espírito veio sobre Gideão (Juízes 6:34),
Davi (1 Samuel 16:13) e Zorobabel (Zacarias 4:6), e tantos outros.
SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba
– PR. A. D. Santos Editora, 2010, p.317.

Na compreensão de Pannenberg, o agir do Espírito no Antigo Testamento apresenta o


seguinte critério: origem da vida, seu fortalecimento e fomento. Michael Welker ao abordar
sobre as “experiências anteriores e difusas do poder do Espírito”, afirma que, os personagens
carismáticos do Antigo Testamento, são investidos da força do Espírito para lutar contra os
adversários da vida social e política de Israel.

http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR-SlFE/828/1/albano_f_td168.pdf

2.2.2  Espírito Santo no contexto de Atos dos Apóstolos.

Lucas/Atos apresenta uma rica pneumatologia; a constituição da Igreja e sua missão


são fortemente legitimadas pelo pneu,ma a`gi ,on (pneuma hagion), isto é, pelo
Espírito Santo. Sendo assim, pode-se constatar nas narrativas lucanas, o Espírito
sendo denominado de um “poder” (At 1.8). O Espírito expresso como uma
experiência religiosa carismática que vem sobre os discípulos e que não é algo
produzido pela vontade deles (cf. Lc 4.14; At 1. 8; 10.38). O ponto alto do agir do
Espírito é registrado em Atos, capítulo 2, por ocasião da sua vinda sobre os
discípulos de Jesus, acompanhado de sinais, tais como: línguas, vento impetuoso,
entusiasmo, etc. Trata-se, de uma experiência carismática visível, a tal ponto que,
segundo Atos, Pedro não pode negar o batismo de Cornélio e de todas as pessoas
de sua casa, porque eles receberam o Espírito (At 10.44).
Contudo, de acordo com Mazariegos, alguns intérpretes consideram que cada um
destes eventos introduz a missão cristã em diferentes espaços, não apenas
geográfico, mas também étnico. Portanto, Atos 2.1-4 seria o derramamento do
Espírito para o mundo judeu; o evento de Samaria (At 8) seria o derramamento do
Espírito sobre os “quase judeus”, os discriminados samaritanos que eram vistos
como não integrantes das promessas por àqueles. O derramamento do Espírito na
casa de Cornélio representa a entrada deste no mundo gentio romano e o
derramamento do Espírito sobre os discípulos de Éfeso seria a incursão do
Espírito no mundo grego.140 Apesar da perspicácia dessa interpretação
simbólica, como observa Mazariegos, “El problema es que la interpretación
dispensacionalista cierra la actividade del Spíritu Santo con el siglo I”.
SITAÇÃO

Frank Macchia, em seu livro Baptized in the Spirit, também concorda com Stronstad
e Menzies que o Espírito em Atos é o Espírito carismático, que inspira a Igreja em
sua proclamação ousada, bem como opera sinais da presença de Jesus e torna
possível o ministério profético.150 Ele destaca a narrativa de Lucas a respeito da
inauguração do reino de Deus por meio de Jesus como caracterizada pela presença
poderosa do Espírito, que o habilitou a fazer o bem e a curar pessoas oprimidas pelo
Diabo (At 10.38).
http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR-SlFE/828/1/albano_f_td168.pdf

2.2.3 O batismo no Espírito Santo

A expressão “batismo no /com Espirito Santo” aparece na Bíblia seis vezes:


Matheus 3.11 Marcos 1,8 Lucas 3.16, João 1,33, aparece sempre com o significado
carismático, como fica ainda mais explicito a partir das passagens correlatas que se
refere descritivamente á experiência aludida naquelas passagens (Lc 24,49; At 1.8;
At 2.1ss).
O termo grego baptizo (“batismo”), que significa imersão, é usado
figurativamente para descrever a imersão plena do crente nessa dimensão
carismática, na “virtude”( dunamis, “poder”, At 1,8) do Espirito. A preposição grega
en, que pode significar “em” ou “por” dependendo do contexto, é usadas nessas seis
porções bíblicas claramente com o sentido de “em”, uma que Jesus nitidamente é
apontado nelas como sendo o efetuador desse batismo e o Espirito como sendo o
elemento no qual essa imersão é efetuada.

O batismo no Espírito Santo e as línguas como sua evidência – 27 outubro

202 Silas Daniel (Autor) pagina 134.

3.1 O Contexto Pentecostal na perspectiva do Espirito Santo


O termo pentecostal deriva-se da palavra pentecoste que na cultura judaica era o
nome da segunda das três grandes da segunda festas anuais que todo povo deveria
comparecer. A comemoração era chamada de “Festa das semanas” pois acontecia
sete semanas depois da pascoa

O “Pentecostes”é o ponto alto da sequência de eventos relacionados amorte, ressurreição e


ascensão de Jesus. É por isso que,para Lucas,o “Pentecostes”possui um significado prático e
dinâmico, traduzido em termos de nascimento e missão da igreja neotestamentária.

Sitação

Em sua tese Fernado Albano apresenta a compreender o padrão pneumatológico no livro de


Atos dos Apóstolos, que se coaduna com a doutrina pentecostal do batismo no Espírito Santo.
Como os pentecostais defendem a doutrina do batismo no Espírito Santo, como sendo algo
posterior à regeneração, apoiados nas narrativas de Atos. A principal narrativa de apoio à
imaginação pneumatológica pentecostal, encontra-se em Atos, capítulo 2:

Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos num só lugar. De repende veio do céu
um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E
viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito os capacitava. Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as
nações do mundo. Ouvindose o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada
um os ouvia falar em sua própria língua. Atônitos e maravilhados, perguntavam: “Acaso não
são galileus todos estes homens que estão falando? Então, como os ouvimos, cada um de nós,
em nossa própria língua materna? [...] Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em
nossa própria língua!” Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: “Que
significa isto?” (At 2.1-12).

No livro está como Sitação


http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR-SlFE/828/1/albano_f
_td168.pdf

A teologia pentecostal é caracterizada por manifestações extáticas como


glossolalias, visões, revelações, arrebatamentos, transes e possessões, dentre outras, que
segundo dados históricos, o movimento pentecostal   teve sua primeira demostração
em  Topeka, estado do Kansas, nos Estados Unidos, em 1° de janeiro de 1901. [5] Ali, muitos
chegaram à conclusão de que falar em línguas era o sinal bíblico do Batismo no Espírito
Santo. Charles Parham foi o fundador desta escola, que mais tarde iria para a cidade
de Houston, no Texas. Apesar da segregação racial em Houston, William J. Seymour, um
pregador negro, foi autorizado a assistir a aulas bíblicas de Parham. Seymour viajou para Los
Angeles, onde sua pregação provocou o Avivamento da Rua Azusa em 1906. Apesar do
trabalho de vários grupos wesleyanos avivalistas, como Parham e D. L. Moody, o início do
movimento pentecostal difundido nos Estados Unidos, é geralmente considerado como tendo
começado com Seymour no avivamento da rua Azusa. [6]

O avivamento na rua Azusa foi o primeiro avivamento pentecostal a receber atenção


significativa, e muitas pessoas de todo o mundo tornaram-se atraídas para ele. A imprensa de
Los Angeles deu muita atenção ao avivamento de Seymour, o que ajudou a alimentar o seu
crescimento.[7] Um número de novos grupos menores iniciou-se, inspirado nos acontecimentos
deste avivamento. Os visitantes internacionais e missionários pentecostais acabariam por trazer
estes ensinamentos para outras nações, de modo que praticamente todas as denominações
pentecostais clássicas hoje traçam suas raízes históricas no avivamento da rua Azusa.

Sitação
[..] Claro que houve outros movimentos de avivamento que caracterizaram a obra do Espírito
ocorridos pouco antes ou depois do avivamento da Rua Azusa em várias partes do mundo.
Alguns avivamentos tinham manifestações como o falar em línguas. No entanto, nenhum
desses outros movimentos de avivamento produziu uma mensagem clara como o avivamento
na Rua Azusa. Nenhum desses outros movimentos de avivamento apresentou as línguas como
o sinal bíblico do batismo no Espírito Santo (At 2.4). Este foi um símbolo importante, uma
parte fundamental dessa mensagem clara que foi levada pelo globo inteiro.[...]

No Brasil o Pentecostalismo chegou em 1910-1911 com a vinda de missionários


originários da América do Norte: Louis Francescon, que dedicou seu trabalho
entre as colônias italianas no Sul e Sudeste do Brasil, originando a Congregação
Cristã no Brasil; Daniel Berg e Gunnar Vingren inciaram suas missões na
Amazônia e Nordeste, consequentemente nascendo as Assembleias de Deus.

O Pentecostalismo no Brasil consegue ser extremamente líquido (BAUMAN,


2003), porque se adapta ao calor de uma religiosidade “bricolagem” (CARDO
-
SO, 1997, p 349) herdada da assimilação indígena, africana e europeia, poten
-
cializada por um tempo presente de desconfiança nas instituições, impermanên
-
cia de convenções sociais e mudanças culturais em velocidade desesperadora
e impossível de assimilar. Dessa forma, a mercantilização da fé impõe que os
produtos religiosos devem ser modificados a cada instante, de acordo com as
novas, constantes e crescentes necessidades de um “mercado consumidor” da fé
exigente, com suas demandas por produtos inovadores que atendam à voracidade
consumista.
SITAÇÃO Claiton Ivan Pommerening**

O movimento pentecostal global está firmemente enraizado no solo evangélico, fato


que muitos estudiosos contemporâneos não estão dispostos a admitir. É impossível
entender os pentecostais sem essas convicções evangélicas nucleares. Na
essência, o movimento pentecostal não está centrado no Espírito, mas em Cristo. A
obra do Espírito, como pentecostais a entendem, centraliza-se em exaltar e
testemunhar o senhorio de Cristo. Os pentecostais ecoam a mensagem apostólica:
Jesus é o Senhor. Jesus é quem batiza no Espírito.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostalismo#:~:text=O%20pentecostalismo
%20%C3%A9%20um%20movimento,a%20festa%20judaica%20das%20semanas

Portanto batismo no Espirito Santo se torna o elemento central da teologia


pentecostal clássica. Para os pentecostais, o batismo no Espirito Santo é uma
segunda benção, portanto não deve ser identificado com a regeneração ou
salvação.

Segundo Bergstén, varias passagens de Atos apóstolos (At 8.14-17; 169.1)


indicam que, a comunidade cristã neotestamentaria já havia experimentado a
salvação, contudo, ainda careciam do revestimento de poder para o testemunho
cristão, ou seja, do batismo no Espirito Santo. Palma corrobora: ‘[...] os pentecostais
sempre ensinaram que as pessoas tornaram-se morada do Espirito na hora da
conversão (Rm 8.9; 1 Co 6.19) mas que o batismo no Espirito é uma experiência do
Espirito distinta de sua habitação no crente”. O batismo no Espirito Santo é definido
como “revestimento e derramamento de poder do Alto”, com a evidencia física inicial
de línguas estranhas, conforme o Espirito concede, capacitando o cristão para o
serviço e testemunho ( Lc24.49; At. 1.8; 10.46; 1 Co 14.15,26). [...].
Para os pentecostais, a experiência no batismo no Espirito já é prometida
pelos antigos profetas. Cita-se a passagem bíblica de Joel 2.28-9 (aludida pelo
apostolo Pedro, conforme Atos 2). Segundo o Antigo Testamento, o Espirito de Deus
era concedido somente a algumas pessoas, mas segundo o profeta Joel, Deus
prometeu “derramar do Seu Espirito” sobre todos indistintamente.

A Ação do Espírito no Mundo Capa comum – 1 janeiro 2018


 por Fernando Albano (Autor) paginas, 67,68

PROBLEMA/JUSTIFICATIVA:
PROBLEMA:
O falar em outras línguas é a única evidência do batismo com o Espírito Santo?

JUSTIFICATIVA:

Muitos cristãos segue a afirmação baseada (ato 1.8 diz): “Mas recebereis a virtude
do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e serão testemunhas”. Estes cristãs
declaram que a única forma da identificar se houve batismo com o Espírito Santo é
com a experiência pelo falar em línguas. No entanto há cristãos que segue a mesma
linha de pensamento, mas defende a ideia que o falar em línguas é uma evidencia
do Batismo no Espirito Santo, mas talvez não ocorra com todos, alguns podem
experimentar desse enchimento para o testemunho, mas não tenha a experiência do
falar em línguas, pois para eles a glossolalia é um dom como qualquer outro.

OBJETIVOS:

GERAL:

Está pesquisa tem como objetivo analisar as diferentes opiniões, de cristãos que
professam da mesma fé, quando o assunto é sobre as evidencias do batismo no
Espírito Santo.
Para que haja uma ampla transparência, sobre este assunto, pois a muitos cristãos
que se limitam em viver está experiência de fé, em suas igrejas, pela falta do
conhecimento do batismo no Espirito Santo.

ESPECÍFICOS:

✔ Realizar pesquisas dentro da bíblia sagrada.


✔ Realizar pesquisas bibliográficas e referenciais históricos sobre o assunto.
✔ Estimular o ensino teológico sobre o Batismo no Espirito santo e o
desenvolvimento na reflexão sobre o assunto.
✔ Incentivar cristãos a não desistir da busca com a experiência do batismo no
Espirito Santo.

TRABALHOS RELACIONADOS OU ESTADO DA ARTE


Palavras – Chaves:

Glossolalia, Espírito Santo, pentecostalismo.

Este trabalho tem a intenção de apresentar duas linhas teológicas que apresentam
divergências quando o assunto é sobre batismo no Espirito Santo, de primeiro
momento temos a perspectiva pentecostal alegando que o falar em línguas é a única
evidência física inicial do batismo com o Espírito Santo, em segundo momento
alguns denominam como perspectiva evangelical ou cristãos de segunda linha e
muitos são cristãos da mesma comunidade pentecostal que aceitam as línguas como
uma possibilidade dessa evidencia. Portanto os pentecostais e os evangélicais
ressaltam a importância da intenção do autor bíblico e procuram entender a
passagem à luz de seu contexto histórico e literário, o significado histórico é
importante para ambos os grupos. Robert P. Menezes ( 2016).
O dom de línguas é evidenciado pelo menos em três narrativas de Atos em que as
línguas são claramente associadas ao batismo com o Espírito: o Pentecostes (Atos
2), a conversão de Cornélio e sua família (Atos 10 e 11) e a experiência dos crentes
em Éfeso (Atos 19), (Bíblia de estudos, revista e corrigida edição 1995). Pois para os
pentecostais a glossolalia denominada como línguas estranha, significa que uma
pessoa foi cheia do Espírito Santo. Para os evangelicais, a prova esta ligada a práxis
cristã não descartando, o dom miraculoso do Espírito.

MENZIES, Robert Pentecostes: Essa História é a Nossa História, CPAD, p18 (2016).
MOLTMANN, Jürgen. A fonte da vida: o Espírito Santo e a teologia da vida. São Paulo:
Loyola, 2002.149p.

MENZIES, Robert. Glossolalia: Jesus e a Igreja Apostólica como modelos sobre o dom de
língua. Natal/RN. Carisma, 2019.21:00

HORTON, Stanley M. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro.


CPAD, 1997.21:03

R. L. Brandt. Falar em Línguas - O maior dom? Rio de Janeiro. CPAD, 2020.

METODOLOGIA DO TRABALHO:

A metodologia do trabalho será aplicada como método de pesquisa Bibliográfica


histórica e investigativa através de livros de intuito teológicos, da Bíblia Sagrada e
teses de TCC, pois a partir daí, buscar e coletar informações que considere úteis, a
fim de organizá-las, analisá-las, colher resultados e, com isso, buscar respostas para
o problema descrito.
CRONOGRAMA
Cronograma da disciplina de TCC

Período de atividades:

31/01 - 11/02

1. Intensivo de trabalho de conclusão de curso – (Prof. Dra. Cristiane)


● Orientações sobre as modalidades de TCC;
● Conhecimento dos procedimentos (manuais e regulamentados);
● Videoconferências (duas por semanas segunda e sexta);
● Definições e entrega pré-projeto.
14/10 – 18/10

2. Definição e primeiro contato com o/a orientador/a (o retorno ocorrerá na Tarefa da Etapa
01):
● Ajustes e delineamentos da temática proposta pelo/a aluno/a.
● Desenvolvimento de agenda de trabalho baseado neste cronograma.

21/02 – 25/03

3. Produção e postagem da mesma entrega do TCC (5 semanas)

28/03 – 01/04

4. Correção e orientação do/a professor/a em relação à Primeira Entrega do TCC

04/04 – 06/05

5. Produção e postagem da Segunda Entrega do TCC (5 semanas).

09/05 – 13/05

6. Correção e orientação do/a professor/a em relação à Segunda Entrega do TCC

16/05 – 17/06

7. Produção e postagem da Terceira Entrega TCC (5 semanas).

20/06 – 24/06

8. Correção e orientação do/a professor/a em relação à Terceira Entrega do TCC.

01/07

Ajustes e Entrega Final do TCC.


REFERÊNCIAS

ALBANO, FERNANDO: A ação do Espirito Santo, CPAD, p77 (2020).

PALMA, ANTHONY: Espirito Santo e com fogo, CPAD, p128 (2002).

SILA, DANIEL: O Batismo no Espirito e as línguas como sua evidencia, CPAD, p472, (2020)

MENZIES, Robert Pentecostes: Essa História é a Nossa História, CPAD, p18 (2016).
MOLTMANN, Jürgen. A fonte da vida: o Espírito Santo e a teologia da vida. São Paulo:
Loyola, 2002.149p.

MENZIES, Robert. Glossolalia: Jesus e a Igreja Apostólica como modelos sobre o dom de
língua. Natal/RN. Carisma, 2019.21:00

HORTON, Stanley M. Teologia sistemática: uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro.


CPAD, 1997.21:03

R. L. Brandt. Falar em Línguas - O maior dom? Rio de Janeiro. CPAD, 2020.

ANEXOS
Revista de Estudos da Religião – REVER
Pós-Graduação em ciências da religião – PUC São Paulo 2001 – 2010.
Revista d

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