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K E T H E R

" É TEMERIDADE QUERERMOS FAZER DA NOSSA


FRAQUÍSSIMA MENTE JUIZ DAS OBRAS DE DEUS
E CHAMARMOS VÃO E SUPÉRFLUO TUDO QUANTO
NO UNIVERSO NÃO NOS SERVE".
GALILEU GALILEI

1976 - 3329

T E M A 0. 0 2 2

Kether está na origem de todas as coisas conhecidas e desconhecidas por isto é


considerado o princípio de tudo aquilo que é capaz de manifestar-se.
Pode-se facilmente estabelecer uma perfeita analogia entre Kether e o círculo com o
ponto no meio, sobre o que trataremos em palestra futura. A representação simbólica de Kether
situa-se no vértice superior do primeiro triângulo da “Árvore da Vida”.
Kether é a primeira manifestação da Luz no Universo, e também o ponto mais elevado
de qualquer tipo de manifestação em que se deseje representar pelo esquema da “Árvore da
Vida”. Assim podemos dizer Kether é o ponto inicial de tudo quanto há no Universo Imanente.
Tão logo se faz sentir a ação do “Princípio Ativo” – RA – sobre o “Princípio Passivo” –
MA – surge o primeiro ponto de manifestação cósmica. Ele pode não ser detectado pelos
órgãos sensoriais, bem como pelos instrumentos, mas mesmo assim é teoricamente susceptível
de se manifestar sob alguma forma. Antes dessa manifestação inicial, evidentemente, tanto a
essência básica susceptível de vibrar quando o princípio ativo já existiam de uma forma
imanifesta e indetectável e correspondem aquilo que os rosacruzes chama de Nous.
Nous não constitui um universo à parte, na verdade este universo é uma diferenciação
qualquer no seio de Nous.
Não é possível se definir "lugar" para algo imanifesto por isto queremos salientar que o
"oceano de MA" não tem lugar definido, ele existe simplesmente sem qualquer possibilidade
de detecção ou de localização, pois, espaço é função da matéria conforme afirma a Teoria da
Relatividade de Einstein. Ora, Nous nem é matéria e nem se comporta como tal, antes de tudo é
Consciência a qual uma das manifestação constitui a Mente2.
O Universo é o resultado da manifestação de Nous, porém Nous não é matéria. É
imanifesto porque só é detectável aquilo que vibra e Nous não vibra por isto é imanifesto.
Por falta de um termo mais adequado temos nos referido a MA como sendo parte
negativa de Nous 3, aquela essência susceptível de vibrar, como o oceano de MA e,
concomitantemente, à parte positiva temos dado a denominação usada no Egito antigo que é
2
Existe uma grande diferença entre Consciência e Mente. Este estudo será feito em palestra de nível bem mais adiantado.
3
Todas as doutrinas tradicionais dão um nome próprio para esse Principio, Nous é o termo usado pelos rosacruzes. Mas, de
uma forma lata, equivale ao TAO dos chineses, ou a Brahmân dos Indianos.
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RA. Seria errôneo procurar separar esses dois atributos, pois ambos fazem parte de Nous, ou
seja, são como que redemoinhos no oceano do imanifesto.
Tal como não existe "lugar" para um dos atributos, igualmente não existe para o outro,
pois "lugar" diz respeito a espaço e este é função da matéria. RA e MA não sendo matéria não
podem independentemente gerar espaço.
Nous existe tanto dentro quanto fora, quer seja do ser quer seja do próprio universo. Na
Cabala é referido como "EIN SOPH EOR". “É o círculo cujo centro está em todas as partes e
cuja circunferência não está em parte alguma"
Nous, um dos atributos da Seus Supremo, é imanifesto para a mente humana, mas o fato
de não se manifestar sob qualquer forma direta não quer isto dizer que ele inexista. Somente
quando um dos elementos integrantes de Nous age sobre o outro provocando uma vibração é
que algo detectável ocorre. Aí é que surge o ponto dentro do círculo, aí é que nasce Kether.
Nous existe sempre, porém somente quando as suas duas polaridades interagem é que se
torna possível uma detecção qualquer direta ou indireta, quer para a mente objetiva, quer para a
subjetiva, quer para um ser, quer para um outro.
Afirmamos que antes de Kether existe Nous constituído por duas condições que
denominados Atributos do Poder Superior.
Nous = ATRIBUTO ATIVO ( RA ) + ATRIBUTO PASSIVO ( MA ). RA agindo sobre
MA gera algo manifestável = KETHER = PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO de algo. Ninguém
sabe exatamente o como e o porquê interagem aqueles dois princípios. Entender isto é o mesmo
que entender os próprios desígnios do Criador, o que ainda não é dado ao homem comum fazê-
lo, mas podemos dizer que se trata do processo de Deus ver a face de Deus, conforme diz a
Tradição da Cabala.
Temos que encarar a existência também como um bipolo que tem de um lado a
existência e do outro um oposto. Esse oposto é a Existência Negativa "inexistência". Como
inexistência não estamos nos referindo a algo que não exista de alguma forma e sim algo que
existe de uma maneira inversa da existência; algo existente, mas sob nenhuma forma detectável
ou Conscientizável.
Muitas das coisas indetectáveis o são por falta de algum órgão ou instrumento adequado
para registrar determinados comprimentos de ondas. Podem não ser detectados hoje, mas
poderão sê-lo no futuro. Em se tratando da polaridade oposta do Universo detectável a coisa é
diferente. Indetectável não por falta de dispositivos, mas por carência de vibração, condição
"sine qua non" para uma manifestação qualquer se efetivar. Qualquer manifestação é sempre
decorrente da vibração e naquela situação da existência negativa4 não há vibração alguma que
estimule qualquer dispositivo detector.
No bipolo que estamos considerando, de um lado estão todas as manifestações do
Universo seja de que natureza forem, e do outro está Nous. Na ciência da Cabala temos, de um
lado o mundo manifesto, representado simbolicamente pela árvore da Vida, e do outro a
Existência Negativa com três planos manifestos que são: AYN, AYN SOPH e AYN SOPH
AUR5.

4
O termo negativo que temos usado não é no sentido de expressar algo ruim, e sim uma das duas polaridades, a oposta da
polaridade positiva.
5
Algumas vezes escrito EOR

2
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Pouco se sabe, e muito menos pode ser dito sobre a Existência Negativa, desde que não
há qualquer forma de acessá-la plenamente. A mente humana não chega até lá, pois para esta a
Existência Negativa é como um nada. Para a nossa mente somente há existência a partir do
ponto inicial, a partir de Kether, a primeira forma de existência manifesta.
O mundo manifestável, aquele que os cabalistas representam pelo desenho da Árvore da
Vida, os Hebreus pelo candelabro de 7 braços (Temurah) e os Rosacruzes por três triângulos, é
um mundo onde tudo existe em decorrência da interação de dois princípios. Um positivo e
outro negativo, como já temos afirmado várias vezes.
Entre as conjecturas que se pode fazer a respeito de Nous - Rosacruz - ou Existência
Negativa - Cabala - diz respeito ao comportamento vibratório. Poder-se-ia indagar: Nous vibra?
Se vibra em que freqüência o faz? - As respostas devem ser “não” a todas essas indagações
sobre a polaridade oposta da existência. Vibração não existe fora do mundo imanente. Na
existência, no pólo positivo, tudo se manifesta pela vibração e no pólo oposto coisa alguma se
manifesta por ela. Quando a vibração se instala então já o transcendente tem se transformado
em Imanente. Se no pólo "existência” tudo se manifesta pela vibração, com certeza no pólo
oposto, inexistência, dá-se exatamente o inverso. Mesmo assim vale salientar que a Existência
Negativa potencialmente é vibratória. Tem caráter vibratório, porém ainda não vibra, e quando
o faz deixa de ser Existência Negativa para ser Existência Positiva, surgindo então Kether.
Vibração é um termo relativamente novo, nascido com os descobrimentos científicos da
nossa época, contudo a sua existência era conhecida há milênios sob outro nome. Era referido
nos antigos Registros como "FOGO" ou "LUZ". Estes termos eram usados pelos antigos
místicos para indicar vibração. Talvez o termo mais empregado é LUZ. Os antigos rabinos
assim se referiam às vibrações, por isto eles para indicar a Existência Negativa usavam o termo
Luz Negativa. As coisas manifestas, ou sejam, as coisas cujas existências decorrem da ação dos
dois princípios cósmicos, se manifestavam pela luz, em outras palavras, "pela vibração", pela
"LUZ POSITIVA" e o oposto dessa condição designavam "LUZ NEGATIVA". Disto o
significado de EIN (AYN) SOPH AUR.
EIN = NEGATIVIDADE
SOPH = ILIMITADO
AUR = LUZ.
Literalmente AYN SOPH AUR significa: LUZ NEGATIVA ILIMITADA
Kether equivale ao primeiro degrau da transformação do imanifestável em manifestável.
Neste ponto vale a indagação: Se no mundo manifestável há vibração e se no imanifestável não
há, o ponto de transição entre a Existência e a Existência negativa, ou seja, em Kether qual o
nível vibratório presente? Há em Kether apenas o início das vibrações? - O que ocorre é
exatamente o contrário porque o primeiro contato das duas naturezas ( RA e MA ) determina a
mais elevada vibração possível. Em Kether há o máximo de vibração. Na linguagem dos
antigos há o máximo de “fogo” ou seja, há o Máximo de Luz manifesta. Sabe-se que Kether
tem uma freqüência vibratória altíssima, inconcebível, indo muito além da 80a. oitava, mas não
sabemos ainda exatamente qual é aquela freqüência..
Kether é Superior Absoluto na origem da Creação, mas Kether é também o Superior
Relativo de cada manifestação. Todas as coisas podem ser representadas por uma “Árvore da
Vida" e em todas elas o nível mais elevado é atribuído a Kether. Kether é sempre o nível mais
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elevado de cada árvore. Assim cada oitava tem uma manifestação de Kether. Para facilitar o
entendimento vejamos a “árvore” como uma escala musical, onde temos as notas DO, RE, MI,
FÁ, SOL, LA, SI. Neste ponto começa uma outra oitava principiando por DO (uma oitava
acima). A nota DO corresponde a Kether de cada oitava. A natureza está toda estrutura assim,
por isto dizemos que existe o Kether absoluto, a origem primeira do Universo, Deus, mas
existem origens relativas, muitas delas em níveis inferiores. Como todo processo começa por
Kether, naturalmente podemos perceber que as coisas vão surgindo na medida em que as
vibrações vão diminuindo.
No Cosmos tudo é passível de transformações Einstein sentiu isto e estabeleceu a
relação E= MC2 aplicada à conversão de energia em matéria e vice versa. Todas as coisas
existentes, quer sejam energia, matéria, emissões psíquicas, magnetismo, matéria astral, etc.
são intercambiáveis em decorrência da variação oscilatória do Meio Básico.

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