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Sábias palavras do Papa João Paulo II, que traçou neste parágrafo de sua Encíclica Centesimus
Anus, comemorativa do centenário da Encíclica Rerum Novarum (Papa Leão XIII), uma correta
apreciação sobre a evolução das formas de trabalho do homem e suas implicações na evolução
das empresas.
Ao longo de sua existência, o homem sempre utilizou sua capacidade intelectual para a sua
sobrevivência e evolução. Técnicas de conservação de alimentos sempre foram problemas
para a humanidade. O homem primitivo comia o que caçava e pescava, e o que colhia
diretamente da natureza (frutos, folhas, raízes, etc.).
Com o tempo, este homem foi descobrindo como obter e conservar estes alimentos, para
ultrapassar períodos de não obtenção na natureza (invernos, secas, doenças, etc.). Surgiram a
agricultura e a utilização de especiarias para conservação destes alimentos (dizem que estas
especiarias mais disfarçavam o mau cheiro resultante da decomposição dos alimentos do que
os conservava...). Nestes casos, apesar de evidentes primarismos nas idéias e conhecimentos
obtidos e utilizados (para nossa época, bem entendido), nota-se a utilização do conhecimento
e a difusão para outras pessoas e outros povos destes conhecimentos obtidos. Grandes
movimentos de povos foram estratégicos para sua sobrevivência, mesmo a custa de guerras e
dominações. Não podemos nos esquecer das expedições para as Índias (comércio de
especiarias), lutas por terras, entre outras razões para obtenção de alimentos ou de facilidades
para sua cultura: solos melhores e abundância de água, além do clima.
Esta divagação demonstra que, desde os primórdios da civilização, o conhecimento era arma
importante para a sobrevivência do homem.
E hoje, a obtenção do Conhecimento, sua aplicação, sua difusão, e seu gerenciamento, são
fundamentais para a sobrevivência das Organizações em seus diversos ramos de atuação.
Ou seja, o homem, de acordo com suas possibilidades, foi aprendendo a aprender. E foi, a seu
modo, aprendendo a gerenciar estes Conhecimentos, elementos de sobrevivência e
dominação.
Mais recente, ainda num período não desenvolvido industrialmente, a obtenção e a difusão
dos conhecimentos vieram permitir uma evolução constante e crescente da América,
desaguando na criação do estado americano.
Em pouco tempo tivemos o início da implantação de indústrias, ainda com mão de obra
intensiva, a vinda do homem do campo para as cidades, a necessidade de trabalho,
alimentação e moradia para esta população que crescia rapidamente, fazendo com que as
pessoas passassem a utilizar o cérebro para encontrar soluções e caminhos – capacidade do
cérebro de criação e inovação.
O grande resultado disto foi a percepção da capacidade de aprender a aprender. E a correta
utilização deste aprendizado = conhecimento.
A Organização teve que se adequar, pensar como um cérebro, inovar, processar informações,
questionar e transformar seus próprios padrões de aprendizagem – CRIAR.
E resta para a Organização uma grande e importante questão: como fomentar a criação do
conhecimento, como guardar, como difundir internamente e externamente, como reaprender
com os resultados (feedback), como utilizar de maneira proveitosa este conhecimento
adquirido?
“Numa economia onde a única certeza é a incerteza, apenas o conhecimento é fonte segura
de vantagem competitiva” - (I. Nonaka).
As empresas de sucesso são aquelas que, de forma consistente, criam novos conhecimentos,
disseminam-nos profusamente em toda a organização e rapidamente os incorporam em novas
tecnologias e produtos. Estas atividades caracterizam a empresa “criadora de conhecimento”,
cujo negócio exclusivo é a inovação contínua.
A Espiral de Conhecimentos
A ascensão dos setores de produtos eletrônicos e de automóveis japoneses – que teve grande
ajuda da inteligente apropriação da tecnologia e das pesquisas norte-americanas por parte das
empresas japonesas. A Era Industrial estava morrendo... A Era do Conhecimento estava
iniciando...
A distinção entre conhecimento tácito e explícito sugere quatro padrões básicos de criação de
conhecimento em qualquer Organização. A articulação (conversão do conhecimento tácito em
conhecimento explícito) e a internalização (utilização do conhecimento explícito para a
ampliação da própria base de conhecimentos tácitos) são as fases criticas da espiral do
conhecimento. Ambas exigem o envolvimento ativo do eu – ou seja – o comprometimento
pessoal.
Outro meio pelo qual a gerência proporciona aos empregados o senso de direção é a definição
de padrões para justificar o valor do conhecimento em constante desenvolvimento pelos
membros da organização. A decisão sobre as iniciativas a serem apoiadas e promovidas é
tarefa de alta estratégia.
A Gestão do Conhecimento
Antes de qualquer coisa, a empresa que se propõe a gerir seus conhecimentos, deve ser a
Organização que aprende, como já vimos anteriormente.
Por outro lado a Organização deve prover facilidades para esta aquisição e difusão de
conhecimentos, através de redes de informação, Sistemas Integrados, CRM, banco de
competências, programas de incentivo a inovação, remuneração por habilidades e por
competências, entre muitas outras iniciativas.
Conclusão