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Relatório do Software Anti-plágio CopySpider


Para mais detalhes sobre o CopySpider, acesse: https://copyspider.com.br

Instruções
Este relatório apresenta na próxima página uma tabela na qual cada linha associa o conteúdo do arquivo
de entrada com um documento encontrado na internet (para "Busca em arquivos da internet") ou do
arquivo de entrada com outro arquivo em seu computador (para "Pesquisa em arquivos locais"). A
quantidade de termos comuns representa um fator utilizado no cálculo de Similaridade dos arquivos sendo
comparados. Quanto maior a quantidade de termos comuns, maior a similaridade entre os arquivos. É
importante destacar que o limite de 3% representa uma estatística de semelhança e não um "índice de
plágio". Por exemplo, documentos que citam de forma direta (transcrição) outros documentos, podem ter
uma similaridade maior do que 3% e ainda assim não podem ser caracterizados como plágio. Há sempre a
necessidade do avaliador fazer uma análise para decidir se as semelhanças encontradas caracterizam ou
não o problema de plágio ou mesmo de erro de formatação ou adequação às normas de referências
bibliográficas. Para cada par de arquivos, apresenta-se uma comparação dos termos semelhantes, os
quais aparecem em vermelho.
Veja também:
Analisando o resultado do CopySpider
Qual o percentual aceitável para ser considerado plágio?

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Arquivos Termos comuns Similaridade


PARA PLAGIO.docx X 2130 12,30
http://repositorio.undb.edu.br/bitstream/areas/559/1/ANA
PAULA MENDES LEITE.pdf
PARA PLAGIO.docx X 1291 5,93
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/1874/1/J
O%C3%83O DE FARIAS FILHO - TESE %28PPGEP%29
2007.pdf
PARA PLAGIO.docx X 0 0,00
https://www.life123.com/article/funny-quotes-from-
history?utm_content=params%3Ao%3D740009%26ad%3DdirN
%26qo%3DserpIndex
PARA PLAGIO.docx X 0 0,00
https://www.askdailyquiz.com/article/who-said-these-famous-
quotes-from-us-
history?utm_content=params%3Ao%3D1471884%26ad%3Ddir
N%26qo%3DserpIndex
PARA PLAGIO.docx X 0 0,00
https://www.askdailyquiz.com/article/can-you-guess-who-said-
these-famous-quotes-in-
history?utm_content=params%3Ao%3D1471884%26ad%3Ddir
N%26qo%3DserpIndex
PARA PLAGIO.docx X 0 0,00
https://www.questionsanswered.net/article/inspiring-quotes-
history?utm_content=params%3Ao%3D740012%26ad%3DdirN
%26qo%3DserpIndex
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https://pt.scribd.com/document/408196721/JOAO-DE-FARIAS-
FILHO-TESE-PPGEP-2007-pdf
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https://www.questionsanswered.net/article/10-famous-
leadership-
quotes?utm_content=params%3Ao%3D740012%26ad%3DdirN
%26qo%3DserpIndex
PARA PLAGIO.docx X 0 0,00
https://www.questionsanswered.net/article/15-motivational-
quotes-when-you-need-
boost?utm_content=params%3Ao%3D740012%26ad%3DdirN
%26qo%3DserpIndex
Arquivos com problema de conversão
http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_WPG_234_366_29266. Não foi possível converter o arquivo. É
pdf recomendável converter o arquivo para
texto manualmente e realizar a análise
em conluio (Um contra todos).

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Arquivo 1: PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Arquivo 2: http://repositorio.undb.edu.br/bitstream/areas/559/1/ANA PAULA MENDES LEITE.pdf (15346
termos)
Termos comuns: 2130
Similaridade: 12,30%
O texto abaixo é o conteúdo do documento PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
http://repositorio.undb.edu.br/bitstream/areas/559/1/ANA PAULA MENDES LEITE.pdf (15346 termos)

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of
granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.

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Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.

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Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU?
RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.


Fonte: Farias Filho (2007)

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Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.
Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do

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granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de
composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil (

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NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito (
ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.
Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala

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de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de
resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o

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assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Arquivo 1: PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Arquivo 2: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/1874/1/JO%C3%83O DE FARIAS
FILHO - TESE %28PPGEP%29 2007.pdf (18944 termos)
Termos comuns: 1291
Similaridade: 4,57%
O texto abaixo é o conteúdo do documento PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/1874/1/JO%C3%83O DE FARIAS FILHO - TESE
%28PPGEP%29 2007.pdf (18944 termos)

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações,
principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland (
CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil (
NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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termos)

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Arquivo 1: PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Arquivo 2: https://pt.scribd.com/document/408196721/JOAO-DE-FARIAS-FILHO-TESE-PPGEP-2007-pdf
(669 termos)
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O texto abaixo é o conteúdo do documento PARA PLAGIO.docx (4097 termos)
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
https://pt.scribd.com/document/408196721/JOAO-DE-FARIAS-FILHO-TESE-PPGEP-2007-pdf (669
termos)

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
?

3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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Gestão De Resíduos Sólidos Da Construção Civil Na Cidade De São Luís: um estudo sobre o
beneficiamento do granito
[1: Título do artigo oriundo da monografia do curso de Engenharia Civil da ISL WYDEN]

Ludmila Melo
[2: Discente da ISL WYDEN]
RESUMO

Os resíduos de construção civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas construções ou demolições.
Apesar dos esforços para redução de custos das construções, os níveis de desperdício e sobras de
materiais ainda são grandes, todo esse material precisa de um sistema de gestão que minimize ao
máximo os riscos e impactos ambientais que eles causam. As altas taxas de crescimento da população
trazem consigo alguns problemas ambientais que são alvo de preocupação da sociedade. Com o objetivo
de minimizar esses impactos, Considerando a grande quantidade de sobras oriundas das marmorarias
descartadas anualmente, o grande volume de entulhos, o pó e a massa produzido por essas indústrias, o
crescente uso de recursos naturais para a produção de compósitos cimentícios e a possibilidade de
melhorias na qualidade do produto final para a construção civil, presume-se que a incorporação do pó de
granito pode contribuir significativamente na durabilidade e no comportamento mecânico das argamassas.
Palavras-chave: Gestão; Resíduos sólidos; Construção Civil.

ABSTRACT

Civil construction waste (CCW) is generated at very high rates in construction or demolition. Despite efforts
to reduce construction costs, the levels of waste and leftover materials are still high, all this material needs
a management system that minimizes the risks and environmental impacts they cause as much as possible
. The high population growth rates bring with them some environmental problems that are of concern to
society. In order to minimize these impacts, Considering the large amount of leftovers from the marble
works discarded annually, the large volume of rubble, dust and mass produced by these industries, the
growing use of natural resources for the production of cementitious composites and the possibility of
improvements in the quality of the final product for civil construction, it is assumed that the incorporation of

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granite powder can significantly contribute to the durability and mechanical behavior of mortars.
Keywords: Management; Solid waste; Construction.

1 INTRODUÇÃO

A Construção Civil é um dos principais pilares da economia e do desenvolvimento mundial, mas ao mesmo
tempo é o setor que gera impactos no meio ambiente. Isso ocorre com a grande produção de resíduos
sólidos, seja por demolição ou por desperdícios de materiais, além disso grandes parte desses resíduos
são deixados em locais inapropriados, como terrenos baldios e vias públicas.
Para diminuir a quantidade de resíduos existentes e acabar com sua disposição em locais inadequados, o
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) criou em 2002 a Resolução n° 307, o poder público
municipal deve exercer um papel fundamental para disciplinar o fluxo dos resíduos, utilizando instrumentos
legais para regular especialmente a gestão dos RCCs. Assim, é de grande importância o estudo e a
caracterização dos resíduos gerados nas construções e demolições, a fim de identificar o potencial de
reciclagem assim como a melhor solução tecnológica e logística de coleta, transporte e disposição final
dos mesmos. (REZENDE, SANTANA, 2018).
Nas últimas décadas inúmeros pesquisadores buscam descobrir técnicas de reaproveitamento desses
resíduos. Estes estudos apontam propriedades equivalentes ou até melhores que as matérias primas
extraídas das reservas minerais naturais. Logo, a utilização desses resíduos reciclados oferece bastantes
benefícios para a qualidade de vida da população em geral, as construções civis e para o meio ambiente
como, redução de locais ocupados por entulhos, redução no custo da obra, conservação de recursos
naturais, inovação, redução na ocupação de áreas para deposição de resíduos, etc. Outra constatação
relevante é que a reciclagem desses resíduos é bastante promissora para diversas aplicações
, principalmente na produção de concretos e argamassas.
Anualmente, as empresas de beneficiamento de granito, geram bastantes resíduos sólidos, e estes têm se
mostrado como uma problemática constante que as industriais nacionais e internacionais vem
enfrentando, no que se refere ao descarte e manuseio adequado desses resíduos, que tem como
principais destinos o acúmulo desses materiais nos pátios das indústrias ou o descarte na natureza,
despertando assim o interesse por parte do meio acadêmico em transformar esses resíduos em algo útil e
necessário na construção civil.
Considerando isto, e sempre buscando alinhar-se a premissa da sustentabilidade que rege as relações
econômicas e jurídicas atuais, este trabalho tem por objetivo primordial sustentar que o pó de granito é
viável enquanto matéria prima de substituição de parte do agregado miúdo (areia) pra argamassas, em um
modelo sustentável, econômico e inovador.

2 IMPACTO AMBIENTAL E RESÍDUOS PROVENIENTES DE OBRAS DE ENGENHARIA

De acordo com a Resolução n° 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, art. 1º ?o impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as

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condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais?.


Com a utilização em larga escala das reservas naturais, é possível o esgotamento das mesmas e
consequentemente agressões diretas ao meio-ambiente, pois quanto maior o desenvolvimento urbano,
mais rápido se torna a necessidade de explorar essas matérias-primas.
A grande massa de resíduos sólidos produzidos nas grandes cidades contribui para a ocupação de
grandes áreas destinadas a aterros para deposição destes resíduos (ZORDAN; GALIBAN E BERNOLD;
SYMONDS, EC, apud FARIAS FILHO, 2007), torna-se um grande problema devido as poucas áreas que
sejam destinadas para a utilização desse fim. Portanto é essencial aperfeiçoarmos nossa gestão dos
resíduos sólidos.
As médias e grandes cidades brasileiras não estão estruturadas para gerenciar o volume expressivo de
resíduos e não podem mais adiar a busca de solução para os problemas acarretados (PINTO, 2000).
Os desperdícios gerados pelas indústrias de beneficiamento de granito juntamente com os resíduos
domiciliares criam verdadeiras jazidas de matérias primas inutilizáveis e causam grandes danos ao meio-
ambiente, a vida urbana e a economia. A Figura 1 apresenta um exemplo dos danos causados ao meio
ambiente provocados pela deposição inadequada:

Figura 1 . Impacto ambiental causado pelos resíduos dos cortes de granito.


Fonte: Caldas, (2020).

A classificação dos resíduos é feita através das Normas da ABNT NBR 10004 (2004), NBR 10005 (2004),
NBR 10006 (2004) e NBR 10007 (2004). A NBR 10004 (2004), diz que a ?característica apresentada por
um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode
apresentar:

Em 1995, Caiado e Mendonça, fizeram um estudo sobre as indústrias de beneficiamento de granito do


Espírito Santo e chegaram à conclusão que essas indústrias alteram significativamente a qualidade dos
recursos hídricos regionais. As Figura 2 e 3 apresentam amostras do impacto ambiental causado no
processo de extração dos blocos e granitos e na deposição do resíduo produzido pela indústria no
beneficiamento do granito.
Figura 2: Blocos de granito.

Fonte: Caldas (2020)

Figura 3. Blocos de granito para extração.

Fonte: ALYAMAÇ; TU?RUL, (2014).

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Os resíduos provenientes do beneficiamento (corte, polimento e acabamento) de granito e mármore pelas


serrarias, em cerca de 200.000 t/ano, necessita de local adequado para armazenamento para evitar-se
assim maiores agressões ao meio-ambiente (MOTHÉ FILHO, 2001).
Ficou esclarecido, o quanto é necessário adotarmos meios de reaproveitamento dos bens minerais
descartados por essas industrias, para podermos reduzir a quantidade de materiais extraídos das jazidas e
reduzirmos o impacto ambiental através da reutilização e reciclagem desses resíduos.

2.1 Cenário atual dos resíduos descartados pelas empresas de beneficiamento de granito

Na fabricação de peças com as rochas ornamentais, as marmorarias cortam, lixam e fazem polimentos
para atender os tamanhos e modelos das peças solicitadas. Desta forma, os empresários desse setor são
responsáveis por causar uma variedade de impactos, visto que para evitar trincas consequentes do
superaquecimento das chapas de mármores e granitos, é necessário a utilização de água que ajuda a
evitar esses problemas e minimizar a poeira oriunda desses cortes, a mistura de água e pó que resultam
dessa operação torna-se uma lama bastante espessa. A quantidade de resíduos gerados é despejada no
meio ambiente em sua forma inicial ou após desidratação em uma estação de tratamento (ALYAMAÇ; TU
?RUL, 2014).
Para Almeida, (2007) no processo de corte, polimento e acabamento os resíduos sólidos são
representados por cacos descarregados em aterros, independentemente do uso potencial destes resíduos
. A lama de mármore ou granito, quando não despejada em locais próximos das empresas, é destinada a
aterros, o seu teor de água é totalmente reduzido e o pó de pedra, resulta em vários impactos ambientais
.
Durante a produção destes materiais grandes quantidades de resíduos são geradas, tais como a poeira e
a lama do mármore. O manuseio e descarte destes resíduos levantam graves problemas ambientais uma
vez que eles contribuem para a acumulação e dispersão ocasionando a poluição do ar, da água e do solo
(ALGIN; TURGUT, 2008; GALETAKIS, 2012).

2.1.1 Reciclagem dos resíduos de mármores e granitos na construção civil

No beneficiamento dos blocos para a produção de chapas, são geradas quantidades significativas de
rejeitos em forma de ?lama?, proveniente da polpa utilizada nos teares, cujos objetivos são lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar sua oxidação impedindo o aparecimento de manchas nas chapas, servir de
veículo para abrasivo (granalha) e limpar os canais entre as chapas. Essa ?lama? é geralmente
constituída de água, granalha e cal moída. Utiliza-se como substituição à cal o calcário moído, a escória
de alto forno, etc. (CALMON, 1997).
Cada vez mais os resíduos conhecidos como lamas resultantes da mistura do pó com a água dos
reservatórios têm preocupado as autoridades ambientais e governantes devido à agressão direta no meio.
Córregos, rios e lagos têm sido utilizados para descarte desse resíduo. Também não é rara a utilização de
faixas de domínio das rodovias como local para descarte, colocando em risco os motoristas e passageiros
que possam vir a sofrer acidentes nesses locais, pois essas áreas são transformadas em verdadeiro lagos
movediços de ?lama? (NEVES, 2002).

Figura 4 Desperdício causado no corte de chapas do granito.

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Fonte: Farias Filho (2007)


Estima-se que o desperdício no processo de mineração das pedras ornamentais chegue a 40% (monólitos
fora das dimensões padronizadas, lascas e pó de pedra). Na serragem, as perdas podem chegar a 30%
na forma de lama abrasiva (FARIAS FILHO, 2007). Outras perdas corriqueiras são por quebra de chapas,
materiais trincados, erro de corte, sobras de corte de cubas e fogões do tipo cooktop ou semi-encaixe,
cortes para tomada, furos para torneira e passagem de fios, dentre outros. Segundo o empresário do ramo
, durante a manufatura as perdas podem chegar a 5%. Além das perdas de produção, muitas vezes na
aplicação das pedras ornamentais na construção civil, nas montagens os materiais vão com medidas
maiores para ajuste in loco e nesses ajustes há cortes também sendo fonte de sobra e desperdício. A
Figura 3.2 apresenta uma amostra das perdas ocorridas no corte das chapas.

No Brasil, as perdas nas indústrias pelo beneficiamento do granito atingem patamares entre 20% e 25%
de sua massa, quando da serragem dos blocos, essa massa dá origem lama ou polpa abrasiva resultante
do processo que é transformada em pó (FREIRE e MOTTA, 1995; SILVA, 1998).
Em 1997, Calmon fez um estudo onde utilizava o resíduo do granito para a produção de argamassa de
assentamento. Obteve um resultado satisfatório, entregando ao mercado novas técnicas para a fabricação
de argamassa industrializada.
A utilização de resíduo de mármore e granito para composição de massas cerâmicas contribui para um
maior aproveitamento dos recursos naturais, como também promove melhoria no progresso da sociedade
(BARROTE, 2000).
Moura (2006) utilizou também o resíduo do corte de blocos de mármore e granito, para a fabricação de
argamassas de revestimento e na produção de lajotas para piso. Produziram argamassas com o traço 1:6
(cimento: areia) em massa, com substituições de 5% e 10% da massa de areia por resíduo. Observavam a
consistência do material como o fator de controle, estando na faixa de 260 ± 10 mm. Para a verificação da
influência do resíduo foi medida através da resistência à compressão axial a 3, 7 e 28 dias. Concluíram
que a resistência à compressão das argamassas feitas com o resíduo foi maior do que a resistência da
argamassa convencional, com melhores resultados quando a substituição foi de 10%.
Neves (1999), também estudou a probabilidade do uso desses resíduos na produção de elementos
construtivos cerâmicos (tijolos e blocos), obtendo resultados satisfatórios.
Podemos observar que cada vez mais, as indústrias de mineração, principalmente as de beneficiamento
de rochas ornamentais, estão como uma das maiores fontes de poluição para a natureza, pois a maior
parte desses resíduos é depositada a céu aberto e sem prévio tratamento que elimine ou pelo menos
reduza os poluentes, que promovem graves danos ao meio-ambiente. Desta forma torna-se de
preocupação pública um melhor aproveitamento.
Em 2003 D?Agostino e Soares, fizeram a classificação de dois tipos de material arenoso e avaliaram o
comportamento de argamassas preparadas com estas areias tomando como parâmetro a resistência à
compressão simples. As areias, de origens distintas: I) natural - do leito de rio; II) resultante da britagem de
rocha gnaisse-granítica. Chegaram ao resultado que a argamassa preparada com areia da britagem, após
90 dias, mostrou maior resistência à compressão simples, superando em duas vezes mais a argamassa
feita com a areia natural. Podemos logo avaliar que a areia da britagem oferece maior qualidade na
fabricação de argamassas.

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Feitosa (2004) desenvolveu um trabalho de pesquisa visando a utilização do resíduo da serragem do


granito para uso em blocos de concreto. Ele utilizou o resíduo como substituição parcial da areia em
relação ao seu volume total, adotando os percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%. Para avaliar o
comportamento ele tomou como parâmetro a resistência à compressão simples e a absorção de água por
imersão. Os resultados por ele obtidos mostraram que o resíduo da serragem do granito é viável, visto que
os blocos produzidos com a incorporação desse resíduo apresentaram valores da resistência à
compressão simples superior aos produzidos com o traço convencional (FARIAS FILHO, 2007).
Com a atual economia, o reaproveitamento desse resíduo pode vir a contribuir para a diversidade dos
produtos, trazendo inovações no mercado da construção civil e redução nos custos finais. Torna-se
fundamental a realização de estudos que visam o aproveitamento desses materiais como substituição das
matérias-primas não renováveis.
3 CENÁRIO ATUAL DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELAS EMPRESAS DE BENEFICIAMENTO DE
GRANITO

O entulho se apresenta na forma sólida, com características físicas variadas e dependem do seu processo
gerador, podendo apresentar-se tanto em dimensões e geometrias já conhecidas dos materiais de
construção, tanto em formato e dimensões irregulares, como pedaços de madeiras, argamassas,
concretos, metais, plásticos, etc. (ZORDAN, 2001). Estes resíduos, quando reciclados, podem ser
utilizados como agregados na fabricação de argamassas com propriedades similares ou até superiores
aquelas apresentadas pelas argamassas presentes no mercado. Contudo, quando moído o resíduo se
transforma em um material pulverulento, capaz de reagir com a cal e, desta forma, obter aglomerante
hidráulico alternativo, nobre, também chamado de cal pozolânica (FARIAS FILHO, 2007).
A cal pozolânica foi utilizada pelas civilizações romana e grega, antes da descoberta do cimento Portland
(CINCOTTO, 1983; PINTO, I997; AMORIM et al, 1999). No Brasil, existe uma grande quantidade de
indústrias de beneficiamento de granito, responsáveis pela liberação de centenas de toneladas de resíduo
por ano no meio ambiente. Este quadro de descaso é agravado ainda mais pelos indicativos de
crescimento da produção, despertando a preocupação de ambientalistas e da comunidade em geral, em
vista de um cenário ainda mais perigoso e danoso ao meio ambiente e à saúde da população (FARIAS
FILHO, 2007).
Todo ano as industrias beneficiarias de granito, deixam no ambiente toneladas de sobras. Este descaso
torna-se cada vez mais agravante, pois a tendência é só aumentar a produção, que consequentemente irá
oferecer um cenário com mais danos ao meio ambiente e a saúde populacional, despertando assim
preocupação nos ambientalistas, na comunidade e nos construtores civis. Com intuito de diminuir a
poluição ainda maior na natureza, antes de instalarem a máquina de corte os empresários fazem um
reservatório com água e instalam esse aparelho em cima, para que ao cortar as chapas de granito,
mármores ou industrializados o pó que poderia pairar no ar fique contido nesse local. Entretanto na junção
de água e pó, surge um resíduo com aspecto denso.
O resíduo do beneficiamento do granito, também conhecido como lama, geralmente é constituído de pó de
rochas, que corresponde a cerca de 20% a 25% do bloco beneficiado, além de outros constituintes como
granalha metálica, cal e água (MONTEIRO et al, 2004). A Figura 5 apresenta a lama formada através da
mistura do pó e água:

Figura 5. Lama gerada no beneficiamento do granito (ainda na indústria).

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Essa lama, quando seca, torna-se um resíduo sólido não biodegradável. Quando este resíduo não é
descartado de forma correta pode alcançar rios, lagoas, córregos, provocando problemas de
assoreamento causando danos ao meio ambiente. Além do mais, a poeira da lama seca pode provocar
danos à saúde humana, principalmente, relacionados à silicose. Ainda, quando dispostos em depósitos a
céu aberto estes resíduos afetam esteticamente a paisagem (FARIAS FILHO, 2007).
Para muitos, aparentemente esses resíduos de serragem não tem valor industrial, porém o que poucos
sabem é que o mesmo pode ser um grande agregado na fabricação de argamassas utilizadas para
alvenarias. As razões para confirmarmos isso estão relacionadas aos seguintes aspectos principais: a)
composição físicomineralógica do resíduo, b) substituição do agregado miúdo e c) não ocorrência de
poluição durante a fabricação e uso dos novos produtos (NEVES, 2002).
Mesmo com a utilização de materiais alternativos, ainda sabemos pouco sobre a utilização dos resíduos
do granito aplicados como agregado miúdo na fabricação de argamassas. Nestes estudos estão sendo
avaliados diferentes tempos de cura e resistência nos corpos de prova.
A dificuldade na avaliação da durabilidade dos materiais alternativos, produzidos com resíduos reciclados,
está associada à complexidade dos constituintes desses resíduos, que dependem diretamente do
ambiente onde foram originados, fase ou estágio da obra quando este foi gerado, tipo ou tratamento a que
o material que lhe deu origem foi processado, como também sua interação com os agentes ou
mecanismos de degradação ambiental aos quais serão submetidos para avaliação dos indicadores da
durabilidade ( FARIAS FILHO, 2007).
Diante disso, nossa pesquisa buscará solucionar esse problema com uma ideia inovadora, de modo a
atender à escassez desses materiais em nossa localidade, considerando que: a) há necessidade de novas
pesquisas inovadoras, que objetivem a utilização de alternativas para os problemas dos resíduos gerados
pela indústria de rochas ornamentais; b) carecem de pesquisas relacionadas ao desempenho desses
resíduos incorporados na fabricação de argamassa, instituindo a diminuição do esgotamento das matérias-
primas não renováveis e redução de custos.

3.1 Mármores

Compostos por calcita e/ou dolomita, os mármores são rochas metamórficas muito utilizadas em
decorações sofisticadas, isso pois formam-se naturalmente e cada chapa extraída e lapidada apresenta
formas diferentes.
Os seus componentes denominam a sua coloração, entretanto seu padrão é definido pelos minerais e
impurezas presentes nos seus componentes.
Quando comparado com o granito, o mármore é de baixa dureza, ou seja, apresenta e mais porosidade,
são mais sucessíveis a ação de ácidos sendo muitas vezes manchado.
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3.2 Granitos

Os granitos ornamentais e de revestimentos, também chamado de pedras naturais, rochas lapídeas,


rochas dimensionais e materiais de cantaria, podem ser definidos como rochas não calcárias capazes de
receber polimento e de serem usadas como material de revestimento. Esse conceito abrange rochas de

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composições distintas e que satisfazem as condições necessárias para utilização na construção civil
(NITES, 1994).
No estudo das rochas ornamentais o granito se engloba na família das rochas silicáticas. Os minerais
constituintes são: mica (biotite e moscovite), feldspato (ortoclase, sanidina e microclima) e quartzo. Ou
seja, é o resultado da solidificação do magma a grandes profundidades.
As modificações de seus componentes minerais atribuem suas cores e texturas distintas as rochas. De
extrema beleza, durabilidade e resistência esses materiais podem ser utilizados desde o piso à bancadas.
Por apresentar uma alta dureza, o granito dificilmente pode ser riscado, quebrado ou manchado.

3.3 Utilização das rochas ornamentais

Por terem suas principais características como a beleza, resistência e durabilidade, o mármore e o granito
são bastante empregados nas obras de construção civil em geral.
Segundo Hanieh (2014), a utilização do mármore não vem só de hoje, pois desde os primórdios, as
civilizações antigas já empregavam na construção de pirâmides e outros edifícios arquitetônicos. Podemos
citar o período Romano e Idade Média, como um dos períodos que mais podemos observar essas rochas
sendo utilizadas na construção dos monumentos com estrutura permanente (LOPES; MARTINS, 2012).
Apesar de apresentar benefícios na sua empregabilidade estas rochas acarretam uma preocupação
ambiental devido aos resíduos provenientes da indústria de beneficiamento de mármore e granito
(ALIABDO, 2014).
Oliveira (2009) destaca o significativo volume de resíduos que são gerados na atividade de beneficiamento
de rochas ornamentais, de 25% a 30% o total de resíduo gerado no processo. Com isso é possível
entendermos que se não houver um descarte adequado para essas sobras, ocorrerão inúmeros impactos
ambientais que atuam negativamente no meio onde vivemos. De acordo com Gazi (2012), a falta de
gestão sustentável dos recursos e grandes quantidades de material de resíduos gerados em todas as
etapas de produção estão entre os principais problemas neste setor. Portanto, os fornecedores dessas
matérias primas causam bastantes impactos ambientais desde a extração até a entrega final do produto
para o cliente.

3. 4 Resíduos

O processo de produção da indústria da construção civil, por sua natureza, gera bastante resíduos ao
longo de sua cadeia produção. Ao ocupar-se de terras, extrair e processar matéria-prima, construir e usar
edifícios, recursos naturais são explorados e resíduos são gerados afetando o ar, o clima, o lençol freático
, o solo, a paisagem, a fauna, a flora, e, sobretudo, prejudicando o hábitat humano. Estes impactos são
mais visíveis em áreas de baixa renda e em áreas urbanas degradadas. Sendo os resíduos provenientes
desta atividade o principal aspecto ambiental motivador desse tipo de desequilíbrio (MESQUITA, 2012).
Independentemente do tipo de resíduos, devem ser adotadas medidas gerenciais para a diminuição dos
impactos ambientais, visando também a minimização dos custos e maximização do uso da matéria-prima.
Na busca pela melhoria da qualidade de vida e do conforto populacional, cada vez mais estamos abrindo
mão dos recursos naturais disponíveis, assim o que seria utilizado das reservas de materiais naturais, que
muitas vezes são recursos não renováveis é substituído por materiais reciclados, já presentes em nosso
meio.
Atualmente, o modelo de ?desenvolvimento econômico? adotado baseia-se no lucro e no consumismo.

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Desta maneira, os recursos naturais são usados como matéria-prima e procura-se lucrar em uma escala
de produção cada vez maior. Com esta forma de ?desenvolvimento? degrada-se o meio ambiente e perde
-se qualidade de vida (DIAS, 2004).
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional. O setor também é um dos
maiores consumidores de matérias-primas naturais. Estima-se que sejam utilizados entre 20% e 50% do
total de recursos naturais consumidos pela sociedade. A indústria da construção civil também gera
impactos no meio ambiente com a produção de resíduos, que se tornou um grande problema nas grandes
cidades. O entulho chega a representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos (MESQUITA, 2012).
Segundo dados internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos produzidos pela Indústria de Construção variam entre
41% e 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos (MESQUITA, 2012). A quantidade de resíduos
liberados pelas atividades construtivas nas cidades é de tal porte que, se previsto uma reutilização do
material gerado, as necessidades de pavimentação de novas vias ou construção de habitações de
interesse social, seriam totalmente satisfeitas (PINTO, apud MESQUITA, 2012).
Apesar disso, o arranjo desses entulhos em muitas cidades do país é irregular, causando problemas para
a decomposição e a limpeza pública, problemas para a sociedade como: contaminação do solo,
contaminação de cursos de água, enchentes, dentre outros.
Por fim, existem várias definições sobre o que são resíduos, todavia o que fica evidente que as atividades
desenvolvidas na construção civil e no beneficiamento do granito e mármore são fontes que geram
bastantes resíduos sólidos.
4 CONCLUSÃO

A utilização de resíduos e de produtos vem tornando-se uma alternativa promissora para auxiliar na
redução do impacto ambiental causado pela geração de resíduos. A construção civil, como um dos setores
que mais apresentar impactos negativos para o meio ambiente, principalmente pela utilização em larga
escala dos recursos naturais, vem se apresentando como o setor com melhores condições de utilização de
resíduos sólidos.
O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos que os resíduos gerados das
obras de engenharia podem causar ao meio ambiente, e do beneficiamento do granito como um desses
resíduos para possíveis alternativas de produtos. Entre eles destaca-se a formação de argamassa.
Identificou-se que as empresas de beneficiamento de granito ainda apresentam deficiências em relação
aos resíduos gerados, acarretando significativamente desta forma a degradação do meio ambiente.
Constatou-se, também, que os resíduos de mármore e granito provenientes do processo de corte,
polimento e acabamento podem ser reaproveitados por outras indústrias, tornando-se uma ação
sustentável a ser adotada pelas marmorarias e que devem ser incentivadas com políticas públicas.
Atualmente existem vários órgãos, como a AAMOL, CETEMAG que se preocupam com esse trabalho
sustentável dos resíduos de rochas ornamentais e que procuram passar para os empresários, seja ele
pequeno ou grande, que os gastos voltados para a gestão ambiental não são despesas e sim um grande
investimento. Hoje há empresas que já obtêm retorno financeiro desses investimentos (fabricação de
tijolos, reutilização da água através do filtro etc.) e que podem obter muito mais.
Foi mencionado também a resolução CONAMA e como o beneficiamento do granito pode influenciar na
proposta de um meio ambiente agradável a sociedade e ao seres vivos. Vale ressaltar que A aplicação de

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resíduos de granito e outras rochas já são estudadas e já se tem muitos trabalhos publicados sobre o
assunto. A problemática da utilização desses resíduos está na sua classificação, em que se podem obter
várias faixas de granulometria do resíduo, de acordo com a necessidade de aplicação, desde que seja
empregada uma técnica que viabilize o processo.
Pode-se ainda apontar a sustentabilidade como uma das principais vantagens da utilização do pó de
granito como substituto da areia natural, uma vez que sua utilização causa diminuição dos dados
causados pela exploração da areia e dos danos causados pelos resíduos das rochas ornamentais

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