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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL-Campus PAULISTA

NOME: Henry Michel Anglade RGM: 25962337

CURSO: Relações Internacionais DATA: 13/04/2021

PROFESSOR (A): Flavia Loss de Araujo

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LIMONGI, F.; FIGUEIREDO, A. Bases Institucionais do Presidencialismo de Coalizão.  Lua


Nova. São Paulo, nº 44, p. 82-106, 1998.

Fernando Limongi é um cientista político brasileiro, conhecido internacionalmente por ter sido
co-autor da obra Democracy and Development de Adam Przeworski, além das diversas premiações
nacionais e internacionais, como o prêmio Olavo Brasil de Lima Jr.

Argelina Figueiredo é uma pesquisadora, pensadora em Ciências Políticas, pela Universidade de


Chicago, sendo muito reconhecido por seus trabalhos como pesquisadora do Conselho Nacional de
Ciência e Tecnologia (CNPq).

O texto segue, de maneira progressiva, a construção do pensamento original de ambos os autores. Eles
seguem enumerando fatos, mostrando possibilidades e, por fim, chegam à conclusão do objeto estudado e
como este está introduzido no poder soberano brasileiro. Este texto traz de forma mais clara, à luz da
Constituiçao de 1988, o funcionamento do sistema politico Brasileiro. Neste artigo, nos deparamos sobre
temas muitos interessantes e importantes na politica: O Presidencialismo, Legislaçao partidaria, a
engenharia institucional, a agenda presidencial, a lesgislaçao eleitoral, as articulaçoes no congress
Nacional, as diferenças funções no Congresso, a influencia dos lideres de partidos, a influencia dos
partidos sobre os seus membros no momento de votaçao, a creaçao das comissoes, relaçoes entre o poder
legislative e o poder executive, diferenças entre votaçao nominal e votaçao simbolica, a coalizao
partidaria. Cada um destes temas foi esclarecido para Figueireido no seu artigo.

Os autores começam suas reflexôes, mostrando os impactos que teria o sistema presidencialista
sobre o legislativo. Assim, o Presidente eleito teria um máximo de poder e isso poderia influenciar as
decisões do Legislativo. A Democracia sofreria grande impacto e surgiria uma certa paralisia na política.
Do outro lado, se o Legislativo tiver um grande impacto no poder de decisõo do Executivo, isso faria com
que o Presidente se torna impotente, lutando contra um bando de Legislativos sem disciplina, e com sede
de mais poder. A Constituiçao de 1988 permite que o Legislativo guarde uma certa autonomia e reduza a
influencia do executive sobre o legislative. Assim, o sistema politica de hoje funciona de forma diferente
da Constituiçõo de 1946 que ampliou os poderes do Executivo.

Os pesquisadores constataram que mesmo com essa autonomia do Legislative, no periodo pos-
constituinte tivemos uma taxa de aprovaçao muito elevada das materias introduzidas pelo Executivo. Isso
mostra que a influencia do Presidente pode depender de seu Partido e da influencia do seu Partido sobre o
Legislative.

O texto vai, delineando como a capacidade de controlar a agenda, estruturar as maiorias


partidarias, permitir o acesso à patronage e disponibilizar recursos eleitorais que minimizam as
dificuldades de ação e ainda obtêm apoio partidário sólido. A relaçao entre o Executivo e o Legislativo
vai atuar na esfera do jogo do poder entre presidents com maior ou menor grau de atuaçao no legislative,
o que faz ou não buscar negociaçoes. Em outras palavras, uma agenda ponderosa do Executivo implica
em influencia direta nos trabalhos do Legislativo e ainda induz os parlamentares à cooperação. Mais
adiante, o texto lembra da importancia das medidades provisórias que o president tem o poder de editar e
quanto elas podem ser perigosas aos membros do Congresso Nacional que as rejeitarem depois de terem
surtido efeito na sociedade. Os autores, tambem, prevêem o conflito nesse jogo de interesses politicos
entre o presidente e a oposição política forte encontrada no Legislativo, e certamente a medida desse
conflito tende a aumentar ou diminuir de acordo com a distribuiçao das cadeiras por partido no interior da
Camara dos Deputados e do Senado.

Todo o questionamento, então, recai sobre as explicações para tal comportamento que se
contrapõe às teses de que não deveria haver disciplina partidária no Congresso brasileiro. A argumentação
vai conduzindo o texto e as respostas que surgirão estão ligadas a estratégias de cunho eleitoral. Os
autores recorrem a Mainwaring, que explicita em seu texto a dificuldade dos governos de Sarney, Collor e
Franco em realizar reformas e estabilizar o país “devido à combinação de um sistema partidário altamente
fragmentado, partidos indisciplinados e federalismo (…) os presidentes enfrentaram problemas para
superar a oposição no Congresso (…) eis porque a ausência de base majoritária confiável no Congresso
apresentava problemas para a eficácia governamental”. Os autores trazem uma comparação com o
sistema Norte Americano que é altamente decentralizado onde os trabalhos legislativos sao estruturados
em comissões, nas quais os partidos não tem muito poder de influencia. Outra coisa, nos Estados unidos,
o poder de vetar é total, o president Norte Americano nao poder vetar uma sanção com qual ele concorda
em parte. Ele é obrigado a vetar isso de forma geral e nao parcial. Coisa que é diferente aqui no Brasil.

A solução para os impasses reside, segundo o texto, na análise da disciplina partidária e nas coalizões
partidárias. Para a disciplina partidária, o ponto crucial é o fator liderança: 93,7% das votações podem ser
previstas de acordo com o posicionamento dos líderes de partidos, ou seja, os trabalhos legislativos
no lócus decisório são guiados pelas ações dos líderes e mais, a pauta de votação é definida pela mesa
diretora e pelas lideranças. O cotidiano do plenário minimiza ações individuais por parte dos
congressistas, porém o texto deixa claro que tais lideranças só se mantêm pois defendem os interesses da
maioria de seus representados. Para demonstrar tal grau de afinidade, os autores recorrem à Maria Kinzo,
que conseguiu estudar estas preferências e alinhou os partidos num contínuo de esquerda – direita. A
disciplina partidária está intimamente ligada à ameaça ou à aplicação de sanções, tais como negar o
acesso à lista partidária ou ao dinheiro de campanha.

O texto traz uma referencia muito importante de Linz sobre esta questão de disciplina partiária:

“Em 1990, o cientista político Juan Linz publicou um influente


artigo alertando sobre riscos que via no sistema presidencialista, em
especial em países com divisões políticas profundas e uma legislatura
fragmentada em muitos partidos (LINZ, 1990). Árduo defensor do
parlamentarismo, Linz argumenta, embasado principalmente nas
experiências dos países da América Latina, que regimes
presidencialistas incentivam conflito e polarização, dão mais espaço
para extremismo e populismo e ainda não dispõem de mecanismos que
permitam lidar de forma adequada com crises de governo, tornando
mais provável que estas se agravem a ponto de se transformarem em
crises de regime que podem, no limite, resultar em ruptura
democratica”1.

Fernando e Argelina acreditam a falta de força e autonomi da Camara dos deputados e do Senado para se
articularem e criarem politicas públicas faz aumentar a participação no governo para congrecistas que ja
vão trilhar o caminho para ter novos mandates nas eleições. Concluindo, eles afirmam com clareza as
suas posições como criticos e pensadores de que a situação de 1946 não teria como tomar raizes na
situação atual, e que as duas situações ajudam a entender melhor o funcionamento de governoss de
coalizão no sistema presidencialista.

Comentário crítico: O texto se desenvolve de uma maneira não muito singular, com uma linguagem
difícil e várias referencias com assuntos já abordados. Sem dúvidas é um artigo muito bem feito e
estuado, mas acredito que, por ser algo de interesse popular, deveria estar mais claro quanto aos seus
objetivos, mesmo que tenha o tenha atingido no final. De maneira geral, é uma leitura indispensável para

1
https://offlattes.com/archives/3452
a compreensão do aspecto político brasileiro e uma excelente forma de demonstrar como o
presidencialismo que presenciamos é falho e corrupto. 

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