Você está na página 1de 121

 

Manual de Tiro

Tecinicas de Tiros de Pistola pg.003


Segurança e Conduta Pessoal pg.095
Tecnicas de Tiro de Espingarda pg.118
 Pistola Hk70m 9mm pg.147 
Utilização de Armas de Fogo pg.168
 Armas Especiais pg.172
Glossário pg.174
TÉCNICA DE TIRO DE PISTOLA
P ISTOLA
1. TIRO DE PRECISÃO

Atendendo a que, para o cumprimento da sua missão, os militares


da GNR po pode
dem
m vir a util
utiliz
izaar arma
rmas de fog
fogo, é de primrimordia
rdiall
importância ter sempre presente os elementos fundamentais em que
se divide a técnica de tiro de pistola. Só através da conjugação dos
seus aspectos particulares será possível atingir uma qualidade de
desempenho que permita tirar o melhor rendimento dessa utilização.
O mesmo é dizer que só assim é possível maximizar as hipóteses de
efectuar tiro de uma forma eficiente e eficaz.
Para cumprir este objectivo, esta matéria deve ser abordada após a
instrução sobre a pistola e antes da execução de tiro em carreira de
tiro (CT). Só após confirmação de uma correcta apreensão da técnica
de tiro é que se pode considerar a possibilidade de deslocamento à
CT. Esta complementaridade entre a teoria e a prática permitirá ao
mili
milita
tarr ap
aper
erce
cebe
ber-s
r-see de todo
todoss os poporm
rmen
enore
oress rele
releva
vant
ntes
es qu
quee têm
têm
interferência no resultado do desempenho.
desempenho.
Para tal, e antes propriamente de passarmos à abordagem da
técnica de tiro de pistola, convém relembrar algumas das
especificidades deste tipo de arma. Estas características servem para
reforçar algumas das considerações que mais adiante serão tecidas no
âmbito da técnica de tiro com este tipo de arma. Talvez a mais
importante decorra da sua própria natureza. Na realidade, a pistola é
uma arma de defesa pessoal, utilizada apenas a curtas distâncias e
onde a rapidez da acção é preponderante, tendo como características
mais salientes as seguintes:
• Curto comprimento do cano e da própria arma;
• Falta de apoio para empunhar a arma e executar o disparo.
Destas
Destas cara
caract
cter
erís
ísti
tica
cas,
s, resu
result
ltam
am algu
alguns
ns efei
efeito
toss qu
quee se torn
tornaa
necessário identificar e compreender, sendo de salientar os que têm a
ver com:
• O curto comprimento do cano e da arma , dando origem a
que, qualquer pequeno desvio, resulte numa maior dispersão
mão pode comprometer a segurança dos restantes elementos na
CT;
• A falta de apoio , originando uma maior fadiga no braço, o que
acaba por resultar em erros por parte do atirador, aumentando
também a dispersão;
• O nervosismo - factor psicológico - , provocado pelo primeiro
contacto com uma arma muitas vezes desconhecida. O “medo”
desta ou o facto de não se executar tiro regularmente, aliados
aos efeitos anteriormente vistos, poderão provocar dispersões
 para além do aceitável,
aceitável, tanto em relação aos resultados
 pretendidos na instrução, como em termos de segurança. Este
será
será um do doss po
porm
rmen
enorores
es a acau
acaute
tela
lar,
r, ob
obri
riga
gand
ndoo a ad
adop
opta
tarr
algumas medidas de prevenção, as quais se podem
consu
co nsubs
bsta
tanc
ncia
iarr nu
num
m refo
reforç
rçoo espe
especi
cial
al do
doss aspe
aspect
ctos
os co
com
m ela
ela
relacionados.

1.1 Técnica dodo ti


tiro de
de PrPrecisã
cisãoo
A técn
técnic
icaa de tiro
tiro de prec
precis
isão
ão divi
divide
de-s
-see em 5 elem
elemen
ento
toss
fundamentais:
1. Toma
Tomarr a po
posisiçã
ção;
o;
2. Suspen
Suspendederr a respir
respiraçação;
ão;
3. Faze
Fazerr a po
pont
ntar
aria
ia;;
4. Exec
Execut
utar
ar o disp
dispar
aro;
o;
5. Fazer
Fazer o “se
“segui
guime
mentonto”.
”.

1.1.1 Tomar a posição


posi ção para o atirador di reito1
atirad or direito
A posição mais comum e a que oferece maior
segurança é a chamada de “Método de Weaver”, cujas
carac
caracte
terís
rístic
ticas
as são co
confo
nform
rmee a seguir
seguir se enu
enunci
nciam.
am.
1
Se o atirador for esquerdo, pratica-se o inverso daquilo que irá ser definido.
Admite
Admitem-s
m-se,
e, con
contud
tudo,
o, alguma
algumass variaç
variações
ões,, as qua
quais
is decorr
decorrem
em da con
consti
stitui
tuição
ção
anatóm
anatómico
ico-fi
-fisio
siológ
lógica
ica de cada
cada milita
militar.
r. Não obstan
obstante,
te, dev
devem
em ser observ
observado
adoss e
respeitados os princípios subjacentes a cada um dos itens a serem abordados para o
“tomar da posição” e para os outros elementos em que se divide a técnica de tiro de
Contudo, se um atirador tiver uma boa posição de tiro,
 já por si estabelecida,
estabelecida, e atira bem, não vale a pena
tent
tentar
ar alte
alterá
rá-l
-la.
a. Para
Para um inic inicia
iado
do é co conv
nven
enie
ient
ntee
ensinar a posição referida. Esta deve, no essencial, ser
a mais
ais na
natu
tura
rall po
poss
ssív
ível
el,, de form
formaa a prop
propor
orci
cion
onar
ar
conforto e liberdade de movimento ao atirador.
O tiro de precisão
precisão com pistola pode ser executado
executado em
qual
qu alqu
quer
er po
posi
siçã
ção,
o, segu
segura
rand
ndoo a arm
arma cocomm as duduas
as
mão
ãos.
s. Co
Cont
ntud
udo,o, em term
termosos de inst
instru
ruçã
çãoo (par
(paraa os
cursos), só é considerada a posição de pé e em que a
arma é empunhada sem qualquer espécie de apoio.
Assim, o atirador deve tomar os procedimentos que
dizem respeito a cada um dos itens que se seguem.

1.1.
1.1.1.
1.1
1 En
Enqu
quad
adra
rame
ment
nto
o com
com o alv
alvo
o
• O atir
atiraador afast
fastaa os pé
péss e coloc
olocaa-se
-se
exactamente em frente ao alvo como se
o observasse “olhos nos olhos”;
• Seguidamente, faz rodar ambos os pés
 para a direita de forma a que se fosse
traçada uma linha imaginária passando
 pelo meio dos seus pés, esta faria um
ângulo de cerca de 40º 2 com a linha do
alvo.

40º

2
 Esta medida angular é meramente indicativa. O importante é que o militar defina
1.1.
1.1.1.
1.2
2 Posiç
Posição
ão dos
dos pés,
pés, per
perna
nass e peso
peso do
do corpo
corpo
• Os pés devem estar afastados
naturalmente, tendo como referência a
largura dos ombros;
• As pernas não devem estar flectidas nem
rígidas;
• O peso do corpo deverá ser repartido
igualmente pelas duas pernas, de modo a
que o equilíbrio seja perfeito sem
qualquer tipo de rigidez no corpo.

1.1.
1.1.1.
1.3
3 Posi
Posiçã
ção
o do tronc
ronco
o
Após achar a posição correcta dos pés, o
tron
tronco
co de
deve
ve tam
també
bém
m ser
ser man
anti
tido
do nu
num
ma
 posição “natural”, ou seja, não o torcer
excessivamente pela bacia.

1.1.
1.1.1.
1.4
4 Posiç
Posição
ão do ombr
ombro
o e braç
braço
o dir
direi
eito
to
• O ombro direito vai ficar mais afastado
do alvo, de maneira a que o braço fique
esticado e direccionado ao seu centro,
mantendo o pulso firme;
• Para executar o tiro, o braço direito deve
estar esticado (nunca flectido no
cotovelo), mas com uma rigidez natural
força) e de forma a que qualquer
movimento ou balanço que nele ocorra
só possa ter origem nas ancas, nos
 joelhos ou nos tornozelos e nunca no
ombro;
• Para descanso, após cada disparo, deve
 baixar-se o braço, o qual deve ter uma
inclinação nunca inferior a 45º3,
levantando-o de seguida para cada
disparo.

1.1.1.5 Empunhamento da arma na mão direita


• A mão deve ser aberta, de modo a que a
 parte posterior do punho da arma fique
apoiada na “chave da mão” (entre o
indicador e o polegar), ficando o punho
apoiado entre a região hipotenar (base do
dedo polegar) e a palma da mão.
O empunhamento deve ser o mais alto
 possível, para evitar balanços da arma;

• Os dedos médio, anelar e mínimo


abraçam o punho, fazendo força na
direcção do eixo da arma, ficando o
indicador livre para actuar no gatilho.
Esta força ajuda a controlar a reacção da

3
 Esta inclinação tem por objectivo minimizar o risco que possa ser provocado por
• A pistola deve ser segura apenas com a
força necessária para a manter na mão - a
forç
forçaa ne
neccessár
ssáriia para
ara cumpr
umpriimentantar
alguém -. O excesso de tensão leva à
fadiga e a que a mão comece a tremer,
aume
au ment
ntan
ando
do os de desv
svio
ioss e en
ener
erva
vand
ndoo o
atirador, que não consegue fixar o alvo;
• Um procproces
esso
so sim
simples
ples e prát
prátic
icoo de se
verificar se a arma está bem empunhada
é espre
spreit
itan
ando
do po
porr cim
cima do ombr
ombro, o, ao
longo do braço, e verificar se está
 perfeitamente
 perfeitamente alinhada com esse mesmo
 braço ou mão. Caso não esteja, retirar a
 pistola da mão e empunhá-la de novo,
repetindo-se as vezes necessárias até se
obter um empunhamento
empunhamento correcto.

1.1.
1.1.1.
1.6
6 Posiç
Posição
ão do ombr
ombro
o e braç
braço
o esq
esquer
uerdo
do
Este ombro, vai ficar mais próximo do alvo,
ficando o braço flectido e com o cotovelo
 junto ao peito, sendo essa flexão
aproveitada para não só ajudar ao apoio do
 braço direito, como também para conferir
 protecção aos órgãos vitais, como o coração
e o baço.
1.1.
1.1.1.
1.7
7 Posi
Posiçã
ção
o da
da mã
mão esq
esque
uerd
rda
a
A mão esquerda vai encaixar na arma de
modo a cobrir com a palma da mão, a parte
do punho da arma que se encontra
descoberto, ficando os dedos apoiados sobre
os da outra mão (e com o polegar esquerdo
sobre o polegar direito).

1.1.
1.1.1.
1.8
8 Posi
Posiçã
ção
o da cabe
cabeça
ça
Deve manter-se erguida, sem estar forçada,
 por forma a ficar nivelada com a linha de
mira, na direcção do alvo, estando a arma
entreposta entre ambos. Qualquer posição
que dificulte a respiração deve,
evidentemente,
evidentemente, ser
s er evitada.
É importante aqui realçar que a arma deve
ser trazida à linha de vista e não o contrário.
1.1.
1.1.1.
1.9
9 Posi
Posiçã
ção
o em
em rela
relaçã
ção
o ao
ao alv
alvo
o
Definida a posição normal do atirador, cabe
agora definir os procedimentos a executar
 para que cada atirador consiga adaptar esta
 posição ideal às suas características:
características:
• Com os olhos fechados ou com a cabeça
voltad
voltadaa pa
para
ra o lado
lado,, leva
levant
ntar
ar o braç
braçoo
direito na direcção do alvo;
• Abrindo os olhos ou voltando a cabeça
 para a frente, verificar se a arma não
“quebra pelo pulso” e se o cano está
direccionado à esquerda ou à direita do
centro do alvo. A arma deve estar no
 prolongamento do braço5;
 prolongamento
• Se o cano estiver direccionado à
esqu
squerda do centro do alvo, mover
ligeiramente o pé direito para trás;

5
 O atirador deve “espreitar” sobre o ombro para verificar que braço e arma estão
• Se o cano estiver direccionado à direita
do centro do alvo, mover ligeiramente o
 pé direito para a frente;
frente;
• Voltar a fechar os olhos ou virar a cabeça
e conferir se o cano está direccionado ao
cent
centro
ro do alvo
alvo.. Se aind
aindaa nã
nãoo esti
estive
ver,
r,
repetir os procedimentos anteriores, até
tal se conseguir, sem ter de fazer
rotações laterais do braço ou da mão;
• Para se corrigir em elevação, apenas será
necessário fazer o alinhamento das miras
ao centro ou à base do centro do alvo
(con
(confo
form
rmee a distâ
istânncia
cia do atira
tirado
dorr e
tamanho do alvo).
1.1.
1.1.22 “Sus
“Suspe
pend
nder
er”” a resp
respir
iraç
ação
ão
Como os movimentos da caixa torácica, do estômago
e dos ombros fazem mover consideravelmente o braço
e mão que empunha a arma, e o que serve de apoio,
devido à respiração durante o processo de pontaria e
de dispa
isparo
ro,, esta
sta deve quauase
se cessa
ssar dura
urante este
ste
 período6. No sent
sentid
idoo de nã
nãoo prov
provoc
ocar
ar um esfo
esforç
rçoo
sobre o coração e a circulação, os pulmões devem
conter apenas uma quantidade mínima de ar.
Para o tiro de precisão, deve-se adquirir a seguinte
técnica de respiração:
• Antes de levantar o braço, inspire e expire repetidas
vezes,
veze s, mas nã
nãoo tão
tão prof
profun
unda
dame
ment
ntee qu
quee elev
elevee a
 pulsação desnecessariamente;
desnecessariamente;
• Ao mesmesmo tem
tempo ququee insp
inspir
iraa pe
pela
la últi
últim
ma vevez,
z,
levante o braço;
• Enquanto expira parte do ar contido nos pulmões,
aponte o mais rapidamente possível (isto é, levar o
 braço para a posição
posição de pontaria de forma rápida);
rápida);
• “Suspender” a respiração momentaneamente;
momentaneamente;
• Aproveite a pausa que ocorre entre os períodos de
inspiração/expiração
inspiração/expiração para, sem transtornar o normal
desenrolar do ciclo respiratório, efectuar tiro;

6
 Não defendemos aqui a paragem total da respiração porque isso é prejudicial à
nece
necess
ssár
ária
ia ox
oxig
igen
enaç
ação
ão celu
celula
lar,
r, o qu
que,
e, a nã
nãoo acon
aconte
tece
cerr po
pode
deri
riaa traz
trazer
er algu
alguns
ns
distúrbios a nível da visão, aumentaria a sensação de cansaço e, consequentemente,
 poderia até originar a antecipação do disparo. Por esta razão, digamos que a
respiração deve ser minimizada, quase como se existisse a sensação de que o ar
• Se não tiver disparado no período de
aproximadamente 12 segundos, deve interromper o
 processo e recomeçar
recomeçar depois de uma curta pausa,
 porque, após um certo tempo a apontar, ocorrem os
 primeiros sinais de incerteza.
incerteza. Esses sinais indicam
claramente que o tempo, dentro do qual se devia ter
disp
dispar
arad
ado,
o, co
com
m cert
certez
ezaa se esgo
esgoto
tou.
u. Lemb
Lembre
re-se
-se::
nada de tiros em pânico ou a despachar. Nestes
casos, deve-se libertar o gatilho, baixar o braço e
 procurar descontrair, para depois voltar à execução
do tiro.

1.1.
1.1.33 Faz
Fazer a pon
ponttaria
ria
Faze
Fazerr a po
pont
ntaria7 co
aria corr
rrec
ecta
ta é pô
pôrr em linh
linhaa qu
quat
atro
ro
elementos:
1. Olho
Olho do atir
atirad
ador
or;;
2. Alça
Alça de mira;ira;
3. Pont
Pontoo ddee mir
mira;
a;
4. Alvo.
O perfeito alinhamento de cada um deles fará com que
o projéctil percorra o espaço e atinja o sítio desejado,
se não sofrer variações 8 até que saia à boca do cano,
nem se verificar a intervenção de factores externos.
De entre estes, o mais importante diz respeito ao
alinhamento
alinhamento das miras.
7
Um conceito idêntico é o de “mirada”. Entende-se por mirada a acção de fazer
 pontaria, ou seja, colocar o olho do atirador, a ranhura da alça de mira, o ponto de
mira e o alvo, na mesma linha. Como se verifica, mirada encerra um conceito
diferente de apontar, já que, neste último, o atirador limita-se a dirigir a arma para
o alvo, sem fazer pontaria. É o que se passa no tiro policial, como veremos, em que
os olhos do atirador se focam no alvo e não no aparelho de pontaria.
8
 Como é óbvio, as variações aqui implícitas não têm a ver propriamente com as
alterações sofridas pela munição e pelo projéctil, do ponto de vista Físico-Químico,
mas antes com aquelas que são transmitidas pelos erros cometidos pelo atirador,
tendo como consequência desvios angulares e paralelos, os quais fazem com que o
Existem vários tipos de alinhamento das miras. O
método de tiro será ditado pela precisão requerida, o
tamanho do alvo e a distância ao mesmo. Para o tiro
 preciso e lento – o qual estamos aqui a tratar -, deve
utilizar-se uma visão total dos elementos do aparelho
de pontaria e alvo. Tal requer a concentração no ponto
de mira mas também um alinhamento cuidadoso da
alça de mira com uma zona no alvo. Este tiro torna-se
necessário com a finalidade de ensinar o
subconsciente a reconhecer o que é uma imagem do
 bom alinhamento das miras. Como as miras são duas
 pode surgir a pergunta: qual delas focamos? Focando
alternadamente ponto e alça e focando um ponto
intermédio por forma a efectuar ligeiras correcções no
enquadramento do ponto ou da alça, mantendo ambos
focados até se produzir o disparo. A prática de “tiro
em seco” ajuda bastante neste processo.
Apesar de estarmos a considerar o tiro de precisão, é
conveniente que o atirador se habitue a adquirir o mais
rapidamente possível uma imagem das miras
alinhadas, uma vez que se pretende, na modalidade de
tiro policial – como adiante veremos -, um tiro com
maior rapidez, utilizando uma determinada zona de
 pontaria no alvo, a qual pode ser definida pelo próprio
atirador ou por quem estiver a dirigir o tiro. Portanto,
não se aponta a um ponto definido mas a uma
zona/área, visto ser impossível parar a arma. Na
 prática, esta área corresponde ao que se pode
denominar como “zona de movimento mínimo”
(ZMM) sendo nessa condição que deve ocorrer o
disparo. Efectivamente, é um erro tentar parar
completamente a arma pois tal não é possível,
contudo, se mantivermos as miras bem alinhadas e
centradas, os erros que eventualmente possam surgir
serão erros paralelos, bem mais fáceis de resolver que
os erros angulares9.
Independentemente das formas que o ponto de mira e
a ranhura da alça de mira possam ter, o atirador deve
 preocupar-se com o seu correcto alinhamento,
evitando assim o defeito de ter a boca do cano a
apontar para o chão, por centrar a sua atenção em
focar o alvo.
Para o tipo de alças e pontos Janelas
de mira mais frequentes, o
alinhamento correcto
corresponde à imagem que se
 pode ver ao lado. O topo do
 ponto de mira encontra-se
alinhado com o topo da alça,
sendo que o espaço entre
ambos - as “janelas” - devem ser iguais (quando não
aparecem os já referidos erros angulares).
Ora, como é impossível à vista humana focar dois
objectos a distâncias diferentes, o atirador tem de
efectuar um movimento constante entre o alinhamento
das miras e o alvo10. Se o aparelho de pontaria não
está nítido isso é sinal de que os olhos estão focados
sobre o alvo, o que o mesmo é dizer que o atirador
está a focar por cima das miras em vez de através
delas. Se, ao contrário, o alvo estiver desfocado e o
aparelho de pontaria estiver nítido quer dizer que o
atirador está a proceder correctamente.
À medida que o atirador, após tirar a folga ao gatilho,
o vai pressionando a sua atenção vai-se
 progressivamente concentrando no alinhamento das
miras e não no alvo, devendo ter uma visão nítida
9
 Para ver a definição de erros angulares e paralelos, consultar o n.º 5.2
10
A este movimento também se chama o “jogo cá-lá-cá-lá”, em que “cá”
corresponde ao alinhamento do aparelho de pontaria e “lá” à projecção desse
deste alinhamento, enquanto o alvo surge ao fundo,
desfocado. Esta é a única forma de manter as miras
alinhadas a fim de alcançar um tiro consistente,
 preciso.
A imagem das miras alinhadas, e a sua projecção na
zona de pontaria, irão fazer com que o dedo complete
a pressão sobre o gatilho, produzindo-se o disparo. O
atirador acaba assim por ser surpreendido pelo próprio
disparo, visto este ser controlado pelo reflexo olho-
dedo. A sua única preocupação deve centrar-se sobre
aquele alinhamento, deixando o dedo actuar, como
que de uma forma inconsciente. Quando as miras se
decompõem o dedo que prime o gatilho fica como que
 bloqueado, retomando o seu movimento quando as
miras se voltarem a alinhar.
Podemos então considerar existir um momento
estático e outro dinâmico, sendo que este – único que
se manifesta de forma visível – corresponde à acção
do dedo sobre o gatilho, a qual obedece às
 particularidades que serão referidas mais adiante.

Vejamos então mais pormenorizadamente cada um


dos quatro elementos.
1.1.3.1 Olho do atirador 
É comum, neste tipo de tiro, os atiradores
“piscarem um olho” para fazerem a
 pontaria. Este procedimento não está
completamente errado, mas geralmente
 provoca vários efeitos:
• Fadiga do olho;
• Vista “nublada”;
• Tremuras no olho;
• Desconcentração;
• Precipitação do disparo (tiro em pânico
ou a despachar).
Estes efeitos são provocados pela
contracção dos músculos que rodeiam o
olho que se fecha, os quais acabam por
influenciar a estabilidade dos seus
congéneres do outro olho.
Esta é a razão pela qual se aconselha a
efectuar tiro com os dois olhos abertos.
Assim, o atirador com algum treino ou que
tenha dificuldades em saber qual o olho a
 piscar deve ter consciência de que é
 perfeitamente capaz de executar o tiro com
ambos os olhos abertos, devendo saber que:
• Quando levanta a arma e a alinha com o
centro do alvo, mantendo ambos os olhos
focados nesse alvo, fica a ver dois canos
da arma, dois aparelhos de pontaria, etc.
Este “fenómeno” fica a dever-se ao olho
direito criar uma imagem e o olho
esquerdo duplicar essa imagem. Assim, o
atirador tem de manter a focagem num
dos pontos de mira e alinhar uma das
alças de mira com ele (o que lhe parecer
mais real, ignorando o outro), ficando a
ver o alvo nublado (dado que, pelas
razões já aludidas, a focagem da alça de
mira, do ponto de mira e do alvo, em
simultâneo, é impossível). De referir que,
 para o atirador que tenha o olho director
direito, essa imagem é a que lhe aparece
à esquerda, como se pode verificar nas
figuras seguintes:

Imagem Imagem do
do olho olho
Imagem Imagem do
do olho olho

• Um ligeiro pestanejar do olho é um


importante auxiliar para melhorar a
visão, pois permite a limpeza da córnea;
• Caso pretenda confirmar se a pontaria
estaria correcta, basta piscar o olho
esquerdo para que o aparelho de pontaria
fique alinhado com o centro do alvo;
• Se na confirmação anterior, o aparelho
de pontaria não ficou alinhado com o
centro do alvo, mas sim ligeiramente à
Mantêm-se iguais à posição do atirador de
 pé.

2.2.1.2 Tomar a posição de deitado para o atirador


direito16 

2.2.1.2.1 Enquadramento com o alvo, posição dos


 pés, das pernas e tronco
O atirador coloca-se exactamente em frente
ao alvo e toma a posição de atirador
deitado, afastando naturalmente as pernas e
flectindo uma delas (consoante apoie ou não

16
 Esta posição deve ser treinada com e sem apoio do braço que empunha a arma a
o cotovelo no solo) para permitir a
estabilidade e apoio do tronco no solo.

2.2.1.2.2 Posição dos ombros e braços


O braço direito fica esticado na direcção do
centro do alvo e o braço esquerdo vai ficar
ligeiramente flectido, apoiado no solo.

2.2.1.2.3 Posição das mãos


O empunhamento é semelhante às duas
 posições anteriores, não esquecendo que a
arma deve ficar na vertical, para o correcto
visionamento do aparelho de pontaria.

2.2.1.2.4 Posição da cabeça


Flectida sobre o braço direito, reduzindo a
sua silhueta e permitindo um melhor apoio
desta.
2.2.1.2.5 Fazer a pontaria
É também idêntica à das anteriores
 posições, com a seguinte alteração: as duas
imagens, que anteriormente nos apareciam
lateralmente, agora vão aparecer quase que
sobrepostas verticalmente, sendo a imagem
de cima correspondente à do olho direito e a
de baixo, à do olho esquerdo, como se pode
ver na figura.

2.2.2 Sacar
Relativamente ao tiro de precisão, passa agora a
existir um elemento novo; o coldre. Aumenta assim o
grau de dificuldade, já que o atirador passa a ter que
“sacar a arma” mantendo a precisão e rapidez
anteriormente adquiridas. Por esta razão, não se deve
 passar à modalidade de tiro policial enquanto não
tiverem sido apreendidos os procedimentos
relacionados com a técnica de tiro.
Esta modalidade tem por objectivo primordial o de
fazer a aproximação da instrução de tiro à realidade da
GNR, visto que no serviço diário os militares, se
tiverem de disparar, não terão a arma na mão, mas sim
no coldre. A partir daqui têm de desencadear todo um
conjunto de procedimentos, para os quais devem ser
devidamente treinados, a fim de minimizar o risco de
acidentes e aumentar a rapidez de reacção.
O saque constitui um procedimento preliminar que
conduz à execução do tiro. A importância de efectuar
um bom saque está directamente relacionada com o
coldre que temos17, para o que este deve possuir as
seguintes características:
• Deve ser seguro e permitir ao atirador correr e subir
um qualquer obstáculo sem o risco de perder a
arma;
• Apesar de seguro, deve permitir fácil acesso à
arma;
• Deve permitir ao atirador um bom empunhamento
ainda antes de sacar a arma. Mudar ou reajustar o
empunhamento a meio curso é não só perigoso
como o gesto se torna mais lento;
• Deve proteger a arma e cobrir o gatilho;
• Deve estar seguro no cinto para não se mover;
• O atirador deve ser capaz de recolocar a arma no
coldre sem ter que tirar os olhos do suspeito. Deve
conseguir fazer isto com uma só mão, deixando a
outra liberta para o que for preciso.
Uma análise cuidada dos procedimentos que devem
ser executados para efectuar o saque permite realçar
um conjunto de aspectos que devem ser observados.
Eles materializam aquilo que se pode considerar como
sendo a sequência ideal para efectuar este movimento.
Para tal atentemos nos seguintes aspectos:
• Manter os dois olhos abertos sobre o alvo18;
17
 É necessário que os atiradores esquerdos usem os coldres a eles destinados.
18
 Não esquecer que estamos na modalidade de tiro policial, pelo que a atenção se
deve centrar no alvo e não na arma. Cabe ao militar desenvolver e treinar toda esta
• Empunhar a arma correctamente, mantendo o pulso
direito e colocando o cotovelo ligeiramente para
fora;
• A mão que não empunha a arma aproxima-se por
 baixo e pelo lado (acompanhando a outra até à
linha de vista);
• Tomar a linha mais curta (recta) do coldre para o
alvo, levando a arma em direcção ao alvo logo que
sai do coldre;
• Ter a preocupação de não colocar a arma no coldre
com a patilha de segurança em fogo e o cão
armado.

Atenção Mão esquerda Pronto para

de verificar onde está a arma e de a preparar para fogo, desviando o seu olhar do
• Se houver dificuldades de alinhamento da
imagem esquerda da arma, o atirador pode
optar por alinhar a outra imagem do lado
direito, ficando ciente que esse alinhamento
também está correcto, mas está a ser feito
com o olho esquerdo.
• Se pretender confirmar se a pontaria estaria
correcta basta fazer o “jogo cá-lá-cá-lá”,
que consiste em, rapidamente, habituar a
vista a focar às diferentes distâncias, ou
seja: cá (vista focada num dos órgãos do
aparelho de pontaria), lá (vista focada no
centro do alvo).

2.2.4.2 Alvo
•  Neste tipo de tiro, o atirador já deve ver o
centro do alvo (ou a zona de pontaria)
nítido, pois os olhos têm de observar o
ADV;
• Para alvo, mantém-se a Silhueta Policial II
(SPII).

2.2.4.3 Aparelho de pontaria


Para reforçar a importância de manter os dois
olhos abertos, vamos então tentar explicar
onde devemos fazer a mirada no momento de
efectuar a pontaria, para o que se torna
necessário distinguir entre: mirar/focar e ver.
Mirar consiste na acção de focar as miras. Ver
consiste em perceber, através dos olhos, a
forma e cor dos objectos, o que o mesmo é
dizer, tudo aquilo que faz parte do campo de
visão adjacente à mirada.
Assim, podemos estar a “ver” um conjunto de
coisas, contudo estamos a “mirar/focar” algo
determinado. Como já vimos, a vista não
consegue focar dois objectos em simultâneo e
a distâncias diferentes, como seja o aparelho de
 pontaria e o alvo. Como tal, ao contrário do
tiro de precisão, é essencial focar o alvo. É,
contudo, conveniente que este visual seja
apercebido através do aparelho de pontaria,
 permitindo assim uma rápida percepção do
alinhamento das miras. Tal requer a
concentração no ponto de mira, mas também
um alinhamento cuidadoso da alça de mira e
um ponto no alvo.
Se fizermos ao contrário podemos perder
tempo que nos pode ser precioso para
neutralizar a ameaça 19.

2.2.5 Executar o disparo


Também aqui, a acção do atirador sobre o mecanismo
de disparar, através do gatilho, merece uma atenção
especial, já que é aqui que continua a residir a
 principal causa dos maus resultados.
• O contacto com o gatilho deve ser feito com a
cabeça do dedo, devendo a pressão ser exercida no
sentido da frente para trás e horizontalmente;
• O disparo, por ser mais rápido não significa que
tem de ser brusco, mas sim executado em “três
19
Para iniciar os atiradores a efectuar pontaria com os dois olhos abertos, apesar
do correcto ser focar o ponto de mira, diz a experiência que tal é difícil, pelo que é
 preferível, de início, ensinar a fixar a vista na alça (pois é mais ampla) e uma vez
assim e com o cano da arma inclinado para baixo, ir levantando esta até que
vejamos o ponto de mira e posteriormente o alvo.
Se apesar disto o atirador tiver dificuldades, o instrutor pôr-se-á diante do atirador
 para fechar-lhe a profundidade do campo de visão tentando que desta forma o
consiga. Se necessário colocar os dedos indicadores ao lado da alça para aumentar
o lugar onde concentrar a vista. Uma vez conseguido isto, tirar os dedos, retirando-
tempos”, ou seja tirar a folga do gatilho (arma na
direcção do alvo), “jogo cá-lá-cá-lá”, e pressionar,
continuamente, o resto do gatilho, até surgir o
disparo. Como é evidente, por este tipo de tiro ser
mais rápido que o outro, este processo deve ser
desenvolvido quase em simultâneo.

2.3 Sequência ideal para o tiro policial


Após estarem adquiridos os elementos vistos anteriormente,
 podemos agora identificar aquilo que será a sequência ideal
 para executar o disparo, a qual é a seguinte:
1. Levar a arma até à altura do centro do alvo;
2. Pressionar o gatilho até lhe retirar a folga;
3. Fazer o “jogo cá-lá-cá-lá” (se para tal houver tempo);
4. Pressionar continuamente o resto do gatilho até se dar o
disparo;
5. “Cada disparo é um disparo”, quer isto dizer que para cada
disparo, a concentração deve ser igual. O primeiro disparo
deve ser certeiro, por forma a imobilizar o ADV.

2.4 Métodos de tiro policial


Conforme se pode depreender daquilo que foi enunciado ao
nível do tiro de precisão e do tiro policial, a posição, o
empunhamento, o alinhamento das miras, o controlo do
gatilho e o seguimento podem ser considerados como a base
de sustentação sobre a qual deverão ser desenvolvidas as
destrezas técnicas a nível do tiro. O atirador deve, por isso,
cumprir com estes requisitos básicos antes de avançar para
tarefas mais complexas. Não se exige que faça pontuações ao
nível do tiro de precisão, mas sim que o seu tiro seja
consistente, independentemente da zona do alvo, fazendo um
grupamento cuja circunferência que contém os impactos não
exceda os 10 cm de raio - valor que diminui à medida que se
encurta a distância -. O tiro consistente é bastante mais
importante do que um tiro bom e os outros maus.
Após ter apreendido aqueles requisitos, deve-se passar à fase
seguinte, a qual consiste na prática das modalidades de tiro
 policial mais adequadas às situações com que o militar se
 poderá eventualmente confrontar.
Conforme se verá para cada uma delas, a utilização
apropriada das miras, de acordo com os requisitos da situação
em concreto, acaba por ser o resultado de um método reactivo
 – conciliando rapidez de reacção e precisão -, o qual deve ser
devidamente treinado e automatizado.
As modernas técnicas de tiro de pistola estão orientadas para
um tipo de defesa considerada  standard   face a um ataque,
sendo esta o disparo rápido de 2 tiros dirigidos ao peito do
agressor. A razão de ser destes dois tiros tem a ver com a
necessidade de assegurar que o adversário fica efectivamente
imobilizado. Tal é conseguido não só à custa do armamento,
do poder que nos confere a arma, como também do impacto
que isso tem sobre o sistema nervoso do ADV. Para além
disto aumentam também as probabilidades de efectuar um tiro
certeiro, visto haver sempre a possibilidade de falhar o
 primeiro tiro.
O método utilizado para efectuar estes dois tiros depende da
situação concreta, e sempre da habilidade e destreza do
utilizador. A cadência, por sua vez, depende da proximidade
do alvo. Geralmente, quanto mais perto estiver o ADV, maior
deverá ser a cadência (menor o tempo entre dois disparos).
Quanto mais longe estiver, menor será a cadência (maior o
tempo entre os dois disparos). Isto tem todo o sentido quando
nos apercebemos que um alvo mais próximo é um alvo mais
fácil e representa uma maior ameaça que um alvo distante. O
tempo para reagir aumenta com a distância. Desta forma um
alvo a 5 mts. deve ser imobilizado mais depressa que um alvo
a 50 mts.
O disparo destes dois tiros pode ocorrer segundo dois
métodos: o par controlado e o par acelerado. Aquele é o
 primeiro e mais básico método, em que o primeiro disparo é
efectuado e o segundo só se produz quando se tiver
readquirido de novo a imagem e feito os necessários
ajustamentos para realinhar a pistola. A prática contínua faz
com que diminua o tempo de intervalo entre tiros, derivado a
um maior controlo do recuo da arma e ao desenvolvimento e
consolidação da melhor técnica para conseguir efectuar os
dois disparos com eficiência e eficácia. A posição, baseada no
método de Weaver , permite que a pistola volte à mesma
 posição e alinhamento após ter efectuado o disparo. A
velocidade com que a arma volta ao alvo determina a
velocidade com que se pode efectuar o segundo disparo.
O segundo método é uma progressão natural do primeiro,
diferindo apenas na cadência acelerada. Por esta razão é
denominado de par acelerado. Pelo facto de, quanto mais
 perto estivermos do ADV mais rapidamente o podermos
atingir, neste método a sequência é mais rápida que a anterior.
Aqui, praticamente, não há tempo para realinhar as miras,
assim que se recuperar do primeiro disparo efectua-se novo
disparo, olhando apenas de relance para as miras, mas sem
esperar “vê-las” efectivamente. A sequência do par
controlado será
miras/tiro/recuperação/verificação/alinhamento/miras/tiro. A
do par acelerado será miras/tiro/recuperação/miras/tiro. A
única diferença entre os dois é a cadência acelerada.
Existe uma variação destes dois métodos, quando estamos
 perante dois adversários que estão perto um do outro. Neste
caso, após dispararmos o primeiro tiro, devemos aproveitar o
movimento que a arma faz para efectuar outro tiro sobre o
segundo indivíduo. Assim que o tivermos devidamente
enquadrado disparamos. O atirador pode reparar no ponto de
mira enquadrado com o peito do segundo alvo, mas não
esperará para o confirmar. Usando esta técnica nos dois alvos
a uma distância de 5 mts. pode-se esperar um tempo inferior a
1,5 seg. para efectuar dois disparos eficazes.
Conforme se pode ver nos alvos que se seguem, a distribuição
do tiro corresponde a prestações diferentes em termos de
 precisão e rapidez de execução.
4.3.4 Treino de disparo
O objectivo do exercício n.º 4 é: depois de tirar a folga
do gatilho, pressioná-lo suavemente, sem produzir
“gatilhadas” (percepção do movimento e peso do
gatilho):
• Aqui o elemento importante é o disparo. Este deve
sair durante uma boa focagem do ponto de mira,
mas sem grande preocupação com o alinhamento
dos órgãos de pontaria;
• O treino é conduzido sem ponto de referência, em
frente a uma parede clara;
• Também se deve realizar de olhos fechados ou
numa sala às escuras;
• De início, o atirador deve procurar aperceber-se da
folga e peso do gatilho da arma;
• Accionar o gatilho várias vezes, tentando produzir
um disparo o mais suave possível;
• Deve procurar produzir o disparo em tempo útil, ou
seja, antes de começar a sentir fadiga por ausência
de respiração. Como regra, não deve ultrapassar-se
os 10 segundos até à execução do disparo.
NOTA: Na execução de exercícios de tiro “em seco”,
sempre que se produzam disparos, deverá ser
colocado um invólucro na câmara da arma,
uma borracha ou esponja entre o cão e o
 percutor. Devendo, entre cada 5 disparos,
mudar-se de invólucro. Os invólucros podem
obter-se facilmente na arrecadação de
material de guerra.

4.3.5 Treino de estabilidade e disparo coordenado


O objectivo do exercício n.º 5 é: accionar o gatilho
suavemente, sem produzir gatilhadas e sem desalinhar
as miras (“jogo miras/gatilho”):
• Igual ao exercício 3, mas agora pode-se executar o
disparo;
• Dar atenção a que a pressão exercida no gatilho não
deve perturbar a estabilidade da arma. Se esta não
se verificar, deve-se insistir no exercício 4.

4.3.6 Treino da respiração


O objectivo do exercício n.º 6 é: determinar e treinar a
capacidade pulmonar. Para tal deve-se ter em atenção
o seguinte:
• Em frente a uma parede clara, efectuar o
alinhamento das miras e mantê-lo durante alguns
segundos, até sentir desconforto e aumento da
dificuldade em apontar;
• Repetir o processo algumas vezes;
• De seguida, apontar e disparar dentro do tempo útil,
ou seja, antes de sentir cansaço por apneia - falta de
oxigénio -.

4.3.7 Treino do “seguimento”


O objectivo do exercício n.º 7 é: efectuar o
“seguimento” do disparo. Para tal deve-se ter em
atenção o seguinte:
• Tomar a posição de tiro;
• Executar o disparo, observando a técnica correcta
de todo o processo de tiro;
• Manter as miras alinhadas durante alguns segundos
após o disparo, procurando manter a estabilidade
das mesmas, e só depois, desfazer a pontaria.
4.3.8 Treino integrado
O objectivo do exercício n.º 8 é: efectuar disparos
correctos, observando todos os elementos
fundamentais para a execução do tiro. Para tal deve-se
ter em atenção o seguinte:
• Tomar a posição;
• Levar a arma à zona de pontaria;
• Suspender a respiração
• Alinhar correctamente as miras;
• Accionar o gatilho, sempre com a preocupação de
manter as miras alinhadas e disparar
(“miras/gatilho”);
• Efectuar o “seguimento”;
• Este exercício deve ser executado em 2 fases: na
 primeira, contra uma parede branca, sem qualquer
referência; e, na segunda, apontando a uma
referência.

4.3.9 Treino diversificado


O objectivo dos exercício que integram este tipo de
treino é: diversificar as situações de treino, por forma
a mecanizar procedimentos distintos. Para tal deve-se
ter em atenção o seguinte:
• Utilizar diferentes posições (disparando, também,
com a mão fraca);
• Utilizar diferentes tipos de alvos, ou combinação de
alvos.
4.4 Treino de tiro policial

4.4.1 Treino da posição em relação ao alvo


O objectivo do exercício n.º 1 é: assumir a posição
correcta em relação ao alvo. Para tal deve-se ter em
atenção o seguinte:
• Este treino é realizado colocando um alvo AI
1/EPG, para cada atirador, numa parede clara, a
uma distância de cerca de 5 metros;
• Com os olhos fechados, levantar a arma,
colocando-a na direcção do alvo;
• Abrindo os olhos, verificar se a pontaria está
correcta (centro do alvo);
• Caso não esteja apontada em direcção, deslocar a
 posição dos pés, fazendo avançar ou recuar o pé
direito conforme o cano se apresente à direita ou à
esquerda do centro do alvo, respectivamente (nunca
rodar só os braços);
• Repetir a operação de modo a que a arma fique
apontada na direcção do centro do alvo;
o a tomar uma atitude expectante. Ao procurar
efectuar o tiro no segundo em que tem a mirada
correcta, o atirador puxa violentamente o gatilho que,
ao ser assim accionado, provoca um desvio para baixo
e para a esquerda.
O desvio para a esquerda deve-se ao facto de, ao
flectir o dedo indicador, este tender naturalmente
(anatomicamente) a deslocar-se na direcção do dedo
 polegar.
O atirador deve ter a noção de que:
• Deve concentrar mais a atenção no aparelho de
 pontaria deixando o alvo na sua visão periférica.
Só assim conseguirá verificar qualquer alteração
que eventualmente provoque, tendo hipótese de a
corrigir de imediato;
• Obterá deste modo a estabilidade da arma
necessária para poder efectuar um disparo
correcto;
•  Não se deve esquecer que a pressão no gatilho se
deve efectuar de modo uniformemente crescente,
mas o mais lenta possível, para não alterar a
 posição da arma e conseguir que o tiro o
surpreenda.

5.2.7 Impactos concentrados entre as 08H00 e as 09H30


Verifica-se quando o atirador pressiona o gatilho de
uma forma incorrecta.
Os atiradores com a mão pequena, ao efectuarem uma
 boa empunhadura para terem o controlo eficaz da
arma, só conseguem alcançar o gatilho com a ponta do
dedo indicador. Ao accionarem-no, a pressão exerce-
se sobre a sua aresta lateral direita, e não na porção
anterior.
Em relação a atiradores com a mão ou dedos
compridos este erro é motivado por utilizarem a
falanginha ou a dobra existente entre esta e a falange
 para pressionarem o gatilho, mas sem o envolverem.
Em ambas as formas anteriores, o atirador empurrará
o gatilho para a esquerda em vez de o puxar em linha
recta para trás.
Finalmente, a mão esquerda, que deve apoiar e guiar a
arma, também pode provocar este tipo de erro se a sua
colocação for deficiente. Se colocarmos a palma da
mão muito atrás, em vez de ficarmos com a base de
implantação dos dedos a pressionar na face anterior da
coronha, serão as falanges a fazê-lo. Desta forma
serão os dedos a exercer maior pressão, puxando a
arma para a esquerda.
O atirador deve ter a noção de que:
• Deve utilizar a parte média da falangeta para
 pressionar o gatilho, exercendo uma acção lenta,
suave, crescente e em linha recta da frente para
trás;
• O dedo nunca empurra o gatilho, e, ao inserir-se
nele, a falangeta deverá fazer com o sentido
longitudinal do corpo da arma um ângulo de 90º;
•  Nos casos de atiradores com mãos
desproporcionadas em relação à arma que utilizam,
deverão, em pretérito de uma boa empunhadura,
encontrar uma situação de compromisso
empunhadura/arma, que lhes permita efectuar o
controlo do gatilho da forma descrita;
• As zonas tenar e hipotenar da mão de apoio
deverão cobrir a platina esquerda, de modo a que
seja a zona de flexão da palma - inserção dos
dedos – a pressionarem, da frente para trás, a parte
anterior do punho.

5.2.8 Impactos concentrados entre as 09H30 e as 11H00


Verifica-se quando o atirador, por saber que, ao ser
deflagrada, a arma irá subir, numa
tentativa de amortecer a violência do
seu impacto, começa a executar este
movimento quando ainda está a
 pressionar o gatilho.
Por sentir o momento em que o cão
ultrapassa o ressalto que lhe permite
vir à frente para embater no percutor,
o atirador larga violentamente o gatilho.
Sendo estes movimentos simultâneos com a
deflagração, vão alterar a posição da arma, fazendo-a
saltar para cima e para a esquerda.
O atirador deve ter a noção de que:
•  Não deve antecipar o movimento provocado pelo
coice antes dele existir. Deverá efectuar a força
necessária e suficiente com a mão esquerda para
não deixar que a arma levante muito. Isto
consegue-se se a mão esquerda pressionar a direita
 para trás, mantendo o cotovelo em direcção ao
solo;
• Após a deflagração, o gatilho deve ser seguido
 pelo dedo indicador no seu movimento de
recuperação. Quer isto dizer que, ao ir à frente, o
dedo não perde o contacto com o gatilho,
deixando-o armar de forma lenta e suave.

5.2.9 Impactos concentrados entre as 11H00 e as 12H30


Verifica-se quando o atirador coloca a arma com a
aresta posterior direita do punho junto à zona de
flexão da mão.
 Nesta posição, ao apertar o punho no instante que
antecede o disparo, o atirador empurra-o com a palma
da mão – empalmar -. Como o eixo de rotação da
arma se encontra na junção do punho com a carcaça, a
 boca do cano é elevada. Ao aperceber-se deste
movimento, a atenção do atirador é desviada para o
 ponto de mira, foca-o, recentrando a pontaria apenas
 por ele. Como a alça baixou mas está desfocada, o
atirador não toma consciência do erro, pois vê o ponto
de mira no centro do alvo.
O atirador deve ter a noção de que:
• Ao fazer a pontaria, deve manter sempre focados
com nitidez quer a alça quer o ponto de mira,
 principalmente no lapso de tempo que antecede o
disparo. Só assim se conseguirá aperceber das
alterações da mirada que possam advir, e corrigi-
las atempadamente;
• Deve empunhar a arma convenientemente, o que
lhe proporcionará o seu correcto controlo. No caso
vertente, e para que os músculos da palma da mão
não interfiram com a estabilidade da arma, não se
 pode esquecer que, a empunhadura deve ser
conseguida através de uma pressão limitada da
mão direita, devidamente acompanhada da mão
esquerda.

5.2 Correcções a efectuar pelo Oficial de Tiro


5.3.1 Confirmar o alinhamento do aparelho de pontaria
• Mostrando a figura correspondente ao aparelho de
 pontaria
•  Na pistola, por exemplo, a perspectiva que o
atirador deve ter da mirada aos 10, 15 e 20 mts. É,
sensivelmente, a seguinte:

10mts. 15mts. 20mts.


Como, à medida que a distância aumenta se torna
mais difícil enquadrar o ponto de mira na zona de
 pontaria, o resultado traduz-se numa maior
dispersão.

5.3.2 Folga do gatilho e disparo


• Depois da sessão de ensaio, aproveitando o
intervalo após a colagem de pastilhas, e não
havendo ninguém à frente dos atiradores, isolar um
dos piores atiradores e chamar os restantes,
informando-os de que, quando este atirador estiver
a disparar, devem ter especial atenção ao gatilho e
ao cano da arma;
• De seguida, chamar o atirador que não obteve bons
resultados, fingir que vai municiar-lhe a arma
(introduzindo um invólucro na câmara), dizendo-
lhe que se enquadre com o alvo e faça um disparo;
• É quase certo que este atirador vai dar uma
gatilhada (o cano vai baixar, no momento do
disp
dispar
aroo) fac
facto qu
quee tod
odos
os os ou
outtros
ros atira
tiraddore
ores
 poderão confirmar;
confirmar;

• Explicar ao atirador onde errou, e demonstrar-lhe o


 jogo Miras/Gatilho ou Cá-Lá-Cá-Lá, deixando-o
disparar duas ou três vezes “em seco” (até que o
cano não se mova ao disparar);
• Argu
Argume ment
ntan
ando
do qu
quee se vavaii proc
proced
eder
er à troc
trocaa do
invó
invólulucr
cro,
o, intr
introd
oduz
uzir
ir uma
uma munimuniçã
çãoo na câma
câmara
ra,,
dizendo-lh-lhe para efectuar mais um disparo,
utilizando toda a técnica vista anteriormente;
anteriormente;
• Assim, o resultado obtido com este disparo, será
 bem melhor que os antecedentes,
antecedentes, dando confiança
ao atir
atirad
ador
or e dedemo
mons
nstr
tran
ando
do ao
aoss rest
restan
ante
tess co
como
mo
 poderão melhorar
melhorar o seu tiro.

5.3.3
5.3.3 Exerce
Exercerr demasi
demasiada
ada forç
forçaa nos
nos dedos
dedos ao
ao dispar
disparar
ar
• Para detectar este erro, é necessário que o atirador
dispare “em seco”. Para se corrigir, basta
relembrar-lhe que a arma deve ser empunhada com
a força necessária para se cumprimentar alguém;
• Se nã
nãoo resu
result
ltar
ar,, ob
obri
rigá
gá-l
-loo a empu
empunh
nhar
ar a arma
arma
apenas com o polegar e o indicador, mantendo os
restantes dedos afastados do punho, e disparar uma
ou duas vezes.
SEGURANÇA E CONDUTA PESSOAL
“Uma
Uma bribrinca
ncadeir
deira
a com uma arma rma de fogo
ogo acab
acabou
ou da pior
ior
maneira num bar em Grân rândola, com um soldado da GNR a
desf
desfeechar
har um tiro
tiro na sua
sua próp
rópria
ria cabe
abeça, sou
soube o Corr
Correi
eio
o da
 Manhã.
O acidente
acidente teve lugar
lugar por volta da uma hora da manhã de ontem
num bar da vila de Grândola e foi presenciado por um colega da
vítima e um grupo de mais de cinco pessoas.
Os dois soldados da GNR, ambos a prestar serviço no posto
territorial de Grândola, estavam a conversar sobre armas de fogo,
quando, um deles pediu ao colega
colega a arma pessoal emprestada para,
 segundo consta, mostrar um “truque
“truque novo”.
 Fonte do Comando Geral da GNR disse que o guarda Luís
 Fernando Branco Nunes, de 29 anos, alistado na corporação desde
1993 retirou as munições que estavam no tambor do revólver.
Todavia, tudo leva a crer que uma bala .32 ficou esquecida no
tambor e quando o militar levou o revólver à cabeça e premiu o
 gatilho foi atingido mortalmente, perante a estupefacção de todos os
 presentes. O militar da GNR ainda foi evacuado para uma unidade
hospitalar, mas chegou cadáver.
O mesmo responsável do Comando Geral da GNR, em Lisboa,
adiantou que o soldado falecido estava fora de serviço, assim como
o camarada. Recorde-se que este não foi o primeiro acidente com
armas de fogo manuseadas
manuseadas por agentes
agentes de autoridade
autoridade em aparente
aparentess
brincadeiras que acabam por culminar em morte.”
In Correio da Manhã de 17DEC96

5. A SEG
SEGUR
URAN
ANÇA
ÇA NO USO
USO DE ARMA
ARMAS
S DE FOGO
FOGO

Talvez este exemplo sirva de alerta quando não é atribuída a


devida importância a um princípio irredutível que deve estar sempre
 presente em todos aqueles que fazem uso de armas de fogo, com
especial incidência nos militares de uma Força de Segurança. A
segurança é efectivamente uma das suas principais
responsabilidades. A inobservância das suas mais elementares regras
 pode conduzir
conduzir à situação que aqui se reproduz.
reproduz.
A segurança é um conceito que aparece intimamente ligado ao de
arma de fogo. Com efeito, se perguntarmos a alguém o que tem a
dizer sobre as armas de fogo, aquele que se sente incomodado com o
assu
assunt
ntoo dirá
dirá ququee toda
todass as arm
armas são
são pe
peri
rigo
gosa
sas.
s. Esta
Esta opopin
iniã
iãoo é
 partilhada por aquele que a elas está habituado, pois caso o não
foss
fosseem seri
seriaam inúinútei
teis. Na rea
realida
lidade
de,, as arma
rmas, poporr si só,
só, são
são
ferramentas inofensivas e inertes, até que alguém lhes toque, razão
 pela qual se costuma dizer que não existem armas perigosas, as
 pessoas é que são perigosas. Uma pessoa qualquer que veja uma
arma carregada pode-a considerar perigosa, contudo a segurança é da
responsabilidade
responsabilidade do utilizador e não tanto de quem o está a observar.
A segurança com as armas de fogo deve significar que apenas o
adversário, ou o alvo de papel que se encontra numa carreira de tiro,
se encontra em perigo de vir a ser alvejado, e nada nem ninguém
 para além disso.
A segurança - a todos os níveis -, é um processo mental que deve
ser aprendido e praticado para que seja efectivo. Os acidentes que
ocoorre
oc rrem nã nãoo pod odeem serser pre
preve
vennido
idos com leisleis ou sist
sisteemas de
segurança demasiado seguros que tornem as armas de fogo em
instrumentos de pouco valor táctico, ou mesmo inúteis. Os acidentes
com estas armas são são causad
sados pela inépcia e pelo descu scuido
negligente do seu manuseamento, por intermédio de pessoas que não
 possuem o necessário estado de espírito que lhes permita ter esta
 preocupação
 preocupação sempre presente.
As armas não disparam por elas próprias, alguém, ou algo, faz
com que elas disparem. As armas que são disparadas
inadve
inadverti
rtidam
damententee ou acide
acidenta
ntalme
lmente
nte causam
causam grande
grandess embar
embaraç aços,
os,
quando não, tragédias. Quando tal acontece torna-se mais fácil para o
 prevaricador
 prevaricador culpar a arma que admitir o erro e aceitar a
responsabilidade
responsabilidade do mesmo.
Disparos acidentais não são de forma alguma “acidentes”, eles são
causados pela negligência e devem antes ser sempre apelidados de
disparos negligentes. Esta constatação remete-nos para a conduta
 pessoal do militar,
militar, para a sua atitude, assunto a abordar
abordar mais à frente.
A fim de minimizar a ocorrência deste tipo de disparos, o ensino
da moderna técnica de tiro tem reservado uma parte dedicada em
exclusivo à compreensão das regras de segurança. De entre todas as
que possamos considerar, talvez a mais importante, a regra de ouro
relativamente à segurança, é: nunca colocar o dedo no gatilho, a
não ser quando pretenda fazer tiro .
 Não obstante a sua importância,
importância, e uma vez que as regras devem
ser vistas numa perspectiva de complementaridade,
complementaridade, aqui ficam quatro
sugestões claras, concisas e fáceis de lembrar:
• Reg
Regra um: Todas a armas estão sempre carregadas . Temos
muito mais confiança com uma arma rma que sabemos esta star
carregada, pois se tal não acontecer tornam-se inúteis. Por esta
razão devemos sempre partir do pressuposto de que a arma está
sempre carregada;
• Regra dois: Nunca aponte a arma a ninguém, se não for para
 fazer tiro. Se alguém lhe apontar a arma tem de partir do
 pressuposto de que está pronto para o atingir,
atingir, pelo que tem todo o
moti
motivo
vo pa
para
ra reag
reagir
ir ag
agreress
ssiv
ivam
amen
ente
te cocont
ntra
ra ele(
ele(a)
a).. Qu
Quan
ando
do tal
tal
sucede, a desculpa habitual é que “a arma não está carregada”.
Deveria então ter em atenção a regra um. Uma excepção a esta
regr
regra,
a, oc
ocor
orre
re qu
quan
ando
do,, po
porr razõ
razões
es ev
evid
iden
ente
tes,
s, nã
nãoo se pret
preten
ende
de
disparar sobre o adversário, mas torna-se necessário intimidá-lo
ou dar-lhe a ordem de largar a arma que tiver empunhada. Se por
acaso se confirmar que a pessoa está inocente ou não há razão
 para continuar com aquele procedimento,
procedimento, então baixa-se a arma.
Contudo, quaisquer problemas poderão facilmente ser ser
 prevenidos, através
através da observação da regra
regra três;
• Regra três: Mantenha o dedo fora do gatilho até que as miras
estejam no alvo . Lembre-se que num cenário táctico, as miras
ainda não estarão no alvo, sendo esta a última possibilidade que
há de prevenir quaisquer tiros inadvertidos. Mesmo (e sobretudo)
em deslocamento o dedo que acciona o gatilho deve estar sempre
colocado ao longo do guarda-mato;
• Regra quatro: Certifique-se do seu alvo e do que está por trás
dele. Não dispare para um som ou um barulho, certifique-se
sempre que se trata do alvo para o qual quer atirar.
Conforme se pode facilmente concluir, nenhuma destas regras se
 baseiam em dispositivos de segurança, mas antes num adequado
estado de espírito o qual deve ser sempre observado quando se
manuseiam armas.

1.2 Instruções de segurança


A preocupação com a segurança começa logo que se toma
contacto com uma arma. Mas antes de a manusear deve ler-se
atentamente o manual de instruções, com particular atenção às
medidas de segurança preconizadas, o que permite ao
utilizador conhecer tudo aquilo que o fabricante considera
essencial para uma correcta utilização da sua arma. A razão
 para tal é, fundamentalmente, evitar que um manuseamento
impróprio ou descuidado da arma possa resultar no tiro
inesperado (não intencional) podendo, em consequência, causar
ferimentos, danos patrimoniais ou mesmo a morte do atirador
ou de outra qualquer pessoa. As mesmas consequências podem
também advir de modificações não autorizadas, corrosão, ou
utilização de munições danificadas ou não aconselhadas.
Apesar das armas serem testadas, inspeccionadas e
empacotadas antes de saírem da fábrica, o fabricante aconselha
sempre ao potencial utilizador de a inspeccionar
cuidadosamente, a fim de se assegurar de que não está
carregada ou avariada, reforçando assim a preocupação
relativamente à segurança.
Conforme se pode constatar, o próprio fabricante chama desde
logo a atenção do utilizador para que confirme se a arma está
ou não descarregada, uma vez que, sem a menor dúvida, uma
arma descarregada e em segurança é a arma mais segura.
 Neste aspecto particular, mais que em qualquer outro, todo o
cuidado é pouco. O militar deve ter extremo cuidado ao
manusear a arma. Como é sabido, e de acordo com o artigo
transcrito, os acidentes ocorrem muito rapidamente e ferir ou
matar alguém pode ter consequências muito graves.
Para segurança do utilizador e de terceiros, é sempre
conveniente proceder de acordo com as seguintes instruções de
segurança:
•  Nunca esquecer que uma arma de fogo é um instrumento de
defesa, pelo que só deve ser utilizado para repelir uma
agressão actual ou iminente, em legítima defesa ou de
terceiros, esgotados que tenham sido quaisquer outros meios
 para o conseguir;
• O utilizador de qualquer arma de fogo deve estar
 perfeitamente apto a manuseá-la, conhecer o seu
funcionamento, montagem e desmontagem e a efectuar as
operações de segurança;
• Todo o militar deve estar seguro de que conhece e sabe pôr
em prática os princípios da técnica de tiro;
• Quando pegar na arma manuseá-la sempre como se
estivesse carregada;
•  Não confie na memória nem na palavra de alguém. Uma
arma deve sempre considerar-se como estando carregada e
 pronta a fazer fogo, até ao momento em que o utilizador se
assegure pessoalmente do contrário, executando as
operações de segurança;
• Excepto em situações de serviço que assim o exijam 24, uma
arma de fogo deve ser sempre transportada em segurança e
sem munição introduzida na câmara;
• Introduza apenas a munição na câmara quando estiver
 pronto para atirar a um alvo conhecido e seguro;
• Sempre que empunhar uma arma, qualquer que seja o
 propósito, aponte-a numa direcção segura, desarme o cão e
verifique se está descarregada;

24
 Estas situações são as decorrentes do enquadramento legal (em particular o DL
n.º 457/99 de 05 de Novembro). A ordem de introdução de munição na câmara será
dada pelo Cmdt da força que estiver empenhada ou, na sua impossibilidade, deverá
•  Nunca apontar a arma a alguém ou algo - excepto em
situações imperiosas de serviço -, se não pretende fazer
fogo, mesmo sabendo que está descarregada;
•  Nunca aceite, devolva ou pouse uma arma sem que esteja
descarregada, com o cão desarmado e com o tambor aberto
(no caso dos revólveres);
• Verifique com frequência o estado de conservação e limpeza
da sua arma, pois só assim poderá prevenir futuras avarias,
que teriam consequências graves em situação de crise.
Tenha especial atenção ao bom funcionamento e
desobstrução do carregador, corrediça/culatra, câmara e
cano;
• Ao terminar o serviço, se possível, guarde a arma na
arrecadação de material de guerra;
•  Não leve a arma para a caserna, nem a deixe guardada no
armário;
•  Não se iniba de chamar à atenção ou repreender um seu
camarada ou subordinado, sempre que verificar que estão a
ser desrespeitadas as normas elementares de segurança;
• Ao guardar a sua arma em casa, descarregue-a e efectue as
operações de segurança, coloque-a num local onde seja
inacessível a qualquer outra pessoa, em especial a crianças,
de preferência num compartimento fechado à chave. A arma
e as munições devem ser guardadas em locais separados;
•  Não abandone nunca a sua arma, pois pode ser usada contra
si;
•  Nunca deixe a arma em local onde possa ser facilmente
furtada, como por exemplo no porta-luvas do carro;
• Quando trajar à civil, transporte a sua arma num local
dissimulado. Deve de preferência usar uma “sovaqueira”;
•  Nunca trepe ou salte um obstáculo, com munição
introduzida na câmara da arma;
• De igual modo, nunca a aponte para si agarrando na boca do
cano;
• Quando transportar a arma na mão, nunca deixe que
qualquer parte da mão ou outro objecto toquem no gatilho;
•  Nunca deixar a pistola pronta a fazer fogo, se essa não for a
sua intenção;
• Utilize sempre munições de qualidade e do calibre
apropriado para a sua arma;
•  Nunca ingira bebidas alcoólicas ou drogas antes ou durante
a realização do tiro;
• Utilize sempre óculos de protecção e protectores de ouvidos
durante o tiro;
• Tenha sempre a patilha de segurança em segurança e o cão
abatido, apenas alterando esta posição quando estiver pronto
 para fazer tiro. Mantenha a arma apontada numa direcção
segura - linha de alvos ou espaldão - quando colocar a
 patilha de segurança em fogo;
• Contar os disparos para saber as munições que ficam no
carregador, para que se possa, numa acção rápida, trocar de
carregador enquanto existe munição na câmara;
• Mantenha-se fora da zona normal de ejecção dos invólucros,
afastando da mesma eventuais camaradas que estejam perto
de si;
•  Nunca premir o gatilho ou colocar o dedo no guarda-mato,
se não tiver em condições de apontar a um alvo e fazer fogo;
• Tenha sempre absoluta certeza quanto ao seu alvo e à zona
 por detrás dele, antes de premir o gatilho. Um projéctil pode
 percorrer uma distância de várias dezenas/centenas de
metros, para além do alvo - se o espaldão não o retiver -;
•  Nunca dispare contra uma superfície dura, como rocha ou
aço, ou uma superfície líquida, como água;
•  Nunca dispare perto de um animal, a não ser que esteja
treinado para aceitar o som produzido;
•  Nunca incorra em “brincadeiras” quando tiver a sua arma
empunhada;
• Em caso de falha de disparo, mantenha sempre a arma
apontada ao alvo, ou para uma área segura, e espere 10 seg.
Se por acaso ocorreu uma falha na ignição da munição,
retardando a mesma, o disparo pode ocorrer passados 10
seg. Se, após transcorrido este tempo a situação se mantiver,
accione novamente o gatilho. Se mesmo assim não ocorrer o
disparo, e o motivo não seja visível (como poderia acontecer
se não tivesse havido extracção completa, e o invólucro
estivesse a impedir a introdução da munição seguinte) deve-
se proceder de acordo com a seguinte sequência:
♦ Colocar a patilha/comutador de segurança em segurança,
♦ Retirar o carregador,
♦ Puxar a culatra/corrediça à retaguarda,
♦ Retirar a munição e examiná-la, a fim de determinar se
houve ou não percussão. Se não houve, a causa pode
ficar a dever-se ao percutor estar partido, pelo que é
aconselhável fazer com que a arma seja observada pelo
mecânico de armamento. Se houve, a causa é a munição.
• Assegure-se sempre que a sua arma não está carregada antes
de a limpar ou guardar;
•  Não efectue modificações na arma, pois o mecanismo de
segurança e o seu próprio funcionamento podem ser
afectados;
• Tenha sempre particular atenção a sinais de corrosão,
utilização de munições danificadas, deixar cair a arma no
chão, ou outro qualquer tipo de tratamento inapropriado,
 pois tal pode causar estragos imperceptíveis. Se tal
acontecer entregá-la ao mecânico de armamento da Unidade
 para que seja vista;
•  Nunca abusar da utilização da arma, para fins distintos da
realização de tiro (real/“em seco”);
•  Não deixe que lhe aconteça a si, ou junto de si, acidentes em
que posteriormente diga ou oiça dizer “pensava que a arma
estava descarregada!...”;
•  NÃO LEIA apenas estas regras básicas!, PRATIQUE-AS e
obrigue quem estiver junto a si a fazê-lo.
Pense sempre que o primeiro e mais importante aspecto da
segurança de qualquer arma é o atirador. Todos os dispositivos
de segurança são mecânicos e o atirador é o único que põe a
arma em fogo/segurança. Não confie naqueles dispositivos,
 pense de forma prevista e evite situações que possam provocar
acidentes.
Pelo facto das armas se distinguirem pelo seu manuseamento, o
atirador nunca deve disparar com a arma antes de com ela se
ter familiarizado. É necessário estudar o seu funcionamento e
 praticar o seu manejo, sem a carregar - exercícios “em seco” -,
 para se familiarizar com ela.

1.3 Operações de segurança


Tal como o próprio nome indica, as operações de segurança
consistem num conjunto de procedimentos sistematizados cujo
objectivo é garantir ao atirador que a sua arma se encontra em
segurança.
Independentemente de noutros casos serem necessárias, as
operações de segurança executam-se obrigatoriamente nas
seguintes situações:
• Sempre que se manuseia uma arma;
• Sempre que se levanta ou entrega a arma na arrecadação, no
acto da sua recepção ou guarda;
• Antes e depois da limpeza;
• Antes de executar qualquer operação de desmontagem;
• Imediatamente após a execução de tiro;
• Após o regresso de qualquer serviço em que se utilize a
arma;
• Ao entregar a arma a um camarada por motivo de serviço.
A fim de verificar se uma arma está descarregada, as operações
deverão ser executadas respeitando a seguinte sequência:
• Colocar a patilha de segurança/comutador de tiro na posição
de segurança;
Retirar o carregador;
• Puxar a corrediça/manobrador à retaguarda para verificar se
existe munição na câmara, verificação essa que deverá ser
visual e física25 (pela introdução do dedo na câmara);
• Levar a corrediça/manobrador à frente;
• Colocar a patilha de segurança/comutador de tiro em
 posição de tiro;
• Efectuar um (e só um) disparo de segurança em direcção
segura;
• Voltar a colocar a patilha de segurança/comutador de tiro na
 posição de segurança;
• Introduzir o carregador, verificando se este está
desmuniciado.

1.4 Segurança na Carreira de Tiro


As regras de segurança enunciadas devem ser tidas em
consideração quando nos encontramos numa Carreira de Tiro
(CT), local destinado à prática de tiro. De entre elas,
sublinham-se as que se seguem, com alguns procedimentos
específicos.
1.º Na CT, todos os procedimentos são ordenados por
quem dirige o tiro;
2.º É expressamente proibido manejar as armas sem ter
sido para tal autorizado;
3.º Na CT é obrigatório o uso de protectores de ouvidos
(auriculares) já que:
• O som, que é uma perturbação periódica e agradável,
 por vibração do ar, converte-se em barulho ou ruído,
quando a sua tonalidade, timbre e intensidade
aumentam até alcançar níveis que o tornam
desagradável;
25
  Esta verificação física auxilia o atirador a reconhecer a sensação que lhe é
transmitida pelo toque do dedo numa câmara com/sem munição. Isto é
 particularmente importante quando se conduzem operações em condições de fraca
Mal Bem

Com o objectivo de se manterem os contornos do


 ponto de mira nítidos, normalmente não se deve
apontar directamente para o centro do alvo, mas sim à
sua base, evitando assim, que o aparelho de pontaria,
ao projectar-se sobre a cor escura do centro do alvo
(não no caso do alvo da figura), perca a nitidez e
origine o seu desalinhamento.

2.3.4 Utilização do olho director


O olho director é o olho que aponta a direito.
Preferencialmente, o atirador deve apontar com o olho
director. No entanto, se o olho director não
corresponder à “mão” que atira, o atirador deve optar
 por atirar com a mão que lhe dá jeito, desprezando o
olho director, não se devendo contrariar a tendência
natural para a tomada de posição;
Há atiradores que têm dificuldade em fechar um olho
 para fazer a pontaria. Esses atiradores poderão
solucionar facilmente o problema, colocando um
 pedaço de cartão improvisado (por exemplo uma
embalagem exterior de munições) ou o próprio
 bivaque à frente do olho que pretendem tapar,
 podendo assim apontar com os dois olhos abertos, que
é o processo mais correcto para se fazer pontaria, pois
2.4 Executar o disparo
Um pormenor importante do tiro com espingarda é o modo
como se prime o gatilho, de forma que tal acção não
modifique ou altere a pontaria feita até ao momento em que o
 projéctil abandona a boca do cano. Os maus impactos
resultam normalmente da alteração da pontaria no momento
em que se prime o gatilho e que antecedem a percussão da
munição. Esta modificação do alinhamento do aparelho de
 pontaria pode ficar a dever-se, por um lado, à forma como se
 prime o gatilho e, por outro, a uma hesitação ou precipitação
em relação ao momento em que se espera o recuo da arma.
Dos dois factores apontados, o mais prejudicial é sem dúvida
o segundo, pois provoca uma reacção do atirador, que o leva a
alterar a posição, efectuando assim um movimento com o
corpo, antes de o projéctil abandonar a boca do cano. Em
suma, o atirador receia o disparo.
Para evitar este inconveniente, o atirador deve concentrar
mais a sua atenção na pontaria e menos no gatilho, devendo
este ser premido tão suavemente que não permita ao atirador
aperceber-se do momento em que o cão é solto. Esta pressão
deve, com a habituação, fazer-se automaticamente, sem
desviar a concentração do atirador na pontaria.
Quando o atirador prime o gatilho instantaneamente logo que
tenha ultimado a pontaria, só por mero acaso conseguirá um
impacto satisfatório. O atirador deve manter a pontaria,
exercendo sobre o gatilho uma pressão que vai aumentando
constante e gradualmente, até se verificar o disparo.
A maneira correcta de premir o gatilho deve constituir uma
acção livre do dedo indicador para a retaguarda, segundo o
eixo do cano, com uma pressão que aumente uniformemente
depois de retirada a folga, de tal forma que o atirador não se
aperceba do momento em que vai surgir o disparo. Se a
 pressão sobre o gatilho não se exercer segundo o eixo do
cano, essa força, aplicada obliquamente, desviará o cano para
um ou outro lado, provocando assim o desalinhamento do
aparelho de pontaria.
Como o gatilho das espingardas é, normalmente, muito
“pesado”, o atirador poderá optar por colocar o dedo neste, de
forma a que o seu accionamento seja efectuado pela junção da
falanginha com a falangeta (curva a seguir à cabeça do dedo).

Assim, mesmo que o disparo aconteça antes do atirador


esperar, será, em princípio, um bom tiro, porque a pontaria
era correcta e o atirador foi surpreendido pelo disparo.

2.5 Fazer “seguimento”


O “seguimento” do tiro consiste em manter a pontaria durante
alguns segundos após o disparo ocorrer. Tem como objectivo
evitar que a arma se mova antes que os projécteis tenham
abandonado a boca do cano, já que o atirador, na ânsia de
verificar o resultado do disparo que acabou de efectuar, cria o
hábito de baixar ligeiramente o cano, a fim de observar o
alvo; e tantas vezes o faz, que acaba por antecipar o tiro uma
fracção de segundo antes do projéctil abandonar a boca do
cano, só para poder ver o alvo.
2.6 Sequência ideal para o tiro
Em resumo, e para se obter um tiro eficaz, o atirador deve
executar a seguinte sequência:
1. Tomar a posição correcta;
2. Fazer a pontaria;
3. Retirar a folga do gatilho;
4. Suspender a respiração;
5. Rectificar a pontaria;
6. Pressionar o gatilho;
7. Fazer o “seguimento.

9. EXERCÍCIOS DE PONTARIA E “TIRO EM SECO”


Já foram vistas as vantagens dos exercícios do “tiro em seco”,
aquando da explicação da técnica de tiro com pistola, que devem ser
executados pela ordem a seguir indicada.

3.1 Treino das posição em relação ao alvo


O objectivo do exercício n.º 1 é: assumir a posição correcta
em relação ao alvo. Para tal deve-se ter em atenção o
seguinte:
• O atirador coloca-se numa das posições de tiro e verifica
se está bem posicionado em relação ao alvo;
• Repetir este exercício várias vezes, para cada uma das três
 posições anteriormente vistas.
NOTA: Neste exercício, não se deve disparar.

3.2 Treino de alinhamento do aparelho de pontaria


O objectivo do exercício n.º 2 é: assumir uma posição e
alinhar o aparelho de pontaria. Para tal deve-se ter em atenção
o seguinte:
• Começar pela execução do exercício n.º 1;
• Depois do atirador assumir a posição correcta, vai alinhar
o aparelho de pontaria, concentrando-se durante períodos
de cerca de 15 segundos (deve apontar a uma parede
 branca). Durante a execução deste exercício, a
 preocupação fundamental e exclusiva deverá ser o
alinhamento do aparelho de pontaria;
• Repetir este exercício para uma das três posições
anteriormente vistas.
NOTA: Neste exercício, não se deve disparar.

3.3 Treino de mirada


O objectivo do exercício n.º 3 é: alinhar o aparelho de
 pontaria com a base do centro do alvo. Para tal deve-se ter em
atenção o seguinte:
• Este treino é realizado, colocando um alvo SPIII/ EPG a
uma distância de cerca de 10 a 25 metros;
• Começar pela execução do exercício n.º 1;
• Depois do atirador assumir a posição correcta, vai alinhar
o aparelho de pontaria com a base do centro do alvo;
NOTA: Neste exercício, não se deve disparar.

3.4 Treino de “folga do gatilho”


O objectivo do exercício n.º 4 é: retirar a folga do gatilho.
Para tal deve-se ter em atenção o seguinte:
• Começar pela execução do exercício n.º 1;
• Sem ter a preocupação de alinhamento do aparelho de
 pontaria ou da mirada, pressionar o gatilho até lhe retirar a
folga (depois de ter armado a culatra);
NOTA: Neste exercício, nunca se deve disparar.
3.5 Treino de disparo
O objectivo do exercício n.º 5 é: depois de retirar a folga do
gatilho, pressioná-lo suavemente, sem produzir “gatilhadas”
(percepção do movimento e peso do gatilho). Para tal deve-se
ter em atenção o seguinte:
• Começar pela execução do exercício n.° 1, adoptando uma
 posição à escolha do atirador;
• Depois de assumida a posição de tiro, fechar os olhos e
concentrar-se única e exclusivamente no accionamento do
gatilho (atenção à colocação correcta do dedo no gatilho);
• O atirador, de início, deve retirar a folga do gatilho e
 procurar aperceber-se do peso do mesmo, até ser
 produzido o disparo;
• Accionar o gatilho várias vezes, tentando produzir um
disparo o mais suave possível. No entanto, deve procurar
 produzir o disparo em tempo útil, ou seja, antes de
começar a sentir fadiga por ausência de respiração; como
regra, não deve ultrapassar-se os 10 segundos até à
 produção do disparo.

3.6 Treino do “seguimento”


O objectivo do exercício n.º 6 é: efectuar o “seguimento” do
disparo. Para tal deve-se ter em atenção o seguinte:
• Tomar a posição de tiro;
• Executar o disparo, observando a técnica correcta de todo
o processo de tiro;
• Manter o aparelho de pontaria e a mirada alinhada durante
alguns segundos após o disparo, procurando manter a
estabilidade dos mesmos, só desfazendo a pontaria depois.

3.7 Treino integrado


O objectivo do exercício n.º 7 é: efectuar disparos correctos,
observando todos os elementos fundamentais para a execução
do tiro. Para tal deve-se ter em atenção o seguinte:
• Tomar a posição de tiro;
• Levar a arma à zona de pontaria;
• Alinhar correctamente o aparelho de pontaria;
• Fazer correctamente a mirada;
• Pressionar o gatilho, retirando a sua folga;
• Suspender a respiração;
• Executar o disparo;
• Efectuar o “seguimento”.

10. TIRO COM ESPINGARDAS CAÇADEIRAS

4.1 Generalidades
O poder derrubante da caçadeira é comparável com a sua
reputação e aparência intimidativa.
A caçadeira é uma arma versátil e rápida capaz de efectuar
um tiro preciso a pequenas distâncias, tendo boa penetração e
derrube. Em caso de haver problemas com a super-penetração
é aconselhável utilizar munições com chumbos diferentes,
 permitindo assim que os mesmos reduzam a sua velocidade e
 potencial letais se não atingirem o alvo.
Este tipo de armas oferece as seguintes vantagens:
• Reduz a possibilidade de que um presumível infractor
tenha para a tirar ao militar;
• O seu alcance limitado torna-a aconselhável para
operações em que tal seja um cuidado acrescido a ter em
conta (exemplo; busca e montar segurança a essa
operação).
Contudo, oferece as seguintes desvantagens:
• Reduzida capacidade de carregamento;
• Reduzida precisão;
• Fracas características de empunhamento;
• Grande dispersão de tiro (à medida que aumenta a
distância);
• O recuo é mais pronunciado;
• É mais perigoso para o atirador.

4.2 Técnica de tiro


A caçadeira é encostada ao ombro, da mesma forma que a
espingarda, contudo é mais concebida para ser apontada que
 para alinhar miras.
Deve-se ensinar o atirador a flectir ligeiramente o joelho da
 perna avançada e inclinar-se para a frente, a fim de
compensar o recuo, em especial quando se dispara mais que
um tiro. O recuo da caçadeira é mais parecido com um puxão
do que propriamente com um “pontapé”, e facilmente levará a
que o atirador se desequilibre se não fizer esta compensação.
Relativamente à segurança, porque este tipo de armas tem um
carregador tubular, é frequentemente difícil dizer se o tubo
tem ou não munição.
4.3 Treino com caçadeira
Tal como com as outra armas, os militares devem estar
totalmente familiarizados com a caçadeira. Os tópicos a rever
são:
• Segurança e manuseamento.
• Carregar e descarregar.
• Fazer a manutenção.
• Resolução de possíveis avarias.
• Execução do tiro.
NOTA: A desmontagem e montagem da arma só deve ser
feita por pessoal especializado.
O treino com este tipo de armas deve envolver a
criação de situações que levem o militar a fazer tiro
 para uma determinada área, utilizando alvos ou
 pontos de referência (tais como uma caixa em
cartão). Conforme se referiu, não é tanto a precisão
que interessa, mas sim a habituação em
carregar/descarregar 32 (normal e alternativo) e fazer
tiro com rapidez.

PISTOLA HK VP 70 M/978 Calibre 9 mm

2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ARMA

2.1 Ficha histórica e destino


 Na década de 1950, a produção de armas voltou a ser uma
actividade permitida na Alemanha. A empresa HECKLER &
KOCH GMBH, fixou-se nas antigas instalações da Mauser
em OBERNDORF-AM-NECKER, na Alemanha Ocidental,
tendo no início de 1970, começado a produzir a HK Modelo P
7, rapidamente substituída pela VP 70. Esta arma, apesar de
algumas inovações, como possuir parte do punho em plástico,
não obteve o sucesso esperado, devido ao sistema de disparo
de dupla acção (muito difundido actualmente), ao mau
 posicionamento da patilha de segurança e à falta de estética
da própria arma. Na GNR, a pistola HK VP 70 Calibre 9 mm,
Modelo 1978 é uma arma ligeira, individual e de tiro tenso,
 podendo ser destinada à defesa própria do militar da Guarda
(apesar de ter um gatilho demasiado pesado), ou para “abater
alvos seleccionados”, através de uma coronha que se pode
adaptar, conferindo elevada precisão, até à distância de 50
metros.

2.2 Características de Funcionamento


2.2.1 Tipo de Funcionamento
É uma arma semi-automática, de cano fixo, que funciona pela
acção indirecta dos gases (os gases resultantes da explosão da
carga da munição exercem a sua acção na culatra, por intermédio
da base do invólucro).
2.2.2 Corrediça
A arma não dispõe de culatra propriamente dita, mas sim de um
 bloco, designado de corrediça, que desempenha as mesmas
funções.
2.2.3 Armar
Arma no movimento de puxar a corrediça à retaguarda
e levá-la à frente.
2.2.4 Mecanismo de disparar
O mecanismo de disparar permite a execução de tiro
semi-automático (tiro a tiro), sendo o disparo feito em
acção dupla (ao ser puxado o gatilho, o percutor
acompanha o movimento deste, através da peça de
arraste e, quando esta faz o seu abaixamento, o
 percutor solta-se, indo embater no fulminante da
munição) e ainda, permite o tiro automático (rajadas
de 3 tiros), quando se lhe adapta uma coronha.
2.2.5 Segurança
É conseguida através de
uma patilha de segurança,
situada à frente e por
cima do gatilho, que,
estando na sua posição
mais baixa, coloca a arma
em segurança (por imobilização do gatilho) e, estando
na sua posição mais elevada, coloca a arma pronta a
efectuar o tiro, sendo apenas necessário pressionar o
gatilho.
B. conduta pessoal

Sempre que se trate do emprego de armas de fogo ou outros meios


mortíferos, para além das limitações legais anteriormente referidas,
deve ainda observar-se o seguinte:
1. Todos os militares devem ser conhecedores das condições em
que podem “abrir fogo”, procurando, quando tal for
absolutamente necessário, e sempre que possível, ferir e não
matar;
2. Procurar avaliar o local onde se vai “abrir fogo”, incluindo o
disparo de aviso para o ar, visto que nos centro urbanos, há
 possibilidade de atingir inocentes, dentro ou fora do local da
actuação;
3.  Nunca se deve disparar para o chão em zonas pavimentadas,
 porque existe sempre a possibilidade dos ricochetes atingirem
inocentes;
4. Se for necessário, disparar contra uma viatura em fuga, tomar
uma posição o mais baixa possível (de joelhos ou deitado) e
apontar para os pneus da mesma e nunca directamente para o
habitáculo dos passageiros;
5. É totalmente interdito o fogo de “rajada”;
6. Ao ser alvejado de local incerto, é interdita a abertura imediata
de fogo, pois o procedimento correcto será procurar abrigo e
tentar localizar a ameaça para posterior neutralização;
7. Em situações de alteração da Ordem Pública, as armas devem
ter o carregador municiado e introduzido, a câmara sem
nenhuma munição e a patilha de segurança/comutador de tiro
em segurança. A ordem de introdução de munição na câmara e
abrir fogo só deve ser dada pelo comandante das forças
empenhadas.
8. Nunca esquecer que a Comunicação Social aproveita
qualquer pretexto para denegrir a imagem das forças
policiais, conforme as fotografias e legenda abaixo indicadas:
GUARDA MORRE COM TIRO NA
CABEÇA
Uma brincadeira com uma arma de fogo acabou da pior
maneira num bar em Grândola, com um soldado da GNR a
desfechar um tiro na sua própria cabeça, soube o Correio da
Manhã.
O acidente teve lugar por volta da uma hora da manhã de
ontem num bar da vila de Grândola e foi presenciado por um
colega da vítima e um grupo de mais de cinco pessoas.
Os dois soldados da GNR, ambos a prestar serviço no
 posto territorial de Grândola, estavam a conversar sobre armas
de fogo, quando, um deles pediu ao colega a arma pessoal
emprestada para, segundo consta, mostrar um “truque novo”.
Fonte do Comando Geral da GNR disse que o guarda Luís
Fernando Branco Nunes, de 29 anos, alistado na corporação
desde 1993 retirou as munições que estavam no tambor do
revólver.
Todavia, tudo leva a crer que uma bala P. 32 ficou
esquecida no tambor e quando o militar levou o revólver à
cabeça e premiu o gatilho foi atingido mortalmente, perante a
estupefacção de todos os presentes. O militar da GNR ainda foi
evacuado para uma unidade hospitalar, mas chegou cadáver.
O mesmo responsável do Comando Geral da GNR, em
Lisboa, adiantou que o soldado falecido estava fora de serviço,
assim como o camarada. Recorde-se que este não foi o
primeiro acidente com armas de fogo manuseadas por
agentes de autoridade em aparentes brincadeiras que
acabam por culminar em morte.
(Correio da Manhã de 17DEC96)

ARMAS ESPECIAIS
As armas que a seguir se apresentam foram adquiridas para a
força do Regimento de Infantaria deslocada em Timor. Pelo facto de
 poderem ser desconhecidas para o leitor, aqui fica o registo
fotográfico de cada uma delas, juntamente com os respectivos
acessórios de algumas.

10 LANÇA-GRANADAS COUGAR 56 mm
Arma utilizada sobretudo na Manutenção de Ordem Pública, com
a finalidade de lançar granadas para o interior das manifestações,
 provocando a consequente dispersão dos manifestantes. O Pelotão
de Operações Especiais pode também utilizá-la para lançar
granadas de gás ou de espanto no interior de um compartimento.
10.1 Tipos de granadas que utiliza
11 HK MSG 90
Arma de  sniper   que equipa o Pelotão de Operações Especiais
sendo utilizada em missões de assalto como arma para cobrir o
avanço das equipas de assalto. Pode servir também nas missões de
segurança pessoal para, de um ponto elevado, neutralizar uma
ameaça perigosa e para defesa de pontos sensíveis.
12 STEYR SSG-69
Arma de  sniper  que também equipa o Pelotão de Operações
Especiais tendo a mesma função que a arma anterior, sendo menos
 potente. Contudo, como o sniper  policial executa tiro entre os 100
e os 300 metros, esta arma cumpre na perfeição a sua função.

13 HK MP5 SD6
Arma em tudo igual à HK MP5 A4 com a particularidade de ter
silenciador o que permite, em missões encobertas, executar tiro
sem ser detectado, não perdendo a importância do factor surpresa.
14 HK MP5 K A1 COM MALA PARA SEGURANÇA
PESSOAL
Mala utilizada em missões de segurança pessoal, equipada no seu
interior com uma pistola-metralhadora HK MP5 KA1. Para a pôr
em funcionamento basta premir o gatilho que se encontra situado
na pega da referida mala.

GLOSSÁRIO DE TERMOS DO ARMAMENTO


Abertura da culatra - Este é um termo que constitui uma força de
expressão, na medida em que, na realidade, pretende significar a
abertura da câmara pelo movimento da culatra. Tal como o termo
“fechamento da culatra”, está tão generalizado que não constitui
óbice na comunicação verbal e escrita.
A operação a que se refere é uma operação secundária do ciclo de funcionamento
duma arma, que ocorre entre o destravamento da culatra e a extracção e que
consiste em a face da culatra deixar de cobrir a entrada da câmara, deixando pois
de ficar alinhada com o cano se for uma culatra de gaveta ou passando a ficar
afastada desta abertura se tratar duma culatra de movimento longitudinal.

Adarme – Antiquíssima forma de descrever o diâmetro da alma das


armas portáteis de cano liso. Este “sistema” ainda é o que hoje se
aplica à medição do “calibre” das caçadeiras, o adarme de uma
caçadeira é, simplesmente, o número de esferas de chumbo com o
diâmetro da alma dessa arma, que perfaz o peso de uma libra. Por
exemplo, uma “caçadeira de calibre 12” é uma caçadeira tal que 12
esferas de chumbo do diâmetro da alma dessa arma, pesam uma libra
“antiga” (0,4895 kg).
Os diâmetros das almas correspondentes aos valores dos adarmes
mais comuns, são os seguintes:
Adarme 4 23.75 mm
“ 8 21.21 mm
“ 10 19.69 mm
“ 12 18.52 mm
“ 16 16.81 mm
“ 20 15.62 mm
“ 28 13.97 mm
Com o desaparecimento dos projécteis esféricos e a adopção de
 projécteis oblongos a que esta forma de medição não podia ser
aplicada, ela é (exceptuando o caso das espingardas de caça)
completamente abandonada, em favor da medida (o calibre) em
milímetros, centímetros ou polegadas.

Alça (“Rear Sight”)  – Designação genérica dos componentes dos


aparelhos de pontaria destinados a permitir o azeramento dos
mesmos, operação que se designa habitualmente por “regular a alça
da arma”. Dos dois elementos componentes do aparelho, é aquele
Alça fechada – Uma alça em que a visualização do ponto de mira e
do alvo se faz através de um orifício circular existente num
componente dessa alça.
 Nas espingardas de precisão destinadas ao tiro ao alvo, esse
componente dispõe por vezes de uma provisão para a aplicação de
uma íris, tal que a dimensão do orifício do referido componente – o
dióptero -, pode ser regulada/alterada, para uma melhor adaptação da
visão às condições de luz ambiente.
Esta classe de alças tem o inconveniente de tornar bastante mais
difícil a aquisição do alvo mas, por outro lado, as vantagens de tornar
mais natural a centragem do ponto de mira – o alinhamento alça -
 ponto de mira – e, em condições especiais, de aumentar a
 profundidade de campo da visão.
Pode-se usar juntamente com pontos de mira de poste mas o uso
mais comum – por mais eficaz – em tiro ao alvo é em conjunto com
 pontos de mira de anel ou pontos de mira de plástico.

Alcance  - A distância medida na horizontal entre a origem dessa


trajectória e o respectivo ponto de cada. O alcance é função
 principalmente da velocidade inicial, do ângulo de projecção e do
coeficiente balístico do projéctil.

Alcance eficaz - A distância máxima a que os projecteis disparados


de um dado sistema de arma, retêm a precisão e a capacidade de
 penetração, compatíveis com a finalidade do seu emprego contra os
alvos designados.
Alcance máximo - A distancia máxima a que um sistema de arma,
mesmo com grande dispersão, ou sem suficiente capacidade de
 penetração, pode enviar os seus projecteis. O tiro para este distância
implica, para os sistemas de arma clássicos, o uso de ângulos de
elevação mais ou menos inferiores a 45º, tanto menores quanto mais
 pequeno seja o coeficiente balístico dos projecteis disparados. È
 porem curioso notar que o máximo de alcance do canhão Berta,
usado pelas forças Alemãs na I Guerra para o bombardeamento de
Paris, era obtido com ângulos de elevação superiores a 45º, uma vez
que neste caso uma parte das trajectórias era percorrida na
estratosfera.
 No caso dos sistemas de arma de cano estriado, para velocidades
iniciais dos projecteis e de mais condições iguais, o alcance máximo
é função directa do calibre do sistema. Isto é assim porque, sendo
aproximadamente constante a relação entre o comprimento e o
calibre/diâmetro desses projecteis – nos projecteis destes sistemas, o
comprimento ideal dos projecteis é igual a cerca de seis milímetros –
o seu peso é igual a ( π.r  .6d. d)=( π. r  .12r.d) = (24. π. r  .), portanto
² ² ³

um valor proporcional ao cubo do calibre, o que faz com que, dado


que a área da secção recta é proporcional ao quadrado do calibre, a
densidade seccional e portanto o coeficiente balístico, sejam
 proporcionais ao próprio calibre. Finalmente, como o alcance é tanto
maior quanto maior for o coeficiente balístico, torna-se evidente a
relação directa entre alcance máximo e calibre.
De resto, é esta a razão porque a obtenção de maiores alcances – uma
vantagem táctica suprema – requer necessariamente o emprego de
calibres maiores.

Alcance perigoso ou distância máxima de ricochete  – Consiste na


maior distância que pode ser atingida por um ricochete. É igual a ¾
do alcance máximo da arma/munição.

Alimentação - O mesmo que municiamento da arma. É a operação


que consiste na introdução das munições na arma. Nas armas de
carregamento pela culatra, o carregamento não é precedido de
alimentação e portanto esta operação não ocorre.
 Nas armas de repetição, a alimentação faz-se introduzindo as
munições num depósito da própria arma ou introduzindo um
carregador cheio nesta.
 No contexto das armas automáticas, o termo sistema de alimentação
refere-se a um dos três processos como as munições são introduzidas
nessas armas:
• Por meio de uma fita
• Por meio de um tambor 
• Por meio de um carregador.

Alma - Nome do furo central, longitudinal, do cano de uma arma. É


na alma das armas que, durante os disparos, os projecteis ganham a
velocidade à boca e, nas de cano estriado, o movimento de rotação
necessário à sua estabilização. As partes da alma são a câmara, a
concordância e a parte estriada. A alma termina posteriormente, na
 boca.

Alma estriada - Designação de uma alma que em parte é sulcada por


estrias.

Alma lisa - Designação de uma alma cujas paredes são


completamente lisas, da câmara à boca.

Alto explosivo – Um explosivo cuja característica é a detonação, isto


é, a propagação da frente de reacção, tem velocidade superior à
velocidade do som. As velocidades das reacções destes explosivos
conhecidos, são normalmente da ordem de vários (2 a 9) quilómetros
 por segundo.
Alvo – Designação genérica de um qualquer ser ou objecto –
mecanismo, área demarcada desenhada numa cartolina, etc. – que se
 pretende atingir, em princípio, “no centro” com balas ou outros
 projécteis. Os alvos podem ser estáticos ou móveis e, se móveis,
 podem mover-se com velocidade que vão de uns poucos quilómetros
 por hora a várias vezes a velocidade do som. Podem encontrar-se na
atmosfera, na superfície do solo ou da água ou abaixo desta
superfície e podem ter um movimento guiado ou não. Podem ainda
dispor de protecções muito variadas, incluindo armaduras
extremamente resistentes.

Alvo homotético  – Alvo de tamanho inferior ao normal que se


utiliza quando as carreiras de tiro não permitem a execução de tiro às
distâncias pretendidas. As suas dimensões são calculadas segundo a
expressão:
D x d’ D = Dimensão normal do alvo conhecido
D’ = d’ = Dispersão à distância pretendida
d D = Dispersão para a distância do alvo
conhecido

Amortecimento  - A absorção da energia de recuo de uma arma.


Com armas de bala é feito pelo corpo do atirador. Nas peças de
artilharia é feita pela acção conjunta do freio de amortecimento, do
recuperador e dos atritos entre as partes recuantes e as partes fixas da
 peça.
Pode também ser considerado como a regulação de um sistema de
controlo que serve para que quaisquer oscilações na sua saída
venham a anular-se automaticamente.

Ângulo de queda duma coronha  – Numa espingarda, é o ângulo


que o eixo do coice da coronha faz com o eixo do cano.
Dentro dos limites práticos, quanto maior este ângulo, maior o salto e
menor o coice transmitido ao atirador.

Aparelho de pontaria - Designação genérica dos equipamentos


mecânicos, ópticos ou electroópticos que são usados na pontaria das
armas, para estabelecer as linhas de mira.
Os aparelhos de pontaria das armas pesadas, e nomeadamente os da
maioria das peças de artilharia modernas, são frequentemente
sistemas complexos destinados a permitir, em comando local, o
cálculo dos ângulos de avanço.
 Nas espingardas, pistolas, etc, os aparelhos de pontaria são sempre
dispositivos relativamente simples, embora por vezes extremamente
 precisos. Estes, se constituídos inteiramente por componentes
• Balíst
lístic
icaa inte
intern
rnaa do
doss motor
otorees de fog
fogue
uete
te – o estud
studoo dos
fenómenos que ocorrem dentro destes engenhos;
• Balística intermédia
inter média ou de transição – o estudo das forças e outras
acções e movimentos dos projécteis e dos gases do propulsante,
no relativamente pequeno percurso logo a seguir à sua saída da
 boca do cano;
• Balís
Balístic
ticaa ex
exter
terna
na – o estudo
estudo das acçõe
acçõess da gravidad
gravidadee e do ar
atmosférico nos movimentos do projéctil ao longo das possíveis
trajectórias;
• Balística externa dos foguetes – o estudo das trajectórias destes,
 principalmente
 principalmente dos de trajectória quente;
quente;
• Balí
Balíst
stic
icaa term
termininal
al – o estu
estudo
do dadass forç
forças
as e movi
movime
ment
ntos
os do
doss
 projécteis após o contacto
contacto com os alvos e das reacções
reacções destes.

Bandoleira - Um apetrecho que consta essencialmente de uma tira


forte de tecido, com um recorte especial e que é susceptível de várias
regulações por forma a ser afinada, montada e usada, em
conformidade com uma certa técnica entre um ponto de fixação no
fuste duma espingarda e o braço do atirador que suporta a arma (o
 braço esquerdo, no caso do atirador direito). Aparte a sua utilização
militar por franco atiradores, é empregue nas posições de tiro deitado
e joelhos do tiro ao alvo com estas armas, onde tem a função de
 permitir que o dito braço fique completamente
completamente descontraído, uma
contribuição
contribuição notável para a consistência do tiro nessas posições.
Este uso da bandoleira implica a solução técnica de dois problemas
específicos. O da sua regulação correcta, dados os terríveis efeitos
negativos que uma bandoleira mal regulada pode exercer sobre a
 posição de tiro e do seu potencial para transmitir à arma os
movimentos pulsatórios da circulação
circulação sanguínea do atirador, uma vez
que fique a exercer pressão sobre a artéria humeral, o que é quase
certo acontecer principalmente na posição de joelhos, se a bandoleira
for fixada numa posição alta, perto do ombro, e/ou ficar demasiado
curta e portanto a apertar excessivamente o braço.
Para cada uma das posições a boa regulação da bandoleira só pode
ser
ser feit
feitaa efic
ficazme
zmente
nte atra
travé
véss de um tratraba
ballho sist
sisteemático
tico de
construção da posição, durante umas tantas sessões de tiro sem
 bandoleira, nas quais se deverá determinar
determinar pelo menos o ponto em
que a mão esquerda deve ficar sob o fuste, e a melhor regulação da
chapa de coice. A regulação da bandoleira deverá então decorrer
destes dados.
O couro não é um bom material para a confecção destes apetrechos,
 porque tende a ceder um pouco sob o esforço, o que conduz,
imperceptivelmente, à transferência do peso da espingarda para o
 braço.
Também pode ser designado como uma tira forte de couro, lona, ou
tecido sintético que se usa como acessório duma espingarda, carabina
ou pistola metralhadora, para facilitar o seu transporte.

Base do invólucro  – É a extremidade anterior do invólucro duma


munição de invólucro metálico. Após o carregamento desta munição,
a base do invólucro vai ficar encostada à face da culatra, que lhe
serve de apoio durante o disparo. A base do invólucro tem de ser a
 parte deste com paredes mais espessas, uma vez que é a parte mais
mal sustentada pelo conjunto câmara-culatra. A fim de permitir a
extracção, a periferia desta base tem um perfil especial, que pode
incluir um bocel (rebordo saliente em volta da base do invólucro de
alguns invólucros metálicos) ou uma ranhura de extracção.
 Nas munições de percussão central, é no centro da base do invólucro
que é cravada ou roscada a escorva e nas munições de percussão
anelar, é no interior da sua periferia que se aloja o anel de mistura
ignidora.

Berdan – Nome de um dos primeiros invólucros metálicos que era


fabricado a partir de uma só peça de metal sucessivamente estirada e
enca
en calç
lçad
ada,
a, vind
vindoo a assu
assum
mir a co
conf
nfig
igur
uraç
ação
ão qu
quee é ho
hoje
je a únúnic
icaa
utilizada.

Bigorna – Um dos compo omponenent


ntees dos sist
sistem
emaas de ign
gniç
içãão das
munições que empregam escorvas de percussão. Nalgumas escorvas
a bigorna é um componente da própria escorva enquanto noutras a
 bigorna faz parte do invólucro do cartucho.
cartucho. Em qualquer dos casos, o
corpo/invólucro da escorva é constituído por um pequeno corpo
metálico, em cujo fundo, pela parte de fora, o percutor irá bater. No
interior deste corpo encontra-se uma pastilha de mistura ignidora. A
seguira a esta, constituindo-se em apoio desta pastilha, é que fica
situada a peça de metal que se designa por bigorna.
A parte final da percussão consta na realidade, essencialmente, do
esmagamento dessa pastilha de material explosivo, pelo percutor,
entre a base, entretanto deformada, do copo e a bigorna.
 Nas munições
munições de armas ligeiras usa-se duas configurações
configurações de escorva
de percussão, a escorva Boxer e a escorva Berdan, sendo que a
 principal diferença entre elas é precisamente que na primeira a
 bigorna faz parte da escorva.

Bloco da culatra – Designação do corpo principal da culatra, que


aloja o mecanismo de percussão, serve de apoio ao extractor, etc.

Boca do cano  – É a extremidade posterior da alma do cano. A


 perfeição do seu acabamento
acabamento no fabrico e o estado de conservação
dessa perfeição ao longo da vida do cano, são factores determinantes
 para a consistência do tiro que a arma pode produzir. Sendo o último
 ponto onde os projécteis beneficiam do apoio do cano e,
simultaneamente, o ponto de saída para a atmosfera dos gases do
 propulsante, a consistência do tiro a produzir por uma arma pode ser
completamente arruinada por qualquer imperfeição ou defeito num
dos lados da boca, uma vez que, logo a seguir ao projéctil ter
abandonado o cano, uma fuga assimétrica dos gases, devida a essa
imperfeição, actuando quando o projéctil já não beneficia de apoio,
irá provocar nele, uma forte oscilação. Daqui que, a prática frequente
de limpezas dum cano introduzindo a vareta pela boca, que conduz
necessariamente à produção de desgastes assimétricos dessa região,
seja uma prática a eliminar.

Boca do carregador – É a abertura do carregador ou tambor, por


onde se faz o seu municiamento.
municiamento.

Boca do invólucro – É a extremidade aberta do invólucro metálico


 por onde é introduzida a carga de propulsante da munição e que, nas
munições de carga unida, é depois fechada pelo projéctil. A zona que
 precede a boca do invólucro é a que primeiro se expande durante o
disparo, a fim de garantir a obturação para trás.

Bocel – É o rebordo saliente em volta da base do invólucro de alguns


invó
invólu
lucr
croos metá
etálico
licos,
s, prec
recisam
samente
nte os qu quee se desig
signa
nam
m por
invólucros com bocel. Nas munições que têm este tipo de invólucro,
destina-se a:
• Limitar o seu avanço nas câmaras, aquando do seu carregamento,
• Ser agarrado pelo extractor da arma, para se fazer a extracção.

Boxer – Nome de marca de um dos primeiros invólucros metálicos,


 já em desuso há muitos anos, que era fabricado a partir de uma folha
de metal enrolada a formar um tubo, tubo esse a que se fixavam os
outros componentes da munição.

Braçadeira - Guarnição da espingarda cujo fim é a ligação do cano


ao fuste. É constituída por um anel de aço que pode ser fechado ou
com charneira. Esta última tem um parafuso que permite apertá-la
mais ou menos, variando, portanto, o aperto do cano ao fuste.

Bucha – Designação comum de qualquer dos cilindros de cortiça e


feltro usados entre a carga e a bagada nos cartuchos de caça tal como
este
stes eram
ram carre
rrega
gado
doss há cerca
rca de 20 ou 30 ano noss atrás.
rás. Este
Este
componente tinha a função de realizar a obturação para a frente dos
gases e de amortecer o choque do aumento brusco das pressões sobre
a bagada.
 Note-se no entanto que estas buchas ainda se usam nesta classe de
munições quando se pretende a maior dispersão possível da bagada,
 para além ainda
ainda do que se consegue usando
usando apenas um dispersor.
Modernamente, estas munições utilizam, em vez destas buchas, as
chamadas buchas de plástico.
Também designa os discos de cartão ou plástico – muitas vezes com
a insc
nscriç
rição do “núnúm
mero do chu hummbo
bo”” -, qu
quee se usava
savamm neste
estess
cartuchos para efectuar o seu fechamento.
Caçadeira - Designação comum das espingardas de caça.

Cadência de tiro - Número máximo de tiros que poderia obter-se de


uma arma sem qualquer pausa de funcionamento
funcionamento consecutivo durante
um minuto, sem provocar desgaste exagerado no material.

Caixa da culatra - O componente de uma arma de fogo a que se


encontra rigidamente roscado, na sua extremidade posterior, o cano e
em cujo interior se movimenta a culatra e se encontram outros
componentes como o ejector, a mola recuperadora, etc. É a caixa da
cula
culatr
traa qu
quee real
realmmen
ente
te,, inte
integr
gran
ando
do todo
todoss este
estess co
com
mpopone
nent
ntes
es e
 proporcionando-lhes
 proporcionando-lhes apoio ou guiamento,
guiamento, faz a função de dar
unidade ao funcionamento da arma. A sua estrutura tem de ser
suficientemente pesada/forte e rígida, para suportar sem cedências as
enormes forças presentes durante os disparos e, nas armas que se
usam em modalidades em que se pretende uma grande consistência
do tiro, para praticamente anular as amplitudes das torsões e absorver
completamente
completamente as vibrações do cano, produzidas durante estes.
 Na maioria das armas modernas, a caixa da culatra tem uma abertura
 para a fixação do carregador ou do tambor ou por onde passa a fita
de alimentação e uma outra lateral por onde se faz a ejecção dos
invólucros, a janela de ejecção. Mas, por exemplo, nas espingardas
concebidas para oferecerem o mais alto nível de consistência do tiro,
 por exemplo nas usadas na modalidade de Bench Rest (modalidade
específica de tiro ao alvo, a várias distâncias e onde, ao invés de
fazer “10”, os atiradores tentam realizar agrupamentos de,
gera
geralm
lmen
ente
te,, 5 impa
impact
ctos
os,, co
comm a meno
menorr dimen
dimensãsãoo po
possí
ssíve
vel)
l) e na
nass
empregues em competição de tiro ao alvo, a caixa da culatra é
cons
consti
titu
tuíd
ídaa po
porr um vo
volu lum
moso
oso bloc
blocoo de aço,
aço, co
conc
nceb
ebid
idoo pa
para
ra se
comportar com um máximo de rigidez e neste bloco existe apenas,
no máximo, uma abertura lateral, a da janela de ejecção. De tal forma
que estas armas são necessariamente apenas armas de tiro simples,
uma vez que estas não necessitam de abertura lateral para fixação
dum carregador, sendo o carregamento feito através da própria janela
de ejecção. Tudo para que a rigidez da caixa da culatra seja a
máxima possível.
Calibre  - Termo que, em termos gerais, é usado para sugerir as
capacidades ofensiva ou defensiva do sistema da arma considerado,
capacidades estas que correspondem, em termos técnicos, a; alcance
eficaz, capacidade de penetração, capacidade de neutralização, etc.
 Neste contexto, grande calibre significa portanto grande alcance
eficaz, grande capacidade de penetração,
penetração, etc.
 Na descrição de armas de fogo e lançadores de granadas-foguete,
granadas-foguete, o
termo refere-se, grosso modo, à medida do diâmetro interno dos
canos ou tubos mas com significados algo diferentes conforme a
configuração
configuração do cano:
•  Nas armas de cano estriado, é o diâmetro da alma medido entre
os sal
salient
ientees da
dass estri
striaas. No
Noss pa
paííses
ses de líng
língua
ua ingl
ingleesa este
ste
diâm
diâmet
etro
ro é dadado
do em centcentés
ésim
imos
os ou milé
milési
simmos de popole
lega
gada
da..
(.22, .223, .30, .45, .357, .375, etc) e nos outros em milímetros
(5.56, 7.62, 9, etc) ou em centímetros,
•  Nas peças de artilharia com cano de alma lisa, é simplesmente o
diâmetro da alma,
•  Nos lançadores de granadas-foguete,
granadas-foguete, é o diâmetro interno
interno do tubo
do lançador,
•  Nas armas de caça,
caça, o calibre é dado pelo
pelo adarme.
 Na descrição de munições, o termo exprime, grosso modo, o
diâmetro dos seus projécteis mas aqui quer se trate de munições
destinadas a sistemas de arma de cano estriado ou destinadas a
sistemas de arma de cano liso, o calibre designa sempre o diâmetro
máximo do corpo do projéctil com a particularidade de, para validar
esta definição, se ter de considerar que nos projécteis sub-calibre que
empregam um sabot, o sabot faz parte de um corpo isto é o diâmetro
a medir é o diâmetro externo do sabot.

Calibre nominal  – É o nome/designação por que são conhecidas


internacionalmente as munições a usar num dado sistema de arma.
 No mesmo calibre nominal as munições só têm de ser do mesmo
calibre especificado, isto é, só têm de ter em comum as
cara
caract
cter
erís
ísti
tica
cass e dime
dimens
nsõe
õess do invó
invólu
lucr
cro.
o. Ou seja
seja,, cada
cada cali
calibr
bree
especificado
especificado é conhecido por um nome que é o seu calibre nominal.
Esse “nome” pode ser formado por um número, conjunto de números
ou um conjunto de número e palavra (por exemplo. .380, 30-06,
7.62x51, 7.62x39, ou o .38 special), suficientes para designar
completamente e sem ambiguidades a munição que se aplica.
Do que foi dito pode-se, é claro, inferir que nas munições de cada
calibre nominal, se pode usar cargas de pólvora diferentes e
 projécteis de diferentes configurações e/ou pesos mas todos os seus
invólucros têm de ser rigorosamente iguais, sendo que as
especificações dimensionais do invólucro de cada calibre nominal,
são dadas em termos do seu calibre especificado.
É também usual dizer-se de uma dada arma que “é de calibre tal”
empregando-se então para designar o calibre, o calibre nominal da
munição usada, por exemplo, 30.06 ou 40L70.

Cama do cano – É a preparação da coronha de uma espingarda para


receber da forma mais extensa, uniforme, íntima e estável possível, a
superfície externa da caixa da culatra, (e por vezes esta e parte do
cano) dessa espingarda. Nas espingardas para tiro de precisão, onde
se pretende levar ao maior potencial possível a contribuição da arma
 para uma grande consistência do tiro, um bom “bedding” revela-se
uma operação particularmente delicada mas indispensável. Há que
garantir que, durante cada disparo, a reacção da coronha ao recuo
seja tanto quanto possível, sempre a mesma, para que as vibrações do
cano sejam sempre exactamente iguais. Esta regularidade é portanto
um contributo importantíssimo para a consistência da arma.
A cama do cano pode constar simplesmente de um entalhe na
madeira executado com rigor, tal que as partes metálicas assentem o
melhor possível conforme atrás especificado. Modernamente, a cama
do cano é frequentemente realizada com o recurso a resinas epóxidas
(produto sintético com a consistência de um líquido viscoso que
sujeito a uma “cura” operada por um reagente próprio – em geral
aminas orgânicas, altamente tóxicas -, serve principalmente para
impregnar telas resistentes de várias fibras – vidro, carbono, kevlar,
etc. -, por forma a formar placas resistentes a impactos e à corrosão,
as quais encontram grande aplicação em capacetes, coletes pára-bala,
etc.) que se aplicam com ou sem telas de fibra de vidro, numa larga
camada, na região do fuste sob a caixa da culatra – o único ponto
onde, nestas armas, as partes metálicas da arma ficam em contacto
com a coronha -. As partes metálicas, tratadas com um
“desmoldante” que vai permitir a sua separação, são depois assentes
sobre a resina ainda em estado pastoso, e os parafusos de fixação
apertados com a tensão normal. Após a solidificação da resina e
removidos os excedentes, a camada presente, além de garantir a
maior intimidade do contacto, permite, pela sua rigidez, que a arma
se torne praticamente insensível a possíveis “movimentos” da
madeira da coronha quando sujeita a mudanças atmosféricas.

Câmara - É a parte da alma, das armas de carregamento anterior


onde se introduzem as munições no que constitui o carregamento
destas armas. É portanto a porção anterior da alma do cano.
Conforme o calibre nominal do sistema da arma a câmara pode ter
um perfil cilíndrico ou ligeiramente troncónico e, é claro, porque o
invólucro da munição tem geralmente um diâmetro
consideravelmente superior ao do projéctil, a câmara tem um
diâmetro correspondentemente superior ao da parte estriada.
 No contexto da balística interna, verifica-se que para maximizar a
eficiência balística de um qualquer sistema de arma, deve fazer-se
com que o volume da câmara seja o menor possível. Note-se ainda
que no caso de se tratar de um sistema de arma que emprega
invólucros metálicos, tratando-se da medição do volume da câmara
 para este efeito ou por exemplo para determinar a razão de expansão,
considera-se que as paredes do invólucro fazem parte da câmara e
que portanto o volume a medir é o do interior do invólucro. No caso
das armas automáticas, interessando em geral que as munições sejam
tão curtas como possível, para reduzir o deslocamento da culatra
tornando mais eficaz o funcionamento da arma, isto corresponde a
fazer-se sempre o possível para que a câmara seja o mais curta
 possível.
Em todas as armas de um dado calibre nominal, por razões
relacionadas com a consistência do tiro, a câmara deve ter o menor
diâmetro possível para optimizar a centragem do projéctil na
concordância e proporcionar o maior apoio possível aos invólucros
nos disparos. Mas, por outro lado, as câmaras terão de ter diâmetros
sempre suficientemente grandes para permitir sem falhas o
carregamento das munições fabricadas dentro das tolerância superior
e para permitir uma extracção suficientemente fácil, mesmo com os
canos muito quentes.

Camisa - É o componente das balas compostas que constitui o seu


invólucro exterior. A camisa é feita geralmente de latão, um material
muito mais duro e resistente que o chumbo rijo das balas lubrificadas
e núcleos. Nas balas de munição de espingarda, a camisa tem como
 principal função, conferir-lhes a resistência/capacidade de suportar
os enormes esforços a que são submetidos no contacto com as almas
dos canos, aquando os disparos, disparos estes caracterizados pela
criação de pressões e temperaturas elevadas.
 Nas balas de munição de pistola e de pistola-metralhadora, a
 principal função da camisa é dar às balas a dureza suficiente para que
estas, no trânsito entre os carregadores e as câmaras, nos
carregamentos, deslizem sem ficarem presas em quaisquer
obstáculos. Nas balas destinadas a munições de caça grossa, compete
às camisas dar um contributo importante na balística terminal dessas
 balas, fazendo com que, no impacto com os alvos, a sua expansão se
faça sob o melhor controlo, ou, no caso das balas sólidas, não ocorra
quase nenhuma expansão. Em qualquer dos casos mas
 principalmente nos casos das balas destinadas a tiro de precisão, as
camisas requerem um fabrico muito cuidado, uma vez que a
regularidade da sua espessura, em cada secção transversal, é um
factor decisivo para que o centro de gravidade da bala se situe
exactamente sobre o seu eixo longitudinal e portanto para que a sua
oscilação na trajectória seja mínima.

Campos de tiro – São extensões de terreno destinadas à execução do


tiro em campo aberto, sobre alvos terrestres ou aéreos, com
utilização de sistemas de armas não guiadas ou guiadas, de calibres
normais ou reduzidos, em condições próximas de combate e com o
maior realismo possível.
Estes requisitos, sendo todos conflituantes entre si, tornam a
concepção, a escolha dos materiais e o fabrico dos modernos canos
uma tarefa muito complexa que, pelo menos nos casos dos canos
 para peças de artilharia, só um muito reduzido número de empresas
tem capacidade para empreender.
Por outro lado, os canos são as partes das armas mais susceptíveis de
desgaste. Este desgaste acontece através de um processo chamado
erosão, que consiste da alteração química dos aços, ao nível das
almas, alteração que resulta do seu contacto com os gases dos
 propulsantes a altas temperaturas e dos atritos entre as almas e os
 projécteis, durante os forçamentos e passagem dos projécteis.

Cano estriado  - Um cano em que a parte posterior da alma é


estriada, isto é, cortada por sulcos helicoidais, os cavados das estrias.
Entre estes ficam os salientes das estrias cujo desenvolvimento
igualmente helicoidal à roda das paredes da alma, é verdadeiramente
responsável pela impressão de movimento de rotação aos projécteis
das munições que se disparam nesses canos. Estes projécteis ficam a
 beneficiar de uma estabilidade giroscópica durante as suas
trajectórias.
À parte da alma onde existem as estrias destes canos, chama-se a
 parte estriada.
A maioria das armas de fogo e das armas de propulsão por reacção e
alguns morteiros empregam canos deste tipo.

Cano liso - Designação genérica dos canos de alma lisa, isto é, em


que a alma não é cortada por estrias. Este tipo de cano é utilizado em:
• Peças de artilharia, normalmente montadas em carros de assalto,
destinadas ao disparo de projécteis de tipos específicos,
• Morteiros,
• Espingardas de caça.

Cão - Designação clássica de um componente de alguns mecanismos


de percussão, cujo movimento é caracteristicamente um de rotação
em torno dum eixo próprio, o “eixo do cão”. Nalguns destes
mecanismos é o cão que vai bater num percutor, para este realizar a
 percussão, noutros ,quando o percutor se encontra fixado a ele, o cão
 percute directamente a escorva. Em qualquer dos casos, na acção de
armar, o cão comprime a mola real, vindo a ficar retido pelo
armador, e é impulsionado por ela para realizar a percussão quando
se acciona o mecanismo do gatilho. Por outro lado, nalguns
mecanismos encontra-se um “cão exterior” (um cão que está à vista e
 pode ser armado com o dedo) enquanto que noutros o cão não se vê e
não se tem acesso a ele. Trata-se então de um cão interior.
 Nalgumas das armas que empregam destes mecanismos de
 percussão, o cão pode ter três posições:
• A de armado em que a arma fica pronta a disparar normalmente,
• A de “desarmado ou abatido” em que se a arma estiver carregada
e o cão receber uma pancada, por exemplo numa queda, a arma
 poderá disparar-se inadvertidamente,
• E uma intermédia, de “descanso ou segurança” em que, em
 princípio, num acidente como este o cão estará retido,
impossibilitado de realizar a percussão.

Carabina - Designação técnica de uma qualquer espingarda de cano


curto (menos de cerca de 55 cm), originalmente destinada ao uso por
tropas de cavalaria.
Em Portugal e noutros países latinos, o termo é usado (erradamente)
 para designar qualquer espingarda de cano estriado para uso civil ou
mais particularmente, qualquer espingarda de calibre pequeno.
É notável a tendência, desde há uns anos para usar carabinas as
chamadas carabinas de assalto como armamento principal dos
exércitos.

Carabina de assalto – Uma carabina concebida segundo as


especificações comuns às armas de guerra e que, em particular:
• Deve ter dimensões e peso muito reduzidos,
• Deve ter capacidade para fazer tiro semi-automático e tiro
automático,
• Deve ser desenhada para funcionar com um mínimo de recuo e
salto, para permitir fazer tiro automático com bom controlo de
 pontaria.
Este tipo de arma, um refinamento do conceito de espingarda de
assalto, é hoje em dia adoptado, como arma comum de infantaria,
 pelas Forças Armadas da maioria dos países mais desenvolvidos,
dadas as vantagens inerentes ao uso, por combatentes a quem é
exigida uma grande mobilidade, de armas mais pequenas e mais
leves que se prestam melhor a ser transportadas por forças que
frequentemente usam transportes para as suas deslocações, e de
munições que, sendo também mais pequenas e mais leves, podem ser
transportadas em maior quantidade.
Estas armas foram possíveis conceber apenas a partir do
aparecimento de calibres nominais com calibres mais reduzidos mas
de grande eficiência balística.
 Não é no entanto de perder de vista que, com a adopção destes
calibres, tratando-se da realização de tiro para além dos cerca de
trezentos metros de distância, se perde alguma capacidade em termos
de consistência, precisão e capacidade de penetração.

Carabina livre  – Designação de uma espingarda de precisão de


calibre nominal .22LR que se destina às duas modalidades de
competição a seguir referidas.
Estas duas modalidades de tiro ao alvo, fazem parte dos programas
da I.S.S.F. e dos Jogos Olímpicos. Trata-se da competição a 50
metros, constando a primeira de 60 tiros na posição de deitado – a
chamada “carabina deitado” ou “match inglês” -, e a segunda de 120
tiros, sendo 40 na posição de deitado, 40 na de pé e 40 na de joelhos
 – a chamada “carabina três posições” -.
O termo “livre” justifica-se por esta ser um dos tipos de arma em que
o número de restrições impostas à sua constituição é mínimo.

Carabina de pressão de ar – Em geral, uma carabina que funciona


como uma arma de pressão de ar e que é utilizada para fins lúdicos.
Enquanto arma destinada a tiro ao alvo, trata-se de um objecto
altamente sofisticado, reunindo nomeadamente todas as
características próprias semelhantes às de uma espingarda de
 precisão.
 No contexto das técnicas do tiro de precisão, o termo “disparo” tem
um sign
signifific
icad
adoo muit
muitoo ampl
amplo.
o. Sign
Signif
ific
icaa aq
aqui
ui todo
todo o co conj
njun
unto
to de
acções que vão desde as de concepção e afinação dos mecanismos do
gatilho, por forma a que seu seu funcionamento correspo sponda à
sensibilidade e às necessidades do atirador, até à aquisição de um
connjunt
co juntoo de ha habi
bili
lida
dade
dess psic
psico-
o-m
motor
otoras
as,, no
nome
mead
adam
amenente
te as de
“independência” do dedo que actua no gatilho e de manutenção da
imobilidade de todo o corpo até depois do projéctil sair da arma.
Habilidades estas que têm de ser objecto de uma aprendizagem e de
um trei
treino
no sist
sistem
emát
átic
ico,
o, até
até po
porq
rque
ue ququal
alqu
quer
er ququee seja
seja a técn
técnic
icaa
escolhida para a sua execução, os disparos, tendo de ser executados
com o atirador em apneia, é imperativo que se completem num
inte
interv
rval
aloo de po pouc
ucos
os segu
segund
ndos
os,, afim
afim de serser po
possí
ssíve
vell mant
manter
er uma
uma
 perfeita oxigenação do cérebro e portanto manter uma capacidade da
visão a 100%.
A propósito, sendo que as componentes principais tecnológicas do
tiro ao alvo, são:
• A posição de tiro (posição exterior e posição interior),
• A pontaria,
• O disparo.
esta última, para ser tecnicamente aceitável e “funcionar
automaticamente”, é geralmente a de mais difícil domínio, a que
requer uma verdadeira aprendizagem e uma maior dose de treino.
Finalmente, refira-se que os melhores atiradores dispõem de mais do
que uma técnica de execução a fim de lhes ser possível adaptarem-se
às variações das condições ambientes.
ambientes.

Disparo consciente – Termo que designa uma técnica de disparo


susc
suscep
eptí
tíve
vell de ser
ser usada
sada nanalg
lgum
umas
as disc
discip
ipli
lina
nass de tiro
tiro ao alvo
alvo,,
caracterizado por – além da sua possível associação à técnica de
disparo em preparação -, o atirador escolher o momento preciso em
quee que
qu uerr qu
quee o disp
dispaaro ocorra
orra.. Consi
nsiste
ste esse
ssenc
nciialmen
lmentte de
de,,
encontradas as condições para a realização de uma boa pontaria e
estando o atirador preparado para manter completamente inalterada a
sua
sua po
posi
siçção de tiro
iro dura
urante
nte tod
toda a dura
uração do dispa isparo
ro (um
(uma
 preparação só é possível através de anos de treino) e a seguir a uma
“prepa
“prepara
raçã
çãoo do ga
gati
tilh
lho”
o”,, co
comm um sim
simples
ples mov ovim
imen
ento
to do dededo
do
indicador, fazer funcionar o mecanismo do gatilho, enquanto todo o
resto do corpo se mantém imóvel isto é, sem registar qualquer
contracção
contracção ainda que pequena.
Para ser tecnicamente aceitável e útil, esta técnica requer, como se
disse, um trabalho de preparação longo e sistematizado,
nom
no mead
adam
amenente
te da capa paccida
dade
de de mobil biliza
ização inte
nteiram
ramen
ente
te
independente
independente do dedo que actua a cauda do gatilho.

Disparo inconsciente – Uma técnica de disparo que é porventura a


mais usada nas várias disciplinas do tiro ao alvo. Caracteriza-se por
com ela o atirador escolher simplesmente as alturas em que os
disparos devem começar a processar-se, mas nunca os momentos
 precisos em que os disparos ocorrem. Para cada tiro, a partir do
instante em que a sua estabilidade é boa e que sente que todo o
 processo está a decorrer normalmente,
normalmente, o atirador vai aumentar a
 pressão sobre o gatilho, segundo um dos vários métodos possíveis,
até que, “inesperadamente”, o disparo ocorra.
Esta técnica requer uma boa estabilidade, nomeadamente uma boa
estabilidade da arma mas, em compensação, não requer a realização
da técnica do disparo em preparação e não há que recear a ocorrência
de mov ovim
imen
enttos inc
incon
onttrol
rolado
doss qua
uase
se sem
sempre
pre susc
susceeptíve
tíveiis de
ocorrerem, no instante crítico, quando se executa com uma técnica
menos que perfeita de disparo consciente.
A única dificuldade está associada com o facto de que as acções de
dispar
disparo,
o, para
para serem
serem sistem
sistemati
aticam
cament
entee efica
eficaze
zes,
s, reque
requerem
rem a posse
posse
dum grande automatismo da actuação no gatilho, o que por sua vez
requer uma grande dose de treino diário.

Dispersão do tiro - Termo que se refere à distribuição do conjunto


dos impactos dos projécteis disparados sob condições constantes, por
uma arma ou conjunto de armas
armas iguais que se apontam
apontam a um
um mesmo
alvo. Note-se que sendo em geral verdade que a dispersão do tiro
deve ser a menor possível, em certas condições tácticas, é desejável
um considerável grau de dispersão.
Embo
Embora ra ap
apen
enas
as qu
qual
alit
itat
ativ
ivam
amen
ente
te,, o term
termoo sign
signif
ific
icaa o inve
inverso
rso de
consistência do tiro.
O termo também se aplica à distribuição dos impactos de uma única
salva.

Disp
Dispos
osit
itiv
ivoo de dese
desenf
nfia
iame
ment
ntoo – ElemElemenento
toss arqu
arquit
itec
ectó
tóni
nico
coss
destinados a interceptar os projécteis, o feixe de trajectórias e evitar a
formação de ricochetes.

Dispositivo de segurança e armamento - Um dispositivo que faz


 parte duma espoleta e que tem a função de impedir o seu
funcionamento, isto é, manter na posição de desarmada essa espoleta
e portanto da cabeça de combate onde ela se monta, até que ela seja
 projectada para além da distância de segurança à boca. Nessa altura,
este dispositivo passa-a, infalivelmente, à condição de armada.

Distribuição
Distribuição - Acção feita pelo elevador, posição dos elos da fita ou
alojamento
alojamento da lâmina por forma que os cartuchos sejam apresentados
um após outro.

Duração do Fechamento – É o intervalo de tempo, respeitante à


viagem do percutor – ou do cão e do percutor -, desde que é libertado
 pelo armador do mecanismo do gatilho até que a sua ponta dá lugar
ao funcionamento da escorva da munição. Este intervalo depende
sobretudo da distância a percorrer pelo percutor e da relação entre o
 peso deste e a força exercida
exercida pela mola
mola real quando comprimida.
comprimida.
Em todas as armas mas em especial nas armas destinadas a realizar
tiro de precisão, este intervalo de tempo deve ser tão pequeno quanto
 possível porque, ocorrendo numa altura em que o atirador pode
cometer erros de disparo substanciais, a duração do fechamento, ao
determinar em grande parte a demora do projéctil em sair do cano,
condiciona extraordinariamente a consistência do tiro dessas armas.
Pelo que o tempo de fechamento, um dos factores determinantes da
qualidade desta classe de armas deve ser, no máximo, da ordem dos
3 ou 4 milésimos de segundo.
Por
Por ou
outr
troo lado
do,, qu
quaaisque
squerr tent
tentaativa
tivass de redu
reduzzir a du
dura
raçção do
fec
fecha
ham
mento
nto papara
ra além do doss 2 milis iliseegu
gunndo
dos,
s, conondu
duzzem qu quaase
certamente a falhas de percussão.
 Nas armas pesadas, a duração de fechamento é geralmente da ordem
das poucas dezenas de milisegundos.

Efeitos do vento sobre os projécteis - Em primeiro lugar há que


estabelecer que os desvios provocados pelo vento nas trajectórias dos
 projécteis e portanto os desvios dos impactos num alvo, não são
menores, ao contrário do que parece, para um projéctil de grande
velocida
velocidade
de que permita
permita uma menor
menor duração do voo entre a arma e o
alvo. As amplitudes desses desvios são sim proporcionais às suas
 perdas de velocidade
velocidade nesse percurso.
De fact
facto,
o, a dedefl
flex
exão
ão (Def
(Def)) prov
provoc
ocad
adaa po
porr um ve
vent
ntoo late
latera
rall de
velocidade Vv sobre um projéctil de velocidade inicial Vi, que leva
um tempo t a atingir um alvo à distância L, é dada pela expressão
seguinte (um caso particular da equação de Didion):
Def = Vv x ( t – L/Vi )
 Note-se que a quantidade entre parêntesis tem sinal positivo e
corresponde ao “tempo que o projéctil perde a atingir o alvo, pelo
facto de perder velocidade”.
Deste postulado, que é fácil provar, pode retirar-se duas conclusões
muito importantes:
• A primeira diz respeito a que, dado que os projécteis de maior
velocidade sofrem de uma resistência do ar proporcionalmente
muito maior, o que os faz perder muito mais da sua velocidade,
eles são precisamente os mais desviados pelo vento. Daqui que,
 por exemplo, as munições de calibre nominal .22 LR de boa
qualidade, destinadas a tiro ao alvo, sejam sempre munições de
velocidade inicial relativamente baixa (velocidade subsónica). E
que os melho elhore
ress atira
tirado
dore
ress usem
sem em dias ias de muit
uito vento
nto
munições que produzem velocidades à boca excepcionalmente
 baixas,
• A segunda tem a ver com o facto de, sendo o coeficiente
 balístico o factor que determina a maior ou menor perda de
veloc
vel ocid
idaade dum pro
projéc
jéctil
til que op opeera nu
numma dadada
da ga
gam
ma de
velocidades, os projécteis menos afectados pelo vento são os que
apresentam um coeficiente balístico alto, ou um coeficiente de
resistência baixo. Este é um facto a ter bem presente pelo menos
em todas as situações de tiro a grandes distâncias.
Ainda outros factos a ter em conta são:
• Que os ventos de direcções aproximadamente paralelas ao plano
da trajectória, têm efeitos muito menores do que os de direcções
aproximadamente normais a este plano. Um vento que sopra na
 base do projéctil fá-lo ter um ponto de impacto mais alto e um
vento que sopra “ de frente”, um ponto de impacto mais baixo.
Isto porque um vento “de frente”, retarda ligeiramente o projéctil,
fá-lo aumentar o tempo de voo para o alvo, aumento esse que,
dando lugar a que a gravidade actue durante mais tempo, faz com
que o impacto venha a ser mais baixo do que o do projéctil não
actuado por este vento. Um vento “de frente” tem, pelas mesmas
razões, o efeito de reduzir o alcance máximo,
• Que os ventos laterais, desde que os projécteis sejam
estabilizados por rotação, além de os desviarem lateralmente,
também lhes provocam - ao darem lugar ao aparecimento do
efeit
feitoo de Mag
Magnu
nuss -, movovimimeentos
ntos papara
ra cima
ima ou para babaix
ixoo
conforme o sentido do vento seja respectivamente da direita para
a esquerda ou da esquerda para a direita, isto se os disparos se
fizerem numa arma de passo das estrias direito.
Os efeitos do vento sobre os projécteis dependem muito ainda do tipo
de proj
projécécti
till em qu
ques
estã
tão.
o. Um ve vent
ntoo late
latera
rall de
desv
svia
ia um proj
projéc
écti
till
estabilizado aerodinamicamente de uma quantidade que é menor que
no caso dum projéctil estabilizado giroscopicamente.
Finalmente, há que notar que os desvios causados pelos ventos sobre
as granadas-foguete na fase de propulsão, além de serem em sentido
contrário a granada-foguete, nesta fase de aceleração, desvia-se para
o lado do vento, são proporcionalmente muito maiores, o que explica
em grande parte a bastante menor consistência do tiro feito com estas
munições.
Efeito de simpatia - Designação do efeito pelo qual uma massa de
alto explosivo pode ser levada a detonar, dado que uma outra detone
na sua proximidade, produzindo uma onda de choque que venha a
atingi-la com suficiente intensidade.
As considerações sobre este efeito, para além de participarem no
 projecto de praticamente
praticamente todos os engenhos explosivos, são as que
 presidem nos projectos de recintos de paióis de munições, tendo em
vista a redução do risco de explosão dos materiais contidos em cada
um deles em caso de acidente num outro.

Ejecção - É a operação do ciclo de funcionamento que consiste na


expulsão do invólucro metálico da munição anteriormente disparada,
 para fora da caixa da culatra, operação que se sucede á sua
s ua extracção
da câmara. Nos sistemas de arma em que a ejecção pode ser feita
 para trás - em linha com o cano -, a ejecção do invólucro é apenas a
continuação do movimento de extracção, aproveitando a inércia de
movimento desta.
 Nas armas em que a ejecção pode ser feita transversalmente,
transversalmente, ela
opera-se geralmente pela acção conjunta do extractor e do ejector
que, num certo ponto do ciclo de funcionamento a seguir à extracção,
aplicam um binário de forças ao invólucro, fazendo-o rodar sobre si
 próprio e saltar por uma
uma janela de ejecção.
ejecção.
 Nalgumas armas a ejecção do invólucro é feita não pelo ejector mas
sim pela munição seguinte no seu movimento para a frente durante o
seu carregamento.
Idealmente, a ejecção deveria fazer-se sempre de tal forma que o
 projéctil fosse projectado para a frente e - numa arma destinada a um
atirador direito - para a direita.
A extracção e a ejecção são as duas operações que não têm lugar no
ciclo de funcionamento, quando se usam munições de invólucro
combustível ou munições sem invólucro.

Ejector - Nos sistemas de arma em que a ejecção dos invólucros é


feit
feitaa tran
transv
sver
ersa
salm
lmen
ente
te/l
/lat
ater
eral
alm
men
ente
te,, é o co
com
mpo
pone
nent
ntee qu
quee em
conjunção com o extractor, exercendo um binário sobre a base do
invólucro, realiza a ejecção.
 Nos sistemas de arma em que a ejecção é feita em linha com o cano,
a ejecção é feita pelos próprios extractores.
Os ejectores podem ter as seguintes configurações:
• A de uma peça fixa num ponto da caixa da culatra, que corre num
rasgo da culatra quando esta se move,
• A de uma ponta saliente de um dos lábios do carregador que
também corre num rasgo da culatra,
• É o próprio percutor que ficando a fazer força sobre a escorva,
leva à ejecção do invólucro - por acção combinada com a do
extractor -, logo que este sai da câmara.
• A de um conjunto de um impulsor com uma mola que se montam
na face da culatra, de tal forma que o impulsor fica a comprimir
fortemente para a frente um ponto da periferia da base do
invólucro.
Os ejectores que actuam fixados num ponto da caixa da culatra ou os
que fazem parte dos carregadores, agem tal que, no fim da acção de
extracção, um ponto da periferia da base dos invólucros vai bater
neles quando emergem da face da culatra. Como os invólucros
continuam agarrados do lado oposto pelo extractor, forma-se então
um binário que, fazendo-o rodar, acaba por expeli-los pela janela de
ejecção.
O tipo de ejector que se monta na face da culatra age sob tensão da
sua mola que o empurra contra um ponto da periferia da base dos
invólucros, aproximadamente do lado oposto àquele em que actua o
extractor. De tal forma que os invólucros ficam permanentemente
sujeitos a um binário de forças que, no momento oportuno, isto é
logo que o invólucro fica livre para rodar á frente, acaba por realizar
a ejecção.
 Nas armas em que se usa aquilo a que se chama “ejectores
automáticos”, o impulsor do ejector fica sob a tensão da mola até ao
 ponto do ciclo de funcionamento em que deve ocorrer a extracção.
 Nesse instante o impulsor do ejector é libertado e, sob o impulso da
mola, vai dar uma pancada no extractor obrigando-o a fazer a
extracção dos invólucros com tal violência que estes, sob a sua
 própria inércia são projectados bruscamente para fora das câmaras.
 Note-se que as falhas de ejecção são das causas mais frequentes de
falhas de fogo, uma vez que os ejectores são componentes sujeitos a
grandes esforços o que os faz quebrarem-se com bastante frequência.

Elevador - Nas armas de repetição com um depósito sob a caixa da


culatra, é o conjunto de peças que, no interior desses depósitos, serve
 para empurrar as munições neles introduzidas em direcção à caixa da
culatra.
 Nas armas de bala em que se usa um carregador ou um tambor, é o
conjunto de peças que serve para empurrar as munições nele
introduzidas para a boca do carregador ou boca do tambor. Em
qualquer dos casos, este conjunto é constituído pela mesa e pela mola
do elevador.

Elo - Peça de metal que suporta cada cartucho de uma fita


carregadora de uma arma automática.

Empunhadura (duma pistola ou dum revolver)  - É o termo


técnico que se usa para designar a forma como um utilizador
empunha uma pistola ou revolver.
Em termos de tiro de precisão, a empunhadura envolve bastantes
complexidades técnicas, ao ponto de alguns teóricos garantirem que
a aquisição de uma boa empunhadura é “meio caminho andado” na
formação de um bom atirador.
A “boa empunhadura” caracteriza-se essencialmente por três pontos:
• É totalmente consistente, isto é, é sempre exactamente a mesma,
em termos de colocação da mão no punho e do aperto deste.
• É tal que o dedo indicador se pode mover livremente da frente
 para trás, paralelamente ao cano e ao fazê-lo não causa qualquer
movimento espúrio da arma no instante crítico do disparo. Para
conseguir isto, por vezes há que executar correcções especiais no
 punho.
• Da boa empunhadura resulta, dentro das limitações impostas pela
concepção de cada arma, que o salto da arma é mínimo sendo que
a maior parte da energia do recuo é absorvida pelo braço e pelo
ombro do atirador. Isto significa invariavelmente que a parte
mais alta da mão fica situada o mais perto possível do eixo do
cano.

Erosão - O termo aplica-se em dois contextos:


• Erosão dos canos: Um processo involuntário e de evolução
 praticamente exponencial, pelo qual os efeitos combinados das
altas temperaturas e altas pressões dos gases das pólvora e do
atrito dos projécteis, agindo sobre a superfície metálica das almas
dos canos, as vão alterando e desgastando mecanicamente. A
zona da alma onde a erosão é mais intensa é no início da parte
estriada, ou na zona correspondente, nas armas de alma lisa, onde
os gases, a alta velocidade e temperatura, rapidamente alteram a
composição química dos aços da superfície, formando materiais
quebradiços que facilmente são depois arrastados sob o atrito dos
 projécteis. Este fenómeno é particularmente dependente da
temperatura dos gases. Na realização de tiro com altos ritmos de
fogo, a menos que sejam usados métodos de arrefecimento
artificial, por água ou ar, a temperatura do cano tende a subir
incessantemente e isto acelera a velocidade da erosão. Esta
erosão pode ser muito reduzida: pelo uso de certas ligas como a
de aço crómio-molibdénio, no fabrico dos canos, dada a grande
resistência destas ligas às altas temperaturas; pelo tratamento, por
depósito electrolítico nas almas, por exemplo de crómio. Os
canos com uma alma desenhada de uma forma especial em que o
início do estriamento se faz bastante mais à frente e termina
também antes da boca, são também bastante imunes à erosão. O
uso de qualquer destes métodos, é no entanto um factor de
complexidade e custo. Uma forma anormal de erosão, decorre da
utilização de projécteis que não efectuam devidamente a
obturação para a frente, o que faz com que os gases que se
 passam entre o projéctil e as paredes da alma exerçam um forte
desgaste nesta.
• Erosão das gargantas das agulhetas dos motores: O fenómeno
 pelo qual as gargantas das agulhetas de De Laval, sujeitas como
estão a temperaturas muito altas por parte dos gases dos
 propulsantes usados motores de foguete de
 propulsão por reacção, também ficam sujeitas a desgastes
consideráveis, segundo um processo idêntico ao anteriormente
descrito.

Erro angular - No tiro feito com armas equipadas com aparelhos de


 pontaria do tipo miras metálicas, é em princípio, de longe, o mais
grave dos dois erros de pontaria possíveis. Este erro resulta do não
alinhamento das referências “olho director/alça/ponto de mira”, que
se traduz no apontar da arma segundo uma linha oblíqua à linha que
une o olho ao centro da zona de pontaria.
Os efeitos do erro angular são proporcionais à razão; distância ao
alvo/base de mira.
O chamado factor multiplicador do erro angular, a quantidade por
que se tem de multiplicar o erro de alinhamento na pontaria - o erro
angular -, para se obter o desvio do impacto no alvo. Dos valores
concretos deste factor multiplicador pode-se tirar directamente
algumas conclusões:
• Sendo a base de mira muito menor nas pistolas e revólveres do
que nas espingardas, para as mesmas distâncias os erros
angulares têm efeitos muito maiores no tiro com as primeiras
destas armas, pelo que a pontaria com estas consta praticamente
só da eliminação dos erros angulares, por mais pequenos que
estes sejam,
• Porque o factor multiplicador no tiro ao alvo com espingarda a
300 metros é de facto muito grande, também nesta modalidade de
tiro há que tomar maiores precauções quanto ao erro angular do
que no tiro ao alvo de competição com espingarda, a 50 metros.
• Porque o factor multiplicador é muito pequeno no tiro ao alvo
com espingarda a 10 metros, este erro quase não tem de ser
considerado nesta modalidade.

Erros no disparo - São os erros mais graves que um atirador de


espingarda ou pistola, pode fazer e faz normalmente. Resultam
directamente da necessidade de ter de actuar no mecanismos do
gatilho para realizar os disparos, o que em si constitui uma acção
“dinâmica” em princípio contraditória da necessidade de
estabilizar/imobilizar a arma na acção de a apontar, o que constitui
uma actividade “estática”.
Os erros nos disparos a que, pelos enormes desvios que provocam, se
chama gatilhadas, são erros do processo apontar/disparar, que
ocorrem quando, no momento crucial deste processo, que é o da
ultima fase da actuação no mecanismo dum gatilho, o atirador
imprime, involuntariamente, movimentos indesejáveis à arma, tal
que esta, durante os instantes em que a bala percorre o cano, se vai
deslocar “angularmente” por forma a que o resultado dum tiro acaba
 por ser desastroso.
A identificação da natureza destes erros passa necessariamente pelo
reconhecimento do seguinte:
• De que estes erros ficam muitas vezes a dever-se ao desejo de
“libertação”, de raiz psico-fisiológica, que antecede cada disparo
e que se pode descrever como um desejo do atirador, sujeito a
uma certa tensão emocional, de libertar-se da ansiedade quanto
ao resultado daquele disparo. Isto constitui uma dificuldade
 particularmente aguda quanto o atirador, imerso num clima
gerador de tensão emocional, como é o da competição desportiva,
sentindo-se pressionado pela responsabilidade de produzir um
 bom resultado dentro de um limite de tempo que sente esgotar-se
rapidamente e pelos outros sintomas dessa tensão emocional;
ritmo cardíaco acelerado, sensações de calor excessivo, sudação
intensa, etc., começa a encarar os disparos como actos de
“libertação”, como formas de, rapidamente, dar por finda essa
situação,
• Do facto de que a flexão de cada dedo da mão humana é
realizado pela contracção de um dado número de fibras
musculares do antebraço, fibras essas que são todas comuns a um
mesmo músculo. De forma que, sem uma preparação/treino
especial continuado, é quase impossível ser capaz de flectir o
dedo que actua no gatilho da arma, sem que os outros músculos
do braço também sofram contracções.
• Do facto de que os erros no disparo têm consequências que são
 proporcionalmente mais graves se o tempo/duração de
fechamento da arma for maior. Daqui que os erros de disparo
chama e partículas incandescentes que, através dos chamados canais
de fogo, vão penetrar em toda a massa e fazer a ignição da pólvora
negra do ignidor ou directamente dos grãos da carga principal.
As misturas iniciadoras das escorvas modernas não produzem sais
higroscópicos pelo que, na maior parte dos casos, deixou de ser
obrigatório fazer uma limpeza cuidadosa dos canos após cada sessão
de tiro.
A designação mais comum da escorva é fulminante.

Escorva Berdan  – Uma escorva de percussão para munições de


espingarda e munições de pistola, mas que apenas é empregue em
munições fabricadas na Europa e destinadas a uso militar. Consta de
um corpo que é um pequenino copo de latão ou aço tombaca, que
contém uma pastilha de mistura ignidora. Este corpo vai encaixar
numa cavidade situada no centro da base do invólucro, em cujo
fundo e fazendo parte deste, se projecta uma ponta saliente, a
 bigorna, contra a qual a dita pastilha irá ser esmagada, aquando da
 percussão. A chama produzida na explosão da mistura ignidora
comunica com a carga principal do propulsante através de dois
canais de fogo. Esta escorva distingue-se à vista, precisamente
olhando para o interior do invólucro, uma vez que comunica com
este através dos referidos dois canis de fogo, ao contrário da do outro
tipo, a escorva Boxer que o faz apenas através de um.
Esta escorva quase nunca é usada em munições destinadas a usos
civis porque sendo muito mais difícil a sua substituição nos
invólucros, o carregamento das munições se torna também mais
difícil.

Escorva Boxer – Uma escorva de percussão para munições de armas


de bala, que difere, essencialmente, da escorva Berdan, no facto da
 bigorna fazer parte dela própria e não do invólucro onde a escorva se
monta. É constituída portanto por um corpo que é um pequeno copo
de latão ou aço tombaca, pela pastilha de mistura ignidora e por uma
 peça circular com uma ponta saliente central, a bigorna.
A instalação é feita, como na escorva Berdan, por cravação numa
cavidade do centro da base do invólucro. A comunicação da chama
resultante do seu funcionamento com a carga do propulsante é feita
através de um único canal de fogo.
Encontra-se em 4 tamanhos e potências muito distintas, conhecidos
internacionalmente como “Small Pistol”, “Large Pistol”, “Small
Rifle” e “Large Rifle”.
Este tipod e escorva é o mais utilizado em munições destinadas ao
uso civil, por a sua fácil remoção, depois de usada, tornar muito mais
fácil o recarregamento das munições.

Espingarda  - Uma arma ligeira de cano estriado, concebida para


 proporcionar as seguintes condições favoráveis à realização de um
 bom tiro de precisão:
• Bons apoios no tronco e num dos braços do utilizador, e ainda
eventualmente noutros apoios, com vista a conseguir uma boa
estabilidade da pontaria,
• Uma base de mira “sight radius” suficientemente grande para
obstar à realização de grandes erros angulares.
A espingarda de guerra é a arma de base das forças de infantaria,
uma vez que permite a realização de tiro com bons resultados, até
várias centenas de metros.
Por razões idênticas, é também uma arma cada vez mais usada por
forças policiais e também o tipo de arma mais utilizada em usos
civis, sejam estes de natureza desportiva ou de lazer.

Espingarda anti-sniper  – Este termo designa modernamente, não


 propriamente uma vulgar espingarda para franco atirador destinada à
função de combate a este tipo de atirador, mas sim uma arma
especial, de calibre .50’’ (12,7 mm) ou similar, com cuja grande
consistência do tiro e grande capacidade de penetração dos projécteis
dos calibres nominais existentes, se conta para penetrar as paredes
muito resistentes dos abrigos – interior de casas, beiradas de terraços
 – onde eles estejam a operar em missões de guerrilha urbana.

Espingarda de assalto – Uma espingarda de guerra concebida para


corresponder aos seguintes requisitos:
• Poder fazer tiro semi-automático e tiro automático,
• Utilizar uma munição que lhe permita um alcance eficaz no
mínimo igual a trezentos metros,
• Utilizar uma munição que permita a realização de tiro automático
controlado, isto é, sem excesso de salto de tira para tiro,
• Ter dimensões e peso tais que seja fácil o seu transporte e
utilização por parte de combatentes a quem se pede normalmente
uma grande mobilidade.

Espingarda para franco-atirador (“Sniper rifle”)   – Um franco


atirador (“Sniper”) é um soldado especialmente treinado para
desempenhar a função de, a partir de uma posição favorável,
devidamente camuflada e usando uma espingarda especial equipada
com uma boa mira telescópica, atirar sobre indivíduos seleccionados
das forças inimigas. A espingarda referida é uma espingarda para tiro
de precisão, praticamente sempre da classe espingarda de repetição e
do género com culatra de ferrolho, especialmente preparada para
corresponder às exigências do seu emprego específico. Esta
 preparação consiste, entre outras, das seguintes provisões:
• A arma tem de ser de um calibre nominal apropriado às
distâncias médias de utilização, tendo em vista que mesmo um
atirador de nível obterá uma maior consistência do tiro com um
sistema de arma que produza coice e ruído reduzidos. Por
exemplo, o Exército Norte Americano recomenda os calibres .
222 e .223R (5.56x45) nos casos em que se trate de tiro até aos
300m,
• Um cano suficientemente pesado, montado geralmente na
configuração de cano flutuante mas, em qualquer dos casos,
montado por forma a permitir uma boa precisão do tiro logo no
 primeiro disparo, com o cano ainda frio,
• Um mecanismo do gatilho preparado e afinado para corresponder
às necessidades do seu utilizador, um atirador de elite,
• Um aparelho de pontaria apropriado o que significa quase
exclusivamente uma mira telescópica com ampliação de 2x a
10x,
• Uma coronha de material sintético ou de madeira suficientemente
dura e estável, tratada por forma a que não possa absorver a
humidade,
• Um “bedding” de resinas sintéticas.

Espingarda de grosso calibre – Em geral, uma espingarda de


calibre superior a 6 mm, se bem que a legislação indique valores
diferentes de país para país.
Em termos de competição de tiro ao alvo, em competições
 patrocinadas pela I.S.S.F. o termo significa uma espingarda livre ou
uma espingarda standard de calibre máximo igual a 8 mm, destinada
a competições a 300 metros.

Espingarda de guerra – Uma espingarda concebida e construída de


acordo com os requisitos impostos às demais armas de guerra. Estas
espingardas, que nas Forças Armadas da maioria dos países mais
industrializados, eram já todas da classe espingarda de assalto, têm
vindo modernamente a ser substituídas por carabinas de assalto.

Espingarda livre – Designação comum a duas modalidades de tiro


ao alvo com espingardas, conduzidas de acordo com as regras
I.S.S.F. Trata-se de competições a 300 metros, constando a primeira
de 60 tiros na posição de deitado – a modalidade de “espingarda
deitado” – e a segunda de 120 tiros – a modalidade de “espingarda
três posições”, sendo 40 na posição de deitado, 40 na de pé e 40 na
de joelhos.
Designa também uma espingarda de precisão de calibre até 8 mm,
que se emprega nas competições acima referidas. O termo “livre”
 justifica-se por estas serem as classes de armas em que o número de
restrições impostas à sua constituição é mínimo.

Espingarda de precisão – Designação genérica de uma espingarda


concebida e construída por forma a oferecer ao utilizador um grande
número de vantagens “técnicas” na sua utilização e, em particular, a
 permitir uma grande consistência do funcionamento próprio, a
contribuição da arma para a consistência do tiro do sistema de arma.
A propósito, note-se que a consistência de qualquer sistema é algo
que só se consegue em parte com componentes produzidos com
materiais de alta qualidade e com alta qualidade de engenharia e
manufactura.
Para se qualificar como espingarda de precisão, uma espingarda tem
de reunir no mínimo as características seguintes:
• Por concepção e construção, o conjunto deve ter uma grande
rigidez estrutural durante os disparos. Note-se que a procura de
uma grande consistência de funcionamento limita a escolha, à
 partida, a um pequeno número de tipos de armas, uma vez que
um grau elevado de consistência só se pode obter com uma
grande rigidez de todas as partes e das uniões entre estas e que
essa é uma característica apenas inerente a certas configurações
das armas. Por exemplo, em condições semelhantes,
nomeadamente para o mesmo calibre nominal, uma espingarda
de tiro simples com toda a coronha feita de uma só peça e a
operar com uma culatra de ferrolho, é muito mais rígida e tem um
funcionamento muito mais consistente que uma qualquer
espingarda semi-automática.
• O cano deve ser uma peça de material e manufactura de grande
qualidade, o mais pesado possível e com o comprimento
apropriado, por forma a reduzir-se ao mínimo os efeitos das
variações nas vibrações do cano. O passo das estrias tem de ser
apropriado ao calibre nominal escolhido,
• A caixa da culatra tem também de ser uma peça “inteiramente”
rígida e construída por forma a permitir um travamento da culatra
extremamente sólido e radialmente uniforme,
• Como já se disse, a coronha deve preferivelmente ser feita de
uma só peça e esta fabricada com uma madeira densa e insensível
às mudanças de humidade ambiente,
• O bedding do cano na coronha deve ser muito sólido, se
necessário recorre-se ao uso de resinas sintéticas, para a sua
realização,
• O mecanismo do gatilho deve ser um mecanismo de grande
 precisão e deve permitir todos os ajustamentos que o utilizador
 pretenda, para o afinar para a sua própria sensibilidade,
Pistas de tiro de combate – São extensões de terreno dotadas com
dispositivos e equipamentos apropriados que se destinam ao tiro de
combate.

Pistola - Uma arma de fogo, em geral, apenas semi-automática, de


relativamente pequenas dimensões, que pode ser usada com apenas
uma mão e é muito fácil de transportar e, sendo necessário, ocultar.
Aparte o muito grande uso destas armas, fora do contexto defensivo/
ofensivo, em competições de tiro ao alvo, é precisamente por aquelas
razões que continua a ter bastante utilização “civil” e operacional,
apesar do alcance eficaz muito limitado e da relativa falta de
consistência no tiro e precisão do tiro que pode produzir, a menos
que utilizada por “peritos”. Estes sendo capazes de levar o alcance
eficaz até cerca dos 100 metros.
Como arma largamente distribuída, a pistola tem tendência a
desaparecer nas Forças Armadas dos países mais industrializados,
vindo a ser substituída pelas pequenas pistolas metralhadoras e
carabinas de assalto que se consegue hoje em dia produzir.
É claro que estas considerações se aplicam igualmente ao revólver
que, de resto, tem vindo a substituir, principalmente desde que
começaram a aparecer pistolas com carregadores com capacidade
 para dez e mais munições.

Pistola de defesa – Uma designação, com significado legal variável


de país para país, de algumas pistolas e revólveres, que não
corresponde a qualquer conjunto de especificações técnicas, uma vez
que, “tecnicamente” qualquer arma de fogo pode ser usada para
defesa da integridade pessoal.
É de ter bem presente que esta é a única classe de arma de fogo que a
lei portuguesa permite que seja usado para este efeito e que, em caso
desses uso, a lei obriga na prática o utilizador que tenha provocado
ferimentos noutro indivíduo, ao “ónus da prova” de que estaria
realmente em perigo a sua integridade pessoal.
Paradoxalmente, ao assumir explicitamente uma postura de limitar
fortemente nos calibres nominais que autoriza para esta categoria de
armas, a alei portuguesa permite – quase sempre, implicitamente, -
aos cidadão civis a compra das chamadas “armas assassinas”, as
 pistolas de calibre 6.35 mm. Tenha-se em conta que os tiros com este
calibre, faltando-lhes poder derrubante, só podem deter rapidamente
um assaltante determinado atingindo-o num órgão vital. E que por
isso, como acontece muitas vezes, o utilizador, para deter o
assaltante, vem a atingi-lo com vários tiros o que, quase
inevitavelmente, pelo efeito acumulado dos ferimentos, lhe provoca a
morte. Por vezes, ainda por cima, sem se ter conseguido que a defesa
fosse eficaz, sem que, entretanto, tenha conseguido subtrair-se aos
resultados da violência do assalto.

Pistola de grosso calibre – Designação regulamentar de uma


modalidade de competição de tiro ao alvo com pistola – ou revólver
 – com os alvos a 25 metros. Uma das que constam do programa da
I.S.S.F. consta de 30 tiros de precisão pura e de 30 tiros de
velocidade, ambas as partes em séries de 5, com uma série de
“ensaio” antes de cada parte, sendo os alvos classificados de pois de
cada série.
Designa também uma pistola ou revólver destinados ao emprego nas
 provas de tiro ao alvo acima referidas. Trata-se de uma pistola que
deve obrigatoriamente obedecer às seguintes especificações:
• Calibre igual ou superior a .30’’ (7.62 mm) e inferior ou igual
a .38’’ (9.65 mm),
• Cano de comprimento máximo igual a 153 mm,
• Base de mira igual ou inferior a 220 mm,
• Peso de gatilho igual ou superior a 1360 gr,
• Peso total inferior a 1.400 gr,
• O eixo da alma tem de passar necessariamente acima do ponto
mais alto da mão,
• A pistola, incluindo o punho, deve caber numa caixa com
medidas interiores de 300x150x150 mm,
•  Nenhuma parte do punho da arma pode envolver a mão,
•  Não é permitido nenhum género de freio de boca ou
compensador.
As armas desta classe, tendo começado por ser simples adaptações de
especialmente concebidos tendo em vista as exigências técnicas da
alta competição.
Também se utiliza o termo como designação genérica comum de
qualquer pistola de calibre igual ou superior a 7.65 mm.

Pistola de guerra – Uma pistola dum calibre relativamente grande


que é concebida tendo em conta particularmente as especificações
gerais duma arma de guerra.
Os calibres nominais mais usados nesta classe se sistemas de arma
têm sido:
•  Nos países “de leste”, o 7.62 tipo P (7.62x25),
•  Nos países “ocidentais”, o 9 mm Parabellum, o .45 ACP e o .38
Special.

Pistola livre – Designação regulamentar de uma modalidade de


competição de tiro ao alvo com pistola, em que a distância a que se
faz tiro é de 50 metros. Consta de 60 tiros de precisão pura em séries
de 5, com uma série ilimitada no número de tiros de “ensaio”, a
realizar no início da competição. Esta é uma das modalidades
 patrocinadas e regulamentadas pela I.S.S.F. e é também uma das
modalidades de tiro ao alvo que faz parte do programa dos Jogos
Olímpicos.
É também a designação comum de uma pistola de tiro ao alvo, em
 princípio uma arma de tiro simples, de calibre nominal .22 Long
Rifle. Trata-se sempre de uma arma especialmente concebida para
debitar uma consistência do tiro muito alta, para o que, por
concepção, tem o cano implantado numa posição bastante baixa em
relação à mão, é equipada com um mecanismo de gatilho de alta
qualidade, um aparelho de pontaria que é necessariamente um sub-
sistema de alta precisão e um punho concebido para proporcionar um
máximo de pontos de apoio.
O termo “livre” tem origem, exactamente, no facto de, ao contrário
das outras pistolas a empregar nas outras modalidades da I.S.S.F.
esta não ter de obedecer a qualquer restrição de peso, dimensões ou
quaisquer outras, aparte o facto de nenhum ponto do punho poder
tocar no antebraço e de só lhe poderem ser aplicadas miras metálicas
“abertas”.

Pistola metralhadora (Submachine gun) – Uma arma de guerra


que se pode definir como uma pequena metralhadora que emprega
munições de pistola. A maioria das pistolas metralhadoras funciona
no sistema de operação por inércia da culatra e usa percussão
antecipada (a excepção mais conhecida é a HK MP5). Mas o facto de
a consistência do tiro e a precisão do tiro produzido por este sistema
de operação não serem muito boas, isso não constitui aqui um
verdadeiro óbice, dado que estas armas se destinam a ser empregues
quase sempre a pequenas distâncias.
As pistolas metralhadoras mais modernas, as chamadas “pistolas
metralhadoras de 3ª geração” são armas que trabalham com uma
culatra que se encontra a envolver o cano no instante dos disparos, a
fim de o seu peso contribuir ao máximo para a redução do salto e que
incluem quase sempre um compensador, com esta mesma finalidade.
 Nos últimos anos tem-se observado um progressivo abandono deste
género de sistema de arma em favor da adopção dos sistemas de
carabinas de assalto – por vezes com canos encurtados – no que se
 pretende tirar partido do pequeno recuo produzido nestes últimos
sistemas.

Pistolas de pressão de ar – Designação regulamentar de uma


modalidade de competição de tiro ao alvo com pistola, que é uma das
 patrocinadas pela I.S.S.F. e que é já também uma das que faz parte
do programa dos Jogos Olímpicos. Esta modalidade pratica-se sobre
alvos colocados a 10 metros de distância. Consta de 60 tiros de
 precisão pura, um tiro por alvo, com um número ilimitado de tiros de
“ensaio” no início da prova.
Designa também uma pistola de tiro ao alvo concebida especialmente
com vista ao seu emprego na modalidade de tiro ao alvo acima
referida. Com armas concebidas com a finalidade de possibilitar altas
 prestações, estas pistolas devem ter um recuo e um salto
 praticamente nulos, uma configuração do punho que facilite a
reprodutibilidade do empunhamento e devem, é claro, ser equipadas
com mecanismos do gatilho e aparelhos de pontaria de alta
qualidade.
Para obedecer aos regulamentos desta modalidade, devem satisfazer
as seguintes especificações:
• Serem do calibre nominal 4.5 mm ou 1.77’’,
• O eixo longitudinal do cano deve passar acima do ponto mais alto
da mão,
• O punho não ter superfícies envolventes lateralmente,
• O peso do gatilho ser igual ou superior a 500 gr,
• As suas dimensões máximas serem tais que ela caiba numa caixa
com dimensões interiores de 420x200x50 mm,
Designa ainda uma qualquer pistola destinada a actividades de
recreio, onde se usa chumbos de pressão de ar dos calibres 4.5 mm
ou 5.5 mm ou ainda chumbos esféricos de BB (4.1 mm),

Pistola semiautomática  – Uma pistola que funciona como arma


semiautomática,

Pistola sport  – Designação regulamentar de uma modalidade de


competição de tiro ao alvo com pistola – ou revólver – a 25 metros, a
ser disputada entre senhoras, e que é uma das patrocinadas pela
I.S.S.F. Esta modalidade faz também parte do programa dos Jogos
Olímpicos.
O programa é igual ao da pistola de grosso calibre e consta de 30
tiros de precisão pura e de 30 tiros de velocidade, ambas as partes em
séries de 5, com uma série de “ensaio” antes de cada parte e sendo os
alvos classificados depois de cada série.
Designa ainda uma pistola de tiro ao alvo destinada à modalidade
acima referida. Os regulamentos que se lhe aplicam são exactamente
os que se aplicam à pistola standard.

Pistola de tiro ao alvo – Designação genérica das pistolas


concebidas – originalmente ou adaptadas de armas concebidas para
outros fins -, para realizar tiro de precisão em competições de tiro ao
alvo. Distinguem-se em particular das demais principalmente pela
consistência da sua operação, em particular pela dimensão maior da
sua base de mira, pela qualidade dos seus aparelhos de pontaria e
mecanismos do gatilho, pela qualidade dos canos e pelas provisões
tendentes a facilitar a sua adaptação aos requisitos da anatomia de
cada atirador.
Como armas a empregar em competições devem satisfazer os
requisitos dos regulamentos das modalidades em que se empregam.

Pistola de velocidade – Designação comum de uma modalidade de


tiro ao alvo com pistola, a 25 metros, que é uma das patrocinadas
 pela I.S.S.F. e faz parte dos Jogos Olímpicos. Consta de 60 tiros em
séries de 5, em duas partes de 30 disputadas em dois dias
consecutivos. Cada parte é precedida duma série de “ensaio”, e os
tiros de competição são classificados depois de cada série. Dado que
todo o tiro executado nesta modalidade é efectuado em séries a
efectuar em períodos de tempo extremamente limitados – 8, 6 e 4
segundos -, não é possível usar aqui um revólver e usa-se sempre
uma arma semi-automática.
Designa também uma pistola de tiro ao alvo destinada à modalidade
acima referida. A concepção desta pistola é sobretudo conducente à
realização dos disparos com um mínimo de recuo e de salto, para o
que emprega sempre um compensador e contrapesos colocados na
extremidade posterior do cano.
Para estar conforme com os regulamentos, deve satisfazer os
requisitos seguintes:
• O eixo da alma tem de passar acima do ponto mais alto da mão,
• A altura da aresta superior do ponto de mira em relação ao ponto
mais baixo do cano ou contrapeso deve ser no máximo de 4 cm,
• As suas dimensões totais devem ser tais que a pistola caiba nua
caixa com as dimensões interiores máximas de 300x150x50 mm,
sendo autorizada uma tolerância de 5% numa destas medidas.

Poder de choque – É a capacidade que têm algumas munições de


armas de bala, destinadas à caça grossa, para provocar um estado de
choque nos animais atingidos. Esta capacidade resulta em geral,
 principalmente das velocidades restantes produzidas e da concepção
das balas empregues no seu carregamento.
Em particular, este poder de choque está relacionado com:
• A energia cinética transportada pela bala, em particular com a sua
velocidade de impacto, na medida que desta velocidade depende
a possibilidade de formação de cavidades temporárias.
• A sua capacidade para perder/transferir para o corpo do animal,
essa energia. Aparentemente, uma transferência muito rápida
dessa energia, tem efeitos que vão para além dos efeitos
fisiológicos. E é claro que esta transferência se faz mais
rapidamente com as balas expansivas.
• Da tendência para a estabilidade ou instabilidade da bala, após o
contacto com os tecidos do animal.
• Da tendência da bala para manter a sua integridade ou para se
fragmentar.
De notar ainda que, conforme os relatos de muitos atiradores
experientes, algumas espécies ditas “perigosas” são completamente
imunes a este efeito, só sendo vulneráveis aos efeitos directos das
 balas sobre os órgãos vitais.
O parâmetro aproximadamente equivalente quando se trata de
munições destinadas ao tiro contra pessoas, chama-se poder
derrubante.

Poder derrubante – Um termo que se usa associado com as


questões de capacidade de defesa pessoal contra o ataque de um
inimigo ou assaltante. Sendo evidente que qualquer bala que atinja
um indivíduo em algum ou alguns dos órgãos vitais, lhe causará a
morte quase instantânea, não é menos verdade que, provavelmente –
e por isso esta matéria tem merecido tanta atenção -, a maioria da
feridas causadas por balas, não tem capacidade para incapacitar o
indivíduo visado, de forma tão rápida e radical.
Poder derrubante é pois a capacidade potencial de um sistema de
arma – arma de bala, em particular da sua munição - para, com um
único tiro, neutralizar, fazer parar prontamente um atacante, apesar
de o não atingir num dos referidos órgãos vitais. Depende, como se
sugeriu, mais do calibre nominal do que da arma propriamente dita e
depende em particular da constituição da bala usada na munição.
Até recentemente, julgava-se que o poder derrubante máximo era
obtido com uma bala lenta, de grande calibre. Crê-se agora que,
dentro do mesmo nível de energia de impacto, um poder derrubante
igual ou superior, se pode obter com uma bala mais leve e de maior
velocidade, desde que, a essa velocidade, a bala se comporte como
uma bala expansiva.
É exactamente a falta de poder derrubante da sua munição que faz
das “pistolas de defesa” de 6.35 mm as “armas assassinas”, que de
facto são. Ao indivíduo armado com uma destas armas que é atacado
 por um assaltante determinado, à falta de lhe poder causar
imediatamente um grande abalo, não resta quase nada senão despejar
sobre ele vários tiros – todo um carregador ? -, o que, muito
 provavelmente – e muitas vezes tarde demais porque a violência do
assalto não terá sido afinal contida -, lhe causará a morte.

Ponto duro – No contexto da descrição do funcionamento do


mecanismo dum gatilho com folga, este termo designa a condição
que corresponde exactamente à condição desse mecanismo na altura
em que, exercida uma certa pressão sobre a cauda do gatilho, termina
o movimento correspondente à sua folga. A designação deve-se a
que, a partir dessa altura, o atirador sente uma resistência muito
maior ao movimento do dedo, de tal forma que só aumentando
consideravelmente a pressão que vinha a exercer, poderá vir a atingir
o ponto de desenlace.

Ponto de mira – É o componente dos aparelhos de pontaria, do tipo


miras metálicas, que se encontra mais próximo da extremidade
 posterior do cano ou seja mais perto da boca do cano, da maioria das
armas portáteis. Tendo em conta a maior importância relativa dos
erros de pontaria que se designam por erros angulares, o ponto de
mira serve para ser “alinhado” com a alça e com o olho – em
 princípio o olho director -.
 Nas armas portáteis modernas é praticamente sempre um
componente com uma das constituições e configurações seguintes:
• Uma peça de aço de perfil transversal rectangular, caso em que se
chama um ponto de mira de poste,
substâncias possam ser aproveitadas em propulsores para fornecerem
impulsos aos variados engenhos que empregam esses propulsores.
Os diversos propulsantes podem ser caracterizados pelos parâmetros
seguintes:
• Pelo calor da explosão,
• Pelo calor específico a volume constante,
• Pela razão dos calores específicos dos gases que produzem,
• Pelo volume específico,
• Pela vivacidade (ou dimensão balística),
• Pela progressividade,
• Pelo coeficiente de queima,
• Pela constante de força.
Quanto ao seu estado físico, os propulsantes podem ser classificados
como:
• Propulsantes híbridos; o conjunto das misturas de um agente
sólido e um agente líquido – usadas na carga de motores de
foguete,
• Propulsantes líquidos; o conjunto dos monoergóis simples,
monoergóis compostos e diergóis que se usam em motores de
foguete de grandes dimensões,
• Propulsantes sólidos; o conjunto das pólvoras/propulsantes
homogéneos usadas na carga dos cartuchos das munições das
armas de impulso e das armas de propulsão por reacção e em
alguns motores de foguete pequenos e dos propulsantes
heterogéneos, estes usados exclusivamente em motores de
foguete.

Punho - A parte da carcaça de uma pistola ou revólver que serve


 para agarrar/empunhar estas armas.
Designa também a projecção da carcaça da maioria das espingardas e
carabinas de assalto, das pistolas metralhadoras, canhões sem recuo
(portáteis) e lançadores individuais de granadas foguete, que serve
 para segurar estas armas com a mesma mão que actua no gatilho.
Punho anatómico – Um punho que se destina geralmente a uma
 pistola de tiro ao alvo e que foi concebido tendo em vista,
essencialmente, propiciar o seguinte:
• O menor possível salto da arma, se possível ocorrendo este
apenas no plano vertical (o que só é possível se a zona de mais
firme apoio da mão no punho se situar perto do eixo da cano),
• A maior regularidade no empunhamento da arma, de disparo para
disparo, para que o salto seja sempre o mesmo (o que é possível
fazendo com que o punho tenha suficientes “pontos de
referência” que permitam à mão encontrar pelo tacto um seu
 posicionamento sempre igual),
• Uma grande dose de conforto por parte do atirador, na posição de
tiro (o que só é possível quando ao atirador, nesta posição,
aparecer o ponto de mira “alinhado” naturalmente, sem esforço
adicional, com a ranhura da alça, quer vertical quer lateralmente.
Uma característica importante do punho anatómico com vista a
 permitir esta facilidade, é o ângulo que a sua face anterior faz com o
eixo do cano, o chamado “ângulo de empunhadura”. Este ângulo é
variável conforme a modalidade de tiro a que se destina a pistola em
causa.

Radar – Um sistema empregue em detecção, medição de distâncias,


azimutes, elevações e velocidades e no seguimento de
 plataformas/veículos alvo ou de mísseis inimigos ou lançados pelo
 próprio utilizador.
O princípio de funcionamento baseia-se no facto de a maioria dos
corpos fazer a reflexão das radiações electromagnéticas de alta
frequência que neles incida e de que é possível determinar a distância
a que se encontram, pela medição do intervalo de tempo entre a
emissão de um impulso dessa radiação electromagnética e a recepção
da respectiva reflexão – o “eco” do alvo” -. A possibilidade existente
de a radiação ser transmitida segundo feixes muito estreitos, permite
adicionalmente a determinação de azimutes e elevações dos objectos
visados.
Os chamados radares Doppler, que são radares cujo princípio de
funcionamento se baseia adicionalmente no facto de um alvo em
movimento reflectir uma radiação de frequência diferente da
frequência da radiação que neles incide, sendo a mudança de
frequência função da sua velocidade relativa, além de medirem
distâncias, azimutes e elevações, servem também a função de
 permitirem seleccionar, automaticamente, apenas os alvos em
movimento.
Além dos radares acima descritos e que são radares que emitem por
impulsos, existem também os chamados radares de emissão contínua
que, como a designação indica, emitem constantemente. Estes são
radares que funcionam sempre em função do mencionado efeito
Doppler.

Radar Doppler – Um radar que mede as velocidades dos alvos, com


 base no efeito de Doppler. De acordo com este, um objecto em
movimento sobre o qual incide uma radiação de uma dada
frequência, reflecte essa radiação numa frequência diferente, que é
função da velocidade relativa do objecto reflector.

Radiação – É a emissão e propagação de energia electromagnética


na forma de ondas ou partículas subatómicas. Quando uma radiação
atinge um objecto, uma parte da sua energia é absorvida por ele e
uma parte é objecto de reflexão.

Raio eficaz – É a distância, em redor do ponto de rebentamento de


uma granada anti-pessoal, à qual se projecta um estilhaço efectivo –
um estilhaço capaz de produzir a incapacidade/neutralização
 pretendida -, por metro quadrado.

Raio letal – É a distância, em redor do ponto de rebentamento de


uma granada anti-pessoal, à qual se projectam dois estilhaços
capazes de produzir a incapacitação/neutralização necessária, por
metro quadrado.

Ranhura de extracção – É a reentrância em toda a volta da base do


invólucro de algumas munições de invólucro metálico – as das
munições em que o invólucro não tem um bocel -, que serve para a
 preensão pelo(s) extractor(es) da arma a fim de, com estas munições,
se poder realizar a operação do ciclo de funcionamento que se
designa por extracção.

Rebentador – Termo que designa a carga de alto explosivo


secundário que constitui o último elemento de qualquer cadeia
explosiva de detonação. O rebentador preenche quase completamente
a cavidade do projéctil, bomba ou outra carga útil e é com a sua
acção que se conta para produzir a onda de choque que realiza a
fragmentação do corpo do engenho e para projectar os estilhaços que,
além dela própria, vão actuar no alvo. Em suma, o rebentador é o
 principal agente da neutralização que pode ser realizada pelos
engenhos mencionados.
O rebentador é geralmente iniciado por um reforçador da espoleta.

Recozimento – Um género de tratamento térmico que se faz a peças


de vários metais e ligas, com o objectivo de as tornar mais macias e
elásticas.

Recuo - É o movimento para a retaguarda de uma arma de impulso


durante um disparo, que resulta - em virtude do “princípio da
conservação da quantidade de movimento dos sistemas isolados” - do
ganho de quantidade de movimento do projéctil e dos gases do
 propulsante.
O recuo total pode decompor-se num recuo primário e num recuo
secundário.
De notar que a quantidade de movimento que a arma adquire é o todo
que pode ser dividido em duas fases; a primeira devida ao
movimento do projéctil e dos gases dentro do cano e a segunda
devida à expulsão dos gases pela boca do cano.
A existência do recuo tem vastas implicações no desenho de todo o
género de armas de fogo e na realização do tiro com estas. Para já, é
um factor fortemente limitativo do calibre de todas as armas.
 No que diz respeito às peças de artilharia, há que ter em conta que,
apesar da contribuição enorme dos freios de amortecimento para o
funcionamento destas armas pesadas, todas as estruturas dos reparos
e dos seus apoios, têm de ser calculados para resistir aos esforços
impostos pelo recuo das partes recuantes.
 No respeitante ao tiro com armas de bala, a análise dos efeitos do
recuo, conduz à formação de uma regra fundamental da consistência
do tiro com estas armas. A formulação desta regra tem a ver com as
considerações seguintes:
• Em primeiro lugar há que ter em conta que o ponto de impacto de
um projéctil é determinado não pela posição do cano no
momento em que a actuação no gatilho dá início ao disparo mas
sim pela posição do cano no momento em que a bala passa pela
 boca do cano,
• Em segundo lugar há que considerar que o recuo primário, o que
se processa enquanto a bala está ainda no cano, é função directa
dos apoios e resistências que a arma encontra no corpo do
atirador ou noutros objectos exteriores onde esteja apoiada no
momento do disparo. Se de tiro para tiro os apoios variarem, por
exemplo apenas porque o atirador mudou de posição ou porque a
arma foi agarrada durante uma pontaria com maior firmeza do
que no tiro anterior, o movimento do cano durante o recuo
 primário será diferente para estes dois tiros e, em função da
 primeira consideração, os pontos de impacto dos projécteis serão
diferentes.
Daqui a regra, como dissemos fundamental, de que para realizar tiro
consistente sobre um alvo, a arma tem de ser sustentada sempre
exactamente da mesma maneira, com os mesmos apoios e com forças
iguais em cada um destes.
É agora porventura interessante observar porque é que a energia de
recuo da arma que, por exemplo um atirador de espingarda tem de
absorver, é tanto menor quanto mais pesada for a arma. Isto é assim
 porque para uma dada quantidade de movimento da arma - valor que
só depende da quantidade de movimento do projéctil e portanto da
munição -quanto mais pesada for a arma, menor será a velocidade
com que ela recua. Isto é, para uma mesma munição, se a arma for
duas vezes mais pesada a velocidade do seu recuo só será metade.
Como realmente o que o atirador sente/tem de absorver, é a
Trajectória – É a linha curva – geralmente tridimensional – que é
descrita pelo centro de gravidade dum projéctil, bomba, míssil ou
torpedo, depois do seu disparo ou lançamento.
A trajectória de um projéctil no ar é sempre uma curva assimétrica
em relação ao plano vertical transversal que passa pelo vértice,
verificando-se que a inclinação diminui constantemente da origem
até ao vértice e que ela aumenta depois dele até ao ponto de queda.
Esta forma de trajectória tem pois um “ramo ascendente” e um “ramo
descendente” com perfis bastante distintos.

Trajectória de ricochete – Quando um projéctil animado de energia


restante suficiente, embate em qualquer meio resistente e não penetre
nele, nem se desintegre, poderá descrever no ar uma ou mais
trajectórias secundárias a que se dá o nome de trajectórias de
ricochete.

Travador - Designação que recebe cada um dos dentes do obturador


ou cada uma das peças destinadas ao travamento da culatra.

Travamento da culatra - Uma operação do ciclo de funcionamento


da maioria das armas de fogo. Consiste da imobilização da culatra
 por meios mecânicos, garantindo a continuidade do fechamento da
culatra - o fechamento da extremidade anterior das almas dos canos,
 pelo menos até que a pressão dos gases produzidos em cada disparo,
tenha descido suficientemente abaixo da pressão máxima.
È claro que nas armas de tiro simples e armas de repetição, o
travamento perdura até o destravamento da culatra ser efectuado
manualmente. É verdadeiramente nas armas automáticas e nas armas
semiautomáticas que o travamento da culatra só perdura até as
 pressões dos gases já terem descido bastante abaixo da pressão
máxima, ainda com os projécteis dentro dos canos.
Esta operação é indispensável em todos os sistemas de arma de
calibres nominais tais que as respectivas munições desenvolvam
forças tão elevadas que a inércia das culatras não seria suficiente para
suportar o referido fechamento e naquelas em que a utilização
operacional, por razões de limite no peso máximo das armas não
 permite o recurso à chamada percussão antecipada.

Treino  – A actividade organizada que se segue e constitui o


complemento da aprendizagem, tratando-se a aprendizagem e treino
de fazer com que um indivíduo opere segundo um processo
tecnologicamente evoluído e/ou utilize eficazmente um sistema.
A organização dum treino (por exemplo do treino de um atirador de
competição), deve ser tal que:
• O indivíduo adquira as capacidades física e psíquica
indispensáveis à sustentação prolongada do controlo das técnicas
“aprendidas”,
• Seja possível ao indivíduo chegar a uma forma de actuação em
que a quase totalidade das acções decorra “automaticamente”,
isto é, comandadas pelo subconsciente através de reflexos
condicionados, de tal forma que os seus sentidos e a sua mente
fiquem disponíveis para detectar e processar racionalmente os
acontecimentos anormais ocorridos à sua volta ou para,
simplesmente, dar toda a atenção a um qualquer detalhe da tarefa,
• O indivíduo treinado adquira uma rotina mental – um hábito
mental – comprovadamente capaz de enfrentar e ultrapassar as
dificuldades usuais do processo ou da utilização, mesmo quando
sob as influências de um estado de tensão emocional,
• Prepare o indivíduo para resolver expeditamente um conjunto de
situações anormais possíveis, embora improváveis.
 No âmbito do treino do tiro de precisão/tiro ao alvo, “treinar” é muito
mais do que a grande maioria dos praticantes “amadores” deste
desporto costumam fazer, e que é (enganando-se a si próprios e aos
outros), “divertir-se a dar uns tiros”.
Para de constituir em treino de uma actividade de “alto desempenho”
como é por exemplo a prática de tiro ao alvo de competição, a
actividade tem de ser, no mínimo:
• Organizada , isto é, decorrente de um planeamento a longo prazo,
• Faseada, ou “por elementos”, isto é, incidente separadamente
sobre os vários aspectos técnicos distintos do processo (a
 posição, o disparo, a pontaria, etc.), muito antes de se processar à
sua integração num processo global. A expressão “uma coisa de
cada vez” tem aqui um significado essencial,
• Paciente, uma vez que o treino por elementos não pode dar
resultados – nos alvos –a curto prazo. A única panaceia contra a
falta de “estímulos imediatamente gratificantes” é a curiosidade
sobre o funcionamento do próprio corpo e mente e as únicas
satisfações possíveis inicialmente, são a certeza dum trabalho
 bem feito e a sensação duma crescente facilidade de execução,
• Permanentemente vigilância, crítica e actuante, não hesitando
em, na busca da perfeição e da excelência retornar ao treino
específico de cada um dos aspectos singulares que se revele
menos que perfeito,
• Realista, isto é, tendo em conta as circunstâncias da realidade da
competição, nomeadamente as impostas pela tensão emocional.
Isto só é possível através da realização dos treinos num clima de
competição do atirador consigo próprio e, durante a época das
competições, da aferição constante deste trabalho, através da
 participação em muitas competições, elas próprias consideradas
como elementos de um treino que nunca cessa.

Túnel - Um componente do aparelho de pontaria das espingardas de


tiro ao alvo que são equipadas com miras metálicas do género
“fechado”. O túnel serve essencialmente para com ele se fazer o
alinhamento; olho director – orifício da alça fechada- túnel, a fim de
se fazer a eliminação do erro angular. Serve também como apoio do
 ponto de mira de anel, mira de plástico ou mira de poste que,
qualquer delas, ficam fixadas, concentricamente, no seu interior e ao
abrigo da luz directa do sol para que não se formem reflexos sobre
elas.

Velocidade inicial – No âmbito da balística externa, é a velocidade,


geralmente superior à velocidade à boca, que o projéctil atinge
depois de cessarem os efeitos dos gases da pólvora, igualmente
emergentes da boca do cano da arma. Estes, na sua expansão,
ultrapassam o projéctil, criando uma onda de choque invertida, que
vai imprimir uma aceleração adicional a esse projéctil, a partir da sua
velocidade à boca.
Os projécteis dos sistemas de arma destinados a conseguir grandes
alcances eficazes e/ou altas capacidades de penetração, têm de ter
velocidades iniciais muito altas mas isso não basta pois terão de
 possuir igualmente valores altos de coeficiente balístico – ou baixos
de coeficiente de resistência -
As gamas de velocidade iniciais são distintas, conforme a classe de
arma. Estas gamas são as seguintes:
• Armas de bala (pistolas, espingardas, metralhadoras, etc.) –
Velocidades iniciais entre os 300 e os 1200 m/s,
• Morteiros – Velocidades iniciais entre os 100 e os 300 m/s,
• Obuses – Velocidades iniciais entre os 300 e os 1200 m/s,
• Outras peças de artilharia - Velocidades iniciais entre os 700 e os
1600 m/s.

Visual – É a marca central dum alvo, geralmente circular e de cor


negra, que serve de referência à pontaria das armas, nas várias
modalidades de tiro ao alvo.

Vivacidade – É o parâmetro que, embora apenas qualitativamente,


exprime a rapidez com que uma carga de uma dada pólvora ou outro
 propulsante de consome. Dada a forma como se opera a reacção
explosiva destes explosivos, sempre da superfície para o interior dos
grãos, a vivacidade tem uma relação directa com o parâmetro,
quantitativo, que se designa por dimensão balística da carga.
Diz-se que uma dada carga é muito “viva” quando, dada
 principalmente a configuração dos grãos que a compõem, ela se
consome (atinge o fim da queima ou deflagração) muito
rapidamente.

Zagalote - São os chumbos de caça dos tamanhos maiores, que se


usam na constituição de bagadas de cartuchos de caça que se
destinam a fins especiais, em particular ao uso em espingardas de
guerra de cano liso. Fabricam-se nas classes e diâmetros seguintes:
 LG------9.1 mm
 SG------8.4 mm
  Spec. SG------7.6 mm
 SSG------6.8 mm
AAA------5.2 mm

Zarelho(s) - São as peças/argolas de metal, que se aplicam nalgumas


espingardas e carabinas com coronhas de madeira e que servem para
fixar as bandoleiras.

Zona em ângulo morto - Zona do terreno em que o alvo não pode


ser atingido, facto que sucede sempre que a inclinação do terreno for
superior à do ramo descendente da trajectória.

Zona batida - Agrupamento no qual o cone de fogo intercepta o


 plano que contém a linha de sítio e é normal ao plano de tiro. A Zona
Batida tem a forma de uma elipse em que o eixo maior coincide com
o plano de tiro e o menor é perpendicular a este, isto é, o eixo maior
é no sentido do alcance e o menor no sentido da largura ou direcção.
A profundidade da Zona Batida diminui à medida que a distância de
tiro aumenta; porém, a partir de certa distância começa a aumentar. A
largura da Zona Batida aumenta sempre com a distância.
Mantendo-se constante a distância de tiro, a Zona Batida tem o seu
valor máximo quando o ângulo de tiro é igual a zero, diminuindo à
medida que este ângulo cresce e aumentando à medida que ele
decresce.

Zona perigosa de uma arma – É o espaço tridimensional a partir da


 posição de tiro que pode ser atingido pelos projécteis ou fragmentos
 provenientes dessa arma.

Zona perigosa de uma infra-estrutura de tiro  – É o espaço


tridimensional estabelecido a partir de toda a largura das plataformas
de tiro ou bases de fogos, acrescida, se necessário, de uma
determinada extensão para ambos os flancos. Divide-se em zona
 perigosa de superfície e zona perigosa vertical.
Zona perigosa de superfície é a parte da zona perigosa constituída
 pela projecção sobre a superfície do terreno, ou aquática, de todo o
espaço tridimensional. É constituída por:
• Área de dispersão,
• Área de ricochetes,
• Área perigosa de munição (só explosivos)
Aquém desta zona existe a Área de protecção auditiva e a Área de
acesso restrito.

50 METROS 50 METROS

POSI ÃO DE

50 METROS

ÁREA DE PROTEC ÃO

Zona perigosa vertical é a parte da zona perigosa constituída pelo


espaço aéreo cuja altitude vai desde o nível do solo até à altura de
segurança característica de cada arma e munição.
Zona de energia total – É o espaço tridimensional em volta de uma
 posição de tiro que pode ser atingido pelos projécteis ou fragmentos
 provenientes de uma dada arma quando disparada em qualquer
direcção. Corresponde a um círculo em volta da arma cujo raio é o
alcance máximo, e a um espaço aéreo sobre o mesmo.

10%

Zona de pontaria – Um termo da tecnologia do tiro ao alvo. É a


zona, aproximadamente circular, de um alvo, maior ou menor
conforme a habilidade do apontador/atirador e conforme os
condicionalismos impostos pela sua posição exterior e pela sua
 posição interior, para a qual se aponta a arma, a fim de atingir o
centro desse alvo.
 No tiro ao alvo com pistola ou espingarda equipada com ponto de
mira de poste, a zona de pontaria situa-se geralmente abaixo da
visual do alvo, a uma distância tal que as pequenas oscilações da
arma nunca levem o ponto de mira a “entrar” nessa visual, pois como
o ponto de mira é também de cor negra, ele deixaria então de poder
ser visto distintamente.
 No tiro ao alvo com espingarda equipada com mira de anel, a
zona de pontaria é a própria visual do alvo, uma vez que é a

Você também pode gostar