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SUMÁRIO

1ª AULA PRÁTICA - MATERIAIS E NORMAS DO LABORATÓRIO DE QUÍMICA .......... 1


2ª AULA PRÁTICA: REAÇÕES QUÍMICAS .......................................................................... 14
3ª AULA PRÁTICA: SEPARAÇÃO DE MISTURAS .............................................................. 22
4ª AULA PRÁTICA: SOLUÇÕES ............................................................................................. 31
5ª AULA PRÁTICA: EQUILÍBRIO QUÍMICO ........................................................................ 40
6ª AULA PRÁTICA: ÁCIDOS E BASES .................................................................................. 45
7ª AULA PRÁTICA: PROPRIEDADES FÍSICAS .................................................................... 53
8ª AULA PRÁTICA: CALOR DE REAÇÃO – TERMOQUÍMICA ......................................... 61
9ª AULA PRÁTICA: PILHAS ................................................................................................... 66

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1ª AULA PRÁTICA - MATERIAIS E NORMAS DO LABORATÓRIO DE
QUÍMICA

1.1. Propósito das aulas de laboratório


O estudo de Química envolve a matéria e suas transformações. Para a prática da
Química, é preciso conhecimento para a utilização de técnicas especiais de
trabalho e uso das vidrarias e materiais. Esta primeira aula de laboratório tem
como principais objetivos:
1) Repassar aos alunos as técnicas corretas de utilização de cada equipamento e
vidraria, assim como ajuda-los a se familiarizar.
2) Despertar e estimular o interesse dos alunos, para que compreendam,
analisem e discutam sobre os experimentos realizados.
3) Auxiliar o aluno para que entenda os princípios, as teorias e as leis da
Química, através de seu próprio trabalho.
1.2. A segurança no laboratório

O Laboratório de Química é o local adequado para a realização de experimentos,


onde alunos têm a oportunidade de aprender química de uma maneira diferente, pois em
laboratório, o conhecimento teórico é colocado em prática. Para atingir esses objetivos,
qualidades como dedicação, interesse, curiosidade, pontualidade e disciplina são
necessárias para alcançar sucesso nos experimentos de cada aula (SILVA et al., 2014).

Para a execução de experimentos é preciso utilização de uma variedade de


equipamentos de laboratório, a maioria muito simples, mas com finalidades específicas.
O uso inadequado desses equipamentos, desobedecendo a suas funções, pode ocasionar
um fracasso do experimento, gerando perda parcial ou total do material, e na pior das
circunstâncias, acidentes desagradáveis com danos pessoais (TRINDADE et al., 1998).

Portanto, para evitar problemas no Laboratório de Química, algumas instruções e


normas são listadas abaixo:

1- Seguir rigorosamente as instruções do professor;

2- O uso de jaleco é obrigatório nas aulas práticas;

3- Em todo trabalho, seja metódico, prudente, sereno, dedicado e inteligente;

4- Em caso de acidente, avise imediatamente o professor, por menor que seja;

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5- Não inale qualquer vapor ou gás produzido nas experiências;

6- Utilize a capela quando houver desprendimento de gases tóxicos, irritantes ou de


odor desagradável;

7- Não aqueça nada em frascos volumétricos, pois o calor elevado pode alterar a
precisão do instrumento;

8- Nunca aqueça reagentes em sistemas fechados;

9- Não deixe materiais inflamáveis próximos a chamas;

10- Não use lentes de contato em laboratório;

11- Não fume no laboratório;

12- Evitar contatos de substâncias químicas com a pele, principalmente em se tratando


de substâncias corrosivas, como por exemplo: ácidos e bases concentrados;

13- Na diluição de ácidos concentrados, o ácido deve ser adicionado lentamente ao


recipiente contendo água, nunca o contrário;

Figura 1: Forma de não adicionar ácido á agua.

Fonte: Lewis, R., Wynne, E. Química 4 Ed. LTC, São Paulo, 2014, 364p.

14- Nunca use a boca para pipetar;

15- Nunca teste um produto químico pelo sabor;

16- Não é aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém, caso seja
necessário, não coloque o frasco sob o nariz. Desloque suavemente com a mão para sua
direção os vapores que se desprendem do frasco (Figura 1);

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Figura 2: Forma segura de sentir odores em laboratório.

Fonte : Beran, J. A. Laboratory Manual for Principles of General Chemistry 9 ed, John Wiley &
Sons, New York, 2010, 645 p.

17- Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma
aparência do frio;

18- Use sempre sapatos fechados em laboratório, nunca sandálias;

19- Não coma e não beba nada no interior do laboratório;

20- No caso de pessoas com cabelos longos, os mesmos não devem estar soltos, pois
podem ocasionar acidentes;

21- Não use nenhum equipamento em que não tenha sido treinado ou autorizado a
utilizar;

22- Não retorne reagentes aos frascos originais, mesmo que não tenham sido usados.
Evite circular com eles pelo laboratório;

23- Certifique-se da tensão de trabalho da aparelhagem antes de conectá-la à rede


elétrica. Quando não estiverem em uso, os aparelhos devem permanecer desligados;

24- Vidros quebrados devem ser descartados em recipiente apropriado;

25- Use sempre luvas de isolamento térmico ao manipular material quente;

26- Tenha cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão;

27- Caso precise utilizar produtos químicos perigosos, use óculos de proteção (para
quem não usa óculos de grau);

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28- Ao aquecer um tubo de ensaio contendo qualquer substância, não deixar a
extremidade aberta voltada para si, ou para uma pessoa próxima;

29- Não jogar material sólido na pia ou nos ralos;

30- Não jogar substâncias lacrimogêneas (que causam irritação nos olhos, como
também na pele e vias respiratórias) na pia. Quando despejar ácidos ou outros reagentes,
fazê-lo lentamente, deixando correr bastante água limpa da torneira;

31- Dedicar especial atenção às operações em que for necessário aquecimento


prolongado ou que desenvolver grande quantidade de energia (reações exotérmicas);

32- Quando sair do laboratório verifique se não há torneiras (água e gás) abertas.
Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos.

E lembre-se Laboratório não é lugar para brincadeiras!

Conhecidas as normas, é necessário saber a respeito dos materiais e vidrarias para


aprender como manusear cada uma, respeitando suas devidas funções.

Tabela1. Lista de materiais usados em laboratório.

1- Tubos de ensaio: utilizado 2-Béquer: usado para dissolver,


principalmente para efetuar misturar, aquecer, etc. Não deve 3-Erlenmeyer: frasco utilizado
reações químicas em pequena ser usado para medir volumes, já para aquecer líquidos ou
escala, sem necessidade de que sua medida é bastante soluções, e principalmente, para
precisão; imprecisa; efetuar titulações;

5-Balão de fundo redondo: usado


4-Balão de fundo chato: 6-Balão volumétrico: preparo de
em reações com desprendimento
armazenar líquidos e soluções; soluções com concentrações e
de gases e também para
volumes fixos;
aquecimento de líquidos;

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7-Balão de destilação: usado em
8-Proveta: usada na determinação 9-Pipeta graduada: medir
destilações, possui saída lateral
de medidas aproximadas de volumes variáveis de líquidos;
para condensação de vapores;
volumes líquidos;

10-Funil de vidro: transferência 11-Kitassato: usado na filtração à


12-Vidro de relógio: usado na
de líquidos em filtrações; vácuo;
pesagem e fins diversos;

14-Pesa-Filtro: pesar sólidos que 15-Bureta: medição de volumes


13-Placa de Petri: usado na
absorvem umidade precisos de líquidos em análises
pesagem e fins diversos;
(higroscópicos); volumétricas;

16-Dessecador: armazenar
17-Bastão de vidro: agitação e 18-Funil de decantação:
substâncias em ausência de
transferência de líquidos; separação de líquidos imiscíveis;
umidade;

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20- Pipeta volumétrica: usada
19-Condensador: condensação para medir volumes fixos de
21-Funil de Buchner: usado na
de vapores no processo de líquidos, normalmente em
filtração a vácuo;
destilação; padronizações;

24-Cápsula de porcelana:
22-Cadinho de porcelana: usado 23-Almofariz e pistilo: trituração
evaporação de líquidos em
em calcinações (até 1500º C); e pulverização de sólidos;
soluções;

25-Garra metálica: sustentação 26-Anel para funil: usado como 27-Suporte universal: usado junto
de peças, como condensador, suporte de funil e tela de com a garra para sustentação de
funil de decantação, etc; amianto; peças;

30-Pinças metálicas de Hoffman


28-Bico de Bunsen: 29-Pinça metálica de Casteloy:
e Mohr: impedir ou reduzir o
aquecimento de materiais não transporta objetos aquecidos.
fluxo de gases ou líquidos em
inflamáveis;
tubos flexíveis;

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34-Banho-Maria: usado no 36-Manta aquecedora:
35-Tela de amianto: usada para
aquecimento até 100º C; aquecimento de líquidos contidos
distribuir uniformemente o calor
em um balão.
durante o aquecimento de um
recipiente de vidro;

37-Centrífuga: acelera a 39-Balança: usada na


38-Mufa: sustentação de garras.
sedimentação de sólidos em determinação da massa de
suspensão; substâncias (pesagem);

40-Picnômetro: usado para 41-Densímetro: usado para 42-Frasco de reagentes:


determinar a densidade de determinar a densidade de armazenamento de soluções;
líquidos; líquidos;

43-Cuba de vidro: usada para 44-Lima triangular: usada para


45-Kipp: usado na produção de
banhos de gelo e fins diversos; cortes de vidro;
gases;

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48- Termômetro: medir
46-Tubo em U: usado na 47-Escova de limpeza: usada na
temperaturas e fins diversos;
eletroquímica e outros fins limpeza de tubos de ensaio e
outros materiais.

49-Garra de madeira: segurar


50-Pisseta: remoção de 51-Estante para tubo de ensaio:
tubos de ensaio durante
precipitados, lavagens, entre suporte de tubo de ensaio;
aquecimentos diretos no Bico de
outros;
Bunsen

52-Mufla: calcinação de
53-Estufa: secagem de materiais 54- Pêra de borracha: sucção de
materiais (até 1500º C);
(até 200º C); líquidos;

2. Objetivos

- Conhecer as regras básicas de segurança em um Laboratório de Química;


- Identificar e utilizar vidrarias e acessórios mais comuns em um Laboratório de
Química;
- Reconhecer a importância das medidas em química

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3. Parte experimental

Regras gerais:
a) Manter o local de trabalho sempre limpo, livre de obstáculos inúteis ao redor
da aparelhagem ou equipamento.
b) Trabalhar de forma organizada, com planejamento, e dessa forma, evitando
contratempos e possíveis acidentes.
c) Ter sempre em mãos um caderno para anotações, cálculos, observações etc.
d) Quando montar uma aparelhagem, chamar o professor para conferi-la, antes
de iniciar a experiência.

3.1. Materiais necessários

Tabela 1.1: materiais necessários para aula de princípios básicos de laboratório

Figuras 1: (A): Proveta, (B): Pipeta graduada, (C): Balão de fundo redondo, (D): Bureta,
(E): Pêra de borracha, (F): Suporte universal, (G): Bastão de vidro, (H):Béquer, (I):Pisseta,
(J):Funil de Buchner, (L):Balança, (M):vidro de relógio, (N): Tela de amianto, (O): Tripé,
(P): Erlemeyer.

(A) (B) (C) (D) (E)

(F) (G) (H) (I) (J)

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(L) (M) (N) (O) (P)

3.2 TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

Manuseio de Utensílios:

1. Uso do balão volumétrico, pipeta e proveta (Opção 1).

- Medir, com auxílio de pipeta volumétrica, 100mL de água destilada e transferir para
uma proveta de 100 mL. Comparar a precisão das vidrarias.

2. Uso do balão volumétrico, pipeta e proveta (Opção 2).

- Transferir, com auxílio de pipeta volumétrica, 10mL de água destilada para um balão
volumétrico de 100mL e aferi-lo.

- Medir, em uma pipeta de 10mL, 8mL água destilada e, com auxílio de um funil,
transferir o líquido para um balão volumétrico de 100mL completando o volume com
água destilada.

3. Uso da bureta

- Colocar em um béquer, pequena porção de solução que será utilizada e lavar a bureta
três vezes. Encher completamente a bureta e extrair o ar da parte inferior abrindo a
torneira rapidamente. Fixar a bureta no suporte universal com auxílio de garra e aferi-
la.

4. Montagem do aparelho para filtração simples

- Adaptar um funil a um suporte de filtração. O papel de filtro é dobrado duas vezes,


colocando no funil e umedecido para conseguir boa aderência. A filtração é feita
transferindo-se primeiro o líquido sobrenadante com o auxílio de bastão em seguida a
parte sólida. A transferência é feita com bastão de vidro e o filtrado é recolhido em
béquer. Deve-se ter cuidado de manter o funil junto à parte interna do béquer para
garantir o escoamento do líquido. Durante toda a filtração o nível da solução é

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mantido três quartos ¾ da altura do papel de filtro no funil e a parte sólida é
transferida integralmente do béquer para o funil arrastando o resíduo com auxílio de
uma Pisseta.

5. Montagem de aparelho de filtração a vácuo

- Ajustar o funil de Buchner a um kitassato através de um adaptador de kitassato.

- Acoplar a trompa d’água a torneira e à saída lateral do kitassato. O papel de filtro é


colocado no funil e molhado para melhor aderência. Para que ocorra a filtração, abre-
se à torneira que forma o vácuo e então a mistura a ser filtrada é transferida para o
funil de Buchner.

Obs. O vácuo é formado na trompa porque a água é forçada a vazar de um diâmetro


maior para um diâmetro menor, chegando assim, com alta velocidade ao interior da
trompa, pela conexão de borracha o vácuo é transferido para o interior do kitassato e
por diferença de pressão, o líquido é seccionado, sendo completada a operação.

6. Pesagem

- A pesagem é uma das operações básicas de um laboratório de química. O


procedimento a ser adotado ao se efetuar uma pesagem depende do tipo de balança
disponível.

Pesagens Propostas:

a) Pesar em um béquer de 50 mL, 2,5g de CuSO4.5H2O (ou outra massa solicitada


pelo professor (Opção 1).

b) Pesar em vidro de relógio 3,2g de CuSO4.5H20 (Opção 2).

7. Aquecimento

- Adaptar a tela de amianto a um tripé de ferro sobre o bico de Bunsen. Para acender o
bico de Bunsen observe as seguintes etapas:

Antes de aproximar a chama do fósforo verifique se estão fechadas às entradas


de ar e de gás; abra então, a entrada de gás acendendo o bico de Bunsen; regule a
entrada de ar para melhorar a qualidade da chama; uma chama amarela precisa de mais
ar. Proceda ao aquecimento de água destilada em um erlenmeyer ou béquer até
ebulição do líquido; ao terminar a operação tenha o cuidado de colocar o recipiente de

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vidro sobre a superfície isolante para evitar choque térmico e dano na vidraria. O
aquecimento pose ser efetuado também em chapa elétrica, banho-maria ou manta
aquecedora.

8. Montagem de aparelho de destilação simples

- Ajustar um termômetro a uma rolha (cuidado com o termômetro para não quebrá-lo)
e esta a um balão de destilação; conectar a saída lateral do balão a um condensador
procurando vedar completamente com uma rolha.

- Acoplar o balão a uma manta aquecedora prendendo o condensador a um suporte


através de garra. Ao condensador ligar tubos de borracha para entrada e saída de água.
Tendo o cuidado de colocar o tubo de entrada na parte inferior do condensador e a
saída na parte superior. Um béquer colocado a saída do condensador serve de coletor
do destilado, desde que a volatilidade seja pequena.

9. Montagem do funil de decantação

- Ajustar um funil de decantação a um suporte universal. Para processar a separação a


tampa é retirada e a torneira é aberta até que o líquido mais denso seja fornecido por
gravidade.

10. Limpeza do material

- O aluno deve adquirir o hábito de ao final de cada aula recolher e limpar todo o
material que utilizou, conforme lhe será mostrado, pois a conservação da vidraria só
lhe proporcionará vantagens no sentido de disponibilidade e precisão em operações
futuras.

A limpeza do material é feita com detergentes comuns e escovas de limpeza. No caso de


vidraria que entraram em contato com material gorduroso pode ser usada solução
alcoólica de hidróxido de potássio (KOH), para impurezas inorgânicas soluções
sulfocrômica (esta solução não é descartável, pode ser reaproveitada várias vezes),
evitando contato com a pele, olhos e qualquer tecido.

A secagem da maioria do material pode ser feita em estufa a 100oC desde que não se
aplique a vidraria destinada a medidas volumétricas (buretas, pipetas, balões
volumétricos, provetas, etc..., pois pode alterar a calibração).

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4. Referências

SILVA, R. R. da; BOCCHI, N.; FILHO, R. C. R; MACHADO, P. F. L.Introdução à


Química Experimental. 2ª ed.São Paulo, McGraw-Hill, 2014.

TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S.; BISPO, J. G. Química Básica


Experimental. 4ªed. São Paulo, Parma LTDA, 2010.

RENÉE, A. C. Magalhães, A.de A., Carlos, J. de A.,Rogério C. Segurança no


Laboratório Químico,Chemkeys,p.1-3.

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2ª AULA PRÁTICA: REAÇÕES QUÍMICAS

1. Introdução
Uma reação química é o fenômeno que permite um novo arranjo dos átomos para
formarem substâncias diferentes dos reagentes. O aparecimento de uma nova
substância com propriedades diferentes é uma indicação de que ocorreu uma reação
química. Pode ser observada variação de cor, formação de gases ou formação de
produtos com diferentes solubilidades, como prova de transformações que ocorrem
durante as reações. Além disso, é necessário considerar a quantidade de energia
envolvida na reação (EBBING, 2009).
No laboratório de Química Geral Experimental as reações químicas serão
classificadas segundo vários critérios, e são agrupadas em:
- Reações Endotérmicas e Exotérmicas;
- Reações de Análise ou Decomposição;
- Reações de Deslocamento ou Simples Troca
- Reações de Dupla Troca ou Dupla Substituição.
- Reações de Oxidação-Redução;
1.1- Reações Endotérmicas e Exotérmicas:
Quando, em uma reação, ocorre liberação de energia em forma de calor, esta
reação é denominada de exotérmica. O termo exo provém do grego, que significa “para
fora”, e térmica, que significa “calor”. Um exemplo é a queima do carvão:
C(s) + O2(g) → CO2(g) + calor
Já quando uma reação absorve energia do ambiente em forma de calor para se
processar, esta reação é dita como endotérmica. O termo endo é originado do grego e
significa “para dentro”, e novamente, térmica, que significa “calor”. A reação abaixo
exemplifica esta condição:
N2(g) + O2(g) + calor → 2 NO(g)
1.2- Reações de Análise ou Decomposição:
Esta classificação ocorre quando uma substância se divide em duas ou mais
substâncias de estruturas mais simples. Normalmente, esse fenômeno acontece por ação
de calor (pirólise), luz (fotólise), e eletricidade (eletrólise). Abaixo são dados exemplos
de reações de decomposição:
Pirólise: 2 Cu(NO3)2(s) → 2 CuO(s) + 4 NO2(g) + O2(g)
Fotólise: H2O2(aq) → H2O(l) + ½ O2(g)

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Eletrólise: H2O(l) → H2(g) + ½ O2(g)
1.3- Reações de Deslocamento ou Simples Troca:
Estas reações ocorrem quando uma substância simples reage com uma substância
composta, “deslocando” um elemento desta última para formação de uma nova
substância simples, o elemento eletropositivo desloca o outro elemento eletropositivo. O
exemplo abaixo esquematiza essas reações:
Cu(s) + 2 AgNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2 Ag(s)
Para verificar se ocorre ou não reação, verifica-se os potenciais padrões de
redução. Na Tabela 2.1, o elemento hidrogênio é usado como padrão para comparar os
outros elementos.
Tabela 2.1: Potenciais padrão de redução.

Fonte: BROWN, T; LEMAY, H. E; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9ª ed. São Paulo,
PEARSON, 2005, 972 p.

1.4- Reações de Dupla Troca ou Dupla Substituição:


Estas reações são assim denominadas, pois duas substâncias compostas reagem
entre si, permutando dois elementos ou radicais, novamente o elemento eletropositivo
desloca o outro elemento eletropositivo, dando origem a duas novas substâncias. Abaixo
exemplos desta reação:
NaCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(s) + NaNO3(aq)
FeS(s) + 2 HCl(aq) → FeCl2(aq) H2S(g)

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Uma reação dupla troca pode ocorrer quando se mistura duas soluções e há a
formação de uma substância pouco solúvel, pois esta tende a precipitar, separando-se da
solução. A Tabela 2.2 de solubilidade permite prever quais os íons que, em solução
aquosa, combinam-se para formar precipitado de um composto pouco solúvel. Além
disso, em uma reação de dupla troca poderá haver a formação de gases geradas a partir
de moléculas instáveis, tais como Ácido Carbônico (H2CO3(aq)→ H2O(l)+ CO2(g)) ou o
Hidróxido de Amônio (NH4OH(aq)→ H2O(l) + NH3(g)), que também é um indício de
transformação química, ou seja, ocorreu reação (RUSSELL, 1994).
Nesse caso, para saber se ocorre ou não reação, é necessário utilizar a Tabela 2.2,
de solubilidade. Para isso, é preciso analisar os ÂNIONS dos produtos formados e
consultar se os compostos que possuem certo ânion são solúveis ou não. Além disso,
pode-se analisar as exceções que aparecem na tabela. Desta forma, é possível
determinar se uma reação ocorre ou não, quais produtos são insolúveis ou solúveis.
Tabela 2.2. Solubilidade em H2O.
Ânions Regras Exceções
NO3-, NO2-, H3C-COO- Solúveis -x-x-x-x-x-x-
(acetato)
Cl-, Br-, I- Solúveis Ag+, Pb2+, Hg22+, Cu+
SO42- Solúveis Ca2+, Sr2+, Ba2+, Pb+, Ag+, Hg22+
S2- Insolúveis H+, NH4+, Be2+, alcalinos e alcalinos
terrosos.
OH- Insolúveis H+, NH4+, Sr2+, Ba2+ e alcalinos
PO43-, CO32-, SO32- Insolúveis H+, NH4+ e alcalinos
Outros ânions Insolúveis H+, Li+, Na+, K+, Rb+, Cs+, NH4+

1.5- Reações de Oxidação-Redução:


São denominadas em uma reação quando há transferência de elétrons ou variação
dos números de oxidação (nox) das substâncias participantes. Estas reações estão
presentes no cotidiano, por exemplo, a queima de combustíveis fósseis ou ação de
alvejantes domésticos. A reação abaixo é uma reação de oxidação-redução:
Semirreação de oxidação: 2 Mg → 2 Mg2+ + 4e –
Semirreação de redução: O2 + 4e - → 2 O2-
Reação global: 2 Mg + 2 O2- → 2 MgO

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As etapas denominadas semirreações mostram os elétrons envolvidos em uma
reação de oxidação-redução, e a soma das semirreações resulta na reação global. Já que
os elétrons aparecem em ambos os lados da equação, não é necessário que apareçam na
reação global. E por fim, os íons Mg2+ e O2- combinam-se para formar o produto MgO
(CHANG, 2013).

2. Objetivos
- Caracterizar um fenômeno químico.
- Distinguir os tipos de reações químicas.
- Reconhecer quando se processa uma reação química.

3. Parte experimental
3.1- Materiais necessários:
Tabela 2.3: Materiais usados na aula de Reações Químicas.
Figuras 2.3: (A): Tubos de ensaio, (B): Garra metálica, (C): Suporte universal, (D): Bico
de Bunsen, (E): Espátula.

(A) (B) (C) (D) (E)


Reagentes:

Zinco sólido Magnésio Ferro sólido Cobre sólido Água


Oxigenada
sólido
(H2O2)
Cloreto Férrico Cloreto de Sulfato de Nitrato de Hidróxido de
0,1M Amônio sólido Cobre 0,5M Magnésio 0,1M Sódio 0,5M
(FeCl3(aq)) (NH4Cl) (CuSO4(aq)) (Mg(NO3)2(aq) (NaOH(aq))

Sulfato de Sódio Cloreto de Clorofórmio Ácido Ácido Sulfúrico


0,1 (Na2SO4(aq)) Bário 0,1M (CHCl3) Clorídrico 1M 1M (H2SO4(aq))
(BaCl2(aq)) (HCl(aq))
Carbonato de Iodeto de Tetracloreto de Clorato de Dicromato de

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Cálcio sólido Potássio 0,1M Carbono Potássio sólido Potássio 0,1M
(CaCO3) (KI(aq)) (CCl4) (KClO3) (K2Cr2O7(aq))

3.2 TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

Reações de Deslocamento ou Simples Troca

1. Reagentes: Zinco e Ácido Clorídrico


a) Colocar em um tubo de ensaio uma pequena quantidade de zinco em pó;
b) Adicionar cerca de 10 gotas de solução 1M de Ácido Clorídrico (HCl) (1mL
≈10 gotas);
c) Descreva o que observou;
d) Qual a equação química do processo?

2. Reagentes: Ferro e Sulfato de Cobre


a) Colocar em um tubo de ensaio uma pequena porção de ferro em pó;
b) Adicionar cerca de 10 gotas de solução 0,5M de Sulfato de Cobre (CuSO4);
c) Descreva o que observou;
d) Qual a equação química do processo?

3. Reagentes: Magnésio e Ácido Sulfúrico


a) Colocar, em um tubo de ensaio, uma pequena fita de magnésio;
b) Adicionar cerca de 10 gotas de solução 1M de Ácido Sulfúrico (H2SO4);
c) Descreva o que observou;
d) Qual a equação química do processo?

4. Reagentes: Cobre e Ácido Clorídrico


a) Colocar, em um tubo de ensaio, ponta de espátula de cobre em pó;
b) Adicionar cerca de 10 gotas de solução 1M de Ácido Clorídrico (HCl);
c) Descreva o que observou;
d) Explicar o porquê de suas observações.

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Reações de Dupla Troca

1. Reagentes: Nitrato de Magnésio e Hidróxido de Sódio


a) Colocar em um tubo de ensaio, 10 gotas de solução 0,1M de Nitrato de
Magnésio (Mg(NO3)2);
b) Adicionar, gota a gota, solução 0,5M de Hidróxido de Sódio (NaOH);
c) Descreva o que observou;
d) Descreva a equação química do processo.

2. Reagentes: Nitrato de Magnésio e Sulfato de Sódio


a) Colocar, em tubo de ensaio, 10 gotas de solução 0,1M de Nitrato de Magnésio
(Mg(NO3)2);
b) Adicionar, gota a gota, solução 0,1N de Sulfato de Sódio (Na2SO4);
c) Descreva o que observou;
d) Explique o porquê de suas observações.

3. Reagentes: Carbonato de Cálcio e Ácido Clorídrico


a) Colocar, em tubo de ensaio, um ponta de espátula de Carbonato de Cálcio
(CaCO3) sólido;
b) Adicionar gota a gota solução 1M de Ácido Clorídrico (HCl);
c) Descreva o que observou;
d) Escreva a equação química do processo.

4. Reagentes: Cloreto de Bário e Ácido Sulfúrico.


a) Colocar, em tubo de ensaio, 10 gotas de solução 0,1M de Cloreto de Bário
(BaCl2);
b) Adicionar, gota a gota, solução 1:1 de Ácido Sulfúrico (H2SO4) comercial;
c) Descreva o que observou;
d) Escreva a equação química do processo.

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Reações de Oxidação – Redução

1. Reagentes: Iodeto de Potássio, Cloreto Férrico e Tetracloreto de


Carbono.
a) Colocar, em tubo de ensaio, 20 gotas de solução 0,1M de Iodeto de Potássio
(KI) em 1mL de água destilada;
b) Adicionar 20 gotas de solução 0,1M de Cloreto Férrico (FeCl3);
c) Adicionar 5mL de Tetracloreto de Carbono (CCl4) e agitar vigorosamente;
d) Descrever o que observou;
e) Qual a equação química do processo?

2. Reagentes: Iodeto de Potássio, Dicromato de Potássio, Ácido Sulfúrico e


Clorofórmio.
a) Colocar, em um tubo de ensaio, 20 gotas de solução 0,1M de Iodeto de Potássio
(KI);
b) Adicionar 5 gotas de solução 0,1M de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7);
c) Adicionar 3 gotas de Ácido Sulfúrico (H2SO4)concentrado;
d) Colocar 5mL de Clorofórmio (CHCl3) e agitar vigorosamente;
e) Anotar o que observou;
f) Escrever a equação química do processo.

3. Reagentes: Água Oxigenada na presença de Dióxido de Manganês.


a) Colocar, em um tubo de ensaio, 5mL de Água Oxigenada (H2O2) a 20 volumes;
b) Adicionar uma pequena quantidade de Dióxido de Manganês (MnO2);
c) Prender o tubo de ensaio em um suporte ou em uma pinça de madeira;
d) Observar a reação. Ao perceber a evolução de gás no tubo, colocar um palito de
fósforo, em brasa, na boca do tubo. Tente apagar e reacender várias vezes o
palito;
e) Descreva o que observou;
f) O que significa Água Oxigenada (H2O2) a 20 volumes?
g) Escreva a equação química que representa esta reação.

20
Reações Endotérmicas e Exotérmicas

1. Reagentes: Cloreto de Amônio e Hidróxido de Sódio.


a) Colocar, em um tubo de ensaio, uma pequena quantidade de Cloreto de
Amônio (NH4Cl) sólido;
b) Adicionar 2mL de solução 1N de Hidróxido de Sódio (NaOH);
c) Observe a evolução da reação. Procure sentir a temperatura do tubo de ensaio.
d) Descreva o que aconteceu;
e) Escreva a equação química do processo.

2. Reagentes: Cobre sólido e Ácido Nítrico concentrado.


a) Colocar, em um tubo de ensaio, uma pequena quantidade de Cu0 (sólido);
b) Adicionar 2mL de Ácido Nítrico (HNO3) concentrado;
c) Observe a evolução da reação. Procure sentir a temperatura do tubo de ensaio.
d) Descreva o que aconteceu;
e) Escreva a equação química do processo.

Reação de Decomposição

1. Reagentes: Clorato de Potássio na presença de Dióxido de Manganês.


a) Colocar, em um tubo de ensaio, pequena quantidade de Clorato de Potássio
(KClO3) sólido;
b) Adicionar Dióxido de Manganês (MnO2) também em pequena quantidade;
c) Levar ao bico de Bunsen até que comece a liberação de gás (oxigênio gasoso);
d) Testar um palito de fósforo recém-apagado.

4. Referências

BROWN, T; LEMAY, H. E; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9ª ed. São


Paulo, PEARSON, 2005, 972 p.

CHANG, R. AGOLDSBY, A.K. QUÍMICA.11ª ed. BOOKMAN, 2013, 1169 p.

EBBING, D. D.; GAMMON, S. D. General Chemistry. 9ª ed. New York, Houghton


Mifflin, 2009, 1157 p.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed, vol 1. São Paulo. Makron, 1994, 662 p.

21
3ª AULA PRÁTICA: SEPARAÇÃO DE MISTURAS

1. Introdução

Misturas são formadas por duas ou mais substâncias diferentes e que pode ser
separada em seus componentes pelo uso das propriedades físicas diferente das
substancias. A maior parte dos materiais encontrados na natureza não se encontra em
seu estado puro, mas em misturas com diferentes componentes. Cada aspecto distinto
observado na mistura é denominado fase, e dependendo do número de fases, a mistura
pode ser classificada em homogêneas e heterogêneas (LEMBO, 2001, ATKINS 2006).

As misturas homogêneas apresentam apenas uma única fase, sem a possibilidade


de distinção dos componentes presentes. Uma mistura homogênea também pode ser
nomeada como solução. Já as misturas heterogêneas são aquelas que apresentam duas
ou mais fases, podendo distinguir os componentes presentes a olho nu. A mistura
heterogênica pode ser classifica de acordo com suas fases: bifásica, se apresentar
somente duas fases; trifásica, mistura com distinção de três fases; polifásica, a partir de
quatro fases em diante. A determinação das fases não indica quantos componentes estão
presentes na mistura (BRADY, 1995).

Quando se deseja separar essas misturas, devemos levar em consideração uma


série de fatores. Esses fatores são: misturas homogêneas e heterogêneas; o estado físico
da mistura (sólido, líquido e gasoso); e as propriedades físicas dos materiais presentes
na mistura (pontos de fusão e ebulição, densidade e solubilidade). A seguir são listadas
as principais formas de separação de misturas (BRADY, 1995).

-Filtração: método de separação de misturas heterogêneas entre sólidos e líquidos


pela passagem de um filtro e que pode ser classificada em simples e à vácuo. A filtração
simples é a passagem da mistura por um funil (Figura A) com papel de filtro (Figura G),
na qual o insolúvel fica retido no papel de filtro. Esse tipo de filtração utiliza apenas a
ação da gravidade para efetuar a separação. Já a filtração à vácuo é feita utilizando um
funil de Buchner (Figura D) sobre um kitassato (Figura C). O kitassato possui uma saída
lateral, que na hora da filtração é acoplado a uma trompa de água que arrasta o ar de
dentro do kitassato, reduzindo a pressão. Esse processo mostra-se mais rápido e mais
eficaz em relação a filtração simples (TRINDADE, 2010).

22
-Decantação: utiliza a diferença de densidade entre dois líquidos imiscíveis (que
não se misturam). Um exemplo desse tipo de separação é a mistura de água e óleo. Esse
processo utiliza um funil de decantação (Figura E). A mistura heterogênea é colocada
dentro do funil e suas fases ficam distintas e, dessa forma, é possível separar os dois
líquidos. É preferível que os líquidos possuam colorações diferentes para poder
observar melhor a marca em que os dois líquidos estão separados. Assim que a torneira
do funil de decantação é aberta, o líquido mais denso (que fica abaixo) vai escorrer para
o béquer (TRINDADE, 2010).

-Destilação: é comumente usada para separar cada um dos componentes de


misturas sólido-líquido ou líquido-líquido miscível pelo uso de suas diferentes
volatilidades. Existem dois tipos de destilação: a simples e a fracionada. A destilação
simples (Figura S) serve para separação de uma mistura homogênea em geral entre
sólidos e líquidos. É importante que os componentes da mistura possuam pontos de
ebulição bem distintos, e dessa forma o processo seja efetuado de maneira eficiente.
Nesse processo, a mistura é colocada em um balão de destilação, que possui uma saída
lateral para ser acoplado em um condensador. Após o componente com menor ponto de
ebulição passar pelo condensador, retorna para um recipiente ao final do condensador
em estado líquido novamente. Já a destilação fracionada utiliza geralmente uma mistura
entre dois líquidos e que possuem pontos de ebulição muito próximos. A destilação
fracionada é um aprimoramento da destilação simples, na qual uma coluna de vidro
cheia de obstáculos é colocada entre o condensador (Figura G) e o balão na qual a
mistura é aquecida. Os obstáculos no interior da coluna de vidro permitem que o
componente de menor ponto de ebulição chegue mais rapidamente ao condensador e
destile primeiro. Assim que ele destilar totalmente, destilará o próximo componente
líquido da mistura, que é recolhido em outro frasco (RUSSELL, 1994).

-Centrifugação: processo caracterizado pelo uso de aparelhos denominados


centrífuga (Figura Q), que aceleram a decantação entre sólidos e líquidos, separando
materiais de densidades diferentes. A mistura é colocada em um tubo de centrifuga para
a centrifugação. Este rotaciona em alta velocidade e, por inércia, faz com que as
partículas de maior densidade se depositem no fundo do tubo (RUSSELL, 1994).

23
2. Objetivos

- Distinguir sistemas homogêneos e heterogêneos (componentes e fases);

-Executar os principais procedimentos para separação de misturas em laboratório.

3. Parte experimental

3.1- Materiais necessários:

Tabela 3.1: Materiais usados na aula de Separação de Misturas

Figuras 3.1: (A): Funil de vidro, (B): Suporte universal, (C): Kitassato, (D): Funil de Buchner,
(E): Funil de decantação, (F): Tubos de centrífuga, (G):Papel de filtro, (H) : Condensador para
destilação fracionada, (I): termômetro, (J): Béquer, (L) : Manta aquecedora, (M): Bico de
Bunsen, (N): Proveta volumétrica, (O): Anel para funil, (P): Banho-maria, (Q): Centrífuga,
(R):Balão de destilação, (S): Aparelho de destilação simples.

(A) (B) (C)

(D) (E) (F)

(G) (I)
(H)

(J) (L) (M)

24
(N) (O) (P)

(Q)
(R) (S)

3.2.MÉTODOS EXPERIMENTAIS:

Filtração

Figura 1: Aparelho para o Procedimento de filtração simples.

Fonte: disponível: https://www.google.com.br/search?q=filtração+simples

a) Medir em proveta, 5 mL de solução de Sulfato de Cobre (CuSO ) 0,25M; 4

b) Medir em outra proveta, 5 mL de solução de Hidróxido de Sódio (NaOH) 0,5M;

c) Observe as duas soluções e misture em um béquer de 100 mL. Qual o aspecto do


sistema resultante dessa mistura?

d) Prepare um aparelho para filtração simples e proceda a operação observando os


cuidados necessários conforme a figura.

25
Opção facultativa: Preparar novamente a mistura e aquecê-la em banho-maria, observando
a formação do Óxido de Cobre II (CuO) por desidratação do Hidróxido de Cobre
(Cu(OH) ) Filtrar então, o óxido formado.
2

Figura 2: Aparelho para o Procedimento de filtração a vácuo.

Fonte: disponível:https://www.google.com.br/search?q=filtracao+a+vacuo

a) Repetir o procedimento anterior para formação do sistema a ser filtrado;

b) Preparar o aparelho para filtração a vácuo;

c) Proceda a operação;

d) Compare os resultados com a operação anterior.

Observe os tempos gastos na operação de filtração, a qualidade dos filtrados, o


aspecto dos sólidos retidos nos papéis de filtro. Descreva sucintamente o que observou.

Centrifugação

Figura 3: Aparelho para o Procedimento de centrifugação.

Fonte: disponivel:https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+centrifugação

26
a) Colocar em um béquer de 100 mL (ou de 50mL), 5mL de solução 0,1M de Cromato
de Potássio (K CrO ). Adicionar em seguida, 5mLde solução 0,1M de Cloreto de
2 4

Bário (BaCl ). Observe o sistema formado.


2

b) Tente separá-los por filtração simples. Anote o resultado;

c) Repita novamente o procedimento a.

d) Proceda agora a separação; levando a mistura a um tubo de centrífuga e submetendo-


a a centrifugação.

e) Compare os resultados das operações.

Cristalização

Figura 4: Aparelho para o Procedimento de cristalização

Fonte: disponível em:https://www.google.com.br/search?q=cristalizaçao

a) Medir em uma proveta, 5mL de solução 0,5N de Nitrato de Chumbo (Pb(NO ) ); 3 2

b) Medir em outra proveta, 5mL de solução 0,5N de Iodeto de Potássio (KI);

c) Observe as soluções e proceda a mistura em béquer de 100mL;

d) Aqueça a mistura resultante até dissolução de parte da fase sólida;

e) Deixe esfriar lentamente e observe, ao final da aula, o aspecto do sistema.

Obs.: Para efeito de melhor visualização, a prática de recristalização deve ser realizada
no início da aula.

Recristalização

Figura 5: Aparelho para o Procedimento de recristalização.

27
Fonte: disponível em:https://www.google.com.br/search?q=recristalização

a) Coloque em um béquer de 100mL, uma solução saturada de Sulfato de Cobre


(CuSO );
4

b) Filtre cerca de 50mL dessa solução saturada;

c) Proceda a evaporação da água, aquecendo o filtrado em bico de Bunsen e deixando a


ebulição reduzir o volume para cerca da metade (aproximadamente 25mL).

d) Deixar esfriar lentamente e passe para as etapas seguintes, voltando ao final da aula
para verificar a formação de cristais;

e) Descreva o que observou quanto à quantidade dos cristais formados, a quantidade de


impurezas retidas no filtro e outros aspectos que julgar interessante.

Obs.: Para efeito de melhor visualização, a prática de recristalização deve ser realizada
no início da aula.

Extração por solvente

Figura 6: Procedimento para Extração por solvente.

Fonte: disponível: https://www.google.com.br/search?q=extração+por+solventes

Opção 01:

a) Agite alguns pedaços de iodo sólido em água, usando um tubo de ensaio;

28
b) Transfira uma pequena porção da solução de cor castanha que foi obtida para um
funil de decantação;

c) Adicione um pouco de Tetracloreto de Carbono (CCl4), Diclorometano (CH₂Cl₂),


Cloroformio (CHCl3) ou outro solvente orgânico que o professor indicar. Proceda a
agitação de acordo com a técnica já mostrada;

d) Observe a formação de camadas num sistema heterogêneo;

e) Procure explicar o que aconteceu.

Opção 02:

a) Pesar aproximadamente 1g de dimetilglioxima e dissolver em 100 mL de etanol;

b) Transferir para um funil de decantação uma solução diluída de cloreto de níquel II e


posteriormente, a solução alcoólica de dimetilglioxima. Observe o sistema formado.

c) Adicionar 20 ml de Tetracloreto de Carbono (CCl4);

d) Agitar o funil, deixando, em seguida, decantar a mistura;

e) Observar as modificações e dar uma explicação para o fenômeno.

Destilação

Figura 7:Procedimento para destilação simples.

Termômetro

Saída de Água
Quente

Condensador

Balão de
fundo
redondo
Manta Saída de
Aquecedora Água Fria Béquer

Fonte: EBBING, D. D.; GAMMON, S. D. General Chemistry. 9ª ed. New York, Houghton Mifflin, 2009, 1157 p.

29
a) Utilizar um balão de destilação e colocar solução de Sulfato de Cobre (CuSO ) até
4

cerca da metade da sua capacidade;

b) Preparar o aparelho para destilação simples;

c) Proceder à destilação da solução de Sulfato de Cobre (CuSO ) até o aparecimento da


4

fase sólida no balão de destilação;

d) Observar a qualidade da fase condensada que está sendo recolhida no béquer, a


velocidade em função da segurança oferecida pelo aparelho e os fatores que podem
influenciar no processo.

5. Referências

BRADY, J. E; HUMISTON, G. E. Química Geral. 2ª ed, vol 1. Rio de Janeiro, LTC,


1995, 410 p.

LEMBO, A. Química-realidade e contexto: Química Geral. São Paulo, Ática, 2001.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed, vol 1. São Paulo, MAKRON, 1994, 662 p.

TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S.; BISPO, J. G. Química Básica


Experimental. 4ªed. São Paulo, Parma LTDA, 2010.

30
4ª AULA PRÁTICA: SOLUÇÕES
1. Introdução

Para que ocorra uma reação química entre duas ou mais substâncias, os íons ou
moléculas presentes nos reagentes devem entrar em contato entre si. A velocidade na
qual a reação acontece depende da facilidade que as espécies reagentes apresentam para
se misturarem. Este fenômeno acontece porque, em soluções, as substâncias estão
ligadas e misturadas a nível iônico ou molecular e geralmente as transformações
químicas ocorrem mais rapidamente (LEE, 2003).

Por definição, soluções são misturas homogêneas, formadas pela união entre
soluto e solvente. O soluto é a substância que está sendo dissolvida, e o solvente é a
substância que efetua a dissolução, normalmente se encontra em maior quantidade.
Grande parte das soluções é aquosa, e são denominadas desta forma por apresentarem a
água como solvente (RUSSEL, 1994).

As soluções podem ser classificadas de acordo com o coeficiente de solubilidade


(Cs). O Cs é a quantidade máxima de soluto capaz de se dissolver numa quantidade
padrão de solvente a certa temperatura. De acordo com a quantidade de soluto
dissolvido, ou Cs, as soluções podem ser classificadas em:

- Soluções saturadas: solução que contenha a máxima quantidade de um soluto em


um dado solvente a uma dada temperatura.

- Soluções insaturadas: contém mais soluto de que é capaz de dissolver.

- Soluções supersaturadas: têm quantidade de soluto maior do que o existente em


uma solução saturada. Esta é uma solução instável, não havendo equilíbrio de
solubilidade e o soluto tende a cristalizar-se. Pode ocorrer esta situação nas soluções
citadas anteriormente, caso as condições padrão sejam alteradas; isso inclui a
temperatura (ATKINS, 2006).

Titulação é a adição de uma solução de contração geralmente conhecida por outra


solução de concentração desconhecida, até que a reação química entre as duas soluções
esteja completa (CHANG, 2013).

31
A padronização determina a concentração de uma solução por calibração direta
ou indireta, com um padrão primário (CHANG, 2013).

O padrão primário e um composto químico de alta pureza que é utilizado na


padronização ou determinação de concentrações de soluções padrão (SKOOG, 2008).

As soluções podem ser classificadas em sólidas, líquidas e gasosas a Tabela (3)


mostra alguns exemplos.

Tabela 3: Tipos de soluções e exemplos.

Tipos de soluções Soluto + Solvente Exemplos

Gás dissolvido em gás Gás oxigênio + gás nitrogênio

Líquido dissolvido em gás Clorofórmio + gás nitrogênio

Gasosas Sólido dissolvido em gás Gelo seco + gás nitrogênio

Gás dissolvido em líquido Gás oxigênio + Água

Líquidas Líquido dissolvido em líquido Álcool etílico + Água

Sólido dissolvido em líquido Sacarose + Água

Gás dissolvido em sólido gás hidrogênio+ Paládio

Sólidas Líquido dissolvido em sólido Mercúrio + Ouro

Sólido dissolvido em sólido Zinco + cobre

Através do conjunto formado por soluto e solvente, denominado de solução, pode-


se estabelecer diferentes relações entre as quantidades de cada composto presente na
solução. Essas relações são chamadas de Unidades de Concentração. A quantidade
relativa de uma substância é conhecida como concentração e é expressa em diferentes
unidades. As mais comuns são: Concentração Comum, Percentagem, Título, Fração
Molar, Molaridade, Normalidade e Molalidade (BRADY, 1995).

32
1.1- Concentração Comum: relaciona a massa de soluto em gramas (g) com o volume
da solução em litros (L), chamada também de concentração em g/L.

C=

- C é a concentração em g/L;

- é a massa do soluto em grama (g);

- V é o volume da solução em litros (L).

1.2- Percentagem: relação que expressa certa quantidade de soluto para 100 partes de
solução, e é classificada em três tipos:

a) em massa: x% (p/p)

x gramas de soluto por 100 gramas de solução.

b) em volume: x% (v/v)

x mL de soluto para 100 mL de solução.

c) em massa/volume: x% (p/v)

x gramas de soluto por 100 mL de solução.

1.3- Título: pode relacionar a massa de soluto com a massa da solução ou o volume do
soluto com o volume da solução.

a) título em massa (T): é a razão entre a massa de soluto ( ) e a massa de


solução (m), ambas na mesma unidade, que em geral encontra-se em gramas.

T=

b) título em volume (Tv): é a razão entre o volume de soluto ( ) e o volume da


solução (V), ambas na mesma unidade, que em geral encontra-se em litros.

Tv =

O Título é uma grandeza que não possui unidade, pois é uma divisão de dois
valores de massa (massa do soluto pela massa da solução), e as unidades se “cancelam”.

33
Como a massa e o volume de soluto nunca poderão ser maiores que os da própria
solução, o valor do título nunca será maior que 1.

1.4- Fração molar: a fração molar X de um dado componente “a” em uma solução é a
razão do número de mols deste componente pela soma de mols de todos os
componentes da solução. A fração molar não possui unidade.

Xa =

Essa equação é válida para qualquer componente da solução que se deseja obter a
fração molar. A soma das frações molares de todos os componentes de uma solução
deve ser igual a 1. Isto é: XA+XB+... = 1.

1.5- Molaridade: é o número de mols do soluto dissolvido por litro de solução, também
chamada de concentração molar.

M=

- M é a molaridade em mol/L;
- n1 é o número de mols do soluto (mol);
-V é o volume da solução (L).
1.6- Molalidade: é o número de mols de soluto dissolvido por quilograma (1000 g) de
solvente, ou quantidade de matéria/massa.

W=

W - molalidade em mol/kg;
n1 - número de mols do soluto (mol);
m1 – massa do soluto;
M1 – massa molar do soluto;
m2 - massa do solvente (kg).
Numa solução aquosa diluída, 1L de solução contém aproximadamente 1L de
água, ou seja, 1kg de água. Dessa forma o número de mols de soluto por litro de solução
(molaridade) é aproximadamente igual ao número de mols do soluto por quilograma de
água (molalidade).

34
1.7- Normalidade: é a relação entre o número de equivalente-grama do soluto existente
em 1 litro de solução.

N=

Número de equivalente em gramas:

Equivalente

O número de k para:

As bases Número de hidroxilas

Os ácidos Número de hidrogênio ionizáveis.

Os sais Total de valência dos cátions e aníons

Os óxidos Total de valência do elemento combinado com oxigênio

Normalidade:

2. Objetivos

- Definir e classificar soluções;

- Definir as principais unidades de concentração e realizar cálculos envolvendo as


mesmas;

- Preparar e padronizar soluções.

35
3. Parte experimental

3.1 materiais necessários

Tabela 4.1: materiais usados parta aula de soluções

Figuras 4.1: (A): Balão volumétrico, (B): Balança, (C): Erlenmeyer; (D): Bureta, (E): Bico de
Bunsen, (F): Vidro de relógio, (G): Pipeta volumétrica, (H): Cápsula de porcelana, (I): Pera de
borracha, (J): Banho-maria, (L) Estufa, (M) Béquer .

(A) (B) (C) (D)

(E) (G) (H)


(F)

(I) (J) (L) (M)

3.2 METODOS EXPERIMENTAIS:

O preparo de soluções constitui uma das etapas preliminares do trabalho em


laboratório, dele dependem as evoluções de umas análises e as precisões dos resultados,
sendo assim, é necessário atentar para as pesagens e aferições sem negligenciar sobre a
simplicidade do processo.

36
Figura 3.2:Preparo e Padronização de solução

Fonte : livro de química geral.ufpa

1. Efetue os cálculos para determinação do volume de HCl concentrado com a pureza


e densidade apresentados no rótulo que devem ser diluídos para 100 mL de solução a
0,5N.

2. Proceda a diluição atentando para os cuidados necessários: transferir, com auxílio do


funil, o volume de ácido sobre certo volume de água até a marca de aferição.
Homogeneizar a solução.

3. Padronização da solução de acido clorídrico (HCl) com carbonato de sódio


(Na2CO3) O professor explicará as razões pelas quais a solução de acido clorídrico(
HCl) deve ser padronizada.

a) Você recebe do professor um recipiente que contém carbonato de sódio


(Na2CO3) dessecado e frio; efetue então a pesagem de 0,6 desse material em erlenmeyer
de 125 mL e dilua em 25ml de água destilada. Anote precisamente a massa carbonato de
sódio (Na2CO3) utilizado.

b) Prepare uma bureta, conforme foi ensinado, usando a solução de acido


clorídrico (HCl) que vai ser padronizada.

37
c) Adicione três gotas de fenolftaleína na solução de erlenmeyer, ajuste sob a
bureta, adapte em fundo branco e proceda a titulação. Feche a torneira da bureta à
primeira mudança de coloração que a solução do erlenmeyer apresentar.

d) Aqueça levemente a solução, observe se há mudança de coloração, caso


positivo, complete a titulação.

e) Repita as etapas a, b, c e d mais de uma vez.

f) Encontre o volume médio do acido clorídrico (HCl) e efetue os cálculos para a


determinação do “fator volumétrico” que corrige a concentração aproximada do acido
clorídrico (HCl). O professor vai auxiliar nesta tarefa mostrando como proceder ao
cálculo e esclarecendo as passagens que você observou.

Obs. Armazenar em um frasco adequado a solução de acido clorídrico (HCl) preparada


e lavar a vidraria utilizada.

FIGURA 3.3 : Esquema para o preparo de soluções

Fonte: EBBING, D. D.; GAMMON, S. D. General Chemistry. 9ª ed.

1. Faça o cálculo da massa de Sulfato de Cobre penta-hidratado (CuSO4.5H2O) necessário


para preparar 100mL de solução a 0,5 N.
2. Pese a massa encontrada em béquer de 100mL.
3. Dissolva o Sulfato de Cobre (CuSO4) em pequenos volumes de água destilada e
transfira, com auxílio de funil, para um balão volumétrico de 100mL. Lave o funil para
evitar perdas de massa de soluto.
4. Complete o volume para a marca de aferição do balão volumétrico e faça a
homogeneização da solução.
Transfira para um frasco de armazenamento e lave a vidraria utilizada.

38
3.3. Determinação da concentração de uma solução de cloreto de sódio

1. Pesar uma cápsula de porcelana seca. Anotar a sua massa.


2. Medir 5mL de uma solução de Cloreto de sódio (NaCl) usando uma pipeta volumétrica
transferir para a cápsula.
3. Levar a cápsula ao banho-maria até quase secura.
4. Remover a cápsula do banho-maria, secar o fundo da cápsula de porcelana e levá-la a
uma estufa a 110-150 ºC até secagem completa.
5. Deixar esfriar por 10 minutos.
6. Pesar a cápsula.
7. Calcular a massa de Cloreto de sódio (NaCl) após secagem e a concentração da
solução de Cloreto de sódio (NaCl) em porcentagem.

massa de NaCl 100 %


%
volume da amostra mL
Obs. Esta prática pode ser colocada em andamento enquanto acontece a realização das
práticas 1 e 2 da apostila.

4. Referências:
ATKINS, P. W; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e
o Meio Ambiente. 3ª ed. Porto Alegre, BOOKMAN, 2006, 965 p.

BRADY, J. E; HUMISTON, G. E. Química Geral. 2ª ed, vol 1. Rio de Janeiro, LTC,


1995, 410 p.

CHANG, R; GOLDSBY, K. A. Química 11ª ed, Rio de Janeiro, Mcgraw Hill, 2013,
1168 p.

LEE, J. D. Química Inorgânica não tão Concisa. 1ª ed. São Paulo, EDGARD
BLUCHER, 2003, 528 p.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed, vol 1. São Paulo, MAKRON, 1994, 662 p.

SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R.; Fundamentos da


Química Analítica, Cengage Learning, São Paulo, 2008

39
5ª AULA PRÁTICA: EQUILÍBRIO QUÍMICO

1. Introdução

Uma reação química é um fenômeno associado à transformação das substâncias,


sendo a maior parte reversível. No início de um processo reversível, a reação se dá no
sentido da formação dos produtos, e a partir da formação de algumas moléculas dos
produtos, começa o processo inverso, isto é, começam a formar moléculas dos
reagentes. Dessa forma, as reações químicas tendem para um estado de equilíbrio
denominado equilíbrio químico. No equilíbrio as concentrações dos reagentes e dos
produtos permanecem constantes ao longo do tempo. Esse equilíbrio é um estado em
que a velocidade com que desaparecem os reagentes é igual à velocidade de formação
dos produtos; nestas condições não há transformação aparente do sistema, mas as
reações direta e inversa se processam simultaneamente a uma mesma velocidade. Em
uma reação química em equilíbrio, utiliza-se o símbolo de dupla seta, que significa que
a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa, ou seja, é um
estado dinâmico (CHANG, 2013).

Quando esses sistemas em equilíbrio são submetidos a qualquer perturbação


externa, o equilíbrio tende a deslocar-se no sentido que irá minimizar o efeito dessa
perturbação. Esta afirmação é o chamado Princípio de Le Chatelier, e conforme o
sistema se ajusta, o equilíbrio altera sua “posição”. Existem três fatores que alteram o
estado de equilíbrio: concentração, pressão e temperatura; e cada um desses fatores
tende a minimizar o efeito de uma perturbação de maneira diferente (SILVA, 2014).

Um aumento da temperatura desloca o equilíbrio para o lado que consome calor


(endotérmico), enquanto que uma diminuição da temperatura desloca o equilíbrio para o
lado da reação que libera calor (exotérmico). Além disso, a temperatura pode alterar o
valor da constante de equilíbrio. Essa constante é o valor da lei de ação das massas para
certa reação em equilíbrio, a uma dada temperatura. É definida por:

onde o subíndice c indica que na expressão estão sendo usadas concentrações;

40
[P] é a concentração dos produtos.

[R] é a concentração dos reagentes.

Caso na reação reagente e produtos possuam coeficientes estequiométricos, esses


valores de reagentes e produtos serão elevados aos seus respectivos coeficientes
(RUSSELL, 1994).

Ao alterar as concentrações de um sistema em equilíbrio, este se desloca no


sentido de amenizar esta perturbação. Então, aumentando a concentração de reagentes
ou produtos, o equilíbrio desloca-se para o lado oposto, a fim de consumir a quantidade
em excesso. Caso ocorra uma diminuição da concentração de reagentes ou produtos, o
equilíbrio desloca-se para o mesmo lado da perturbação, para produzir maior quantidade
da substância que teve sua concentração alterada e voltar ao estado de equilíbrio
(BROWN, 2005).

Da mesma forma que a concentração, ao variar a pressão de um sistema em


equilíbrio, este tende a minimizar o efeito da perturbação. Se ocorrer um aumento da
pressão no sistema, o estado de equilíbrio desloca-se para o lado da reação que tiver
menor número total de moléculas de gás, pois menos moléculas de gás exercem menor
pressão. Porém, se a pressão for diminuída no sistema, ou seja, ocorrer um aumento do
volume, o equilíbrio será direcionado no sentido da reação que produzir mais moléculas
de gás (BROWN, 2005).

2. Objetivos

- Conceituar estado de equilíbrio de uma reação química;

- Comprovar experimentalmente o “Princípio de Le Chatelier”.

3. Parte experimental

Tabela 5.1: Materiais necessários para aula de Equilíbrio Químico.

41
3.1 Materiais necessários:

Figuras 5.1: (A): Tubo de ensaio, (B): Béquer, (C): Manta aquecedora, (D): Espátula,
(E): Garra metálica, (F): Suporte universal.

(A) (B) (C)

(D) (E) (F)

Reagentes:

Tiocianato de Nitrato de Dicromato de Cloreto de Cloreto de Cloreto de


Potássio 0,1M Bário 0,1M Potássio 0,1M Magnésio Amônio sódio
(KSCN) (Ba(NO3)2) (K2Cr2O7) 0,1M sólido concentrada
(MgCl2) (NH4Cl) (NaCl)
Cromato de Hidróxido de Ácido Nitrato de Nitrato Nitrato de
Potássio 0,1M Sódio 0,2M Clorídrico 1M Potássio 0,1M Férrico 0,1M Chumbo 0,5N
(K2CrO4) (NaOH) (HCl) (KNO3) (Fe(NO3)3) (Pb(NO3)2)
3.2 TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

EXPERIMENTO I
1. Coloque duas gotas de solução de Tiocianato de Potássio (KSCN) em um tubo
de ensaio;
2. Acrescente duas gotas de solução de Nitrato Férrico (Fe(NO3)3);
3. Adicione água destilada até quase encher o tubo de ensaio;

42
4. Utilizando outro tubo de ensaio, homogeneíze a solução passando a mesma de
um tubo para o outro por 3 a 4 vezes;
5. Divida a solução em quatro partes iguais em tubos de ensaio de mesmo diâmetro
e numere estes tubos;
6. Reserve o tubo nº 1 que será usado como referência (para comparar a
intensidade da coloração);
7. Adicione 3 gotas de solução de Tiocianato de Potássio (KSCN) ao tubo nº 2 e
observe a coloração. Compare com o tubo padrão (nº 1);
8. Adicione 3 gotas de solução de Nitrato Férrico (Fe(NO3)3) ao tubo nº 3 e
observe a coloração. Compare com o tubo padrão;
9. Adicione 6 gotas de solução de nitrato de potássio (KNO3) ao tubo nº 4. Observe
a coloração e compare com o tubo padrão;
10. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa
do experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO II

1. Coloque 1 mL de solução de Cloreto de Magnésio (MgCl2) 0,1 M em um tubo


de ensaio;
2. Ao mesmo tubo de ensaio adicione 1 mL de solução de Hidróxido de Sódio
(NaOH) 0,2 M; aguarde um pouco e observe o que se forma;
3. Com uma espátula adicione um pouco de Cloreto de Amônio (NH4Cl) sólido ao
tubo de ensaio. Observe o que ocorre;
4. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa
do experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO III

1. Coloque 1 mL de solução de Nitrato de Chumbo (Pb(NO3)2) 0,5 N em um tubo


de ensaio;
2. Adicione 10 gotas de solução concentrada de Cloreto de Sódio (NaCl);
3. Adicione 5 mL de água destilada;
4. Aqueça o tubo de ensaio com a mistura, em banho-maria ( 80 ºC) por cerca de
15 minutos e observe o que ocorre;
5. Deixe o tubo de ensaio esfriar e observe o que ocorre;

43
6. Procure explicar o que você observou usando a equação química representativa
do experimento e o princípio de Le Chatelier.

EXPERIMENTO IV

1. Coloque 10 gotas de Cromato de Potássio (K2CrO4) 0,1 M em um tubo de ensaio


limpo. Acrescente 2 gotas de Hidróxido de Sódio (NaOH) 1M. Acrescente, gota
a gota, Nitrato de Bário (Ba(NO3)2) 0,1M até perceber alguma alteração. Anote
o resultado. Guarde este tubo de ensaio para a etapa (3);
2. Em outro tubo de ensaio limpo, adicione 10 gotas de Dicromato de Potássio
(K2Cr2O7) 0,1M. Acrescente 2 gotas de Ácido Clorídrico 1M e, depois, 10 gotas
de Nitrato de Bário 0,1M. Observe o que ocorreu e anote o resultado. Guarde
este tubo de ensaio para a etapa (4);
3. Anote suas observações a respeito das solubilidades relativas do Cromato de
Bário (BaCrO4) e do Dicromato de Bário (BaCr2O7) de acordo com suas
observações nas etapas (1) e (2);
4. Ao tubo de ensaio da etapa (1), acrescente, gota a gota, Ácido Clorídrico (HCl)
1M até notar alguma alteração. Anote suas observações;
5. Ao tubo de ensaio da etapa (2) acrescente, gota a gota, Hidróxido de Sódio
(NaOH) 1M até notar alguma modificação. Anote suas observações;
6. Sugira uma maneira de inverter as alterações observadas nas etapas (3) e (4).
Discuta com seu professor e tente fazê-la;
7. Coloque 10 gotas de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) 0,1M em um tubo de
ensaio e a mesma quantidade de Cromato de Potássio (K2CrO4) 0,1M em outro
tubo de ensaio. Acrescente algumas gotas de Nitrato de Bário (Ba(NO3)2) 0,1M
a cada um dos tubos de ensaio.

4. Referências:

BROWN, T; LEMAY, H. E; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9ª ed. São


Paulo, PEARSON, 2005, 972 p.

CHANG, R. AGOLDSBY, A.K. QUÍMICA.11ª ed. BOOKMAN, 2013, 1169 p.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed, vol 2. São Paulo, MAKRON, 1994, 628 p.

SILVA, R. R. da; BOCCHI, N.; FILHO, R. C. R; MACHADO, P. F. L. Introdução à


Química Experimental. 2ª ed. São Paulo, McGraw-Hill, 2014.

44
6ª AULA PRÁTICA: ÁCIDOS E BASES

1. Introdução

As primeiras definições de ácidos e bases foram baseadas em critérios de gosto e


tato, sendo que os ácidos eram azedos e bases tinham uma consistência de sabão. A
partir da Teoria de Arrhenius, as propriedades de ácidos e bases passaram a ser
compreendidas de uma forma mais detalhada e aprofundada (ATKINS, 2008). Para
Arrhenius, um ácido é um composto que possui hidrogênio e, ao se ionizarem em água,
produzem os íons hidrônio ou hidroxônio (H3O+), comumente representado por H+.
Bases são compostos que sofrem dissociação iônica em soluções aquosas, liberando
apenas um tipo de ânion, OH- (íon hidróxido), nomeada hidroxila. Porém, essa definição
é muito restrita, porque limita o fenômeno ácido-base apenas a soluções aquosas
(BRADY, 1996).

Outra teoria para definir ácidos e bases é a de Bronsted-Lowry, no qual o aspecto


fundamental de uma reação ácido-base é a transferência de um próton de uma espécie
para outra. Um ácido é uma substância doadora de prótons, já a base é uma substância
que recebe um próton de um ácido. Essas definições não se referem ao meio no qual a
transferência do próton ocorre, o que significa que as reações, segundo essa teoria, se
aplicam a qualquer solvente (RUSSELL, 1994).

Um exemplo de ácido de Bronsted-Lowry é o fluoreto de hidrogênio, HF, em água:

HF(g) + H2O(l) → H3O+(aq) + F(aq)-

Um exemplo de base de Bronsted-Lowry é a amônia, NH3, em água:

NH3(aq) + H2O(l) → NH2+(aq) + OH-(aq)

Como pode ser observado nos exemplos acima, a água é uma substância
anfiprótica, ou seja, pode atuar tanto como ácido de Bronsted como base de Bronsted
(ATKINS, 2008).

A terceira teoria mais relevante para definir ácidos e bases é a de Lewis. Um ácido
de Lewis é uma substância que atua como receptora de par eletrônico. Já a base de

45
Lewis é uma substância capaz de doar par eletrônico para a formação de uma ligação
covalente. O exemplo abaixo apresenta um ácido e uma base de Lewis.

+ → +

1.1- AUTO IONIZAÇÃO DA ÁGUA:

Seja a equação: → +

Em água pura a 25ºC, as concentrações molares de H3O+ e OH- são iguais e são
conhecidas experimentalmente como sendo 1,0.10-7 mol.L-1, assim:

Kw = [H3O+].[OH-]

KW = (1,0. 10-7) x (1,0. 10-7) = 1,0. 10-14

Onde: KW é também conhecida como constante de auto ionização da água. Observa-se


que, as concentrações de H3O+ e OH- são muito baixas em água pura, o que explica
porque a água pura é má condutora de eletricidade (ATKINS, 2006)

Além disto, como KW é uma constante de equilíbrio, o produto das concentrações


dos íons H3O+ e OH- são sempre iguais a KW. Pode-se aumentar a concentração de íons
H3O+ pela adição de ácido, e nesse caso a concentração de íons OH- deve decrescer para
preservar o valor de KW. Alternativamente, aumenta a concentração de íons OH- pela
adição de base, mas então a concentração de íons H3O+ deve diminuir (ATKINS, 2006).
Contudo, é preciso lembrar que há sempre algum OH- presente em uma solução ácida,
do mesmo modo que existe algum H3O+ mesmo que a solução seja básica (BRADY,
1996).

Assim sendo, percebe-se que a mesma amostra de água fornece quantidades iguais
de prótons e íons hidróxidos. As quantidades de H3O+ e OH- resultantes da auto
ionização da água, apesar de pequenas são mensuráveis. Em soluções empregadas no
laboratório, a concentração molar do íon hidrogênio geralmente é pequena. Uma
maneira simples de representar essa concentração é através do pH, definido como
segue:

pH = -log[H3O+]

46
De modo análogo, definiremos o pOH:

pOH = - log[OH-]

Quer se trate de uma solução de água pura ou uma solução aquosa de uma
espécie dissolvida, a 25oC pode-se observar a seguinte relação:

[H3O+].[OH-] =1,0.10-14

Aplicando o logaritmo e multiplicando por -1 ambos os lados, a equação fica:

-log[H3O+] - log[OH-] = 14

Das definições de pH e pOH, pode-se obter:

pH + pOH = 14

1.2- ESCALA DE pH:

Sabendo-se que o valor de pH é simplesmente um modo de exprimir a


concentração hidrogeniônica, as soluções ácidas e básicas a 25oC podem ser
determinadas pelos seus valores de pH (Figura 1) como segue:

[ H3O+ ] [OH-], são ditas soluções ácidas; pH 7.

[H+] = [OH-], são ditas soluções neutras; pH = 7.

[H3O+] [OH-], são ditas soluções básicas ou alcalinas; pH 7.

Figura 1 : Escala de pH ácido-base.

Fonte : Disponível em https://www.google.com.br/search?q=escala+de+pH

Sempre que a concentração do íon hidrogênio se iguala à concentração do íon


hidróxido, como na água pura, pode-se dizer que a solução é neutra. Um ácido é uma

47
substância que torna a concentração do H3O+ maior que a concentração do OH-;
reciprocamente, uma base torna a concentração do OH- maior que a concentração do
H3O+. Além disto, muitos materiais comuns são, também, ácidos ou básicos e seus
graus de acidez ou basicidade são convenientemente expressos em termos de pH. Note
que os materiais possuindo um pH menor do que 7, isto é, os que são ácidos, têm sabor
caracteristicamente azedo. O suco de limão, por exemplo, contém ácido cítrico e o
vinagre contém ácido acético. Por outro lado, substâncias básicas, tais como o leite de
magnésia (uma supensão de Mg(OH)2 em água), têm sabor amargo (ATKINS, 2008).

Define-se titulação como a adição de uma solução de concentração geralmente


conhecida por outra solução de concentração desconhecida, até que a reação química
entre as duas soluções esteja completa, ou seja, que se alcance o ponto de equivalência
(CHANG, 2013). Em qualquer titulação, o ponto de equivalência química,
experimentalmente chamado ponto final, é assinalado pela variação da cor de um
indicador ou da resposta de um instrumento (Skoog, 2008, Atkins, 2008).

2.Objetivos

- Determinar substâncias ácidas e básicas a partir do uso de indicadores;

- Realizar uma titulação ácido-base;

3. Parte experimental

3.1 materiais necessários


Tabela 6.1: materiais usados na aula de ácidos a bases
Figuras 6.1: (A): Tubo de ensaio, (B): Béquer, (C): Filtro, (D): Aro para funil, (E): Funil de vidro,
(F): Bureta, (G): Erlenmeyer, (H): Espátula, (I): Suporte universal e (J) Pipeta graduada.

(A) (B) (C) (D) (E)

48
(F) (G) (H) (I) (J)

Reagentes:

Indicador Indicador Indicador Solução de Solução de


fenolftaleína Alaranjado de Azul de ácido ácido
Metila bromotimol sulfúrico clorídrico 1N
H2SO4(aq) 1N HCl(aq)

Solução de ácido Solução Solução de Solução de Solução de


acético padronizada de hidróxido de hidróxido de hidróxido de
CH3COOH(aq) NaOH amônio sódio potássio
1N (aq) 1N NH4OH(aq) 1N NaOH(aq) 1N KOH(aq) 1N

Anidrido Vinagre Sódio Óxidos de óxido de


fosfórico comercial metálico(s) bário (BaO(s)) cálcio(CaO(s))
P2O5(s)

3.2 TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

Experiência 01: Testar o extrato alcoólico das flores de papoula vermelha com as
seguintes soluções. Coloque em cada um dos tubos 3mL de cada solução e adicione 5
gotas de extrato da flor.

Tabela1: Utilização de indicadores ácido-base extraídos da papoula vermelha

TUBOS SOLUÇAO EXTRATO DE COLORAÇAO


FLOR

49
01 NaOH
02 HCl
03 Água sanitária
04 Suco de limão
05 Água de sabão
06 Soda limonada
07 Vinagre
08 Shampoo
09 Água de torneira

Experiência 02:

Numerar 08 tubos de ensaio e colocá-lo numa estante para tubos de ensaio, de


acordo com a Tabela 2 para verificar se a substância é ácida ou básica.
Adicionar cerca de 1 mL (10 gotas) de cada uma das soluções ácidas ou básicas
de acordo com a Tabela 2. Nos tubos 1 e 2 colocar o papel de Tornassol Azul e
Vermelho, anotar na tabela sua coloração.
Tabela 2: Determinação de ácido-base a partir de diferentes indicadores
Tubo Soluções Indicador Coloração

01 HCl 1M - Tornassol
Vermelho
02 KOH 1M
- Tornassol
Azul

03 NaOH 1M
- Fenolftaleína
04 HNO3 1M

05 CH3COOH 1M
- Alaranjado
06 NH4OH 1M de Metila

07 H2SO4 1M - Azul de
Bromotimol
08 NH4OH1M

50
Experiência 03: Determinação de pH a partir de diferentes reações químicas

Experiência 3.1

A) Colocar com a ponta de uma espátula uma pequena quantidade de oxido de bário
(BaO) ou oxido cálcio (CaO) em um tubo de ensaio.
B) Acrescentar 4 mL de água destilada. Agitar e filtrar
C) Adicionar no filtrado o indicador conforme as equipes abaixo e anotar a
coloração:
Equipe 01: 02 gotas de fenolftaleína
Equipe 02: 02 gotas de alaranjado de metila
Equipe 03: 02 gotas de azul de bromotimol
Equipe 04: 02 gotas de vermelho de metila
Experiência 3.2

A) Colocar 2 mL de água destilada em um tubo de ensaio, adicionar pequena


quantidade de anidrido fosfórico (P2O5) e agitar. Após a agitação adicione no tubo
de ensaio o indicador conforme as equipes abaixo e observe a coloração.

Equipe 01: 02 gotas de fenolftaleína


Equipe 02: 02 gotas de alaranjado de metila
Equipe 03: 02 gotas de azul de bromotimol
Equipe 04: 02 gotas de papel de tornassol

Experiência 04: Construção de uma escala de pH.

Numere 8 tubos de ensaio :


Equipe 01: Trabalhará com solução de NaOH 1M
Equipe 02: Trabalhará com solução de HCl 1M
Equipe 03: Trabalhará com solução de H2SO4 1M
Equipe 04: Trabalhará com solução de KOH 1M

Tubo 01: 6mL da solução de 1M da substancia indicada para a equipe


Tubo 02: 1mL do tubo 1 mais 5mL de agua destilada . Agitar
Tubo 03: 1mLdo tubo 2 mais 5mL de agua destilada. Agitar
Tubo 04: 1mL do tubo 3 mais 5mL de agua destilada. Agitar

51
Tubo 05: 1mL do tubo 4 mais 5mL de agua destilada. Agitar
Tubo 06: 1mL do tubo 5 mais 5mL de agua destilada. Agitar
Tubo 07: 1mL do tubo 6 mais 5mL de agua destilada. Agitar
Tubo 08: 1mL do tubo 7 mais 5mL de agua destilada. Agitar
-Utilizando um papel de medição de pH, meça e anote o pH de cada tubo de ensaio .
-Usando os mesmos indicadores de experiência 03, adicione 02 gotas em cada tubo de
ensaio. Anote a coloração.

Experiência 05: Determinação do Teor de Ácido Acético no Vinagre.


- Lavar cuidadosamente com água destilada a vidraria a ser utilizada nesta determinação;
- Pipetar e transferir para um erlenmeyer de 250mL, 25mL de vinagre comercial;
- Adicionar a este volume, 2 a 3 gotas de fenolftaleína;
- Titular esta amostra com o auxílio de uma bureta contendo solução padronizada de NaOH
1N até o aparecimento de uma coloração rósea persistente. Anotar o fator de correção da
base.

Experiência 06: Experiência demonstrativa.


- Colocar cerca de 300 mL de água destilada em um béquer de 600 mL.
- Adicionar 4 gotas de fenolftaleína.
- Com auxílio de uma pinça metálica, acrescentar pequeno pedaço de sódio metálico
(queima com chama amarela) ou potássio metálico (queima com chama violeta) ao
béquer.

4. Referencias:

ATKINS, P. W; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e


o Meio Ambiente. 3ª ed. Porto Alegre, BOOKMAN, 2006, 965 p.

CHANG, R; GOLDSBY, K. A. Química 11ª ed, Rio de Janeiro, Mcgraw Hill, 2013,
1168 p.

BRADY, J. E. H., G.E. QUÍMICA GERAL. 2ª. Rio de Janeiro: LTC, 1995. 410

SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R.; Fundamentos da


Química Analítica, Cengage Learning, São Paulo, 2008

52
7ª AULA PRÁTICA: PROPRIEDADES FÍSICAS

1. Introdução
Substâncias podem ser identificadas por suas propriedades, bem como sua
composição. As propriedades químicas são definidas quando ocorrem uma
transformação ou interação de uma substância. Já as propriedades físicas não envolvem
qualquer mudança na composição ou identidade da substância em si, ou seja, são
propriedades que podem ser medidas ou observadas, sem alterar a substância. Essas
propriedades físicas podem ser agrupadas em intensivas e extensivas (ANDRADE,
2004).
As propriedades extensivas são dependentes da quantidade de matéria da
substância presente na amostra, sendo que o volume e a massa são propriedades que
estão contidas nessa classificação. Já as propriedades intensivas independem da
quantidade de matéria presente na amostra, como por exemplo, a temperatura e a
pressão. Uma propriedade extensiva pode ser convertida em uma propriedade intensiva
das seguintes formas: dividindo a propriedade extensiva pela matéria; ou dividindo por
outra propriedade extensiva. Por exemplo, a divisão entre massa e volume (que são
propriedades extensivas) resulta em uma propriedade intensiva, a densidade
(ANDRADE, 2004). A densidade (d) de uma substância é definida pela razão entre
massa (m) e volume (V), e segundo o SI a unidade é quilograma por metro cúbico
(kg/m3). Entretanto, é mais comumente expressa em grama por centímetro cúbico
(g/cm3) ou gramas por mililitro (g/mL) (CHANG, 2013). A equação de densidade é
dada por:

d=

A densidade é usual para definir materiais puros e impuros, pois a densidade dos
materiais que não são puros (misturas) é uma função da sua composição. Além disso,
pode ser utilizada na identificação e controle de qualidade de um determinado produto
industrial (ANDRADE, 2004).
A determinação da densidade de um sólido pode ser feita pesando-se
cuidadosamente o sólido, e em seguida determinando-se o seu volume, caso apresente
uma forma regular. No caso de sólidos irregulares (o que torna impossível medir suas

53
dimensões), o volume poderá ser determinado utilizando um método de deslocamento, e
este segue o princípio de Arquimedes (ANDRADE, 2004).
A densidade dos líquidos pode ser determinada analogamente à densidade dos
sólidos. No entanto, a alteração da temperatura, mesmo que pequena, pode alterar
consideravelmente o valor da densidade, enquanto que a alteração da pressão necessita
ser relativamente alta para que a densidade dos líquidos seja alterada. Para determinar a
densidade de líquidos, podem ser utilizados dois métodos: picnômetro e densímetro
(ANDRADE, 2004).
O ponto de ebulição de uma substância está relacionado à temperatura na qual um
sistema líquido passa para a fase gasosa, e tem uma relação direta com as forças entre as
moléculas constituintes do líquido. Já o ponto de fusão de uma substância é quando o
sistema passa do estado sólido para o líquido, sendo que estas propriedades podem ser
utilizadas para verificar a pureza de um determinado composto (ROCHA, 2001).

2. Objetivos
- Determinar a densidade de sólidos e líquidos pelos métodos mais comuns;
- Identificar o ponto de fusão de um composto orgânico sólido usando o método do tubo
capilar.

3. Parte experimental

3.1Materiais necessários:

Tabela 7.1: Materiais mais usados na aula de Propriedades Físicas.

Figuras 7.1: (A): Manta Aquecedora, (B): Tripé, (C): Balança, (D): Picnômetro, (E):
Mufa, (F): Bico de Bunsen, (G): Capilar, (H): Funil, (I): Tubo de Thiele, (J): Proveta.

(A) (B) (C) (D) (E)

54
(F) (G) (H) (I) (J)

A. Determinação da densidade de líquidos:


A.1. Método do picnômetro
Pese um picnômetro limpo e seco. Coloque o líquido cuja densidade será
determinada no picnômetro e, em seguida, coloque a tampa do picnômetro. O nível de
líquido no capilar existente na tampa do picnômetro deve subir até atingir a parte
superior da tampa. O excesso de líquido é retirado com papel toalha. Em seguida, pese o
picnômetro. Determine a densidade do líquido.

A.2. Método do densímetro


Adicione a uma proveta, a amostra de líquido de densidade desconhecida, e
introduza o densímetro no líquido, espere até que cesse qualquer movimento no
densímetro e leia a densidade diretamente da escala do densímetro.
Obs.: O volume da proveta e a quantidade de líquidos utilizados dependerão do
tamanho do densímetro.
Os líquidos deverão ser reaproveitados.
O aluno deverá determinar a densidade de dois líquidos, aplicando os métodos em cada
caso.

A.3. Densidade do álcool


Determine a massa do picnômetro vazio e lave três vezes o picnômetro com um
pequeno volume do líquido cuja densidade será determinada para remover possíveis
resíduos.
Adicione o álcool e coloque a tampa de maneira que o excesso de líquido escorra pelo
capilar. Enxugue o líquido presente na parte externa do picnômetro.

55
Pese o picnômetro com o líquido e anote sua massa. Repita a pesagem mais duas vezes.
Utilize um pedaço de papel para transportar o picnômetro.
Meça a temperatura do líquido.
Efetue os cálculos para determinação da densidade.

A.4- Demonstrativa: densidade do leite.


Lave o picnômetro com álcool. Determine sua massa após secá-lo.
Lave três vezes o picnômetro com um pequeno volume de líquido cuja densidade será
determinada (leite) para remover resíduos. Descarte em local apropriado.
Adicione o leite e coloque a tampa de maneira que o excesso de líquido escorra pelo
capilar. Com um pano ou papel poroso, enxugue o líquido presente na parte externa do
picnômetro.
Pese o picnômetro contendo o líquido e anote sua massa. Repita a pesagem mais duas
vezes.
Meça a temperatura do líquido.

B. Determinação da densidade de um sólido:


B.1. Pese as amostras sólidas.
Coloque água destilada na proveta até aproximadamente a metade de sua capacidade
total, anote este volume de água.
A seguir introduza na proveta a amostra maciça previamente pesada. Para isto, incline a
proveta, evitando perda de água ou mesmo a quebra da proveta. Através de leves batidas
na lateral da proveta, faça com que quaisquer bolhas de ar eventualmente retidas nas
paredes da amostra se desprendam. Anote o volume total (água+ amostra).
Retire o sólido da proveta. Repita a operação para as demais amostras sólidas.
Calcule a densidade do sólido.

Obs.: O volume da proveta utilizada será função do tamanho das amostras sólidas.
Após o uso, as amostras sólidas deverão ser secas e armazenadas.

B.2. Utilizando materiais do cotidiano (pregos) no método da proveta:


Pese aproximadamente 5,000 g de pregos e anote sua massa. Com auxílio de uma
pisseta, coloque água destilada na proveta até aproximadamente metade da sua
capacidade total. Ajuste o menisco e anote seu volume.

56
Introduza o(s) prego(s) na proveta e anote o novo volume.
Meça a diferença entre volume inicial e o final, esta medida fornecerá o volume da
amostra.
Com os resultados obtidos acima, calcule a densidade da amostra.
Compare a densidade calculada para o prego com a Tabela 7.3.

Tabela 7.3- Densidades aproximadas de algumas substâncias.


Substância Densidade (g cm-3) Substância Densidade (g cm-3)
Álcool 0,79 Níquel 8,9
Alumínio 2,7 Platina 21,4
Latão 8,4 Porcelana 2,4
Cobre 8,9 Prata 10,5
Vidro 2,6 Aço inoxidável 7,9
Ouro 19,6 Água 1,0
Ferro 7,9 Estanho 7,26
Alumínio 13,6

C. Identificação de um composto orgânico sólido através de seu ponto de fusão.

Figura 1 – Representação dos materiais utilizados no laboratório para determinação do ponto de


fusão de um sólido.

57
Feche uma das extremidades de três tubos capilares na chama de um bico de gás.

O ponto de fusão será determinado através da trituração da amostra de uma substância


sólida utilizando um pistilo e um almofariz. Transfira pequena quantidade da substância
problema a um pedaço de papel laminado de modo que os cristais permaneçam num
montículo e não se espalhem.

A seguir, force a extremidade aberta do capilar sobre o montículo de substância e force


a descida da substância no capilar, fazendo chocar-se em queda livre com a bancada
dentro de um tubo de vidro.

Esses procedimentos devem ser repetidos até que se consiga uma coluna de 2 mm do
sólido no fundo do capilar.

Prepare três capilares com a substância. Prenda o capilar contendo a substância ao


termômetro, com o auxílio de um elástico de modo a manter a parte superior do tubo
capilar o mais próximo possível do bulbo do termômetro.
A seguir, acople o conjunto capilar/termômetro a uma rolha de borracha adaptando-o ao
tubo de Thiéle, que deve estar preso através da mufa ao suporte universal.

Esses procedimentos devem ser repetidos até que se consiga uma coluna de 2 mm do
sólido no fundo do capilar.

O tubo de Thiéle não pode ficar totalmente vedado pela rolha, pois haveria aumento de
pressão e possibilidade de explosão.
No caso do primeiro dos três tubos, como o ponto de fusão é ainda desconhecido,
aqueça rapidamente o banho e obtenha um valor aproximado do ponto de fusão.

Para os próximos capilares, aqueça o banho rapidamente até uma temperatura de 0 a


15ºC inferior aquela obtida para o primeiro tubo capilar, a partir de então,aqueça o
banho a uma tenperatura de 1ºC/min e observe quando o sólido se funde.
Anote as temperaturas inicial e final do processo de fusão. .
Limpe e guarde o material utilizado.

58
Para identificar o composto orgânico, compare o valor da temperatura de fusão obtido
experimentalmente com os valores estabelecidos.

Obs.: O controle da taxa de aquecimento é conseguido aproximando-se ou afastando-se


o bico de gás do tubo de Thiéle.
As substâncias utilizadas na determinação do ponto de fusão não devem ser
reaproveitadas.
Com base na tabela 7.4 e a partir do ponto de fusão experimental, determine qual o
composto sólido utilizado em aula.

Tabela 7.4- Valores dos pontos de fusão de alguns sólidos.


Tipo de composto Nome Fórmula Ponto de Fusão

Acetanilida C8H9NO 114ºC

Ácido Salicílico C7H6O3 159ºC

Orgânico Ácido Acetilsalicílico C9H8O4 135ºC

1,3- Dinitrobenzeno C6H7N2O4 135ºC

1,4- Diclorobenzeno C6H14Cl2 53ºC

Cloreto de Potássio KCl 770ºC

Cloreto de Sódio NaCl 801ºC

Inorgânico Sulfato de Sódio Na2SO4 884ºC

Sulfato de Potássio K2SO4 1069ºC

Cloreto de Ferro III FeCl3 306ºC

D. Determinação do ponto de ebulição de um líquido puro.

D.1. Monte o aparelho de destilação simples como mostrado em aulas anteriores. Inicie
o processo.

59
Verifique:
Se o termômetro está na direção da saída lateral do balão.
Se forem colocados os pedaços de grafite.
Se a água de refrigeração é suficientemente fria para que metade inferior do
condensador possa ser vista após o início da destilação.
Quando iniciar a condensação no bulbo do termômetro, anote a temperatura. Verifique
se ocorre aumento excessivo no intervalo de ebulição.
Antes que todo o líquido vaporize, desligue o aquecimento e deixe o aparelho esfriar.
Compare o valor experimental com o encontrado na literatura.
Obs.: Lembre-se que a presença de impurezas não voláteis num líquido, em geral, altera
seu ponto de ebulição (Lei de Raoult).
Determinadas misturas de líquidos (misturas azeotrópicas) não podem ser totalmente
separadas por destilação porque entram em ebulição à temperatura constante, como se
fossem uma substância pura.

4. Referências

ANDRADE, J. C; CÉSAR, J; PAOLI, M. A. A Determinação da Densidade de


Sólidos e Líquidos. ChemKeys, 2004.

CHANG, R; GOLDSBY, K. A. Química 11ª ed, Rio de Janeiro, Mcgraw Hill, 2013,
1168 p.

ROCHA, W. R. Interações Moleculares. Química Nova na Escola, 2001.

60
8ª AULA PRÁTICA: CALOR DE REAÇÃO – TERMOQUÍMICA

1. Introdução
O estudo da energia e suas transformações são conhecidos na termodinâmica,
sendo que as relações entre as reações químicas e as variações de energia envolvendo
trocas de calor são chamadas termoquímica. A termoquímica é o estudo das variações
de energia associadas com as reações químicas ou processos físicos, especialmente as
que envolvem calor. A primeira lei da termodinâmica consiste no principio da
conservação de energia, no qual se estabelece que a energia pode ser convertida de uma
forma para outra, mas não pode ser criada ou destruída. A energia interna (E) é a soma
das energias cinética e potencial de todos os componentes do sistema (BROWN, 2005,
CHANG, 2013).

Para se analisar e entender as trocas de energia que acompanham uma reação


química no laboratório, os químicos normalmente definem sistema, vizinhança e
universo. Um sistema é uma parte específica do universo que é selecionada para o
estudo e é confinada por certas fronteiras. O resto do universo que fica fora do sistema é
chamado vizinhança ou ambiente (BROWN, 2005, ATKINS, 2006). Um sistema
fechado permite a transferência de energia (na forma de calor), mas não de matéria,
enquanto um sistema aberto permite troca matéria e energia (normalmente na forma de
calor) com a vizinhança e um sistema isolado não permite a transferência de matéria e
energia (CHANG, 2013).

Figura 1: Representações de um sistema aberto, fechado e isolado.

FONTE: CHANG, R. AGOLDSBY, A.K. QUÍMICA.11ª ed. BOOKMAN, 2013, 1169 p.

61
O calor (q) pode ser definido como a transferência de energia térmica entre dois
corpos que estão a temperaturas diferentes. O calor sempre flui espontaneamente de
uma região de maior temperatura para uma região de menor temperatura. Quando o
sistema e a vizinhança atingem a mesma temperatura, a transferência de calor cessa.
Dessa forma, o sistema e sua vizinhança estarão em equilíbrio térmico. Um processo
em que a energia térmica é transferida de um sistema para sua vizinhança é um
processo exotérmico, como por exemplo, o processo de combustão. Já quando a
energia térmica é transferida da vizinhança para o sistema é um processo endotérmico,
tal como a fusão do gelo (RUSSELL, 1994).

Normalmente, reações no laboratório são realizadas à pressão constante


(geralmente à pressão atmosférica). A função de estado chamada entalpia, H, responde
pelo fluxo de calor nas mudanças químicas que ocorrem a pressão constante. A variação
de entalpia, ∆H, é igual ao calor obtido ou desprendido a pressão constante. Uma vez
que H é uma função de estado, e a variação de entalpia ∆H depende apenas dos estados
inicial e final do sistema (RUSSELL, 1994).

Diferentes substâncias possuem diferentes capacidades de armazenar a energia


que é absorvida como calor. A capacidade térmica (C) de um sistema é a quantidade de
calor necessária para alterar de 1°C a temperatura do sistema. A capacidade térmica de
um sistema depende das quantidades e dos tipos de matéria no sistema. Quando se trata
com um sistema homogêneo, é mais interessante usar a capacidade térmica específica
ou calor específico, c. O calor específico é a capacidade térmica por unidade de massa
do sistema, ou seja, é a quantidade de calor necessária para variar de 1°C a temperatura
de 1 grama do material. O calor específico de uma substância pode ser determinado
experimentalmente pelo uso de um instrumento chamado de calorímetro (TRINDADE,
2010).

Observe a equação básica da calorimetria.

Q = quantidade de calor (cal);

c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/g°C).

m = massa do corpo (g).

62
Δt= variação de temperatura (°C).

Na Lei de Hess é possível considerar qualquer transformação global como


resultado de uma sequência de reações químicas. A Lei de Hess estabelece que se uma
reação for executada em uma série de etapas, a variação de entalpia será igual a soma
das variações de entalpia das etapas individuais, sendo que a variação de entalpia total
do processo é independente do número de etapas ou da natureza pela qual a reação foi
executada (BROWN, 2005).

2. Objetivos

-Comprovar experimentalmente a Lei de Hess

- Obter evidências experimentais dos calores de reação

3. Parte experimental

3.1materiais necessários:

Tabela 8.1: Materiais usados na aula de Termoquímica.

Figuras 8.1: (A): Erlenmeyer, (B): Balança, (C): Béquer, (D): Bastão de vidro, (E): Proveta,
(F): Termômetro.

(C)
(A) (B)

(D) (E) (F)

63
Reagentes :

Hidróxido de Sódio Solução aquosa de Solução aquosa de Solução aquosa de


sólido(s) (NaOH) Hidróxido de Sódio(aq) Ácido Clorídrico(aq) Ácido Clorídrico(aq)

(NaOH) 0,5M. (HCl) 0,25M (HCl) 0,5M

3.2 TÉCNICAS EXPERIMENTAIS

Determinação de calor das reações:

Reação A: ( Decomposição)

NaOH (S) → Na+ (aq) + OH- (aq) ΔH1 = X1 cal

Pesar um erlenmeyer de 250 mL, com aproximação de 0,1 g. Anote a massa.

Medir 100 mL de água destilada em uma proveta e transferi-los integralmente. Agitar


cuidadosamente com o termômetro até que a temperatura seja constante
(aproximadamente até temperatura ambiente). Anote esta temperatura.

Pesar cerca de 2g de NaOH . Esta pesagem deve ser a mais rápida possível, porque o
NaOH é higroscópio (absorve umidade do ar).

Transferir o NaOH já pesado na água do erlenmeyer. Agitar com um bastão de vidro até
que o NaOH se dissolva. Colocar o termômetro no erlenmeyer e anotar a temperatura
máxima alcançada.

OBS.: Muito cuidado na agitação, evitando a quebra do termômetro.

Reação B: (Decomposição e Neutralização)

NaOH(s) + H+(aq) + Cl- (aq) → H2O (l) + Na +(aq) + Cl- (aq) ΔH2 = X2 cal

Lavar o erlenmeyer com bastante água e deixar escorrer;

Medir 100 mL de HCl 0,25M e transferi-los integralmente para o erlenmeyer;

64
Pesar cerca de 2g de NaOH com aproximação de 0,1g. Esta pesagem deve ser a mais
rápida possível, porque o NaOH é higroscópio;

Colocar o NaOH já pesado com a água no erlenmeyer. Agitar com um bastão de vidro
até que o NaOH se dissolva. Colocar o termômetro no erlenmeyer e anotar a
temperatura máxima alcançada.

Reação C: (NEUTRALIZAÇÃO)

Na+(s) + OH-(aq) + H+(aq) + C1-(aq) → H2O(l) + Na+(aq) + Cl- (aq) ΔH3 = X3 cal

Medir aproximadamente 50 mL de HCl 0,5M numa proveta e transferi-los


integralmente para o erlenmeyer;

Medir aproximadamente 50 mL de NaOH 0,5M;

Medir as temperaturas das duas soluções e assegure-se de que ambas estejam à


temperatura ambiente ou um pouquinho abaixo. Deve-se ter o cuidado de lavar e secar o
termômetro antes de transferi-lo de uma solução para outra. Anotar as temperaturas de
ambas as soluções.

Acrescentar a solução de NaOH à solução de HCl. Agitar rapidamente e anotar a


temperatura mais alta alcançada.

4. Referências:

ATKINS, P. W; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e


o Meio Ambiente. 3ª ed. Porto Alegre, BOOKMAN, 2006, 965 p.

BROWN, T; LEMAY, H. E; BURSTEN, B. E. Química: a ciência central. 9ª ed. São


Paulo, PEARSON, 2005, 972 p.

CHANG, R. AGOLDSBY, A.K. QUÍMICA.11ª ed. BOOKMAN, 2013, 1169 p.

RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed, vol 2. São Paulo, MAKRON, 1994, 628 p.

TRINDADE, D. F.; OLIVEIRA, F. P.; BANUTH, G. S.; BISPO, J. G. Química Básica


Experimental. 4ªed. São Paulo, Parma LTDA, 2010.
65
9ª AULA PRÁTICA: PILHAS

1. Introdução

A eletroquímica e o ramo da química que trata da conversão da energia elétrica


em energia química. Basicamente, a eletroquímica engloba o estudo das pilhas e da
eletrólise. As primeiras aplicações importantes da eletricidade provieram do
aperfeiçoamento das pilhas voltaicas originais pelo cientista e professor inglês John
Daniell, em 1836. Os processos eletroquímicos envolvem reações redox (oxidação-
redução) nas quais a energia liberada por uma reação espontânea é convertida em
eletricidade ou em que a eletricidade é usada para forçar a ocorrência de uma reação
química não espontânea. Nas reações redox, ocorre uma transferência de elétron de uma
substância para outra, assim acontecerá um processo de oxidação e redução (CHANG,
2013, BROWN, 2005).

As pilhas eletroquímicas são sistemas que produzem corrente contínuas e


baseiam-se nas diferentes tendências para ceder e receber elétrons das espécies
químicas. A pilha de Daniell é constituída de uma placa de Zinco (Zn) em uma solução
de sulfato de zinco (ZnSO4) e uma placa de Cobre (Cu) em uma solução de sulfato de
cobre (CuSO4). As duas soluções são ligadas por uma ponte salina (BRADY, 1995). A
Figura 9 (A) representa a Pilha de Daniell:

Figura 1 - Esquema da Pilha de Daniell.

Fonte : Disponível em https://www.google.com.br/search?q=pilha+de+daniell

66
Daniell colocou uma ponte salina constituída de um tubo de vidro em U contendo
solução de cloreto de potássio (KCl) aquoso. A sua função é permitir a migração de íons
de uma solução para a outra, de modo que o número de íons positivos e negativos na
solução de cada eletrodo permaneça em equilíbrio. Antes de realizar a montagem de
uma pilha, é necessário saber qual metal vai perder e qual metal vai ganhar elétrons.
Para conseguir responder à esta questão, deve-se conhecer o conceito oxidação e
redução (ATKINS, 2008).

As reações de oxirredução caracterizam-se pela transferência de elétrons entre


pelo menos duas espécies envolvidas: a que se oxida (perdendo elétrons - sofrendo
aumento do NOx) e a que se reduz (ganhando elétrons - sofrendo redução do NOx). A
substância que torna possível que outra espécie seja oxidada é chamada de agente
oxidante, sendo que este remove elétrons de outra substância, sofrendo assim o processo
de redução. Já o agente redutor será oxidado no processo (BROWN, 2005).

Nas pilhas os elétrons liberados no eletrodo onde há oxidação (ânodo) passam


pelo circuito externo (um fio de cobre, por exemplo) para o eletrodo onde há redução
(cátodo). Por exemplo, a reação abaixo pode ser obtida pela adição de duas semi-
reações eletrolíticas:

Ânodo (oxidação):

Cátodo (redução):

No ânodo (pólo negativo), átomos de zinco se dissolvem deixando elétrons no


metal, ocorrendo a corrosão da placa presente no ânodo. Essa corrosão ocasiona a
diminuição da massa da placa de zinco. No cátodo (pólo positivo), íons cobre são
removidos da solução à medida que recebem elétrons, e então se depositam como
átomos de cobre. Ocorre um aumento da placa de cobre, pelo fluxo de elétrons que se
deslocam para o cátodo. A neutralidade elétrica das soluções é estabelecida pelo fluxo
de íons através de uma ponte salina. O fluxo de elétrons do ânodo para o cátodo pode

67
ser detectado por um voltímetro que fornece a diferença de potencial entre os eletrodos
(RUSSEL, 1994)

A pilha é caracterizada por uma diferença de potencial (ddp) entre seus eletrodos,
e essa diferença é nomeada de potencial padrão de redução. O potencial de redução é
medido em volt (V) e é representado pelo símbolo E°. A diferença de potencial pode ser
chamada também de força eletromotriz (fem). Quanto maior o potencial de redução
(E°), mais o metal se reduz e quanto maior o potencial de oxidação, mais o metal se
oxida. O potencial da célula ( ) é dado pelo potencial padrão de redução do cátodo
( ), menos o potencial padrão de redução do anodo ( ) dada por:

Quando um voltímetro ou outro dispositivo de medida de tensão é ligada a uma


pilha, ele indica uma diferença de potencial elétrico (volts) (BRADY, 1995; LEE,
2003)

2. Objetivos

- Montar a pilha de Daniell

3. Parte experimental

3.1 materiais necessários

Figura (A): Béquer, Figura(B): tubo em U, Figura(C): Multímetro.

(A)
(B) (C)

68
REAGENTES:

Solução 2M de Solução 2M de sulfato Solução 3M de Placa de Zinco Placa de


de zinco
sulfato de Cobre cloreto de potássio (Zn) cobre
(CuSO4(aq)) (ZnSO4 (aq)) (KCl) (Cu)

3.2 MÉTODOS EXPERIMENTAIS

1) Medir em uma proveta 25 mL de solução 2M de sulfato de cobre (CuSO4) e


transferir para um béquer de 100 mL (ou de 50 mL) contendo uma placa de cobre
(Cu). Lavar a proveta e medir 25 ml de solução 2M sulfato de zinco (ZnSO4).
Transferir a solução para outro béquer contendo uma placa de Zinco (Zn);

2) Preparar a ponte salina utilizando um tubo em U preenchendo-a com uma solução


de KCl 3M. Colocar nas extremidades da ponte salina o algodão para tampar o tubo
(cuidado para que as bolhas de ar dentro da ponte salina não interrompam o circuito
elétrico);

3) Feche o circuito elétrico interligando os eletrodos em um multímetro e verifique


se a d.d.p da célula eletroquímica condiz como valor teórico calculado a partir de
uma tabela dos potenciais padrão de redução;

Figura 2 – Representação de uma pilha de Danniel.

Fonte: Silberberg, M. S. Principles of General Chemistry, 3 Ed. Mc Graw Hill, New York, 2013, 194p.

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4. Referencia

ATKINS, P. W., SHRIVER, D. F. Química Inorgânica. 4a edição. 2008. 848

BRADY, J. E. H., G.E. QUÍMICA GERAL. 2ª. Rio de Janeiro: LTC, 1995. 410

LEE, J. D. QUÍMICA INORGÂNICA NÃO TÃO CONCISA. 1ªed. 2003.

RUSSEL, J. B. QUÍMICA GERAL. 2ª. 1994.

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