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Escola Secundária Do Castêlo Da Maia

Relatório de
Finalização

Área de Projecto – 12ºAno 2010/2011


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

Área de Projecto 12º Ano

Grupo: “Um Outro Olhar”

Logótipo:

Constituição do grupo:
Daniela Cristina Ferreira Vieira Nº 10 Turma: B

 Débora de Oliveira Pereira Nº 12 Turma: B

 Joana Catarina da Silva Sousa Nº 17 Turma: B

 Joana Filipa Silva Pinho Nº 18 Turma: B

 Ricardo André Maia Faria Nº 24 Turma: B

Área: Vida, Saúde e Ambiente

Professora: Ana Maria Meireles

Ano Lectivo: 2010/2011

“Um Outro Olhar” -2-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

Índice
Introdução ............................................................................................................................ 4

1º Período ..............................................................................................................................5

2º Período ............................................................................................................................. 8
Entrevista a uma pessoa invisual ....................................................................................... 8
Campanha de Sensibilização Mistério ............................................................................... 9
Actividade “Ver para Crer” ............................................................................................... 10
Inquéritos ......................................................................................................................... 10
Relatório Individual de Desenvolvimento ......................................................................... 11

3º Período ............................................................................................................................ 12
Inquéritos ......................................................................................................................... 12
Inquéritos “Ver para Crer” ............................................................................................... 12
Cartaz............................................................................................................................... 14
Fundos ............................................................................................................................. 15
Produto Final.................................................................................................................... 16

Calendarização .................................................................................................................... 21

Conclusão ............................................................................................................................ 21
Pontos fortes....................................................................................................................22
Pontos fracos ................................................................................................................... 23
Agradecimentos.............................................................................................................. 24
A despedida .....................................................................................................................25

Anexos ................................................................................................................................. 27

Bibliografia.......................................................................................................................... 28

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Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

Introdução
Desde à vários anos que a Área de Projecto de 12º ano tem permitido a
concretização de projectos de investigação sobre as mais diversas áreas.

Foi no âmbito desta área curricular e através da iniciativa que esta promove, que nos
foi lançado o desafio de realizar um projecto que conquistasse o nosso interesse, bem como
a atenção da nossa comunidade escolar. Este projecto teria que transmitir uma mensagem
que representasse para nós, para os nossos colegas, professores e funcionários, um precioso
contributo para o enriquecimento de conhecimentos e mentalidades.

Foi com a consciência de que a realização deste projecto representava uma


oportunidade imperdível para dar a conhecer à nossa comunidade escolar um pouco mais
do mundo que nos rodeia, que adoptamos o tema “Deficiências Visuais”. Este insere-se na
área temática “Vida, Saúde e Ambiente”, uma área pela qual todos temos grande interesse e
que, possivelmente, muitos de nós se irão continuar a dedicar no futuro.

Quando reflectimos um pouco sobre a visão, percebemos que este sentido nos ajuda
muito a compreender o mundo à nossa volta. Este é um dos sentidos mais úteis no
relacionamento do homem com o mundo, e uma vez afectado, é consequentemente
responsável pelas mais diversas alterações na sua perspectiva de vida.

Desta forma, através do nosso projecto não pretendemos apenas mostrar e


esclarecer as diferentes formas de estas afectarem a visão, mas também, alertar e
consciencializar a comunidade escolar para tudo o que podemos fazer para prevenir o seu
aparecimento, apelando à consciência de que é, de facto, importante que façamos exames
regulares ao estado da nossa visão.

As deficiências visuais podem afectar qualquer um de nós, desde os casos mais


graves, como por exemplo a cegueira, às dificuldades mais pequenas, sendo qualquer uma
destas, uma barreira no dia-a-dia das pessoas que as possuem.

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Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

Porém, esta condição biológica não é o único obstáculo para as pessoas com
deficiências visuais. Uma das maiores barreiras está no preconceito e na discriminação que
enfrentam na nossa sociedade.

Com este projecto e através de todas as suas acções tentamos mostrar que, apesar
de todos os obstáculos que enfrentam, as pessoas que vivem com deficiências visuais, não
são diferentes de nós e merecem ser vistas por todo o seu valor. Não só na sua força de
vontade e coragem, mas também na alegria com que encaram a vida e tudo o que as rodeia,
fazendo assim, com que vençam todas as barreiras.

Por tudo o que são e por tudo o que fazem, estas pessoas são uma inspiração para nós
e também para todo o nosso projecto.

Continuamos a agarrar-nos ao grande privilégio que é realizar este projecto, mostrar


e defender a nossa causa, no seio de um grupo que está a viver realmente todo este
projecto e que conta sempre, com o apoio fundamental da Professora Ana Maria Meireles.

Ainda que o nosso projecto esteja a chegar ao fim, é com um enorme prazer que
dizemos que ainda há muito a fazer. E apesar de muito do que nos move neste projecto já
ter sido desvendado, continuaremos a dar tudo de nós para defender a nossa causa.

1º Período
Falar em 1ºPeríodo, para nós, é falar na escolha do tema para o projecto, em
propostas de abordagem do mesmo e na escolha de apenas uma que fosse completamente
exequível. Por isso, o nosso primeiro passo foi a realização de uma intensiva pesquisa sobre
temas que interessassem a todos os elementos do grupo, pelo que, de entre vários temas
nos surgiu o das “Deficiências Visuais”.

Posto isto, procedemos à pesquisa de informações sobre o tema escolhido, o que


nos levou à criação de várias ideias e consequentemente à estrutura do nosso projecto.
Durante esta pesquisa, encontramos algumas instituições que nos despertaram interesse e
entramos em contacto com elas. No entanto, muitas destas instituições ou não nos

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responderam ou deixamos de as considerar relevantes para o nosso projecto, pelo que


apenas a ACAPO (Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal) e a ESEIPP (Escola
Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto) nos responderam de forma positiva
e até se prontificaram a receber o nosso grupo nas suas instalações, de forma a discutir
possíveis parcerias.

Para contactarmos ainda melhor com as instituições tivemos de partir em saídas de


campo, dirigimo-nos a cada uma delas, e encontramos algo completamente diferente,
contudo ambas muito proveitosas. Assim, no dia 15 de Novembro o grupo visitou a ACAPO
e reuniu com o Dr. Luís de Almeida, director da delegação regional do Norte da Associação.

Na reunião mostramos o nosso interesse em colaborar com a ACAPO, colocando


perguntas sobre os serviços e projectos disponibilizados pela associação, ao que o Dr. Luís
de Almeida respondeu de imediato, falando também sobre o trabalho desenvolvido pela
associação.

Esta visita proporcionou o primeiro contacto do grupo “Um Outro Olhar” com um
cego, e mostrou-nos que pessoas com esta condição, isto é, pessoas que sentem tudo o que
as rodeia, mas que não o vêm com os seus olhos, conseguem ultrapassar qualquer barreira e
fazem isso com um enorme sorriso nos lábios, demonstrando a toda a gente a gigante
dimensão da sua força de vontade.

No dia 22 de Novembro, visitamos as instalações do NAID (Núcleo de Apoio à


Inclusão Digital), localizado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do
Porto, para uma reunião com o Dr. Rui Teles, coordenador e responsável por este núcleo e
pelos seus serviços.

O NAID é um centro de recursos especializado em tecnologias de apoio,


direccionado para actividades e estratégias que permitam promover, essencialmente, a
integração social e profissional dos cidadãos com deficiências. Neste sentido, para pessoas
com deficiências visuais, o núcleo disponibiliza serviços como o ensino da leitura e escrita do
Braille, o acesso a todo e qualquer tipo de equipamentos que dispõem, tornando mais fácil o
acesso à informação, assim como o treino e formação, facilitando a sua adaptação a estes
materiais pedagógicos.

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Pelo carácter da iniciativa e pelo interesse que o Dr. Rui Teles mostrou face ao nosso
projecto mesmo antes de nos conhecer, as nossas expectativas eram bastante altas
relativamente a este encontro, no entanto foram largamente superadas, pelo contributo
que esta reunião teve no desenvolvimento do nosso projecto. Assim, o Dr. Rui Teles
prontificou-se a ajudar o nosso grupo na realização do nosso produto final.

Contudo, não nos limitamos a ficar pelas duas instituições, tendo seguido as
orientações da nossa Professora Ana Maria Meireles que nos aconselhou a falar com
Professora Fátima Fradinho, professora do ensino especial da nossa escola.

Por isso, ainda no mês de Novembro, fomos ao encontro da Professora Fátima


Fradinho e durante a nossa conversa, descobrimos que tinha uma amiga cega que nos
poderia ajudar e participar no nosso projecto, o que foi uma agradável surpresa. Já nesta
altura pensamos que esta poderia ser muito vantajosa para o nosso grupo e claramente que
não podíamos desperdiçar esta ajuda.

Em suma, o 1º Período foi bastante proveitoso e contribuiu bastante para a evolução


do projecto, pois apesar de ainda estarmos no início do seu desenvolvimento, este já
começou a dar grandes frutos, principalmente através das nossas visitas às instituições.

O contacto com novos exemplos e as suas histórias de vida ensinaram-nos a


perceber a essência da própria vida e que todos somos especiais, apenas de formas
diferentes.

Foi também neste período que tivemos a primeira opinião formal sobre o nosso
trabalho, com a elaboração e avaliação do Anteprojecto. O primeiro documento em que
tivemos de expor tudo aquilo que o nosso projecto iria ser ao longo de todo o ano.

A elaboração deste documento veio a revelar-se muito útil pois, foi a base de todo o
nosso trabalho.

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2º Período
De forma a dar continuidade ao 1ºPeríodo e a interagir com a comunidade escolar, o
grupo “Um Outro Olhar” agendou para o 2º período v|rias actividades, como uma
entrevista a uma pessoa cega, a campanha de Sensibilização Mistério, a actividade “Ver para
Crer” e ainda a realização de inquéritos sobre a saúde ocular dos alunos na nossa escola.

Todas estas actividades foram pensadas até ao mais ínfimo pormenor, pois
queríamos sensibilizar toda a comunidade escolar, fazendo chegar a todos uma mensagem
de apelo à não-discriminação da cegueira e de pessoas que possuem esta condição.

Entrevista a uma pessoa invisual


Uma das primeiras actividades para este projecto foi a entrevista efectuada à Dra.
Dores. Esta só foi possível graças ao apoio da professora Fátima Fradinho, professora do
ensino especial da nossa escola, que nos permitiu estabelecer contacto com a mesma.

A Dra. Dores, também professora do ensino especial, é cega, o que nos permitiu
presenciar e sensibilizar para uma realidade completamente diferente da nossa, e para a
qual o nosso mundo era completamente alheio.

Quando fizemos o convite para vir até a nossa escola e ser entrevistada, a Dra. Dores
respondeu de forma imediata e afirmativa, o que nos deixou muitíssimo ansiosos. Desta
forma, agendamos o dia mais conveniente para ambas as partes, dia 11 de Fevereiro de
2011.

Para esta pequena sessão decidimos convidar a nossa turma de área de projecto, a
nossa turma 12ºB e ainda os professores desta mesma turma. Aquando do convite, quase
todos se mostraram muito interessados, o que nos deixou, logo à partida, bastante
expectantes.

Durante a entrevista a Dra. Dores falou um pouco sobre si, tanto a nível pessoal
como profissional, e contou várias histórias caricatas que lhe aconteceram, fruto da sua
condição. A Dra. Dores respondeu a todas as questões que os participantes colocaram,

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revelando-se uma pessoa bastante acessível, com um sentido de humor genial e um poder
de discurso oratório muito bom, o que levou os presentes a entenderem o que era dito
duma forma bem clara.

No final da entrevista, ficamos com a sensação de missão cumprida! As pessoas


presentes levantaram questões, interessaram-se, emocionaram-se e, acima de tudo,
sensibilizaram-se!

Em suma, podemos dizer que foi sem dúvida um momento único, que nos deixou um
pouco mais ricos de espírito, pois conhecemos um exemplo de que a verdadeira vitória está
naquele que consegue ultrapassar os seus obstáculos de cabeça erguida!

Campanha de Sensibilização Mistério


A campanha de sensibilização mistério foi o primeiro contacto directo que o grupo
“Um Outro Olhar” teve com a comunidade escolar, pois através desta pretendíamos de uma
forma natural e surpreendente cativar a atenção de todos os membros da nossa escola,
sendo eles, alunos, professores ou funcionários.

Assim, o nosso objectivo para esta campanha era que após serem espalhados os
cartazes anónimos pela escola, grande parte das pessoas comentasse e se entusiasmasse
com o nosso projecto.

Desta forma, cada um dos cartazes continha uma frase, que remetia para a reflexão
de como seria a nossa vida se não tivéssemos o sentido da visão, despertando, assim, a
atenção de todos para as dificuldades que um cego enfrenta no seu dia-a-dia.

Com o decorrer desta campanha, o grupo sentiu um “feedback” positivo pela parte
dos alunos e professores face a todos os cartazes afixados, o que demonstrou que afinal, por
mais pequenos que sejam os nossos actos podemos efectivamente fazer a diferença e
deixar os outros a pensar e reflectir sobre as mais importantes questões da vida. E é claro
que não podemos deixar de referir o orgulho com que ficamos ao ver o nosso cartaz grande
ser afixado num lugar de tão grande destaque na nossa escola, como o pavilhão A.

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Actividade “Ver para Crer”


No sentido de envolver activamente a comunidade escolar neste projecto, em
colaboração com os professores de Área de Projecto de 8º ano, pensamos em desenvolver a
actividade “Ver para Crer”, isto é, numa aula desta disciplina confrontaríamos os alunos com
algumas das dificuldades diárias que uma pessoa cega enfrenta. Os alunos sentiriam, assim,
na primeira pessoa como é difícil ultrapassar as barreiras colocadas pela nossa sociedade.

Nesta actividade pedimos a alunos para realizarem simples acções do nosso dia-a-
dia, como encher um copo com água, identificar alimentos pelo cheiro, apertar botões,
entre muitas outras, no entanto, estas foram realizadas com uma pequena grande
diferença, de olhos vendados!

Com a aprovação da direcção e dos professores de área de projecto das turmas de


8ºano pudemos realizar a actividade, e assim saber qual a reacção dos alunos quando
confrontados com uma situação semelhante à das pessoas cegas.

Durante a realização desta actividade os alunos aprenderam que o dia-a-dia dos


cegos não é tão fácil como às vezes se pode pensar, e saber que fizemos a diferença nem
que tenha sido apenas num aluno, e que este tenha passado a ver o mundo de outra forma,
só isso já fez valer a pena todo o esforço e trabalho que tivemos para que a Actividade “Ver
para Crer” acontecesse.

Inquéritos
Um dos nossos objectivos, enquanto grupo, é descobrir um pouco mais sobre a
saúde visual da nossa comunidade escolar. Nesse sentido, para conseguirmos um resultado
credível, decidimos realizar um inquérito a alguns alunos, verificando “como vê a nossa
escola”, isto é, se os nossos alunos j| alguma vez consultaram um oftalmologista, quais os
problemas de visão que possuem, entre outras informações.

Assim, iniciamos a estruturação dos inquéritos com as perguntas que consideramos


essenciais. Mal estes se encontraram prontos, enviamos um pedido de autorização à
direcção através da nossa professora, e quando esta, dia 18 de Janeiro, nos trouxe a boa

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notícia de que os inquéritos tinham sido aprovados, nós ficamos radiantes, pois isso
significava que podíamos avançar com toda a sua preparação.

Desta feita, fomos imprimir os inquéritos, e com estes impressos, cada um dos
elementos do grupo ficou encarregue de distribuir 30 pela comunidade escolar.

Durante o preenchimento dos inquéritos obtivemos, também, um feedback positivo


da campanha de sensibilização mistério, pois na interacção com a maioria dos alunos, a
primeira reacção era: “Vocês são os responsáveis pelos cartazes afixados?” À qual
respondíamos que sim e os alunos iam comentando as frases dos cartazes e também o
próprio inquérito.

Na aula do dia 11 de Março conseguimos fazer a análise dos inquéritos, concluindo


que cento e dezassete alunos dos 12 aos 18 anos já consultaram o oftalmologista e setenta e
quatro têm problemas de visão.

Dos alunos inquiridos cerca de metade têm problemas de visão, pelo que se justifica
mais uma vez a temática do nosso projecto.

Em suma, com o estudo realizado, concluímos que os problemas visuais são um


problema cada vez mais frequente na sociedade actual, o que nos deixa um pouco
preocupados. No entanto, são informações como esta que justificam e tornam importante,
todo o trabalho que estamos a desenvolver.

Relatório Individual de Desenvolvimento


A findar o 2º Período grande parte das nossas actividades estavam concluídas… No
entanto, ainda não falamos num ponto ao qual todos nós dedicamos uma boa parte do
nosso tempo, o relatório individual de desenvolvimento.

Este foi o nosso primeiro relatório técnico-científico, por isso, inicialmente revelou-
se um pouco difícil. No entanto, agora percebemos que será muito útil para o
desenvolvimento de cada um de nós e para o nosso futuro académico.

Agora sim, estava finalizado o 2º Período…

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3º Período
Inquéritos
Com a chegada do 3º período temos uma novidade relativamente aos nossos
inquéritos, uma vez que, pensamos em publicar no portal da escola as conclusões que
obtivemos. Para tal elaboramos uma carta de pedido de autorização à direcção da nossa
escola.

Quando recebemos a respectiva autorização, esta vinha com algumas sugestões de


alteração da Professora Rosa Amaral, pelo que o nosso próximo passo foi efectuar todas as
modificações necessárias.

Com o estudo corrigido, voltamos a enviá-lo à direcção, desta vez, através da nossa
professora de área de projecto, para a sua publicação no portal da escola, onde se encontra
disponível desde o dia 18 de Maio.

A publicação dos resultados dos nossos inquéritos é muito importante para nós, pois
desta forma, podemos mostrar um pouco mais do nosso projecto aos elementos da nossa
escola, mas também a todas as outras pessoas que visitem o site da nossa escola.

Inquéritos “Ver para Crer”


Com a Actividade “Ver para Crer” concluída, havia algumas questões que nos
atormentavam…

Será que os alunos gostaram das actividades que realizaram? Será que gostaram do
apoio dos elementos do grupo que os acompanharam? Será que perceberam os verdadeiros
objectivos da actividade? O que mais gostaram? O que menos gostaram?

Tantas eram as dúvidas que nós possuíamos… Por isso, tínhamos de arranjar uma
forma de as esclarecer… Mas como?

“Podemos fazer um inquérito!”, lembrou-se a Daniela. E a ideia agradou


imediatamente a todos os elementos do grupo “Um Outro Olhar”, afinal, nada melhor do

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que ter a opinião daqueles que mais envolvidos estiveram na nossa actividade, ou seja, os
próprios alunos das turmas do 8ºano.

Ter a opinião destes acerca da Actividade “Ver para Crer” e do nosso trabalho é
muito importante para a concretização dos objectivos que procuramos atingir com o nosso
projecto.

Assim, na aula seguinte, partilhamos esta ideia com a nossa professora, que também
a achou muito proveitosa, pois ficaríamos com uma opinião mais concreta do nosso
trabalho na comunidade escolar.

A Daniela Vieira elaborou, então, uma proposta inicial desse inquérito, e


posteriormente, todos juntos reformulámos aquilo que julgamos necessário. Pedimos,
ainda, ajuda à Professora Ana Maria Meireles que também sugeriu algumas alterações para
que este ficasse o mais claro possível. (O inquérito encontra-se no anexo 1).

Para isso pedimos, novamente, a colaboração dos Professores Cátia Costa e Luís
Gonçalo que, mais uma vez, se prontificaram a ajudar-nos. Desta forma, entregamos-lhes
os inquéritos para que estes pudessem preencher com cada uma das turmas participantes,
ficando combinado que assim que estivessem devidamente preenchidos, deixá-los-iam no
PBX, para que os pudéssemos ir buscar.

Após termos entregue os inquéritos da actividade “Ver para Crer”, esperamos com
bastante ansiedade e expectativa a resposta dos nossos colegas do 8ºano.

E quem espera sempre alcança… Como não poderia deixar de ser, valeu a pena!

Apenas ontem recebemos a resposta dos alunos das turmas B, C e E do 8ºano,


alunos da Professora Cátia Costa. (Os resultados dos inquéritos encontram-se no anexo 2).

A turma B atribuiu o valor de classificação máxima à realização da nossa actividade


em todos os pontos, destacando a importante aprendizagem que esta actividade lhes
proporcionou.

Para nossa satisfação não encontraram aspectos menos positivos na realização


desta acção e sugeriram que continuássemos a fazer trabalhos deste tipo.

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Os alunos da turma C consideraram que a nossa iniciativa poderia ser ainda mais
interessante, mais apelativa, ponto em que nos atribuíram a classificação de 4 em 5 valores.
Também considerou que a sua duração/gestão do tempo poderia ter sido um pouco melhor,
tendo em conta que com esta turma, a actividade foi realizada no último bloco de aulas e os
alunos precisavam de ir para casa.

Quanto à organização, utilidade e contributo pessoal desta actividade, à semelhança


da turma B, sentiram também que esta conseguiu alcançar a classificação máxima, 5
valores.

Quanto aos alunos da turma E, avaliaram a realização da actividade “Ver para Crer”,
quanto à sua organização em 4 valores. E presentearam-nos com notas máximas quanto ao
seu interesse, duração e gestão do tempo e ainda quanto à sua utilidade e ao contributo
pessoal que esta propiciou. Realçando também que com esta actividade aprenderam a ver o
mundo com outros olhos, como uma pessoa cega.

Para nosso grande contentamento nenhuma das turmas apontou nenhum aspecto
como menos positivo.

Agora resta-nos apenas aguardar pela avaliação da turma D para dar por completo e
terminado este ponto muito importante para uma melhor reflexão sobre os resultados e o
contributo do nosso projecto.

Para nós estas palavras são uma enorme recompensa, são mais uma motivação para
continuar a realizar este projecto até ao final deste ano.

Cartaz
Uma das acções planeadas para este período era a exposição final de projecto. No
entanto, esta foi cancelada devido ao pouco tempo que possuíamos para a sua preparação.

Como sua substituição, este período tivemos de realizar um cartaz que mostrasse
todo o nosso projecto à comunidade escolar.

Devido às suas dimensões, estivemos de certa forma limitados na extensão dos


textos, pelo que tentamos ser o mais objectivo e claro possíveis. Assim, tentamos incluir as

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várias actividades que elaboramos, para que a comunidade escolar tenha mais uma forma
de conhecer o nosso projecto.

Na aula de Área de Projecto de 06 de Maio, fizemos a revisão dos textos, tendo a


Joana Pinho ficado responsável por concluir o cartaz em casa. Na sexta-feira à noite, enviou
uma proposta de cartaz para o e-mail de grupo para que todos os elementos pudessem
comentar e alterar o que achassem necessário.

Na nossa opinião o cartaz ficou muito bonito e bastante apelativo. (O Cartaz de


divulgação do projecto encontra-se no anexo 3).

Foi com muita ansiedade que esperamos pelo dia 13 de Maio, para vermos o nosso
cartaz impresso e exposto.

Na escolha da cor do fundo do nosso cartaz, tivemos em conta o facto de a escola


não poder suportar custos muito elevados com estas impressões, apesar disso percebemos
que a cor do nosso cartaz foi ligeiramente alterada.

Para além disso, ficámos um pouco desiludidos com o pouco destaque dado aos
cartazes, não apenas ao nosso, mas a todos. Pois, encontravam-se atrás dos matraquilhos e
muitas eram as pessoas que a eles se encostavam, não para os lerem mas sim para assistir à
secção de karaoke. As poucas pessoas que vimos a ler os cartazes eram, também elas,
alunos de área de projecto do 12º ano.

Contudo, visto que o importante era expor o nosso projecto à comunidade escolar,
achamos que os resultados foram positivos.

Fundos
Tal como todos os projectos, também o nosso acarretou algumas despesas, e para
lhes fazer frente foi necessário arranjar estratégias monetárias. Assim, paralelamente às
restantes actividades, o grupo “Um Outro Olhar” decidiu recorrer a patrocínios e { venda de
bijutaria e de produtos alimentares na “Barraquinha Verde” da nossa escola.

Como patrocínios tivemos a “Diagonal Óptica”, que nos ajudou no pagamento do


nosso cartaz central; a “Shock Cosméticos”, que nos forneceu as camisolas de grupo, tendo
sido estas produzidas pela empresa “Bytes e Gifts”; e por fim, mas não menos importante

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que as restantes, a papelaria “Casilcópia”, que foi uma enorme ajuda, uma vez que nos
realizou descontos em tudo o que de lá necessitamos, como impressões, fotocópias, e
outros produtos.

Quanto {s nossas vendas na “Barraquinha Verde”, estas correram bem e apesar do


lucro obtido ter sido bom, ficou um pouco aquém das nossas expectativas. Com o dinheiro
obtido conseguimos pagar todas as despesas que tivemos com a barraquinha e ainda
guardar a restante quantia no mealheiro.

Toda a ajuda, apesar de valiosa é pouca, por isso, decidimos iniciar uma espécie de
mealheiro onde cada elemento do grupo coloca um valor simbólico todas as semanas. Esta
ideia surgiu para que conseguíssemos juntar algum dinheiro para ajudar nas despesas de
maior dimensão, evitando um maior esforço financeiro por parte de cada elemento do
grupo aquando de algum gasto.

Com todas estas estratégias de angariação de fundos, conseguimos juntar uma boa
quantia, que certamente nos ajudou nas nossas despesas, mas principalmente na última e
maior de todas, uma máquina de filmar digital.

O produto final do nosso projecto é um diário de bordo em forma de vídeo, e dessa


forma, um recurso indispensável seria uma máquina de filmar digital. Infelizmente o único
membro a possuir uma, a Joana Pinho, não a tinha disponível por motivos técnicos, pelo
que, tivemos de encontrar uma solução. Após muito debatermos este assunto,
consideramos que o mais sensato seria comprarmos uma nova máquina com o dinheiro
disponível no mealheiro.

Esta nossa decisão fez com que esgotássemos todas as nossas poupanças,
implicando assim com que futuros gastos, por exemplo, em deslocações relacionadas com o
nosso projecto tenham sido todas pagas por cada um de nós.

Produto Final
Assim como estava definido desde o início da planificação do nosso projecto, o
nosso produto final consiste num documentário sob a forma de vídeo, no qual tentaremos
mostrar as dificuldades pelas quais as pessoas com deficiências visuais enfrentam, e

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também a sua grande força e coragem que lhes permite ultrapassar todos os obstáculos
impostos pela nossa sociedade. Para além disto, divulgaremos alguns dos recursos
disponíveis para as pessoas que vivem nesta situação.

Mais concretamente, o nosso vídeo-documentário será constituído por três partes


principais:

- a Entrevista à Professora Dores Cunha, pessoa cega que nos dará a conhecer um
pouco melhor como é a vida para alguém com esta diferença;

- os recursos oferecidos pelo Núcleo de Apoio à Inclusão Digital para que as


pessoas com deficiências visuais possam viver sem muitas das barreiras que enfrentariam
no contacto com a sociedade e com o que as rodeia;

- uma pequena teatralização realizada pelos elementos do grupo , cujo objectivo é


testar a forma como a sociedade reage à presença de um cego.

Para que nada ficasse por fazer, rapidamente tivemos de iniciar as filmagens. E
começamos então pela visita ao Núcleo de Apoio à Inclusão Digital (NAID) da Escola
Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto.

Desta forma, com base numa proposta elaborada pelo elemento do grupo, Ricardo
Faria, escrevemos um guião orientador das nossas filmagens.

O NAID é um centro que pretende incluir todas as pessoas na nossa sociedade


independentemente de possuírem qualquer tipo de deficiência. Neste sentido, possuem
diversos recursos que ajudam as pessoas cegas a fazer todas as acções que as pessoas
normo-visuais fazem no seu dia-a-dia, sem, qualquer problema.

Com o objectivo de dar a conhecer alguns destes recursos e mostrar que existem
instituições que apoiam e tentam tornar um pouco melhor o dia-a-dia das pessoas com
deficiências visuais, no dia 9 de Maio o grupo “Um Outro Olhar” foi ao encontro do Dr. Rui
Teles, coordenador do NAID para iniciar as filmagens.

Como sempre, o Dr. Rui foi de uma extrema simpatia para connosco, aceitando
prontamente o nosso pedido para participar no nosso documentário. Desta forma,
mostrou-se disponível para nos mostrar a causa que o NAID defende, e também as
tecnologias e instrumentos que possui a pensar nas pessoas que têm deficiências. A

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naturalidade com que o nos recebeu fez com que nos sentíssemos em casa e essa é uma das
grandes mais-valias do NAID, pois só demonstra que as suas instalações estão abertas a
todos aqueles que precisam e todos são bem-vindos.

Após esta visita, comprovamos que o contributo do NAID e do seu coordenador, o


Dr. Rui Teles foram, para nós, por todos estes aspectos, passos muito importantes e
decisivos na realização do nosso produto final e por isso queremos agradecer todo o seu
contributo. Para fazer jus a este apoio garantimos que faremos tudo para dar a conhecer
este lado indispensável do nosso tema da melhor forma possível.

Assim, uma das três partes essenciais do nosso vídeo estava concluída.

Com o chegar do dia 13 de Maio, aproximava-se mais uma etapa das filmagens que
estamos a realizar para o nosso vídeo-documentário, a entrevista à Dra. Dores Cunha.

Mais uma vez, com uma grande simpatia, a Professora Dores aceitou a nossa
proposta e para que pudéssemos apresentar o nosso produto final dentro do prazo previsto,
procurou ajudar-nos, convidando-nos para uma visita a sua casa, onde poderíamos gravar
uma entrevista semelhante àquela que realizamos no 2ºPeríodo e que tanto contribuiu para
o nosso projecto.

Elaboramos, assim, o guião com base na proposta da Débora Pereira, que nos fez a
sugestão de manter o formato da entrevista anterior, visto que este estava muito bom.
Assim, acabámos apenas por fazer alguns acertos e acrescentar algumas questões.

Com o guião preparado, poderíamos começar a entrevista.

A nossa recepção foi muito familiar e acolhedora, o que desde logo nos deixou muito
à vontade. Ao longo da entrevista a Professora Dores demonstrou sempre uma imensa
disponibilidade e satisfação. Conversou connosco, partilhando momentos da sua vida e a
sua forma de ver o mundo, tal como o fizera anteriormente. No entanto, conseguiu
surpreender-nos, superando assim as nossas expectativas.

Apesar do tempo de que dispomos para o vídeo que iremos elaborar ser limitado, à
medida que a Professora Dores ia respondendo, iam surgindo continuamente novas e
interessantes questões, tornando-se impossível cumprir o número de questões inicialmente
estipuladas.

“Um Outro Olhar” -18-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

No final da entrevista a Professora Dores proporcionou-nos ainda a oportunidade de


conhecer o seu marido que também é cego e, ainda, a sua empregada e também amiga de
longa data.

O seu marido também nos recebeu com muita simpatia e acompanhado pela
Professora Dores mostrou-nos alguns dos instrumentos e tecnologias que ambos possuem.
Estes permitem-lhes estabelecer contacto com a sociedade, com os seus familiares e
amigos. Graças a estas tecnologias, a Professora Dores, também pode estar sempre em
contacto com uma das suas grandes paixões, a leitura.

Em suma, o contributo da Professora Dores Cunha e do Dr. Rui Teles foi mais uma
vez indispensável, e o facto de o podermos transmitir à comunidade escolar deixa-nos
muitíssimo satisfeitos com tudo o que nosso projecto nos continua a proporcionar.

Assim, mais uma etapa estava concluída.

Restava agora, a última das três partes essenciais do nosso vídeo, a teatralização na
cidade da Maia. Esta tinha como objectivo mostrar a forma como a sociedade reage a uma
pessoa cega, se a ajuda ou se a rejeita, se a olha de uma forma diferente, ou seja, se a vê
com um outro olhar.

Mas, infelizmente, as filmagens na Maia foram tudo menos fáceis, visto que nos
apercebemos de que esta tarefa ia ser muito mais complicada e possuía muitos mais
obstáculos do que aqueles que consideramos inicialmente. Desta forma, apenas
conseguimos filmar dois elementos do grupo, a Débora e o Ricardo.

A Débora tinha como objectivo atravessar uma passadeira e verificar se alguém a


ajudava a fazê-lo. Quando iniciou o seu percurso enquanto “cega” teve uma estranha
sensação, dentro de si, que não soube bem explicar e disse-nos “senti-me observada por
toda a gente, exposta de uma forma que não é normal. Custou-me bastante fazê-lo e mal
consegui controlar o meu nervosismo, mas quando um senhor me ajudou a passar a
passadeira senti-me feliz, pois sei que ainda existem pessoas boas, que estão dispostas a
ajudar os outros”.

Já o objectivo do Ricardo era averiguar se alguém o ajudava a tirar o andante no


“Metro”. Este inicialmente sentiu-se bloqueado, pois era contra os seus valores fingir ser
uma coisa que não é, ainda por cima fingir que tinha uma deficiência visual grave, como a

“Um Outro Olhar” -19-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

cegueira… O Ricardo disse-nos, então, “parecia que estava a brincar com as outras pessoas,
e com os seus sentimentos, mas eu sabia que estava a contribuir para a sensibilização e
também para a divulgação desta temática, o que é algo muito importante para a nossa
sociedade”.

Apesar de só estes dois elementos terem sido filmados, a Joana Pinho também
encarnou o papel de “cega”, igualmente com o objectivo de ser filmada, mas não o
conseguimos fazer, pois a polícia encontrava-se no local pretendido e tivemos receio de
causar problemas. Ainda assim, a Joana deixou-nos um pequeno testemunho daquilo que
sentiu: “Foi complicado, senti que as pessoas nos olham de forma diferente, ficam
fixamente a olhar. Senti-me como se fosse diferente deles só pela forma estranha como me
olharam”.

Uma vez começado o papel de cegos, tivemos de o cumprir até ao fim para ninguém
desconfiar de nós e não levarem a mal esta situação, o que foi um pouco difícil para nós,
mas conseguimos fazê-lo.

Tal como já foi anteriormente referido, infelizmente não conseguimos concluir as


filmagens destinadas a este dia, pelo que estamos a pensar continuar e concluir as mesmas
no Porto, quando formos ao NAID devolver a bengala que o Dr. Rui Teles nos emprestou.

Mesmo faltando esta pequena parte do nosso vídeo, a grande parte das filmagens
estão concluídas. Agora estamos numa das partes mais difíceis, a edição de vídeo… Uma
tarefa árdua, mas que certamente não nos vai conseguir vencer. Nós iremos vencer os
obstáculos e, concluir o nosso vídeo! Pois não poderemos deixar de passar a grande
mensagem que este projecto passou para todos nós ao longo de todo o ano lectivo.

Ter uma pequena diferença não significa ser menos que os outros, apenas
diferentes. Como todos nós o somos…

“Um Outro Olhar” -20-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

Calendarização
A calendarização, inerente à planificação e desenvolvimento do nosso projecto, é
vasta e envolve inúmeras datas que tentamos cumprir da melhor maneira. No entanto,
como nem tudo correu da forma prevista, houve um ligeiro atraso na calendarização
apresentada no Anteprojecto.

Este pequeno atraso deveu-se a vários motivos como por exemplo, a espera pela
aprovação das nossas actividades pela parte do Conselho Directivo, a nossa disponibilidade
e também a disponibilidade de todos aqueles que colaboraram no nosso projecto.

Felizmente, as pequenas alterações verificadas nos nossos planos, não alteraram de


forma nenhuma os bons resultados das nossas tarefas e actividades, pelo que conseguimos
cumprir tudo aquilo a que nos propusemos fazer ao longo do desenvolvimento e finalização
do nosso projecto.

Conclusão
Este 3º período representa a fase de finalização do nosso projecto, a conclusão de
alguns dos nossos planos e objectivos, para os quais continuamos a trabalhar.

Contudo, tal como demonstramos através do conjunto de temas que mencionamos


neste relatório de finalização do projecto, o culminar deste, não seria possível sem todo o
trabalho que realizamos ao longo do 1º e do 2º período.

O 1º período representou o início do nosso percurso na área curricular de área de


projecto, possibilitou a nossa aproximação ao tema deficiências visuais, proporcionando-
nos a oportunidade de criar um projecto e de desenvolvermos bases sólidas para a sua
construção.

“Um Outro Olhar” -21-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

O 2º período permitiu-nos transmitir a lição que o nosso projecto nos ensinou,


através de um contacto mais próximo com a nossa comunidade escolar. Conseguimos
assim, mostrar a realidade das pessoas que possuem deficiências visuais.

Foi graças a todas as actividades que realizamos e as bases que estas nos forneceram
que, ao longo deste último período, o nosso produto começou a ganhar forma, o que torna
esta etapa do nosso projecto, muito exigente, mas também muito especial para nós.

Muito em breve, estará a terminar este ano lectivo e o nosso percurso por área de
projecto. Contudo, garantimos que nos iremos continuar a dedicar às pessoas com
deficiências visuais, como nos dedicamos a todo o projecto.

Pois, este projecto, deu-nos uma oportunidade de perceber e de sentir como é ver a
vida sem um dos importantes sentidos do ser humano, a visão.

Assim, tal como aconteceu ao longo de todo o nosso projecto, estamos a adquirir
lições de vida que são insubstituíveis, que fazem com que o nosso trabalho seja, sem dúvida
alguma, recompensado.

Pontos fortes
Todo o projecto que desenvolvemos ao longo deste ano lectivo contribuiu de uma
forma única e impressionante para o crescimento individual de cada um de nós. No entanto,
como em todos os trabalhos existem pontos fortes e pontos fracos, que necessitam de ser
destacados para uma melhor compreensão de todo o projecto e tudo aquilo que este nos
levou a sentir.

Assim, o grupo “Um Outro Olhar” considera como pontos fortes a entrevista { Dra.
Dores Cunha, realizada com a turma de área de projecto e com alguns professores e alunos
da turma 12ºB. Esta trouxe-nos muito mais do que alguma vez imaginamos, pois
aprendemos a não desistir perante as adversidades da vida, e que podemos transformar
algo mau, em algo bom, isto é, temos sempre de tirar partido do lado positivo de uma
situação, nunca nos deixando sentir derrotados, principalmente por não sermos iguais aos
outros, pois a beleza do mundo está na diferença e não na igualdade.

“Um Outro Olhar” -22-


Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

A realização da “Actividade Ver para Crer” permitiu-nos ter um contacto bastante


directo com a comunidade escolar. Desta forma, tentamos passar uma mensagem de apelo
à não discriminação de pessoas com deficiências visuais e de sensibilização para este tema.
E se já antes de termos recebido o resultado dos inquéritos de avaliação, sabíamos que
tínhamos conseguido chegar a alguns alunos, agora que já temos a sua avaliação, sentimo-
nos extremamente orgulhosos, pois descobrimos que afinal fizemos chegar a nossa
mensagem a um número mais alargado de alunos.

O dia das filmagens na Maia, foi também muito importante para nós, pois
finalmente conseguimos sentir e compreender, um pouco melhor, tudo aquilo que uma
pessoa cega enfrenta no seu dia-a-dia, desde os olhares indiscretos da sociedade, ao imenso
número de obstáculos que existem no mundo à nossa volta. Agora, mais do que nunca,
admiramos as pessoas com esta condição, porque realmente não é fácil vivermos num
mundo que não está minimamente preparado para nos receber. Este foi um dia que ficou e
ficará sempre gravado nos nossos corações.

Pontos fracos
Como, um trabalho não é só constituído por bons momentos, temos que destacar
também os negativos, mas felizmente, o grupo não tem muitos para referir. Neste sentido,
consideramos que o principal foi mesmo a falta de tempo que tivemos para dedicar a
algumas actividades, porque em ano de exames e com as restantes disciplinas tornou-se,
por vezes, complicado gerir o tempo, mas com a nossa persistência e dedicação ao projecto,
realizamos tudo aquilo a que nos propusemos, sem nunca falhar uma actividade.

Actualmente, com as filmagens praticamente concluídas, resta-nos apenas editar o


nosso produto final. No entanto, esta tarefa não é tão simples como aparenta, pois para
além de todo o tempo que temos de dispor, e que não é muito, temos de aprender a
trabalhar com o programa de edição de vídeo. Todas estas situações tornam complicada
esta tarefa, mas estamos confiantes de que a vamos conseguir concluir, e ter, assim, um
bom produto final, coisa que este projecto merece.

Em suma, todos estes momentos, bons ou maus, contribuíram para o nosso projecto
ser aquilo que é hoje e ter a importância que tem para nós, por isso, não ficamos tristes com

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Área de Projecto 12º ano Vida, Saúde e Ambiente

os obstáculos que tivemos, mas sim agradecidos, pois sem estes nunca teríamos
conseguido ter um projecto com este valor!

Agradecimentos
O nosso projecto ensinou-nos que o sucesso da nossa caminhada se deve
igualmente a tudo o que nos faz andar e a todos aqueles que caminham ao nosso lado.

Por isso, queremos agradecer a todos eles que nos ajudaram neste ano tão
importante das nossas vidas.

A imprescindível colaboração do Núcleo de Apoio à Inclusão Digital e do seu


coordenador, o Dr. Rui Teles, e a valiosíssima ajuda da Professora Dores Cunha, que para
nós e para o nosso projecto, foram apoios marcantes, com os quais tivemos a sorte de
poder contar.

A ajuda da Professora Ana Maria Meireles que sempre nos acompanhou.

O marcante contacto que tivemos com a ACAPO, a Associação de Cegos e


Amblíopes de Portugal que apesar de não ter participado de forma directa do nosso
projecto, nos recebeu de braços abertos quando visitamos as suas instalações, e que através
do Dr. Luís Almeida também conferiu um sentido importante ao nosso projecto.

A extraordinária participação dos alunos do 8ºano da nossa escola e a cooperação


dos seus prestáveis professores de Área de Projecto, a Professora Cátia Costa e o Professor
Luís Gonçalo que nos concederam a oportunidade de contar com a sua colaboração na
actividade “Ver para Crer”.

A disponibilidade da Professora Rosa Amaral, coordenadora da Áreas de Projecto da


nossa escola, que auxiliou a publicação do estudo sobre o estado de visão dos alunos da
nossa escola, e a esses mesmo alunos, que deram um valioso contributo para o nosso
projecto quando aceitaram preencher esses inquéritos.

A todos os alunos, professores e funcionários da nossa escola que reflectiram sobre


os cartazes que elaboramos no âmbito da campanha de “Sensibilização Mistério”, e que
assim, sentiram que apesar das dificuldades que as pessoas que possuem deficiências

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visuais enfrentam, estas vencem-nas, porque não são de forma nenhuma menos capazes do
que nós.

À professora e directora Paula Romão e aos restantes membros da direcção da nossa


escola, que aprovaram os nossos pedidos, sugerindo alterações sempre que consideraram
necessário, contribuindo também para que o nosso projecto fosse melhor.

Mas principalmente, a toda a nossa comunidade escolar por ter recebido o nosso
projecto e a sua mensagem de braços abertos e assim nos mostrarem que todo o nosso
trabalho, todo o nosso empenho não poderiam ter sido melhor empregues.

Por terem trabalhado ao nosso lado, tornaram possível que hoje apresentemos o
nosso trabalho sob a forma deste projecto que para nós é muito especial, por tudo o que
com ele alcançamos, sentimos que este representa para as pessoas que possuem
deficiências visuais, assim como para a sociedade em geral, um percurso muito importante
na direcção de um objectivo maior, a consciência de que a descriminação que estas pessoas
sofrem não tem qualquer fundamento. Possuir uma deficiência visual, não é ser menos
humano.

Por tudo isto, por todo o nosso projecto e pelos seus resultados, a todos, o nosso
grande e sincero muito obrigado.

A despedida
Quanto a nós, sentimos que redescobrimos, ao longo deste ano lectivo, com o
desenrolar do nosso projecto, o sentido para a expressão “realização pessoal”.

Todos os passos que demos desde os primeiros momentos do nosso projecto e que
agora nos permitem conclui-lo desta forma, superaram todas as nossas expectativas e dão-
nos todos os motivos para estarmos orgulhosos.

Pelos percalços e decisões acertadas que tomamos, conseguimos atingir os nossos


objectivos da melhor forma, mostramos a verdadeira realidade da vida das pessoas que
possuem deficiências visuais e mostramos o porquê do preconceito só ter um lado, o da
injustiça. Desta forma, tal como sempre quisemos, promovemos um outro olhar sobre as

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pessoas que possuem deficiências visuais e demonstramos que as consultas regulares a um


Oftalmologista são cruciais para tornar melhor a forma como vemos o mundo.

Cerca de oito meses passaram desde a nossa primeira aula de Área de Projecto e
desde esse primeiro contacto, todos nós aprendemos muito. Tivemos o enorme privilégio
de conhecer, na primeira pessoa, a vida destas pessoas, com outros olhos. Crescemos com o
nosso projecto e conhecemos a verdadeira realidade do nosso tema, que são as pessoas que
possuem deficiências visuais e que superam todas as expectativas porque apesar de
possuírem esta condição, não há nada que as limite.

Por estes motivos, podemos dizer orgulhosamente que se o 12ºano recomeçasse


amanhã, escolheríamos novamente este tema, pois apesar do que já aprendemos, temos
ainda muito mais para aprender. E, acima de tudo, para crescer!

O grupo, “Um Outro Olhar"

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Anexos
Anexo 1: Avaliação da Actividade “Ver para Crer”.

Anexo2: Resultados da avaliação da Actividade “Ver para Crer”.

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Anexo 3: Cartaz de divulgação do projecto.

Bibliografia
Para a elaboração do nosso relatório de desenvolvimento não recorremos a
quaisquer livros ou sites, por isso, não temos nada a indicar para a bibliografia.

Para realizar este documento apenas nos baseamos nos relatórios individuais de
desenvolvimento do 2º Período elaborados por todos os elementos do grupo e, ainda, nas
reflexões semanais elaboradas pelo grupo.

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