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“Tanto a criação do Paraíso como a criação do Inferno

dependem unicamente do pensamento do homem.”

Iniciei minha vida religiosa há cerca de trinta anos. Até então,


minha maneira de pensar era pouco eficaz. Eu sempre pensava:
“Não devemos praticar más ações, e sim boas ações.” Ao tentar
colocar isso em prática, no entanto, faltava-me coragem. Dessa
maneira, eu era completamente indiferente no que se refere ao Bem
e ao Mal. Creio que na sociedade existem muitas pessoas com
pensamento semelhante ao meu naquela época. Todavia, à medida
que minha fé ia se aprofundando, comecei a compreender
claramente não só a relação entre o Mundo Material e o Mundo
Espiritual, mas também a Vontade Divina, e minha maneira de
pensar mudou por completo. De que forma isso aconteceu? As más
ações tornam-se grandes pecados, e as boas ações resultam num
bem várias vezes maior, além da nossa imaginação. Assim,
juntamente com a grande mudança do meu estado psicológico,
minha diretriz mudou no sentido de excluir absolutamente o mal e
fazer todo o esforço para colocar em prática o bem.
Desde então, de forma surpreendente e misteriosa, meu
destino começou a mudar. Minha confiança aumentou e, quanto
mais eu praticava boas ações, como que em recompensa, as coisas
boas vinham às minhas mãos. Logicamente, eu também ia
ganhando a confiança da maioria das pessoas, confiança que foi
aumentando a cada dia, até os dias de hoje. Essa deve ser a
filosofia da felicidade total. Tais experiências não se limitam a mim.
Ao observar numerosas pessoas da sociedade, constato que,
apesar do seu grande esforço, as coisas não correm conforme o
seu desejo. Muitas vezes, vejo pessoas que ficam desapontadas
por terem encontrado obstáculos, por terem tido prejuízos, por não
verem os seus esforços reconhecidos e por não ganharem a
confiança dos outros. Ao analisá-las minuciosamente, no entanto,
infalivelmente descubro os pontos em que elas estão erradas.
Principalmente mentiras ditas com toda naturalidade. Isso é o que
há de pior. Tais pessoas, antes de mais nada, devem fazer um
exame íntimo de si mesmas, pois certamente descobrirão a causa
dos seus problemas no fundo do coração. Creio que elas
compreenderão que a causa de não conseguirem obter os
resultados desejados, não obstante o seu esforço, são os seus
próprios pecados. Principalmente os religiosos, como foram
escolhidos por Deus e têm o compromisso de serem pessoas
exemplares, não devem desviar-se do caminho. Devem manter a
firme disposição de não se envergonharem perante o Céu e a
Terra. Tais pessoas são amadas por Deus, conseqüentemente a
proteção Divina também é maior. Como o seu espírito está sempre
alegre, elas gozam de uma vida tranqüila, não criam inimigos, não
granjeiam o rancor de terceiros e passam a ser respeitadas por
muitas pessoas. Assim, tornam-se criaturas felizes. (...)

Revista Tijô-Tengoku nº 173, “Mentira e felicidade” – (01/02/64)

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