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Módulo Teórico Básico

Programa de Formação Inicial de

Mecânico de Veículos
Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico

Mecânico de Veículos
Automotores a Diesel
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Programa de Formação Inicial de Mecânico de Veículos Automotores a Diesel


Módulo Teórico Básico

Maio/2013

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www.sestsenat.org.br

Programa de formação inicial de mecânico de veículos


automotores a diesel : módulo teórico básico.
– Brasília : SEST/SENAT, 2013.
335 p. : il.

1. Veículo automotor. 2. Formação técnico-profissional.


I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte.

CDU 629.113:377.35
Sumário

COMPONENTE CURRICULAR I - Informática__ _____ 9

Unidade 1 - Introdução à informática_____________________________________ 11


Unidade 2 - Acessando as pastas e os programas_________________________ 17
Unidade 3 - Aplicativo Word para edição de textos________________________ 27
Unidade 4 - Construção de planilhas eletrônicas no Excel_________________ 39
Unidade 5 - Como fazer apresentações no PowerPoint____________________ 49

COMPONENTE CURRICULAR II - Português______ 57

Unidade 1 - Fonologia / Ortografia_______________________________________ 59


Unidade 2 - Morfologia: Formação e Estrutura das Palavras / Classes de
Palavras Nominais Variáveis -Substantivo _________________________________ 69
Unidade 3 - Morfologia: Outras Classes de Palavras Nominais Variáveis____ 77
Unidade 4 - Morfologia: Classes de Palavras Nominais Invariáveis /
Classe de Palavras Verbal – Classificação dos Verbos______________________ 89
Unidade 5 - Morfologia: Classe de Palavras Verbal – Flexão e
Formação dos Tempos Verbais____________________________________________ 99
Unidade 6 - Sintaxe: Sintaxe da Oração / Orações Reduzidas______________107
Unidade 7 - Sintaxe: Regência Nominal e Verbal / Crase /
Concordância Nominal e Verbal – Verbos Especiais________________________117
Unidade 8 - Sintaxe: Colocação Pronominal / Pontuação / Estilística_______127
Unidade 9 - Interpretação de Texto: Caracterização / Funções da
Linguagem_______________________________________________________________135
Unidade 10 - Interpretação de Texto: Compreensão e Interpretação /
Coesão e Coerência______________________________________________________145
Unidade 11 - Interpretação de Texto: Gêneros Textuais e Digitais__________153

COMPONENTE CURRICULAR III - Matemática____ 165

Unidade 1 - Introdução às Frações________________________________________167


Unidade 2 - Operações com frações______________________________________173
Unidade 3 - Equações de 1º grau - uma variável__________________________181
Unidade 4 - Equações de 1º grau - duas variáveis_________________________189
Unidade 5 - Inequações de 1º grau_______________________________________195
Unidade 6 - Potenciação e Radiciação____________________________________201
Unidade 7 - Razões_______________________________________________________211
Unidade 8 - Proporções, grandezas e regra de três_______________________221
Unidade 9 - Porcentagem_________________________________________________235
Unidade 10 - Equações de 2º grau________________________________________245
Unidade 11 - Médias e Desvios___________________________________________255
Unidade 12 - O uso da calculadora_______________________________________265
Unidade 13 - Interpretação de Gráficos___________________________________273
Unidade 14 - Geometria: Área e Perímetro________________________________281
COMPONENTE CURRICULAR IV - Empreendedorismo___ 291

Unidade 1 - Conceitos e Teoria do Empreendedorismo____________________293


Unidade 2 - Perfil do Empreendedor______________________________________301
Unidade 3 - Introdução ao Plano de Negócio_____________________________309

COMPONENTE CURRICULAR V - Visão Sistêmica_____317

Unidade 1 - A Infraestrutura dos modais de transporte no Brasil__________319


Unidade 2 - Organização do transporte no Brasil_________________________327

BIBLIOGRAFIA__________________________________ 334
Apresentação

O Curso de Mecânico de Veículos Automotores a Diesel é organizado em


módulos, que, por sua vez, são divididos em componentes curriculares.
Este é o segundo módulo: Teórico Básico e contém 130 horas-aula divi-
didas em 5 componentes curriculares, conforme apresentado a seguir:

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
CARGA
MÓDULO COMPONENTE CURRICULAR
HORÁRIA
Informática 20
Português 45
Teórico Matemática 45
Básico Empreendedorismo 12
Visão Sistêmica do Transporte 8
Carga horária total do módulo 130

Desejamos a você, Jovem Aprendiz, muito sucesso e muito empenho


nesta jornada de aquisição de conhecimentos para guiar o seu futuro
profissional.

Bons estudos!
COMPONENTE
CURRICULAR I

Informática

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico
Introdução à informática

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

1
• Apresentar os conceitos e os equipamentos de informática.

Informática
Unidade 1
• Conhecer a história do computador e sua importância em
diversas atividades.

Nosso objetivo nesta unidade é apresentar os conceitos básicos de infor-


mática que serão muito úteis para você ao longo de todo o curso. O ob-
jetivo principal é prepará-lo para o uso dos equipamentos de informática
que podem ser aplicados nas tarefas do dia a dia em seu trabalho.

Introdução

Hoje em dia, o uso dos computadores no trabalho é indispensável, pois


permite uma comunicação mais rápida entre as pessoas e a realização de
tarefas de maneira mais eficiente.

Desenvolvimento

1. A informática e o computador

Primeiro precisamos aprender o que é a informática.

A Informática pode ser considerada como uma “informação automática”, ou


seja, a utilização de métodos e técnicas no tratamento automático da informa-
ção. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: o computador eletrônico.

O que é um computador?

O computador é uma máquina que processa dados. Ela é orientada por


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

um conjunto de instruções presentes nos seus programas operacionais e


se destina a produzir resultados completos, com um mínimo de interven-
ção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
• grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
• precisão no fornecimento das informações;
• execução de tarefas repetitivas;

11
Anotações

• execução de tarefas simultâneas e complexas;


• redução de custos em várias atividades.

O computador é uma máquina com grande capacidade para processamen-


to de informações, tanto em relação ao volume de dados como em relação
à velocidade das operações que realiza com esses dados. Basicamente, ele
está organizado em três grandes funções: entrada, processamento e saída
de dados. Na figura a seguir podemos entender melhor como ele funciona.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Você sabia que o ENIAC (Electronic Numerical Integrator And Calculator) foi
o primeiro computador eletrônico, inventado pelos professores John Eckert e
John Mauchly da Universidade da Pensilvânia (E.U.A.), em 1946? Tinha cerca
de 18.000 válvulas, ocupava três andares e queimava uma válvula a cada dois
minutos.

2. Programas ou softwares

Um programa pode ser definido como uma série de instruções constru-


ídas em uma linguagem conhecida e aceita pelo computador, de modo
a obter os resultados desejados. O programa de computador também é
chamado de software, termo utilizado para indicar a parte funcional de
um computador.

Podemos classificar os softwares (ou programas) em categorias. A seguir,


apresentamos uma classificação genérica para eles. Como as tecnologias e
o conhecimento evoluem diariamente, devemos considerar que esta ma-
neira de classificar pode sofrer alterações.

12
2.1 Sistemas operacionais

Informática
Unidade 1
Como o próprio nome sugere, são softwares destinados à operação
do computador, ou seja, ao seu funcionamento. Têm como função
principal controlar os diversos dispositivos (partes) do computador e
servir de comunicação intermediária entre o computador e os outros
programas normalmente utilizados, permitindo que os programas pos-
sam ser executados.

O Windows e o Linux são exemplos de sistemas operacionais para com-


putadores. Até o começo da década de 1990 o sistema operacional mais
utilizado era o DOS. Após os anos 90, o Windows passou a ser o mais
conhecido e utilizado. Atualmente, existem vários sistemas operacionais,
dentre os quais podemos citar o Windows, Linux e Mac OS X. Um com-
putador, qualquer que seja o seu porte e a sua capacidade, não funciona
sem um sistema operacional.

Outro termo também utilizado para designar o sistema operacional é


“plataforma”. Dizemos, portanto, que o computador funciona com “plata-
forma Windows”. Esse termo é utilizado para representar ilustrativamente
que os outros programas funcionam sobre aquele determinado sistema
operacional, ou seja, sobre aquela plataforma.

2.2 Programas de computador

Os programas são os sistemas que determinam as tarefas que devem ser


executadas pelo computador.

A. Programas utilitários

São programas destinados a facilitar a execução de certas tarefas do pró-


prio computador e auxiliam o bom funcionamento do sistema operacio-
nal. Existem utilitários para diagnosticar a situação do computador e de
seus dispositivos (exemplo: Norton Utilities). Outros são utilizados para
compactar arquivos, diminuindo o espaço que eles ocupam (exemplos:
WinZip e WinRar). Além disso, existem utilitários que otimizam o fun-
cionamento da memória e do disco rígido, organizando e redistribuindo
arquivos de forma a serem acessados com maior velocidade (exemplos:
programas de desfragmentação e limpeza de disco).
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

B. Programas aplicativos

São os programas que executam atividades. Podemos incluir nesta cate-


goria os processadores de texto, as planilhas eletrônicas, os programas
gráficos e aqueles que nos permitem criar apresentações, manipular fotos,
escrever recados e ouvir músicas. Nesta categoria também estão incluídos

13
Anotações

os programas que facilitam e automatizam as rotinas administrativas e ope-


racionais nas empresas, como os programas que geram automaticamente
as folhas de pagamento, que organizam as contas a pagar e a receber,
que controlam estoque e a manutenção veicular, programas de controle de
tráfego etc.

3. Vírus e Spywares

Um vírus eletrônico é um programa que se instala no computador sem que


o usuário perceba, e começa a se reproduzir (gerar cópias de si mesmo).
Eles recebem este nome porque seu funcionamento é semelhante aos vírus
biológicos, que são organismos que invadem um ser vivo e dentro dele
passam a se reproduzir em alta velocidade, utilizando sua energia e seus
recursos, com o objetivo de multiplicar-se e espalhar-se para novos orga-
nismos. Os vírus eletrônicos funcionam da mesma maneira: invadem um
computador e passam a se reproduzir e se espalhar de todas as formas
que conseguem.

Antigamente, a maneira mais comum de “contágio” era a instalação de


programas- piratas ou de origem desconhecida (especialmente os “jogui-
nhos”). Entretanto, atualmente a principal forma de propagação dos vírus é
pela Internet, através da troca de e-mails e arquivos, e mesmo ao acessar
páginas virtuais contaminadas.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Os vírus são, em geral, programas que possuem vida própria e que se insta-
lam automaticamente, sem pedir licença, nos computadores que entram em
contato com eles. Existem alguns vírus que não destroem os arquivos do com-
putador, mas a grande maioria é criada para este fim. Em geral, os vírus atuam
apagando o conteúdo dos discos, misturando arquivos e trocando o valor dos
símbolos (por exemplo, trocando o “a” por “s”).

Para se proteger contra a invasão e a propagação dos vírus eletrônicos, é


muito importante que todo o computador tenha algum tipo de proteção.
Existem programas que protegem o computador e são conhecidos como
antivírus. Eles impedem a entrada de vírus e, caso o computador já esteja
infectado, eliminam o vírus existente. Devido à rapidez com que são produ-
zidos novos vírus, especialistas desenvolvem diariamente novas “vacinas”,
que são distribuídas em todo o mundo pelos programas antivírus.

O que é um Spyware?

Não podemos deixar de mencionar os programas-espiões. Estes progra-


mas são mais conhecidos como “spywares”. Este termo vem do inglês e é
utilizado para denominar programas que possuem como principal objetivo
investigar ou bisbilhotar o conteúdo de um computador.

14
Diferentemente dos vírus, os programas-espiões não destroem arquivos. Eles

Informática
Unidade 1
guardam informações e as retransmitem a outros computadores.

Podem ser utilizados para procurar e transmitir senhas, dados bancários,


informações confidenciais, e-mails e quaisquer outras informações. Eles se
instalam sem que o dono do computador perceba e começam a repassar
informações para outros computadores pela Internet.

Os vírus e spywares são responsáveis por sérios danos profissionais e finan-


ceiros para diversos usuários de computador e existem algumas medidas
de precaução que podem ser tomadas. Os programas antivírus, em geral,
também protegem os computadores dos programas-espiões, impedindo
sua instalação ou removendo-os caso já estejam no computador.

Conclusão

O computador é uma ferramenta presente no cotidiano de grande parte


da população brasileira. Apesar de nem todos termos um computador em
casa, é difícil imaginar uma empresa que não dependa de um computador
para realizar alguma de suas atividades. Além do computador, as empresas
utilizam bastante a Internet, seja para facilitar o atendimento aos clientes,
seja para entrar em contato com seus fornecedores.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

15
Anotações

Exercícios de fixação

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) São programas destinados a facilitar a execução de tarefas e auxiliam o


bom funcionamento do computador:
( ) Programas aplicativos.
( ) Programas utilitários.
( ) Vírus e Spywares.
( ) Sistemas direcionais.

2) Os sistemas operacionais têm como funções principais controlar os di-


versos dispositivos do computador e servir de comunicação intermediária
entre:
( ) o computador e outros sistemas operacionais instalado.
( ) a impressora e o projetor instalados
( ) o computador e os outros programas instalados
( ) a impressora e a mesa de trabalho

3) De maneira geral, podemos afirmar que vírus e Spywares são programas


idênticos, pois seus funcionamento e objetivos são os mesmos.
( ) Certo ( ) Errado
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

16
Acessando as pastas e os
programas
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Unidade 2
Informática
• Conhecer os principais programas instalados no computador.
• Apresentar os passos para acessar e gravar arquivos.
• Saber como acessar a Internet e tirar proveito dela.

Agora que já conhecemos o funcionamento básico do computador, va-


mos aprender a acessar as pastas onde guardamos arquivos e os principais
programas que precisamos, para trabalhar com eles de modo adequado

Introdução

Nosso curso busca capacitá-lo a executar diversas tarefas no computador


e buscar informações na Internet para realizar pesquisas como, por exem-
plo, para montar este curso ou para suas atividades profissionais. Não
basta saber ligar o computador; é preciso aprender a acessar arquivos e
executar programas.

Desenvolvimento

1. Armazenando dados em um computador

Quando realizamos algum trabalho em papel (um documento, uma ta-


bela ou um desenho) é preciso ter o cuidado de guardá-lo em algum
lugar. Normalmente colocamos o trabalho em uma pasta e guardamos
a pasta dentro de uma gaveta ou um armário. Quando sabemos onde o
documento está guardado, ele fica protegido e é mais fácil encontrá-lo
caso seja necessário.

Quando produzimos um trabalho no computador, a mesma situação


ocorre: precisamos guardar nosso trabalho para utilizá-lo posteriormente.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Quando guardamos um arquivo no computador, dizemos que “salvamos”


o arquivo, ou seja, salvar um arquivo é o mesmo que guardar um arquivo
em um determinado local no computador.

Os arquivos são salvos em dispositivos denominados discos (que são os


meios físicos de armazenamento magnéticos) e, por uma questão de

17
Anotações

organização, os arquivos são “co-


locados” e organizados em com-
partimentos denominados pastas
ou diretórios.

Uma pasta ou diretório é um local


onde podem ser armazenados ar-
quivos de programas, documentos,
imagens, músicas etc. Imagine que
a memória do computador é uma
grande gaveta cheia de pastas.
Cada pasta pode conter diversos
documentos ou até mesmo pastas
menores. O tamanho das pastas
não é fixo e varia de acordo com
a quantidade de documentos que
você coloca nelas.

Produzir e salvar trabalhos no computador tem uma grande vantagem em


relação a fazer a mesma coisa com papel e caneta: uma vez salvo um tra-
balho, ele poderá ser impresso ou alterado quantas vezes for necessário, e
de forma extremamente fácil, o que não ocorre com os trabalhos feitos em
meios não eletrônicos (manualmente).

Quando você escreve uma carta no papel, se quiser modificar seu conteú-
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

do, será necessário riscar, apagar ou recomeçar. Caso queira mandar uma
mesma carta para mais de uma pessoa, será necessário reproduzi-la, es-
crevendo-a várias vezes ou tirando fotocópias. No computador, essas ope-
rações são muito mais fáceis. Quando você quer modificar um texto, basta
abrir o arquivo original, modificá-lo e salvar novamente seu conteúdo. Se
quiser mandar a mesma carta para duas pessoas, basta imprimi-la duas
vezes ou enviar o mesmo conteúdo para as diferentes pessoas por e-mail.

1.1 Nomes de arquivos e pastas

Para nomear as pastas só é preciso escolher um nome. Já os arquivos pos-


suem um nome e uma extensão, separados por um ponto. O nome você
pode escolher e a extensão é gerada automaticamente pelo computa-
dor de acordo com o programa que foi utilizado para produzir o arquivo.
Exemplos:

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Extensão Significado
.bak Arquivo de cópia de reserva (backup)

Unidade 2
Informática
.exe Arquivo executável (programa)
.hlp Arquivo de ajuda (help)
.txt Arquivo texto
.zip Arquivo compactado gerado pelo Winzip
.doc ou .docx Arquivo gerado no Word
.xls ou .xlsx Arquivo gerado no Excel

Alguns programas podem oferecer a opção de salvar com mais de um tipo


de extensão (exemplo: o Paint oferece diversas alternativas para salvar o
desenho). Embora o usuário possa alterar a extensão do arquivo, é mais
indicado utilizar a extensão que o próprio programa escolhe quando você
quer salvar o arquivo. Essa sugestão considera o tipo de programa que
manipula o arquivo que você está tentando salvar.

2. Sistema operacional Windows

O Windows é um sistema operacional, ou seja, um dos primeiros programas


a serem executados pelo computador ao ser ligado. Sua função é deixar
o computador pronto para a operação (funcionamento de outros progra-
mas). O Windows gerencia todo o processamento do computador, permi-
tindo ao usuário executar vários programas simultaneamente, enquanto ele
próprio executa outros programas, sem interferir em nosso trabalho. Após
ligar o computador aparece uma tela semelhante à mostrada a seguir: é o
que chamamos de Área de Trabalho (“Desktop”).

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Os ícones (desenhos) presentes na Área de Trabalho são atalhos para os


programas ou para os arquivos gravados no computador. Cada usuário
pode escolher os ícones que irão compor sua área de trabalho de acordo
com a configuração que achar mais conveniente. Alguns usuários preferem
colocar atalhos para todos os programas, outros preferem colocar atalhos
para determinados documentos.
19
Anotações

Porém, alguns ícones estão sempre presentes, como os seguintes:

• Meu Computador – permite o acesso aos discos existentes no equipa-


mento, impressoras e aplicativos de configuração do computador.
• Lixeira – local de armazenamento temporário para os arquivos exclu-
ídos. Caso tenha se arrependido de apagar algum arquivo, é possível
recuperá-lo. Essa operação será detalhada mais adiante.
• Barra de Tarefas - fica localizada na parte inferior da tela. Ao abrir um pro-
grama, o Windows cria um botão de acesso para o programa, indicando
que ele está em funcionamento. Quando existirem vários programas aber-
tos, você pode ir de um para outro clicando no botão de acesso.

Através do botão “Iniciar” (figura com a logomarca Windows) você tem


acesso a uma série de tarefas em seu computador. Ao clicar sobre ele com
o botão esquerdo do mouse, aparecerá um menu contendo as opções:

• Todos os Programas: exibe uma lista de programas existentes no com-


putador e que podem ser utilizados/executados.
• Admin: abre a pasta pessoal.
• Documentos: acessa cartas, relatórios, anotações e outros tipos de do-
cumentos.
• Imagens: mostra e organiza imagens digitais.
• Música: acessa música e outros arquivos de áudio.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• Jogos: jogar e gerenciar jogos no computador.


• Computador: consultar unidades de disco e outros itens de hardware
conectados ao computador.
• Painel de Controle: altera as configurações e personaliza a funcionali-
dade de seu computador.
• Dispositivos e Impressoras: exibir e gerenciar dispositivos, impressoras e
trabalhos de impressão.
• Programas-Padrão: escolher programas-padrão para navegação na
Web, envio de e-mail, reprodução de músicas e outras atividades.
• Ajuda e Suporte: localizar tópicos de ajuda, tutoriais, soluções de pro-
blemas e outros serviços de suporte.

3. Executando um Programa

Existem duas formas de executar um programa:

1) Clicar duas vezes (rapidamente) com o botão esquerdo do mouse sobre


o ícone do programa na área de trabalho, se este atalho estiver presente
na área de trabalho;

20
2) Clicar no botão <Iniciar> (uma vez com o botão esquerdo do mouse),
selecionar a opção <Todos os Programas>, e procurar pelo programa de-

Unidade 2
Informática
sejado no menu. Clicar sobre o programa desejado com o botão esquerdo
do mouse.

3.1 Elementos comuns aos programas

Nas janelas dos diversos programas utilizados no Windows, alguns elemen-


tos são comuns, como os descritos a seguir:

Barra de Título É a barra localizada na parte superior da janela do programa, con-


tendo o nome do aplicativo e do arquivo que está sendo manipulado
por ele. Posicionando-se o cursor do mouse sobre a barra do título é
possível arrastar toda a janela para outra posição.
Moldura Possibilita que você mude o tamanho da janela do programa posicio-
nando o cursor do mouse nas suas bordas. Quando você posiciona o
cursor do mouse sobre a moldura (borda) da janela, a forma do cursor
se altera, indicando que é possível mover a borda.
Barra de rolagem Situada normalmente à direita e embaixo da janela, ela possibilita vi-
sualizar o conteúdo de um documento que seja maior que a janela.
Por exemplo, quando temos um texto com várias páginas é possível
passar de uma página a outra movimentando a barra de rolagem. Para
isso, basta posicionar o cursor do mouse sobre a barra, clicar e manter
pressionado o botão esquerdo do mouse e arrastá-la, ou clicar sobre
as setas que existem no começo e no final da barra de rolagem.
Barra de Menus Presente em todos os programas, a barra de menus contém as princi-
pais opções e ferramentas disponíveis no aplicativo em questão. Para
ter acesso a essas opções, pode ser utilizado o mouse (clicando com
o botão esquerdo) ou o teclado. Caso você prefira utilizar o teclado,
pressione a tecla [Alt] e a letra sublinhada da opção desejada.

Observe a figura a seguir, na qual estão exemplificadas todas as situações


descritas acima.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

21
Anotações

3.2 Windows Explorer

O Windows Explorer é um programa que faz parte do sistema operacio-


nal Windows e que nos permite visualizar, mover, copiar, renomear, excluir,
localizar ou criar arquivos ou pastas. Para executá-lo basta clicar com o
botão direito sobre o botão <Iniciar>, e em seguida selecionar a opção
<Explorar>.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

A janela do Windows Explorer apresenta, à esquerda, a estrutura hierárquica


das pastas, ou árvore de diretórios. À direita, essa janela mostra o conteúdo do
item selecionado na árvore da esquerda.

Ao selecionar uma pasta ou diretório à esquerda, automaticamente o con-


teúdo mostrado à direita se modifica. Se você trocar a pasta selecionada à
esquerda, o conteúdo à direita se modificará. Na figura, o item selecionado
é a pasta C:\Bibliotecas, que está em azul. À direita pode-se ver todo o
conteúdo dessa pasta, que inclui tanto arquivos como outras pastas.

22
4. Conhecendo a Internet

Unidade 2
Informática
A Internet é uma rede mundial que se popularizou na década de 1990,
interliga computadores, disponibiliza informações e permite o acesso a di-
versos assuntos, sendo que praticamente todos os assuntos de que você já
tenha ouvido falar têm pelo menos uma referência na Internet.

Para acessar a Internet, basta ter um computador ligado à rede através de


uma LAN (Local Area Network, ou Rede de Acesso Local), ou através de
acesso remoto, via linha telefônica, ou via cabo (banda larga).

Atualmente, também é possível conseguir o sinal de Internet por satélite ou por


sinal wireless, ou seja, sem a necessidade de um fio ligando o telefone ou o
cabo de rede ao seu computador.

Uma vez conectado à Internet, é preciso utilizar um software ou programa


denominado navegador (browser em inglês). Os mais utilizados são o In-
ternet Explorer (da Microsoft), o Netscape Communicator (da Netscape) e
o Mozilla Firefox (da Firefox).

Na Internet, as informações são organizadas em páginas às quais temos


acesso fornecendo o seu endereço, ou URL (Universal Resource Locator).
Por exemplo, para acessar a página da CNT (Confederação Nacional do
Transporte), é preciso digitar o endereço: <http:\\www.cnt.org.br> como
mostra a figura a seguir.

Quando não sabemos o endereço da página que contém a informação de-


sejada, é possível utilizar sistemas de busca (search engines) para procurar
a página que desejamos encontrar.

Esses programas realizam a busca a partir de palavras-chave ou de frases


(exemplos: assunto, autor, título etc.) para encontrar as páginas na Web
com conteúdos ligados à informação que se deseja pesquisar. São exem-
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

plos de mecanismos/sistemas de busca:

• Internacionais: AltaVista, Yahoo, Lycos, Google.


• Nacionais: Cadê (Yahoo), Aonde, Achei.

23
Anotações

Os sistemas de busca funcionam de maneira bastante parecida. O mais


popular é o Google. Se desejarmos procurar na Internet o que existe de
informação sobre qualquer assunto, basta colocar uma palavra ou um texto
e o sistema de busca procura para você.

No exemplo a seguir buscamos o termo SEST/SENAT. Veja na figura os re-


sultados encontrados pelo sistema de busca Google.

Conclusão
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Nesta unidade aprendemos como funcionam os sistemas operacionais e


seus principais programas de gerenciamento de sistemas. Como vimos,
o Windows e seus programas-padrão são os mais conhecidos, mas ou-
tros sistemas estão se tornando mais populares. Não se assuste! Depois
de aprender a usar o Windows será mais fácil aprender a utilizar outros
sistemas operacionais.

24
Exercícios de fixação

Unidade 2
Informática
Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Acesse a Barra de Tarefas do seu computador. Procure o botão “Iniciar”


e explore as funções disponíveis. Registre aqui os programas disponíveis.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.

2) Acesse pelo Windows Explorer uma pasta sua de trabalho. Crie dentro
dela uma nova pasta chamada Curso de Informática.

3) Acesse o programa Paint (um editor gráfico simples). Experimente mo-


ver, restaurar, minimizar e maximizar uma janela. Note que quando você
minimiza uma janela, seu botão na Barra de Tarefas assume um aspecto
diferente. Para restaurar a janela, basta clicar uma vez sobre esse botão.
Feche um Programa clicando no botão fechar. Note que o botão do Paint
na barra de tarefas desaparecerá.

4) Acesse a Internet e, utilizando um sistema de buscas, digite seu nome


completo. Verifique quantos resultados foram obtidos com seu nome. Ago-
ra, escolha o nome de uma pessoa conhecida (cantor, ator, artista). Verifi-
que quantos resultados são encontrados.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

25
Aplicativo Word para edição
de textos
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Unidade 3
Informática
• Apresentar o funcionamento do Word.
• Conhecer as principais funcionalidades do programa Word.
• Saber como criar, editar e formatar textos.

Vamos conhecer agora o Word, que é um editor eletrônico de textos, pro-


duzido pela Microsoft, muito utilizado mundialmente.

Introdução

Os programas de editoração eletrônica de textos possuem, principalmen-


te, dois grandes recursos: a edição e a formatação. A edição consiste em
inserir textos dentro de um programa, fazer correções, salvá-los em disco
e alterá-los sempre que necessário. A formatação, por sua vez, é realizar
modificações na aparência do documento e especificar como o texto apa-
recerá na tela e no papel.

Desenvolvimento

1. Conhecendo o Word

Existem várias formas de carregar um determinado programa na tela


e começar a utilizá-lo. Usualmente a chamada do programa Microsoft
Word está presente no menu <Iniciar>, que aparece na <Barra de Tare-
fas>. A partir da tela principal do Windows, pressione o botão esquerdo
do mouse uma vez sobre o botão <Iniciar>, localizado na parte inferior
esquerda, conforme a figura a seguir.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Assim que aparecer o conjunto de opções, clique sobre <Programas>


(Programs) para que apareça um submenu, onde está localizado o Mi-
crosoft Word.

27
Anotações

As informações no menu Iniciar podem variar conforme a versão do Windows.


A sequência de programas que aparece no submenu também poderá variar
de acordo com os programas instalados. Quando o submenu abrir com suas
opções de programa, clique sobre o item Microsoft Word para inicializar o pro-
grama.

Espere o programa ser carregado na tela e observe que, logo após o pro-
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

cesso de inicialização, é mostrada a tela de abertura desse programa. A


área de trabalho do Word é a parte branca da tela, chamada área de texto,
que representa uma folha de papel. Seu formato pode variar de acordo
com a vontade do usuário.

Na Barra de Menu estão organizados os grupos de funcionalidades. Ela en-


contra-se na parte superior da janela de aplicativo e é responsável pelo aces-
so a todos os comandos. A primeira opção do menu é a aba Arquivo. Além

28
de salvar, abrir e fechar os arquivos, você poderá abrir um novo documento,
arquivos recentes, imprimir e enviar arquivos. O botão <Ajuda> permite es-

Unidade 3
Informática
clarecer suas dúvidas em relação ao funcionamento do programa.

Em cada aba você poderá acessar diversas ferramentas. Ao acessar uma


aba ficam visíveis para o usuário os principais comandos deste grupo de
ferramentas. Alguns grupos possuem pequenas marcações no canto infe-
rior direito, indicando que aquela ferramenta possui mais alternativas de
configuração.

Na aba <Página Inicial> você pode acessar ferramentas como recortar e


colar, formatar a fonte do texto, formatar o parágrafo, alterar os estilos de
texto e outras edições de texto.

Note que há no canto inferior direito da ferramenta <Parágrafo> uma seta,


indicando que você poderá abrir a caixa de edição dos parágrafos, permitin-
do a expansão dessa ferramenta. Ao clicar na seta, uma caixa se abre, ofere-
cendo alternativas de edição dos parágrafos. A mesma coisa ocorrerá com as
outras ferramentas que possuem o mesmo símbolo no canto inferior direito.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

A aba Inserir permite configurar tabelas e ilustrações. Você poderá, tam-


bém, incluir links, cabeçalhos, rodapés, caixas de texto e símbolos.

29
Anotações

A barra de ferramentas também apresenta a aba <Layout de Página>, a


qual permite que você configure as características das páginas do seu ar-
quivo, como o tamanho das margens, a orientação do papel, os planos de
fundo e o alinhamento dos parágrafos.

Na aba <Referências> você poderá editar o sumário, as notas de rodapé e


as demais referências internas de seu documento. Experimente inserir uma
legenda!

Outra aba importante é a <Revisão>, que permite revisar a ortografia e


gramática do texto, modificar o idioma utilizado, incluir e excluir comen-
tários, controlar alterações e gerenciar as alterações feitas no documento.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Por fim, a aba <Exibição> permite definir a maneira como o arquivo é visu-
alizado no Word 2010, ou seja, a distribuição de janelas, o zoom e outras
características de visualização que você quiser modificar.

Nessa aba é possível habilitar a visualização das réguas, que são barras
gráficas na parte superior e lateral da janela do documento, podendo
ser utilizada para recuar parágrafos, definir tabulações, ajustar as mar-
gens da página e modificar as larguras das colunas de uma tabela ou de
colunas de texto.

Podemos modificar as unidades de medida na régua com o comando


<Opções> do menu <Arquivo>. Na alternativa <Avançado> vá até o
item <Exibir> e modifique a configuração de medidas de acordo com
suas preferências.

30
Unidade 3
Informática
O Word possui também guias de edição quando determinados elemen-
tos dentro de seu texto são selecionados. Por exemplo, ao selecionar uma
imagem, aparece na barra de guias uma guia especial para formatação do
objeto selecionado.

Ao editar textos eletronicamente, há a necessidade de execução de determi-


nadas operações básicas como, por exemplo, a criação do documento, ou
seja, a digitação, a gravação, a abertura de novos documentos ou de docu-
mentos já existentes, fechamento e finalização do programa, entre outras.

Um documento em branco (vazio) sempre será exibido ao ser iniciado o


programa, esperando para o início da digitação. Uma barra vertical inter-
mitente, chamada ponto de inserção, indica o local em que o texto será
inserido à medida que for sendo digitado. Não é necessário iniciar uma
nova linha quando for atingida a margem direita, como é necessário em
máquinas de escrever. O Word automaticamente move o texto para a pró-
xima linha, devendo ser pressionada a tecla <Enter> somente para iniciar
um novo parágrafo.

2. Gravando o texto em um arquivo

Salvar significa, simplesmente, armazenar o documento no computador.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Na primeira vez que o documento é salvo, o Word exibe a caixa de diálogo


<Salvar Como>, onde se especifica o nome, local e formato de arquivo
para o documento ativo. Nesta operação, abre-se a caixa de diálogo mos-
trada na figura abaixo:

31
Anotações

Para salvar um documento já existente, de forma rápida e com o nome,


local e formato do arquivo atual, apenas clique sobre o botão <Salvar>.
O Word permite salvar o documento em muitos outros formatos. A lista
de formatos depende dos conversores e de outros programas que foram
instalados no seu computador. Usualmente o Word permite salvar arquivos
com extensão do tipo “rtf”, “txt”, “xml”, “htm”, “html”, dentre outros.

Sempre que modificamos um documento, seja acrescentando, eliminando ou


alterando o texto, as mudanças devem ser gravadas. Neste caso, não é apre-
sentada a caixa de <Salvar Como>, pois o documento já recebeu um nome
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

na primeira vez em que foi salvo.

3. Fechando o arquivo criado

O comando <Fechar> não significa necessariamente finalizar o programa,


pois o Word ainda continuará aberto. Este comando é aplicado para liberar
a memória correspondente a um documento que esteja sendo manipulado
no momento. Assim, pode-se iniciar um novo documento, ou abrir um
documento existente.

Não é obrigatório fechar um arquivo para que seja aberto outro, pois,
quando o segundo é aberto, o primeiro é apenas sobreposto, ficando, as-
sim, em segundo plano. Para retorná-lo à tela, deverá ser escolhido seu
nome na lista que estará presente no menu <Alternar Janelas>, na aba
<Exibição>. Automaticamente, o documento é colocado em primeiro pla-
no, alternando-se com o outro.

É possível abrir vários documentos simultaneamente. A quantidade limite de


documentos que podem ser abertos simultaneamente depende da memória do
computador que você está usando.

32
4. Abertura de novo arquivo

Unidade 3
Informática
Se for necessário trabalhar com um documento vazio, deve-se selecionar
o comando <Novo>, na aba <Arquivo> ou escolhido o botão <Novo>, na
barra de ferramentas-padrão. Para iniciar um novo documento no Word,
execute os seguintes passos:
• Selecione a aba Arquivo.
• Escolha a opção Novo.

Ao ser selecionado o comando <Novo>, através do menu, aparecerá à


direita da tela a seguinte caixa de diálogo:

Ao abrir um novo documento, um botão irá aparecer na barra de tarefas


do Windows, informando que uma nova janela de programa ou de arqui-
vo foi aberta. Ao abrir um novo documento, baseado no modelo <Nor-
mal>, surge na tela um documento em branco, vazio, pronto para receber
as informações que você deseja adicionar ao arquivo.

Para executar a operação de finalização do programa (fechar o Word),


existe a opção <Sair> na aba <Arquivo>. Ela serve para finalizar um docu-
mento e encerrar o programa quando você não quiser mais trabalhar com
o Word. Ao encerrar o programa, caso você não queria mais utilizá-lo,
você libera a memória do computador, tornando-o mais ágil.

Não se esqueça de salvar o documento. Caso você se esqueça desta ope-


ração, ao tentar fechar o programa, ele automaticamente emite um alerta
através da caixa de diálogo Microsoft Word, mostrada na figura abaixo, pe-
dindo para salvar ou descartar as últimas alterações feitas no documento.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

33
Anotações

Ao encerrar o programa, o aplicativo e o documento são encerrados. Se


você desejar utilizar novamente o Word, deverá ser executado todo o pro-
cesso de inicialização do programa.

Como abrir um arquivo que você criou?

Esta operação consiste em abrir um documento existente que esteja loca-


lizado no seu disco rígido. Ao abrir um documento ele aparecerá na tela
com o mesmo conteúdo que ele continha da última vez que foi fechado.

Esta opção pode ser executada através da opção <Abrir> na aba <Arqui-
vo>, que possibilitam abrir um documento ou modelo existente em uma
nova janela.

Para abrir um documento existente, clique sobre o botão <Abrir>, mos-


trado acima, na aba <Arquivo>. A caixa de diálogo mostrada na figura a
seguir exibe as opções existentes para se abrir um documento.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

5. Formatando um texto

A primeira característica que você deve formatar em seu documento é o


formato de página. O Word possui uma configuração de página predefini-
da, que em geral é o formato A4 (mais usado no Brasil) ou formato Carta
(mais usado nos EUA). Para alterar o formato ou para verificar se você está
usando o formato adequado, vá para a aba <Layout de Página>, na opção
<Configurar Página>. Será aberta uma caixa de diálogo, onde aparecem
três guias, que serão explicadas a seguir:

34
Unidade 3
Informática
• Margens: Altera as medidas das margens (distância entre o limite do
texto e o limite do papel).
• Papel: Altera a largura e altura do papel a ser utilizado e a fonte do
papel.
• Layout: Define opções de cabeçalhos (parte superior da página) e ro-
dapés (parte inferior da página), quebras de seção, alinhamento verti-
cal e numeração de linhas.

Alterando qualquer uma dessas guias, você poderá utilizá-las no documento


todo, numa determinada seção ou a partir de um determinado ponto.

É muito importante saber formatar um texto colocando as características


que desejamos (negrito, itálico, sublinhado, tamanho e tipo da fonte). Para
isso, você deve selecionar o texto que deseja formatar e, em seguida, clicar
sobre os formatos desejados na aba Página Inicial, no menu <Fonte>.

Para mudar o alinhamento do texto, selecione os parágrafos a serem al-


terados e clique no botão desejado na barra de formatação de parágrafo. MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

O Word possui um corretor ortográfico automático e as correções que o pro-


grama faz são recursos de Autocorreção. Você pode inserir no corretor pala-
vras e frases que utiliza frequentemente. Por exemplo, para inserir um texto
na Autocorreção, vá para a aba <Revisão>, clique na opção <Ortografia e
Gramática>.

35
Anotações

6. Imprimindo um texto

Para imprimir o texto, certifique-se de que existe uma impressora instalada


no computador. Clicando no botão Imprimir, aparecerá a janela a seguir:

Você pode escolher as páginas que deseja imprimir, o número de cópias, a


quantidade de páginas que serão impressas em cada folha (quando desejar
uma impressão reduzida) e a impressora que você deseja utilizar.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Conclusão

Nosso objetivo nessa unidade não é o de esgotar as funcionalidades do


Word e, sim, iniciar o seu aprendizado no uso do editor eletrônico de texto.
Este programa possui diversas outras funcionalidades e ferramentas que
você poderá descobrir na medida em que for praticando. Agora que você
já conhece um pouco desse programa, pesquise outras opções que achar
interessante, ou que necessite aprender.

36
Exercícios de fixação

Unidade 3
Informática
Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Abra o editor de textos Word e digite o texto a seguir:

“A logística representa uma grande oportunidade para as empresas que


desejam diferenciar seus produtos/serviços no mercado. Embora a qua-
lidade do produto e o preço sejam fatores essenciais, rapidez na entrega,
disponibilidade, bom atendimento, ausência de avarias, entre vários outros,
criam valor ao reduzir os custos para o cliente e aumentar sua vantagem
competitiva.”

2) Para gravar o texto digitado anteriormente, siga as instruções abaixo:

1. Após digitar o texto, clique no botão Salvar da barra de ferramentas


Padrão;
2. Na caixa de diálogo Salvar Como, escolha a pasta Meus Documentos, na
raiz da unidade C:, selecionando-a na caixa de listagem Salvar em;
3. Digite o nome “Logística” na caixa de texto Nome do Arquivo;
4. Clique no botão Salvar;
5. Feche o documento e o programa.

3) Pelo Windows Explorer, procure e abra o arquivo que você acabou de


criar. Certifique-se de que o arquivo está salvo no local desejado.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

37
Construção de planilhas
eletrônicas no Excel
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Unidade 4
Informática
• Apresentar o funcionamento do Excel.
• Conhecer as principais funcionalidades deste programa.
• Saber como criar, editar e formatar planilhas eletrônicas.

Nesta unidade vamos conhecer o editor de planilhas eletrônicas Excel e


algumas de suas operações mais úteis para o nosso dia a dia, incluindo
a inserção de fórmulas, utilização de funções da planilha e a criação de
gráficos.

Introdução

A planilha eletrônica permite guardar informações em tabelas, possibili-


tando que uma série de operações matemáticas e transformações sejam
realizadas com esses dados, o que facilita a extração de informações deri-
vadas e a sua apresentação em diversas formas, incluindo gráficos. Como
são relativamente fáceis de operar, as planilhas facilitam o trabalho diário
de milhares de organizações e pessoas que precisam formular projeções
e tabelas ou gerar números e resultados baseados em variáveis ou dados
que elas possuem.

Desenvolvimento

1. Abrindo o programa de planilhas eletrônicas


EXCEL

Para carregar (abrir) o Excel, você deve dar um clique no botão <Iniciar>;
em seguida, clique na opção <Programas>.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Clique sobre Todos os Programas para que apareça um submenu, onde


está localizado o Microsoft Office e o Microsoft Excel 2010.

39
Anotações

Ao ser carregado, o Excel exibe sua tela de trabalho, mostrando uma plani-
lha em branco com o nome de “Pasta 1”. A tela de trabalho é composta por
diversos elementos, entre os quais podemos destacar os seguintes:

Células

Uma planilha é composta por linhas e colunas como se fosse uma grande
tabela. Cada célula é o cruzamento de uma coluna com uma linha. Sua
função é armazenar informações, que podem ser um texto, um número ou
uma fórmula que faça menção ao conteúdo de outras células. Cada célula
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

é identificada por um endereço composto pela letra correspondente da


coluna e pelo número correspondente da linha.

Workbook

O Excel trabalha com o conceito de pastas de trabalho, onde cada plani-


lha é criada como se fosse uma pasta com diversas folhas de trabalho. Na
maioria das vezes, trabalhamos apenas com a primeira folha da pasta. No
entanto, quando necessário trabalhar com várias planilhas relacionadas, em
vez de criar diversos arquivos, você pode ter várias planilhas em um só ar-
quivo. Por exemplo, se você precisa de doze planilhas diferentes para mos-
trar os gastos de sua empresa ao longo dos meses do ano, você poderá
criar um único arquivo e utilizar doze “folhas” de planilhas na mesma pasta.

Marcadores de página (Guias)

Servem para selecionar uma das planilhas de um mesmo arquivo, da mes-


ma forma que os marcadores de agenda de telefone. Esses marcadores
recebem automaticamente os nomes “Plan1”, “Plan2” etc., mas podem ser
renomeados como você preferir. Para renomear uma guia basta clicar no
nome dela duas vezes e digitar o nome desejado.

40
Janela de trabalho

Unidade 4
Informática
Uma planilha do Excel tem uma dimensão física muito maior do que a tela
do computador pode exibir. O Excel permite a criação de uma planilha com
milhares de linhas e centenas de colunas.

O Excel 2010 possui diversas abas. A primeira opção do menu é a aba <Ar-
quivo>. Além de salvar, abrir e fechar os arquivos, você poderá abrir uma
nova planilha, arquivos recentes, imprimir e enviar planilhas. O botão <Ajuda>
permite esclarecer suas dúvidas em relação ao funcionamento do programa.

Ao acessar uma aba, ficam visíveis os principais comandos deste grupo de


ferramentas. Algumas ferramentas possuem uma marcação no canto infe-
rior direito, indicando que ela possui mais alternativas de configuração.

A aba <Página Inicial> permite editar as características básicas de fonte,


alinhamento e as demais características de cada célula. Nas demais abas é
possível editar outras características das planilhas.

Na aba <Inserir> é possível inserir tabelas e ilustrações, criar gráficos e adi-


cionar filtros à planilha.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

41
Anotações

2. Como navegar pela planilha

Para que uma célula possa receber algum tipo de dado ou para que seja
formatada em suas características (fonte, cor, bordas), é necessário que ela
esteja previamente selecionada. Para isso, você deve mover o retângulo de
seleção até ela. Use as teclas de seta (presentes no teclado) para mover o
retângulo de seleção, célula a célula, na direção indicada pela seta.

Para selecionar uma célula que esteja aparecendo na janela, basta apontar o
indicador de posição do mouse para a célula desejada e dar um clique. Se
a célula desejada estiver fora da área de visão, você deve usar as barras de
rolamento vertical ou horizontal.

Você pode arrastar o botão deslizante dessa barra de rolamento para avan-
çar mais rapidamente ou então dar um clique sobre as setas das extremida-
des da barra de rolamento para rolar mais vagarosamente a tela.

3. Inserindo dados e editando conteúdos

Inserir um conteúdo em uma célula é uma tarefa muito simples. Você deve
selecionar a célula que receberá os dados posicionando o retângulo de
seleção sobre ela. Em seguida, basta digitar o conteúdo desejado.

3.1 Entrada de números


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Depois de selecionar a célula na qual deseja inserir um número, cada nú-


mero digitado é exibido também na <Barra de Fórmulas>. Para finalizar a
digitação do conteúdo, clique no botão <Enter>.

Como padrão, o Excel assume que ao pressionar <Enter>, o conteúdo da


célula está inserido (finalizado) e o retângulo de seleção é automaticamente
movido para a célula de baixo. Se durante a digitação você cometer qual-
quer erro, pressione a tecla <Backspace>para apagar o último caractere
digitado.

42
3.2 Entrada de textos

Unidade 4
Informática
Inserir um texto é tão fácil quanto inserir números: basta selecionar a célula,
digitar o texto desejado e pressionar uma das teclas ou comandos de fina-
lização da digitação. Além da tecla <Enter>, você pode finalizar a digitação
de um texto ou número pressionando uma das teclas de seta para mover o
retângulo de seleção para a próxima célula.

3.3 Alteração do conteúdo de uma célula

Se você quiser alterar o conteúdo de uma célula, pode usar três métodos
bem simples que permitem a edição.
I. Dê um duplo clique sobre a célula.
II. Posicione o retângulo de seleção sobre a célula e pressione F2.
III. Selecione a célula e clique sobre seu conteúdo na <Barra de Fórmulas>.

3.4 Selecionando mais de uma célula

Para selecionar um conjunto de células contíguas (vizinhas), basta passar o


cursor do mouse sobre as células desejadas, mantendo o botão esquerdo
pressionado e soltando o botão esquerdo após as células desejadas terem
sido marcadas.

Para selecionar células não contíguas (separadas), selecione as células man-


tendo pressionada a tecla <Ctrl>.

Para mover um conjunto de células de uma região da planilha para outra,


basta selecionar as células, mover o cursor do mouse até a borda da região
selecionada (quando ele toma a forma de uma seta), pressionar o botão es-
querdo do mouse, mantê-lo pressionado e arrastar o conjunto até a outra
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

região, soltando nesse momento o botão do mouse.

Se o conteúdo das células movidas fizer referências a outras células, o progra-


ma se encarregará de atualizar todas essas referências, modificando a letra e o
número da linha de cada referência.

43
Anotações

É possível copiar o conteúdo de células de duas maneiras. Na primeira


forma, selecionam-se as células a serem copiadas, pressiona-se o ícone
de copiar (ou as teclas <Ctrl> + <C>), posiciona-se o cursor do mouse na
posição onde deve ficar o canto superior esquerdo da região copiada, e em
seguida pressiona-se o ícone de colar (ou as teclas <Ctrl> + <V>).

A segunda forma é utilizada quando desejamos copiar integralmente o


conteúdo de uma ou mais células, para que sejam utilizados em outros
pontos da tabela ou em outras planilhas. Neste caso, selecione a célula que
você deseja preencher com conteúdo igual ao de outra, digite o sinal = e
selecione a célula com o conteúdo que você deseja copiar.

Uma das grandes utilidades de uma planilha eletrônica é a capacidade de


realização de diversos cálculos, muitas vezes complexos. Podemos defi-
nir expressões aritméticas utilizando os seguintes operadores: + (adição),
- (subtração), / (divisão), * (multiplicação) e ^ (potência).
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Toda expressão aritmética deve ser iniciada com o sinal =, que irá aparecer na
Barra de Fórmulas. Caso não seja inserido o sinal =, o Excel irá entender os
caracteres digitados como texto e não como uma expressão matemática (fór-
mula). Os elementos das fórmulas podem ser valores ou referências a outras
células, desde que estas contenham tipos compatíveis com a operação (exem-
plo: texto multiplicado por número não é uma operação compatível).

Além de expressões aritméticas, é possível utilizar funções predefinidas do


Excel para realizar os mais diversos cálculos sobre os dados. As funções es-
tão acessíveis através da aba Fórmulas ou pelo ícone fx, estando disponíveis
funções de várias categorias: financeiras, matemáticas e trigonométricas,
data e hora etc. As funções podem aparecer isoladamente em uma célula,
ou fazer parte de expressões mais elaboradas.

Para inserir uma função qualquer, os passos são os seguintes:

• Selecionar a célula onde se deseja colocar a função;


• Selecionar a opção Inserir Função, na aba Fórmulas, ou clicar no ícone fx;
• Escolher a categoria da função e, em seguida, a função desejada (ex.:
matemática e trigonométrica / FATORIAL);

44
• Na janela que se abre na sequência, definir as células contendo os parâ-
metros da função e, em seguida, clicar <OK>.

Unidade 4
Informática
Se, porventura, existirem dúvidas sobre ao significado da função, ou de como
usá-la, você pode clicar no ícone da função Ajuda (sinal de ponto de interro-
gação: ?) e ver a sua descrição e, principalmente, os exemplos de uso.

Existem funções com nomes muito parecidos e que sugerem a mesma coisa.
A função <Ajuda> pode auxiliar na solução dessas dúvidas, especialmente se
os exemplos de utilização forem examinados.

4. Formatando as planilhas

Existe uma série de recursos disponíveis para a formatação de tabelas no


Excel. Os principais são:

• Colocar diversos tipos de bordas, alterar a cor de fundo das células


selecionadas e alterar a cor do texto.

• Formatar os conteúdos das células, centralizando-os, alterando a altu-


ra, o tipo e a cor da fonte etc.

• Alterar a altura de linhas e a largura de colunas.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

45
Anotações

5. Gerando gráficos no Excel

Para traçar um gráfico de coordenadas cartesianas (eixo X e eixo Y) de uma


tabela, os passos a serem seguidos são:

i) Primeiramente, construa a tabela com os dados desejados.

ii) Selecione toda a tabela a partir da qual será criado o gráfico, incluindo os
dados presentes em seu cabeçalho.

iii) Selecione a opção <Gráficos>, na aba <Inserir>, ou clique nos ícones de


assistente gráfico presentes na aba <Gráficos>.

iv) Selecione o tipo de gráfico mais adequado e clique em <Avançar>.

v) Nas próximas etapas, você poderá configurar as opções do gráfico na


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

aba <Ferramentas de Gráfico>. Se você desejar alterar algum parâmetro, é


só explorar as possibilidades oferecidas nos menus.

6. Utilizando filtro de dados

Através do uso de filtros, é possível selecionar conteúdos específicos da


tabela para serem visualizados. Esse recurso é bastante útil para classificar
listas extensas ou para visualizar apenas as classes de dados desejadas na-
quele momento, sem ter que excluir dados da tabela.

Para filtrar uma exibição podemos escolher um valor ou um texto específico


ou podemos determinar intervalos de valores desejados.

46
Muito interessante, não é mesmo? Essa ferramenta serve para facilitar a
busca e a edição de dados nas células. Além disso, você pode desfazer o

Unidade 4
Informática
filtro e refazê-lo com outro valor.

Conclusão

Nesta unidade, conhecemos alguns recursos do Excel que podem nos aju-
dar a processar, organizar e apresentar dados diversos e informações de
maneira precisa, com bastante criatividade e organização. Agora que você
já conhece suas principais funcionalidades, já pode testar seus conhecimen-
tos criando pastas, editando e inserindo dados nas planilhas eletrônicas.

Exercícios de fixação

1) Abra o seu Excel e monte a planilha abaixo digitando textos e dados:

2) Construa a planilha a seguir e execute a função SOMA, conforme a figura.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

47
Como fazer apresentações
no PowerPoint
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Unidade 5
Informática
• Apresentar o funcionamento do PowerPoint.
• Conhecer as principais funcionalidades deste programa.
• Saber como criar, editar e formatar apresentações.

Nesta unidade, vamos aprender a utilizar os recursos de apresentação


eletrônica do programa PowerPoint 2010, da Microsoft.

Introdução

O PowerPoint é o software para montar apresentações na forma de slides


(ou lâminas, em português) da Microsoft. Você poderá montar slides co-
loridos e animados, com efeitos nos textos e nas imagens, resultando em
apresentações mais atraentes e bonitas.

Desenvolvimento

1. Conhecendo o PowerPoint

Os slides gerados pelo PowerPoint são úteis para apresentação de traba-


lhos acadêmicos ou profissionais. Você poderá apresentar os resultados de
uma pesquisa ou projeto para outras pessoas. Além disso, o PowerPoint
permite gerar ilustrações ou figuras que serão incluídas em arquivos de
outros documentos como o Word, para montar portfólios de trabalhos etc.

A figura mostra slides de uma apresentação gerada utilizando-se o PowerPoint.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

49
Anotações

Um arquivo de apresentação do PowerPoint pode conter diversos slides,


que podem ser apresentados na tela do computador de forma automática
ou manual (controlada via mouse ou teclado). Você poderá utilizar, tam-
bém, outros recursos audiovisuais, tais como projetores (DataShow), caixas
acústicas etc.

A tela de apresentação é similar às do Word e Excel, com abas na Barras de


Ferramentas, menu principal, Barras de Rolagem etc. Para carregar o Microsoft
PowerPoint, basta clicar sobre o ícone correspondente na área de trabalho, ou
através do menu Iniciar.

Ao iniciar, o programa se abre com um slide predefinido, contendo duas


caixas de texto esperando que você digite um conteúdo. Para inserir um
novo slide basta selecionar a opção <Novo slide>, no menu <Slides>, na
aba <Página Inicial>.

Os modelos do tipo Layouts de Texto são estruturas predefinidas com su-


gestões sobre forma e posicionamento de caixas de texto. Basta você sele-
cionar uma das configurações e digitar seus textos nas caixas de texto.

Os modelos do tipo Layouts de Conteúdo oferecem opções com títulos e


áreas reservadas para inserção de fotos, imagens ou gráficos. Há também
uma opção Em branco, ou seja, sem qualquer conteúdo.

Existem layouts que misturam textos e conteúdos. Você pode selecionar algu-
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

ma destas sugestões para facilitar o seu trabalho. A cada novo slide inserido
você poderá selecionar um padrão diferente de layout, basta manter a Barra de
Layout do slide aberta.

Antes de começar a montar slides, vamos aprender as formas de visualizá-


-los. Os modos de visualização podem ser ativados através de 5 botões
localizados na parte inferior esquerda de seu ambiente de trabalho. Cada
modo de visualização é particularmente útil para um determinado trabalho
a ser feito.
Classificação
Normal de leitura

Classificação Apresentação
de slides de slides

O Modo Normal contém três painéis: o painel de estrutura de tópicos, o


painel de slides e o painel de anotações. Esses painéis permitem que você
trabalhe em todos os aspectos da apresentação em um único local. Você
pode ajustar o tamanho dos diferentes painéis, arrastando suas bordas.

50
Na opção Estrutura de Tópicos, é possível visualizar todo o conteúdo de
texto da apresentação, em formato de lista. Os possíveis objetos de dese-

Unidade 5
Informática
nhos, gráficos ou cores não serão exibidos neste modo.

Você pode facilmente editar os textos de seus slides neste modo de visu-
alização (além de alterar ou inserir texto, você pode alterar tamanhos e
fontes), porém, você não conseguirá visualizar as cores aplicadas nos textos
(que aparecerão somente em preto).

Na opção Slides, você pode trabalhar em um slide de cada vez. É possível


adicionar elementos gráficos, filmes e sons, criar hyperlinks e adicionar ani-
mações a slides individuais.

No Modo Classificação de Slides, os slides serão exibidos de forma redu-


zida e sequenciada. Aqui você pode clicar com o mouse sobre um slide e
arrastá-lo para outra posição na apresentação, de modo a alterar a ordem
dos slides.

O Modo Apresentação de Slides aciona a apresentação dos slides do arquivo. A


apresentação começará no slide em que o cursor estiver posicionado.

2. O slide mestre

O arquivo que você gera no PowerPoint é estruturado sobre uma página-


-modelo, um tipo especial de slide, chamado slide mestre. Esse slide con-
trola certas características de texto — como o tipo, o tamanho e a cor da
fonte, chamadas “texto mestre”, a cor ou a imagem de plano de fundo e de-
terminados efeitos especiais como o sombreamento e o estilo de marcador.

Ao clicar na opção Slide Mestre na aba Exibição, uma nova guia aparece,
chamada Slide Mestre.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

51
Anotações

O slide mestre contém espaços reservados de texto e espaços reservados


para rodapés, como a data, a hora e o número do slide.

Quando você está utilizando uma base de slide mestre, se você deseja fazer
uma alteração global na aparência dos slides (por exemplo: mudar a cor
de fundo de todos os slides), não é necessário alterar cada slide individu-
almente. Basta fazer a alteração uma vez no slide mestre e o PowerPoint
atualiza automaticamente todos os slides existentes e aplica as alterações a
qualquer novo slide adicionado.

Quando você quiser aplicar ao slide atual um plano de fundo diferente do slide
mestre, selecione o slide que deseja alterar. Se quiser que este plano de fundo
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

seja aplicado a todo o documento selecione a opção <Aplicar a tudo>.

3. Inserindo conteúdos

Uma das ferramentas mais utilizadas no PowerPoint é a <Caixa de Texto>,


que permite criar áreas de inserção de texto em seus slides. Para desenhá-
-las basta clicar sobre o ícone de <Caixa de Texto>, no menu <Texto> da
aba Inserir, e depois clicar sobre o slide. Automaticamente uma pequena
caixa de texto irá aparecer no local. Depois, basta digitar o texto desejado.

Para inserir uma figura que já existe (uma foto, por exemplo) basta clicar na
opção <Imagem>, no menu <Imagens>, da aba <Inserir>. Uma caixa será
aberta, na qual você poderá selecionar algum arquivo de imagem, foto ou
desenho para inserir na sua apresentação. No PowerPoint, você pode inse-
rir diversos tipos de figuras. Veja as opções disponíveis:

52
Ao selecionar uma das alternativas (imagem ou Clip-Art), uma caixa se abre,
permitindo que você possa selecionar o objeto que deseja inserir.

Unidade 5
Informática
Você pode alterar as configurações dos textos que inserir em sua apresen-
tação: tipo da fonte, tamanho, cor, inserir sombra, alterar espaçamentos etc.
Para fazer isso, selecione com o mouse o texto que deseja modificar. Auto-
maticamente o programa cria uma aba chamada Ferramentas de Desenho,
que permite a edição e formatação necessária. Veja abaixo as principais
funções da barra de formatação dos desenhos:

4. Apresentação dos slides

Como uma apresentação é composta de vários slides, o efeito de transição


(passar de um slide para o outro) pode enriquecer muito sua exposição.

A maneira mais prática de inserir efeitos de transição em seus slides é a uti-


lização do modo de classificação. Para isso, no modo de visualização, você
precisa, primeiramente, selecionar o(s) slide(s) desejado(s), e, em seguida,
inserir os efeitos de transição através da aba Transição:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Para obter uma melhor visualização do efeito de transição que você for
adicionar, acione a janela de transição. Através dessa janela, você pode
escolher o efeito desejado, ter uma pré-visualização deste efeito, escolher
a velocidade, ajustar o modo de acionamento da transição etc.

53
Anotações

Além de efeitos de transição entre um slide e outro, é possível configurar a


composição dos objetos existentes no slide. Para inserir um efeito de com-
posição em um objeto, selecione uma figura e clique com o botão direito
do mouse sobre ele. Na aba <Animação>, selecione a opção desejada para
personalizar a animação. A tela a seguir será exibida:

5. Inserindo Tabelas e Gráficos

Agora, vamos aprender a inserir dois recursos importantes para apresentar


informações: tabelas e gráficos. Para inserir uma tabela na apresentação,
vamos clicar no menu <Tabelas> da aba <Inserir>.

Escolha a quantidade de linhas e colunas que deseja inserir.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Digite as informações na tabela e, com a tecla <Tab> ou com as setas,


mude de uma célula para a outra. Usando os ícones da Barra de Ferramen-
tas > Tabelas, podemos alterar a formatação das linhas e colunas.

Ao iniciar a edição da tabela (inserindo textos, por exemplo), uma aba cha-
mada <Ferramentas de Tabela> se abre, permitindo a edição de diversas
características das linhas e colunas e dos textos.

Para trabalhar com o gráfico, você deve selecionar a opção <Gráfico> de-
sejada na aba Inserir. Escolha o tipo de gráfico de sua preferência.

54
Ao selecionar esta opção, o computador abrirá automaticamente uma caixa
de edição de planilhas, similar ao Excel, permitindo configurar os dados que

Unidade 5
Informática
vão originar o gráfico. O computador mostra ao mesmo tempo o gráfico
gerado no PowerPoint e a tabela correspondente, conforme figura a seguir:

Para ativar a planilha de dados e seus resultados, feche a janela de Gráfico


no Microsoft PowerPoint, voltando ao PowerPoint.

6. Imprimindo os slides da apresentação

Você pode imprimir suas apresentações de várias formas: slides, notas do


apresentador, folhetos e estrutura de tópicos.

Para imprimir a apresentação, clique na aba <Arquivo>. Depois, escolha


a opção <Imprimir>. Na janela de impressão, você pode selecionar o que
deseja imprimir. Veja as opções disponíveis: MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

55
Anotações

Conclusão

Nesta unidade, aprendemos a utilização básica de um programa aplicativo


muito útil para suas atividades profissionais. Como sabemos, a tecnologia
evolui muito rápido e novos recursos serão adicionados a programas que
já conhecemos. O segredo é pesquisar sempre. Mantenha-se atualizado e
explore outros recursos dessa e das outras ferramentas que aprendemos a
trabalhar, ao longo deste componente curricular. Boa sorte!

Exercícios de fixação

1) Abra o PowerPoint e digite seu nome no rodapé do Slide Mestre.


Feche o Slide Mestre e verifique se seu nome aparece em todas as páginas
da apresentação.

2) Construa um slide com o nome da empresa em que você trabalha e


descreva os principais serviços oferecidos.

3) Teste as funções de inserção de tabelas e gráficos.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• Escolha na Internet uma foto ou imagem para inserir na apresentação.


• Copie e cole a tabela gerada na unidade anterior em sua apresentação.
• Formate os textos e a tabela com as cores de sua preferência.

56
COMPONENTE
CURRICULAR II

Português

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico
Fonologia / Ortografia

UNIDADE

1
Os objetivos desta unidade são:

Unidade 1
Português
• Conhecer os fonemas e as sílabas.
• Conhecerem linhas gerais as normas atualizadas
de ortografia.

Vamos iniciar o curso pelos fundamentos da língua portuguesa, que ser-


virão como base para os conceitos que aprenderemos ao longo de cada
unidade, bem como para o desenvolvimento dos estudos posteriores.

Introdução
Começaremos estudando os fonemas e as primeiras formações que se
originam deles. Depois trataremos de regras gramaticais – uso de hífen e
acentuação gráfica.

Desenvolvimento

1. A Fonologia

A fonologia estuda os sons produzidos pelo ser humano ao comunicar-se.

1.1 Fonemas

Os fonemas são os sons mais simples que conhecemos e que possibilitam


fazer a distinção entre duas palavras. Por exemplo, se e te são fonemas que
permitem diferenciarmos palavras como “sua” (se/u /a) e “tua” (te/u/a). Eles
podem ser vocálicos ou consonantais.

Não podemos confundir fonemas com letras.
Ex: M – O som (fonema) é “me”, mas a letra é “eme”.

1.2 Fonemas Vocálicos


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

A, E, I, O, U.

1.3 Fonemas Consonantais

B, C, D,F, G,H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Y, Z.

59
Anotações

1.4 Encontros Vocálicos

União de dois ou mais fonemas vocálicos. Podem ser:

a) DITONGOS – dois sons vocálicos numa única sílaba.


Ex: barbárie, ouro, criminais, mamão.

b) TRITONGOS – três sons vocálicos numa única sílaba.


Ex: iguais, quão.

c) HIATOS – duas vogais que pertencem a sílabas diferentes.


Ex: reencontrar, saúde, açaí.

1.5 Encontros Consonantais

Encontro de sons consonantais dentro de uma mesma palavra.


Ex: campestre, psicólogo, magno, artigo.

1.6 Dígrafos

Encontro de duas consoantes produzindo um único som.


Ex: chuva, calha, caminho.

1.7 Sílaba

Junção de fonemas em só uma emissão de ar.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL


Na língua portuguesa não existe sílaba sem vogal.
Ex: padre – as sílabas são “pa” e “dre”. O “dr” é um encontro consonantal, e
não sílaba.

De acordo com a quantidade de sílabas as palavras são classificadas em:

a) MONOSSÍLABA – uma sílaba.


Ex: vê, cá, chá, só.

b) DISSÍLABA – duas sílabas.


Ex: ve-nha, ca-fé, ba-ú.

c) TRISSÍLABA – três sílabas.


Ex: ca-ne-ca, me-ni-na, ve-lha-co.

d) POLISSÍLABA – quatro ou mais sílabas.


Ex: a-de-qua-do, com-for-ta-vel-men-te.

60
1.8 Tonicidade

As sílabas podem ser pronunciadas de maneira forte (tônicas) ou fraca


(átonas).

Unidade 1
Português
As palavras monossílabas podem ser tônicas (Ex: pé, chá) ou átonas (Ex:
em, lhe, com).

Já as palavras com duas ou mais sílabas podem ser classificadas como:

a) OXÍTONAS – a sílaba tônica é a última.


Ex: guaraná, mocotó, jiló.

b) PAROXÍTONAS – a sílaba tônica é a penúltima.


Ex: comem, açúcar, açucarado.

c) PROPAROXÍTONA – a sílaba tônica é a antepenúltima.


Ex:ágape, místico, lágrima.

2. Ortografia

Vamos abordar as regras de hifenização e acentuação que constam do


Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990 por to-
dos os países que possuem essa língua como idioma oficial, e publicado
pela Academia Brasileira de Letras em março de 2009. As novas regras or-
tográficas têm sido adotadas pelos setores públicos e privados desde 2008,
quando um decreto presidencial determinou que sua implementação inte-
gral no Brasil ocorreria a partir de 1º de janeiro de 2013. Posteriormente, o
decreto de nº 7.875/2012 adiou a data para 1º de janeiro de 2016.

Ortografia é o conjunto de regras da gramática normativa que ensina a grafia


correta das palavras, o uso de sinais gráficos que destacam as vogais tônicas,
abertas ou fechadas, os processos fonológicos como a crase, os sinais de
pontuação etc.

Os sons da fala são representados por sinais gráficos, chamados letras, e


pelos sinais auxiliares, que são os seguintes: hifens, til, cedilha, apóstrofo e
acentos gráficos.

2.1 Hífen
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Em linhas gerais, devemos usar o hífen:

a) Para ligar as partes de adjetivos compostos.


Ex: verde-claro, azul-marinho, luso-brasileiro.

61
Anotações

b) Para ligar os pronomes mesoclíticos ou enclíticos.


Ex: comprá-lo-ei, beijar-me-ia, olhe-me, carregaram-na.

c) Para separar as sílabas das palavras.


Ex: ca-sa, mem-bra-na.

Adjetivos, artigos, pronomes e numerais serão abordados na Unidade 3.

2.1.1 Hífen em Palavras com Prefixos ou Pseudoprefixos

Vejam a seguir alguns exemplos de prefixos.


ante- anti- circum- co- contra- des-
entre- extra- hiper- in- infra- inter-
intra- sobre- sub- super- supra- ultra-

Agora confiram exemplos de pseudoprefixos.


aero- agro- arqui- auto- bio-
eletro- geo- hidro- inter- macro-
maxi- micro- mini- multi- neo-
pan- pluri- pre- pro- proto-
pseudo- re- retro- semi- tele-

Emprega-se o hífen:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

a) Quando o segundo elemento começa com “h”.


Ex: anti-higiênico, contra-harmônico, extra-harmônico, extra-humano,
super-homem, arqui-hipérbole, eletro-higrômetro, geo-história.

b) Quando o segundo elemento começa com a mesma letra com que


termina o prefixo ou o pseudoprefixo.
Ex: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular, ar-
qui-irmandade.

c) Nas formações com os prefixos além-, aquém-, bem-, ex-, pós-, pré-,
pró-, recém-, sem-, sota-/soto-, vice-/vizo-.
Ex: além-Atlântico, aquém-Pirineus, bem-criado, pós-graduação,
pré-natal, ex-diretor, pró-africano, recém-eleito, sem-vergonha, so-
ta-piloto, soto-mestre, vice-presidente.

d) Nas formações com o prefixo mal- quando o segundo elemento começa


por vogal, “h” ou “l”.
Ex: mal-afortunado, mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo.

62
e) Nas formações com os prefixos ab-, ob-, sob-, sub-, ad- quando o se-
gundo elemento começa por “r”.
Ex: ab-rupto, ob-rogar, sob-roda, sub-reitor, ad-renal, ad-referendar.

f ) Com os prefixos circum- e pan- quando o segundo elemento começa

Unidade 1
Português
por vogal, “h”, “m”, “n”, “r”, “b”, “p”.
Ex: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado, circum-navega-
ção, pan-africano, pan-harmônico, pan-mágico, pan-negritude, pan-
-brasileiro, pan-psíquico.

2.1.2 Hífen em Topônimos

O hífen é usado:

a) Nos topônimos compostos iniciados por grão-, grã- ou por formas ver-
bais; ou compostos por elementos ligados por artigo.
Ex: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Abre-Campo, Passa-Quatro, Baía de To-
dos-os-Santos, Entre-os-Rios.

b) Nos topônimos em combinações históricas ou ocasionais.


Ex: ponte Rio-Niterói, tratado Angola-Brasil, Tóquio-Rio de Janeiro.

Outros topônimos escrevem-se sem hífen.


Ex: América do Sul, Cabo Verde.

2.1.3 Hífen nas Espécies Botânicas e Zoológicas

Devemos empregar em todas as palavras compostas que designam espé-


cies botânicas ou zoológicas, estando ou não ligadas por preposição ou
outro elemento.
Ex: couve-flor, cana-de-açúcar, bem-te-vi, estrela-do-mar, cobra-coral.

Advérbios, preposições, conjunção e interjeição serão abordados na Unidade 4.

2.1.4 Encadeamentos Vocabulares

Usa-se o hífen no encontro de duas ou mais palavras que ocasionalmente


formam encadeamentos vocabulares.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade.

Particularidades:
a) Com os prefixos des- e in- não se usa o hífen em formações em que o
segundo elemento perdeu o “h”.
Ex: desumano, inábil, inumano.

63
Anotações

b) Nas formações com os prefixos co-, pre-, pro-, re-, estes em geral agluti-
nam-se ( juntam-se) com os segundos elementos mesmo quando iniciados
por “e”, ou “o”.
Ex: coobrigação, preeminente, proeminente, reedição, proativo, coope-
ração, reeleição, coocupante.

c) Em muitas palavras compostas o advérbio “bem” aparece aglutinado ao


segundo elemento.
Ex: benfazejo, benfeito, benquerença, benfazer, benquerer.

d) Em compostos em que“mal” significar doença deve-se escrever com hífen.


Ex: mal-canadense, mal-caduco.

2.1.5 Hífen com Sufixos de Origem Tupi-guarani

Empregamos o hífen somente nos vocábulos terminados por sufixos de


origem tupi-guarani e quando:
• Representam formas adjetivas; ou
• O primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente; ou
• Quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos.
Ex: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-mirim.

2.1.6 Formações sem Hífen

Não devem ser escritas com hífen:


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

a) Palavras compostas que tenham algum elemento de ligação ou em lo-


cuções de qualquer tipo.
Ex: cão de guarda, fim de semana, cor de açafrão, cor de café com leite,
quem quer que seja, depois de amanhã, à parte de, a fim de que.

Há exceções consagradas pelo uso.


Ex: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-
-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
Também continuam com hífen os gentílicos.
Ex: alto-rio-novense, alvoradense-do-sul, mar-de-espanhense.

b) Palavras com prefixo ou elemento antepositivo que termine com vogal


e o segundo elemento comece com “r” ou “s”. Nestes casos, o “r” ou o “s”
deve ser dobrado.
Ex: antirreligioso, antissemita, contrarregra, cosseno, extrarregular, in-
frassom, minissaia, eletrossiderurgia, microssistema, microrradiografia.

c) Palavras cujo prefixo ou elemento antepositivo termine por vogal e o


segundo elemento comece por vogal diferente.
Ex: antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial, autoestrada,
agroindustrial, hidroelétrico.

64
2.1.7 Palavras com Elementos do tipo “afro”, “anglo”, “euro”, “sino”, “luso” etc.

a) Não têm hífen quando funcionam adjetivamente – só um elemento é


entidade pátria.

Unidade 1
Português
Ex: afrodescendente, anglocatolicismo, eurocomunismo, francofilia, lu-
sofonia, sinofilia.

b) Têm hífen quando todos os componentes são entidades pátrias.


Ex: afro-brasileiro, anglo-americano, euro-afro-americano, sino-japonês.

2.2 Acentuação Gráfica

2.2.1 Regras Gerais de Acentuação

a) MONOSSÍLABOS TÔNICOS – recebem acento aqueles terminados em:


-a(s), -e(s),-o(s).
Ex: pá, pé, pó, trás, mês, cós.

b) PALAVRAS OXÍTONAS – recebem acento aquelas terminadas em:


-a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens.
Ex: sofá, balé, cipó, também, parabéns.

c) PALAVRAS PAROXÍTONAS – recebem acento aquelas terminadas em: -l,


-i(s), -n, -u(s), -r, -x, -ã(s), -ão(s), -um, -uns, -ps, -ditongo.
Ex: agradável, júri, hífen, bônus, açúcar, fênix, órfã, órgão, álbum, pódiuns,
fórceps, água, história, tênues.

Hifens e polens não são acentuados.


Elétrons e nêutrons são acentuados.
Prefixos paroxítonos terminados em -i e -r não são acentuados.
Ex:anti, multi, mini, super, hiper.

d) PALAVRAS PROPAROXÍTONAS – todas são acentuadas.


Ex: âmago, lágrimas, víveres, pássaro, déficit, química.

2.2.2 Regras Especiais de Acentuação

a) DITONGOS ABERTOS – os ditongos abertos -éi, -éu, -ói são acentuados


em palavras monossílabas e oxítonas.
Ex: méis, véu, dói, herói, papéis, coronéis.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ideia, jiboia, traqueia não têm acento.

65
Anotações

b) I E U TÔNICOS

As letras I e U quando tônicas são acentuadas se cumprirem os requisitos


a seguir:
i. Serem precedidas de vogais que não sejam iguais a elas próprias, nem
ditongos; e
ii. Estarem sozinhas na sílaba ou seguidas de -s; e
iii. Não serem seguidas por -nh.
Ex: saída, balaústre, juízes, saúde.

Quando precedidos de ditongo, se estiverem em palavras oxítonas, I e U


tônicos serão acentuados.
Ex: Piauí, tuiuiú.

Xiita, baiuca, ruim, rainha, feiura não são acentuadas.

c) ACENTOS DIFERENCIAIS

Nos verbos TER e VIR, bem como em suas formas compostas abster, advir,
conter, manter, convir, deter, intervir etc – recebem acento diferencial as
3ªs pessoas do plural do presente do indicativo.
Ex: ele tem / eles têm, ele vem / eles vêm, ele advém / eles advêm, ele
contém / eles contêm, ele convém / eles convêm.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Outros acentos diferenciais:


i. São acentuadas as formas verbais PÔR e PÔDE (passado) para distinguir
de POR (preposição) e PODE (presente).
ii. É facultativo acentuar a palavra fôrma/ forma.

Para, pelo, polo, deste, fora, cerca não são palavras acentuadas.

2.2.3 Não são Acentuadas

a) As formas verbais paroxítonas que contêm um “e” tônico em hiato com


a terminação -em da 3ª pessoa do plural, do presente do indicativo ou do
subjuntivo.
Ex: creem, deem, descreem, leem, veem.

b) A vogal tônica “o” em palavras paroxítonas,sendo substantivos ou formas


verbais.
Ex: enjoo, voo, perdoo.

66
c) Os advérbios com –mente.
Ex: avidamente, comodamente, habilmente.

Unidade 1
d) As palavras derivadas que têm sufixos iniciados por “z”.

Português
Ex: aneizinhos, avozinha, bebezito.

2.3 Uso de “QUE”ou”QUÊ” / “PORQUE”ou”PORQUÊ”

a) Usamos QUE quando tem a função de pronome, advérbio, conjunção,


preposição.
Ex: Conheço o mentiroso que ele é.
É preciso que você vá embora.
Que bonita ela estava!
Não tem outros afazeres que os domésticos.

b) Usamos QUÊ quando está isolado (interjeição) ou em final de frase, quan-


do exerce a função de substantivo, e quando significa o nome da letra “q”.
Ex: Quê! Ela disse isso?
Fazer o quê?
Há um quê difícil de ser decifrado nesta questão.
Eles têm seus quês difíceis de serem subestimados.
Não gosto de palavras que tenham a letra quê.

c) Usamos PORQUE – significando pois – como conjunção.


Ex: Ela não compareceu porque chovia muito.
Não corra, porque o caminho carece de segurança.

d) Usamos PORQUÊ na função de substantivo – acompanhado de artigo,


numeral ou pronome.
Ex: Ele usou o porquê que nada justificou.
A garota pode utilizar dez porquês e não vai adiantar nada.
Qualquer porquê soará como mentira.

2.4 Do Trema

O uso do trema foi totalmente suprimido.


Ex: frequente, tranquilo.

O trema ainda é permitido somente em nomes próprios estrangeiros e seus


derivados.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex:, Müller, mülleriano.

67
Anotações

Conclusão

Relembrar estes itens básicos da língua portuguesa é fundamental para


encararmos os capítulos seguintes de nosso estudo. Vamos em frente e,
sempre que necessário, voltaremos a esta unidade para dirimir todas as
dúvidas. Força! O caminho é longo, mas o resultado será compensador!

Exercícios de Fixação

1. (VUNESP) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacu-


nas do diálogo:
— _____________ me julgas indiferente?
— _____________ tenho meu ponto de vista.
— E não o revelas _____________?
— Nem sei o _____________.

( ) Por que, Porque, por que, por quê


( ) Por que, Porque, por quê, porquê
( ) Por quê, Porque, por que, porquê
( ) Porque, Porque, por quê, por quê
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

2. (FUVEST) Nas frases que seguem, indique a única que apresenta a ex-
pressão errada, levando em conta o emprego do hífen:
( ) Aqueles frágeis recém-nascidos bebiam o ar com aflição.
( ) Nunca mais hei-de-dizer os meus segredos.
( ) Era tão sem ternura aquele afago, que ele saiu mal-humorado.
( ) Havia uma super-relação entre aquela região deserta e esta cidade enorme.
( ) Este silêncio imperturbável, amá-lo-emos como uma alegria que não
deixa de ser triste.

3.(FGV) Marque o único vocábulo acentuado de maneira certa:


( ) pára (verbo)
( ) pêlo (cabelo)
( ) pôr (verbo)
( ) ítem
( ) feiúra

68
Morfologia: Formação e Estrutura
das Palavras / Classes de Palavras
UNIDADE Nominais Variáveis – Substantivo

Unidade 2
Os objetivos desta unidade são:

Português
• Entender a estrutura e a formação das palavras
• Fazer a classificação das palavras
• Estudar os substantivos.

Nesta unidade começaremos o estudo da morfologia. Veremos como são


estruturadas as palavras primitivas da língua portuguesa, e como estas
possibilitam a formação de novas palavras. Então vamos classificá-las e
estudar uma de suas classes: os substantivos.

Introdução

No início identificaremos as partes de uma palavra primitiva. Em seguida


passaremos à classificação gramatical das palavras e estudaremos subs-
tantivos.

Desenvolvimento

1. Estrutura e Formação das Palavras

1.1 Estrutura das Palavras

Uma palavra é formada por vários elementos, os chamados morfemas.


Ex:A palavra “meninas” é constituída por três morfemas:
menin = que é o morfema-base
a = morfema que indica o gênero feminino
s = morfema que indica o número plural

Os morfemas são classificados em:

a) RADICAL – éo elemento que contém a significação básica da palavra.


Ex: almoço, almoços, almoçaria.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

b) DESINÊNCIA – são elementos terminais do vocábulo.


• Desinências Nominais – marcam gênero e número nos nomes.
Ex: garotos, menina.
• Desinências Verbais – marcam pessoa,número, tempo e modo nos verbos.
Ex:louvei, louváramos.

69
Anotações

c) VOGAL TEMÁTICA – são três e indicam a conjugação dos verbos:


• “A” para verbos da 1ª conjugação.
Ex: andar, falar.
• “E” para verbos da 2ª conjugação.
Ex: comer, viver.
• “I” para verbos da 3ª conjugação.
Ex: partir, sorrir.

O verbo PÔR e seus derivados (Ex: compor, repor, impor) incluem-se na 2ª
conjugação porque a sua forma original é “poer”.

d) TEMA – é o radical acrescido da voga temática.


Ex: bebemos, bebera.

e) AFIXOS– elementos que aparecem agregados ao radical. Podem ser:


• Prefixos – antepõem-se ao radical.
Ex: reproduz, refazendo.
• Sufixos – pospõem-se ao radical.
Ex: egoísta, jornaleiro.

f ) VOGAL e CONSOANTE DE LIGAÇÃO – são usados entre fonemas.


Ex: gasômetro (gas+o+metro), chaleira (chá+l+eira).

1.2 Formação das Palavras


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Existem cinco processos para criar palavras novas em português:

a) DERIVAÇÃO – forma palavras pelo acréscimo de afixos.


Ex: reagrupar, artista, infelizmente, emudecer.

b) COMPOSIÇÃO – forma palavras pela composição de dois ou mais radicais.


Ex: passatempo (passa+tempo), fidalgo (filho +de+algo).

c) HIBRIDISMO – forma palavras pela união de palavras de línguas diferentes.


Ex: automóvel = auto(grego) + móvel (latim).

d) ONOMATOPEIA – forma palavras que são reproduções de sons ou ruí-


dos ou vozes de animais.
Ex: tique-taque, miar, zunir.

e) ABREVIAÇÃO – forma palavras pela redução de um vocábulo até o limite


que não prejudique sua compreensão.
Ex: moto (motocicleta), quilo (quilograma), pneu (pneumático).

70
Não confundir abreviação com abreviatura.
Abreviatura reduz a palavra somente na grafia, limitando-as às letras iniciais e/

Unidade 2
ou finais.

Português
Ex: Cia. (companhia), dz. (dúzia), Gal. (General).

1.2.1 Sigla

Redução das locuções substantivas às letras ou sílabas iniciais.


Ex: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
SUDENE – Superintendência para o Desenvolvimento do NE (Nordeste).

1.2.2 Neologismo

• Emprego de palavras novas, derivadas ou formadas de outras já exis-


tentes, na mesma língua ou não.
• Atribuir novos sentidos a palavras já existentes na língua.
Ex: deletar – do verbo inglês to delete(= apagar).

2. Classes das Palavras

As palavras da língua portuguesa podem ser classificadas em dez classes


gramaticais, que podem ser agrupadas da seguinte forma:

a) CLASSES NOMINAIS: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral,


advérbio, preposição, conjunção, interjeição.

b) CLASSE VERBAL: verbo.

Podendo ainda ser:


• VARIÁVEIS: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo.
• INVARIÁVEIS: advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Para um melhor entendimento, vejam a figura na página a seguir.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

71
Anotações

INSERIR ILUSTRAÇÃO COM O CONTEÚDO DO DIAGRA-


MA ACIMA

Diagrama 1
Fonte: Martinho, 2012.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Uma mesma palavra pode assumir mais de uma classificação, dependendo


do modo como é empregada.
Ex: Eu vou usar um vestido amarelo (adjetivo) porque o amarelo (substan-
tivo) é a cor preferida dele.

3. Classes Nominais Variáveis

Na próxima figura vocês terão um panorama geral sobre as classes nomi-


nais variáveis, aquelas que variam em gênero, número e grau.

72
Unidade 2
Português
INSERIR ILUSTRAÇÃO COM O CONTEÚDO DO DIAGRAMA ACI-
MA

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Diagrama 2
Fonte: Martinho, 2012.

73
Anotações

3.1 Substantivo

Dá nome aos seres em geral.


a) CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS – o substantivo pode ser classifi-
cado em:
• Próprio (Ex: Chile) ou comum (Ex: lápis).
• Simples (Ex: boneca) ou composto (Ex: guarda-roupa).
• Concreto (Ex: caderno) ou abstrato (Ex: vaidade).
• Primitivo (Ex: pedra) ou derivado (Ex: pedreira).
• Coletivo (Ex: arquipélago, cacho, cardume, réstia).

O substantivo Deus é classificado como concreto.

b) FLEXÃO DE GÊNERO – quanto ao gênero o substantivo pode ser:


• Biforme
Ex: conde / condessa, professor / professora.
• Uniforme
Ex: o sabiá macho / fêmea, a criança do sexo masculino / feminino, o den-
tista / a dentista.

Quando formamos o feminino com o radical totalmente diferente chamamos


heterônimo: bode / cabra, cavaleiro / amazona.
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c) FLEXÃO DE NÚMERO – quanto ao número os substantivos podem ser:


• Singular
Ex: caneca, frota.
• Plural
Ex: canecas, frotas.

d) PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS


• Compostos sem hífen variam como os substantivos simples.
Ex: aguardentes, girassóis, vaivéns.
• Em compostos com hífen variam somente os termos variáveis. Vão para o
plural os substantivos, adjetivos, pronomes e numerais. Ficam invariáveis os
verbos, advérbios, interjeições e prefixos.
Ex: abelhas-africanas, padres-nossos, para-brisas, segundas-feiras, abe-
lhas-mestras, sempre-vivas, ave-marias.

Exceções: os arco-íris, os terra-novas.

74
• Em compostos formados com preposição varia apenas o 1º elemento.
Ex: pés de moleque, mulas-sem-cabeça.

Unidade 2
Português
• Em compostos formados por substantivos e adjetivos em que o 2º deter-
mina o 1º, varia apenas o 1º elemento.
Ex: navios-escola, peças-chave, mangas-rosa.

• Em compostos formados por palavras repetidas varia apenas o 2º ele-


mento.
Ex: quero-queros, tico-ticos.
Se as palavras repetidas forem verbos, ambas podem variar.
Ex: ruges-ruges, queros-queros.

• Em compostos com adjetivos reduzidos como prefixos os adjetivos são


invariáveis.
Ex: bel-prazeres, grão-duques.

Quando estes adjetivos reduzidos são sufixos, eles são variáveis.


Ex: altares-mores, capitães-mores.

e) FLEXÃO DE GRAU – o grau dos substantivos exprime o tamanho do ser.


Os graus podem ser:
• Normal
Ex: sapato, viagem.
• Aumentativo
Ex: boca grande / bocarra, caixa enorme/ caixão.
• Diminutivo
Ex: pé pequeno / pezinho, pedra minúscula /pedrinha.

Pode também dar-lhe um sentido desprezível ou afetivo.
Ex: gatão, velhota, gatinha.

Conclusão

Os conhecimentos aqui adquiridos foram muitos e não serão difíceis de


aplicar se nos limitarmos à sua compreensão, sem decorar a nomencla-
tura. O importante é entender os conceitos e sempre voltar às consultas
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

quando necessário.

75
Anotações

Exercícios de Fixação

1. Assinale a alternativa em que há erro na flexão do nome composto.


( ) Vou me casar sem ter comprado os guarda-roupas.
( ) Gostaria de ter visto alguns tatu-bolas.
( ) O para-brisa do meu carro foi quebrado naquele acidente.
( ) Os pés de moleque eram vendidos nas feiras de domingo.

2. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmativas a seguir.


( ) O radical da palavra “comendo” é “com”.
( ) A vogal temática da 3ª conjugação é “a”.
( ) “Miar” é uma onomatopeia porque reproduz o som produzido pelos
gatos.
( ) Quando usamos”menina” ou”menino”, estamos tratando de variação
quanto ao gênero dos substantivos.

3.Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmativas a seguir.


( ) bebida é um substantivo derivado e bebedeira é um substantivo primi-
tivo.
( ) O substantivo coletivo de peixe é cardume.
( ) “Brasil” é um substantivo comum e cachorro também.
( ) “Alegria” é um substantivo abstrato e “banana” é um substantivo con-
creto.
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76
Morfologia: Outras Classes de
Palavras Nominais Variáveis
UNIDADE

Unidade 3
Os objetivos desta unidade são:

Português
• Complementar o estudo das classes nominais va-
riáveis, tratando do adjetivo, artigo, pronome e
numeral.

Ainda em morfologia da língua portuguesa, abordaremos os adjetivos,


artigos, pronomes e numerais,elementos que pertencem às classes no-
minais variáveis. Estes conhecimentos vão consolidando cada degrau de
nossa escalada para o objetivo final do curso, a compreensão plena da
leitura e a redação correta de todo tipo de texto.

Introdução

Daremos prosseguimento ao estudo das classes de palavras que são no-


minais variáveis.

Desenvolvimento

1. Adjetivo

Toda palavra que caracteriza o substantivo indicando-lhe um aspecto, esta-


do ou modo de ser.

1.1 Classificação dos Adjetivos

Quanto à flexão:
a) UNIFORME – uma única forma para os dois gêneros.
Ex: contente, audaz.
b) BIFORME – formas distintas para cada gênero.
Ex: meloso / melosa, mau / má.

Quanto à formação:
a) SIMPLES – um único radical.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex: amarelo, vivo.


b) COMPOSTO – mais de um radical.
Ex: roxo-claro, sociofinanceiro.

77
Anotações

1.2 Adjetivo Pátrio

Aquele que se refere a países, cidades, regiões, continentes.


Ex: africano, amazonense, paulista.

1.3. Locução Adjetiva

A expressão formada por preposição + substantivo ou advérbio, com valor


de adjetivo.

Vejam alguns exemplos de locuções adjetivas.

de chuva (chuvoso) de estrela (estelar) de fábrica (fabril)


de professor (docente) de vento (eólio, eólico) dos quadris (ciático)
de nariz (nasal) de selo (filatélico) de gelo (glacial)
de osso (ósseo) de irmão (fraternal) de prata (argênteo)
de farinha (farináceo) de pedra (pétreo) de víboras (viperino)
de olho (ocular) de marfim (ebúrneo) sem sabor (insípido)

1.4 Flexão de Gênero

a) SIMPLES – flexionam como os substantivos simples.


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Ex: bom/boa, vantajoso/vantajosa.

b) COMPOSTOS – variam apenas no 2º elemento.


Ex: vestido amarelo-claro / jaqueta amarelo-clara, hospital médico-cirúrgi-
co / clínica médico-cirúrgica.

Exceção: surda-muda, surdas-mudas.

1.5. Flexão de Número

a) ADJETIVOS SIMPLES – flexionam como os substantivos simples.


Ex: rapazes bons, casas acolhedoras.

Qualquer substantivo usado como adjetivo fica invariável: homens monstro,


vestidos laranja, carros bomba.

78
b) ADJETIVOS COMPOSTOS – variam apenas no 2º elemento.
Ex: vestidos amarelo-claros / jaquetas amarelo-claras, hospitais médico-
-cirúrgicos / clínicas médico-cirúrgicas.

Unidade 3
Português
Se o último elemento for um substantivo, o adjetivo composto fica todo
invariável.
Ex: blusas verde-garrafa, sapatos marrom-café.

Exceção: azul-marinho, azul-celeste, cor de... são invariáveis.

1.6 Flexão de Grau

São dois os graus de adjetivo:


a) COMPARATIVO – compara dois seres diferentes.
• Comparativo de Igualdade
Ex: Maria é tão bondosa quanto sua mãe.
• Comparativo de Superioridade
Ex: José é mais rico que/do que Manoel.
• Comparativo de Inferioridade
Ex: Marina foi menos dedicada que / do que sua prima.

Os adjetivos “bom”, “mau”,“ruim”, “grande” e “pequeno” têm duas formas de
serem usadas no grau comparativo de superioridade.
• FORMA ANALÍTICA – comparar duas qualidades de um único ser: mais bom,
mais mau, mais grande, mais pequeno.
Ex: Meu apartamento é mais grande que funcional.
• FORMA SINTÉTICA – comparar qualidades entre seres diferentes: melhor,
pior, maior, menor.
Ex: Minha casa é maior que a sua.
Exceção: A forma “mais pequeno” é sempre correta.
Ex: Meu carro é mais pequeno que grande.
Meu carro é mais pequeno que o seu.

b) SUPERLATIVO – é relativo quando compara um ser em relação a um


conjunto; ou absoluto quando se refere à qualidade de um único ser.
• Superlativo Relativo de Superioridade
Ex: Mariano é o mais inteligente da turma.
• Superlativo Relativo de Inferioridade
Ex: Denise é a menos gananciosa das sócias.
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• Superlativo Absoluto Analítico


Ex: Minha residência é bastante grande. Este muro é muito alto.
• Superlativo Absoluto Sintético
Ex: A janela do quarto de hóspedes é altíssima.

79
Anotações

O superlativo absoluto sintético é formado pelo acréscimo dos sufixos -íssimo,


-imo, -rimo.
Ex: amicíssimo (amigo), paupérrimo (pobre), celebérrimo (célebre), crudelís-
simo (cruel), humílimo(humilde), magérrimo ou macérrimo (magro), nigérrimo
(negro), amaríssimo (amargo), libérrimo (livre), dulcíssimo (doce), sacratíssi-
mo (sagrado), ferocíssimo (feroz), nobilíssimo (nobre).

2. Artigo

É uma palavra variável que define ou indefine um substantivo. Pode ser:


a) DEFINIDO – o, a, os, as.
Ex: Eu vi o ator que se machucou.
b) INDEFINIDOS – um, uma, uns, umas.
Ex: Eu vi um ator que se machucou.

2.1 Particularidades do Artigo

a) O artigo substantiva qualquer palavra.


Ex: Quem ama o feio bonito lhe parece (“feio” é adjetivo substantivado
pelo artigo “o”).
b) O artigo combina-se com preposições: em+o=no, de+as=das, a+a=à,
em+uma=numa.
Ex: Vou me deitar numas almofadas. (em+umas=numas)
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3. Pronome

Classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo, com o qual


concorda em gênero e número.
Ex: Nosso colega conseguiu o objetivo. (pronome adjetivo porque acompa-
nha o substantivo “colega”)
Eles compraram vários presentes. (pronome substantivo porque substitui
um substantivo)

3.1 Pronomes Pessoais

Classe de palavras que representa as três pessoas de um discurso: quem


fala, quem ouve, de quem se fala.

80
CASO OBLÍQUO
NÚMERO PESSOA CASO RETO

Unidade 3
ÁTONO TÔNICO

Português
1ª Pessoa eu me mim, comigo
Singular 2ª Pessoa tu te ti, contigo
3ª Pessoa ele(a) se, o, a, lhe si, preposição + ele(a)
1ª Pessoa nós nos conosco, preposição + nós
Plural 2ª Pessoa vós vos convosco, preposição + vós
3ª Pessoa eles(as) se, os, as, lhes consigo, preposição + eles(as)

Os pronomes pessoais do CASO RETO desempenham as funções de sujeito ou


predicativo do sujeito.
Os pronomes pessoais do CASO OBLÍQUO desempenham as funções de com-
plemento verbal ou complemento nominal.

3.2 Pronomes de Tratamento

a) CONCORDÂNCIA

• O verbo concorda com o substantivo que é núcleo do pronome de tra-


tamento.
Ex: Vossa Excelência encontrará o melhor substituto.
Suas Excelências terão o devido reconhecimento da nação.

• O pronome possessivo concorda com o núcleo do pronome de trata-


mento.
Ex: Vossa Senhoria conseguirá seu lugar de honra.
Sua Majestade reaverá seu trono em pouco tempo.
Vossas Senhorias levarão consigo as boas lembranças.

• O adjetivo concorda com o gênero da pessoa com quem se fala.


Ex: Vossa Excelência está exausto. (para homem)
Suas Excelências estão exaustas. (para mulheres)

b) EMPREGO

• Vossa Excelência (V.Exa.): Presidente (e Vice) da República, Ministros de


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Estado, Governadores (e Vice) de Estado e do Distrito Federal, Oficiais-


-Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretários-Executivos de
Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial, Secretários
de Estado de Governos Estaduais, Prefeitos Municipais, Deputados Federais
e Senadores, Ministro do Tribunal de Contas da União, Deputados Estaduais
e Distritais, Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais, Presidentes das

81
Anotações

Câmaras Legislativas Municipais, Ministros dos Tribunais Superiores, Mem-


bros de Tribunais, Juízes, Auditores da Justiça Militar.
• Vossa Senhoria (V.Sa.): demais autoridades e particulares.
• Vossa Magnificência (V.Maga.): reitores.
• Vossa Santidade (V.S.): Papa.
• Vossa Eminência (V.Ema.) ou Vossa Eminência Reverendíssima (V.Ema.Re-
vma.): Cardeais.
• Vossa Excelência Reverendíssima (V.Exa.Revma.): Arcebispos e Bispos.
• Vossa Reverendíssima (V.Revma.) ou Vossa Senhoria Reverendíssima (V.S.
Revma.): Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
• Vossa Reverência (V.Reva.): sacerdotes, clérigos, e demais religiosos.
• Vossa Alteza (V.A.): arqueduques, duques e príncipes.
• Vossa Majestade (V.M.): reis e imperadores.

Quando queremos falar PARA as pessoas usamos “vossa”ou “vossas”; e quan-
do DAS pessoas, usamos “sua” ou “suas”.
Ex: Vossa Excelência é sempre bem-vindo aqui.
Suas Excelências esperam pelo pronunciamento do Presidente da República.

3.3 Pronomes Demonstrativos

Indicam aposição dos seres no espaço e no tempo.

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
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1ª Pessoa este(s), esta(s) isto


2ª Pessoa esse(s), essa(s) isso
3ª Pessoa aquele(s), aquela(s) aquilo

Os seguintes pronomes também são demonstrativos:


• Mesmo(s), mesma(s)
Ex: Vista-se com as mesmas roupas que usou ontem.
• Próprio(s), própria(s)
Ex: Os próprios ladrões arrumaram a bagunça.
• Semelhante(s)
Ex: Não diga semelhante asneira.
• Tal/tais
Ex: Partiram em busca das tais ervas.
• O(s), a(s) – equivalem a aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ex: Eu prefiro o da direita.

82
3.4 Pronomes Relativos

Os pronomes relativos determinam um nome que se relaciona com um

Unidade 3
Português
antecedente, ou introduzem uma oração que se relaciona a alguma palavra
antecedente.

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
o qual, a qual, os quais, as quais que
cujo, cuja, cujos, cujas quem
quanto, quanta, quantos, quantas onde

• Qual vem sempre precedido de artigo.


Ex: As atendentes às quais me apresentei foram solícitas.
• Cujo concorda com o substantivo que o sucede.
Ex: O pai cujos pertences foram roubados compareceu à delegacia.
• Quanto tem por antecedentes os pronomes indefinidos: todo(a, os, as) e
tanto (a, os, as), embora sejam omitidos (subentendidos).
Ex: Ofereci-lhe quanto dinheiro dispunha (antecedente tanto).
• Quem vem sempre precedido de preposição.
Ex: Vitória é a pessoa a quem dediquei meus poemas.
• Onde refere-se a localidade.
Ex: Este é o estádio onde comecei meus treinos de corrida.

3.5 Pronomes Interrogativos

Substituem ou acompanham os nomes. São empregados para formular


uma pergunta direta ou indireta.

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
quanto, quanta, quantos, quantas que
qual, quais quem

Ex: Quantos peixes conseguiu pescar?


Quero saber quantos peixes pescou.
Qual foi a surpresa que prepararam?
Gostaria de saber qual surpresa prepararam.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

83
Anotações

3.6 Pronomes Indefinidos

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguns, alguma, algumas
bastante, bastantes
certo, certos, certa, certas
algo
diverso, diversos, diversa, diversas
alguém
muito, muitos, muita, muitas
cada
nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas
demais
outro, outros, outra, outras
mais
pouco, poucos, pouca, poucas
menos
qual, quais
outrem
qualquer, quaisquer
nada
tanto, tantos, tanta, tantas
tudo
todo, todos, toda, todas
um, uns, uma, umas
vários, vários, vária, várias

3.7 Pronomes Possessivos

1ª Pessoa meu, meus, minha, minhas


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2ª Pessoa teu, teus, tua, tuas


Singular
seu, seus, sua, suas,
3ª Pessoa
dele, deles, dela, delas
1ª Pessoa nosso, nossos, nossa, nossas
2ª Pessoa vosso, vossos, vossa, vossas
Plural
seu, seus, sua, suas,
3ª Pessoa
dele, deles, dela, delas

4. Numeral

É a palavra que dá ideia de quantidade (Ex: cinco, vinte), sequência (Ex: ter-
ceiro, vigésimo), multiplicação (Ex: dobro, sêxtuplo), e divisão (Ex: metade,
três quartos).

84
MULTIPLI- COLETI-
ALGARISMOS CARDINAIS ORDINAIS FRACIONÁRIOS

Unidade 3
CATIVOS VOS

Português
1 um primeiro
duplo, duo,
2 dois segundo meio, metade
dobro dueto
triplo,
3 três terceiro terço trio
tríplice
4 quatro quarto quádruplo quarto quarteto
5 cinco quinto quíntuplo quinto quinteto
6 seis sexto sêxtuplo sexto sexteto
7 sete sétimo sétuplo sétimo
8 oito oitavo óctuplo oitavo
9 nove nono nônuplo nono novena
dezena,
10 dez décimo décuplo décimo
década
undécimo, déci- undécimo,
11 onze undécuplo
mo primeiro onze avos
duodécimo, dé- duodécimo,
12 doze duodécuplo dúzia
cimo segundo doze avos
20 vinte vigésimo vinte avos
vigésimo pri- vinte e um
21 vinte e um
meiro avos
30 trinta trigésimo trinta avos
40 quarenta quadragésimo
50 cinquenta quinquagésimo
60 sessenta sexagésimo
70 setenta septuagésimo
80 oitenta octogésimo
90 noventa nonagésimo
centena,
100 cem centésimo cêntuplo 100 avos
cento
200 duzentos ducentésimo duzentos avos
300 trezentos tricentésimo trezentos avos
1.000 mil milésimo mil avos milhar
10.000 dez mil dez milésimos dez mil avos
100.000 cem mil cem milésimos cem mil avos
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

1.000.000 um milhão milionésimo milionésimo


1.000.000.000 um bilhão bilionésimo bilionésimo

1.000.000.000.000 um trilhão trilionésimo trilionésimo


85
Anotações

4.1 Flexão dos Numerais

Alguns numerais variam em gênero e número, outros apenas em gênero


ou apenas em número.

a) Gênero e Número
Ex: primeiro/primeira,primeiros/primeiras.

b) Apenas Gênero
Ex: um/uma, dois/duas, trezentos/trezentas, ambos/ambas.

c) Apenas Número
Ex: um terço/dois terços, um quinto/cinco quintos.

4.2 Emprego dos Numerais

a) Para reis, príncipes, papas, séculos, capítulos usamos:


• Ordinal – até 10.
Ex: Henrique VIII (oitavo), Século III (terceiro), Capítulo X (décimo).
• Cardinal – depois de 10.
Ex: Luís XV (quinze), João XXIII (vinte e três).

b) Quanto à posição em relação ao substantivo usamos:


• Ordinal – se anteposto ao substantivo.
Ex: XX Bienal de Artes = Vigésima Bienal de Artes.
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• Cardinal – se posposto ao substantivo.


Ex: casa 37 = casa trinta e sete.

c) Para indicar os dias do mês:


• Ordinal – no dia 1.
Ex: primeiro de maio, primeiro de janeiro.
• Cardinal – nos outros dias.
Ex: doze de outubro, quinze de novembro.

4.3 Leitura dos Numerais

a) NUMERAL CARDINAL – coloca-se a conjunção “e”entre as centenas e


dezenas, e entre a dezena e a unidade.
Ex: 7.026.731 = sete milhões vinte e seis mil setecentos e trinta e um.

b) NUMERAL ORDINAL:
• Inferior a 2.000º, lê-se normalmente como ordinal.
Ex: 1.436º = milésimo quadringentésimo trigésimo sexto.
• Superior a 2.000º, lê-se o primeiro como cardinal e os outros como ordinais.
Ex: 3.982º = três milésimos nongentésimo octogésimo segundo.

86
Conclusão

Unidade 3
Português
Unidade por unidade aumentamos nossos conhecimentos a respeito da lín-
gua portuguesa. Tendo a certeza dos avanços realizados, vamos em frente
para conquistar outros. Entender é preciso, decorar não! Consulte estas
páginas a cada dúvida!

Exercícios de Fixação

1. Assinale a alternativa que apresenta um adjetivo desempenhando a fun-


ção de substantivo.
( ) O doente foi caminhando até desfalecer.
( ) A navegação é uma importante atividade conquistada pela humanidade.
( ) Quanto mais durmo mais tenho sono.
( ) Gosto de estudar os mamíferos.

2. Assinale a alternativa certa.


( ) Papa Paulo Seis
( ) Parágrafo onze
( ) Capítulo quatro
( ) Século décimo sexto

3. Assinale a alternativa certa.


( ) V.Sa. esperou pelo vosso substituto.
( ) V.Sa. esperou pelo seu substituto.
( ) V.Sa.esperaste pelo seu substituto.
( ) V.Sa.esperastes pelo vosso substituto.

4. Assinale a alternativa que traz erro no grau superlativo absoluto sintético.


( ) Não tomei aquele café amaríssimo.
( ) Sofia teve um patrão crudelíssimo.
( ) Nunca mais quero ficar naquela situação paupérrima.
( ) Seu cabelo negríssimo fazia sucesso em qualquer festa.

5. Assinale a alternativa errada entre o adjetivo e a locução adjetiva.


( ) paisagem glacial = paisagem de gelo
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

( ) radiografia óssea = radiografia de osso


( ) abraço fraternal = abraço de irmão
( ) veneno viperino = veneno de vespa

87
Morfologia: Classes de Palavras
Nominais Invariáveis / Classe de
Palavras Verbal – Classificação
UNIDADE dos Verbos
4

Unidade 4
Português
Os objetivos desta unidade são:
• Estudar as classes nominais invariáveis.
• Classificar os verbos.

Vamos continuar o estudo das classes nominais, agora aquelas que são
invariáveis. Também iremos começar a estudar os verbos, essenciais em
qualquer situação comunicativa, pois a escolha e combinação de seus
tempos é que vão definir a articulação harmoniosa de um texto. Os tem-
pos, os modos e os aspectos dos verbos são responsáveis pela unidade
de sentido, pela interação entre períodos e entre uma enunciação e outra.

Introdução

Começaremos estudando advérbios, preposições, conjunção e interjei-


ção, classes de palavras invariáveis. Depois avançaremos no estudo da
morfologia,classificando os verbos.

Desenvolvimento

1. Classes Nominais Invariáveis

Vejam a seguir uma figura detalhando as classes nominais invariáveis. MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

89
Anotações

INSERIR ILUSTRAÇÃO COM O CONTEÚDO DO DIAGRAMA ACIMA


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Diagrama 3
Fonte: Martinho, 2012.

1.1 Advérbio

Modifica um verbo, um adjetivo, ou outro advérbio. Classifica-se em:


a) de AFIRMAÇÃO – sim, certamente, realmente, efetivamente.
b) de DÚVIDA – talvez, provavelmente, quiçá.
c) de INTENSIDADE – muito, demais, bastante, pouco, tão, menos.
d) de LUGAR – aqui, ali, perto, atrás, acima, além.
e) de TEMPO – agora, já, jamais, ainda, nunca, cedo.
f ) de MODO – assim, bem, mal, devagar, calmamente.
g) de NEGAÇÃO – não, tampouco.

1.1.1 Locuções Adverbiais

São conjuntos de preposição + substantivo ou adjetivo ou advérbio que


têm a função de advérbio.

90
a) de MODO – às pressas, à vontade, em silêncio, ao acaso, de cor, à vista.
b) de TEMPO – à noite, de manhã, em breve, de vez em quando.
c) de LUGAR – ao lado, de longe, por ali, à esquerda, de cima.

Unidade 4
Português
d) de AFIRMAÇÃO – com certeza, sem dúvida.
e) de NEGAÇÃO – de modo nenhum, de forma alguma.
f ) de QUANTIDADE / INTENSIDADE – de pouco, de todo.

1.1.2 Advérbios Interrogativos

As palavras “ONDE”, “COMO”, “QUANDO” em frases interrogativas diretas


ou indiretas são classificadas como advérbios interrogativos.
Ex: Onde você faz suas compras?
Quero saber onde você compra vestidos.

1.1.3 Grau do Advérbio

Os advérbios são invariáveis em gênero e número. Porém, alguns advérbios


flexionam em grau.
Ex: Acordei tão cedo quanto meu irmão.
Fui muito cedo para as atividades.
Dormirei cedíssimo para acordar bem descansado.

1.2 Preposição

A palavra invariável que liga duas palavras estabelecendo relações de sen-


tido ou dependência – a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, per, por, sem, sob, sobre, trás.

1.2.1 Preposições Acidentais

Palavras de outras classes gramaticais que podem funcionar como prepo-


sição – conforme, consoante, segundo, durante, mediante, como, salvo,
fora, que.

1.2.2 Locução Prepositiva

O conjunto de mais de uma palavra fazendo a ligação entre dois termos –


abaixo de, a fim de, ao invés de, junto com, graças a, de encontro, sob pena
de, em vez de, ao encontro de.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

1.2.3 Contração, Combinação e Crase

As preposições “a”, “de”, “em”, “por” unem-se a certas palavras formando


um só vocábulo.
a) CONTRAÇÃO – a preposição sofre mudança.
Ex: Gostei daquilo que foi exposto.

91
Anotações

b) COMBINAÇÃO – a preposição não muda.


Ex: Eles foram ao jogo de futebol.
c) CRASE – a fusão de duas vogais idênticas. É a contração de preposição
com artigo.
Ex: Voltei à escola.

1.3 Conjunção

É a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos de uma mesma
oração. Classificam-se em coordenativas e subordinativas.

1.3.1 Conjunções Coordenativas

Ligam dois termos dentro de uma oração, ou duas orações, que permane-
cem independentes entre si. Podem ser:

a) ADITIVAS – e, nem, (não só)...mas também, (não somente)...senão ainda.


Ex: Gilberto não veio nem justificou.

b) ADVERSATIVAS – mas, porém, todavia, contudo, entretanto, não obs-


tante.
Ex: Julguei-o bom moço, entretanto não correspondeu.

c) ALTERNATIVAS – ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer.


Ex: Ou comerá bem ou não conseguirá ter saúde.
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d) CONCLUSIVAS – após o verbo da oração – logo, portanto, por conse-


guinte, por consequência, pois.
Ex: Ele faz tudo com competência, logo será promovido.

e) EXPLICATIVAS – pois, porque, que, porquanto.


Ex: Ele estudou muito, porque queria passar no concurso.

1.3.2 Conjunções Subordinativas

Ligam duas orações, onde a 1ª oração é a principal e a 2ª é subordinada,


sendo a 2ª oração o sujeito,o complemento ou o adjunto da 1ª. As conjun-
ções subordinativas classificam-se em:

a) INTEGRANTES – ligam duas orações em que a segunda é sujeito ou


complemento da primeira – que, se.
Ex: É preciso que ele parta para Paris.
Não sabemos se a medida é correta.

b) ADVERBIAIS – ligam duas orações em que a segunda é adjunto adverbial

92
da primeira. Podem ser:
• Causais – porque, visto que, porquanto, já que, como.

Unidade 4
• Comparativas – como, (tal)...tal, (menos)...do que, (mais)...do que, (tal)...qual.

Português
• Concessivas – embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se
bem que, por mais que, por menos que, suposto que.
• Condicionais – se, caso, salvo se, desde que, a menos que, sem que, con-
tanto que.
• Conformativas – como, segundo, conforme.
• Consecutivas – (tão)...que, (tal)...que, (tamanho)...que, (tanto)...que.
• Finais – para que, a fim de que, que, porque.
• Proporcionais – à medida que, à proporção que, (quanto mais)...tanto
mais, (tanto menos)...quanto mais.
• Temporais – quando, enquanto, apenas, mal, logo que, depois que, antes
que, até que, que.

1.4 Interjeição

Palavra invariável que exprime emoções e sensações


Ex: Ah! Uf! Ai! Tomara! Adeus! Psiu! Alto! Basta!

1.4.1 Locuções Interjetivas

Ex: Ai de mim! Valha-me Deus! Se Deus quiser! Alto aí! Bom dia! Ora bolas!
Raios o partam!

2. Verbos

Vejamos a seguir uma figura que nos dá um panorama geral sobre a classe
verbal.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

93
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

94
Diagrama 4
Fonte: Martinho, 2012.
Anotações
Verbos são palavras que designam um estado, uma ação ou um fenômeno
natural.

Unidade 4
Português
A conjugação verbal é feita por desinências, isto é, por terminações que se
adicionam aos radicais dos vocábulos e que, no caso dos verbos, indicam
pessoas, números, tempos e modos assumidos.
Ex: Se nós cantássemos a vida seria melhor.

Cantássemos está na 1ª pessoa do plural do pretérito imperfeito do sub-


juntivo porque:
-sseé desinência modo-temporal(pretérito imperfeito do subjuntivo)
-mos é desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural)

As desinências número-pessoais são fixas para todos os verbos, em qual-


quer tempo ou modo:

PESSOAS DESINÊNCIAS
1ª pessoa do singular Eu
2ª pessoa do singular Tu s
3ª pessoa do singular Ele
1ª pessoa do plural Nós mos
2ª pessoa do plural Vós is
3ª pessoa do plural Eles m

2.1 Classificação dos Verbos

2.1.1 Verbos Regulares

Seguem o modelo de sua conjugação.Para sabermos se um verbo é regular


basta conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indi-
cativo. Se não apresentar mudanças nem no radical nem nas desinências
nestes dois tempos, não apresentará mudanças em nenhum outro.

PRESENTE DO INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO


radical Desinências radical desinências
estud o estud ei
estud as estud aste
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

estud as estud ou
estud amos estud amos
estud ais estud astes
estud am estud aram

95
Anotações

2.1.2 Verbos Irregulares

O radical e/ou terminação se alteram, não seguindo o modelo de sua con-


jugação.

Ex: verbo “OUVIR” – alteração no radical.

PRESENTE DO INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO


radical Desinências radical desinências
ouç o ouv i
ouv es ouv iste
ouv e ouv iu
ouv imos ouv imos
ouv is ouv istes
ouv em ouv iram

Ex: verbo “DAR” – alteração na terminação.

PRESENTE DO INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO


radical Desinências radical desinências
D ou d ei
D ás d este
D á d eu
D amos d emos
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

D ais d estes
D ão d eram

2.1.3 Verbos Anômalos

São aqueles que sofrem mudanças radicais.


Ex:verbo ser – sou, fui, era...; verbo ir – vou, fui, irei...

2.1.4 Verbos Defectivos

São aqueles que não são conjugados em todas as formas.


Ex: abolir, reaver.

2.1.5 Verbos Abundantes

Apresentam mais de uma forma com o mesmo valor. A abundância ocorre


principalmente no particípio, que tem a forma regular terminada em -do, e
a forma irregular que varia muito.
Ex: completado / completo, benzido / bento, corrompido / corrupto, enxu-

96
gado / enxuto, juntado / junto, salvado / salvo, tingido / tinto.

2.1.6 Verbos Auxiliares

Unidade 4
Português
São aqueles que juntam-se a outros verbos formando as locuções verbais
– ser, estar, ter, haver, andar, deixar, tornar, poder, ir, começar, dever, acabar,
querer, precisar, pretender.

a) LOCUÇÃO VERBAL – é a união de um verbo auxiliar com um verbo em


forma nominal: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Ex: Vou partir para a Itália.
Vou = verbo auxiliar
partir = verbo principal no infinitivo
Estarei almoçando às doze horas.
Estarei = verbo auxiliar
almoçando = verbo principal no gerúndio
Terei analisado os documentos quando você chegar.
Terei = verbo auxiliar
analisado = verbo principal no particípio)

b) A locução formada de infinitivo pode ter preposição entre os verbos


principal e auxiliar.
Ex: Pedro começou a falar ontem.

c) Usamos o particípio regular -do com os auxiliares TER e HAVER.


Ex: Tínhamos acessado o serviço de socorro.
Ele havia tingido os cabelos de manhã.

d) Com outros auxiliares usamos o particípio irregular.


Ex: O mar andava revolto por aquelas bandas.
O jovem acabou salvo pelos bombeiros.

2.1.7 Verbos Unipessoais

Aparecem apenas na 3ª pessoa do singular ou do plural.


Ex: latir, miar, soar, acontecer.

2.1.8 Verbos Pronominais

São aqueles que se conjugam com pronomes oblíquos.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Alguns só existem com os pronomes (Ex: suicidar-se, queixar-se, arrepen-


der-se) e outros podem ser usados sem eles (Ex: lembrar-se, enganar-se,
esquecer-se).

97
Anotações

Conclusão

As palavras invariáveis, que acabamos de conhecer, vão ser elementos mui-


to importantes para a compreensão de textos. Por outro lado, verbos são
essenciais para a construção e expressão de ideias. Portanto, somamos ba-
gagem para o avanço nos conhecimentos.

Exercícios de Fixação

1. Assinale a frase em que o advérbio expressa ao mesmo tempo ideia de


tempo e negação.
( ) Joana falou ontem sobre a festa de casamento.
( ) Não me julguem pela aparência.
( ) Falar sem pensar sempre traz problemas.
( ) Jamais toque em assuntos polêmicos.

2. Na oração “Enquanto esperava a ambulância, telefonei para meu pai.” – a


circunstância expressa pela oração subordinada adverbial é de:
( ) causa
( ) modo
( ) tempo
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

( ) finalidade

3. Assinale com V(verdadeiro) ou F(falso) as afirmativas a seguir.


( ) Em “O vovô parece cansado.”, o verbo designa um estado.
( ) Em “O moleque comeu muito biscoito.”, o verbo designa um fenômeno
da natureza.
( ) Em “Joana costurou dois vestidos.”, o verbo designa uma ação.
( ) Em “Na cidade de Petrópolis choveu muito.”, o verbo designa uma ação.

98
Morfologia: Classe de Palavras
Verbal – Flexão e Formação dos
Tempos Verbais
UNIDADE

Unidade 5
Português
Os objetivos desta unidade são:
• Estudar a flexão dos verbos.
• Entender a formação dos tempos verbais.

Dando prosseguimento ao estudo da Classe Verbal e finalizando o estu-


do da morfologia na língua portuguesa, estudaremos como o verbo se
flexiona em número, pessoa, modo, tempo e voz, e como se formam os
tempos verbais.

Introdução

Iniciaremos nosso estudo pela flexão dos verbos, para depois passarmos
à formação dos tempos verbais.

Desenvolvimento

1. Flexão dos Verbos

1.1 Pessoa

As pessoas do discurso são:


a) 1ª PESSOA – quem fala (emissor).
Ex: canto, cantamos.

b) 2ª PESSOA – quem ouve (receptor).


Ex: cantas, cantai.

c) 3ª PESSOA – de quem se fala (mensagem).


Ex: canta, cantam.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

1.2 Número

Refere-se às flexões:

a) SINGULAR – uma pessoa.


Ex: canto, cantas, canta.

99
Anotações

b) PLURAL – mais de uma pessoa.


Ex: cantamos, cantais, cantam.

1.3 Modo

São três:
a) MODO INDICATIVO – expressa certeza.
Ex: Nós cantamos com alegria.

b) MODO SUBJUNTIVO – expressa dúvida ou hipótese.


Ex: Se ela cantasse viveria mais feliz.

c) MODO IMPERATIVO – expressa ordem, pedido ou súplica.


Ex: Não cante.

1.4 Tempo

Situa a ideia expressa pelo verbo em um determinado momento:

a) PRETÉRITO– enuncia um fato anterior ao momento em que se fala.


Ex: Eu cantara. Eu cantei. Eu cantava. Se eu cantasse.

b) PRESENTE– enuncia um fato que ocorre no momento em que se fala.


Ex: Eu canto. Que eu cante.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

c) FUTURO– enuncia um fato posterior ao momento em que se fala.


Ex: Eu cantarei. Quando eu cantar.

1.5 Voz

Indica se o sujeito está praticando e/ou sofrendo a ação expressa pelo verbo.

a) VOZ ATIVA – o sujeito pratica a ação verbal.


Ex: A menina jogou o papel no lixo.

b) VOZ PASSIVA – o sujeito sofre a ação verbal. Há dois tipos de voz passiva:
• Voz passiva analítica – formada pelo verbo auxiliar SER ou IR + verbo
principal no particípio.
Ex: A bola foi escondida pelo torcedor.
Na voz passiva analítica, quem pratica a ação é denominado agente da
passiva (pelo torcedor).
• Voz passiva sintética – formada pelo verbo principal na 3ª pessoa (singular
ou plural concordando com o sujeito) + partícula apassivadora -se. Este
pode ser chamado de pronome apassivador.
Ex:Venderam-se as camisetas.
Ligou-se o computador.

100
c) VOZ REFLEXIVA – o sujeito pratica e sofre a ação verbal.
Ex: O animal feriu-se na disputa pelo alimento.

Unidade 5
Português
2. Formação dos Tempos Verbais

Quanto à formação os tempos verbais classificam-se em primitivos e


derivados.

PRIMITIVOS DERIVADOS
1ª pessoa do Presente do subjuntivo
Presente do singular Imperativo negativo
indicativo 2ªs pessoas 2ªs pessoas (singular e plural) do
(singular e plural) imperativo afirmativo
Pretérito mais-que-perfeito do in-
Pretérito
3ª pessoa do dicativo
perfeito
singular Pretérito imperfeito do subjuntivo
do indicativo
Futuro do subjuntivo
Futuro do presente do indicativo
Infinitivo Futuro do pretérito do indicativo
impessoal Futuro imperfeito do indicativo
Infinitivo pessoal

2.1 Derivação

As formas verbais primitivas dão origem aos tempos verbais derivados.

2.1.1 Derivam da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo: presente


do subjuntivo e imperativo negativo

• 1ª conjugação -ar
Ex:eu canto – verbo cantar
• 2ª conjugação -er
Ex:eu vendo – verbo vender
• 3ª conjugação -ir
Ex:eu parto – verbo partir

a) PRESENTE DO SUBJUNTIVO:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

• 1ª conjugação troca o -o por -e;


• 2ª e 3ª conjugações trocam o -o por -a;
• Acrescentando a seguir as desinências número-pessoais.

101
Anotações

cant e vend a part a


cant es vend a s part a s
cant e vend a part a
cant emos vend amos part amos
cant eis vend ais part ais
cant em vend am part am

b) IMPERATIVO NEGATIVO – idêntico ao presente do subjuntivo, acrescen-


tando a negação.

não cant es tu não vend as tu não part as tu


não cant e você não vend a você não part av ocê
não cant emos nós não vend amos nós não part amos nós
não cant eis vós não vend ais vós não part ais vós
não cant em vocês não vend am vocês não part am vocês

2.1.2 Derivam das 2ªs pessoas do presente do indicativo: 2ªs pessoas do


imperativo afirmativo

• As 2ªs pessoas “tu” e “vós” obtêm-se das 2ªs pessoas do presente do


indicativo, sem o -s.
• As demais pessoas são idênticas ao presente do subjuntivo. No imperativo
não existe a 1ª pessoa do singular.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

cant a tu vend e tu part e tu


cant e você vend a você part a você
cant emos nós vend amos nós part amos nós
cant ai vós vend ei vós part i vós
cant em vocês vend am vocês part am vocês

2.1.3 Derivam da 3ª pessoa do plural do pretérito do indicativo: pretérito


mais-que-perfeito do indicativo, futuro do subjuntivo, pretérito imperfeito
do subjuntivo
• 1ª conjugação
Ex: eles cantaram
• 2ª conjugação
Ex: eles venderam
• 3ª conjugação
Ex: eles partiram

a) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO DO INDICATIVO – tira-se a letra -m,


acrescentando-se as desinências número-pessoais. Nesse tempo, todos os
verbos trocam -a por -e na 2ª pessoa do plural “vós”.

102

canta ra vende ra parti ra
canta ras vende ra s parti ras

Unidade 5
canta ra vende ra parti ra

Português
cantá ramos vendêra mos partí ramos
cantá reis vendêre is partí reis
canta ram vende ra m parti ram

b) FUTURO DO SUBJUNTIVO – tiram-se as letras -am e acrescentam-se as


desinências número-pessoais, fazendo-se algumas adaptações.

canta r vende r parti r


canta res vende res parti res
canta r vende r parti r
canta rmos vende rmos parti rmos
canta rdes vende rdes parti rdes
canta rem vende rem parti rem

c) PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO – tiram-se as letras -ram,


acrescentando-se a desinência modo-temporal -sse e as desinências nú-
mero-pessoais.

cantasse vendesse partisse


cantasses vendesses partisses
cantasse vendesse partisse
cantassemos vendessemos partissemos
cantasseis vendesseis partisseis
cantassem vendessem partissem

2.1.4 Derivam do infinitivo impessoal: futuro do presente do indicativo,


futuro do pretérito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, infini-
tivo pessoal

a) FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO – basta acrescentar as desinên-


cias número-pessoais: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão.

cantar ei vender ei partir ei


cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

cantar emos vender emos partir emos


cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

103
Anotações

b) FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO – acrescentam-se as desinên-


cias número-pessoais: -ia, -ias, íamos, -íeis, -ão.

cantar ia vender ia partir ia


cantar ias vender ias partir ias
cantar ia vender ia partir ia
cantar íamos vender íamos partir íamos
cantar íeis vender íeis partir íeis
cantar iam vender iam partir iam

Os verbos DIZER, FAZER e TRAZER têm o futuro do presente e o futuro do pre-


térito nas seguintes formas: direi / diria, farei / faria, trarei / traria.

c) PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO:


• Para verbos da 1ª conjugação acrescenta-se ao tema (raiz + a) a desinên-
cia modo-temporal -va, mais as desinências número-pessoais.
• Para os verbos da 2ª e 3ª conjugações acrescenta-se ao radical a desinên-
cia modo-temporal -ia, mais as desinências número pessoais.
• No pretérito perfeito do indicativo os verbos trocam -a por -e na 2ª pes-
soa do plural “vós”.

canta va vend ia part ia


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

canta vas vend ias part ias


canta va vend ia part ia
canta vamos vend íamos part íamos
canta veis vend íeis part íeis
canta vam vend iam part iam

d) INFINITIVO PESSOAL – basta acrescentar as desinências número-pessoais.

cantar vender partir


cantar es vender es partir es
cantar vender partir
cantar mos vender mos partir mos
cantar des vender des partir des
cantar em vender em partir em

e) GERÚNDIO – é formado pelo acréscimo da desinência -ndo ao tema


verbal (radical + vogal temática “a” ou “e” ou “i”):
• cantar – canta + ndo = cantando
• vender – vende + ndo = vendendo
• partir – parti + ndo = partindo

104
f ) PARTICÍPIO – é formado pelo acréscimo das desinências -ado e -ido ao
radical do verbo.
• cantar – cant + ado = cantado

Unidade 5
Português
• vender – vend + ido = vendido
• partir – part + ido = partido

O verbo PÔR e seus derivados (Ex: compor, repor, impor) incluem-se na 2ª


conjugação porque a sua forma original é “poer”.

3.Tempos Compostos

São formados pelos auxiliares TER ou HAVER seguidos do verbo principal


no particípio.
Ex: Ela tem vendido muitos livros.

4. Formas Nominais

Recebem essa denominação porque assumem valor de nomes: substanti-


vo, adjetivo e advérbio.
As formas nominais são: infinitivo, particípio e gerúndio.
Ex: Comer é prazeroso. (“Comer” – infinitivo: tem valor de substantivo.)
O porco foi abatido. (“abatido” – particípio: tem valor de substantivo.)
Estou esperando por socorro. (“esperando” – gerúndio: tem valor de
advérbio.)

Conclusão

Estudamos com abrangência considerável a classe verbal, o que nos traz o


sentimento de dever cumprido e bem feito. Com a certeza de voltar sem-
pre que necessário a estas páginas, vamos, animados, partir para novos
conhecimentos.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

105
Anotações

Exercícios de Fixação

1. Assinale a alternativa certa a partir da frase a seguir.


É bom que não nos ___________ muito nessas questões difíceis, e sim naque-
las mais fáceis de ___________.
( ) demoramos, resolver-se
( ) demorarmos, resolvermos
( ) demoremos, resolver
( ) demorássemos, resolverem

2. Assinale a flexão verbal certa.


( ) Glória freou rapidamente ao avistar o obstáculo.
( ) Não é bom folear o livro sem cuidado.
( ) Ao longo de nossas vidas nunca receiamos as adversidades.
( ) Já passeiamos pelas calçadas de Ipanema.

3. Assinale a alternativa certa.


Quando vocês____________ os resultados, ficarão surpresos.
( ) vierem
( ) verem
( ) vir
( ) virem

4. Assinale a certa.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

( ) Cala-te e ouça!
( ) Cala-te e ouve!
( ) Cale-se e ouve!
( ) Cale-te e ouve!

5. Assinale a frase que está na voz passiva sintética.


( ) Catarina mirou-se no espelho para conferir o penteado novo.
( ) Aquele estagiário sobressaiu-se diante dos colegas.
( ) Vendem-se objetos antigos.
( ) As formandas confraternizaram-se.

106
Sintaxe: Sintaxe da Oração /
Orações Reduzidas
UNIDADE

Unidade 6
Os objetivos desta unidade são:

Português
• Conceituar frase, oração e período.
• Estudar a sintaxe da oração.
• Conceituar tipos de período e conhecer as orações
reduzidas.

Dentro de uma frase, as palavras são estruturadas por relações de concor-


dância, subordinação e ordem. O conjunto destas relações formais cons-
tituídas com base em princípios e regras é denominado sintaxe. Nesta
unidade iniciaremos o estudo da sintaxe pelos elementos que compõem
uma oração, assim como suas inter-relações.

Introdução

Começaremos apresentando a conceituação de frase, oração e período


para depois classificar os termos essenciais, integrantes e acessórios de
uma oração. Vamos, também, conceituar e classificar os períodos e as
orações reduzidas.

Desenvolvimento

1. Frase, Oração e Período

a) FRASE– todo enunciado que tenha sentido completo, mesmo não ten-
do verbo.
Ex: Ó vida ingrata!

b) ORAÇÃO– todo enunciado que contenha verbo.


Ex: Valha-me Santo Antônio!

c) PERÍODO– todo enunciado que contenha verbo e sentido completo. O


período pode ter uma ou mais orações e termina por ponto final, ponto de
interrogação, ponto de exclamação ou reticências.
• Período simples – contém só uma oração.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex: Maria gosta de bolachas.


• Período composto– tem duas ou mais orações.
Ex: Vi seu vestido novo e quis comprar um igual.

107
Anotações

2. Sintaxe da Oração

Confiram a seguir uma figura que explicita a sintaxe das orações.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Diagrama 5
Fonte: Martinho, 2012.

2.1 Termos Essenciais da Oração

O sujeito e o predicado são chamados termos essenciais da oração. Contu-


do, há também orações sem sujeito.
• Sujeito é o ser de quem se diz algo.
• Predicado é aquilo que se diz do ser.
Ex: O macaco gosta de bananas.
O macaco = sujeito
gosta de bananas = predicado

108
2.1.1 Sujeito

O sujeito pode ser determinado ou indeterminado.

Unidade 6
Português
a) SUJEITO DETERMINADO – ocorre quando se pode determinar o elemen-
to ao qual o predicado se refere. Pode ser:
• Sujeito simples e claro – um só núcleo expresso na frase.
Ex: João abrigou o mendigo.
• Sujeito simples e oculto – um só núcleo não expresso na frase.
Ex: Viemos de ônibus. (sujeito oculto nós)
• Sujeito composto – dois ou mais núcleos.
Ex: Minha mãe, meu pai, João e Rita viajarão todos em meu carro.

b) SUJEITO INDETERMINADO – é aquele que existe, mas não está identifi-


cado na oração. Há duas maneiras de indeterminar o sujeito:
• Com verbos na 3ª pessoa do plural, sem que seu sujeito tenha sido ante-
riormente expresso.
Ex: Comeram todas as frutas.
• Com verbos na 3ª pessoa do singular seguidos da partícula -se – índice
de indeterminação do sujeito.
Ex: Fala-se em cortes de gastos.

2.1.2 Oração sem Sujeito

Nas orações sem sujeito os verbos são chamados impessoais. Devem ficar
sempre na 3ª pessoa do singular (com exceção do verbo ser). Ocorrem nos
casos a seguir:

a) Com os verbos que indicam fenômenos da natureza.


Ex: Choveu granizo em meu bairro.

b) Com o verbo HAVER indicando existência ou acontecimento ou período


de tempo.
Ex: Havia muitos hóspedes na pousada.
Haverá festas de formatura no mês que vem.
Há anos o céu foi iluminado pelo magnífico cometa.

c) Com os verbos SER e ESTAR indicando tempo.


Ex: São duas horas em meu relógio.
Já são 15 de dezembro.
Amanhã será dia 12.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Hoje esteve quente.


Ainda está cedo.

d) Com o verbo FAZER indicando tempo ou fenômeno da natureza.


Ex: Faz cinco dias que ele não telefona.
Fez muito frio no interior de Santa Catarina.

109
Anotações

e) Com os verbos BASTAR e CHEGAR seguidos da preposição “de”.


Ex: Basta de adiamentos.
Chega de controlar a minha vida.

2.1.3 Predicado

É a informação que se transmite a respeito de algum ser. Como já mencio-


nado, dentro da frase existem dois grupos de palavras: o sujeito e o predi-
cado. Há frases sem sujeito, mas nunca sem predicado.

Vamos estudar os verbos que aparecem na formação dos predicados por-


que são eles que definem sua classificação:

a) VERBO DE LIGAÇÃO – liga o sujeito ao seu predicativo.



Predicativo do sujeito é o termo que expressa um estado ou qualidade do
sujeito.

A função do verbo de ligação é tão somente ligar o predicativo ao sujeito,


podendo ser eliminado sem causar prejuízo à compreensão.
• Os principais verbos de ligação são: ser, estar, continuar, ficar, parecer,
permanecer, tornar-se.
Ex: Ângela estava alegre.
alegre = predicativo do sujeito
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

estava = verbo de ligação


• Estes verbos somente são de ligação quando a frase tem predicativo do
sujeito. Caso não haja predicativo do sujeito eles são intransitivos. Ex: Hoje
meus netos estão aqui.
aqui = adjunto adverbial
estão = verbo intransitivo

b) VERBO INTRANSITIVO – tem o sentido completo, não precisando de


complemento.
Ex: O assaltante morreu.
morreu = verbo intransitivo

c) VERBO TRANSITIVO DIRETO – exige um complemento sem preposição,


ao qual denominamos objeto direto.
Ex: Encontrei manchas de sangue pelo caminho.
manchas de sangue = objeto direto

d) VERBO TRANSITIVO INDIRETO – exige um complemento com preposição.


Ex: A moça simpatizou com o novo colega.
com o novo colega = objeto indireto

110
e) VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO – exige dois complementos, um
objeto direto e um objeto indireto.
Ex: Eu entreguei a mesada para meu filho.

Unidade 6
Português
a mesada = objeto direto
para meu filho = objeto indireto

2.1.4 Predicativos

Predicativos são termos que expressam estados ou qualidades. Podem ser


do sujeito ou do objeto.

a) PREDICATIVOS DO SUJEITO – apresentam-se no predicado após verbos


de ligação. Eventualmente aparecem após verbos intransitivos e transitivos.
Ex: O escritor tornou-se poeta.
tornou-se = verbo de ligação
poeta = predicativo do sujeito
O ônibus chegou atrasado.
chegou = verbo intransitivo
atrasado= predicativo do sujeito
A professora rejeitou, impassível, a justificativa.
rejeitou = verbo transitivo direto
impassível = predicativo do sujeito
Os alunos contaram satisfeitos com a ajuda dos professores.
contaram = verbo transitivo indireto
satisfeitos = predicativo do sujeito

b) PREDICATIVOS DO OBJETO – são termos que expressam qualidade ou


estado atribuídos ao objeto pelo sujeito. Quando a atribuição não é feita
pelo sujeito trata-se de um adjunto adnominal.
Ex: O técnico considerou-o preguiçoso.

O adjunto adnominal será abordado no item 2.3 desta unidade.

2.1.5 Classificação do Predicado

a) PREDICADO NOMINAL – apresenta como núcleo o termo que expressa


qualidade ou estado do sujeito (predicativo do sujeito). O verbo é sempre
de ligação.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex: As jovens são bonitas.


As jovens = sujeito
são bonitas = predicado nominal (bonitas = núcleo do predicado)

111
Anotações

b) PREDICADO VERBAL – expressa a ideia de ação. Tem como núcleo o


verbo.
Ex: Os homens de bem trabalham. (verbo intransitivo)
Os leões devoraram os animaizinhos.
os animaizinhos = objeto direto
As plantas precisam de água.
de água = objeto indireto
A professora informou a nota ao aluno.
a nota = objeto direto
ao aluno = objeto indireto
Nevou ontem. (sujeito inexistente)

c) PREDICADO VERBO-NOMINAL – é o predicado que contém um verbo


nocional (que tem ideia de ação) e um predicativo.
Ex: Todos comeram apressados.
As garotas beberam a água apressadas.
Joaquim respondeu à pergunta temeroso.
Maria encontrou o médico apressado.

2.2 Termos Integrantes da Oração

São termos que completam o sentido de um verbo ou de um nome. São eles:


objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.

a) OBJETO DIRETO – completa o sentido de um verbo, transitivo direto, sem


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preposição.
Ex: Joana entregou o livro.

b) OBJETO INDIRETO – completa o sentido de um verbo, transitivo indireto,


ao qual se liga com o auxílio de preposições.
Ex: Entreguei ao policial.

c) COMPLEMENTO NOMINAL – completa o sentido de um nome (substan-


tivo, adjetivo, advérbio) que por si só não dá a ideia que se quer transmitir.
É sempre introduzido por uma preposição.
Ex: A apostila foi útil ao candidato.

d) AGENTE DA PASSIVA – é o complemento do verbo na voz passiva analítica.


É sempre introduzido por uma preposição, geralmente a preposição ”por” e
suas combinações (“pelo”, “pela”, “pelos”, “pelas”) ou “de” e suas combinações.
Ex: O peixe foi temperado pela vizinha.
O rio era cheio de peixes.

112
2.3 Termos Acessórios da Oração

Podem ser retirados da frase sem prejuízo para o sentido global. São eles:

Unidade 6
Português
adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.

a) ADJUNTO ADNOMINAL – é o termo que determina ou caracteriza um


substantivo. Pode ser: um artigo, um adjetivo, uma locução adjetiva, um
numeral, um pronome.
Ex:Comprei o vestido que queria.
Ganhei valiosos presentes.
A mãe de Rodrigo compareceu ao velório.
Levei dois cadernos.
Gostei de dirigir aquele carro.

Como diferenciar:
• Adjunto adnominal – mostra quem pratica o ato expresso pelo substantivo
(sentido ativo).
Ex: O sermão do padre foi proveitoso.
• Complemento nominal – mostra quem sofre o ato expresso pelo substantivo
(sentido passivo).
Ex: A crítica ao vereador foi fulminante.

b) ADJUNTO ADVERBIAL – é o termo que indica uma circunstância de tem-


po, de modo, de lugar, de causa etc. Modifica o sentido de um verbo, de
um advérbio ou de um adjetivo. Pode aparecer com ou sem preposição.
Ex: Ela dirige bem.
Vou encontrá-la amanhã.
Perdeu tudo por causa da enchente.
Ela discursou no clube.

c) APOSTO – é o termo que esclarece, explica, discrimina ou identifica outro


termo da oração. Pode aparecer entre vírgulas, após dois pontos ou entre
travessões.
Ex: Carol, a garota recém-chegada, nasceu em Ribeirão Preto.
Só gosto de um doce: sonho.
Esperei pouco tempo – dois ou três minutos – para ser atendida.

2.4 Vocativo
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

É o termo usado para chamar a atenção para aquilo que se vai dizer. Pode
aparecer no início, meio ou fim da oração. Não faz parte nem do sujeito
nem do predicado.
Ex: Juliana, não se esqueça das compras.
Peguei você, garoto, não adianta protestar.
Por que não vem, minha mãe?

113
Anotações

3. Orações Reduzidas

3.1 Conceitos Preliminares

a) PERÍODO SIMPLES – é o conjunto de palavras reunidas em torno de um


verbo e com sentido completo.
Ex: Vou telefonar para ele.

b) PERÍODO COMPOSTO – é o conjunto de orações finalizadas por um


único ponto. Pode ser constituído de duas maneiras: por coordenação ou
por subordinação.
• Período Composto por Coordenação – constituído por orações de sintaxe
independente e, quando se ligam por conjunções, estas são coordenativas.
Ex: Vá estudar, procure ser responsável.
Batalhe e transforme-se numa pessoa digna.
• Período Composto por Subordinação – é constituído por orações que
mantêm relação de dependência, e são ligadas por conjunção integrante
ou subordinativa ou por pronome relativo.
Ex: Juvenal queria que sua noiva se vestisse de branco.

Existem orações subordinadas que se apresentam sem conjunção e sem pro-


nome relativo: são as orações reduzidas.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

3.2 Classificação

Apresentam-se em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.


Ex: infinitivo(AMAR), gerúndio (AMANDO), particípio (AMADO).

a) ORAÇÃO REDUZIDA DE INFINITIVO – aparece quando tiramos a conjun-


ção e colocamos o verbo no infinitivo.
Ex: É necessário telefonar para os bombeiros.
Ao calçar as luvas, sentirá menos frio.

b) ORAÇÃO REDUZIDA DE GERÚNDIO – aparece quando tiramos a con-


junção ou pronome relativo e colocamos o verbo no gerúndio.
Ex: Dormindo tanto não teremos tempo para os estudos.
Reconhecemos o velho dormindo na calçada.

c) ORAÇÃO REDUZIDA DE PARTICÍPIO – aparece quando tiramos a conjun-


ção ou pronome relativo e colocamos o verbo no particípio.
Ex: Há recebimento não contabilizado.
Realizado o discurso, fomos ao brinde.

114
Conclusão

Unidade 6
Passamos por mais uma etapa de estudos. Desde agora podemos sentir o

Português
quanto avançamos na percepção de como se faz a estruturação dos textos
na língua portuguesa. Vamos em frente, certos de que o esforço já está
sendo recompensado.

Exercícios de Fixação

1. Classifique as afirmativas com V (VERDADEIRO) ou F (FALSO).


( ) Toda frase precisa ter verbo.
( ) Toda oração precisa ter verbo.
( ) Todo enunciado que tenha sentido completo é uma frase.
( ) Todo período composto tem só um verbo.

2. Assinale a única alternativa falsa.


( ) O sujeito da oração é o termo do qual se transmite uma informação.
( ) Não existe oração sem sujeito.
( ) Não existe oração sem predicado.
( ) O predicado é a informação que se transmite a respeito de algo ou
alguém.

3. Assinale a única alternativa falsa.


( ) Maria come doces. – “come doces” é predicado.
( ) Maria gosta de doces. – “de doces” é objeto direto.
( ) A Maria comprou doces. – “A” é adjunto adnominal.
( ) Maria, venha comprar doces. – “Maria” é vocativo.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

115
Sintaxe: Regência Nominal e Verbal /
Crase / Concordância Nominal e
Verbal – Verbos Especiais
UNIDADE

Unidade 7
Os objetivos desta unidade são:

Português
• Conhecer as regras regência nominal e verbal.
• Conhecer a formação de crase.
• Conhecer as regras da concordância verbal e nominal e
de verbos especiais.

Continuaremos no tema sintaxe, estudando regências e concordâncias


verbais e nominais, que estudam as relações de dependência ou con-
cordância entre verbos, nomes e demais termos da oração. Passaremos
também pelo estudo da crase.

Introdução

Vamos ao estudo das regências verbal e nominal, depois veremos a crase,


e finalmente abordaremos as concordâncias verbal e nominal.

Desenvolvimento

1. Regência

A regência trata das relações de dependência que os termos de uma oração


têm entre si. Um termo (regente) rege outro que lhe completa o sentido
(regido).

A regência pode ser: nominal quando o termo regente é um nome, ou ver-


bal quando o termo regente é um verbo.

1.1 Regência Nominal

É o fato de um nome não ter sentido completo e exigir que outro termo
lhe complemente o sentido. O termo regido é denominado complemento
nominal.
Ex: Tenho dúvida acerca do resultado.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

dúvida = substantivo
acerca do resultado = complemento nominal
José está pronto para a cirurgia.
pronto = adjetivo
para a cirurgia = complemento nominal

117
Anotações

1.2 Regência Verbal

Neste tipo de regência é o verbo que pede um complemento.


Quanto à transitividade, os verbos podem ser: intransitivos, transitivos dire-
tos, transitivos indiretos, transitivos diretos e indiretos.
Ex: O último presidente renunciou. (verbo intransitivo)
Nós comemos lagostas à vontade. (verbo transitivo direto)
Os jovens assistiram ao filme. (verbo transitivo indireto)
Comunicamos a novidade aos familiares. (verbo transitivo direto e indi-
reto)

1.3 Regência com Pronome Pessoal do Caso Oblíquo Átono

São do caso oblíquo os pronomes que nas orações desempenham funções


de complemento verbal ou complemento nominal. De acordo com a toni-
cidade com que são pronunciados, dividem-se em átonos e tônicos.

Os oblíquos átonos só aparecem ao lado dos verbos (próclise, ênclise, me-


sóclise). Os oblíquos tônicos podem aparecer em qualquer lugar da frase.
Ex: Luís me abandonou.
Comer com talheres é difícil para mim.

a) PRONOME OBLÍQUO COMO OBJETO DIRETO E INDIRETO(complementos


verbais)
• O, A, OS, AS – são sempre objeto direto.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Ex: Ela não me procurou.


• LHE, LHES – são sempre objeto indireto.
Ex: Eu lhe entreguei o bilhete.

b) PRONOME OBLÍQUO COMO COMPLEMENTO NOMINAL – são os que


substituem termos preposicionados que se ligam aos nomes.
Ex: Seu conselho foi-nos útil.
foi-nos útil = foi útil para nós

c) PRONOME OBLÍQUO COMO PRONOME POSSESSIVO – nesse caso, não


sendo nem como complementos nominais, nem como complementos ver-
bais, são adjuntos adnominais.
Ex:Rasgou-me o vestido.
...-me o vestido = ... o meu vestido

O sujeito nunca pode estar preposicionado.


Ex: É hora dela chegar (errado) – dela (de + ela), preposicionado,não pode
ser sujeito de chegar.
É hora de ela chegar (certo) – ela é sujeito de chegar.
Ex: José comprou a casa, apesar da esposa não concordar. (errado)
José comprou a casa, apesar de a esposa não concordar. (certo)

118
2. Crase

Unidade 7
Português
Diagrama 6
Fonte: Martinho, 2012.

É a fusão de vogais idênticas, representada pelo acento grave (`). Uma das
vogais é preposição.
Ex: Geraldo foi à biblioteca.
à = “a” preposição exigida pelo verbo “ir”+ “a” artigo de biblioteca
Nunca mais voltarei àquele bairro.
àquele = “a” preposição exigida pelo verbo voltar + “a” do pronome de-
monstrativo “aquele”

Não devemos confundir a (artigo), com a (preposição) e com a (pronome de-


monstrativo).
• Artigo – antes de substantivos e alguns pronomes, com os quais concordam
em número.
Ex: Guardei a roupa nova.
Encontrei as mesmas moças.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

• Preposição – indica subordinação entre termos.


Ex: Lancei o desafio aJoana.
• Pronome Demonstrativo – substitui um substantivo.
Ex: Convivo com a de cabelos pretos.

119
Anotações

3. Concordância Nominal e Verbal

Diagrama 7
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Fonte: Martinho, 2012.

Concordância é um processo sintático segundo o qual certas palavras se


combinam através de flexões. Esta combinação acontece nos nomes (gê-
nero e número) e nos verbos (pessoa e número), sendo chamada, respecti-
vamente, de concordância nominal e concordância verbal.

3.1 Concordância Nominal

É a relação de concordância que se dá entre: substantivos e adjetivos, arti-


gos, pronomes e numerais.
Ex: As suas três elegantes tias estão conversando na sala.
O artigo “As”, o pronome “suas”, o numeral “três”, o adjetivo “elegan-
tes” concordam em gênero e número com o substantivo “tias”.

a) Particularidades da concordância do Adjetivo


• Adjetivo Posposto – quando se refere a dois ou mais substantivos, con-
corda com o último ou vai para o plural. Se pelo menos um substantivo for
masculino, o adjetivo posposto vai para o masculino.
Ex: Homem e a mulher bonita / homem e mulher bonitos.
Mulher e homem alto / mulher e homem altos.
Blusa e saia vermelha / blusa e saia vermelhas.
120
• Adjetivo Anteposto – quando se refere a dois ou mais substantivos, con-
corda com o mais próximo.
Ex: Bonito cavalo e égua.

Unidade 7
Português
Audaciosa moça e rapaz.
Observação: Se as palavras expressarem parentesco, pode-se fazer a con-
cordância com o conjunto.
Ex: Simpático pai e mãe / simpáticos pai e mãe.

Com nomes próprios e com palavras que expressam oposição a concordância
será sempre no plural.
Ex: Idolatrados Roberto Carlos e Caetano.
Amanda e Gustavo queridos.
Eternos amor e ódio / Amor e ódio eternos.

b) Substantivo determinado por dois ou mais Adjetivos


• Substantivo no Singular – coloca-se artigo nos adjetivos, a partir do se-
gundo.
Ex: Recepciono o turista americano, o japonês e o alemão.
• Substantivo no Plural – basta acrescentar os adjetivos.
Ex: Estudo os idiomas inglês, chinês e japonês.

c) Substantivo usado como Adjetivo – se originalmente era um substantivo,


o adjetivo ficará invariável.
Ex: Ele pediu ternos cinza e gravatas rosa.

d) Adjetivos Compostos – apenas o último termo concordará com o subs-


tantivo a que se refere; os outros termos ficarão no masculino / singular.
Ex: Visitei várias ativistas luso-franco-americanas.
Particularidades:
• Se o último termo for um substantivo usado como adjetivo, o composto
ficará invariável.
Ex: Encomendei aquela blusa verde-musgo.
• Azul-marinho e azul-celeste são invariáveis.
Ex: Escolhi os brinquedos azul-celeste.
• Surdo-mudo varia em seus dois termos, em gênero e número.
Ex: menino surdo-mudo / menina surda-muda / garotos surdos-mu-
dos / garotas surdas-mudas.

3.2 Concordância Verbal


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

É a relação de concordância que se estabelece entre o sujeito e o verbo.


O verbo se flexiona em pessoa (1ª, 2ª, 3ª) e número (singular, plural).

a) SUJEITO SIMPLES – o verbo concorda em pessoa e número com o núcleo


do sujeito simples: Os vendedores fizeram a alegria dos patrões.

121
Anotações

Particularidades:

• Quando constituído por substantivo coletivo + determinante, o verbo


concorda com o coletivo ou com o determinante.
Ex: O bando retornou. / O bando de aves voou. / O bando de aves re-
tornaram.

• Quando constituído por expressão quantitativa + determinante, o verbo


concorda com a expressão quantitativa ou com o determinante.
Ex: A maioria das pessoas viajou. / A maioria das pessoas viajaram.
1 % dos alunos faltou. / 1 % dos alunos faltaram.
10 % das crianças é carente de recursos. / 10 % das crianças são carentes
de recursos.
Um terço dos bens foi roubado. / Um terço dos bens foram roubados.

• Quando constituído por nome próprio no plural, se sem artigo, o verbo


fica no singular; se com artigo, o verbo concorda com o artigo.
Ex: Alpes é muito visitado. / Os Alpes são muito visitados.
O Amazonas é uma vasta região.
Observação: Se o artigo for parte integrante do nome próprio, o verbo
pode ficar no singular ou no plural;
Ex: “Os Lusíadas” é obra clássica. / “Os Lusíadas” são obra clássica.

• Quando constituído por pronome indefinido + pronomes pessoais “nós”


ou “vós”, o verbo pode concordar com o pronome indefinido ou com o
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

pronome pessoal.
Ex: Muitos de nós cumprirão com as obrigações. / Muitos de nós cumpri-
remos com as obrigações.
Observação: Se o indefinido estiver no singular, o verbo irá para o singular.
Ex: Algum de nós realizará a tarefa.

• Quando constituído por pronome relativo QUE, o verbo concorda com o


referente do pronome relativo.
Ex: Fui eu que derrubei o refrigerante.

• Quando constituído pelo pronome relativo QUEM, o verbo concorda com


o referido do pronome relativo ou com o próprio pronome relativo (3ª
pessoa do singular).
Ex: Fostes vós quem recebeu a carta. / Fostes vós quem recebestes a
carta.

• Quando constituído pela expressão “um dos que” / “uma das que”, o ver-
bo pode ficar no singular ou no plural.
Ex: Marcos foi um dos que vaiou o diretor. / Marcos foi um dos que
vaiaram o diretor.

122
b) SUJEITO COMPOSTO – possui dois ou mais núcleos, e o verbo concorda
em pessoa e número com esses núcleos.
Ex: Você e eu iremos ao culto.

Unidade 7
Português
A menina e o rapaz gostaram da festa.

Particularidades:
• Quando constituído por pessoas gramaticais diferentes, o verbo vai para
o plural e para a pessoa que tiver a primazia, nesta ordem: a 1ª pessoa
prevalece sobre a 2ª e a 3ª; 2ª e 3ª são equivalentes.
Ex: Paula e eu fomos ao cinema.
Tu e ele sereis surpreendidos pelos convidados.

• Quando está resumido por pronome, o verbo concorda com o pronome


resumitivo.
Ex: Bagunça, barulho, sujeira, tudo foi considerado.

c) SUJEITO INDETERMINADO – é quando não se conhece o sujeito, embora


existente. Há dois tipos:

• Sem sujeito expresso – o verbo fica na 3ª pessoa do plural.


Ex: Levaram todas as joias.

• Com o índice de indeterminação do sujeito –se, o verbo fica na 3ª pessoa


do singular. O verbo será sempre intransitivo ou transitivo indireto.
Ex: Trata-se de jantares beneficentes.

d) ORAÇÃO SEM SUJEITO – trata de fenômenos que independem da par-


ticipação/ação de um ser. Como não há sujeito, o verbo , chamado de
impessoal, fica sempre na 3ª pessoa do singular. Os verbos são chamados
impessoais e podem constituir locuções.
Ex: Fez vinte anos que ele partiu.
Chove copiosamente há dias.
Deve haver vários carros à venda.

3.3 Verbos Especiais

a) Concordância do verbo SER – segue a regra geral, mas existem casos em


que o verbo concorda com o predicativo ou com outras expressões da frase.
O verbo SER concorda com o predicativo do sujeito:
• Quando o sujeito está singular e o predicativo está no plural.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Ex: Nossa alegria são os netos.


• Quando o sujeito é um pronome demonstrativo e o predicativo está no
plural.
Ex: Aquilo são cobras peçonhentas.
• Quando o predicativo é pronome pessoal.
Ex: O ganhador do prêmio seremos nós.

123
Anotações

• Quando o predicativo é um nome que se refere a pessoas.


Ex: As alegrias da vida é a juventude.

b) Verbos DAR, BATER, SOAR – podem concordar com o praticante da ação


ou, quando não houver, com as expressões de tempo.
Ex: O relógio deu cinco horas.
No relógio, deram cinco horas.

3.4 Verbos Impessoais

a) Na expressão de distância concordam com o adjunto adverbial de dis-


tância.
Ex: Daqui à praia é um quilômetro.
Daqui à loja são duzentos metros.

b) Na expressão de tempo concordam com o núcleo do adjunto adverbial


de tempo.
Ex: Hoje é dia 24 de agosto.
Amanhã serão 18 de maio.

c) Na expressão de peso, medida e quantidade são invariáveis.


Ex: Dez pacotes de biscoito é pouco.
Dez metros de pano é muito.
Quatro rapazes é suficiente.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

d) A partícula “é que” é invariável.


Ex: Eu é que lavei a louça.
Nós é que lavamos a louça.

Conclusão

Conhecer bem a língua portuguesa é um processo lento e constituído por


conhecimentos que se vão acumulando a cada dia e a cada leitura. Suas
regras são inúmeras e inicialmente dificultosas. Não é preciso memorizá-
-las. O aprendizado se faz lendo e lendo. Mas, é preciso ter essas regras
à mão e a cada dúvida consultá-las. Quanto mais soubermos, mais vamos
querer aprender.

124
Exercícios de Fixação

Unidade 7
Português
1. Classifique como VI (verbo intransitivo), VTD (verbo transitivo direto), VTI
(verbo transitivo indireto), VTDI (verbo transitivo direto e indireto) os verbos
das orações a seguir.
( ) Amarildo levou apenas a roupa do corpo.
( ) Gostei do chocolate branco.
( ) As meninas chegaram cedo.
( ) Encomendei roupas novas à costureira.

2. Assinale o único termo errado quanto à concordância nominal.


( ) Menino e menina graciosa
( ) Gracioso menino e menina
( ) Menina e menino graciosa
( ) Menina e menino graciosos

3. Assinale a única oração errada quanto à concordância nominal.


( ) Trouxeram lembranças inglesa, dinamarquesa, francesa e alemã.
( ) Ele prefere os tons cinza.
( ) Conheci garotas lusas-espanholas.
( ) O bebê preferiu os ursinhos azul-celeste.

4. Assinale a única oração errada quanto à concordância verbal.


( ) Tu voltaste cedo e ela chegou de manhã.
( ) As ovelhas bebem água no cocho das vacas.
( ) Vós sois a reencarnação de meu pai.
( ) A jovem e o garoto saiu.

5. Assinale a única oração errada quanto à concordância verbal.


( ) Os Estados Unidos são meu objetivo.
( ) Estados Unidos é o país dos meus sonhos.
( ) Amazonas são o estado mais fabuloso do Brasil.
( ) Os Alpes são o destino dos turistas abastados.

6. Assinale a única oração errada quanto à concordância verbal.


( ) “Os Miseráveis” se passa na França.
( ) “Os Lusíadas” são o orgulho do povo português.
( ) “Os Miseráveis” foi um sucesso na literatura e no cinema.
( ) “Os Lusíadas” ajudastes na formação dos poetas portugueses.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

7. Assinale a única oração errada quanto à concordância verbal.


( ) Qual dentre vocês farão as tarefas cansativas?
( ) Alguns dos meninos poderá ficar para a limpeza.
( ) Muitos de nós jantaremos aqui.
( ) Algum deles fará a lição de casa.
125
Sintaxe: Colocação Pronominal /
Pontuação / Estilística
UNIDADE

Unidade 8
Os objetivos desta unidade são:

Português
• Conhecer as regras de colocação pronominal.
• Conhecer os usos principais da pontuação.
• Conhecer princípios de estilística.

Para finalizarmos o estudo da sintaxe, nesta unidade veremos as regras de


colocação pronominal e pontuação. As primeiras vão auxiliar na busca por
uma sonoridade agradável quando da construção de textos, e, as regras
de pontuação vão auxiliar na compreensão das ideias expostas pelo autor.
Conheceremos também alguns processos expressivos usados nos textos,
as chamadas figuras de linguagem.

Introdução

Vamos iniciar a unidade pelo conhecimento das regras de colocação pro-


nominal. Em seguida, abordaremos as regras de pontuação. Por fim en-
traremos na estilística, estudando as figuras de linguagem.

Desenvolvimento

1. Colocação Pronominal

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Diagrama 8
Fonte: Martinho, 2012.
127
Anotações

Os pronomes me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos podem assumir três posições:
• PRÓCLISE – antes do verbo
• MESÓCLISE – no meio do verbo
• ÊNCLISE – depois do verbo

1.1 Próclise

É usada:
a) Nas orações negativas, sem pausa entre o advérbio de negação e o verbo.
Ex: Não me deixe só.

b) Nas orações exclamativas.


Ex: Macacos me mordam!

c) Nas orações optativas.


Ex: Deus nos ilumine!

d) Nas orações interrogativas iniciadas por pronomes ou advérbios inter-


rogativos.
Ex: Quem me procurou?
Onde se encontra o hóspede?

e) Nas orações subordinadas.


Ex: Nós iremos, se nos convidarem.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

f ) Com advérbios ou pronomes indefinidos, sem pausa entre eles e o verbo.


Ex: Ali se fala japonês.
Isto nos desagrada.

g) Com a preposição “em” mais verbo no gerúndio.


Ex: Em se plantando, tudo dá.

1.2 Mesóclise

É usada com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito.


Ex: Emprestar-me-ia dinheiro se eu precisasse.
Envolver-te-á pelo charme.

1.3 Ênclise

É usada:
a) Com verbos no infinitivo.
Ex: Conviver é doar-se.

b) Com verbos que iniciam oração.


Ex: Mostrou-me a importância do diálogo.

128
Nas orações intercaladas podemos usar a próclise ou a mesóclise.
Ex: Você, disse-me a garota, está longe de seu país.

Unidade 8
Você, me disse a garota, está longe de seu país.

Português
1.4 Caso Especial

Com verbo no infinitivo, precedido de preposição ou palavra negativa, usa-


-se próclise ou ênclise.
Ex: Vim para te alegar. / Vim para alegrar-te.
Jurei jamais perdoar-te. / Jurei jamais te perdoar.

1.5 Locuções Adverbiais

a) Auxiliar + Infinitivo– podem ocorrer:


• Ênclise no Infinitivo.
Ex: O policial quer aplicar-te a multa.
• Ênclise no auxiliar.
Ex: O policial quer te / quer-te aplicar a multa. (O hífen é facultativo.)
• Próclise no auxiliar.
Ex: O policial te quer aplicar a multa.

b) Auxiliar + Gerúndio – podem ocorrer:


• Ênclise no gerúndio.
Ex: Os empresários foram dispersando-se.
• Ênclise no auxiliar.
Ex: Os empresários foram-se dispersando.
• Próclise no auxiliar.
Ex: Os empresários se foram dispersando.

c) Auxiliar + Particípio – podem ocorrer:


• Ênclise no auxiliar.
Ex: Os jovens tinham-se acidentado.
• Próclise no auxiliar.
Ex: Os jovens se tinham acidentado.

2. Pontuação
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

a) FINALIDADES – a pontuação auxilia a compreensão e leitura dos discur-


sos escritos. Tem as seguintes finalidades:
• Auxiliar as pausas e inflexões de voz nas leituras.
• Separar palavras, expressões e orações.
• Esclarecer o sentido da frase.

129
Anotações

b) VÍRGULA – separa termos dentro da oração, ou orações dentro do pe-


ríodo. Casos principais:
• Separa o aposto explicativo.
Ex: Maria, irmã da minha sogra, me telefonou ontem.
• Separa o vocativo.
Ex: Professora, terminei a leitura.
• Separa termos de mesma função.
Ex: Lavei pratos, talheres, copos e panelas.
• Assinala a inversão dos adjuntos adverbiais.
Ex: No próximo mês, terei dinheiro para passear.
• Marca a supressão de um verbo.
Ex: Uma belezinha, seu bebê!
• Indica a supressão de verbo ou termo anterior.
Ex: Às vezes come bananas; outras, alface.
• Separa o nome do lugar nas datas.
Ex: Manaus, 15 de julho de 1987.
• Separa os complementos verbais deslocados para o começo da frase.
Ex: A mala, perdi-a na rodoviária.
• Isola expressões explicativas, corretivas, escusativas, continuativas, con-
clusivas.
Ex: Todos querem viver bem, isto é, com dinheiro e saúde.
• Separa orações reduzidas.
Ex: Somente procurando a independência, você encontrará a realização.

c) PAUSAS – os sinais de pontuação marcam três tipos diferentes de pausa.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• Em pausas que indicam que a frase ainda não acabou usamos: vírgula,
travessão, parênteses, ponto-e-vírgula, dois pontos.
• Em pausas que indicam final de período usamos: ponto final.
• Em pausas que indicam intenção ou emoção usamos: ponto de interroga-
ção, ponto de exclamação, reticências.

3. Estilística

A estilística trata dos processos expressivos, chamados de figuras de lingua-


gem, que visam despertar o sentimento estético. Seus recursos organizam
o texto, evitando problemas com a ortografia, a concordância, a regência
e outros problemas gramaticais, os quais podem resultar nos vícios (erros)
de linguagem.

130
Unidade 8
Português
Diagrama 9
Fonte: Martinho, 2012.

3.1 Figuras de Linguagem ou Estilo

São a forma de utilizar as palavras de maneira que sejam mais expressivas.


Dividem-se em três grupos.
• Figuras de Som– destacam o som das palavras.
• Figuras de Construção ou de Sintaxe– trabalham a construção da frase.
• Figuras de Pensamento– trabalham com o significado das palavras.

a) FIGURAS DE SOM
• Repetição proposital de um som consonantal.
Ex: O rato roeu a roupa real do rei de Roma.
• Uso de palavras que imitam sons ou ruídos (ONOMATOPEIA).
Ex: O tique-taque do relógio me trouxe lembranças.

b) FIGURAS DE CONSTRUÇÃO OU DE SINTAXE


• Quebra da ordem lógica de uma frase.
Ex: Mulheres, impossível viver sem elas!
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

• Repetição de palavras ou expressões.


Ex: Ela foi mãe, foi esposa, foi professora, foi exemplo, foi tudo!

131
Anotações

• Invocação de seres reais ou imaginários.


Ex: “Afasta de mim esse cálice, pai!” (Chico Buarque e Milton Nascimento)
• Indicação de lentidão no ritmo da frase.
Ex: Os homens nascem, crescem e morrem.
• Omissão de palavras ou orações.
Ex: Sílvio trabalha com roupas como o pai.
• Inversão sintática de termos ou orações.
Ex: De carne bem passada, eu gosto.
• Repetição de uma ideia (PLEONASMO).
Ex: Olhava para ela, com olhos apaixonados.

A repetição de uma ideia é uma figura de linguagem conhecida como PLEONASMO.


O pleonasmo pode representar um vício de linguagem quando
implica em redundância.
Ex: subir para cima, descer para baixo (pleonasmo vicioso).

• Repetição de uma conjunção.


Ex: Cresceu e estudou e trabalhou e casou e foi embora.
• Concordância de palavras pela ideia.
Ex: Os brasileiros somos festeiros.

c) FIGURAS DE PENSAMENTO
• Aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos.
Ex: Marcela não encanta nem desencanta, apenas trabalha.
• Substituição de um nome próprio por uma característica.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Ex: Moro na terra da garoa.


• Realce de semelhanças (COMPARAÇÃO).
Ex: Estava paralisado como uma estátua.
• Encadeamento de palavras ou ideias.
Ex: O pai desesperava-se, a mãe pedia socorro, o filho chorava, o bebê
estava aos prantos.
• Atenuação de algum fato (EUFEMISMO).
Ex: Ele partiu desta para melhor.
• Exagero.
Ex: Estou louca de ciúmes.
• Dizer o contrário da ideia a apresentar (IRONIA).
Ex: Você conseguiu um desempenho formidável: zero em matemática, zero
em português!
• Uso de palavra fora de sua acepção real (METÁFORA).
Ex: “Iracema, a virgem dos lábios de mel.” (José de Alencar)
• Uso de uma palavra no lugar de outra.
Ex: Nas horas que me sobram, leio Fernando Pessoa.
• Atribuição de características humanas a seres não humanos (PROSOPOPEIA).
Ex: As portas choraram.
• Mistura de sensações.
Ex: Aquela pele delicada e cor-de-rosa me atraía.

132
3.2 Erros de Linguagem

São defeitos no emprego da língua.

Unidade 8
• Erros de grafia.

Português
Ex: Previlégio (em vez de privilégio).
• Erros de pronúncia.
Ex: Rúbrica (em vez de rubrica).
• Erros de regência, concordância ou colocação.
Ex: Vamos no cinema (em vez de ao cinema).
• Repetição desnecessária.
Ex: Subir para cima.
• Criação desnecessária de palavras novas.
Ex: Comível ( já existe comestível).

Conclusão

Mais preparados, melhor entendemos as estruturas da língua e melhor usufru-


ímos os prazeres da leitura. É o momento de avançar para desafios maiores.

Exercícios de Fixação

1. Assinale a única alternativa errada:


( ) Não me julgue.
( ) Não disse-me nada.
( ) Nada me fará mudar de opinião.
( ) Ninguém te pode condenar.

2. Assinale a única alternativa errada.


( ) Correto é se policiar.
( ) Presenteou-me com livros.
( ) As crianças foram animando-se.
( ) Os pedintes tinham-se retirado.

3. Assinale a alternativa errada quanto à pontuação.


( ) Mamãe, deixe-me ajudar.
( ) Moças necessitadas, saem cedo para trabalhar,
( ) Flores, passarinhos, frutas, tudo me lembra nossa cidade natal.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

( ) Bruna minha filha foi cedo para a academia.

4. Assinale a alternativa certa em cada linha.


( ) gratuito ( ) gratuíto
( ) Fazem dois anos. ( ) Faz dois anos.
( ) Deixe-me ver. ( ) Deixe eu ver.
( ) Simpatizo por você. ( ) Simpatizo com você.
133
Interpretação de Texto:
Caracterização / Funções da
Linguagem
UNIDADE

Unidade 9
Português
Os objetivos desta unidade são:
• Caracterizar texto.
• Diferenciar texto literário e texto não literário.
• Funções do texto.

Vamos agora ao estudo sobre interpretação de textos. Daremos início co-


nhecendo as características de cada tipo de texto, assim será mais fácil
entender a finalidade de cada um deles. Essas finalidades podem ser iden-
tificadas e classificadas. São estes os processos que abordaremos nesta
unidade.

Introdução

Vamos conceituar um texto, em seguida classificá-lo e por fim identificar


sua função.

Desenvolvimento

1. Noção de Texto

Texto é uma unidade de produção de linguagem, conjunto de vários compo-


nentes estilísticos, não só gramaticais, formando um todo significativo, que,
não importando a sua extensão, tem sentido, conteúdo e relações construtivas.

O texto deve ser estruturado de modo a formar um grupo de ideias que


tenham harmonia, coerência, e um único direcionamento. Ele pode ser uma
palavra ou uma obra completa.

Um texto oral de uma conversação durante um cafezinho, por exemplo, é


muito diferente daquele produzido num debate, numa reunião ou numa
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

cerimônia religiosa. As mesmas pessoas podem estar envolvidas nestas ati-


vidades, mas, respondem a interesses e relações diversas, com outras re-
gras, que são resultado de costumes históricos diferentes.

Em se tratando de textos escritos, o leitor vai perceber tanto as formas com


que foram estruturados quanto seus conteúdos. O leitor vai somar à sua ba-

135
Anotações

gagem vivencial novos conhecimentos, seja pela adesão às ideias expostas,


seja pelo diálogo silencioso entabulado com o autor. Ler, portanto é sempre
uma atividade produtiva.

O texto escrito permite interações à distância e se apoia numa base que é


resultado de elaboração. Assim, o entendimento de um texto escrito pode
envolver frases e sentenças, argumentos e provas formais, objetivos e in-
tenções, ações e motivações. O ato de compreender envolve muitas variá-
veis, por exemplo, nas comunicações verbais envolve tanto a compreensão
de uma charada quanto a de uma obra literária.

O produtor de um texto escrito deve conhecer o idioma, com suas regras gra-
maticais, para deixar claros seus objetivos e ideias. Um texto terá sua eficácia
dependendo da competência de quem o produz, da interação do autor com o
leitor, ou do emissor com o receptor.

Um texto serve para manifestações orais e escritas, e deve, então, informar,


explicar, discordar, convencer, aconselhar, ordenar. Ao escrever, o indivíduo
procura ser entendido, procura estabelecer contatos verbais com o leitor.
Usa traços e outras marcas para que o texto seja compreendido, palavras
e frases articuladas com a intenção de criar unidades textuais que tenham
sentido para o destinatário.

E o leitor deve ter capacidade de entendimento correspondente ao texto e


ao discurso, deve dominar os conteúdos, buscar no texto a mensagem pre-
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

tendida pelo autor, utilizar estratégias e habilidades adequadas ao exercício


de compreensão/interpretação.

2. Texto Literário e Texto Não Literário

2.1 Texto Literário

O texto literário tem compromisso com o belo, isto é, com a estética. Pre-
domina nele a função poética da linguagem, recriação da realidade com
inspiração e encanto.

A produção de um texto literário envolve:


• Um cuidado especial com a forma de apresentar as ideias;
• A reflexão da realidade, sua recriação e ordenação;
• A reconstrução da linguagem;
• O uso de figuras de linguagem.

136
Texto 1

Unidade 9
Português
O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana


e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

Em lugares distantes, onde não há hospital


nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

produziram este açúcar


branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

(Ferreira Gullar, Toda Poesia, 1980)

137
Anotações

No texto “O açúcar”, seu autor Ferreira Gullar usou vários recursos caracte-
rísticos da produção chamada literária. Teve cuidado especial com a forma,
e induziu o leitor a uma reflexão sobre a “vida amarga” do trabalhador
comparada ao “açúcar branco e puro com que adoço meu café”. Combina
as palavras de modo novo, despertando no leitor o prazer pela leitura de
uma peça esteticamente valiosa.

2.2 Texto Não Literário

No texto não literário a informação é passada de forma objetiva e direta.

3. Níveis de Linguagem

São as diferentes maneiras de uma pessoa se expressar, dependendo do


meio em que vive/convive.

a) NÍVEL PADRÃO CULTO – é a língua oficial, usada na escrita; nela se obe-


decem todas as regras gramaticais.
Ex: Eu não o vi.

b) NÍVEL COLOQUIAL – é a língua do dia a dia, usada na fala; as regras


gramaticais são afrouxadas.
Ex: Eu não vi ele.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

c) REGIONALISMO – é a língua falada em determinadas regiões, tais como


a fala do gaúcho, a fala do caipira.
Ex: guri = moleque = menino = piá

d) GÍRIA – é a língua com características próprias de grupos sociais, como


punks, emos, patricinhas, presidiários.
Ex: presunto = cadáver

e) JARGÃO – é a língua culta, técnica, utilizada em determinados setores


profissionais, como no direito, na medicina.
Ex: fica demonstrado à saciedade = fica amplamente demonstrado

4. Funções da Linguagem

Os fatores que são básicos para estabelecer uma comunicação estão lista-
dos a seguir.

a) EMISSOR – quem emite a mensagem.


b) RECEPTOR – quem recebe a mensagem.
c) MENSAGEM – a informação transmitida.
d) REFERENTE – a situação com que se relaciona a mensagem.
138
e) CANAL – meio de comunicação utilizado para o envio da mensagem.
f ) CÓDIGO – sistema de sinais utilizado para o envio da mensagem.

Unidade 9
Português
4.1 Transmitir uma informação objetiva

Expõe dados da realidade de modo objetivo, sem fazer comentários nem


avaliação. O texto apresenta-se na 3ª pessoa do singular ou plural, transmi-
tindo impessoalidade. Não há possibilidade de outras interpretações além
da que está exposta. É predominante em textos científicos, jornalísticos,
técnicos, didáticos, ou correspondências comerciais.

Texto 2

Mais denso menos trânsito

“As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em processo


de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da última
década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura, mas é im-
portante também considerar e estudar em profundidade o planeja-
mento urbano.”
(Henrique Meirelles,Folha de São Paulo, 13.01.2013.)

4.2 Transmitir os anseios e emoções do emissor

Transmite a realidade sob o ponto de vista do emissor. Apresenta-se na 1ª


pessoa. Usa ponto de interrogação, exclamação e reticências. É comum em
poemas e narrativas dramáticas ou românticas.

Texto 3

Motivo

Eu canto porque o instante existe


e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

irmão das coisas fugidias,


não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

139
Anotações

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.


Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

(Cecília Meireles, Poesia Completa, 1994)

4.3 Ter como objetivo convencer o receptor

Vale-se de uma ordem, apelo, convite, sugestão. Os verbos estão no impe-


rativo ou são conjugados nas 2ª e 3ª pessoas. É comum em textos publici-
tários e discursos políticos.

Texto 4

Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência Brasileira! Nobre nação ex-


plorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Mãos à obra da reivindicação de nossa perdida autonomia; mãos à


obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos
a vida nacional com as instituições nacionais; mãos à obra de subs-
tituir pela verdade o simulacro político da nossa existência entre as
nações. Trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não
buscando salvadores. Ainda vos podereis salvar a vós mesmos. Não
é sonho, meus amigos: bem sinto eu, nas pulsações do sangue essa
ressurreição ansiada. Oxalá não se me fechem os olhos, antes de lhe
ver os primeiros indícios no horizonte. Assim o queira Deus.

(Rui Barbosa, Oração aos Moços, 1999)

4.4 Expressar sentimentos através da poesia

Os textos são destacados pelas formas das palavras, sua sonoridade, ritmo,
novas combinações. É presente em textos literários, publicitários e em letras
de música.

140
Texto 5

Unidade 9
Português
Aves de Arribação

Era o tempo em que as ágeis andorinhas


Consultam-se na beira dos telhados,
E inquietas conversam, perscrutando
Os pardos horizontes carregados...

Em que as rolas e os verdes periquitos


Do fundo do sertão descem cantando...
Em que a tribo das aves peregrinas
Os Zíngaros do céu formam-se em bando!

Viajar! viajar! A brisa morna


Traz de outro clima os cheiros provocantes.
A primavera desafia as asas,
Voam os passarinhos e os amantes!...

(arribação = peregrinação; Zíngaros = Músicos ciganos; perscrutar = investigar)

(Castro Alves, Espumas Flutuantes, 1997)

Conclusão

Começamos a perceber como é prazeroso o contato com os textos bem


elaborados. E assim poderemos curtir juntos o gosto pela boa leitura. MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

141
Anotações

Exercícios de Fixação

1. Texto 6

“O geógrafo americano Jared Diamond é um corajoso elaborador de te-


orias abrangentes para explicar o mundo. No best-seller Armas, Germes
e Aço, recorre a uma montanha de conhecimentos de diversas disciplinas
para demonstrar que fatores geográficos e ambientais, e não a superiorida-
de cultural foram os responsáveis pelo domínio das sociedades europeias
sobre os povos de outras partes do mundo. Em Colapso, lançado em 2005,
no auge da discussão sobre as causas e os efeitos do aquecimento global,
Diamond defendeu a ideia de que a principal razão para o declínio das ci-
vilizações é a degradação ambiental provocada ou acelerada pelo homem.
Depois de teorizar sobre o que leva a humanidade ao sucesso e ou fracas-
so, em sua mais recente obra Diamond se põe a extrair do modo de vida
das sociedades primitivas lições práticas para o mundo moderno.”

(Diogo Schelp, Veja, p.80, 16.01.2013)

A partir do texto, preencha com V (verdadeiro) ou F (falso).


( ) O texto não é literário, pois dá uma informação objetiva sobre um acon-
tecimento real.
( ) Trata-se de um texto oral porque pode ser lido por todos.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

( ) Embora sendo um texto não literário, somente informativo, traz a figura


de linguagem “montanha de conhecimentos”.
( ) A finalidade do texto é explicar o mundo.

2. Texto 7

“Numa tempestade de raios, o melhor local para se abrigar é dentro de


um veículo fechado, como carro ou ônibus. Mesmo que o raio atinja dire-
tamente o veículo, ele não penetrará diretamente em seu interior — ficará
circulando pela lataria até se dissipar. Chama-se esse fenômeno de “gaiola
de Faraday”, em referência ao físico inglês Michael Faraday, que no século
XIX descobriu que os campos elétricos se anulam no interior de objetos
eletrificados. Por esse mesmo motivo os aviões são imunes aos efeitos dos
raios, embora sejam bombardeados por eles quando cruzam nuvens car-
regadas. Ficar ao lado de um veículo durante uma tempestade de raios, no
entanto, é uma atitude de alto risco.O material metálico atrai as descargas
elétricas, que acabam alcançando quem está perto.Ser atingido por um
raio, como ocorreu com o casal Thiago e Inês na praia de Bertioga, é re-
ceber um jato de calor de 30 000 graus durante um décimo de segundo.”

(Alexandre Salvador, Veja, p.85, 16.01.2013)

142
A partir do texto, preencha com V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) O texto dá instruções de onde se abrigar, quando perto de carros, sob
uma tempestade de raios.

Unidade 9
Português
( ) A finalidade principal do texto é informar que um casal morreu por causa
de raios.
( ) O texto recomenda que não se leve carro para praias.
( ) O texto cita um fenômeno explicado pela física.

3. Texto 8

Milagre no Mar Vermelho

“Uma vitória do instinto de sobrevivência: do amor dos avós por seus netos
e do poder de um telefone celular. Sem contar a cabeça fria do australiano
Tim Holmes, que levou a mulher e os cinco netinhos primeiro para o pe-
queno píer de madeira em frente à casa do casal e depois, quando a frágil
esperança de salvação também foi tomada pelo fogo, para dentro do mar.
Tudo isso registrado em fotos tiradas por ele pelo celular. Durante duas
horas e meia, o casal e as crianças agarraram-se à vida. O incêndio foi tão
violento que em alguns momentos sobrou apenas um fino colchão de ar
respirável acima da água, vermelha por causa do reflexo das chamas. Em
meio ao sufoco, o avô esperto conseguiu achar um barquinho e salvar a fa-
mília. A tempestade de fogo aconteceu na Tasmânia, uma ilha que faz parte
da Austrália. O clima árido e os verões ferventes tornam os incêndios na
mata um fenômeno tão comum na Austrália que algumas espécies vege-
tais dependem do inferno sazonal para se reproduzir. O calorão deste ano,
recorde desde que começaram as medições, em 1911, está comparável ao
do Rio de Janeiro, passando por 40 graus por vários dias seguidos. Para
acomodar a combinação de temperaturas muito altas e incêndios florestais,
o serviço australiano de meteorologia aumentou a máxima potencial para
54 graus. Insuportável até para diabos-da-tasmânia.”

(Vilma Gryzinski, Veja, p.33, 16.01.2013)

Preencha com V (verdadeiro) ou F (falso)


( ) Este texto é ao mesmo tempo informativo e emotivo.
( ) Este texto tem a função apelativa, isto é, de convencimento.
( ) Este texto é enriquecido por diálogos.
( ) Este texto é poético porque expressa sentimentos.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

143
Interpretação de Texto:
Compreensão e Interpretação /
Coesão e Coerência
UNIDADE

10

Unidade 10
Português
Os objetivos desta unidade são:
• Compreender um texto.
• Interpretar um texto.

Ler, compreender e interpretar um texto requer alguns procedimentos


básicos, como entender as informações verbais (escritas) e não verbais
(imagens), lembrar-se de conhecimentos prévios, localizar ideias centrais,
conhecer o sentido das palavras, entre outros. Compreender e interpretar
são coisas diferentes. Nesta unidade trabalharemos no desenvolvimento
destes dois temas.

Introdução

Vamos iniciar com a transcrição de um trecho do clássico da literatura


brasileira A Moreninha, de Joaquim M. de Macedo, para fazermos a
distinção entre compreensão e interpretação. Em seguida trataremos de
elementos importantes que estruturam os textos, como coesão, coerên-
cia e conectivos.

Desenvolvimento

1. Compreensão e Interpretação de Texto

Compreensão e interpretação de texto são coisas distintas. A compreensão


somente apreende as informações constantes no texto. Interpretação é a
análise que cada leitor faz a respeito das informações contidas no texto.

Vejamos o texto a seguir. Ele será utilizado como base para diferenciarmos
esses conceitos de compreensão e interpretação.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

145
Anotações

Texto 9

“— E tu, Augusto, quererás porventura requestrar minha irmã?...


— É possível.
— E de qual gostará mais, da pálida, da loira ou da moreninha?
— Creio que gostarei, principalmente, de todas.
— Ei-lo aí com sua mania.
— Augusto é incorrigível.
— Não, é romântico.
— Nem uma coisa nem outra...é um grandíssimo velhaco.
— Não diz o que sente.
— Não sente o que diz.
— Faz mais do que isso, pois diz o que não sente.
— O que quiserem... Serei incorrigível, romântico ou velhaco, não
digo o que sinto; sou, enfim, mau e perigoso e vocês inocentes an-
jinhos. Todavia, eu a ninguém escondo os sentimentos que ainda há
pouco mostrei, e em toda parte confesso que sou volúvel, inconstan-
te e incapaz de amar três dias, um mesmo objeto; verdade seja que
nada há mais fácil do que me ouvirem um “eu vos amo”, mas também
a nenhuma pedi ainda que me desse fé; pelo contrário, digo a todas
o como sou e, se apesar de tal, sua vaidade é tanta que se suponham
inesquecíveis, a culpa, certo, que não é minha. Eis o que faço. E vós,
meus caros amigos, que blasonais de firmeza de rochedo, vós que
jurais amor eterno cem vezes por ano a cem diversas belezas...vós
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

sois tanto ou ainda mais inconstantes que eu! ...mas entre nós há
sempre uma grande diferença: — vós enganais e eu desengano; eu
digo a verdade e vós, meus senhores, mentis.
— Está romântico!... está romântico!... exclamaram os três, rindo às
gargalhadas.”

(requestrar = conquistar)
(Joaquim M. de Macedo, A Moreninha, 1997)

1.1 Compreensão de Texto

a) Perguntas que poderiam trabalhar a compreensão do texto:


• Augusto quer conquistar (requestar) a irmã do amigo?
• Como são as irmãs de Augusto?
• Qual das irmãs Augusto vai preferir?
• Quais são as opiniões dos amigos a respeito de Augusto?
• Em que parte do texto Augusto usou de ironia?
• Quais atributos negativos Augusto atribui a si?
• Qual atributo negativo Augusto atribui às moças que conquista?
• Na opinião de Augusto, qual a diferença entre ele e os amigos?

146
b) Por outro lado, uma questão que poderia trabalhar a interpretação de
texto seria:

Unidade 10
• Qual modo de agir, o de Augusto ou o de seus amigos, tem mais digni-

Português
dade? Comente a esse respeito.

1.2 Interpretação de Texto

Momento em que usamos as informações do texto para fazer outras pro-


duções textuais.

Uma modalidade de interpretação alternativa seria comentar a opinião do


autor a respeito da firmeza moral de Augusto, mas que não seria possível
agora porque temos em mãos apenas um fragmento do livro, um momen-
to na vida do personagem.

Em uma interpretação de texto que leva em conta as marcas do autor, de-


vemos sempre observar: vocabulário, gramática e raciocínio lógico verbal
usados, reconhecendo o emprego das figuras de linguagem.

No texto o autor:
• Subverte a estrutura lógica de frases.
Ex: “a culpa, certo, que não é minha”
• Realça semelhanças – COMPARAÇÃO.
Ex: “blasonais de firmeza de rochedo”
• Usa palavras e termos de sentidos opostos – ANTÍTESE.
Ex: “— vós enganais e eu desengano; eu digo a verdade e vós, meus se-
nhores, mentis...”
• Diz o contrário da ideia que quer apresentar – IRONIA.
Ex: “sou, enfim, mau e perigoso e vocês inocentes e anjinhos.”

1.3 Palavras-chave e Ideias-chave

São as palavras mais importantes de cada parágrafo, em torno das quais


outras se organizam. Podem aparecer várias vezes ao longo do texto, re-
petidas, modificadas ou por sinônimos. Formam a base de sustentação do
texto, fazem o leitor entender o trabalho em sua totalidade e dão condi-
ções para reconstruí-lo.

Para identificar as palavras-chave devemos dar atenção especial para verbos e
substantivos. O título é uma boa dica de palavra-chave.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

147
Anotações

Texto 10

“Temperatura alta, chuvas e descuido são os motivos de invasão de


pragas urbanas nesta época do ano; saiba como evitá-las - Guilher-
me Genestreti e Regiane Teixeira
O casal Amilcar, 82, e Maria Rosa Bortolai, 79, tinha acabado de en-
trar em casa, num fim de tarde em abril do ano passado, quando o
teto da casa desabou. “Quase matou meus pais. A sensação era que
tinha caído um avião ali dentro”, conta a filha Adriana, 44.
O sobrado de 57 anos no Ipiranga, zona sul, estava tomado por
cupins, que se alimentaram da madeira que sustentava o forro do
telhado e forçaram a família a gastar R$150 mil na reforma do imóvel,
em andamento.
Assim como essa, casas de bairros ricos e pobres da capital também
são afetadas por pragas no verão, a estação mais suscetível para
o aparecimento delas. Nesse período, é comum ratos invadirem la-
res próximos a córregos, morcegos entrarem por janelas dos Jardins
(bairro) e pernilongos atacarem apartamentos da zona oeste.
Isso acontece porque a umidade e as altas temperaturas encurtam o
ciclo de reprodução de insetos como pernilongos, formigas e cupins,
incentivando a sua proliferação e tornando-os mais ativos em busca
de alimento. Já a maior concentração de baratas atrai predadores
como escorpiões. Jovens morcegos ensaiam seus primeiros voos. E
ratos saem de suas tocas, desalojados por frequentes alagamentos.”
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

(Revista Sãopaulo, Folha de São Paulo, 13 a 19 de janeiro de 2013)

O texto traz quatro parágrafos que se encadeiam com coerência. Suas pa-
lavras-chave são:
• 1º parágrafo: desabou;
• 2º parágrafo: cupins;
• 3º parágrafo: pragas;
• 4º parágrafo: umidade / altas temperaturas.

A partir das palavras-chave pode-se chegar à ideia-chave de cada parágra-


fo, isto é, ao seu assunto principal. Então, a partir das ideias-chave,vamos
encontrar a ideia central do texto.

No texto, as ideias-chave são:


• 1º parágrafo: o teto da casa desabou e quase matou os pais de Adriana;
• 2º parágrafo: os cupins forçaram gastos na reforma do sobrado;
• 3º parágrafo: as pragas no verão afetam casas de bairros ricos e pobres;
• 4º parágrafo: a umidade e as altas temperaturas modificam o ciclo de
reprodução e o modo de vida dos insetos e pragas.

148
2. Coesão e Coerência

Unidade 10
A coesão e a coerência são fundamentais na construção de um texto, o

Português
qual é constituído por uma unidade de sentido formada por ideias, e não
por um mero conjunto de palavras ou frases que se seguem.

2.1 Coesão

É a perfeita articulação das informações por meio dos chamados conecti-


vos gramaticais – conjunções, pronomes etc. Trabalha com as relações de
dependência entre as palavras, os termos e as frases.

2.2 Coerência

A coerência faz com que o texto adquira sentido no todo. É a relação


harmônica das situações e experiências, dos acontecimentos, das ideias
e intenções.

2.3. Conectivos

a) Os pronomes relativos – quem, qual, que, quanto, cujo, onde – são ter-
mos que fazem referência a outro antecedente. São usados de acordo com
normas gramaticais de concordância e regência.

b) Os principais elementos que desempenham a função de conectivos que


garantem o sentido das ideias são: as conjunções e locuções conjuntivas,
as preposições e locuções prepositivas, além dos termos de transição e dos
advérbios.

c) O conhecimento dos vários elementos que funcionam como conectivos


facilita o encadeamento de ideias do texto e garantem sua progressão. É
fundamental reconhecer os segmentos de frase que são ligados, observan-
do sempre os verbos das orações.

d) O uso de conectivos possibilita a apreensão do sentido do texto.


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

149
Anotações

Texto 11

“Apenas uns poucos cineastas ombreiam com Tarantino no talento


para escrever para seus atores de forma que eles apareçam sob uma
luz completamente nova, e para a qual estavam predestinados — e
esse é um dom quase cruel, considerando que muitos desses intér-
pretes, sob outros diretores, nunca chegam perto da excelência e
visceralidade que atingem com ele. Em Django, estão estrondosos
todos os atores que se esperaria que o estivessem: Christoph Waltz,
Leonardo DiCaprio e Samuel L. Jackson, em particular, fazem os diá-
logos complicados e contrainstintivos do diretor soar como música.
Mas estão soberbos também atores que nunca se imaginou que pu-
dessem sê-lo — a exemplo do canastrão Don Johnson da velha série
Miami Vice, um espetáculo como o melífluo Big Daddy, especialista
em escravas destinadas a atividades prazerosas (para os outros, não
para elas). Se, apesar das atuações de tanta qualidade, da história
sensacional e da estupenda orquestração visual, Django Livre não é
o filme que Bastardos Inglórios era, é porque o diretor acrescenta a
ele uma passagem redundante e desnecessária — que, por azar, fica
bem perto do desfecho, interpondo-se entre o clímax eele.”

(Isabela Boscov, Cinema, Veja,p.93, 16.01.2013)


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

No texto acima, os termos destacados são os principais conectivos que


fazem o encadeamento lógico das informações:
• Apenas:indica restrição
• de forma que:indica conformidade
• para a qual: indica finalidade
• Mas: indica oposição
• a exemplo: indica comparação
• Se: indica condição
• apesar das: indica oposição
• porque: indica causa

Conclusão

Através desta unidade, ampliamos nossa capacidade de ler, compreenden-


do e interpretando. Já podemos vislumbrar em nosso horizonte um futuro
cheio de novos conhecimentos.

150
Exercícios de Fixação

Unidade 10
Português
Texto 12

“É tempo de fechar a porta do inferno

SE HOUVESSE no mundo meia dúzia de líderes de verdade, a emergência


ambiental que se está dando em cidades chinesas faria soar todos os alar-
mes: o mundo todo está vivendo uma situação de mudança climática que
anuncia uma catástrofe em algum momento futuro.
Sei que esse tipo de alerta costuma cair no vazio quando feito por entida-
des ambientalistas, desprezadas como ecochatas.
Mas, agora, as sirenes estão sendo acionadas pelo empresariado, exata-
mente aquele que hesita em pagar os custos da adaptação da economia a
modos de produção mais amigáveis ao ambiente.”

(Clóvis Rossi, Folha de São Paulo, 17.01.2013)

1. Relativamente ao texto, assinale a alternativa errada:


( ) A palavra-chave do 1º parágrafo é “emergência”.
( ) A palavra-chave do 2º parágrafo é “ambientalistas”.
( ) A palavra-chave do 3º parágrafo é “empresariado”.
( ) A palavra-chave do 2º parágrafo é “tipo”.

2. Relativamente ao texto, assinale a alternativa errada:


( ) A ideia-chave do 1º parágrafo é “As cidades chinesas evidenciam a alar-
mante situação de mudança climática”.
( ) A ideia-chave do 3º parágrafo é “o empresariado quer pagar os custos
da adaptação da economia”.
( ) A ideia-chave do 2º parágrafo é “o alerta se esvazia quando feito por
ambientalistas”.
( ) A ideia-chave do 3º parágrafo é “agora o empresariado está acionando
o alarme”.

3. Assinale a alternativa certa:


( ) A ideia central do texto é denunciar a falta de consciência do empresa-
riado quanto aos problemas ambientais.
( ) A ideia central do texto é denunciar que os ambientalistas são conside-
rados chatos.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

( ) A ideia central do texto é dizer que as cidades chinesas fizeram o empre-


sariado considerar como emergência atentar para a situação da mudança
climática, o que deveria ser tratado com alarde pelos líderes mundiais, caso
estes existam.
( ) A ideia central do texto é denunciar a poluição das cidades chinesas.

151
Interpretação de Texto:
Gêneros Textuais e Digitais
UNIDADE

11

Unidade 11
Português
Os objetivos desta unidade são:
• Reconhecer e caracterizar os diferentes gêneros textuais.
• Abordar os gêneros digitais.

Chegamos à última unidade de interpretação de textos, etapa final de


nosso curso. Veremos que qualquer comunicação se faz através de um
gênero textual. O ser humano expressa seus sentimentos, emoções, valo-
res e pensamentos fazendo uso de gêneros textuais orais ou escritos. Es-
tes gêneros sofrem transformações e recriações, dependendo das neces-
sidades organizacionais da sociedade. Assim surgiram os gêneros digitais.

Introdução

Os gêneros textuais são de vários tipos, definidos pelos elementos que


compõem a comunicação – o emissor, o destinatário, o canal, o referen-
te, o código, a mensagem, como também pela intencionalidade. Assim,
a escolha do gênero depende do momento histórico, de quem o está
produzindo, a quem ele é destinado, ou da finalidade da produção, en-
tre outros fatores. Por exemplo, ao sair de casa, apressado e de manhã,
precisando fazer um aviso, você telefonaria, mandaria um e-mail, um
“torpedo” pelo celular, ou escreveria um bilhete; mas, dificilmente uma
carta, um artigo de jornal ou uma poesia.

Desenvolvimento

1. Tipos de Texto

A intenção do autor fica evidente quando ele escolhe o tipo de texto que
vai produzir: descrição, narração ou dissertação. Embora possam estar mis-
turados dentro de uma mesma comunicação, haverá sempre um tipo que
estará em evidência.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

153
Anotações

1.1 Descrição

Texto 13

“Léonie, com as suas roupas exageradas e barulhentas de cocote à


francesa, levantava rumor quando lá ia e punha expressões de as-
sombro em todas as caras. O seu vestido de seda cor de aço, en-
feitado de encarnado sangue de boi, curto, petulante, mostrando
uns sapatinhos à moda com um salto de quatro dedos de altura;
as suas luvas de vinte botões que lhe chegavam até aos sovacos; a
sua sombrinha vermelha sumida numa nuvem de rendas cor-de-ro-
sa e com um grande cabo cheio de arabescos extravagantes; o seu
pantafaçudo chapéu de imensas abas forradas de veludo escarlate,
com um pássaro inteiro grudado à copa, as suas joias caprichosas
cintilantes de pedras finas; os seus lábios pintados de carmim; suas
pálpebras tingidas de violeta; o seu cabelo artificialmente loiro; tudo
isto contrastava tanto com as vestimentas, os costumes e as maneiras
daquela pobre gente, que de todos os lados surgiam olhos curiosos
a espreitá-la pela porta da casinha do Alexandre; Augusta, ao ver a
sua pequena, a Juju, como vinha tão embonecada e catita, ficou com
os olhos dela arrasados d’água.”

(Aluísio de Azevedo, O Cortiço, 1997)


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

A descrição evidencia alguma coisa dos seres, objetos, ambientes, paisa-


gens, fazendo deles um retrato, uma representação verbal ou textual. Pode
ser objetiva ou subjetiva.

a) DESCRIÇÃO OBJETIVA – dá informações precisas que percebemos pela


visão, audição, olfato, paladar e tato.
Ex: Francisco é loiro, tem voz agradável e usa perfume.

b) DESCRIÇÃO SUBJETIVA – resulta do que pensamos acerca do objeto


descrito; resulta de reflexão, sensação ou sentimento pessoal.
Ex: Márcia é desmiolada, desagradável e chata.

Numa descrição poética tudo pode se misturar. São características da


descrição:
a) Focalizar estados em que se encontram os seres;
b) Referir-se a formas;
c) Usar muito os tempos verbais presente e pretérito imperfeito;
d) Usar termos que se independem dentro da oração, e que podem mudar
de lugar sem afetar a compreensão do texto.

154
1.2 Narração

Unidade 11
Português
Texto14

“Gabriela ia andando, aquela canção ela escutara em menina. Parou


a escutar, a ver a roda rodar. Antes da morte do pai e da mãe, antes
de ir para a casa dos tios. Que beleza os pés pequeninos no chão
a dançar! Seus pés reclamavam, queriam dançar. Resistir não podia,
brinquedo de roda adorava brincar. Arrancou os sapatos, largou na
calçada,correu pros meninos. de um lado Tuísca, de outro lado Rosi-
nha. Rodando na praça, a cantar e a dançar.

(Jorge Amado, Gabriela Cravo e Canela, 1984)

A narração traz acontecimentos vivenciados pelos personagens, localiza-


dos no tempo, em sequência. Conta-se uma história, onde podemos iden-
tificar os seguintes elementos: os participantes da história (personagens), o
lugar onde acontece (espaço), a época em que se passa (tempo), os fatos
que ocorrem (enredo), a consequência dos fatos (desfecho).

A narração se caracteriza por:


a) Focalizar transformações;
b) Falar de formas;
c) Usar tempos verbais perfectivos;
d) Os acontecimentos de que fala mantêm relações de tempo que não
podem se alteradas sem interferir na compreensão do texto.

Na narração a história pode ser contada pelo personagem que vivencia o


fato ou por alguém de fora:

a) NARRADOR-PERSONAGEM (de 1ª pessoa) – aquele que participa da


história.

Texto 15

“Ao outro dia, que fora um radioso domingo, levantamos de Jericó as


nossas tendas; e caminhando com o Sol para ocidente, pelo vale de
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Cherith, começamos a romagem de Galileia.”

(Eça de Queirós, A Relíquia, 1997)

155
Anotações

b) NARRADOR-OBSERVADOR (de3ª pessoa) – aquele que não participa da


história.

Texto 16

“O filho mais velho escreveu a seu pai queixando-se de não poder


viver com seu irmão, temeroso do gênio sanguinário dele. Conta que
a cada passo se vê ameaçado na vida, porque Simão emprega em
pistolas o dinheiro dos livros, convive com os mais famosos pertur-
badores da academia, e corre de noite as ruas insultando os habitan-
tes e provocando-os à luta com assuadas. O corregedor admirava a
bravura de seu filho Simão, e diz à consternada mãe que o rapaz é a
figura e o gênio de seu bisavô Paulo Botelho Correia, o mais valente
fidalgo que dera Trás-os-Montes.

(Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, 1997)

1.2.1 Tipos de discurso na Narração

A maneira como os personagens se expressam pode ser de três tipos: dire-


to, indireto, indireto livre.

a) DISCURSO DIRETO – os personagens falam sem a interferência do narrador.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Texto 17

“— Quando vai ele a padecer?


— É bem feito! Vai pagar pelos inocentes que o pai mandou enforcar.
— Queria apanhar a morgada à força de balas!
— Não que estes fidalgos cuidam que não é mais senão matar!...
— Matasse ele um pobre, e tu verias como ele estava em casa!
— Também é verdade!
— E como ele vai de cara no ar!
— Deixa ir, que não tarda quem lhe faça cair ao chão!...
— Dizem que o carrasco já vem pelo caminho.
— Já chegou de noite, e trazia dois cutelos numa coifa.
— Tu viste-o?
— Não, mas disse a minha comadre que lho dissera a vizinha do
cunhado da irmã, e que o carrasco está escondido numa enxovia.
— Tu hás de levar os pequenos a ver o padecente?
— Pudera não. Estes exemplos não se devem perder.
— Eu cá de mim já vi enforcar três, que me lembre, todos por ma-
tadores.

156
— Por isso tu, há dois anos, não atiraste com a vida do Amaro Lam-

Unidade 11
preia a casa do diabo!

Português
— Assim foi; mas se eu não o matasse, matava-me ele.
— Então de que voga o exemplo?!
— Eu sei cá de voga? O Frei Anselmo dos franciscanos é que prega
aos pais que levem os filhos a verem os enforcados.
— Isso há de ser para o não esfolarem a ele, quando ele nos esfola
com os peditórios.”

(Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, 1997)

b) DISCURSO INDIRETO – o narrador conta o que os personagens estão


dizendo.

Texto 18

“O outro objetou-lhe que por aqui só havia febres e mosquitos; o


major contestou-lhe com estatísticas até provou exuberantemente
que o Amazonas tinha um dos melhores climas da terra. Era um clima
caluniado pelos viciosos que de lá vinham doentes...”

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma, 1997)

c) DISCURSO INDIRETO LIVRE – a fala do personagem se mistura à do


narrador.

Texto 19

“Ficou muito nervosa, sem saber o que havia de fazer, o que havia
de quere. Aquilo era verdade. Por que estava ele em Lisboa? Por
ela. Mas se reconhecia agora, — que o não amava, ou tão pouco!
E depois era vil trair assim Jorge, tão bom, tão amoroso, vivendo
todo para ela. Mas se Basílio realmente estivesse tão apaixonado!...
As suas ideias redemoinhavam, como folhas de outono, violentadas
por ventos contraditórios. Desejava estar tranquila, “que a não per-
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

seguissem”. Para que voltara aquele homem? Jesus! que havia de fa-
zer? Tinha os seus pensamentos, os seus sentimentos numa dolorosa
trapalhada.”

(Eça de Queirós, O Primo Basílio, 1990)

157
Anotações

1.3 Dissertação

A dissertação é a exposição de uma ideia, a defesa de um ponto de vista,


um questionamento, uma análise. O autor comprova seus pontos de vista
usando argumentações.

Tem as seguintes características:


a) Apresentar transformações;
b) Tratar de um tema;
c) Usar verbos no presente;
d) Possuir elementos com relações de causa, consequência, condição etc.

Enquanto a narração e a descrição fazem uma representação do mundo e


relatam suas mudanças dentro de uma progressão no tempo, a dissertação
retrata o ser num dado momento, fora do dinamismo da mudança.

A dissertação explica, avalia e classifica os seres. Refere-se ao mundo usan-


do modelos genéricos, muitas vezes abstraídos do tempo e do espaço. Não
se atém ao antes e depois do acontecimento, mas sim às causas, implica-
ções etc.

A narração e a descrição relatam as mudanças; a dissertação explica-as e


interpreta-as.

A dissertação usa as narrações e descrições para argumentar a favor ou


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

contra determinadas teses, predominando no discurso político, científico e


filosófico.

Não é verdade que o produtor do texto só expõe suas ideias através da disser-
tação. Isto pode acontecer em qualquer tipo de texto, dependendo do modo
como se faz.

Na descrição selecionam-se os termos para fazer o retrato do ser ou do


evento; na narração revela-se o ponto de vista do autor durante o desen-
rolar da história. Na dissertação, a visão, opinião ou posicionamento do
produtor do texto é exposta de maneira explícita.

2. Gêneros Digitais

Vivemos tempos dominados pelas tecnologias da informação, e as comuni-


cações fizeram surgir entre nós inúmeros tipos de comportamento que não
existiam. Vários gêneros textuais se estruturaram para atender a esse novo
modo de viver e conviver. Surgiram os hipertextos, e-mails, blogs, chats e
redes sociais tais como o orkut, o facebook e o twitter.

158
Esses gêneros se popularizaram e os estudantes devem ser capazes não só
de identificá-los e reconhecer suas funções, mas também de refletir sobre

Unidade 11
seus impactos na comunicação quanto ao desenvolvimento e produção de

Português
conhecimento.

2.1 Hipertexto

O hipertexto é uma espécie de texto múltiplo em que, dentro de uma única


página, por exemplo, vários outros trechos referenciados se intercalam e
são acessíveis, substituindo as referências por textos a partir de um simples
toque no mouse.

O hipertexto é muito apropriado para trabalhos no computador porque


permite sua subdivisão em trechos curtos, facilitando a organização e com-
preensão do todo.

O hipertexto permite também, e de modo muito fácil, referências a outras-


partes do texto ou a outros textos, muitas vezes armazenados em locais
distantes. Seu usuário chama este procedimento de “navegação”.

2.2 Blog

As palavras inglesas web e log, por justaposição, fizeram surgir weblog,


simplificada para blog. Web significa rede (da internet) e log o desempenho
regular de alguma atividade, ou seu registro. Blog pode ser traduzido, en-
tão, como um diário online constituído por páginas da internet.

Os blogs são mantidos por uma só pessoa ou por várias, comumente in-
cluindo espaços para comentários de leitores. Podem abranger vários as-
suntos ou um único, específico. Seu conteúdo pode ser expresso por textos,
imagens, músicas ou vídeos. Quem publica um blog é chamado “blogueiro”,
e o conjunto de blogs é chamado “blogosfera”.

Os blogs fazem sucesso porque têm modelos predefinidos de páginas e


têm facilidade de inserção de conteúdos fornecidos por alguns sistemas de
publicação.

2.3 Chat

Chat é uma conversa escrita, em tempo real, com


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

interlocutores que podem estar em qualquer parte


do mundo. Os textos possibilitam comunicações rá-
pidas e sem deslocamento. Seus usuários trocam in-
formações, participam de cursos, debates e eventos.
Comunicam-se também com setores de atendimen-
to ao consumidor.

159
Anotações

2.4 Orkut

A palavra vem do primeiro nome do seu


projetista chefe, o engenheiro turco Orkut
Büyükkökten.

Esta rede social filiada ao Google foi criada


em 2004, com o objetivo de ajudar pes-
soas a se conhecerem e auxiliá-las a man-
terem seus relacionamentos. Inicialmente
teve como foco os Estados Unidos, mas
hoje a maioria de seus usuários está no
Brasil e na Índia. Propõe o reencontro de
amigos, e possibilita fazer novas amizades
utilizando ferramentas como “adicionar
alguém como amigo”,envia recados e cria
comunidades com um determinado tema.

É um serviço gratuito, uma espécie de fórum.

2.5 Facebook

Esta rede social foi lançada em 2008 por


um estudante de Harvard, sendo restrita
a estudantes desta Universidade, mas que
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

logo estendeu-se a outras universidades


e indivíduos. É gratuita para os usuários,
gerando receita através de publicidade.

Os usuários criam perfis que contêm fo-


tos e listas de interesses pessoais, trocan-
do mensagens privadas e públicas entre
si ou com membros de uma rede de ami-
gos. A visualização dos dados pode ser
restrita aos amigos ou liberada para todos.

O facebook possui ferramentas tais como o mural, onde o usuário pode


ver mensagens postadas pelos amigos. Trata-se de um espaço, na pá-
gina de perfil do usuário, visível para quem tem permissão para ver o
perfil completo.

160
2.6 Twitter

Unidade 11
Twitter é uma palavra inglesa que se re-

Português
fere ao som dos pássaros. Significa “piar”,
“gorjear”. Por isso o símbolo do microblog
de mensagens instantâneas é um pássaro.

É um espaço, uma rede social, onde as


pessoas postam mensagens curtas, com-
partilhando com seus seguidores os seus
pensamentos, ou informando sobre o que
estão vivenciando ou fazendo. Dão aí di-
cas rápidas, enviam recados etc. Nunca
podem ultrapassar 140 caracteres. Ainda,
postam links para fotos e notícias.

Conclusão

Conhecidos e caracterizados os diferentes tipos de texto, estamos pron-


tos para usufruir de leituras bem elaboradas, tais como os tomados como
exemplos nesta unidade, assim como para usar as várias facilidades tec-
nológicas que estão á disposição. E vamos em busca dos bons textos! Eles
trarão boas recompensas!

Exercícios de Fixação

1. Texto 20

“Cornélia enxugou os olhos com as mãos.Enxugou os olhos na toalha


da mesa.
Ficou um momento com o olhar parado na Ceia de Cristo da parede. Muito
cautelosamente caminhou até o quarto do Zizinho. Tirou a chave do bolso
do avental. Abriu a porta.Começou a desfazer a cama depressa. Mas quan-
do se virou deu com o Zizinho.”
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

(Antônio de Alcântara Machado, Laranja da China, 1997)

161
Anotações

Assinale a alternativa certa, relativa ao texto:

( ) É narrativo porque seus enunciados apresentam uma sucessão de fatos


que se passam dentro de uma progressão de tempo.
( ) É uma dissertação porque apresenta vários argumentos.
( ) É uma descrição porque tudo transcorre a um só tempo.
( ) É descritivo porque os fatos acontecem realmente, e não só na imagi-
nação.

2. Texto 21

“Num banco de pau tosco, que existia do lado de fora, junto à parede e
perto da venda, um homem, de calça e camisa de zuarte, chinelos de couro
cru, esperava, havia já uma boa hora, para falar com o vendeiro.”

(Aluísio de Azevedo, O Cortiço, 1997)

Assinale a alternativa certa, relativa ao texto:

( ) É predominante dissertativo.
( ) É predominantemente descritivo, fazendo uma parada no curso da
história.
( ) É predominantemente narrativo, já que conta o que acontece com o
personagem.
( ) É narração e descrição em igual proporção.
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3. Texto 22

“Para a satisfação consigo mesmo ser completa só faltava abrir o guarda-


-sol. Você não quer abrir, desgraçado? Você abre, desgraçado, amaldiçoa-
do, excomungado. Abre nada. Nunca viu, seu italianinho de borra? Guarda-
-sol, guarda-sol, não me provoque que é pior. Desgraçado, amaldiçoado,
excomungado. Platão heroicamente fez mais três tentativas. Qual o quê.
Foi andando. Batia duro com a ponteira na calçada de quadrados. De vin-
gança. se duvidarem muito as costas já estão fumegando. Depois asfalto
feito ES-PE-CI-AL-MEN-TE para aumentar o calor da gente. Platão parou.
Concentrou toda a sua habilidade na ponta dos dedos. É agora. Não é não.
Vamos ver se vai com jeito. Guarda-solzinho do meu coração, abra sim,
meu bem? Com delicadeza se faz tudo. Você não quer mesmo abrir, meu
amorzinho? Está bem. Está bem. Paciência. Fica para outra vez. Você volta
pro cabide. Cabide é o braço. Que cousa mais engraçada.

(Antônio de Alcântara Machado, Laranja da China, 1997)

162
Assinale as afirmativas certas referentes ao texto.

Unidade 11
( ) Trata-se de um discurso narrativo.

Português
( ) Trata-se de um discurso narrativo indireto.
( ) trata-se de um discurso narrativo direto livre.
( ) Trata-se de um discurso narrativo indireto livre.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

163
COMPONENTE
CURRICULAR III

Matemática

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico
Introdução às Frações

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Matemática
Unidade 1
• Reconhecer quando duas frações são equivalentes;
• Converter uma fração em sua forma simplificada;
• Converter uma fração imprópria em uma fração mista e
vice-versa.

Nesta unidade, serão apresentados os conceitos básicos de frações, quais


são suas características, quais são seus fundamentos e como utilizá-los.
Nós, também, veremos as formas diferentes de representar as frações.

Introdução

As frações são formas de se representar as partes de uma determinada


quantidade.

Como exemplo, vamos considerar uma pizza. Se nós dividirmos

1
igualmente uma pizza entre quatro pessoas, cada pessoa terá da
4
1
pizza. Neste caso, a fração é lida como um quarto da pizza.
4

2
Se uma pessoa tomasse dois quartos da pizza, eles corresponderiam a ,
4
1 2 1
que é o mesmo que ou metade da pizza. Assim: = .
2 4 2
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

167
Anotações

3
Se três partes da pizza forem comidas, então (três quartos) da pizza se
4
1
foram e resta somente (um quarto) da pizza.
4

4
Finalmente, a pizza inteira é representada por (quatro quartos).
4

Desenvolvimento

1. As Frações e o Intervalo Numérico

Nós também podemos representar as frações através de um intervalo nu-


mérico. Nesse caso, considera-se um intervalo numérico entre 0 e 1, que
deve ser dividido em partes iguais, cujo número de partes corresponde ao
número total de partes.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Vejamos os exemplos:

a) Representar três partes de um total de oito partes:

b) Representar onze partes de um total de doze partes:

c) Representar sete partes de um total de dez partes:

168
2. Frações Equivalentes

Matemática
Como visto anteriormente, as frações são formadas pela divisão de uma

Unidade 1
determinada quantidade em um número de partes do mesmo tamanho. Se

1
tomarmos a fração , podemos verificar que o número situado na
2
parte inferior da fração, chamado denominador, é duas vezes maior que o
número situado na parte superior da fração, chamado numerador. Dessa
forma, qualquer fração onde o denominador da fração representa o dobro
do numerador da fração equivale à metade. Assim, as frações:

2 3 4 5 20 20 99
9
, , , , , ,
4 6 8 10
10 4040 198
1 → numerador
1 → numerador
são todas equivalentes à fração , onde: .
2 → denominado
2 → denominado r r
Quando uma metade é escrita como 1 sobre 2 ao invés de 2 sobre 4, ou 5
sobre 10, ou de qualquer outra forma, diz-se que a fração está escrita em
sua forma simplificada. Assim, para transformar uma fração em sua forma
simplificada, basta dividir o numerador e o denominador por quaisquer
fatores que sejam comuns a ambos.

As frações equivalentes podem ser encontradas para qualquer fração pela


multiplicação do numerador e do denominador pelo mesmo número.

3
Por exemplo, se temos , então multiplicamos ambos por 2, o que resulta em:
4
3× 2 6
= ,
4× 2 8
e, se multiplicarmos por 3, temos:

3× 3 9
= .
4 × 3 1212
Se multiplicarmos por 10, temos:

3 ×10
10 30
30
= ,
10 40
4 ×10 40
3
sendo que todas essas frações correspondem exatamente a .
4
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

3. Tipos de Frações

Independentemente da forma como as partes de uma quantidade total


são divididas, se todas as partes forem reunidas, temos novamente a
quantidade total:
169
Anotações

6 3 8
= = = 1,
6 31 38 1 7 5 1 100
, , , , , , .
pois 2 4 6 8 10 12 150 e assim por diante.
10 12

Existem nomes matemáticos específicos para descrever as frações.

Frações Próprias: são aquelas frações em que o numerador é menor do


que o denominador, o que faz com que o valor da fração seja menor que
1, como por exemplo:

1 3 1 7 5 11 1 100
, , , , , , .
10 12
2 4 6 8 10 12 150
Frações Impróprias: são aquelas frações nas quais o numerador é maior
que o denominador, fazendo com que o valor da fração seja maior que 1.
Por exemplo:

3 7 8 12
12 200
, , , , .
2 5 4 8 100

3 7
Aqui, representa três lotes de uma metade, representa sete lotes de
2 5
um quinto e assim por diante.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Frações mistas: as frações impróprias surgem quando mais do que um nú-


mero inteiro foi dividido, e elas podem ser escritas como uma mistura de
números inteiros e frações, constituindo as chamados frações mistas.

3
Por exemplo, se nós temos , então nós podemos considerar que temos
2
1 1 2 3
mais , sendo que forma um número inteiro. Logo, pode ser
2 2 2 2
3 2 1 1
representado
= + por
= 1 ., pois:
2 2 2 2

3 2 1 1
= + =1 .
2 2 2 2
1
Da mesma forma, podemos considerar a fração . Como a cada três
3
1
lotes de tem-se um inteiro, podemos encontrar a fração mista através
3
da operação:

8 3 3 2 2
= + + =2 .
3 3 3 3 3

170
Há situações em que, a partir de uma fração mista, temos interesse em
encontrar a fração imprópria equivalente. Como exemplo, consideremos a

Matemática
Unidade 1
1
fração mista 3 . Para encontrar a fração imprópria correspondente, basta
4
que multipliquemos o número inteiro pelo denominador, fazendo com que
esse produto seja somado ao numerador, formando, assim, o novo nume-
rador, mantendo-se o denominador constante; da seguinte forma:

1 3 × 4 + 1 12
12 + 1 113
3
3 = = = .
4 4 4 4

Conclusão

O uso das frações é muito importante, pois a partir delas são formuladas as
proporções, dentre as quais figura a porcentagem, e solucionados problemas
que envolvem a regra de três. Todas essas operações matemáticas são
fundamentais em nosso dia a dia, sustentando análises utilizadas tanto no
meio profissional, quanto no meio privado (em casa, por exemplo).

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

171
Anotações

Exercícios de Fixação

4
Escreva cinco formas equivalentes a 1
9

4
Escreva 1 em cinco diferentes formas, incluindo ao menos uma fração
9
imprópria.

Divida uma barra de chocolates em 32 partes iguais entre quatro pessoas.


Escreva a fração do chocolate que cada pessoa irá receber em cinco formas
diferentes.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Escreva o número sete como uma fração em cinco formas diferentes.

Quantas terças partes formam o número inteiro cinco?

Converta as seguintes frações impróprias em frações mistas:

110
0 7 16 16 29 29 1515
, , , , .
3 2 5 10 10 4

Converta as seguintes frações mistas em frações impróprias:

1 1 2 1 2
2 , 6 , 7 ,1 , 7 .
2 3 5 4 9

172
Operações com frações

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Matemática
Unidade 2
• Apresentar o método de adição de frações;
• Apresentar o método de subtração de frações;
• Apresentar o método de multiplicação de frações;
• Apresentar o método de divisão de frações.

Nesta unidade, veremos como podem ser realizadas as quatro operações


básicas – adição, subtração, multiplicação e divisão – de frações, conside-
rando-se as formas própria, imprópria e mista.

Introdução

As quatro operações básicas realizadas com frações possuem formas


peculiares de cálculo, mas que são de fácil resolução.

1 2
Vejamos o exemplo da seguinte soma de frações: + .
5 5
Se essa operação for representada por pizzas, veja que fica mais fácil
compreender como a operação é feita:

O processo é o mesmo para o caso de desejarmos fazer a subtração


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

173
Anotações

Desenvolvimento

1. Adição de Frações

Como visto na introdução, para somar ou diminuir frações que têm os


mesmos denominadores, basta que sejam somados ou subtraídos os
numeradores.

Mas, o que acontece quando os denominadores não são os mesmos? O

1 1
que ocorreria com a operação + ? Se simbolizarmos a operação
2 4
com as pizzas, podemos ver que se tivermos um meio e um quarto, nós
teremos um total de três quartos:

1 2 31
Dessa forma, é equivalente a , que somado a nos dá um total de
2 4 4
3
. A equivalência pode ser feita pela multiplicação da fração que se quer
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

4
transformar pelo quociente entre os denominadores das duas frações

4 
 = 2 :
2 

1 1× 2 2 1 1 2 1 3
= = ⇒ + = + = .
2 2× 2 4 2 4 4 4 4

3 3
Se tivermos de calcular + , poderemos operar da mesma forma:
4 8

3 3× 2 6 3 3 6 3 9 1
= = ⇒ + = + = =1 .
4 4× 2 8 4 8 8 8 8 8

E o que fazer, caso os denominadores não forem proporcionais, como no

1 1
caso da operação + ? Nesse caso, multiplicamos a primeira fração pelo
2 3

174
denominador da segunda e vice-versa. Posteriormente, procedemos à
soma dos numeradores, da seguinte forma:

Matemática
Unidade 2
1× 3 1× 2 3 2 3 + 2 5
+ = + = = .
2 × 3 3× 2 6 6 6 6
O denominador da fração resultante é conhecido como denominador
comum.

2. Subtração de Frações

No caso da subtração, procede-se de forma análoga. Vamos considerar a

3 1
subtração − e resolvê-la da seguinte forma:
4 6

3 × 6 1× 4 1818 4 14
14
− = − = .
4 × 6 6 × 4 2424 2424 2424
14
14
Podemos perceber que a fração pode ser simplificada, nesse caso
24
24
considerando o número dois como o divisor comum ao numerador e
ao denominador:

14
14
14
14 7
= 2 = .
24
24 2424 12
12
2

O denominador 12 é o chamado mínimo divisor comum.

Caso estejamos diante de frações mistas, as operações requerem que,


inicialmente, transformemos as frações em impróprias. Considerando a

3 4 5 × 4 + 3 1× 5 + 4 23 9
subtração 5 − 1 =, temos: − = − .
4 5 4 5 4 5

3 4 5 × 4 + 3 1× 5 + 4 23
23 9
5 −1 = − = − .
4 5 4 5 4 5
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Agora, basta operar o cálculo conforme anteriormente exposto:

23
23 9 23
23 × 5 9 × 4 115 3636 79 79 1919
− = − = − = =3 .
4 5 4 × 5 5 × 4 20 20 20
20 2020 2020

175
Anotações

3. Multiplicação de Frações
1
Vamos considerar a operação 4 × . Essa multiplicação significa que temos
3
quatro lotes de um terço. Se utilizarmos a simbologia das pizzas, temos:

Numericamente, operamos da seguinte forma:

1 1 1 1 1 4 1
4× = + + + = =1 .
3 3 3 3 3 3 3
Esse cálculo é decorrente da situação em que todo número inteiro tem o
número um em seu denominador, ou:

4 1 4 ×1 4 1
× = = =1 .
1 3 1× 3 3 3

Dessa forma, repetimos o procedimento para os demais casos, sempre


multiplicando os numeradores e os denominadores entre si. Considerando

1 1
× , temos:
o exemplo
3 2
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

1 1 1× 1 1
× = = .
3 2 3× 2 6
O processo é o mesmo, caso tenhamos de multiplicar mais de duas frações

1 3 2
simultaneamente. Veja o exemplo: × × . Nesse caso, temos:
2 4 3

1 3 2 1× 3 × 2 1× 3/ × 2/ 1
× × = = = .
2 4 3 2 × 4 × 3 2/ × 4 × 3/ 4

O cálculo para frações mistas requer que as frações sejam transformadas


em impróprias, a fim de se operacionalizar a multiplicação. Considere o

1 3
exemplo do cálculo 2 × :
3 4

1 3 2 × 3 + 1 3 7 3 7 × 3 7 × 3/ 7 3
2 × = × = × = = = =1 .
3 4 3 4 3 4 3 × 4 3/ × 4 4 4

176
4. Divisão de Frações
1

Matemática
Unidade 2
Considere a divisão ÷ 2. Dividir por dois é o mesmo que tomar a metade
4
da fração. Logo, dividir por dois ou multiplicar pela metade é a mesma
coisa. Com isso, tem-se que:

1 1 1 1
÷2= × = .
4 4 2 8
Basta seguirmos esse princípio, que podemos resolver qualquer tipo de

1 1
divisão de frações. Tome o exemplo ÷ . Esse cálculo significa quantas
2 4
vezes um quarto está dentro de um meio. A resposta se obtém pela
resolução:

1 1 1 4 1× 4 4
÷ = × = = = 2.
2 4 2 1 2 ×1 2
No caso de operações com frações mistas, procede-se de forma análoga
às operações com adição, subtração e multiplicação, iniciando com a
conversão da fração à forma imprópria.

2 1 1× 3 + 2 2 × 4 + 1 5 9 5 4 20
Vejamos o exemplo do cálculo 1 ÷ 2 = ÷ = ÷ = × = .
3 4 3 4 3 4 3 9 27

2 1 1× 3 + 2 2 × 4 + 1 5 9 5 4 20
20
1 ÷2 = ÷ = ÷ = × = .
3 4 3 4 3 4 3 9 27
27

Conclusão

Os cálculos com frações são fundamentais para a realização de uma série de


operações, nos mais diversos tipos de trabalho, bem como na vida privada.
Em termos específicos, a lógica que abrange essas operações será muito
útil na formulação e resolução de equações algébricas, nossos próximos
dois tópicos.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

177
Anotações

Exercícios de Fixação

1) Resolva as seguintes operações de adição e subtração de frações:

1 1
+
2 5

2 5
+
3 9

2 3
+
7 4

3 4
2 −
5 3

2 1
3 −1
3 4

1 7
1 −
2 1010
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

2) Resolva as seguintes operações de multiplicação e divisão de frações:

5

9

5

9

3

10
10

3 7
×
4 1

3 10
10
×
5 12
12

1 2
2 ×3
5 3

178
Matemática
Unidade 2
1
÷2
5

1
÷4
6

3 2
÷
4 3

1 1
2 ÷1
10
10 8

1 3
5 ÷
4 8

1 1
1 ÷3
3 4

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

179
Equações de 1º grau - uma variável

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Matemática
Unidade 3
• Reconhecer equações de 1º grau simples;
• Resolver equações de 1º grau simples;
• Conferir se as soluções estão corretas através da
substituição.

Nesta unidade, daremos exemplos de equações lineares simples e como


elas podem ser resolvidas. Em qualquer equação existe uma quantidade
desconhecida (incógnita), digamos x, cujo valor nós iremos descobrir. Em
uma equação de 1º grau, ou linear, esta quantidade desconhecida irá apa-
recer somente como um múltiplo de x.

Introdução
Suponha que nós desejemos resolver a equação:

15 = x + 25
3 x +15 25

A questão importante a ser analisada com respeito a qualquer equação


é que o sinal de igual representa um equilíbrio. O que um sinal de igual
representa é que aquilo que está à sua esquerda é exatamente igual ao que
está à sua direita. Com isso, qualquer transformação, que se fizer sobre o
lado esquerdo do sinal de igual, deve ser feita também sobre o lado direito,
a fim de se manter o equilíbrio da equação.
A primeira coisa que se faz para resolver uma equação é colocar os x’s
juntos em um dos lados da equação, com a finalidade de isolá-lo:

3 x +15
15 = x +2525
3 x − x = 25
25 −15
15
Depois, basta resolver a
Depois, basta resolver a equação para x, da seguinte forma:

2 x = 1010
Dividem-se
Dividem - seambos
ambososos lados
ladosdada equação
equaçãopor
por2:2 :
2 x = 1010
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

÷2 2
x = 5.
Essa solução pode ser checada por substituição; para verificar se o equilíbrio
realmente ocorre:

181
Anotações

3 x +15
15 = x +25
25
como x = 5
3(5) + 15
15 = 5 + 25
25
30
30 = 30
30

Logo, a solução de x = 5 está correta.

Desenvolvimento

1. Equações contendo parênteses

A resolução de equações de 1º grau de maior complexidade envolve


considerações sobre os sinais e sobre os conteúdos entre parênteses.
Consideremos a equação:

8( x − 3) − (6 − 2 x ) = 2( x + 2 ) − 5(5 − x ).

Sua resolução tem início com a multiplicação dos termos entre parênteses
pelo número que está fora dos parênteses. É importante considerar que
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

a ausência de um número antes dos parênteses refere-se à existência do


número um, que é omitido propositadamente.

8 x −24
24 − 6 + 2 x = 2 x + 4 − 25
25 + 5 x

Resolvendo-se as expressões de ambos os lados da igualdade, tem-se:

10 x − 30
10 0 = 7 x − 21
3 2
1

Agora, podemos isolar os x’s no lado esquerdo da igualdade e resolver a


equação:

10
10 x − 7 x = 30
30 − 21
21
3x = 9
3x 9
=
3 3
x=3

Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
realmente ocorre:

182
8( x − 3) − (6 − 2 x ) = 2( x + 2) − 5(5 − x )
como x = 3

Matemática
Unidade 3
8(3 − 3) − (6 − 2 × 3) = 2(3 + 2) − 5(5 − 3)
0=0

Logo, a solução de x = 3 está correta.

2. Equações contendo frações

A resolução de equações contendo frações é um desdobramento simples


do que foi visto até agora, desde o módulo 1 deste curso.
Vejamos o exemplo:

4( x + 2 ) 5x
=7+
5 13
13

Embora a solução seja trabalhosa, sua lógica é bastante simples. Iniciamos


com o cálculo do mínimo denominador comum (MDC) de 5 e 13, que é 65
(5 x 13). Então, para remover as frações, multiplicamos ambos os lados da
equação pelo MDC, fazendo as substituições necessárias:

4 x  2   5x 
65   65   7  
5  13 
4 x  2  5x
65   65  7  65 
5 13
Podemos simplificar alguns termos :
4 x  2  5x
6 5   65  7  6 5 
5 1 3
4 x  2  5x
13   65  7  5 
1 1
52 x  2   455  25 x
A partir desse ponto, a resolução segue o que foi apresentado até o
A partir desse ponto, a resolução segue o que foi apresentado até o momento:
momento:
52 x  104  455  25 x
52
52 x + 104 = 455 + 2525 x
27 x  351
2727 x = 351
27 x 351
27 x  351
27
27 = 27
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

2727 27
27
x  13
x =13
13
Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
realmente ocorre:
realmente ocorre:
4 x  2  5x
7
5 13
como x  13 183
413  2  513
Anotações

4( x + 2 ) 5x
=7+
5 113
3
como x = 13
13
4(13
13 + 2 ) 13 5(1313 )
=7+
5 13
13
60
60 6565
=7+
5 13
13
12 12
12 = 12
Logo, a solução de x = 13 está correta.

3. Formato alternativo de equações de 1º grau

Vamos tratar de equações que, a princípio, podem parecer diferentes de


equações lineares (1º grau).
Como exemplo, considere a seguinte equação:

3 6
=
5 x
A solução
A solução dessadessa equaçãorequer
equação requer um
um divisor
divisorcomum, que que
comum, nessenesse
caso é 5x,
casoo é 5x, o
qual será multiplicado por ambos os lados:
qual será multiplicado por ambos os lados:
3 6
5x   5x 
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

5 x
Simplifica ndo - se alguns termos, tem - se :
3 6
5 x   5 x 
5 x
3 x  30
3 x 30

3 3
x  10
Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
realmente ocorre:
realmente ocorre:
3 6
5x   5x 
3 5 6 x
5x × = 5x ×
5como x x 10
como x3= 10
10 6
510   510 
3 5 6 10
5(1010 )× = 5(1010 )×
5 30  301010
30
30 = 30
30
Logo, a solução de x = 10 está correta.

184
Logo, a solução de x = 10 está correta.
Uma solução alternativa poderia considerar a inversão das frações, a fim de

Matemática
Unidade 3
se isolar a variável x no numerador.
Consideremos o seguinte exemplo:

5 25 25
=
3 x 27
27
Procedendo com a inversão das frações, pode-se resolver rapidamente a
equação:

3 x 27
27
=
5 25 25
Podemos multiplicar ambos os lados da equação pelo divisor comum de 5
e 25, que é 25, e resolver a equação:

25
3x 27
27
25 × =25
25 ×
5 25
25
15 x =27
15 27
2727 9 4
x= = =1 .
15
15 5 5
Essa solução pode ser checada por substituição, para verificar se o equilíbrio
realmente ocorre:

5 2525
=
27
3 x 27
9
como x =
5
5 25
25
=
 9  27 27
3 
5
5 25
25
=
3 9 27 27
×
1 5
5 2525
=
2727 2727
5
5 5 225 5
× =
1 27 27
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

27 27
25
25 25 25
27
=
27 27 27
27
27 9 4
Logo, a solução de x = = = 1 está correta.
15
15 5 5

185
Anotações

Conclusão

Ao dominarmos seu uso, estaremos mais preparados para enfrentar uma


série de problemas práticos. A próxima unidade trata de equações com duas
variáveis, o que aumentará nossa capacidade de resolução de problemas.

Exercícios de Fixação

1) Resolva as seguintes equações:


5 + 3(x − 1) = 5 x − 6

5(3 − x ) − 2(4 − 3 x ) = 1 − 2(x − 1)


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

14
5(1 − 2 x ) + 2(3 − x ) = 3( x + 4 ) + 14

2 x−6
4− x =
3 5

x + 2 1 − 2x
=
3 5

186
Matemática
Unidade 3
5x + 1 x − 2 2 x + 4
− =
2 6 3

1 4x − 1
x+4=
3 5

3x 2
=
4 5

3 6
=
x + 1 5x −1

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

187
Equações de 1º grau - duas variáveis

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

Matemática
Unidade 4
• Reconhecer uma relação linear entre duas variáveis;
• Resolver equações de 1º grau com duas variáveis
através do método da substituição;
• Conferir se a solução está correta através do método
da substituição.

Nesta unidade, vamos considerar os casos em que as equações lineares


contêm duas variáveis, cujos valores desejamos descobrir. Se estivermos
diante de uma equação linear com duas variáveis, poderemos encontrar
combinações infinitas de valores para ambas as variáveis. Caso estejamos
diante de duas equações lineares que têm um ponto em comum, podere-
mos encontrar os valores das duas variáveis pelo método da substituição.

Introdução

As equações de 1º grau são equações lineares. No caso de uma equação


de 1º grau com duas variáveis, há uma relação linear entre duas variáveis x
e y, que pode ser representada:

2x − y = 3

Tomando-se a equação 2 x − y = 3 como exemplo, ela pode ser rearran-


jada, a fim de que seja isolada uma das variáveis. Se desejarmos isolar a
variável y, podemos calcular:

2x = 3 + y
Pode-se
Pode - se inverter
inverterosos membros
membrosdada equação, comooobjetivo de isolar o y do
equação,com
lado esquerdo
objetivo da igualdade:
de isolar o y do lado esquerdo da igualdade :
3 + y = 2x
Deduz-se
Deduz - se3 3de de ambos
ambosos os membros
membrosdada equação:
equação :
3 + y = 2x
− 3 −3
y = 2x − 3
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

A expressão y = 2 x − 3 significa que a relação entre x e y é linear e que o


valor de y é o dobro do valor de x, para qualquer valor de x, menos três.
Essa equação também nos diz que, caso x valha zero, o valor de y será −3.

189
Anotações

Desenvolvimento

1. Equações Lineares com Duas Variáveis

A partir da equação y = 2 x − 3 podemos calcular o valor da variável y


para cada valor estimado para a variável x. Como exemplo, consideremos
os valores 1, 2 e 0 para x. Então, podemos operar a substituição desses
valores na equação, da seguinte forma:

X y = 2x − 3 y

1 y = 2(1) − 3 = −1 1

2 y = 2(2 ) − 3 = 1 1

0 y = 2(0 ) − 3 = −3 3

De acordo com o método da substituição, podemos verificar que para cada


valor atribuído à variável x pode ser gerado um valor para a variável y.
Como não sabemos o valor exato da variável x, podemos encontrar infinitas
combinações de valores para y, a partir de valores estimados para x.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Nós podemos traçar um gráfico ao considerar os pontos obtidos pela com-


binação de x e y, também conhecidos como pares ordenados, que são os
seguintes: (1,-1), (2,1) e (0,-3):

Ao visualizarmos o gráfico, podemos perceber que as três combinações de


x e y foram uma reta. Essa é a confirmação de que a fórmula 2 x − y = 3 é
uma equação de reta, pois a relação entre x e y é linear.

190
2. Equações Lineares Simultâneas

Matemática
Unidade 4
A menos que se saiba com certeza o valor de x, a equação 2 x − y = 3
produz infinitas combinações para x e y. A obtenção do valor exato de x e y
decorre de situações em que se dispõe de duas equações lineares paralelas.

Por exemplo, vamos considerar que a equação 3 x + 2 y = 8 é paralela


à equação 2 x − y = 3 . Agora, vamos calcular os pares ordenados para
as duas equações, considerando os valores de 1, 2 e 0 para x, da se-
guinte forma:

Equação (1): 2 x − y = 3 Equação (2): 3 x + 2 y = 8

x 2x − y = 3 y x 3x + 2 y = 8 y

5
1 2 x − y = 3 ∴ y = 2(1) − 3 = −1 −1 1 3(1) + 2 y = 8 ∴ 2 y = 8 − 3 ∴ y = = 2,5 2,5
2
2
2 2 x − y = 3 ∴ y = 2(2) − 3 = 1 1 2 3(2) + 2 y = 8 ∴ 2 y = 8 − 6 ∴ y = =1 1
2
8
0 2 x − y = 3 ∴ y = 2(0) − 3 = −3 −3 0 3(0 ) + 2 y = 8 ∴ 2 y = 8 − 0 ∴ y = =4 4
2

Os pares ordenados calculados para as duas equações podem ser traçados


em um gráfico, o qual comprova a existência de duas linhas retas que se
encontram em determinado ponto, chamado de ponto de intersecção:

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

191
Anotações

Como pudemos visualizar no gráfico, as duas equações de reta têm um


ponto em comum, que é o ponto de intersecção (2,1). Isto é, as duas linhas
se encontram quando x é igual a 2 e y é igual a 1.

3. Resolução de Equações Simultâneas pelo Mé-


todo da Substituição

Em termos algébricos, podemos trabalhar com as duas equações 2 x − y = 3


e 3 x + 2 y = 8 , que formam um sistema de equações simultâneas:

2 x − y = 3 (1)

3 x + 2 y = 8 (2)
Por meio do método da substituição, podemos tomar a equação (1), isolan-
do o y, como foi apresentado na introdução desta unidade:

y = 2x − 3 (3)

Substituindo a equação (3) na equação (2), tem-se:

3 x + 2(2 x − 3) = 8

Na sequência, basta resolver a equação (3) para x:


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

3x + 4 x − 6 = 8
7x − 6 = 8
8+6
x= =2
7

Logo, podemos resolver a equação (3), considerando x = 2:

y = 2(2 ) − 3 ∴ y = 1

Assim, x = 2 e y = 1 é a solução para o par de equações simultâneas


2 x − y = 3 e 3x + 2 y = 8 .

Assim como fizemos a substituição de (3) em (2), poderíamos ter isolado y da


equação (1), tê-lo substituído na equação (2), e obteríamos o mesmo resultado.

Por fim, a solução deve ser sempre checada, o que pode ser feito pela
substituição dos valores nas equações originais, de forma a assegurar que
os lados direito e esquerdo sejam iguais para esses valores de x e y. Logo,
para x = 2 e y = 1, as checagens dos resultados são feitas para cada uma
das equações:
192
2 x − y = 3 ∴ 2(2 ) − (1) = 3 ∴ 3 = 3

Matemática
Unidade 4
3 x + 2 y = 8 ∴ 3(2 ) + 2(1) = 8 ∴ 8 = 8

Conclusão

Ser capaz de reconhecer tais situações, de modelar essas relações e de


aplicar as técnicas apropriadas de cálculo, poderão ser diferenciais compe-
titivos valiosos para o profissional.

Exercícios de Fixação

Resolva os seguintes pares de equações simultâneas:

 y = 2x + 3

 y = 5x − 3

x − 3 y = 1

2 x + 5 y = 35

4 x + 3 y = 5

 3
2 x − 4 y = 1

4 x + 3 y = 5
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO


 3
2 x − 4 y = 1

193
Inequações de 1º grau

UNIDADE
Os objetivos desta unidade são:
• Reconhecer uma relação linear que corresponde a uma ine-

Matemática
Unidade 5
quação;
• Rearranjar expressões envolvendo desigualdades;
• Resolver inequações de 1º grau com uma variável;
• Representar a solução de inequações de 1º grau através da
notação intervalar e da expressão gráfica.

Nesta unidade, vamos considerar os casos em que o valor de uma variável


(incógnita) é referido a um intervalo ao invés de um único valor. A resolução
desse tipo de equação é similar às formas apresentadas nas unidades anterio-
res, embora a representação do resultado requeira uma expressão intervalar.

Introdução
Uma inequação é uma expressão envolvendo um dos símbolos <, >, ≤, ou
≥. Esses símbolos são conhecidos como desigualdades e têm o seguinte
significado:
• <: “é menor que”;
• >: “é maior que”;
• ≤: “é menor ou igual a”;
• ≥: “é maior ou igual a”.

Inequações como x ≤ 1 e 2 x − 3 > 9 são exemplos de inequações lineares


em uma variável. Uma solução de uma inequação em uma variável é o valor
da variável que torna a inequação verdadeira. Por exemplo: −2, 0, 0,872 e
1 são algumas das muitas soluções de x ≤ 1 . Logo, pode-se perceber que
a solução de inequações resulta em infinitos resultados.

Desenvolvimento

1. Resolução de Inequações Lineares de


Uma Variável
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Resolver inequações lineares é muito similar a resolver equações. A única


diferença é que o sinal de igual (=) é substituído por <, >, ≤, ou ≥.
Alguns exemplos de inequações lineares são os seguintes:

Para resolver as inequações, deve-se rearranjar os termos com o objetivo


de isolar a variável x no lado esquerdo da desigualdade.
195
Anotações

2 x + 1 < −5
3x − 2 ≥ 8 x + 14
14
2 < 3x + 5 ≤ 26
26
1 2
x+4> x+6
2 3

Tomemos como exemplo a inequação 2 x + 1 < −5 . Sua resolução envolve


as seguintes etapas:
1) Isola-se a variável x no lado esquerdo da equação, deduzindo-se
de ambos os membros −1:
2 x + 1 < −5
−1 −1
2 x < −6
2) Encontra-se o valor de x ao dividir ambos os termos pela constante
que acompanha o x:
2x − 6
<
2 2
x < −3

A solução é x < −3 . Essa solução indica que x pode assumir valores


infinitos no espaço à esquerda do número 3. Em função de que a solução
representa um intervalo, a notação intervalar é mais apropriada para se
representar esse resultado, de acordo com o seguinte gráfico:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

O círculo sobre o número −3 é aberto, pois indica que x = −3 não está


incluído no conjunto de soluções. Outra forma de se representar o conjunto
de soluções é utilizar os termos ∈ (pertence a) e a notação intervalar, da
seguinte forma:
x ∈ (− ∞,3)

Como não há limite para o valor de x à esquerda do número −3, diz-se que
x tende a menos infinito (− ∞ ) . Os parênteses próximos de um número ou
símbolo indicam que os limites não são alcançados.
Consideremos um exemplo mais complexo, o da inequação 3 x − 2 ≥ 8 x + 14
14
Sua resolução envolve os seguintes passos:
1) Isola-se a variável x no lado esquerdo da equação:

3 x − 2 ≥ 8 x +1414
+2 +2
3 x ≥ 8 x + 16
16

196
2) Elimina-se a variável x que se encontra no lado direito da equação,
deduzindo-se ambos os lados por 8x:

Matemática
Unidade 5
3 x ≥ 8 x + 1616
− 8x − 8x
− 5 x ≥ 1616

3) Como a variável x está negativa, deve-se dividir ambos os lados da


equação por −5, o que faz com que o sinal da desigualdade seja
invertido:
− 5 x ≥ 1616
÷ −5 − 5
1616
x≤−
5

1616  1616 
A solução é x ≤ − , que em notação intervalar refere-se a x ∈  − ∞,− 
5  5
1616
Como − está incluído no conjunto de soluções, esse número é
5
acompanhado do colchete.

Uma outra forma de representar a notação intervalar é através do gráfico:

1616
O gráfico indica que − está incluído no conjunto de soluções, ao
5
estabelecer um círculo fechado em seu ponto no intervalo.

2. Resolução de Inequações Lineares Compostas

Uma inequação linear composta pode assumir a forma 2 < 3 x + 5 ≤ 2


6
26 .
A resolução desse tipo de inequação pode considerar as seguintes etapas:
1) Isola-se a variável x entre as duas desigualdades:

2 < 3 x + 5 ≤ 2626
−5 −5 −5
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

− 3 < 3 x ≤ 21
21
2) Elimina-se a constante da variável x:

− 3 < 3 x ≤ 221
1
÷3 3 3
−1 < x ≤ 7
197
Anotações

A solução é − 1 < x ≤ 7 , que significa que o valor de x está entre -1 e 7,


sem que esses extremos estejam incluídos no conjunto de soluções, e que
em notação intervalar tem-se x ∈ (− 1,7 ) . Uma outra forma de representar
a notação intervalar é através do gráfico:

3. Resolução de Inequações Lineares em Duas


Partes

Uma inequação linear pode ser resolvida em duas partes, se nos depararmos
com uma situação como 3 x < −6 ou 5 x > 2 0
20 .
Nesses casos, resolvemos as inequações separadamente:
3 x < −6 5 x > 20
20
e
÷3 3 ÷5 5
x < −2 x>4

A solução é que x < −2 ou x > 4 . A notação intervalar é a de que


x ∈ (− ∞,−2 ) ∪
x∈(4(,,+ ) ∪ (4o,+∞
∞∞),−, 2onde
−+ sinal) “ ∪ ” é o símbolo de união de dois
conjuntos. A solução gráfica é a seguinte:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Conclusão

As inequações nos possibilitam encontrar conjuntos de soluções para


a variável (incógnita), ampliando as possibilidades de representarmos
situações reais por meio de funções algébricas.

198
Exercícios de Fixação

Matemática
Unidade 5
1) Resolva as seguintes inequações, representando o resultado na notação
intervalar e gráfica:

1 2
x+4> x+6
2 3

− 3x + 1 < 4 x − 5 + 2 x

− 4 < 5x − 2 < 4

4 x < −1
2 ou 2 x > 2
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

199
Potenciação e Radiciação

UNIDADE
Os objetivos desta unidade são:
• Simplificar expressões envolvendo potências;

Matemática
Unidade 6
• Usar regras específicas para simplificar expressões envolvendo
potências;
• Apresentar a radiciação como uma generalização da poten-
ciação, de acordo com a sexta regra específica;
• Usar potências negativas e fracionais.

Nesta unidade, vamos estudar as potências e raízes numéricas. O conhe-


cimento desse assunto é essencial para o entendimento mais avançado
de muitos processos algébricos. Em função disso, vamos aprender sobre
potências, raízes e regras de manipulação através de exemplos.

Introdução
Nesta unidade, estudaremos as potências e raízes – as raízes
Nesta unidade, estudaremos as potências e raízes – as raízes representam
representam uma propriedade específica das potências. Basicamente, as
uma propriedade específica das potências. Basicamente, as potências se
potências
referem se referem
ao número ao que
de vezes número de vezes
um número que um multiplicado
é repetidamente número é
por si próprio, como
repetidamente por exemplo:
multiplicado por si próprio, como por exemplo:

4× 4× 4
Essa expressão pode ser simplificada por:

43
Logo:

4 × 4 × 4 = 43
3
O número 3 é chamado de potência ou expoente. Dessa forma, 4
significa “quatro elevado à terceira potência” ou “quatro elevado à
potência três”.
2
Se tivermos a operação 2x elevado à potência 4, teremos 2x ( ) , ou
2 4

(2 x )
2 4
= 2 × 2 × 2 × 2 × x2 × x2 × x2 × x2
(2 x )
2 4
= 16 x 8
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

DESENVOLVIMENTO

Usar uma potência é simplesmente uma forma de notação, uma forma


de escrever algo em termos matemáticos. Quando os matemáticos têm
uma forma de escrever as coisas, eles gostam de usar sua notação de 201
variadas maneiras. Por exemplo, o que poderia significar
2
Se tivermos a operação 2x elevado à potência 4, teremos 2x ( ) , ou
2 4

(2 x )
2 4
= 2 × 2 × 2 × 2 × x2 × x2 × x2 × x2
(2 x )
2 4
= 16 x 8
Anotações

Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO

Usar uma potência é simplesmente uma forma de notação, uma forma


de escrever algo em termos matemáticos. Quando os matemáticos têm
uma forma de escrever as coisas, eles gostam de usar sua notação de
variadas maneiras. Por exemplo, o que poderia significar
1
−2
a ou a 2
ou a0 ?
Para responder a essa questão, precisamos conhecer as regras de
operação com potências.

1. Primeira
1. Primeira RegraRegra de Potenciação
de Potenciação

3 2
Suponha que temos a e que queremos multiplicá-lo por a :

a3 × a 2 = a × a × a × a×a
Ao todo, temos cinco a’s sendo multiplicados em conjunto. Claramente, é
5
o mesmo que a .
Essa é a primeira regra, que nos diz que se nós multiplicarmos expressões
como essa, nós somamos a potências:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

a m × a n = a m+ n

2. Segunda
2. Segunda Regra Regra de Potenciação
de Potenciação

4
Suponha que temos a , que queremos elevar à potência 3:

(a )4 3

Isso significa que temos:

a4 × a4 × a4
Agora, nossa primeira regra diz que nós devemos somar as potências:

a 4 × a 4 × a 4 = a12
Pode-se perceber que 12 é igual a 4 × 3 . Isso sugere que se nós tivermos

a m elevado à potência n, o resultado é obtido pela multiplicação das


duas potências:

a m×n = a mn ou (a )m n
= a mn
202
a m elevado à potência n, o resultado é obtido pela multiplicação das
duas potências:

a m×n = a mn ou (a )
m n
= a mn

3. Terceira
3. TerceiraRegraRegra
de Potenciação
de Potenciação
7 3
Considere-se a divisão de a por a :

Matemática
Unidade 6
a7 a × a × a × a × a × a × a
a7 ÷ a3 = =
a3 a×a×a
Nós podemos dividir os fatores comuns de a e simplificar a fração:

a/ × a/ × a/ × a × a × a × a a × a × a × a a 4
= = = a4
a/ × a/ × a/ 1 1
A mesma resposta é obtida se subtrairmos as potências, pois 7 − 3 = 4 .
Isso sugere a terceira regra, que é:

a m ÷ a n = a m−n
4. Quarta
4. Quarta RegraRegra de Potenciação
de Potenciação

3 3
Vamos considerar que temos a operação a dividida por a . Como
estamos dividindo duas quantidades iguais, o resultado é um:

a3 ÷ a3 = 1
Esse resultado é convergente com a terceira regra de potenciação, pois

a 3 ÷ a 3 = a 3−3 = a 0
É nesse momento que surge a quarta regra

a0 = 1
Ela significa que qualquer número elevado à potência zero tem como
resultado 1. Assim:
0
1
0
2 =1 (1.000.000) 0
=1   =1 (-6)0 = 1
2
0
A exceção a essa regra é o próprio zero, pois não se pode calcular 0 .

5. Quinta Regra de Potenciação


5. Quinta Regra de Potenciação

3 7
Considere-se a divisão de a por a :
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

3 a3 7 a×a×a
a ÷a = 7 =
a a×a×a×a×a×a×a
Como visto anteriormente, nós podemos dividir os fatores comuns de a e
simplificar a fração:
a/ × a/ × a/ 1 1
= = 4
a/ × a/ × a/ × a × a × a × a a × a × a × a a 203
3 7
Considere-se a divisão de a por a :

a3 a×a×a
a3 ÷ a7 = 7
=
a a×a×a×a×a×a×a
Como visto anteriormente, nós podemos dividir os fatores comuns de a e Anotações

simplificar a fração:
a/ × a/ × a/ 1 1
= = 4
a/ × a/ × a/ × a × a × a × a a × a × a × a a
Agora, se utilizarmos a regra três e fizermos o mesmo cálculo,
obteremos:

a 3 ÷ a 7 = a 3−7 = a −4
Nós fizemos o mesmo cálculo, mas de duas formas. Isso faz com que:

1
= a −4
a4
Dessa forma, um sinal negativo na potência significa que podemos
operar com seu inverso:
1
a −1 =
a
e de forma geral:

1
a −m =
am
−2
Como exemplo, consideremos 2 , cuja resolução é:

1 1
2 −2 = =
22 4
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

−1
Outro exemplo é 5 , cuja resolução é:

1 1
5 −1 = =
51 5
Nós podemos operar de forma inversa:

1 1
= 1 = a −1
a a
e considerando um exemplo numérico, teremos:

1
2
= 7 −2
7
1
Mas, também, podemos ter a seguinte expressão , cuja operação
7 −2
corresponde a:

1 1 1 72
= = 1 ÷ = 1 × = 72
7 −2 1 72 1
72
Essa operação nos leva a uma derivação da regra 5:
204
1 m
1
Mas, também, podemos ter a seguinte expressão , cuja operação
7 −2
corresponde a:

1 1 1 72
= = 1 ÷ 2 = 1× = 72
7 −2
1 7 1
2
7
Essa operação nos leva a uma derivação da regra 5:

Matemática
Unidade 6
= am
a −m

6. Sexta
6. Sexta Regra
Regra de Potenciação
de Potenciação

1
Esta regra trata de potências fracionadas, como por exemplo a . Como
2

veremos adiante, essa regra trata do processo de radiciação como uma


generalização do processo de potenciação.

Para compreendermos essa regra, bem como seus desdobramentos,


consideremos dois números idênticos sendo multiplicados, o que resulta
em outro número, como:
7 × 7 = 49
Nós sabemos que 7 é a raiz quadrada de 49, pois

7 2 = 49 então 7 = 49
Agora, suponha que temos

ap ×ap = a
p
Essa expressão significa que se multiplicarmos a por si mesmo,
p
obteremos a. Isso nos diz que a é a raiz quadrada de a.

Entretanto, podemos olhar dessa outra forma

a = a1
Considerando a primeira regra:

a p × a p = a2 p
Então

a 2 p = a1
A operação com os expoentes
2p =1
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

2p =1
÷2 2
1
p=
2
1
Logo, tem-se que a 2 deve ser a raiz quadrada de a. Isto é:
205
1
A operação com os expoentes
2p =1
2p =1
÷2 2
Anotações
1
p=
2
1
Logo, tem-se que a 2 deve ser a raiz quadrada de a. Isto é:
1
a = a
2

1 1
De forma similar, a 3 = 3 a é a raiz cúbica de a, enquanto a 4 = 4 a é a

raiz quarta de a.
Em termos gerais, portanto, a regra nos leva a:
1

a =q a
q

Vamos solucionar alguns exemplos relativos à sexta regra:


1
a) O que significa 16 4
?
É o número que, quando multiplicado por si mesmo quatro
vezes, resulta em 16. Esse é o número 2.
1
b) O que significa 81 2 ?
É o número que, quando multiplicado por si mesmo duas vezes
resulta em 81. Esse é o número 9.
1
c) O que significa 243 5 ?
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

É o número que, quando multiplicado por si mesmo cinco vezes,


resulta em 243. Esse é o número 3, pois
1
= (3 × 3 × 3 × 3 × 3)
1
243 5 5

3
d) O que significa a 4
?

Nós podemos utilizar a segunda regra a ( )


m n
= a mn , verificando
que
3
3
 14 
a =  a 
4

 
3
e) O que significa 16 4
?
Usando a lógica do caso anterior, tem-se que:
3
 14 
3
16 = 16 
4

 
3
16 4 = (2 )
3

3
206
16 4 = 8
 
3
e) O que significa 16 4
?
Usando a lógica do caso anterior, tem-se que:
3
 14 
3
16 = 16 
4

 
3
16 = (2 )
4 3

Matemática
Unidade 6
16 = 8 4

Como resultado final da sexta regra, tem-se que


p

( )
1
q
a = ap q q = ap
e
p
 1q 
p

a = a  = ap
q q
 
 
7.7. Outros
Outros Exemplos
Exemplos

1

a) Escreva 2 x 4
usando uma potência positiva:
1
− 1 2
2x 4
= 2× 1
= 1
x 4
x4
−2 3
b) Escreva 4 x a usando potências positivas:

1 4a 3
4 x −2 a 3 = 4 × × a 3
=
x2 x2
1
c) Escreva usando uma potência positiva:
4a − 2
1 1 1 1 2 a2
= × = × a =
4a − 2 4 a − 2 4 4
1 1
− −
d) Simplifique a 3
× 2a 2
:
1 1 1 1
− − − −
a 3
× 2a 2
= 2a 3
×a 2

1 1 5
− − −
a 3
× 2a 2
= 2a 6

1 1
− − 2
a 3
× 2a 2
= 5
a 6
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

e) Simplifique
3
a 2 × 2 a3 :
2 3 13
3 2 3
a × a = a ×a = a2 3 2 6

3
f) Simplifique 16 : 4

3
 14 
3
16 = 16  = 23 = 8
4 207
 
1 1
− − 2
a 3
× 2a 2
= 5
a6

e) Simplifique
3
a 2 × 2 a3 : Anotações
2 3 13
3
a 2 × 2 a3 = a 3 × a 2 = a 6
3
f) Simplifique 16 : 4

3
 14 
3
16 = 16  = 23 = 8
4

 
5

g) Simplifique 4 2
:
5
− 1 1 1 1
4 2
= 5
= 5
= 5
=
 12  2 32
4 2
4 
 
 
2

h) Simplifique 8 3
:
2
− 1 1 1 1
8 3
= 2
= 2
= =
 13  22 4
8 3
8 
 
 
1
i) Simplifique :
25−2
1
−2
= 252 = 625
25
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

3

 81  4
j) Simplifique   :
 16 
3

3
 1
 3
3
 81  4 1  16   16  4  2 84
  = =   =   =   =
 16 
3
81  81   3 27
 81  4    
 
 16 

Conclusão
CONCLUSÃO

O estudo da potenciação e da radiciação é fundamental para que o


aluno evolua no uso da matemática para resolver problemas do mundo
real. A simplificação de cálculos que resulta do uso da potenciação e da
radiciação faz com que sua aplicação seja estendida a problemas
financeiros, de engenharia, de operações, de vendas, de recursos
humanos e a muitas outras áreas.

208
1) Resolva as seguintes potências:
O estudo da potenciação e da radiciação é fundamental para que o
aluno evolua no uso da matemática para resolver problemas do mundo
real. A simplificação de cálculos que resulta do uso da potenciação e da
radiciação faz com que sua aplicação seja estendida a problemas
financeiros, de engenharia, de operações, de vendas, de recursos
humanos e a muitas outras áreas.
Exercícios de Fixação

Matemática
Unidade 6
1) Resolva as seguintes potências:

a) 35
9
b) 2

c) 83
−5
d) 3

e) 7 −3
1
f) 125 3

1
g) 512 3

2) Cada uma das expressões seguintes pode ser escrita como an para
algum valor de n. Em cada um dos casos, determinar o valor de n:

a) a×a×a×a
1
b)
a×a×a
c) 1

d)
3
a5
1
e) a×
a −2

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

209
APRESENTAÇÃO

Nesta unidade, vamos estudar as razões. As razões são formas de se


compararem duas ou mais quantidades similares, expressando dois ou
mais Razões
números separados por dois pontos, sendo que os números
Osser
precisam objetivos
inteiros. desta unidade são:

UNIDADE
• Calcular a razão de duas ou mais quantidades similares, mes-
mo que elas não sejam expressas nas mesmas unidades de

Matemática
Unidade 7
OBJETIVOSmedida;
• Dividir uma quantidade em um número de partes em dadas
Os objetivosrazões;
desta unidade são:
• Aplicar as razões para resolver problemas práticos.
• Calcular a razão de duas ou mais quantidades similares, mesmo
que elas não sejam expressas nas mesmas unidades de medida;
Nesta unidade, vamos estudar as razões. As razões são formas de se
• Dividir uma quantidade em um número de partes em dadas
compararem duas ou mais quantidades similares, expressando dois ou
razões;separados por dois pontos, sendo que os números preci-
mais números
sam ser inteiros.
• Aplicar as razões para resolver problemas práticos.

Introdução
INTRODUÇÃO

Uma razão é uma forma de comparar duas ou mais quantidades


similares. Razões podem ser usadas para comparar custos, pesos,
tamanhos e outras quantidades.

Por exemplo, suponha que temos um barco de 25 metros de


comprimento e que façamos um modelo de um metro de comprimento
desse barco. Então, a razão do comprimento do modelo para o
comprimento do barco de verdade é de 1 para 25, que pode ser
expresso na forma:
1 : 25.
Pode-se perceber que não há unidades incluídas e que os dois pontos (:)
são utilizados para representar a razão.
Razões são usadas para descrever quantidades, de diferentes
ingredientes, em misturas. Os farmacêuticos que fazem remédios, os
fabricantes que produzem biscoitos e os construtores que utilizam
cimento, todos eles necessitam fazer misturas usando ingredientes na
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

razão correta. A não utilização da razão correta pode resultar em sérios


problemas. Dessa forma, conhecer as razões não é somente muito
importante, como é extremamente útil e crucial em determinadas
circunstâncias.
211
razão correta. A não utilização da razão correta pode resultar em sérios
problemas. Dessa forma, conhecer as razões não é somente muito
importante, como é extremamente útil e crucial em determinadas
circunstâncias. Anotações

Por exemplo, a argamassa para construir uma parede de tijolos é feita


utilizando duas partes de cimento para sete partes de areia. Então, a
razão de cimento para areia é de 2 para 7, que é representado como
2 : 7.

Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO

1. Simplificação de Razões
1. Simplificação de Razões

Para fazer uma torta de maçã, você necessita de quatro partes de trigo
para duas partes de margarina. A razão do trigo para a margarina é
4 : 2.
O primeiro termo (4) é chamado de antecedente e o segundo termo (2) é
chamado de consequente.

Esta razão pode ser simplificada da mesma forma que duas frações
podem ser simplificadas, fazendo o cancelamento por um fator comum:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

4 : 2 = 2 : 1.
A razão de dois para um é a forma mais simples da razão de quatro para
dois. E as razões são equivalentes, porque a relação entre cada par de
números é a mesma.

Se tivermos uma razão de 250 para 150, nós podemos simplificá-la pela
divisão de ambos os números por 10 e, então, por 5:
250 : 150
25 : 15
5 : 3.
A razão de cinco para três é a forma mais simples da razão 250 para 150,
e todas as três razões são equivalentes.

As razões podem ser normalmente expressas usando números inteiros.


Assim, uma razão de 1 para 1,5 seria escrita como 10 para 15 e, então,
em sua forma mais simples:
212 1 : 1,5
e todas as três razões são equivalentes.

As razões podem ser normalmente expressas usando números inteiros.


Assim, uma razão de 1 para 1,5 seria escrita como 10 para 15 e, então,
em sua forma mais simples:
1 : 1,5
10 : 15

Matemática
Unidade 7
2 : 3.
1 5 2 5
De modo similar, uma razão de para seria escrita como para ,
4 8 8 8
e, então, como dois para cinco em sua forma mais simples:
1 5
:
4 8
2 5
:
8 8
2 : 5.
É muito importante em uma razão usar as mesmas unidades de medida
para os números. Caso contrário, a razão estará incorreta e a
comparação será equivocada. Não importa qual unidade seja utilizada,
mas é adequado usar o bom senso para escolher a unidade que resulta
nos números mais simples.

Se desejarmos estabelecer a razão de dez minutos para quatro horas,


precisaremos padronizar as unidades de medida, pois minutos são
derivados de horas, mas não são horas.

Então, podemos transformar as horas em minutos e formular a razão


mais simples:
10 min : 4h
10 min : 4 × 60 min
10 min : 240 min
10 : 240
1 : 24

2. Usando
2. Usando Razões
Razões para
para Separar Separar Quantidades
Quantidades
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

As razões podem ser usadas para separar ou dividir quantidades de


dinheiro, pesos e assim por diante.

Como exemplo, tomemos o caso da família Silva. João e Pedro irão

dividir a herança deixada por seus pais na razão de cinco para três ( 5 : 3 ). 213
2. Usando Razões para Separar Quantidades

As razões podem ser usadas para separar ou dividir quantidades de


Anotações
dinheiro, pesos e assim por diante.

Como exemplo, tomemos o caso da família Silva. João e Pedro irão

dividir a herança deixada por seus pais na razão de cinco para três ( 5 : 3 ).

Sabendo-se que o valor total da herança é de R$ 64.000,00, qual é a


parte da herança que ficará para cada um deles?

Para solucionar esse problema, nós primeiro precisamos olhar para os


números envolvidos e ver o total de partes em que a herança será
dividida. A razão é 5 : 3 , o que faz com que o número total de partes

seja oito (5 + 3 = 8).

Veja essas informações na figura abaixo:


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Agora podemos calcular quanto vale cada parte da herança:


R$64.000
1 parte =
8
1 parte = R$8.000.
Assim, João receberá cinco partes, que resulta em
5 × R$8.000 = R$40.000 , e Pedro receberá três partes, resultando em
3 × R$8.000 = R$24.000 .

Nós podemos conferir nossos cálculos com a soma dos dois resultados.
Eles devem resultar no valor total da herança:
R$40.000 + R$24.000 = R$64.000
que é igual ao valor original da herança.

Podemos também conferir o resultado de outra forma. Nós podemos


tomar os dois valores e encontrar sua razão:
214 40.000 : 24.000
40 : 24
que é igual ao valor original da herança.

Podemos também conferir o resultado de outra forma. Nós podemos


tomar os dois valores e encontrar sua razão:
40.000 : 24.000
40 : 24
10 : 6
5 : 3.

Matemática
Unidade 7
3. Usando
3. Usando Razões
Razões para Calcular
para Calcular IngredientesIngredientes
de Misturas de Misturas
Em outro exemplo, podemos considerar o problema da mistura para
concreto. O concreto é feito pela mistura de brita, areia e cimento na

razão 3 : 2 : 1 por volume. Qual é o volume de brita que é necessário


para fazer 12 m3 de concreto?

Vamos proceder como no caso anterior, encontrando uma representação


para o problema:

Em primeiro lugar, vamos considerar quantas partes representam o total.


Nesse caso, temos seis partes no total (3 + 2 + 1 = 6 ). As seis partes em

conjunto fazem 12 m3 de concreto, sendo que uma parte faz 2 m3 de


concreto. Logo, o volume de brita necessário deve ser de 3 × 2m 3 = 6m 3

conforme o cálculo:
3 + 2 + 1 = 6 partes
6 partes = 12m 3
12
1 parte = m 3
6
1 parte = 2m 3
As três partes de brita :
3 partes = 3 × 2m 3
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

3 partes = 6m 3 .
Para conferir o resultado, podemos verificar que a brita representa três
partes de um total de seis partes, que é a metade do total. Assim, a
metade do volume total de concreto se deve à brita. E, como metade de
12 m3 é 6 m3, a resposta está correta.
215
Para conferir o resultado, podemos verificar que a brita representa três
partes de um total de seis partes, que é a metade do total. Assim, a
metade do volume total de concreto se deve à brita. E, como metade de
12 m3 é 6 m3, a resposta está correta. Anotações

Ainda considerando o exemplo da mistura do concreto, suponha que


temos 6 m3 de areia e uma quantidade ilimitada dos outros ingredientes.
Quanto concreto poderíamos fazer, nessas condições?

Neste exemplo, a razão de brita para areia e para o cimento ainda é


3 : 2 : 1 , fazendo com que o total de partes nas quais o concreto é divido
ainda seja de 6 (3 + 2 + 1 = 6 ). Mas, nesse momento, nós conhecemos o

volume de areia e teremos de produzir o volume total de concreto que é


possível.

Duas partes do total representam 6 m3 de areia. Assim, uma parte é de

6 3
m , ou 3 m3. Consequentemente, o total de seis partes de concreto
2
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

representa 6 × 3m 3 = 18m 3 , fazendo 18 m3. Assim, 18 m3 de concreto


podem ser feitos, se tivermos 6 m3 de areia e uma quantidade ilimitada
dos outros ingredientes:
3 + 2 + 1 = 6 partes
2 partes = 6m 3
6
1 parte = m 3
2
1 parte = 3m 3
O volume total de concreto :
6 partes = 6 × 3m 3
6 partes = 18m 3 .
Alternativamente, nós poderíamos abordar essa questão usando frações.
A areia representa duas partes do total de seis, o que é igual a um terço.
Assim, se um terço do total é de 6 m3, então a quantia total de concreto
que poderíamos fazer seria de três vezes seis, totalizando 18 m3. Essa é
uma forma de conferir se a resposta está correta.

216
A areia representa duas partes do total de seis, o que é igual a um terço.
Assim, se um terço do total é de 6 m3, então a quantia total de concreto
que poderíamos fazer seria de três vezes seis, totalizando 18 m3. Essa é
uma forma de conferir se a resposta está correta.

4. Usando
4. Usando Razões
Razões para Cotações
para Calcular Calcular
de Cotações
Câmbio de Câmbio

Matemática
Vamos trabalhar com um exemplo na área de finanças. Se um dólar (1

Unidade 7
US$) vale R$ 2,10 (dois reais e dez centavos), quantos dólares posso
comprar com duzentos reais? Em primeiro lugar, vamos estabelecer a

razão apropriada: temos R$ 2,10 para 1 US$, ou 2,10 : 1 . Agora,

podemos fazer uma combinação com frações, a fim de determinar qual é


a quantidade de dólares que podemos comprar com um real:
R$2,10 : US $1
US $1
R$1,00 =
R$2,10
US $
R$1,00 = 0,476190 ∴ 0,476190 US $ R$
R$
Logo, o valor de 0,476190US $ R$ nos diz que um real pode comprar

0,476190 dólares americanos. Em posse dessa informação, podemos


calcular a quantidade de dólares que podemos comprar com duzentos
reais:
R$200 × 0,476190US $ R$ = US $95,23.

Como a razão do real para o dólar é de 2,10 : 1 , podemos comprar 95,23

dólares americanos com duzentos reais.

5. Usando Razões para Calcular Distâncias entre Pontos

Um mapa foi elaborado na escala 1 : 20.000 . No mapa, a distância entre


dois pontos X e Y é de 8,5 cm.
Qual é a distância real entre os pontos X e Y?

Podemos fazer uma combinação com frações, a fim de determinar qual é


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

a distância real entre os pontos X e Y, lembrando que em um mapa as


unidades de medida utilizadas são as mesmas nos dois termos da razão:
1 : 20.000
8,5 cm é a distância entre os pontos X e Y
Como um centímetro no mapa equivale a 20.000 centímetros, na
217
realidade temos
Podemos fazer uma combinação com frações, a fim de determinar qual é
a distância real entre os pontos X e Y, lembrando que em um mapa as
unidades de medida utilizadas são as mesmas nos dois termos da razão:
1 : 20.000 Anotações

8,5 cm é a distância entre os pontos X e Y


Como um centímetro no mapa equivale a 20.000 centímetros, na
realidade temos
8,5 × 20.000 = 170.000
Logo, a distância entre os pontos X e Y é de 170.000 cm. Podemos
apresentar esse resultado em outras unidades de medida, como:

Metros :
1m = 100cm
170.000
= 1.700m
100
Quilômetros :
1km = 100.000cm
170.000
= 1,7 km
100.000

Conclusão
CONCLUSÃO

Na vida diária, estamos sempre fazendo comparações, relacionando


números. Em linguagem matemática, essas comparações são expressas
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

por um quociente chamado razão. O uso da razão permitirá resolver


muitos problemas na vida diária, especialmente aqueles que ocorrem na
vida profissional.

1) Expresse as seguintes razões em sua forma mais simples:


a) Dois para dez
b) 80 para 20

1
c) para 1
3
d) 10 minutos para quatro horas
2) Em uma classe existem 15 meninas e 12 meninos. Qual é a razão de
meninas para meninos?
3) Saulo fez um desenho, em escala, de sua sala de estar. Ele usou a

218 escala de 1 : 100. Ele mediu o comprimento da sala de estar como

sendo de 13,7 m. Qual é o tamanho da sala de estar na escala do


por um quociente chamado razão. O uso da razão permitirá resolver
muitos problemas na vida diária, especialmente aqueles que ocorrem na
vida profissional.

Exercícios de Fixação

Matemática
Unidade 7
1) Expresse as seguintes razões em sua forma mais simples:
a) Dois para dez
b) 80 para 20

1
c) para 1
3
d) 10 minutos para quatro horas
2) Em uma classe existem 15 meninas e 12 meninos. Qual é a razão de
meninas para meninos?
3) Saulo fez um desenho, em escala, de sua sala de estar. Ele usou a
escala de 1 : 100. Ele mediu o comprimento da sala de estar como

sendo de 13,7 m. Qual é o tamanho da sala de estar na escala do


desenho (em cm)?
4) A razão de meninos para meninas em um clube de jovens é de 4 : 5.

Há 28 meninos no clube. Quantas meninas há no clube?


5) Paula tem 12 anos e sua irmã Elizabete tem 3 anos de idade. Seu
avô lhes deu R$ 150,00, que deve ser dividido entre as duas na razão
de suas idades. Quanto cada uma irá receber do avô?

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

219
APRESENTAÇÃO

Nesta unidade, vamos estudar proporções, grandezas e regra de três.


Proporções, grandezas e
Esses três assuntos são desdobramentos lógicos de frações e razões,
regra de três
operações muito voltadas às comparações numéricas.

UNIDADE
Os objetivos desta unidade são:
• Calcular a proporção de duas ou mais quantidades similares,

Matemática
Unidade 8
aplicando a propriedade fundamental das proporções;
OBJETIVOS
• Calcular a proporção de grandezas diretamente proporcionais;
• Calcular a proporção de grandezas inversamente proporcionais;
Os objetivos desta unidade são:
• Aplicar a regra de três para resolver problemas práticos
• Calcular a proporção de duas ou mais quantidades similares,
aplicando a propriedade fundamental das proporções;
Calcularvamos
• unidade,
Nesta a proporção
estudarde grandezas grandezas
proporções, diretamente proporcionais;
e regra de três. Es-
ses três
• assuntos
Calcular asão desdobramentos
proporção lógicos
de grandezas de frações eproporcionais;
inversamente razões, opera-
ções•muito voltadas
Aplicar às comparações
a regra numéricas.
de três para resolver problemas práticos.

Introdução
INTRODUÇÃO

Proporção é o nome dado às expressões matemáticas que definem que


duas razões são iguais. As proporções podem ser escritas de duas
formas. A primeira forma está associada às frações:

a c
=
b d
A segunda forma está associada às razões:
a : b = c : d.
Quando duas razões são iguais, o produto cruzado das razões é igual:

a c
= ∴a × d = b × c
b d
3 21
Consideremos o exemplo = :
5 35
3 21
=
5 35
3 × 35 = 5 × 21
105 = 105
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

DESENVOLVIMENTO

1. Propriedade Fundamental das Proporções

O exemplo anterior apresentou a propriedade fundamental das 221


proporções, de que, em toda proporção, o produto dos extremos é igual
3 21
=
5 35
3 × 35 = 5 × 21
105 = 105 Anotações

DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento

1. Propriedade Fundamental das Proporções


1. Propriedade Fundamental das Proporções

O exemplo anterior apresentou a propriedade fundamental das


proporções, de que, em toda proporção, o produto dos extremos é igual
ao produto dos meios:

a c
= ∴a × d = b × c .
b d
Em uma proporção, os termos a e d são considerados os extremos e os
termos b e c são considerados os meios.

2 9
Outro exemplo dessa propriedade é a equivalência = :
4 18
2 9
=
4 18
2 : 4 = 9 : 18
2 × 18 = 4 × 9
36 = 36
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

2. Cálculo
2. Cálculos comcom Proporções
Proporções

As proporções nos auxiliam a encontrar valores desconhecidos, em


função das equivalências.

Consideremos o exemplo de uma fábrica. Nessa fábrica, a razão do

número de operários para o número de supervisores é de 16 : 2. Essa

razão indica que para cada 16 operários existem dois supervisores. E, se o


número total de operários e supervisores for 180, quantos supervisores
trabalham nessa fábrica?
Nesse caso, a razão pode considerar a soma de operários e supervisores
para supervisores, que é nossa incógnita (x):
Razão :
18 : 2
Proporção :
222 18
2
Nesse caso, a razão pode considerar a soma de operários e supervisores
para supervisores, que é nossa incógnita (x):
Razão :
18 : 2
Proporção :
18

Matemática
Unidade 8
2
Equivalência de proporções :
18 180
=
2 x
Produto cruzado dos extremos e meios :
18 × x = 2 × 180
18 x = 360
18 x = 360
÷ 18 18
x = 20
A resposta é que trabalham nessa fábrica 20 supervisores. Para conferir o
resultado, basta verificar a propriedade fundamental da
proporcionalidade:

Razão :
16 : 2
Total de funcionários = 180
Total de supervisores = 20
Total de operários = 160
16 160
=
2 20
16 × 20 = 2 × 160
320 = 320

3.3. Propriedade Fundamental


Propriedade Fundamental da Divisão da Divisão Proporcional
Proporcional

Uma propriedade fundamental para série de razões iguais, ou


proporções múltiplas, é a seguinte: “em uma série de razões iguais, a
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

soma dos numeradores está para a soma dos denominadores, assim

como qualquer numerador está para o seu respectivo denominador”,


como no exemplo:

6 10 12 8
= = = 223
3 5 6 4
como qualquer numerador está para o seu respectivo denominador”,
como no exemplo: Anotações

6 10 12 8
= = =
3 5 6 4
6 + 10 + 12 + 8 36
= =2
3+5+6+ 4 18
6 10 12 8
= = = =2
3 5 6 4

4. Grandezas
4. Grandezas

As grandezas são unidades de medida de quantidades, como por


exemplo o comprimento, largura, área, peso e assim por diante. As
grandezas podem ser escalares e vetoriais.

As grandezas escalares são aquelas que necessitam de apenas uma


unidade de medida, como, por exemplo, o peso de algum produto.

Já as grandezas vetoriais necessitam de três elementos para serem


caracterizadas: intensidade, direção e sentido. Como exemplo, tem-se a
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

velocidade, que combina duas unidades de medida (Km/h), mas que é


influenciada por questões como aceleração e direção.
Se as grandezas são da mesma espécie (comprimento, largura ou área),
suas medidas devem ser expressas na mesma unidade e, nesse caso, a
razão é um número puro.

Grandezas da mesma espécie


Caso tenhamos de determinar a razão entre as áreas das superfícies das
quadras de vôlei e basquete, sabendo que a quadra de vôlei possui uma
área de 180 m2 e a de basquete possui uma área de 240 m2, podemos
escrever a proporção como:
180m 2 3
=
240m 2 4
Grandezas de espécies distintas
Se as grandezas não são da mesma espécie (quilômetros percorridos e o

224
tempo transcorrido), a proporção é um número cuja unidade depende
das unidades das grandezas a partir das quais se determina a razão.
180m 2 3
=
240m 2 4
Grandezas de espécies distintas
Se as grandezas não são da mesma espécie (quilômetros percorridos e o

Matemática
Unidade 8
tempo transcorrido), a proporção é um número cuja unidade depende
das unidades das grandezas a partir das quais se determina a razão.

Para trafegarmos da cidade A para a cidade B, percorremos 240 km. Se


fizermos esse percurso em três horas, a proporção entre a distância
percorrida (espaço – E) e o tempo (T) gasto em percorrê-la é igual à
divisão entre as unidades de medida das duas grandezas, que resulta na
velocidade (V)

E
V=
T
240km
V= = 80 km h
3h

5.Grandezas
5. Grandezas Proporcionais
Proporcionais

A proporcionalidade entre grandezas pode ser direta ou inversa.

Grandezas Diretamente Proporcionais


Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, aumentando ou
diminuindo uma delas numa determinada razão, a outra aumenta ou
diminui nessa mesma razão. Duas grandezas diretamente proporcionais
podem ser representadas segundo o seguinte esquema:

x↑ y↑ ou x↓ y↓
Um exemplo de grandezas diretamente proporcionais – Quantidades e
Custos –. Se você for ao supermercado comprar caixas de fósforos
avulsas, tem-se as seguintes relações entre as grandezas “quantidades” e
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

“custos”:

Quantidade de caixas de fósforos (x ) 1 2 3 4 5 6


Custo das caixas de fósforos - R$ (y ) 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Como o custo aumenta quando aumenta a quantidade, temos que as


duas grandezas são diretamente proporcionais, pois elas variam sempre 225
Quantidade de caixas de fósforos (x ) 1 2 3 4 5 6
Custo das caixas de fósforos - R$ (y ) 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 Anotações

Como o custo aumenta quando aumenta a quantidade, temos que as


duas grandezas são diretamente proporcionais, pois elas variam sempre
na mesma proporção: se uma das grandezas duplica, a outra também
duplica, e assim sucessivamente. Se dividirmos cada relação de y por x,
podemos observar que o quociente não se altera, o que comprova que
as proporções são todas equivalentes:

x (caixas) 1 2 3 4 5 6
y (custos) 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
Razões ( y : x ) 0,50:1 1,00:2 1,50:3 2,00:4 2,50:5 3,00:6
Quocientes ( y / x ) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Como o quociente (y/x) não se altera, ele é uma constante. Logo, 0,5 (y/x)
é a constante de proporcionalidade direta, que também pode ser
expressa pela letra k, sendo que:

y
k=
x
Outra forma de se definir que a grandeza é diretamente proporcional, é
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

por meio da representação gráfica. Duas grandezas são diretamente


proporcionais, quando obtemos uma linha reta que passa pela origem:
3,50

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0 1 2 3 4 5 6 7

x (caixas) 1 2 3 4 5 6
y (custos) 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Outro exemplo de grandezas diretamente proporcionais é o cliente que,


no supermercado, comprou 12 garrafas de guaraná por R$ 1,25 cada

uma. Qual seria o valor total da compra, se o cliente tivesse comprado 15


garrafas de guaraná?

O cliente que comprou 12 garrafas teria pagado um valor total de R$


226
15,00 (1,25 × 12) . No caso da compra de 15 garrafas, e utilizando
uma. Qual seria o valor total da compra, se o cliente tivesse comprado 15
garrafas de guaraná?

O cliente que comprou 12 garrafas teria pagado um valor total de R$

15,00 (1,25 × 12) . No caso da compra de 15 garrafas, e utilizando

Matemática
Unidade 8
proporções, temos:

12 15
=
1,25 × 12 x
12 15
=
15 x
15 × 15 225
x= = = 18,75
12 12
Assim, o cliente teria pagado R$ 18,75 se tivesse comprado 15 garrafas
de guaraná.

Grandezas Inversamente Proporcionais


Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando
(ou diminuindo) uma delas numa determinada razão, a outra diminui (ou
aumenta) nessa mesma razão. Duas grandezas inversamente
proporcionais podem ser representadas segundo o seguinte esquema:

x↑ y↓ ou x↓ y↑
Um exemplo de grandezas inversamente proporcionais – velocidade e
tempo. Considere que a velocidade (V) de 120 km/h permite que um
veículo trafegue por 120 km (E) em uma hora (T). Digamos que essa

E
proporção   tenha o seguinte comportamento:
T 
x (V ) 120 60 40 30 20 10
y (T ) 1 2 3 4 6 12

Como o tempo aumenta quando a velocidade diminui, temos que as


duas grandezas são inversamente proporcionais, pois elas variam sempre
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

na forma inversa. Podemos comprovar essa situação, verificando o


produto entre as grandezas. Se multiplicarmos cada relação de y por x,
podemos observar que o produto não se altera:

x (V ) 120 60 40 30 20 10
y (T ) 1 2 3 4 6 12
227
Razões ( y : x ) 1:120 2:60 3:40 4:30 6:20 12:10
Anotações
produto entre as grandezas. Se multiplicarmos cada relação de y por x,
podemos observar que o produto não se altera:

x (V ) 120 60 40 30 20 10
y (T ) 1 2 3 4 6 12
Razões ( y : x ) 1:120 2:60 3:40 4:30 6:20 12:10
Produtos ( y * x ) 120,00 120,00 120,00 120,00 120,00 120,00

Como esse produto ( y × x ) não se altera, ele é uma constante. Logo, 120

km/h é a constante de proporcionalidade inversa, que também pode ser


expressa pela letra k, sendo que:

k = y× x
Outra forma de se definir que a grandeza é inversamente proporcional, é
por meio da representação gráfica. Duas grandezas são inversamente
proporcionais quando obtemos uma curva chamada hipérbole:
14

12

10

2
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

0
0 20 40 60 80 100 120 140

x (V ) 120 60 40 30 20 10
y (T ) 1 2 3 4 6 12

6. Regra
6. Regra de Três
de Três SimplesSimples

A regra de três é um desdobramento lógico dos assuntos vistos


anteriormente, pois as representações de razão, grandeza e proporção
possibilitam que encontremos o valor de um elemento desconhecido,
dados os valores dos demais elementos. A regra de três é simples
quando envolve somente duas grandezas.

Regra de Três Simples – grandezas diretamente proporcionais


Considere que um banho de chuveiro de 12 minutos representa um
gasto de 0,45 kW/h. Caso a pessoa demore um pouco mais no banho,
digamos 20 minutos, qual foi seu consumo energético?

228
Na resolução desse tipo de situação, precisamos inicialmente saber se as
Considere que um banho de chuveiro de 12 minutos representa um
gasto de 0,45 kW/h. Caso a pessoa demore um pouco mais no banho,
digamos 20 minutos, qual foi seu consumo energético?

Na resolução desse tipo de situação, precisamos inicialmente saber se as


grandezas envolvidas são direta ou inversamente proporcionais. O

Matemática
Unidade 8
consumo de 0,45 kW/h (W) é obtido através do produto da potência (P)
do eletrodoméstico considerado e do tempo de utilização (T), sendo que
quanto maior o tempo de utilização, maior será o consumo do
eletrodoméstico:
W = P ×T
↑T ↑W
Como as grandezas são diretamente proporcionais, a representação do
problema assume a forma:

↑T ↑W
12 0,45
20 x
Agora, podemos resolver o problema por meio da propriedade
fundamental das proporções:

12 0,45
=
20 x
x × 12 = 20 × 0,45
12 x = 9
12 x = 9
÷ 12 12
9 3
x= = = 0,75
12 4
Caso o pessoa demore mais no banho, nesse caso 20 minutos, ela irá
gastar 0,75 kW/h. Para comprovar, basta dividir ambas as razões e
encontrar o quociente constante:

12 : 0,45
20 : 0,75
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

12 20
= = 20,66
0,45 0,75

Regra de Três Simples – grandezas inversamente proporcionais

229
Um ciclista faz o percurso entre duas cidades em duas horas, pedalando
12 : 0,45
20 : 0,75
12 20
= = 20,66
0,45 0,75 Anotações

Regra de Três Simples – grandezas inversamente proporcionais

Um ciclista faz o percurso entre duas cidades em duas horas, pedalando


a 60 km/h. Se ele pedalar a 80 km/h, qual é o tempo estimado para
percorrer o mesmo trajeto?

A velocidade (V) é obtida através da divisão entre o espaço percorrido (E)


e o tempo de deslocamento (T), sendo que quanto maior a velocidade,
menor será o tempo de deslocamento:

E
V=
T
↑V ↓T
Como as grandezas são inversamente proporcionais, a representação do
problema assume a forma:

↑V ↓T
60 2
80 x
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

No caso das grandezas inversamente proporcionais, é necessário inverter


a razão:

↓V ↓T
80 2
60 x
Agora, podemos resolver o problema por meio da propriedade
fundamental das proporções:
80 2
=
60 x
80 × x = 60 × 2
80 x = 120
80 x = 120
÷ 80 80
120 12
x= = = 1,50
80 8
Caso o ciclista aumente sua velocidade para 80 km/h, ele vencerá o
230 percurso entre as duas cidades em uma hora e meia. Para comprovar,
80 2
=
60 x

Matemática
Unidade 8
80 × x = 60 × 2
80 x = 120
80 x = 120
÷ 80 80
120 12
x= = = 1,50
80 8
Caso o ciclista aumente sua velocidade para 80 km/h, ele vencerá o
percurso entre as duas cidades em uma hora e meia. Para comprovar,
basta multiplicar as duas razões e encontrar o produto constante:

60 : 2
80 : 1,5
60 × 2 = 80 ×1,5 = 120

7. Regra de Três Composta


7. Regra de Três Composta

A lógica da regra de três simples é seguida no caso composto, que


envolve mais de duas grandezas.

Dez costureiras trabalham durante três horas e produzem 210 peças de


roupas. Quantas horas 25 costureiras precisarão para produzir 350 peças
de roupas?

A lógica para a resolução da regra de três composta também tem início


com a definição da relação entre as grandezas, que nesse caso são −
(C), número de peças produzidas (P)
número de costureiras (C) (P) e tempo de
trabalho (T)
(T) −:

C P T
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

10 210 3
25 350 x

231
Anotações

As grandezas T e C são inversamente proporcionais, pois se


aumentarmos o número de costureiras, diminuiremos o tempo para
produzir peças. Já as grandezas T e P são diretamente proporcionais,
pois se aumentarmos o número de peças a serem produzidas, também
aumentaremos o tempo de produção necessário:

↑C ↓ P ↓T
10 210 3
25 350 x

Como a grandeza C tem orientação oposta, resolvemos da seguinte


forma:

↑C ↓ P ↓T
10 210 3
25 350 x
25 210 3
× =
10 350 x
25 × 210 3
=
10 × 350 x
5.250 3
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

=
3.500 x
5.250 × x = 3.500 × 3
5.250 x = 10.500
5.250 x = 10.500
÷ 5.250 5.250
x=2
As 25 costureiras produzirão 350 peças em duas horas de trabalho.

Conclusão
CONCLUSÃO

O uso das razões, proporções e grandezas nos permite realizar um


grande número de cálculos, especialmente envolvendo a regra de três.
Esses cálculos poderão nos ajudar a resolver muitos problemas do
cotidiano, capacitando-nos a atuar de forma mais efetiva, especialmente
no ambiente de trabalho.

232
Exercícios de Fixação

Matemática
Unidade 8
1) Resolva os seguintes problemas através da técnica de regra de três:
a) Uma torneira, em determinada vazão, enche uma caixa d’água
em seis horas. Se forem utilizadas três torneiras na mesma vazão
do primeiro caso, qual o tempo necessário para encher a mesma
caixa d’água?
b) João precisa empilhar certa quantidade de caixas em forma de
cubo. Se João fizer a pilha com quatro caixas na base, irá
empilhar seis fileiras de caixas, uma sobre a outra. Se João fizer a
base com três caixas, quantas fileiras ele irá precisar?
c) Um produtor rural tem uma produção anual de 18 toneladas de
carne suína. Em um bimestre, esse produtor rural irá produzir
quantas toneladas de carne suína?
d) Uma locomotiva de alta velocidade transporta 720 pessoas em
seus quatro vagões. A fim de transportar 1.260 pessoas, quantos
vagões precisarão ser incorporados à locomotiva?
e) Uma família com duas pessoas consome 12 kg de carne a cada
30 dias. Se mais uma pessoa com os mesmos hábitos de
consumo se juntar a essa família, quantos kg de carne serão
consumidos em uma semana?
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

233
APRESENTAÇÃO

Nesta unidade, vamos estudar as porcentagens. As porcentagens são


muito utilizadas diariamente, nas mais diversas atividades. A todo instante

Porcentagem
nos deparamos com informações em porcentagens, como por exemplo:

UNIDADE
“os produtos foram sobretaxados em 10 %”, “os trabalhadores ganharam
Os objetivos desta unidade são:

9
um aumento de 5 %frações
em seus salários”,em
“65porcentagens;
% das crianças estão com

Matemática
Unidade 9
• Converter e decimais
• Converter
sobrepeso”, porcentagens
“a loja X está liquidandoem frações
seus e decimais;
estoques com desconto de 40
• Resolver problemas com o método unitário em porcentagem;
%”. • Encontrar a porcentagem de uma quantidade.

OBJETIVOS
Nesta unidade, vamos estudar as porcentagens. As porcentagens são
Os objetivos desta unidade são:
muito utilizadas diariamente, nas mais diversas atividades. A todo instante
Converter
nos •deparamos frações
com e decimais
informações emem porcentagens;
porcentagens, como por exemplo:
• Converter
“os produtos foramporcentagens
sobretaxadosem
emfrações
10 %”, e“os
decimais;
trabalhadores ganharam
um aumento de 5problemas
• Resolver % em seus salários”,
com o método“65 % das crianças
unitário estão com so-
em porcentagem;
brepeso”, “a loja X aestá
• Encontrar liquidando de
porcentagem seus estoques
uma com desconto de 40 %”.
quantidade.

Introdução
INTRODUÇÃO

Nós usamos as porcentagens para comparar uma quantidade com o


todo, o qual vale 100 %. O símbolo % representa a expressão por cento,
sendo que o termo por cento significa em cada cem.

Se um objeto é dividido em uma centena de partes, então cada uma das


partes é chamada de um por cento (1 %). Então:

Assim, uma porcentagem é uma fração que tem o denominador 100.


Em geral:
x
= x%
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

100

DESENVOLVIMENTO

1. Conversão de Frações e Decimais em Porcentagens 235


x
= x%
x
100 = x% Anotações
100

DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO

1. Conversão
1. Conversão de Frações
de Frações e DecimaisDecimais em Porcentagens
em Porcentagens
1. Conversão de Frações e Decimais em Porcentagens
Todas as frações e decimais podem ser convertidas em porcentagens.
Todas as frações e decimais podem ser convertidas em porcentagens.
Nós podemos fazer isso de duas formas:
Nós podemos fazer isso de duas formas:
• Escrevendo a fração ou decimal como uma fração com
• Escrevendo a fração ou decimal como uma fração com
denominador 100, ou
denominador 100, ou
100
• Multiplicando por 100 %, que é exatamente ou 1.
100
• Multiplicando por 100 %, que é exatamente ou 1.
100
Converter cada uma das seguintes frações em porcentagem:
Converter cada uma das seguintes frações em porcentagem:
9
a)
9
20
a)
20
9 9×5 45 9
= = = 45% ou = 0,45 × 100% = 45%
9 9 × 5 45
20 = 20 × 5 = 100 = 45% ou 9
20 = 0,45 × 100% = 45%
20 20 × 5 100 20
b) 3
b) 3
3 3 × 100 300 3
3= = = = 300% ou = 3 × 100% = 300%
3 3 300 13 = 3 × 100% = 300%
3 = 1 = 1× 100 = 100 = 300% ou
1 1× 100 100 1
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

2. Conversão de Porcentagens em Frações


2. Conversão de Porcentagens em Frações e Decimais
e Conversão
2. Decimais de Porcentagens em Frações e Decimais
Uma porcentagem pode ser convertida em uma fração, ao escrever a
Uma porcentagem pode ser convertida em uma fração, ao escrever a
porcentagem com um denominador de 100.
porcentagem com um denominador de 100.
Exemplo: Converter cada uma das seguintes porcentagens em frações:
Exemplo: Converter cada uma das seguintes porcentagens em frações:
a) 115%
a) 115%
115 b) 12,5%
115% =
115
115% = 100 12,5% =
12,5
100
115 ÷ 5 100
115% =
115 ÷ 5
115% = 100 12,5% =
12,5 ÷ 1
100
23 ÷ 5 100 ÷ 8
115% =
23
115% = 20 12,5% =
1
20 8

Uma porcentagem pode ser convertida em decimais, ao mudar o ponto


decimal duas casas à esquerda, que é o equivalente a dividir um número

236 por 100 %.


Exemplo: Converter cada uma das seguintes porcentagens em decimais:
12,5% = 12,5
12,5% = 100
100
12,5 ÷ 1
12,5% = 12,5 ÷ 1
12,5% = 100 ÷ 8
100 ÷ 8
1
12,5% = 1
12,5% = 8
8

Uma porcentagem pode ser convertida em decimais, ao mudar o ponto


Uma porcentagem pode ser convertida em decimais, ao mudar o ponto
decimal duas casas à esquerda, que é o equivalente a dividir um número
decimal duas casas à esquerda, que é o equivalente a dividir um número

Matemática
Unidade 9
por 100 %.
por 100 %.
Exemplo: Converter cada uma das seguintes porcentagens em decimais:
Exemplo: Converter cada uma das seguintes porcentagens em decimais:
a) 88 %
a) 88 %
88% = 088,%
88% = 088,%
88% = 0,88
88% = 0,88
b) 116 %
b) 116 %
116% = 116,%
116% = 116,%
116% = 1,16
116% = 1,16
3. Relação de uma Quantidade como Porcentagem
3.
deRelação
outrade uma Quantidade como Porcentagem de outra Quantidade
3. Relação deQuantidade
uma Quantidade como Porcentagem de outra Quantidade
Nós podemos comparar quantidades usando porcentagens. Para
Nós podemos comparar quantidades usando porcentagens. Para
encontrar uma quantidade como uma porcentagem de outra quantidade,
encontrar uma quantidade como uma porcentagem de outra quantidade,
nós escrevemos a primeira como uma fração da segunda e depois
nós escrevemos a primeira como uma fração da segunda e depois
multiplicamos por 100 %.
multiplicamos por 100 %.

Exemplo: Expressar como porcentagens as seguintes relações:


Exemplo: Expressar como porcentagens as seguintes relações:
1) Alfredo correu 10 km do percurso total de 50 km.
1) Alfredo correu 10 km do percurso total de 50 km.
10
= 10 × 100%
= 50 × 100%
50
10 × 1/ 0/ 0/ %
= 10 × 1/ 0/ 0/ % = 20%
= 5/ 0/ = 20%
5/ 0/
R.: Alfredo correu 20 % do percurso total de 50 km.
R.: Alfredo correu 20 % do percurso total de 50 km.

2) Alcides passou cinco meses dos últimos dois anos viajando a


trabalho.
5
= × 100%
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

24
= 20,8%
R.: Alcides passou 20,8 % dos últimos dois anos viajando a
trabalho.

237
4. O Método Unitário em Porcentagem
= 5 × 100%
= 24 × 100%
24,8%
= 20
= 20,8%
R.: Alcides passou 20,8 % dos últimos dois anos viajando a
R.: Alcides passou 20,8 % dos últimos dois anos viajando a
trabalho. Anotações
trabalho.

4. O Método Unitário em Porcentagem


4. O Método Unitário em Porcentagem
4. O Método Unitário em Porcentagem
Em algumas ocasiões, nós conhecemos uma determinada porcentagem
Em algumas ocasiões, nós conhecemos uma determinada porcentagem
de uma quantia total.
de uma quantia total.
Exemplo: Carlos sabe que 16 % de seu salário é deduzido em impostos.
Exemplo: Carlos sabe que 16 % de seu salário é deduzido em impostos.
Seu contracheque mostra que R$ 120,00 é debitado do salário como
Seu contracheque mostra que R$ 120,00 é debitado do salário como
impostos. Caso Carlos queira saber qual foi seu salário bruto, isto é, antes
impostos. Caso Carlos queira saber qual foi seu salário bruto, isto é, antes
dos impostos, como ele pode fazer o cálculo?
dos impostos, como ele pode fazer o cálculo?
O método unitário pode ser usado para resolver esse tipo de problema,
O método unitário pode ser usado para resolver esse tipo de problema,
da seguinte forma:
da seguinte forma:
1) Encontrar 100 % de uma quantidade total de dinheiro
1) Encontrar 100 % de uma quantidade total de dinheiro
(montante), se 16 % correspondem a R$ 120,00;
(montante), se 16 % correspondem a R$ 120,00;
2) 16 % do montante equivalem a R$ 120,00;
2) 16 % do montante equivalem a R$ 120,00;
120,00
3) 1 % do montante equivale a 120,00 = R$7,50 ;
3) 1 % do montante equivale a 16 = R$7,50 ;
16
4) 100 % do montante equivalem a R$7,50 × 100 ;
4) 100 % do montante equivalem a R$7,50 × 100 ;
5) O montante (quantidade total de dinheiro) é de R$ 750,00.
5) O montante (quantidade total de dinheiro) é de R$ 750,00.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

5. Como Encontrar uma Porcentagem de Uma


5. Como Encontrar uma Porcentagem de Uma Quantidade
Quantidade
5. Como Encontrar uma Porcentagem de Uma Quantidade
Para encontrar uma porcentagem de uma quantidade, deve-se converter
Para encontrar uma porcentagem de uma quantidade, deve-se converter
a porcentagem em uma fração ou em uma decimal, e então multiplicar.
a porcentagem em uma fração ou em uma decimal, e então multiplicar.
Exemplo: Encontre as seguintes quantidades a partir das porcentagens:
Exemplo: Encontre as seguintes quantidades a partir das porcentagens:
a) 15 % de 400 kg;
a) 15 % de 400 kg;

= 0,15 × 400kg
= 60kg

b) 4,5 % de R$ 210,00.
= 0,045 × R$210,00
= R$9,45

6. Aplicação das Porcentagens a Lucros, Prejuízos e Descontos

Todos os dias nos deparamos com problemas referentes a dinheiro.

238 Muitas dessas situações envolvem porcentagens. Por exemplo, nós


utilizamos as porcentagens para descrever lucros, prejuízos e descontos.
= 0,15 × 400kg
= 60kg

b) 4,5 % de R$ 210,00.
= 0,045 × R$210,00
= R$9,45

6. Aplicação das Porcentagens a Lucros, Prejuízos


e6.Descontos
Aplicação das Porcentagens a Lucros, Prejuízos e Descontos

Matemática
Unidade 9
Todos os dias nos deparamos com problemas referentes a dinheiro.
Muitas dessas situações envolvem porcentagens. Por exemplo, nós
utilizamos as porcentagens para descrever lucros, prejuízos e descontos.

Lucro e Prejuízo
Lucro ou prejuízo é a diferença entre o preço de venda e o custo de um
produto ou serviço:
Lucro ou Prejuízo = Preço de Venda − Custo
O lucro ocorre quando o preço de venda for maior do que o custo,
enquanto que o prejuízo ocorre quando o preço de venda for menor do
que o custo.
Exemplo: O comerciante compra uma TV por R$ 450,00 e deseja obter
30 % de lucro sobre esse valor. Encontrar o lucro e o preço de venda.
a) Lucro = 30 % sobre o custo
30
Lucro = × R$450,00
100
Lucro = R$135,00
b) Preço de venda da TV
Preço de Venda = Custo + Lucro
Preço de Venda = R$450,00 + R$135,00
Preço de Venda = R$585,00
O comerciante costuma expressar seu lucro ou prejuízo como uma
porcentagem de seu custo.
Exemplo: Uma bicicleta custa R$ 240,00 e é vendida por R$ 290,00.
Calcular o lucro como uma porcentagem do custo da bicicleta.
a) Lucro da bicicleta:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Lucro = Preço de Venda − Custo


Lucro = R$290,00 − R$240,00
Lucro = R$50,00
b) Lucro como uma porcentagem do custo:
Lucro
% Lucro = × 100% 239
Custo
R$50,00
a) Lucro da bicicleta:
Lucro = Preço de Venda − Custo
Lucro = R$290,00 − R$240,00 Anotações
Lucro = R$50,00
b) Lucro como uma porcentagem do custo:
Lucro
% Lucro = × 100%
Custo
R$50,00
% Lucro = × 100%
R$240,00
% Lucro = 20,8%

Desconto
O desconto é uma redução no preço de mercado de um bem ou serviço.
Quando as lojas anunciam uma queima de estoques, elas oferecem um
desconto no preço de mercado de muitos produtos. Os descontos são
frequentemente dados às pessoas para encorajá-las a comprar seus bens
ou serviços.
Exemplo: Uma loja oferece um desconto de 15 % sobre o preço de
mercado de uma blusa, que é vendida por R$ 49,00. Encontrar o
desconto e o preço de venda.
a) Desconto:
Desconto = 0,15 × R$49,00
Desconto = R$7,35
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

b) Preço de venda:
Preço de Venda = Preço de Mercado − Desconto
Preço de Venda = R$49,00 − R$7,35
Preço de Venda = R$41,65
Exemplo: Alberto comprou um par de calçados que eram negociados por
R$ 90,00, mas pagou somente R$ 76,50. Qual foi a porcentagem de
desconto recebida por Alberto?
a) Desconto:
Desconto = R$90,00 − R$76,50
Desconto = R$13,50
Desconto
% Desconto = × 100%
Preço de Mercado
R$13,50
% Desconto = × 100%
R$90,00
% Desconto = 15%
R.: Alberto recebeu um desconto de 15 %.
240
Desconto
% Desconto = × 100%
Preço de Mercado
R$13,50
% Desconto = × 100%
R$90,00
% Desconto = 15%
R.: Alberto recebeu um desconto de 15 %.

7. Mudança Percentual Usando o Método do


7. Mudança Percentual Usando o Método do Multiplicador
Multiplicador

Matemática
Unidade 9
Uma forma de se trabalhar com a mudança nas porcentagens é por meio
do método do multiplicador. Algumas situações hipotéticas ilustram isso:
• Se nós aumentarmos uma quantidade em 30 %, nós teremos

100% + 30% = 130% da quantidade. Assim, para aumentar uma


130
quantidade em 30 %, nós multiplicamos por ou 1,3. O
100
número 1,3 é o multiplicador.
• Se nós diminuirmos uma quantidade em 30 %, nós termos

100% − 30% = 70% da quantidade. Assim, para diminuir uma


70
quantidade em 30 %, nós multiplicamos por ou 0,7. O
100
número 0,7 é o multiplicador.
Exemplo: Qual multiplicador corresponde a:
a) um aumento de 50%?
100% + 50% = 150%
100% + 50% 150
Multiplicador = = = 1,5
100% 100
b) uma redução de 12 %?
100% − 12% = 88%
100% − 12% 88
Multiplicador = = = 0,88
100% 100
Exemplo: Calcule os seguintes valores obtidos após o acréscimo ou
decréscimo dado:
a) um aumento de 20 % sobre uma quantia de R$ 300,00
100% + 20% = 120%
100% + 20% 120
Multiplicador = = = 1,2 ;
100% 100
Nova quantia = 1,2 × R$300,00 = R$360,00
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

b) uma redução de 20 % sobre uma quantia de R$ 300,00


100% − 20% = 80%
100% − 80% 80
Multiplicador = = = 0,8 .
100% 100
Nova quantia = 0,8 × R$300,00 = R$240,00
241
O método do multiplicador pode ser usado para encontrar um
100% Nova 100quantia = 1,2 × R$300,00 = R$360,00
quantia = 1,2 × R$300,00 = R$360,00
b) uma redução de 20 % sobre uma quantia de R$ 300,00
dução de 20 % sobre uma quantia de R$ 300,00
100% − 20% = 80%
− 20% = 80% 100% − 80% 80
Multiplicador = = = 0,8 . Anotações
100% − 80% 80 100% 100
licador = = = 0,8 .
100% Nova 100quantia = 0,8 × R$300,00 = R$240,00
uantia = 0,8 × R$300,00 = R$240,00
O método do multiplicador pode ser usado para encontrar um
o multiplicador pode ser usado para encontrar um
percentual de aumento ou decréscimo, dadas as quantidades nova e
aumento ou decréscimo, dadas as quantidades nova e
original. Nós podemos fazê-lo expressando a nova quantidade como
odemos fazê-lo expressando a nova quantidade como
uma fração da quantidade original e então convertendo o resultado para
quantidade original e então convertendo o resultado para
uma porcentagem.
em.
quantidade nova
multiplicador =
quantidade nova quantidade original
multiplicador =
quantidade original
Exemplo: Encontre o aumento percentual de seu salário, que passou de
ntre o aumento percentual de seu salário, que passou de
R$ 1.600,00 a R$ 1.800,00:
$ 1.800,00:
R$1.800,00
multiplicador =
R$1.800,00 R$1.600,00
ador =
R$1.600,00 multiplicador = 1,125 {o multiplicador é 1,125}
ador = 1,125 {o multiplica
multiplicador =dor × 100}% {decimal para porcentagem}
é 1,125
1,125
{decimaldor
ador = 1,125 × 100% multiplica para 12,5% m} {100% + 12,5%}
= 1porcentage
ador = 112,5% {100% +percentual
acréscimo 12,5%} (∆% ) = 112,5% − 100%
o percentual (∆% ) = 1acréscimo
12,5% − 100 %
percentual (∆% ) = 12,5%
o percentual (∆% ) = 12,5%
Exemplo: Marcelo tinha 80 kg e, após um regime severo, chegou aos 72
elo tinha 80 kg e, após um regime severo, chegou aos 72
kg. Qual foi o percentual de perda de peso que Marcelo obteve?
ercentual de perda de peso que Marcelo obteve?
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

72
multiplicador =
72 80
=
80 multiplicador = 0,9 {o multiplicador é 0,9}
= 0,9 {o multiplica
multiplicador = 0,9dor %}
é 0,9
× 100 {decimal para porcentagem}
{decimal
= 0,9 × 100% multiplica 90%porcentagem} {100% − 10%}
dor =para
= 90% {100%
acréscimo − 10%} (∆% ) = 90% − 100%
percentual
centual (∆% ) = 90% − 100%
acréscimo percentual (∆% ) = −10% {como o acréscimo é negativo, houve decréscimo}
centual (∆% ) = −10% {como o acréscimo é negativo, houve decréscimo}

Conclusão
CONCLUSÃO

O entendimento das porcentagens e seu funcionamento é muito


importante para que o indivíduo alcance o sucesso na vida profissional. A
aplicação correta das porcentagens, nos mais diversos problemas
cotidianos, possibilita tratar a informação de forma simples e obter
resultados muito consistentes.

242
importante para que o indivíduo alcance o sucesso na vida profissional. A
aplicação correta das porcentagens, nos mais diversos problemas
cotidianos, possibilita tratar a informação de forma simples e obter
resultados muito consistentes.

Exercícios de Fixação

Matemática
Unidade 9
1) Converter cada uma das seguintes frações em porcentagem:

a) 0,46
b) 1,35
2) Converter cada uma das porcentagens em frações:
a) 85 %
b) 0,25 %
3) Converter cada uma das porcentagens em decimais:
a) 1150 %
b) 0,0037 %
4) Relação de uma quantidade como porcentagem de outra
quantidade:
Sandro recebeu R$ 20,00 de seu pai e Marcos recebeu R$ 24,00 de
seu avô. Sandro poupou R$ 7,00 do que recebeu, enquanto Marcos
poupou R$ 9,00 do que ganhou. Quem poupou mais dinheiro em
relação ao que recebeu?
5) Encontrar o montante através do método unitário.
Encontrar 60 % de um montante, se 14 % corresponde a R$ 728,00.
6) Encontre as seguintes quantidades a partir das porcentagens:
a) 1,5 % de R$ 53.600,00;
b) 75 % de 40 km.
7) Encontre o lucro ou o prejuízo, bem como o preço de venda, para
os casos a seguir:
a) Uma bicicleta é comprada por R$ 300,00 e é vendida com uma
lucratividade de 80 % sobre o custo.
Lucro = 30 % sobre o custo
Preço de venda
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

b) Um anel é comprado por R$ 650,00 e é vendido com um


prejuízo de 45 % sobre o custo.
Lucro = 45 % sobre o custo
Preço de venda
c) Uma casa é comprada por R$ 800.000,00 e é vendida com um 243
Preço de venda
b) Um anel é comprado por R$ 650,00 e é vendido com um
prejuízo de 45 % sobre o custo.
Anotações
Lucro = 45 % sobre o custo
Preço de venda
c) Uma casa é comprada por R$ 800.000,00 e é vendida com um
lucro de 15 % sobre o custo.
d) Um carro é comprado por R$ 30.000,00 e é vendido com um
prejuízo de 35% sobre o custo.
8) Uma bicicleta custa R$ 260,00 e é vendida por R$ 480,00. Calcular o
lucro como uma porcentagem de seu custo.
9) Encontrar os descontos oferecidos nos seguintes itens e calcular os
preços de venda correspondentes:
a) Um par de sapatos negociado a R$ 70,00 terá 40 % de desconto;
b) Um paletó negociado a R$ 150,00 terá 25 % de desconto;
c) Uma camiseta negociada a R$ 24,00 terá um desconto de 12,5 %.
10) Calcule os seguintes valores obtidos após o acréscimo ou
decréscimo dado:
a) um aumento de 20 % sobre uma quantidade de 450 kg;
b) uma redução de 1,46 % sobre uma área de 12.500 m2.
11) A fazenda de João produziu uma média diária de 450 litros de leite
no ano passado. Neste ano, a produção de leite aumentou para 675
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

litros. Qual foi o percentual de acréscimo na produção de leite?


12) O preço de uma TV é negociado com um acréscimo de 25 % sobre
o custo. Seu preço de venda é de R$ 550,00. Qual foi o custo de
aquisição da TV?

244
forma ax 2 + bx + c = 0 . Nós estudaremos três métodos de solução:
solução por fatorização, solução usando uma fórmula e solução usando
gráficos.
Equações de 2º grau
Os objetivos desta unidade são:
OBJETIVOS
• Reconhecer uma equação quadrática;

UNIDADE • Resolver equações de segundo grau usando a fórmula de


Os objetivos desta unidade são:

10
Bhaskara;

Unidade 10
Matemática
• • Reconhecer
Reconhecerumaumaequação
funçãoquadrática;
quadrática;
• Representar funções quadráticas usando gráficos;
• Resolver equações de segundo grau usando a fórmula de
• Resolver funções quadráticas através dos gráficos;
• Bhaskara;
Reconhecer equações quadráticas para as quais não temos
soluções reais.
• Reconhecer uma função quadrática;
• Representar funções quadráticas usando gráficos;
Nesta unidade, vamos estudar as equações de 2º grau. Elas tomam a for-
• Resolver funções quadráticas através dos gráficos;
ma ax2 + bx + c = 0 . Nós estudaremos três métodos de solução: solução
• Reconhecer
por fatorização, equações
solução quadráticas
usando uma fórmula epara as usando
solução quais não temos
gráficos.
soluções reais.

Introdução
INTRODUÇÃO

Esta unidade trata de como resolver equações de segundo grau, também


conhecidas como equações quadráticas. Uma equação quadrática é uma

equação que deve conter um termo envolvendo x 2 , como 3x 2 ou

− 5x 2 ou somente o próprio x 2 . Esse tipo de equação também pode


conter termos envolvendo x , como 5 x , − 7 x ou 0,5 x . Além desses

termos, esse tipo de equação pode incluir constantes como 6, 7, e assim


por diante.
Uma equação quadrática não pode envolver potências mais altas, como

x 3 . Em geral, esse tipo de equação toma a forma


ax 2 + bx + c = 0
onde a, b e c são constantes ou parâmetros. A constante a pode assumir
qualquer valor, com exceção do zero, pois isso descaracterizaria a
equação quadrática. Já as constantes b e c podem assumir quaisquer
valores, inclusive o zero. Se b ou c valer zero, o termo não irá aparecer
na equação.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

DESENVOLVIMENTO

1. Solução de Equações Quadráticas pela Fórmula de Bhaskara

Considere a equação geral ax 2 + bx + c = 0 .


Existe uma fórmula, de autoria do matemático indiano Bhaskara Akaria,
que soluciona problemas de equação quadrática: 245
2
onde a, b e c são constantes ou parâmetros. A constante a pode assumir
qualquer valor, com exceção do zero, pois isso descaracterizaria a
Anotações
equação quadrática. Já as constantes b e c podem assumir quaisquer
valores, inclusive o zero. Se b ou c valer zero, o termo não irá aparecer
Desenvolvimento
na equação.

1.DESENVOLVIMENTO
Solução de Equações Quadráticas pela Fórmula
de Bhaskara
1. Solução de Equações Quadráticas pela Fórmula de Bhaskara

Considere a equação geral ax 2 + bx + c = 0 .


Existe uma fórmula, de autoria do matemático indiano Bhaskara Akaria,
que soluciona problemas de equação quadrática:

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
O símbolo ± indica que a fórmula gera duas soluções, pois o quadrado

de qualquer número tem duas raízes. Por exemplo, 4 = 2 ou 4 = −2 ,

pois (2 ) = 2 × 2 = 4 e (− 2 ) = (− 2 ) × (− 2 ) = 4 .
2 2

Vamos ilustrar o uso dessa fórmula pelo seguinte exemplo:

Exemplo: Suponha que desejamos resolver a equação x 2 − 3 x − 4 = 0 .

Comparando esta fórmula com a fórmula geral ax 2 + bx + c = 0 , pode-


se verificar que:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

a =1
b = −3
c = −4
Esses valores podem ser substituídos na fórmula de Bhaskara:

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− (− 3) ± (− 3)2 − 4 × (1) × (− 4)
x=
2(1)
3 ± 9 + 16
x=
2
3 ± 25
x=
2
Esta equação tem dois resultados:
3 + 25 3 + 5
x′ = = =4
2 2
e
3 − 25 3 − 5
x′′ = = = −1
2 2
246
Esses resultados são exatos, como pode ser conferido pela substituição:
3 + 25 3 + 5
x′ = = =4
2 2
e
3 − 25 3 − 5
x′′ = = = −1
2 2
Esses resultados são exatos, como pode ser conferido pela substituição:
⇒ x′ = 4

Unidade 10
Matemática
x 2 − 3x − 4 = 0
(4)2 − 3(4) − 4 = 0
0=0
⇒ x′′ = −1
x 2 − 3x − 4 = 0
(− 1)2 − 3(− 1) − 4 = 0
0=0
Exemplo: Suponha que desejamos resolver a equação x 2 = 6 x + 7 .

Comparando esta fórmula com a fórmula geral ax 2 + bx + c = 0 ,

devemos escrevê-la em formato padrão x 2 − 6 x − 7 = 0 , quando pode-


se verificar que:
a =1
b = −6
c = −7
Esses valores podem ser substituídos na fórmula de Bhaskara:

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− (− 6 ) ± (− 6)2 − 4 × (1) × (− 7 )
x=
2(1)
6 ± 36 + 28
x=
2
6 ± 64
x=
2
Esta equação tem dois resultados:

6 + 64 6 + 8
x′ = = =7
2 2
e
6 − 64 6 − 8
x′′ = = = −1
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

2 2
Esses resultados são exatos, como pode ser conferido pela substituição:
⇒ x′ = 7
x2 − 6x − 7 = 0
(7 )2 − 6(7 ) − 7 = 0
0=0 247
⇒ x′′ = −1
6 + 64 6 + 8
x′ = = =7
2 2
e
6 − 64 6 − 8
x′′ = = = −1
2 2 Anotações

Esses resultados são exatos, como pode ser conferido pela substituição:
⇒ x′ = 7
2
x − 6x − 7 = 0
(7 )2 − 6(7 ) − 7 = 0
0=0
⇒ x′′ = −1
x2 − 6x − 7 = 0
(− 1)2 − 6(− 1) − 7 = 0
0=0

2. O Caso do Quadrado Perfeito


2. O Caso do Quadrado Perfeito

Exemplo: Suponha que desejamos resolver a equação x 2 + 6 x + 9 = 0 .


Vamos ver o que acontece se tentarmos resolvê-la pela equação de
Bhaskara. Nesse caso, temos

x2 + 6x + 9 = 0
− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− (6 ) ± (− 6)2 − 4 × (1) × (9)
x=
2(1)
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

− 6 ± 36 − 36
x=
2
−6± 0 −6
x= = = −3
2 2
A equação tem somente uma solução (raiz), que é . Isso aconteceu,
pois o conteúdo do radical é nulo e ele desaparece no cômputo final. Isso
caracteriza a equação como sendo um quadrado perfeito.
O resultado único é exato, como pode ser conferido pela substituição:
⇒ x = −3
x2 + 6x + 9 = 0
(− 3)2 + 6(− 3) + 9 = 0
9 − 18 + 9 = 0
0=0
É importante destacar que, no caso do quadrado perfeito, a equação de
Bhaskara tem um formato reduzido, pois o resultado do radical é nulo:

−b
x=
2a

248
3. Funções Quadráticas e Gráficos
É importante destacar que, no caso do quadrado perfeito, a equação de
Bhaskara tem um formato reduzido, pois o resultado do radical é nulo:

−b
x=
2a

3. Funções
3. Funções Quadráticas
Quadráticas e Gráficos e Gráficos

Unidade 10
Matemática
Se nós escrevermos

y = x 2 + 5x + 6

nós temos uma função, que é uma relação entre a variável independente
x e uma variável dependente y. Nessa função, a variável y é dependente,
pois seu valor está condicionado pelo valor de x. Como x é elevado ao
quadrado, essa é uma função quadrática. A forma geral da equação
quadrática é:

y = ax 2 + bx + c

onde a, b e c são constantes ou parâmetros.


Exemplo: Vamos verificar como traçar o gráfico correspondente a

funções quadráticas. Se considerarmos a forma geral y = ax 2 + bx + c ,

onde os parâmetros assumam os valores a=1, b=0 e c=0, estaremos


diante do caso mais simples de uma função quadrática:

y = x2

Se construirmos uma tabela para valores de x entre −4 e +4, teremos

xx -4-4 -3 -3 -2 -2 -1 -10 01 21 3 2 4 3 4
22
yy=x
=x 1616 9 9 4 4 1 10 01 41 9 4 16 9 16

Podemos perceber que y é sempre positivo, independentemente de x ser


positivo ou negativo. E, quando x for zero, y também será zero.
Podemos perceber que y é sempre positivo, independentemente de x ser
positivo ou negativo. E, quando x for zero, y também será zero.
Podemos traçar esses pontos no gráfico, formando uma curva chamada
parábola, com concavidade voltada para cima, visto que a relação funcional
entre x e y é positiva:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

249
Anotações

Podemos traçar esses pontos no gráfico, formando uma curva chamada


parábola, com concavidade voltada para cima, visto que a relação
funcional entre x e y é positiva:

Gráfico de uma função y = x 2


18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
-6 -4 -2 0 2 4 6

Exemplo: Se repetirmos o procedimento anterior para outra função

y = −x2

poderemos construir a tabela de valores considerando x entre −4 e +4:

x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
2
y =-x -16 -9 -4 -1 0 -1 -4 -9 -16
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Podemos perceber que y é sempre negativo, independentemente de x


ser positivo ou negativo, pois a relação funcional entre x e y é negativa.
Neste caso, se traçarmos esses pontos no gráfico, veremos que a
parábola fica com a concavidade para baixo:

Gráfico de uma função y = -x 2


0
-6 -4 -2 0 2 4 6
-2

-4

-6

-8

-10

-12

-14

-16

-18

250
4. Solução Gráfica de Funções Quadráticas
4. Solução Gráfica de Funções Quadráticas

Unidade 10
Matemática
Vamos considerar a função

y = x2 + x − 6

A tabela de valores considerando x entre −4 e +4 resulta em:

x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
x2 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
y =x2 +x −6 6 0 -4 -6 -6 -4 0 6 14
y =x +x −6 6 0 -4 -6 -6 -4 0 6 14

Nesse caso, se traçarmos esses pontos no gráfico, veremos que a


parábola fica com a concavidade para cima, pois a relação funcional é
positiva:

Gráfico de uma função y = x 2 +x −6


20

15

10

0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-5

-10

Ao analisar o gráfico, podemos perceber que a parábola corta o eixo x


nos pontos +2 e −3. Em ambos os casos, o valor de y é igual a zero, o
que nos dá as duas coordenadas (+2, 0) e (−3,0).
Isso mostra que x = +2 e x = −3 são as soluções para a equação

quadrática y = x 2 + x − 6 .

Podemos conferir se os resultados estão corretos, aplicando a fórmula de


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Bhaskara:

251
Anotações

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− (1) ± (1)2 − 4 × (1) × (− 6)
x=
2(1)
− 1 ± 1 + 24
x=
2
− 1 ± 25
x=
2
Esta equação resulta nos mesmos valores para x:

− 1 + 25 − 1 + 5
x′ = = =2
2 2
e
− 1 − 25 − 1 − 5
x′′ = = = −3
2 2
O fato das equações quadráticas, com exceção do caso do quadrado
perfeito, terem dois resultados, significa que o eixo x é cortado duas
vezes pela parábola.

5. Casos Especiais de Funções Quadráticas


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Há casos em que as funções quadráticas não têm soluções reais, isto é,


no conjunto de números reais.
Exemplo: Consideremos a seguinte função quadrática:

y = x 2 + 6 x + 12

A resolução pela equação de Bhaskara nos leva a:

− b ± b 2 − 4ac
x=
2a
− 6 ± 6 2 − 4 × (1) × (12 )
x=
2(1)
− 6 ± − 12
x=
2
Como temos a raiz quadrada de um número negativo, esta equação não
tem soluções que sejam números reais. Em termos gráficos, essa equação
gera uma parábola que não toca o eixo x. Consideremos a tabela de

252
cálculo para x variando entre −8 e +2 (neste caso, esses pontos
favorecem a visualização da parábola):

Unidade 10
Matemática
x -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
xy =x 2 +6x-8
+12 -728 -6 19 -5 12 -4 7 -3 4-2 -1
3 04 1 7 2 12 19 2
2
y =x +6x +12 28 19 12 7 4 3 4 7 12 19 28

Ao traçarmos esses pontos no gráfico, veremos que a parábola fica com


a concavidade para cima, pois a relação funcional é positiva, mas não
toca o eixo x:

Gráfico de uma função y = x 2 +6x+ 12


30

25

20

15

10

0
-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3

Conclusão
CONCLUSÃO

O entendimento das equações de segundo grau possibilita que o


estudante esteja preparado para avançar nos estudos, visando à
aplicação desses conhecimentos na representação de relações mais
complexas de problemas cotidianos. Por exemplo, as equações
quadráticas ajudam a formular melhor as funções de custos e receitas nas
empresas, o que pode permitir que as decisões gerenciais sejam
aperfeiçoadas visando melhorar o desempenho.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

1) Resolver as seguintes equações quadráticas utilizando a fórmula de


Bhaskara:
253
complexas de problemas cotidianos. Por exemplo, as equações
quadráticas ajudam a formular melhor as funções de custos e receitas nas
empresas, o que pode permitir que as decisões gerenciais sejam
aperfeiçoadas visando melhorar o desempenho. Anotações

Exercícios de Fixação

1) Resolver as seguintes equações quadráticas utilizando a fórmula de


Bhaskara:

a) x 2 − x32x −+ 32x=+02 = 0
a)
b) 25 x 225
b) = x40
2
=x −4016x − 16
2) Elabore a tabela
2) Elabore de cálculo
a tabela de cálculo x variando
para para entreentre
x variando −4 e −4
+4ee+4
trace o o
e trace
gráfico correspondente
gráfico para para
correspondente a seguinte função
a seguinte quadrática:
função quadrática:
2
y = −y2x
= −2x 2
3) Aplique a fórmula
3) Aplique de Bhaskara,
a fórmula elabore
de Bhaskara, a tabela
elabore de cálculo
a tabela x x
para para
de cálculo
variando entreentre
variando −4 e−4
+4,e trace o gráfico
+4, trace correspondente
o gráfico e interprete
correspondente e interprete
os resultados para para
os resultados a seguinte função
a seguinte quadrática:
função quadrática:

y = xy2 =+ x42 + 4
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

254
Médias e Desvios

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

11

Unidade 11
Matemática
• Calcular a média aritmética de uma série de dados;
• Calcular os desvios em torno da média aritmética de uma série
de dados, utilizando a variância e o desvio-padrão;
• Calcular o coeficiente de variação, como medida de compara-
ção da dispersão relativa de dois conjuntos de dados.

Nesta unidade, introduziremos análises estatísticas, através do estudo das


primeiras medidas estatísticas para descrever dados e informações. A par-
tir do conhecimento da média e do desvio de uma série de dados, será
possível fazer análises muito importantes, que serão utilizadas no apoio
de processos decisórios.

Introdução

Esse módulo irá tratar de operações estatísticas básicas para análise de


dados. Como a estatística envolve a coleta e interpretação de dados,
nós primeiro precisamos entender, organizar e resumir grandes
quantidades de informação quantitativa, antes de aplicar as operações
estatísticas básicas.
A análise estatística de dados quantitativos é importante para várias
áreas do conhecimento, como a gestão de negócios, economia,
agricultura, meteorologia, biologia e medicina.
Um exemplo prático do uso da estatística. Quando se quer comprar um
carro novo, seria útil se soubéssemos qual o custo de manutenção para
rodar nos primeiros três anos. Nós não podemos prever com exatidão
essa informação, pois ela varia de carro para carro. Entretanto,
coletando dados de pessoas que compraram carros similares pode-se
ter alguma idéia da distribuição de valores nas despesas da população
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

de compradores de carros, que poderá oferecer informação sobre os


possíveis custos de manutenção no período desejado.

255
Anotações

Outro exemplo ilustrativo é o de considerarmos quanto tempo uma


pessoa leva pra ir de casa ao trabalho. Considere o tempo de viagem
de casa até o trabalho, medido em minutos, de 15 pessoas que moram
em Brasília:
Indivíduo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tempo (min) 30 20 10 40 25 20 10 60 15 40 5 30 12 10 10

Os dados organizados formam uma série ou distribuição de dados,


onde o indivíduo representa a unidade de observação e o tempo
representa o valor observado da variável (atributo) para cada unidade
de observação.

Desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO

Medida de de
1.1. Medida Tendência Central: Média
Tendência Aritmética
Central: Média Aritmética
A medida mais comum de tendência central de uma série de dados é a
média aritmética simples, ou somente média. A média é o valor que
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

pode substituir todos os valores da série de dados, sem que o


somatório (a soma) da série seja alterado, pois é o ponto de
balanceamento da curva de distribuição:

Centro de gravidade da distribuição

Para encontrar a média de uma série de dados, somamos seus valores e


os dividimos pelo número de observações

x1 + x2 +  + xn
x=
n

256
ou, em uma forma mais compacta
n

∑x

Unidade 11
Matemática
i
1 n
x= i =1
∴ x = ∑ xi
n n i =1
onde
• a barra sobre o x indica a média de todos os valores de x;
• Σ representa a soma de todos os termos evidenciados. Esse
símbolo refere-se à variável grega sigma;
• os subscritos i nas observações xi são justamente uma forma de
diferenciar as n observações. Esses subscritos não indicam
ordem ou nenhuma característica especial sobre os dados;
• n corresponde ao número de observações da série de dados.
No exemplo das 15 pessoas que moram em Brasília, o tempo médio de
viagem de casa até o trabalho é assim calculado:
x1 + x2 +  + xn
x=
n
30 + 20 +  + 10
x=
15
337
x= = 22,5 minutos
15
O tempo médio de viagem de casa até o trabalho na amostra de 15
moradores de Brasília é de 22,5 minutos. Se analisarmos os dados
tabulados

Indivíduo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tempo (min) 30 20 10 40 25 20 10 60 15 40 5 30 12 10 10
↑ ↓ ↓ ↑ ↑ ↓ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↓ ↓
Máx Mín

verificaremos que somente seis dos quinze tempos de viagem são


maiores do que a média (↑), enquanto que nove são menores do que a
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

média (↓).

A partir dos dados ainda podemos analisar os valores extremos. O


tempo máximo verificado foi de 60 minutos, enquanto o tempo mínimo
foi de 5 minutos.
No caso de Brasília, a duração máxima de 60 minutos é um valor 257
questionável, que mais parece se referir a alguém que reside fora da
A partir dos dados ainda podemos analisar os valores extremos. O
Anotações
tempo máximo verificado foi de 60 minutos, enquanto o tempo mínimo
foi de 5 minutos.
No caso de Brasília, a duração máxima de 60 minutos é um valor
questionável, que mais parece se referir a alguém que reside fora da
cidade. Esse tipo de dado que se distancia muito dos demais é
chamado de ponto isolado (outlier). Esse tipo de ponto extremo
prejudica o cálculo da média, pois a média é o centro de gravidade da
distribuição, o que faz com que ela seja muito sensível à influência de
observações extremas. Por essa razão, a média não é reconhecida
como uma medida resistente do centro da distribuição de dados.

Em função disso, os dados extremos costumam ser excluídos do cálculo


da média. Nesse exemplo, é excluído o valor de 60 (observação 8), cujo
impacto na média é o seguinte:
x1 + x2 +  + xn
x=
n
30 + 20 +  + 10
x=
14
277
x= = 19,8 minutos
14
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Ao excluirmos o outlier, o tempo médio de viagem de casa para o


trabalho é reduzido de 22,5 minutos para 19,8 minutos.

Existem outras medidas de tendência central além da média, como a


mediana e a moda. No entanto, a média é a medida mais apropriada
para o tratamento de dados quantitativos, razão pela qual as outras
duas medidas não serão tratadas nesta unidade.

2. Medidas de Dispersão: Variância e Desvio-Padrão


2. Medidas de Dispersão: Variância e Desvio-Padrão

A variância e o desvio-padrão medem o quão distantes os dados estão


da média. Logo, como o que se deseja é uma medida de dispersão dos
dados em torno da média, tem-se que o cálculo da variância é
processado da seguinte forma:

s2 =
(x1 − x )2 + (x2 − x )2 +  + (xn − x )2
n −1
258
De uma forma mais compacta, o cálculo da variância (s2) é feito na
dados em torno da média, tem-se que o cálculo da variância é
processado da seguinte forma:

s2 =
(x1 − x )2 + (x2 − x )2 +  + (xn − x )2
n −1
De uma forma mais compacta, o cálculo da variância (s2) é feito na
forma

Unidade 11
Matemática
n

∑ (x − x)
2
i
s2 = i =1
n −1
Pode-se perceber que o denominador da equação da variância é n−1.
A dedução da unidade do número de observações constitui o chamado
ajuste para cálculo amostral. Em geral, as séries de dados são
constituídas por amostras das populações de dados, pois a obtenção de
dados sobre as populações representaria custos muito altos, além de
não ser possível na maioria dos casos. Como exemplo, tome-se a
situação do censo do IBGE. Como essas pesquisas censitárias
(populacionais) custam muito caro e envolvem muitos recursos, elas são
feitas somente a cada dez anos. No entanto, anualmente é feita a
pesquisa por amostra de domicílio (PNAD), com o objetivo de identificar
a evolução de determinados indicadores, sem que se incorra nos altos
custos do censo.
A fórmula da variância considera que a diferença entre cada dado

observado e a média deve ser elevada ao quadrado (xi − x )2 . Essa

operação é necessária, pois, caso não fosse realizada, a soma dos


desvios em torno da média seria nula, já que a média é o valor que
pode substituir simultaneamente todos os dados da série sem alterar
seu somatório. O problema que decorre desse procedimento é que a
unidade dimensional de xi fica alterada, pois foi elevada ao quadrado.

Por essa razão, após ser calculada a variância, é necessário que ela seja
ajustada à unidade dimensional dos dados, através da extração da raiz
quadrada do resultado:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

∑ (x − x )
2
i
s= i =1
n −1
Esse resultado é chamado de desvio-padrão (s), pois é uma medida
padronizada na mesma unidade dimensional da série de dados. A
variabilidade indicada pelo desvio-padrão se refere a movimentos à 259
esquerda da média (valores menores do que a média) e a movimentos
n

∑ (x − x )
2
i
s= i =1
n −1
Anotações
Esse resultado é chamado de desvio-padrão (s), pois é uma medida
padronizada na mesma unidade dimensional da série de dados. A
variabilidade indicada pelo desvio-padrão se refere a movimentos à
esquerda da média (valores menores do que a média) e a movimentos
à direita da média (valores maiores do que a média).
No exemplo2 das(30 22,5) +que
15−pessoas
2
(20moram
− 22,5)em
2
+ (10 −
Brasília,
+ o 22,5) médio de
tempo2
s =
−1
viagem de casa até o trabalho foi14calculado originalmente em 22,5
2 7,52 − 2,52 +  − 2,52
minutos. s =
13
Mas, é preciso saber
1.738 qual é a variabilidade em torno da média, para
s2 = = 133,7
sabermos o quão13apropriadamente a média pode ser tomada como
s = 133,7
uma representação da série de dados. Então, vamos calcular a variância
s = 11,6
e o desvio-padrão:
Excluindo-se o outlier, o desvio-padrão foi de 11,6 minutos em torno da
2 (30 − 22,5) + (20 − 22,5)
s = minutos.
2 2
+  + (10 − 22,5)
2

média de 19,8
15 − 1
7,5 − 2,5 +  − 2,5 2
2 2
s2 =
3.Medidas
Medidas Relativas: 14
3. Relativas: CoeficienteCoeficiente
de Variação de Variação
3 . 248
s2 = = 232
14
Ao excluirmos o outlier do exemplo do tempo médio de viagem de
s = 232
casa ao trabalho em Brasília, verificamos que o desvio-padrão teve uma
s = 15,2
redução substancial, de 15,2 para 11,6 minutos. Mas, a comparação
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

O tempo médio de viagem de casa até o trabalho na amostra de 15


entre magnitudes de desvios-padrão não é apropriada, pois cada um
moradores de Brasília é de 22,5 minutos, com um desvio-padrão de
deles refere-se a uma média diferente.
15,2 minutos.

Como forma de compararmos desvios-padrão entre séries de dados


Como foi mencionado anteriormente, a duração máxima de 60 minutos
similares nós utilizamos o chamado coeficiente de variação:
é um valor questionável para a cidade de Brasília. Então podemos
s
refazer o cálculo da variânciaCV
e =do desvio-padrão para a média
x
corrigida do outlier, que foi reduzida de 22,5 minutos para 19,8
O coeficiente de variação (CV) é uma medida relativa, pois ele compara
minutos:
o desvio-padrão (s) com a média da série de dados ( x ), resultando no

número de desvios por unidade de média.


Na comparação dos desvios-padrão obtidos antes e depois da exclusão
do outlier, obtiveram-se os seguintes coeficientes de variação:
s
CV =
x
15,2
CVn=15 = = 0,68
22,5
260
11,6
CVn=14 = = 0,58
O coeficiente de variação (CV) é uma medida relativa, pois ele compara

o desvio-padrão (s) com a média da série de dados ( x ), resultando no


número de desvios por unidade de média.
Na comparação dos desvios-padrão obtidos antes e depois da exclusão
do outlier, obtiveram-se os seguintes coeficientes de variação:
s
CV =
x

Unidade 11
15,2

Matemática
CVn=15 = = 0,68
22,5
11,6
CVn=14 = = 0,58
19,8
Com a exclusão do outlier, houve uma redução na variabilidade relativa
da série. Antes da exclusão, tínhamos 0,68 unidades de desvio por
unidade de média, enquanto após a exclusão passamos a ter 0,58
unidades de desvio por unidade de média.

Existem outras medidas de dispersão, como a amplitude total, as


amplitudes modificadas e o desvio médio. No entanto, a variância e o
desvio-padrão são as medidas mais apropriadas para o tratamento de
dados quantitativos, especialmente para que se procure explicar o
comportamento de uma população de dados a partir do
comportamento de uma amostra extraída de tal população.

Um indivíduo está interessado em aplicar parte de sua poupança em


ações. Ele está diante de duas possibilidades:
• Ação A:
o Preço médio de R$ 150,00
o Desvio-padrão do preço de R$ 5,00
• Ação B:
o Preço médio de R$ 50,00
o Desvio-padrão do preço de R$ 3,00

Quando se avaliam ações, o desvio-padrão é considerado como


medida de risco, pois se refere à variabilidade em torno do preço
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

médio, que pode ocorrer à esquerda da média, representando perdas,


ou à direita da média, representando ganhos.

Ao analisar as informações sobre as ações, o indivíduo poderia acreditar


que a ação B é menos arriscada, pois seu desvio-padrão é menor. Mas, 261
o coeficiente de variação é uma medida mais apropriada, pois
Quando se avaliam ações, o desvio-padrão é considerado como
medida de risco, pois se refere à variabilidade em torno do preço
médio, que pode ocorrer à esquerda da média, representando perdas,
Anotações
ou à direita da média, representando ganhos.

Ao analisar as informações sobre as ações, o indivíduo poderia acreditar


que a ação B é menos arriscada, pois seu desvio-padrão é menor. Mas,
o coeficiente de variação é uma medida mais apropriada, pois
apresenta uma relação comparativa entre o desvio e a média utilizada
para calculá-lo.

Aplicando o cálculo do coeficiente de variação, encontramos os


seguintes resultados:
s
CV =
x
5,00
CVA = = 0,03
150,00
3,00
CVB = = 0,06
50,00
Na comparação dos coeficientes de variação, percebe-se que a ação B
apresenta o maior número de desvios por unidade de média (0,06) em
comparação com a ação A (0,03). Logo, de acordo com essas
informações, a ação A é menos arriscada do que a ação B.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Conclusão
CONCLUSÃO

Nesta unidade, foram estudados os conceitos básicos de estatística, a


fim de que o estudante possa ter um primeiro contato com a matéria. A
partir desses elementos, o estudante poderá avançar em conteúdos
mais complexos, envolvendo medidas de tendência central e de
dispersão para dados agrupados, distribuições de probabilidade e
outros temas, que podem ser aplicados para aperfeiçoar processos
decisórios.

1) O tempo de viagem de casa ao trabalho de uma amostra


constituída por 20 paulistanos selecionados aleatoriamente consta
da tabela a seguir:
262 Indivíduo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tempo (min) 10 30 5 25 40 20 10 15 30 20 15 20 85 15 65 15 60 60 40 45
mais complexos, envolvendo medidas de tendência central e de
dispersão para dados agrupados, distribuições de probabilidade e
outros temas, que podem ser aplicados para aperfeiçoar processos
decisórios.

Exercícios de Fixação

Unidade 11
Matemática
1) O tempo de viagem de casa ao trabalho de uma amostra
constituída por 20 paulistanos selecionados aleatoriamente consta
da tabela a seguir:
Indivíduo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tempo (min) 10 30 5 25 40 20 10 15 30 20 15 20 85 15 65 15 60 60 40 45

a) Calcule o tempo médio de viagem de casa ao trabalho da


amostra.
b) Verifique quantos pontos estão acima e abaixo da média.
c) Verifique quais são os pontos de máximo e mínimo da
distribuição.
d) Calcule a variância e o desvio-padrão.
e) Considerando que valores acima de 60 minutos são outliers a
serem excluídos da distribuição, recalcule a média.
f) Calcule a variância e o desvio-padrão em torno da nova média.
g) Compare os resultados de “d” e “f” a partir do coeficiente de
variação.

2) No último campeonato de futebol de Brasília, o número de gols


das últimas 15 partidas teve a seguinte distribuição:
Partida 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Número de gols 3 2 1 4 2 2 1 6 2 4 5 3 1 1 2

a) Calcule a média de gols das 15 partidas.


b) Verifique quantos pontos estão acima e abaixo da média
c) Verifique quais são os pontos de máximo e mínimo da
distribuição.
d) Calcule a variância e o desvio-padrão.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

e) Você considera que há outliers na distribuição? Justifique.

263
O uso da calculadora

UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

12

Unidade 12
Matemática
• Revisar o uso de funções básicas da calculadora;
• Aplicar funções relacionadas às unidades desta apostila,
como frações, inversos, potências e raízes.

Nesta unidade, mostraremos como as calculadoras podem nos ajudar a


resolver os problemas apresentados nas unidades anteriores dessa apos-
tila. O uso de calculadoras é um grande auxílio no aprendizado da ma-
temática, bem como para resolver problemas que ocorrem no cotidiano.

Introdução

Você já deve estar familiarizado com o uso de uma calculadora para as


funções aritméticas básicas. Nesta unidade, orientaremos o estudante no
uso de calculadores científicas, a fim de aplicar os conceitos apresentados
nesta apostila.

A calculadora somente realiza as funções que o usuário operar. Dessa for-


ma, o entendimento dos conceitos e teorias apresentadas nesta apostila é
fundamental para garantir o uso correto da ferramenta.

A aquisição de uma calculadora deve ser feita com cuidado, pois ela deve
ser apropriada para as necessidades do usuário. No mercado, há muitas
opções. Muitas calculadoras realizam as mesmas operações, tendo apenas
diferenças em seu design. Atualmente, os preços dos modelos científicos
básicos estão mais acessíveis, o que facilita a aquisição.

Há calculadoras mais complexas, como as calculadoras científicas gráficas.


Elas são mais poderosas, mais caras e de maior utilidade aos estudantes de
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

engenharia e arquitetura.

Uma calculadora científica básica poderá ser mais útil neste momento. Um
exemplo de calculadora científica é apresentado a seguir:

265
Anotações

Embora a maioria das calculadoras científicas básicas apresente as mesmas


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

funções, elas podem estar dispostas de forma diferente no teclado. Por


essa razão, tenha sempre em mãos o manual de operação fornecido pelo
fabricante, a fim de dirimir as dúvidas que surgirem.

Desenvolvimento

1. Identificação das Funções nas Calculadoras


1. Identificação das Funções nas Calculadoras

Na introdução desta unidade, apresentamos um exemplo de calculadora


e algumas funções. Elas podem estar localizadas em posições diferentes
na calculadora que você estiver utilizando. Identifique as seguintes
funções em sua calculadora:

1) (− ) ou ±
266
Na introdução desta unidade, apresentamos um exemplo de calculadora
e algumas funções. Elas podem estar localizadas em posições diferentes
na calculadora que você estiver utilizando. Identifique as seguintes
funções em sua calculadora:

1) (− ) ou ±

Unidade 12
Matemática
2) xy

3) x
y ou x1 y

4) [( ou (

5) MODE

6) ab c

7) 1x ou x −1

8) +∑

9) M+ ou STO

10) RM RCL

2. Exemplos de Operações nas Calculadoras


2. Exemplos de Operações nas Calculadoras Científicas
Científicas
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Neste tópico, vamos aplicar procedimentos matemáticos apresentados


nesta apostila, utilizando a calculadora científica para dar suporte aos
cálculos.
Antes de iniciarmos qualquer operação, é importante apagarmos os
registros de cálculos anteriores. Nesse sentido, tecle em:
267
2. Exemplos de Operações nas Calculadoras Científicas

Neste tópico, vamos aplicar procedimentos matemáticos apresentados


nesta apostila, utilizando a calculadora científica para dar suporte aos Anotações

cálculos.
Antes de iniciarmos qualquer operação, é importante apagarmos os
registros de cálculos anteriores. Nesse sentido, tecle em:

C ou AC

Há situações em que as funções situam-se abaixo das teclas principais.


Para ativar tais funções, isso pode ser feito ao pressionar teclas como:

Shift ou 2nd ou algo similar.

As teclas de parênteses
Os parênteses são necessários, pois a realização das
operações matemáticas precisa sempre seguir a
seguinte ordem:
1. Potenciação e radiciação;
2. Multiplicação e divisão;
3. Adição e subtração.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Por exemplo, o cálculo da expressão:

20 20
= =2
6 + 4 10
Na calculadora, o cálculo precisa feito na sequência
correta, de acordo com a ordem apresentada:

20 ÷ [(... 6 + 4 ...
)] = 2

A tecla do recíproco (inverso)


Esta tecla é muito útil para facilitar a operação, quando estamos usando
fórmulas.
Exemplo:

1
= 0,04
25
Na calculadora:

268 25 1x 0,04
Esta tecla é muito útil para facilitar a operação, quando estamos usando
fórmulas.
Exemplo:

1
= 0,04
25
Na calculadora:

25 1x 0,04

Unidade 12
Matemática
A tecla de frações
Esta tecla é muito útil para realizar as quatro operações básicas com
frações,
Exemplo:

3 2
+1
4 3
Na calculadora:

3 ab c 4 + 1 ab c 2 ab c 3 =

O resultado apresentado na tela é:


2 5 12
que significa:

5
2 .
12
Também podemos utilizar a tecla d c , que se situa logo abaixo da tecla

a b c , para converter números mistos em frações impróprias. Calculemos


a fração:

1 7
2 =
3 3

2 ab c 1 ab c 3 d c

O resultado apresentado na tela é:


7 3
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

A tecla de potências
2
Se um número é elevado ao quadrado, nós usamos a tecla x , como no
exemplo:

4,56 2
Usando as teclas, temos: 269
A tecla de potências
2
Se um número é elevado ao quadrado, nós usamos a tecla x , como no
exemplo: Anotações

4,56 2
Usando as teclas, temos:

4,56 x2 = 20,7936

Se um número é elevado a uma potência diferente de dois, nós usamos a


y
tecla x , como no exemplo:

2,355
Usando as teclas, temos:

2,35 xy 5 = 71,670315

Outro exemplo:

(− 2)7
Usando as teclas, temos:

2 ± xy 7 = −128

A tecla de raízes
Para raízes quadradas e cúbicas, as calculadoras têm teclas específicas
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

x e 3
x , respectivamente.
y
Para raízes maiores, podemos operar de duas formas x ou x1 y .
Vamos ao exemplo:
5
32
Usando as teclas, temos:

32 y
x 5 = 2

ou:

32 x1 y 5 = 2

As operações de potenciação e radiciação podem ser combinadas, como


no caso:

(
3
0,57 )
4

0,57 y
x 3 = xy 4 = 0,4726066

270
(
3
0,57 )
4

0,57 y
x 3 = xy 4 = 0,4726066

CONCLUSÃO
Conclusão

Unidade 12
Matemática
Nesta unidade, foi exposto como operacionalizar a maioria dos cálculos
apresentados ao longo do curso, em calculadoras científicas. Em
situações práticas, quando as decisões precisam ser tomadas com
rapidez, o uso de calculadoras para operacionalizar os cálculos é um
trunfo muito importante. Mas, nunca devemos nos esquecer de que o
bom uso da calculadora depende do entendimento que o usuário tem
sobre os conceitos de matemática, pois a calculadora tão somente
operacionaliza com rapidez as informações que lhe são inseridas. Ou
seja, a responsabilidade por um resultado é do usuário e não da
calculadora.

Exercícios de Fixação

1) Realize os cálculos das operações abaixo na calculadora científica:

Operações com parênteses


35
a)
7,2 − 3,6
4,01 + 2,35
b)
9,7
3,81 + 12,3
c)
0,4 − 6,5

A tecla do recíproco (inverso)

1
a)
1000
1
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

b)
0,05
1
c)
(14,2 − 2,7 )
1
d)
152
271
0,05
1
c)
(14,2 − 2,7 )
1 Anotações
d)
152

A tecla de frações

13 2
a)  + 
24 5

 1 1 1
b)  4 + 2 ×
 2 3 4
1 1 1
c) 2 ×1 +
3 7 8

A tecla de potências

a) (− 4)8
b) (3)−2
c) 2 4 × 5 2 ,8
d) 1,53, 2 + 0,91,3

A tecla de raízes

a) (1,54)1 5 ou 5 0,154
b) ( 0,142 )
5
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

c) (12,7)2 3
d) (3,56)1,5

272
Interpretação de Gráficos
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

13

Unidade 13
Matemática
• Representar e interpretar gráficos de funções lineares com
duas variáveis;
• Representar e interpretar gráficos de inequações lineares;
• Representar e interpretar gráficos de inequações quadráticas.

Nesta unidade, trataremos da interpretação de gráficos. Nas unidades 4,


8 e 10 foram utilizados gráficos para representar alguns tipos de relação
funcional entre variáveis. Nesta unidade, trataremos em maior profundi-
dade dos gráficos como representações de relações funcionais de equa-
ções de 1º grau e de inequações de 1º e 2º graus.

Introdução

Na unidade 4, verificamos como uma relação funcional linear com duas


variáveis pode ser representada através de um gráfico. Na unidade 8, ve-
rificamos que as relações diretas e inversas entre grandezas apresentam
formas gráficas específicas. Na unidade 10, apresentamos como calcular
as variáveis de funções quadráticas através de gráficos. Essas três situa-
ções confirmam a importância dos gráficos para representar relações fun-
cionais entre variáveis. Nesta unidade, apresentaremos a representação
gráfica de equações lineares, inequações lineares e quadráticas, e detalha-
remos os passos para a construção e interpretação dos gráficos.

Desenvolvimento

1. Interpretação Gráfica de Funções Lineares com


Duas Variáveis
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Vamos considerar o exemplo da seguinte relação funcional:


y = 5x + 3
Essa relação linear nos indica que y, independentemente do valor de x,
vale 3. Mas, se x tiver um valor diferente de zero, o valor de y será influen-
ciado pelo valor de x na proporção de 5.

273
Vamos considerar o exemplo da seguinte relação funcional:
y = 5x + 3
Essa relação linear nos indica que y, independentemente do valor de x,
vale 3. Mas, se x tiver um valor diferente de zero, o valor de y será Anotações

influenciado pelo valor de x na proporção de 5.


A forma geral de uma relação linear é
y = bx + a

onde y é a variável dependente, b é a constante (parâmetro) da variável


independente (x) e a é a constante (parâmetro) ou coeficiente autônomo
de y.
Para traçar o gráfico dessa relação funcional, são necessárias algumas
etapas:

Etapa 1 – Encontrar pares ordenados para a função


É necessário construir uma tabela de valores contendo previsões para a
variável x, resolver a equação e encontrar os valores de y:

x -1 0 1 2 3 4
y = 5x +3 -2 3 8 13 18 23
(x , y ) (-1,-2) (0,3) (1,8) (2,13) (3,18) (4,23)

Essa tabela mostra os valores que y assume, caso x tenha valores inteiros
entre −1 e 4. Por exemplo, quando x vale −1, o cálculo de y é:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

y = 5(− 1) + 3
y = −5 + 3
y = −2

Na última linha da tabela é encontrado o conjunto de pares ordenados


estimados para essa função. É importante destacar que existe um número
infinito de soluções para a função citada, pois não há nenhum valor
definido para x.

Etapa 2 – Traçar os pontos encontrados na etapa 1 em um gráfico


Cada um dos pares ordenados (x, y) encontrados correspondem a
somente um ponto no gráfico.

Os pontos atribuídos a x referem-se ao eixo x (abscissas) e os pontos


atribuídos a y referem-se ao eixo y (ordenadas).

274 Essas informações sobre eixos correspondem ao sistema retangular de


somente um ponto no gráfico.

Os pontos atribuídos a x referem-se ao eixo x (abscissas) e os pontos


atribuídos a y referem-se ao eixo y (ordenadas).

Essas informações sobre eixos correspondem ao sistema retangular de


coordenadas. Esse sistema se divide em quatro quadrantes, que são

Unidade 13
Matemática
representados em algarismos romanos.

A origem no sistema de coordenadas representa o ponto de intersecção


entre os dois eixos. Os pontos traçados de acordo com os pares
ordenados calculados para a função são mostrados a seguir.
Gráfico de uma função y = 5x +3

21

18

15

12

0
-2 -1 0 1 2 3 4

Etapa 3 – Traçar a curva do gráfico


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Nessa etapa, são feitas ligações entre os pontos traçados, que dão o
formato à curva.
Gráfico de uma função y = 5x +3

21

18 275
Etapa 3 – Traçar a curva do gráfico
Nessa etapa, são feitas ligações entre os pontos traçados, que dão o Anotações

formato à curva.
Gráfico de uma função y = 5x +3

21

18

15

12

0
-2 -1 0 1 2 3 4

2. Interpretação Gráfica de Inequações Lineares


2. Interpretação Gráfica de Inequações Lineares

A análise gráfica é particularmente importante no caso das inequações


lineares.
Consideremos o seguinte exemplo:
5x + 2 < 0
A relação funcional correspondente é
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

y = 5x + 2

Para traçar o gráfico dessa relação funcional, vamos seguir as três etapas
apresentadas anteriormente.

Etapa 1 – Encontrar pares ordenados para a função


Construir uma tabela de valores contendo previsões para a variável x,
resolver a equação e encontrar os valores de y, com x variando de −1 a 2:

x -1 0 1 2
y = 5x +2 -3 2 7 12
(x,y ) (-1,-3) (0,3) (1,8) (2,13)

Etapa 2 – Traçar os pontos encontrados na etapa 1 em um gráfico


Os pontos traçados de acordo com os pares ordenados calculados para a
função são mostrados a seguir.

276
Gráfico de uma função y = 5x + 2
Etapa 2 – Traçar os pontos encontrados na etapa 1 em um gráfico
Os pontos traçados de acordo com os pares ordenados calculados para a
função são mostrados a seguir.

Gráfico de uma função y = 5x + 2

Unidade 13
12

Matemática
9

0
-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2

-3

Etapa 3 – Traçar a curva do gráfico


Nessa etapa, são feitas ligações entre os pontos traçados, que dão o
formato à curva.

Gráfico de uma função y = 5x + 2

12

0
-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2

-3

Os valores de x que fazem 5 x + 2 se tornar negativo, pois a inequação

tem a forma 5 x + 2 < 0 , são aqueles para os quais y é negativo. No


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

gráfico, vemos essa situação, quando a reta corta o eixo x, no ponto (

2
− ,0). Se desejarmos encontrar esse ponto algebricamente, basta
5
resolver
5x + 2 = 0 277
5x + 2 = 0
tem a forma 5 x + 2 < 0 , são aqueles para os quais y é negativo. No
gráfico, vemos essa situação, quando a reta corta o eixo x, no ponto (

2
− ,0). Se desejarmos encontrar esse ponto algebricamente, basta
5 Anotações
resolver
5x + 2 = 0
5x + 2 = 0
−2 −2
5 x = −2
5 x = −2
÷5 5
2
x = − = −0,4
5
2
A partir do ponto ( − ,0), y é sempre negativo, conforme a inequação
5
5x + 2 < 0 .

3. Interpretação Gráfica de Inequações Quadráticas


3. Interpretação Gráfica de Inequações Quadráticas

Na unidade 5 foram apresentados os elementos básicos de inequações


lineares. As inequações também podem ser aplicadas a outras funções,
incluindo as quadráticas, sendo que o entendimento é similar àquele
abordado na unidade 5. Dessa forma, vamos verificar como se dá a
análise gráfica desse tipo de função.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Consideremos o seguinte exemplo:

x2 − x − 6 < 0
A relação funcional correspondente é

y = x2 − x − 6

Para traçar o gráfico dessa relação funcional, vamos seguir as três etapas
apresentadas anteriormente.

Etapa 1 – Encontrar pares ordenados para a função


Construir uma tabela de valores contendo previsões para a variável x,
resolver a equação e encontrar os valores de y, com x variando de −4 a 4:

x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
2
y =x -x -6 14 6 0 -4 -6 -6 -4 0 6
(x,y ) (-4,13) (-3,6) (-2,0) (-1,-4) (0,-6) (1,-6) (2,-4) (3,0) (4,6)

278 Etapa 2 – Traçar os pontos encontrados na etapa 1 em um gráfico


resolver a equação e encontrar os valores de y, com x variando de −4 a 4:

x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
2
y =x -x -6 14 6 0 -4 -6 -6 -4 0 6
(x,y ) (-4,13) (-3,6) (-2,0) (-1,-4) (0,-6) (1,-6) (2,-4) (3,0) (4,6)

Etapa 2 – Traçar os pontos encontrados na etapa 1 em um gráfico


Os pontos traçados de acordo com os pares ordenados calculados para a

Unidade 13
Matemática
função são mostrados a seguir.

2
Gráfico de uma função y = x -x -6
2

0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

-6

-7

Etapa 3 – Traçar a curva do gráfico


Nessa etapa, são feitas ligações entre os pontos traçados, que dão o
formato à curva.

Gráfico de uma função y = x 2 -x -6


2

0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

-6

-7

O gráfico nos possibilita verificar que a parábola corta o eixo x quando

x = −2 e quando x = 3 . Agora, x 2 − x − 6 será negativo, quando y for 279


-5

-6

-7

Anotações

O gráfico nos possibilita verificar que a parábola corta o eixo x quando

x = −2 e quando x = 3 . Agora, x 2 − x − 6 será negativo, quando y for


negativo. O gráfico nos possibilita verificar diretamente que y é negativo,

quando − 2 < x < 3 , validando a inequação quadrática x 2 − x − 6 < 0 .

Conclusão
CONCLUSÃO

Nesta unidade, foram apresentadas formalmente as etapas para a análise


gráfica, que envolve desde a construção até a interpretação dos gráficos.
As aplicações envolveram as equações lineares e as inequações lineares e
quadráticas. O domínio de gráficos, especialmente sua interpretação, é
necessário para que o indivíduo possa dar suporte à análise numérica,
que é requerida pela maioria das atividades profissionais.

Exercícios de Fixação

1) Aplique as três etapas de análise gráfica para as seguintes


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

inequações:
a) 6x + 9 > 0 ;
b) 5 x − 3 > 0 ;
c) x2 + 6x − 3 > 0 .

280
Geometria: Área e Perímetro
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

14

Unidade 14
Matemática
• Calcular a área de figuras geométricas: círculos, retângulos,
paralelogramos, trapézios e triângulos;
• Calcular o perímetro de figuras geométricas: círculos, retângu-
los, paralelogramos, trapézios e triângulos.

Nesta unidade, vamos tratar de geometria, especialmente sobre como


calcular a área e o perímetro de algumas figuras geométricas.

Introdução

Vamos começar o estudo de geometria com duas figuras bidimensionais.


Nós vamos trabalhar com a distância unidimensional em torno da figura e
o espaço bidimensional coberto pela figura.

A distância unidimensional em torno da figura é conhecida como períme-


tro. Já o espaço bidimensional coberto pela figura é a área.

Desenvolvimento

1. Área e Perímetro de Círculos


1. Área e Perímetro de Círculos

Perímetro
Usualmente tratamos do perímetro de polígonos (figuras planas fechadas,
cujos lados são segmentos de linhas retas). Quando nós falamos sobre o
perímetro de um círculo, nós o chamamos de circunferência. Como a
circunferência não tem segmentos de linha reta a serem somados, temos
uma fórmula especial para calculá-la:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

C = 2×π × r
onde CC éé aacircunferência
onde circunferência(perímetro)
(perímetro)de
deum círculo,r ér éo oraio
umcírculo, raiododo círculo
círculo e
C = 2×π
e×éréoonúmero
númeroPI,
PI,com
comoovalor
valoraproximado
aproximadode
de3,141593.
3,141593.

Exemplo: Encontre o perímetro da figura abaixo:


281
uma fórmula especial para calculá-la:
C = 2×π × r
onde C é a circunferência (perímetro) de um círculo, r é o raio do círculo
Anotações
e é o número PI, com o valor aproximado de 3,141593.

Exemplo: Encontre o perímetro da figura abaixo:

O número 11 na figura acima é o comprimento do diâmetro deste


círculo. Para calcular o raio (r) desse círculo, basta usar a equação:
1
r= (diâmetro)
2
1
r = × 11 = 5,5
2
Agora, podemos calcular o perímetro do círculo, aplicando a fórmula:
C = 2×π × r
C = 2 × 3,141593 × 5,5
C = 34,557519
A resposta de C = 34,557519 poderia ser dada como C = 11π , para ser
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

exata.

Área
A área de um círculo é calculada pela equação:

A = π × r2
Exemplo: No caso do círculo com diâmetro de 11, a área é calculada
como:

A = π × r2
A = 3,141593 × 5,52
A = 95,0331778

A resposta de A = 95,0331778 poderia ser dada como C = 30,25π ,

para ser exata.

2. Área e Perímetro de Retângulos

Perímetro
282
O perímetro de polígonos é calculado pela soma dos comprimentos de
A = 3,141593 × 5,52
A = 95,0331778

A resposta de A = 95,0331778 poderia ser dada como C = 30,25π ,

para ser exata.

2.2.Área
Área e e Perímetro
Perímetro de Retângulos
de Retângulos

Unidade 14
Matemática
Perímetro
O perímetro de polígonos é calculado pela soma dos comprimentos de
cada um dos lados.
Exemplo: Encontre o perímetro da figura abaixo:

Se somarmos os valores representados na figura, não encontraremos o


perímetro de toda a figura geométrica. A razão disso é que a figura tem
seis lados, mas somente quatro medidas foram apresentadas. Nós
necessitamos determinar o comprimento dos dois lados que não estão
apresentados.

Exemplo: Como a figura tem todos os ângulos retos (90º), nós temos
condições de determinar os comprimentos dos lados que não foram
apresentados, pois ela se refere a um conjunto de retângulos. Veja como
isso pode ser feito na figura abaixo:

Percebemos que o segmento assinalado é a diferença do segmento que


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

vale 11 para o segmento que vale 4, totalizando 7.

Em um modo similar, nós podemos calcular o comprimento do outro


lado ausente, que é o resultado de 14 menos 8, totalizando 6, conforme
consta da figura abaixo:
283
vale 11 para o segmento que vale 4, totalizando 7.

Em um modo similar, nós podemos calcular o comprimento do outro


lado ausente, que é o resultado de 14 menos 8, totalizando 6, conforme Anotações

consta da figura abaixo:

Agora que temos todos os lados da figura geométrica:


P = 4 + 14 + 11 + 8 + 7 + 6 = 50
Consequentemente, como os perímetros são comprimentos de retas, o
perímetro da figura é de 50 unidades.

Área
A área de um retângulo é definida como o número de unidades
quadradas que cobrem a figura. Para a maioria das figuras que nós
estamos tratando, existe uma fórmula para o cálculo da área. Em alguns
casos, nossas figuras são compostas por mais do que uma forma. A área
de um retângulo é calculada como:
A = b×h
onde b é a base e o h é a altura do retângulo.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Exemplo: Em nosso exemplo, nós podemos dividir a figura em dois


retângulos:

Então, poderemos calcular a área de cada um deles:

Área do retângulo 1 :
A1 = b1 × h1
284 A1 = 4 × 14
A1 = 56
Então, poderemos calcular a área de cada um deles:

Área do retângulo 1 :
A1 = b1 × h1

Unidade 14
Matemática
A1 = 4 × 14
A1 = 56
Área do retângulo 2 :
A2 = b2 × h2
A2 = 8 × 7
A2 = 56

Por fim, somamos as áreas dos dois triângulos, o que resulta na área total

da figura de 112 unidades quadradas ( A1 + A2 = 56 + 56 ) . O resultado é

em unidades quadradas, pois é obtido a partir da multiplicação dos lados


das figuras.

3.Área
3. Área e Perímetro
e Perímetro de Paralelogramos
de Paralelogramos

Perímetro
Um paralelogramo é um polígono de quatro lados, cujos lados opostos
são iguais e paralelos. Por essa razão, essa figura tem ângulos opostos
iguais. O perímetro de um paralelogramo é calculado pela fórmula:

P = 2(b + h )

onde b é a base e o h é a altura do paralelogramo.

Exemplo: Encontre o perímetro da figura abaixo:

Aplicando a fórmula, o cálculo do perímetro resulta em:

P = 2(b + h )
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

P = 2(15 + 6 )
P = 42 unidades

Área
A área de um paralelogramo é calculada pela equação:
285
A = b×h
Aplicando a fórmula, o cálculo do perímetro resulta em:

P = 2(b + h )
P = 2(15 + 6 )
P = 42 unidades Anotações

Área
A área de um paralelogramo é calculada pela equação:
A = b×h
Exemplo: Em nosso exemplo, a área de nosso paralelogramo é de:
A = b×h
A = 15 × 6 = 90 unidades quadradas

4. Área e Perímetro de Trapézios


4. Área e Perímetro de Trapézios

Perímetro
Um trapézio é um quadrilátero que tem um par de lados que são
paralelos. Existem dois lados que são chamados bases do trapézio. A
altura de um trapézio é um segmento que conecta uma das bases do
trapézio à outra base do trapézio e é perpendicular a ambas as bases.
O perímetro do trapézio é calculado pela fórmula:

P = b1 + b2 + 2h

onde b1 é a base inferior, b2 é a base superior e h é altura do trapézio.


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Exemplo: Calcule o perímetro do trapézio abaixo:

Aplicando a fórmula, tem-se como resultado:

P = b1 + b2 + 2h
P = 121 + 45 + 2 × 20
P = 206 unidades
Área
A área de um trapézio é calculada da seguinte forma:

1
A= (b1 + b2 )h
2
Exemplo: Em nosso exemplo, a área do trapézio é assim calculada:
1
286 A= (b1 + b2 )h
2
1
Área
A área de um trapézio é calculada da seguinte forma:

1
A= (b1 + b2 )h
2
Exemplo: Em nosso exemplo, a área do trapézio é assim calculada:
1
A= (b1 + b2 )h
2

Unidade 14
1

Matemática
A = (121 + 45)20
2
A = 1.660 unidades quadradas

5. Área
5. Área e Perímetro
e Perímetro de Triângulos
de Triângulos

Perímetro
Um triângulo é um polígono de três lados. Dessa forma, o perímetro de
um triângulo é a soma de seus três lados, conforme a fórmula:

P = l1 + l2 + l3

onde l1 é o lado 1, l2 é o lado 2 e l3 é o lado 3 do triângulo.

Exemplo: Calcule o perímetro do triângulo abaixo:

Nesse caso, o perímetro do triângulo é:


P = l1 + l2 + l3
P = 2,9 + 8,2 + 6
P = 17,1

Área
Exemplo: Existem várias fórmulas para se calcular a área de um triângulo,
pois existem diferentes situações que podem requerer cálculos
diferenciados. A fórmula geral para cálculo de áreas de triângulos é:
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

1
A = b×h
2
onde b é a base e h é a altura do triângulo.
Exemplo: Em nosso exemplo, a área do triângulo é assim calculada:
1
A= ×b×h
2 287
1
diferenciados. A fórmula geral para cálculo de áreas de triângulos é:
Área
1
A =parabse
Exemplo: Existem várias fórmulas × hcalcular a área de um triângulo,
2
pois existem diferentes situações que podem requerer cálculos
onde b é a base e h é a altura do triângulo. Anotações
diferenciados. A fórmula geral para cálculo de áreas de triângulos é:
Exemplo: Em nosso exemplo, a área do triângulo é assim calculada:
1
1 A = b×h
A = ×b×h 2
2
onde b é a base e h é a altura
1 do triângulo.
A = × 8,2 × 4,5
Exemplo: Em nosso exemplo,2 a área do triângulo é assim calculada:
A = 18,45 unidades quadradas
1
A = ×b×h
2
1
Conclusão A = × 8,2 × 4,5
CONCLUSÃO
2
A = 18,45 unidades quadradas
Nesta unidade, foi apresentada uma revisão geral sobre as principais
figuras geométricas e como podemos calcular seus perímetros e áreas. O
conhecimento desse tipo de assunto pode ser muito útil em situações
CONCLUSÃO
profissionais e da vida privada, quando precisamos, por exemplo, calcular
Nesta unidade, foi apresentada uma revisão geral sobre as principais
áreas e dimensionar materiais para a construção civil.
figuras geométricas e como podemos calcular seus perímetros e áreas. O
conhecimento desse tipo de assunto pode ser muito útil em situações
1) Calcule
profissionais e daos
vidaperímetros e asprecisamos,
privada, quando áreas dasporseguintes figuras
exemplo, calcular
Exercícios de Fixação
geométricas: materiais para a construção civil.
áreas e dimensionar
a)

1) Calcule os perímetros e as áreas das seguintes figuras


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

geométricas:
a)

b)

288
c)
c)
c)
c)

e)
e)
e)
b)
b)

d)
d)
d)

Unidade 14
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

289
Matemática
COMPONENTE
CURRICULAR IV

Empreendedorismo

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico
Conceitos e Teoria do
Empreendedorismo

Empreendedorismo
UNIDADE Os objetivos desta unidade são:

1
• Distinguir os termos empreendedorismo, empreendi-

Unidade 1
mento e empreendedor;
• Compreender a importância do empreendedorismo;
• Caracterizar os tipos de empreendedorismo;
• Compreender os fatores que podem motivar o indivíduo
a empreender;
• Captar as vantagens do empreendedorismo.

É usual que as pessoas associem o termo empreendedorismo à criação


de microempresas e de empresas de pequeno porte. Assim, o aumento
dos pequenos negócios é uma função direta do grau de empreendedo-
rismo que existe em uma economia. Estudos recentes têm apontado para
a grande importância dos pequenos negócios na recuperação econômica
de países. O empreendedorismo é uma questão tão importante que há
anos faz parte das políticas públicas dos governos.

Introdução

O empreendedorismo refere-se à descoberta, avaliação e exploração de


oportunidades de negócios, os quais envolvem novos produtos, novos
serviços, novos processos de produção, novas estratégias, novas formas
organizacionais e novos mercados para produtos ou serviços que não
existem até o momento.

Desenvolvimento

1. Conceitos de Empreendedorismo

Algumas interpretações mais atuais relacionam o empreendedorismo à


disposição de aceitar os riscos de um novo empreendimento, desde que
haja uma chance significativa de lucratividade. Há outras interpretações
que associam o empreendedorismo à inovação, pois os empreendedores
desenvolvem novos bens ou serviços que o mercado necessita e que ain-
da não são fornecidos.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

293
Anotações

Para o guru da administração Peter Drucker, o empreendedorismo é condu-


zido por alguém que procura por mudanças, que reage com elas e explora a
mudança como sendo uma oportunidade. Um exemplo são as transformações
que ocorrem no âmbito das comunicações desde o advento das máquinas de
escrever. Do ponto de vista da elaboração de textos e documentos, o uso das
máquinas de escrever foi gradativamente substituído pelo uso do computador.
A informática revolucionou a comunicação, pois passou a estabelecer a cone-
xão entre os próprios computadores, até chegarmos à internet.

Partindo dessas características de empreendedorismo, podem ser con-


ceituadas as ações de empreender, que caracterizam a função do em-
preendedor:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• Procurar por oportunidades de investimento e produção;


• Organizar uma empresa;
• Lançar um novo processo de produção;
• Levantar o capital necessário;
• Contratar pessoas;
• Organizar o fornecimento de matérias-primas;
• Encontrar um local para as instalações;
• Introduzir uma nova técnica;
• Descobrir novos recursos e insumos para o processo;
• Selecionar gestores de alto nível para conduzir as operações diárias.

Essas são as ações que são esperadas de um empreendedor, obviamente


considerando-se empreendimentos grandes e complexos. No caso de em-
preendimentos menores, algumas funções são eliminadas ou combinadas
a outras. Por exemplo, em uma microempresa, as funções gerenciais costu-
mam ser assumidas pelo próprio empreendedor.

294
Empreendedorismo
2. Importância do Empreendedorismo

Muitos estudiosos concordam, atualmente, que o empreendedorismo é um

Unidade 1
elemento necessário para estimular o crescimento econômico e as oportu-
nidades de emprego em todas as sociedades.

Os economistas afirmam que o empreendedorismo é essencial para a vita-


lidade de qualquer economia, desenvolvida ou em desenvolvimento. Em-
preendedores criam novos negócios, geram empregos para si mesmos e
para aqueles que eles empregam. É por isso que o sucesso dos pequenos
negócios é o principal motor da criação de empregos, crescimento de ren-
da e redução da pobreza.

No caso da criação de empregos, o empreendedorismo dá segurança às


pessoas. Por isso, ele é gerador de bem-estar social. Além disso, o empre-
endedorismo é uma forma de descentralização do poder econômico, que
costuma convergir para as grandes empresas e fortunas.

Em muitos casos, a atividade de empreendedorismo estimula a compe-


tição e, com mudanças tecnológicas ou operacionais, pode aumentar a
produtividade.

A história recente mostra que o empreendedorismo foi essencial para muitas


das mais significativas inovações, as quais revolucionaram o modo de viver e
de trabalhar das pessoas. Os automóveis, os aviões e os computadores pes-
soais foram desenvolvidos por indivíduos que tinham sonhos, determinação, e
que eram empreendedores.

3. Tipos de Empreendimentos

Há vários tipos de empreendimentos que são dirigidos pela ação do em-


preendedor. Alguns exemplos são os seguintes:

• Criação de um novo negócio:


- Uma atividade autônoma;
- Uma nova empresa;
- Uma nova linha de produtos e serviços.
• Expansão de um negócio já existente.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

É importante mencionar que a figura do empreendedor costuma ser asso-


ciada a somente um indivíduo, embora muitos empreendimentos contem
com grupos de indivíduos, formando um grupo de empreendedores. Por
exemplo, numerosas empresas criadas no Brasil são de origem familiar, sen-
do seus empreendedores formados pelo conjunto de parentes envolvidos
com o negócio.

295
Anotações

4. Fatores Motivacionais do Empreendedorismo

Diversas pesquisas foram feitas para


identificar os fatores motivacionais
básicos para o empreendedorismo
e para identificar traços de perso-
nalidade comuns aos empreen-
dedores. Apesar da infinidade de
estudos, ainda é difícil dizer o que
motiva os empreendedores a serem
altamente inovadores. Uma forma
mais apropriada de sistematizar es-
ses conhecimentos teóricos é apre-
sentada a seguir. Serão detalhados
os fatores internos e externos que
motivam uma pessoa a criar o ne-
gócio próprio, a criar uma empresa.

4.1 Fatores Motivacionais Internos

Os fatores internos são constituídos pela personalidade do empreendedor,


e assim geram uma tendência à adoção de uma atividade empreendedora.
Como fatores motivacionais internos, podem ser destacados:
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• A formação educacional: a formação do indivíduo pode levá-lo a assumir


determinados empreendimentos que requerem de seus proprietários conhe-
cimentos especializados. Por exemplo, uma pessoa com formação técnica
em mecânica pode ser motivada a montar uma oficina ou uma loja de peças.

• A base familiar: o exemplo de empreendedor de um parente pode mo-


tivar o indivíduo a criar seu próprio negócio. Mas, a motivação de base
familiar também pode decorrer de um infortúnio, quando o indivíduo se
vê na necessidade de criar um negócio próprio, em função da perda de
um parente próximo que provia o sustento da família. Por exemplo, o filho
pode sentir-se motivado a empreender após a morte de seu pai, como
forma de se responsabilizar pelo sustento da família.

• O desejo de correr riscos: o empreendedor corajoso e impetuoso pode


encontrar no risco aquele desafio que será a mola propulsora para que
inicie uma atividade empreendedora.

• O desejo de ser livre e independente: o indivíduo que está descontente


com o trabalho, que tem dificuldades para encontrar um emprego, depara-
-se com uma forte motivação para criar um negócio.

296
Empreendedorismo
• A experiência ocupacional: muitas
vezes, um trabalhador especializa-
do decide colocar seus conheci-

Unidade 1
mentos em proveito de seu próprio
negócio, ao invés de fazê-lo para
terceiros.

• O desejo de fazer algo pioneiro e


inovador: há indivíduos que se mo-
vem pelo desafio de propor algo
novo e, assim, obter um reconheci-
mento ímpar perante a sociedade.

Dentre todos esses fatores motivacionais, o desejo de fazer algo pioneiro


e inovador pode ter grande alcance social. Esse fator reflete o desejo do
empreendedor de contribuir com o desenvolvimento da cidade, região,
estado ou país, através da introdução de um produto inteiramente novo no
mercado. O desejo maior é a criação do empreendimento onde se use uma
nova tecnologia, que possibilite empregos de alto nível para as pessoas que
habitam em sua comunidade.

Esse tipo de motivação foi o que impulsionou a criação de um grande número


de empresas de tecnologia da informação e de produção de softwares na dé-
cada de 1990. A partir desses empreendimentos, cidades, regiões e estados
inteiros alteraram suas características econômicas, fornecendo melhores opor-
tunidades de emprego à população. Nessa linha lógica, podemos citar como
exemplo o Vale do Silício nos Estados Unidos.

A presença desses fatores motivacionais internos é essencial para que a


atividade de empreendedorismo seja conduzida. Mas, as ambições empre-
endedoras não podem frutificar sem um suporte ambiental.

4.2 Fatores Motivacionais Externos

Os fatores motivacionais externos possibilitam um ambiente propício para


o empreendedorismo. Como fatores motivacionais externos, podem ser
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

destacados:

• O apoio e assistência do governo: o governo pode motivar a ação empre-


endedora quando oferece a estrutura apropriada para que os empreende-
dores possam exercê-la. Isso se dá com a criação de programas de apoio à
ação empreendedora, como a oferta de cursos e orientações empresariais.

297
Anotações

• A disponibilidade de tecnologia ou matéria-prima: a disponibilidade dos


insumos ao processo produtivo pode motivar o empreendedor a produ-
zir novos produtos e criar novos mercados. Por exemplo, um produtor de
milho de pipoca pode optar por investir em tecnologia biogenética com
vistas a produzir milho de pipoca específico para ser utilizado em fornos de
micro-ondas.

• O encorajamento das unidades de grandes negócios: grandes empresas


que optam por terceirizar processos de produção ou atividades funcio-
nais podem motivar seus próprios funcionários ao empreendedorismo. Por
exemplo, uma empresa pode decidir terceirizar o serviço de segurança,
estimulando seus profissionais a criarem uma empresa para explorar tal
prestação de serviços.

• A forte demanda de produtos: o mercado sempre aparece como um


motivador-chave para a ação empreendedora, pois o insumo básico de
qualquer empreendimento é o fato gerador de receitas.

• A assistência financeira de instituições de investimento: a disponibilidade


de capital para financiamento do empreendedorismo pode criar o estímulo
final para que o empreendedor decida investir.

Esses fatores motivacionais externos são extremamente fortes, especial-


mente a assistência financeira de instituições de investimento. É fácil con-
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

cordar com isso, pois todo empreendimento requer capital para que possa
ser conduzido.

5. Vantagens do Empreendedorismo

O sucesso dos empreendimentos traz benefícios não somente ao empre-


endedor, mas a toda a sociedade envolvida, nos âmbitos regional, munici-
pal, estadual, nacional ou internacional.

Os benefícios que podem ser derivados das atividades de empreendedo-


rismo são os seguintes:

• Ganhos econômicos e financeiros;


• Autoempregabilidade, o que oferece maior satisfação e flexibilidade ao
empreendedor;
• O emprego de outras pessoas, que muitas vezes encontram mais satisfa-
ção no trabalho desenvolvido nesses empreendimentos;
• Desenvolvimento de novas indústrias e negócios, especialmente em áre-
as ou regiões rurais, que usualmente são afetadas pela globalização;

298
Empreendedorismo
• Geração de renda e aumento do crescimento econômico;
• Aumento da oferta de produtos e serviços;
• Desenvolvimento de novos mercados;

Unidade 1
• Promoção do uso de tecnologias modernas em pequenas escalas de pro-
dução para aumentar a produtividade;
• Desenvolvimento das qualidades e atitudes do empreendedorismo entre
empreendedores potenciais para trazer mudanças significativas nas áreas
rurais;
• Liberdade da dependência dos empregos e trabalhos oferecidos pelos
outros;
• Habilidade de desenvolver grandes realizações;
• Redução da economia informal;
• Redução da perda de talentos, que migram para outros países, com a
melhoria no clima doméstico para o exercício do empreendedorismo.

Conclusão

O empreendedorismo é, atualmente, um dos principais impulsores das


economias ao redor do mundo, tanto de países desenvolvidos quanto de
países em desenvolvimento. Os pequenos negócios são aqueles que sin-
tetizam mais adequadamente as características básicas de um empreendi-
mento, porque costumam explorar necessidades humanas pouco ou ainda
não exploradas pelas empresas existentes.

Ou seja, bastante há que ser feito, pois há muitas oportunidades de ne-


gócios e inúmeras oportunidades para lucrar, crescer e desenvolver co-
munidades, regiões e países. Logo, o indivíduo pode ser empreendedor
conduzindo sua própria atividade, ou assumindo essa postura no emprego
de que dispõe.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

299
Anotações

Exercícios de Fixação

1) Leia as frases abaixo e assinale com V (verdadeiro) aquelas alternativas


que estão associadas com a definição de empreendedorismo e com F (fal-
so) os casos contrários:
A ( ) A criação de um novo negócio.
B ( ) A exploração de um novo mercado de transporte de produtos agrícolas.
C ( ) A construção de um novo edifício para o Supremo Tribunal Federal.
D ( ) A criação de uma nova colheitadeira que reduz o desperdício na co-
lheita de cereais.
E ( ) A eleição de deputados e senadores.

2) Leia as frases abaixo e assinale com V (verdadeiro) aquelas alternativas


que estão associadas com as vantagens do empreendedorismo e com F
(falso) os casos contrários:
A ( ) As microempresas e empresas de pequeno porte são exemplos clás-
sicos de empreendedorismo.
B ( ) O empreendedorismo provê emprego ou trabalho para o empreen-
dedor e para as pessoas que participarão do empreendimento.
C ( ) O empreendedorismo é responsável pelo crescimento econômico,
influindo no número de empregos e na geração de renda.
D ( ) O empreendedorismo é um fenômeno restrito aos países pobres.
E ( ) O empreendedorismo dispensa políticas públicas, pois os empreen-
dedores não precisam da ajuda de ninguém e muito menos do governo.
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3) Leia as frases abaixo e assinale com “I” as alternativas que estão associa-
das aos fatores motivacionais internos e com “E” as alternativas que estão
associadas aos fatores motivacionais externos:
A ( ) O mercado está procurando um novo serviço de transporte de pro-
dutos agrícolas.
B ( ) Os bancos públicos estão disponibilizando recursos para financiar a
criação de novos negócios e empresas.
C ( ) O governo municipal criou um plano de educação do empreendedor.
D ( ) Um cozinheiro que trabalha em uma churrascaria está considerando
criar seu próprio restaurante.
E ( ) Um indivíduo está pensando em montar seu próprio negócio, da
mesma forma como seu pai fez.
F ( ) Uma grande empresa transportadora está terceirizando os serviços de
transporte de cargas no perímetro urbano das cidades e está transferindo
tais operações aos seus próprios funcionários, que criarão empresas para
explorar o negócio.
G ( ) Um indivíduo tem um forte desejo de ser seu próprio patrão.
H ( ) Um empreendedor é aquele indivíduo que não mede riscos para con-
duzir seus planos de investimentos.

300
Perfil do Empreendedor

Empreendedorismo
Os objetivos desta unidade são:
UNIDADE • Fazer uma autoanálise para identificar os atributos pesso-

2
ais que já possui;

Unidade 2
• Identificar aqueles atributos pessoais que não possui em
seu perfil, mas que poderão ser desenvolvidos em sua
personalidade;
• Identificar os conhecimentos gerenciais básicos que são
necessários para se tornar um empreendedor de sucesso.

Como mencionado anteriormente, o indivíduo pode ser um empreende-


dor ao conduzir seu próprio negócio, ou quando assume uma postura
diferenciada em seu emprego. Muitas empresas criaram a figura do “Em-
pregado do Mês”, como forma de destacar os funcionários com melhor
desempenho. Será que os funcionários que apresentam melhor desem-
penho no trabalho têm, em seu interior, o perfil de um empreendedor?

Introdução

Todos já encontramos indivíduos que cumprem suas atividades com pai-


xão, realizam grandes coisas, dedicam inúmeras horas e não medem
esforços para realizar seu trabalho. Nem sempre tais indivíduos são em-
presários, embora sejam empreendedores.

Frequentemente, tais indivíduos estão mais próximos de nós do que


pensamos, pois podem estar em nossas famílias, em nossas comunida-
des, municípios ou na vizinhança. Eles são pessoas que nos cercam e
que, através de suas realizações, são conhecidos como empreendedores
ou possuem um forte perfil empreendedor.

Desenvolvimento

1. Qualidades Empreendedoras
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

A experiência do empreendedorismo é um tópico que merece ser es-


tudado porque ajuda na identificação de todas as qualidades que nos
impulsionam a agir e a sermos bem-sucedidos. Seja para alcançar bons
resultados na escola, seja para alcançar o sucesso em um empreendimen-
to, quanto mais soubermos sobre as qualidades motivadoras, mais elas
vão contribuir para chegarmos ao êxito.

301
Anotações

É importante descobrir a natureza essencial e dinâmica do espírito empreen-


dedor. As qualidades empreendedoras são as habilidades, atitudes e atributos
que são típicas dos empresários. Essas qualidades tornam uma ação efetiva e
permitem ao empreendedor alcançar seus objetivos.

2. Atributos Psicológicos Comuns aos


Empreendedores

O que possibilita que os indivíduos atuem como empreendedores? Não


existe um perfil definitivo para tipificar um empreendedor. Empreendedo-
res de sucesso têm as mais diversas características, desde idade, níveis de
renda, gênero e raça. Eles diferem em educação e experiência. Mas, pesqui-
sas indicam que os empreendedores de sucesso partilham alguns atributos
pessoais, que são os seguintes:

• Autoconfiança – que leva o empreendedor a:


- Sentir-se capaz de fazer algo;
- Ter uma percepção positiva de si mesmo;
- Estar certo de seu potencial;
- Expressar seu ponto de vista, mesmo se ele diverge da opinião preva-
lecente;
- Permitir-se assumir riscos calculados.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• Criatividade: que é a faísca que dirige o desenvolvimento de novos pro-


dutos, novos serviços ou novas formas de se fazer negócio. A criatividade
impulsiona a inovação e a melhoria. É um aprendizado contínuo, que leva
o indivíduo a refletir sobre novas formas de fazer as coisas.

• Motivação – que está associada a:


- Estar sempre à procura de algo para fazer;
- Manter-se entusiasmado permanentemente pelo projeto;
- Buscar desafios.
302
Empreendedorismo
• Determinação – pode ser caracterizada como aquela força interior que
leva o indivíduo a fazer a décima ligação telefônica para fazer uma venda,
mesmo após as nove anteriores terem fracassado. A determinação leva o

Unidade 2
indivíduo a:
- Impor-se uma autodisciplina;
- Concentrar-se em um objetivo definido.

• Esforço e dedicação – motiva o empreendedor a trabalhar duro, muitas


vezes doze horas por dia e nos sete dias da semana, especialmente no
início do empreendimento. Além disso, o empreendedor costuma desen-
volver tarefas menos gratificantes, mas sempre com uma atitude positiva.

• Senso de responsabilidade – que significa:


- Cumprir com o que foi acordado com a equipe, grupo, organização
ou consigo mesmo.

• Iniciativa – que se caracteriza por:


- Tomar ação;
- Transformar um problema em uma ação que pode ser empreendida
de acordo com as oportunidades.

• Perseverança – que leva o indivíduo a:


- Demonstrar constância com relação ao empreendimento;
- Demonstrar uma habilidade para acompanhar o projeto até sua con-
clusão, independentemente dos obstáculos encontrados.

• Solidariedade – que se caracteriza por:


- Partilhar os objetivos e trabalhar em função deles;
- Acreditar que outra pessoa pode fazer uma contribuição.

• Espírito de equipe e liderança – que significa:


- Trabalhar em função de um objetivo, tendo consideração pela opinião
dos outros membros do grupo.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

303
Anotações

• Desenvoltura – que se refere a:


- Usar o conhecimento e as habilidades para tratar com o inesperado.

• Flexibilidade – é a habilidade de reagir rapidamente, em resposta às mu-


danças exigidas pelo mercado. É estar sempre atento à realidade do mer-
cado, para capturar uma oportunidade imediatamente após a abertura da
janela de oportunidades.

• Paixão: é o que faz o empreendedor iniciar e se manter no empreendi-


mento. Com isso, o empreendedor poderá convencer outras pessoas, se-
jam funcionários, clientes, fornecedores, bancos ou investidores, a acreditar
em sua visão do negócio. A paixão não pode substituir o planejamento,
mas pode ajudá-lo a se manter focado no objetivo do negócio.

Como a lista é extensa, é difícil encontrar um empreendedor que reúna todas


essas características. Entretanto, os empreendedores que desejam sobreviver em
um mundo competitivo não têm outra escolha a não ser ir ao encalço dessas
características, e especialmente da criatividade e da inovação. E, se esses empre-
endedores tiverem arriscado todo o seu capital no empreendimento, eles terão de
ser ainda mais perseverantes para que o empreendimento seja lucrativo.

3. Habilidades Gerenciais do Empreendedor


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Os atributos psicológicos do empreen-


dedor são constituídos por um conjun-
to de fatores que são inatos ao indiví-
duo, e por outro conjunto de fatores
que são desenvolvidos ao longo de sua
experiência de vida. Considerando esse
último conjunto, o empreendedorismo
de sucesso requer que o empreende-
dor tenha habilidades para atrair, reter
e equilibrar os interesses de clientes,
fornecedores, empregados, bancos e
investidores em torno de um negócio.
Para tanto, o empreendedor precisa
ter conhecimento de administração de
pessoas, de finanças, de planejamento
estratégico, entre outras habilidades
gerenciais.

304
Empreendedorismo
4. Habilidades Administrativas e Financeiras

Unidade 2
Empreender é lograr sucesso financeiro com o negócio, podendo inclusive
formar uma grande e duradoura empresa.

Um transportador autônomo de cargas se assemelha a uma empresa governa-


da por uma única pessoa.

Considerando o exemplo de um transportador autônomo de cargas, os


requisitos administrativos e financeiros básicos para o empreendedor são
os seguintes:

• Administrar o tempo: a carga deve ser coletada e entregue no dia, na


hora e local estabelecidos, sem perdas ou avarias. Isso significa satisfazer às
necessidades dos clientes.
• Administrar despesas: as despesas operacionais e não operacionais de-
vem ser rigorosamente anotadas.
• Administrar receitas: as receitas devem ser superiores às despesas; caso
contrário, registra-se prejuízo.

• Ser ético nos negócios e com seus funcionários.


• Respeitar as leis de trânsito e ambientais.
• Ser bom negociador: as negociações de preço e de forma de recebimen-
to da remuneração devem andar de mãos dadas com o fluxo de caixa.

Negociações bem-sucedidas exigem um entendimento completo do custo de


operação, que por sua vez relaciona-se com: a distância a percorrer; o volume
da carga; a densidade da carga; o seguro da carga; e a carga de retorno.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

305
Anotações

5. Habilidades Tecnológicas

O empreendedor de sucesso procura acompanhar os avanços tecnológicos


inerentes à sua atividade e, principalmente, adquirir novos conhecimentos
por meio de cursos e capacitações técnicas.

Procure integrar-se às redes de comunicação de seus clientes, se houver, ob-


viamente. Nos dias de hoje, quase todas as empresas que fazem uso de trans-
portadores de carga possuem sistemas informatizados de gerenciamento de
sua cadeia de suprimentos.

Conclusão

Os empreendedores reúnem vários atributos pessoais, que lhes asseguram


o alcance do sucesso em seus empreendimentos. Uma pessoa não precisa
reunir todos os atributos pessoais que apresentamos. Mas, é importante
recordar que não há sucesso sem dedicação, muito esforço e preparação.

A preparação é um elemento importante na formação do empreendedor,


pois há uma gama de conhecimentos básicos que precisam ser dominados,
a fim de garantir o desejado êxito. Tais conhecimentos referem-se às habili-
dades gerenciais, financeiras e tecnológicas, como foi descrito.
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Exercícios de Fixação

1) Leia as frases abaixo e assinale com V (verdadeiro) as ações que estão


associadas aos atributos pessoais de um empreendedor de sucesso e com
F (falso) os casos contrários:

A ( ) Estar certo de seu potencial.


B ( ) Sentir-se capaz de fazer algo.
C ( ) Ter uma percepção positiva de si mesmo.
D ( ) Arriscar o sucesso da empresa, entrando em negócios escusos.
E ( ) Estar sempre à procura de algo para fazer.
F ( ) Evitar desafios.
G ( ) Dispersar-se constantemente de seus objetivos.
H ( ) Desejar a independência para dormir o quanto quiser e trabalhar
pouco.
I ( ) Descumprir acordos e não ser pontual, pois isso não é importante no
Brasil.
J ( ) Ser pró-ativo ao invés de ser somente reativo.

306
Empreendedorismo
K ( ) Deixar a empresa nas mãos dos funcionários e se despreocupar. Afinal
de contas, eles são pagos para isso.
L ( ) Acreditar que os funcionários vão ajudar no empreendimento, se os

Unidade 2
mesmos forem bem conduzidos pelo empreendedor.
M ( ) Eliminar a capacidade de participação dos funcionários, pois eles são
pagos para trabalhar e não para dar opiniões.
N ( ) Estar sempre atento à realidade do mercado, para aproveitar quando
a janela de oportunidades de negócios se abre.
O ( ) Deixar a paixão prevalecer e não considerar as habilidades gerenciais,
pois isso é coisa de quem se formou em administração.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

307
Introdução ao Plano de Negócio

Empreendedorismo
Os objetivos desta unidade são:
UNIDADE • Caracterizar o que é um plano de negócio;

3
• Reconhecer a importância de se elaborar um plano de

Unidade 3
negócio;
• Identificar os principais interessados na leitura do plano
de negócio;
• Identificar os elementos que compõem um plano de ne-
gócio;
• Elaborar um esboço do plano de negócio.

A elaboração do plano de negócio é o ponto crítico onde o empreende-


dor pode efetivamente conseguir o envolvimento dos demais elemen-
tos – funcionários, clientes, fornecedores, credores e investidores – no
empreendimento.

Além disso, o plano de negócios possibilitará ao empreendedor o acom-


panhamento das metas de desempenho estabelecidas com o objetivo de
alcançar o êxito no negócio.

Introdução

Um plano de negócio é um documento que contém a descrição de-


talhada do plano de planejamento / metas de uma empresa. Ele é um
relatório detalhado sobre os produtos e serviços, técnicas de produção,
mercado e clientes, estratégia de marketing, de recursos humanos, or-
ganização, requisitos com respeito à infraestrutura e suprimentos, requi-
sitos de capital, fontes e usos de fundos de um empreendimento.

O plano de negócio é um elemento crucial em qualquer pedido de fi-


nanciamento. É por isso que ele deve ser completo, realista, bem estru-
turado e de leitura fácil.

Desenvolvimento

1. Motivação para a Elaboração de um Plano


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

de Negócio

Existem muitas razões importantes para que seja elaborado um plano de


negócio. Algumas das mais importantes são as seguintes:

309
Anotações

Obter uma visão integrada do negócio: ao preparar seu plano de ne-


gócio, o empreendedor obtém uma visão integrada de todas as questões
relativas ao negócio. Por exemplo, o plano de negócio ajuda a identificar
melhor seus clientes-alvo e seu segmento de mercado, formar sua estraté-
gia de preço e definir as condições competitivas sob as quais o empreen-
dimento deve operar para ser exitoso. O plano de negócio assegura que
todas essas considerações são consistentes e harmonizadas com proprie-
dade. O processo de plano de negócio frequentemente leva à descoberta
de uma vantagem competitiva ou de novas oportunidades, assim como a
identificar possíveis deficiências no plano.

Compreensão Mútua Dentro da Equipe de Gestão: o plano de negó-


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

cio favorece o alcance da compreensão mútua entre os membros da ges-


tão do empreendimento, pois sintetiza todas as informações necessárias
para o alcance das metas.

Determinação das Necessidades Financeiras e Solicitação de Fun-


dos: o plano de negócio é utilizado com frequência no processo de solici-
tação de fundos, pois ele descreve a quantia, tipo e fonte de recursos, caso
eles sejam requeridos.

Recrutamento: o plano de negócio é usado no recrutamento de novos


empreendedores, sócios e gestores.

Detalhamento dos Objetivos para os Funcionários: no plano de ne-


gócio são detalhados os objetivos e medidas de desempenho para as uni-
dades e indivíduos na organização. Ele considera a administração por ob-
jetivos.

Informação aos Funcionários: o plano de negócio é utilizado como


meio de informar e motivar os empregados sobre os objetivos do empre-
endimento.

310
Empreendedorismo
Informação aos Credores: o plano de negócio dá ao banco ou aos inves-
tidores as informações necessárias para o monitoramento do desempenho
do empreendimento.

Unidade 3
Informação aos Sócios: o plano de negócio apresenta as informações
necessárias para os sócios e outras organizações relevantes que têm inte-
resse no empreendimento.

2. Elaboração do Plano de Negócio

Um plano de negócio pode ajudar um empreendedor a alocar os recursos de


forma apropriada, tratar de problemas inesperados e tomar boas decisões de
negócios.

Um plano de negócio bem organizado é a parte essencial de qualquer so-


licitação de empréstimo. Esse plano deve especificar, por exemplo, como o
negócio irá pagar o dinheiro que for tomado por empréstimo. O empreen-
dedor também deverá levar em conta todos os gastos com o investimento
e os riscos potenciais.

É importante destacar que o objetivo do plano de negócio deve ser, inicial-


mente, o de ajudar o empreendedor a obter uma compreensão profunda da
oportunidade de negócio.

Os empreendedores costumam criar dois planos:

• Documento para uso interno: é um plano para guiar o negócio e não


necessita do detalhamento de questões como a experiência de gestão do
empreendedor;

• Documento para uso de marketing: é um plano que detalha informações


úteis para a imagem do empreendimento. Nesse caso, uma biografia deta-
lhada do empreendedor e de sua experiência anterior pode ser importante.

Um plano de negócio-padrão tem em geral um volume de 40 páginas. Ele deve


ter um bom formato visual, com uma boa linguagem e de fácil entendimento.
A linguagem deve ser comercial e entusiástica. O texto deve reforçar os fatos
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

positivos, a fim de convencer as pessoas a investir seu dinheiro e/ou tempo no


novo empreendimento.

311
Anotações

3. Os Principais Interessados no Plano de Negócio

Entre os interessados na leitura do plano de negócio encontram-se os fun-


cionários-chave do empreendimento, os parceiros do negócio e os possí-
veis investidores e credores.

Como o plano de negócio incorpora muitos elementos, é comum que o


empreendedor questione qual das partes do plano deve ser distribuída a
cada pessoa interessada, a fim de garantir o sigilo de determinadas infor-
mações. Isso depende do grau de sigilo e da responsabilidade que pode
ser atribuída ao interessado.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Se no plano de negócio forem incluídas informações sobre decisões estraté-


gicas confidenciais, por exemplo, tais informações não poderão ser distribu-
ídas a todos os interessados. As informações confidenciais somente devem
ser repassadas às pessoas nas quais o empreendedor confia. É possível ao
empreendedor, inclusive, solicitar que a pessoa que recebe o plano de negócio
assine uma declaração de confidencialidade.

Alguns dos maiores interessados em receber uma cópia do plano de ne-


gócio são os potenciais fornecedores de capital para investimento, que são
os seguintes:

Bancos Comerciais: os bancos fornecem empréstimos para os negócios


viáveis, de acordo com os termos e condições do mercado. Esses bancos
são normalmente muito avessos ao risco e requerem uma cobertura ade-
quada por meio de garantias. Essas garantias envolvem contas a receber,
terras, construções, máquinas, equipamentos e estoques. Se alguns desses
ativos são aceitos como garantia, o banco pode requerer que o valor do
empréstimo seja coberto por 200% ou mais de seu valor. A taxa de juros
depende das condições macroeconômicas do país e do perfil de risco do
cliente. No Brasil, as taxas de juros praticadas pelos bancos comerciais são

312
Empreendedorismo
muito altas e não são apropriadas para financiar os investimentos em em-
preendimentos. As operações se resumem à gestão do capital de giro.

Unidade 3
Investidores Privados: são investidores independentes e que têm capital
disponível para investir em oportunidades de negócios. Seu incentivo é
obter uma taxa de retorno maior do que aquela que pode ser obtida no
mercado de capitais.

Bancos Repassadores de Verbas do BNDES: os bancos comerciais,


agências de desenvolvimento e cooperativas de crédito que repassam as
verbas do Sistema BNDES requerem um plano de negócio durante o pro-
cesso de análise da solicitação de financiamento do empreendimento.

4. Elementos Básicos do Plano de Negócio

O plano de negócio descreve o status passado e presente de um negócio,


mas sua principal proposta é apresentar o futuro de um empreendimento.
Ele é normalmente atualizado a cada ano e é projetado para um período
entre três e cinco anos, dependendo do tipo de negócio.

Os elementos básicos do plano de negócio devem ser os seguintes:

1. Capa;
2. Índice;
3. Sumário executivo;
4. Descrição da empresa;
5. Descrição dos produtos e serviços;
6. Descrição dos clientes, do mercado e da concorrência;
7. Descrição da determinação dos preços, das estratégias de vendas, de
promoção e propaganda (marketing);
8. Descrição do plano de operações, do processo produtivo, dos fornece-
dores, da localização e da infraestrutura da empresa;
9. Descrição da organização, da administração e da equipe de trabalho;
10. Descrição da estrutura legal, ambiental e dos fatores sociais;
11. Descrição do plano financeiro;
12. Documentos de suporte.

5. Breve Descrição dos Elementos Básicos do


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Plano de Negócio

Uma breve descrição de cada um desses elementos é feita a seguir.

313
Anotações

Sumário Executivo: o sumário executivo é a pedra angular de um bom


plano. Essa é a parte que as pessoas leem para decidir se irão ler o restante
do documento. Ela deve resumir os detalhes técnicos, de marketing, finan-
ceiros e gerenciais. O sumário executivo deve convencer o leitor de que o
novo empreendimento é um investimento valioso.

Descrição da Empresa: a descrição da empresa destaca as expectativas


do empreendedor, suas estratégias e objetivos.

Descrição dos Produtos e Serviços: a descrição dos produtos e serviços


enfatiza as características e benefícios do novo empreendimento.
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Descrição dos Clientes, do Mercado e da Concorrência: esta parte


enfoca as características diferenciadas em relação à competição e ao grau
de inovação proposto, além de uma breve descrição dos clientes.

Descrição da Determinação dos Preços, das Estratégias de Vendas,


de Promoção e Propaganda (Marketing): nesta parte são detalhadas
as estratégias necessárias para interagir com o mercado, incluindo as ações
de promoção e propaganda e determinação dos preços.

Descrição do Plano de Operações, do Processo Produtivo, dos


Fornecedores, da Localização e da Infraestrutura da Empresa:
nesta parte é descrito o processo de produção de produtos ou serviços,
são descritos os fornecedores e são descritas a localização e infraestru-
tura da empresa.

Descrição da Organização, da Administração e da Equipe de Tra-


balho: esta parte contém o detalhamento da organização do empreen-
dimento e das ferramentas gerenciais a serem utilizadas, bem como da
equipe de trabalho.

314
Empreendedorismo
Descrição da Estrutura Legal e Ambiental e dos Fatores Sociais: o
plano deve descrever o atendimento aos requisitos e licenciamentos am-
bientais, o detalhamento dos riscos ambientais, o comprometimento com a

Unidade 3
comunidade e os benefícios do empreendimento para o desenvolvimento.

Descrição do Plano Financeiro: a parte financeira inclui, em princípio,


três projeções econômico-financeiras, que são: o balanço patrimonial, a
demonstração de resultados e a análise do fluxo de caixa. Isso requer esti-
mativas detalhadas de gastos e vendas. As despesas são relativamente fá-
ceis de serem estimadas. As projeções de vendas são usualmente baseadas
em pesquisa de mercado e frequentemente utilizam dados de vendas de
produtos ou serviços similares produzidos pelos competidores.

Documentos de Suporte: esta parte inclui os documentos que são ne-


cessários para comprovar os elementos requeridos pelos credores e inves-
tidores, como registros comerciais e garantias.

Conclusão

Há muitos interessados em ler o plano de negócio do empreendimento,


sobretudo os fornecedores do crédito para investimento. No entanto, o
plano de negócio tem um sentido muito mais amplo do que atender aos
requisitos dos órgãos financiadores. O plano de negócio representa o plano
de metas a ser seguido pelo empreendedor, visando tornar seu empreen-
dimento lucrativo.

MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

315
Anotações

Exercícios de Fixação

1) Leia as frases abaixo e assinale com V (verdadeiro) aquelas alternativas


que estão associadas com a elaboração de um plano de negócio e com F
(falso) os casos contrários:
A ( ) O plano de negócio deve ser elaborado por um cientista, com lin-
guagem muito complexa, para que todos aceitem seu conteúdo sem com-
preender nada.
B ( ) O plano de negócio pode ser reproduzido em centenas de cópias e
entregue a todos que tiverem interesse em lê-lo, pois não há informações
que sejam sigilosas.
C ( ) Um plano de negócio-padrão tem em geral um volume de 40 páginas
e deve ser escrito com boa linguagem e de fácil entendimento, mostrando
uma posição positiva sobre o empreendimento.
D ( ) O plano de negócio é parte integrante do processo de análise das
solicitações de crédito das instituições repassadoras de verbas do Sistema
BNDES.
E ( ) A elaboração do plano de negócio é tão importante para o próprio
empreendedor quanto o é para os demais envolvidos no empreendimento,
pois o empreendedor poderá utilizá-lo como um elemento de orientação
para a condução do negócio.

2) Leia as frases abaixo e assinale com V (verdadeiro) aquelas alternativas


que estão associadas com a elaboração de um plano de negócio, e com F
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

(falso) os casos contrários:


A ( ) A parte inicial do plano de negócio deve conter uma síntese muito
bem elaborada dos principais pontos do empreendimento, a fim de moti-
var o leitor a continuar lendo o documento. Essa parte se chama sumário
executivo.
B ( ) A descrição da empresa deve incluir a ficha de antecedentes criminais
do empreendedor, para que os leitores do documento saibam que se trata
de alguém que nunca cometeu crimes.
C ( ) O plano financeiro do empreendimento deve incluir a superestimação
das receitas e a subestimação dos custos, como forma de aumentar o lucro
e tornar o negócio mais atrativo para os credores e investidores.
D ( ) A descrição da experiência profissional e de gestão do empreendedor
é uma informação que pode atrair o interesse dos credores e investidores.
E ( ) O plano de negócio é feito somente uma vez porque dá muito tra-
balho. O documento será colocado na prateleira e não precisa ser lido nem
pelo próprio empreendedor, pois foi elaborado somente para agradar aos
bancos.

316
COMPONENTE
CURRICULAR V

Visão Sistêmica

Programa de Formação Inicial de


Mecânico de Veículos Automotores a Diesel
Módulo Teórico Básico
A Infraestrutura dos modais de
transporte no Brasil
UNIDADE

Visão Sistêmica
Os objetivos desta unidade são:

Unidade 1
• Identificar a função do transporte e o papel da circulação
de bens e pessoas no âmbito internacional, nacional, re-
gional e municipal.
• Caracterizar as modalidades de transportes, tanto para car-
gas quanto para passageiros, nacionais e internacionais.

Nesta unidade, vamos conhecer o sistema de transportes no Brasil.


Teremos uma visão bem abrangente de todos os tipos de transporte
de cargas e de pessoas, de modo a perceber as características de cada
um deles e a organização do setor.

Introdução

Os transportes têm papel de extrema importância para o desenvolvimento


de uma sociedade e eles são responsáveis diretos pelo grau de desenvolvi-
mento da nação, ou seja, quanto mais eficiente é o sistema de transporte
de um país, maior é o seu desenvolvimento.

Desenvolvimento

1. Modos de transporte

O setor de transporte no Brasil é formado por cinco modalidades básicas:


• Rodoviária;
• Ferroviária;
• Aquaviária;
• Dutoviária; e
• Aeroviária (ou Aérea).

Também existe a possibilidade de se combinarem vários modais de


transporte para transportar passageiros ou cargas de um local a outro.
Você sabia disso?
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

Uma combinação possível para usuários de transporte coletivo em diversas


cidades brasileiras é o uso do ônibus integrado ao metrô. Nesse caso, usam-
-se dois modais de transporte, o rodoviário e o ferroviário, para realizar o
deslocamento.

319
Anotações

Da mesma forma, há diversas combinações possíveis entre os vários mo-


dais para deslocar uma mercadoria de um lugar a outro. A combinação
rodovia-ferrovia-aerovia é um dos exemplos de integração que pode ser
utilizado. A integração de dois ou mais modais de transporte para o des-
locamento é tecnicamente conhecida como Intermodalidade.

No modal rodoviário, o meio de transporte de passageiros é, em geral, o ônibus


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

e, o de transporte de cargas (o ônibus também pode transportar cargas no seu


bagageiro), o caminhão.

Alguns outros meios de transporte existentes nas demais modalidades de


transporte são os seguintes:
• trem, metrô ou bonde para o modal ferroviário;
• avião, helicóptero para o modal aeroviário;
• navio, barcas e lanchas para o modal aquaviário; e
• dutos (são uma espécie de tubos) para o modal dutoviário.

Você sabia que cada uma das modalidades de transporte exige uma infra-
estrutura específica? Normalmente, a infraestrutura é constituída de vias
(rodovias, estradas de ferro, dutos etc.) e de terminais ou pontos de inte-
gração (portos, aeroportos, estações ferroviárias, terminais, armazéns etc.).

2. Infraestrutura nos modos de transporte

A seguir, vamos detalhar a infraestrutura básica presente em cada uma


das modalidades de transporte.

320
2.1 Modal Rodoviário

Visão Sistêmica
No modal rodoviário podemos encontrar tanto o transporte de passa-

Unidade 1
geiros como o transporte de cargas utilizando infraestrutura semelhante.
São as vias urbanas e as rodovias que compõem a infraestrutura mínima
necessária ao deslocamento de veículos. Além das vias, existem os termi-
nais (rodoviárias, estações, pontos de parada etc.) para o transporte de
passageiros, e os armazéns (depósitos, garagens etc.) para o transporte
de cargas.

Um conjunto de outros equipamentos (semáforos, centrais de monitoramento,


postos de pesagem, centros de fiscalização, postos de contagem e postos de
polícia rodoviária, entre outros) apoia a infraestrutura básica para viabilizar a
operação de transporte.

A infraestrutura viária pode ser classificada em vias urbanas e rurais, em-


bora algumas delas tenham parte de seu trajeto nos centros urbanos.
• Vias Urbanas: conjunto de ruas, avenidas e logradouros, que permitem
a viabilização dos deslocamentos nos centros urbanos.
• Rodovias e estradas: conjunto de vias com e sem pavimentação, que
ligam entre si os centros urbanos, um estado a outro, uma região urbana
a uma rural. Alguns de seus trechos podem passar por áreas urbanas.

2.2 Modal Ferroviário

No modal ferroviário também se transportam passageiros e mercadorias.


Pode-se incluir no modal ferroviário todo e qualquer tipo de transporte
que se faça sobre trilhos: metrô, bonde etc.

Sua infraestrutura é composta basicamente pelas estradas de ferro, trilhos


e equipamentos que as acompanham, e pelas estações ou terminais e
centros de controle e monitoramento das viagens. No Brasil, o transporte
de passageiros pelo modal ferroviário é realizado quase exclusivamente
nos grandes centros urbanos e suas imediações.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

321
Anotações

O transporte ferroviário de passageiros por longas distâncias está pratica-


mente desativado, tendo sido substituído pelos ônibus. A movimentação
hoje existente se deve ao transporte em áreas urbano-metropolitanas. O
transporte metroviário (o veículo é o metrô) nas grandes cidades, por sua
vez, tem mantido sua participação razoavelmente estável. Para o trans-
porte de cargas, a ferrovia já é bem mais utilizada no Brasil.

Uma dica para o aprofundamento dos seus estudos: o endereço eletrônico da


Agência Nacional de transportes Terrestres - ANTT é rico em informações sobre
o transporte ferroviário brasileiro. Faça buscas e pesquisas nesse endereço.
Com certeza, você aprimorará seus conhecimentos (www.antt.gov.br).

O modal ferroviário tem capacidade para transportar grandes volumes,


com elevada eficiência energética (gasta pouca energia em comparação
com outros modais), principalmente em casos de deslocamentos a mé-
dias e grandes distâncias. Este modal tem ainda outra vantagem: propor-
ciona maior segurança em relação ao modal rodoviário, pois apresenta
menor índice de acidentes e menor incidência de furtos e roubos.

As cargas típicas do modal ferroviário são as seguintes:


• produtos siderúrgicos;
• grãos;
• minério de ferro;
• cimento e cal;
• adubos e fertilizantes;
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

• derivados de petróleo;
• calcário;
• carvão mineral;
• contêineres.

Contêiner é uma caixa de aço que serve para transportar as mercadorias, com
boa proteção. Ele é muito utilizado no transporte marítimo, no ferroviário, no
aéreo e no rodoviário. Essas caixas permitem, portanto, uma integração mais
fácil entre os modais. Por exemplo: em determinado trecho a carga conteineri-
zada é transportada por caminhão, em seguida é embarcada num trem, que a
levará até um porto, e será por fim colocada num navio, e enviada ao exterior.

322
2.3 Modal Aquaviário

Visão Sistêmica
No modal aquaviário são transportados passageiros e cargas. O transpor-

Unidade 1
te aquaviário abrange os rios, lagoas e mares. Pode ser classificado em
transporte hidroviário e transporte marítimo.

No transporte hidroviário, as vias são os rios e lagoas apoiados pelos


portos e terminais fluviais, que são os pontos de carga e descarga de
mercadorias e de acesso de passageiros. Existe, também, em algumas ci-
dades brasileiras, o transporte urbano de passageiros por lanchas, barcas
e balsas. No Rio de Janeiro há, por exemplo, a Barca Rio-Niterói, que faz
o transporte de passageiros entre essas duas cidades.

No endereço da Internet www.antaq.gov.br, site da Agência Nacional de


Transportes Aquaviários – ANTAQ, há informações sobre a malha hidrovi-
ária brasileira, discriminada por regiões e bacias.

No Brasil, em relação a outros modais, utiliza-se muito pouco o trans-


porte aquaviário para o deslocamento de pessoas. É importante lem-
brar que o país dispõe de uma rede hidroviária potencialmente nave-
gável com 40.000 km de vias interiores, além da extensão de 7.500 km
da costa nacional para navegação de cabotagem (transporte entre os
portos ao longo da costa brasileira) e de longo curso (transporte marí-
timo internacional).

No transporte marítimo as vias são os oceanos e mares. No Brasil, o trans-


porte marítimo de passageiros é realizado em grande parte por navios
de cruzeiro, que transportam passageiros ao longo de nossa costa ou em
viagens internacionais. Os portos marítimos são os pontos de apoio para
esse modal de transporte.
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

323
Anotações

Para o transporte de cargas pelo modal marítimo há duas categorias de


navegação: a navegação de cabotagem e a navegação de longo curso.

• A navegação de cabotagem corresponde à movimentação de cargas


realizada por navios entre dois portos na costa brasileira.
• Já a navegação de longo curso corresponde ao transporte internacional
de mercadorias por via marítima. Compreende a chegada de mercado-
rias nos portos brasileiros, originárias de outros países (importação), e a
expedição de cargas pelos portos brasileiros com destino aos portos dos
países com quem o Brasil realiza comércio de mercadorias (exportação).

2.4 Modal Aeroviário

No modal aeroviário são os aviões e os aeroportos que dominam a paisa-


gem, transportando passageiros e cargas. As rotas aéreas constituem-se
de vias pelas quais as aeronaves trafegam. Os aeroportos são os terminais
de decolagem e aterrissagem dos aviões.

No interior do Brasil, as rotas podem ser classificadas como nacionais e


regionais. As rotas nacionais são as de maior movimentação, normalmen-
te entre capitais de estados e entre grandes cidades. As regionais são
rotas de menor expressão que, na maior parte das vezes, ligam cidades
próximas para atender ao tráfego regional.

Nas rotas de maior movimentação, em geral, são utilizadas aeronaves maiores


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

porque o número de passageiros é mais elevado. Nas rotas regionais, é comum


a utilização de aviões menores, com capacidade entre 20 e 60 passageiros, na
maioria dos casos.

As rotas são também classificadas em domésticas ou internacionais. Do-


mésticas são as linhas aéreas de tráfego no interior do país e internacio-
nais são aquelas praticadas entre o Brasil e outros países.

324
Não é somente o avião que executa o transporte aéreo. O helicóptero

Visão Sistêmica
também é muito utilizado. Segundo o Departamento de Aviação Civil
(DAC), os terminais aeroportuários podem ser classificados em aeródro-

Unidade 1
mos e helipontos. Nos primeiros operam os aviões comerciais e particu-
lares que transportam passageiros e mercadorias, além das aeronaves
militares das Forças Armadas Brasileiras. Já os helipontos são destinados
ao pouso e decolagem de helicópteros que podem transportar tanto car-
gas como passageiros.

2.5 Modal Dutoviário

O modal dutoviário é o único dos modais existentes que transporta exclu-


sivamente cargas. Ele é composto por dutos (uma espécie de tubulação),
que são as vias por onde são movimentadas as cargas.

De acordo com a ANTT – Agên-


cia Nacional dos Transportes Ter-
restres, o transporte dutoviário
pode ser classificado em:
• Oleodutos: neste sistema, os
produtos transportados são, em
sua grande maioria, petróleo,
óleo combustível, gasolina, die-
sel, álcool, GLP, querosene e naf-
ta.
• Minerodutos: os produtos trans-
portados são sal-gema, minério
de ferro e concentrado fosfático.
• Gasodutos: nos gasodutos
transporta-se o gás natural. Cabe
destacar aqui o Gasoduto Brasil-
-Bolívia, que é um dos maiores
em atividade no mundo.

Conclusão

O transporte apresenta participação fundamental na vida cotidiana das


pessoas e é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento da so-
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

ciedade, por permitir o deslocamento de bens e pessoas. No Brasil, cabe


destacar o importante papel desempenhado pelo modo rodoviário, res-
ponsável por movimentar a maior parte dos produtos que circulam no
país. Assim, as informações adquiridas por você nesta unidade do curso
são interessantes para sua atuação profissional, levando ao aprimoramen-
to de seus conhecimentos.

325
Anotações

Exercícios de fixação

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Dentre os diferentes modos de transporte existentes, aquele que trans-


porta exclusivamente carga é:
( ) rodoviário
( ) aéreo
( ) ferroviário
( ) hidroviário
( ) dutoviário

2) No Brasil, o transporte rodoviário é o principal modo de transporte


utilizado para movimentação de carga, sendo responsável por mais da
metade de todo o deslocamento de produtos existentes no país.
( ) Certo ( ) Errado

3) A navegação de cabotagem é aquela realizada com longos percursos,


ligando dois ou mais países distintos.
( ) Certo ( ) Errado
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

326
Organização do transporte
no Brasil
UNIDADE

Visão Sistêmica
Os objetivos desta unidade são:

Unidade 2
• Apresentar a organização político-institucional do
transporte.
• Conhecer a organização dos mercados de transporte.

Um dos maiores desafios para compreender o funcionamento dos


diversos modos de transporte de maneira sistêmica é compreender
como os sistemas de transporte se organizam e quais as determina-
ções político-institucionais que interferem em seu desenvolvimento.

Introdução

O Sistema Nacional de Viação (SNV) é constituído pela infraestrutura vi-


ária e pela estrutura operacional dos diferentes meios de transporte de
pessoas e bens, sob jurisdição da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Desenvolvimento

1. Organização político-institucional do
transporte

Quando se fala em organização de transportes, pode-se pensar em três


tipos diferentes de atores agindo no sistema:

• Organizações que fornecem serviços de transportes: empresa aérea,


empresa de carga, empresa de ônibus, empresas ferroviárias, entre outros;
• Entidades que fornecem a infraestrutura necessária para que se pos-
sa operar o transporte: terminais, estradas, aeroportos, portos, rios
navegáveis;
• Entidades que planejam a operação de sistemas de transporte, es-
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

tabelecendo políticas de desenvolvimento para cada modalidade e os


critérios de relacionamento entre os vários modais. No Brasil, essas ativi-
dades são realizadas pelos governos federal, estadual e municipal.

327
Anotações

2. Instituições que planejam e organizam o


transporte no Brasil

As principais instituições públicas que atuam no setor de transportes no


Brasil são as seguintes:

Ministério dos Transportes

Está no nível mais elevado da organização do setor. É o órgão do go-


verno federal responsável pelo estabelecimento da política nacional de
transportes rodoviário, ferroviário, hidroviário, da marinha mercante, dos
portos e vias navegáveis e da participação na coordenação dos transpor-
tes aeroviários.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)

Responsável pela coordenação da infraestrutura de transportes do País.


Foi criado em substituição ao antigo Departamento Nacional de Estradas
de Rodagem (DNER) e tem como missão as funções relativas à constru-
ção, à manutenção e à operação da infraestrutura dos segmentos do
Sistema Federal de Viação sob administração direta da União, nos modais
rodoviário, ferroviário e aquaviário.

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)

Possui competência para atuação nas seguintes modalidades de transporte:


• FERROVIÁRIO
• RODOVIÁRIO
• DUTOVIÁRIO - cadastro de dutovias
• MULTIMODAL - habilitação do Operador de Transportes Multimodal
(OTM)
• TERMINAIS E VIAS - concessão da exploração

328
Suas competências estão relacionadas com:

Visão Sistêmica
I. CONCESSÃO: cessão de direitos de exploração dos serviços à iniciativa

Unidade 2
privada. Abrange a cessão de direitos sobre as ferrovias e rodovias no
que diz respeito à exploração da infraestrutura e construção de novas
ferrovias.

II. PERMISSÃO: permissão de direitos para operação de transporte coleti-


vo regular de passageiros pelos meios rodoviário e ferroviário não asso-
ciados à exploração da infraestrutura.

III. AUTORIZAÇÃO: autorização para o transporte de passageiros por em-


presa de turismo e sob regime de fretamento, autorização para o trans-
porte internacional de cargas, para o transporte multimodal (integração
de vários modais) e para operação de terminais.

A ANTT é o órgão responsável pela outorga de permissão e de autorização para


a operação do transporte rodoviário interestadual e internacional de passagei-
ros. No Brasil, esses serviços são prestados por empresas privadas, legalmente
constituídas para tal fim. Mas, para efeitos de regulamentação e fiscalização, o
transporte de passageiros é tratado nas três esferas de governo.

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Tem a competência de regular, de supervisionar e de fiscalizar as ativida-


des de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da
infraestrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros, com vistas a:

a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a pa-


MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

drões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e


modicidade nos fretes e tarifas;

b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessio-


nárias, permissionárias, autorizadas e arrendatárias, e de entidades dele-
gadas, preservando o interesse público; e

329
Anotações

c) arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem com-


petição imperfeita ou infração contra a ordem econômica.

Departamento de Aviação Civil (DAC)

Organização subordinada ao Comando da Aeronáutica – Ministério da


Defesa, cuja missão é estudar, orientar, planejar, controlar, incentivar e
apoiar as atividades da Aviação Civil pública e privada.

Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)

Tem como atribuições: regular e fiscalizar as atividades de aviação civil


e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. A atividade regulatória
da ANAC pode ser dividida em duas vertentes: a regulação técnica e a
regulação econômica.

A regulação técnica ocupa papel de destaque na Agência e busca principal-


mente a garantia da segurança aos passageiros e dos usuários da Aviação Civil
(pilotos, copilotos, comissários), por meio de regulamentos que tratam sobre
a certificação e fiscalização da indústria. Já a regulação econômica refere-se
ao monitoramento e possíveis intervenções no mercado de modo a buscar a
máxima eficiência.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR)

Entre as atribuições e competência da Secretaria está a formulação de


políticas e diretrizes para o fomento do setor, além da execução de medi-
das, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura
portuária, com investimentos orçamentários e do Programa de Acelera-
ção do Crescimento (PAC). Compete ainda à SEP/PR a participação no
planejamento estratégico e a aprovação dos planos de outorgas, tudo
isso visando assegurar segurança e eficiência ao transporte aquaviário de
cargas e de passageiros no país.

330
3. Organização do Mercado de Transporte

Visão Sistêmica
Rodoviário

Unidade 2
Já sabemos que o transporte rodoviário é o mais utilizado no Brasil, tanto
para o transporte de cargas quanto para o transporte de passageiros. A
seguir vamos conhecer melhor as características e o funcionamento des-
tes mercados.

3.1 Mercado de Transporte Rodoviário de Passageiros

Quando falamos de transporte rodoviário de passageiros, podemos divi-


di-lo da seguinte maneira:
• Transporte Urbano
• Transporte Intermunicipal
• Transporte Interestadual e Internacional

Para atuar nesse mercado, as empresas precisam de uma concessão ou


permissão da União, do estado ou do município.

Transporte Urbano

O transporte urbano de
passageiros é de respon-
sabilidade dos municípios.
Desta forma, a delegação
da prestação do transpor-
te urbano a uma empresa
requer um contrato, entre
as empresas e os municí-
pios, que incorpore as exi-
gências mínimas necessá-
rias ao funcionamento do
setor.

Esse contrato é realizado através de um processo de licitação, onde é


feita uma concessão de prestação de serviços em que o poder público
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

(neste caso o município) determina, em um contrato, as características


da frota de veículos, a qualidade do serviço a ser oferecido, as linhas,
os itinerários a cumprir, a frequência de viagens, os horários, os pontos
de parada, os terminais e a tarifa que poderá ser cobrada pela empresa
que vencer a licitação.

331
Anotações

Transporte Intermunicipal de Passageiros

O transporte intermunicipal é regulamentado e fiscalizado pelos estados.


Cada estado tem um órgão responsável por essa atividade. Alguns esta-
dos possuem Agências Estaduais que têm como competência a regula-
mentação e a fiscalização do transporte intermunicipal.

Transporte Interestadual e Internacional

Neste mercado a prestação de serviço é realizada por concessão através


da Agência de Transporte Terrestre (ANTT). A entrada de uma empresa no
mercado também se faz através de uma licitação pública, em que o poder
público determina as condições de operação e a tarifa a ser cobrada. Após
a contratação do serviço, a ANTT realiza a fiscalização para verificar se os
serviços estão sendo prestados conforme estabelecido contratualmente.

Assim como o transporte interestadual, o transporte internacional também


é autorizado pelo poder público. Pode ser autorizado de duas maneiras:

• Permissão - execução de serviços regulares (linhas), acordados bilateral-


mente (entre dois países), sempre precedida de licitação;
• Autorização - execução de serviços em período de temporada turística,
conforme entendimentos bilaterais, e serviços de fretamento.

3.2 Mercado de Transporte Rodoviário de Carga


PROGRAMA DE FORMAÇÃO INICIAL DE MECÂNICO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES A DIESEL

O transporte rodoviário de carga é responsável por mais de 60 % de


toda a carga transportada no Brasil. Diferentemente do transporte de
passageiros, o transporte de carga não é considerado um mercado regu-
lamentado (não há interferência do Poder Público para conceder o direito
de operar no mercado). O transporte pode ser realizado por empresas,
cooperativas ou transportadores autônomos.

A contratação do frete é realizada pelos agentes produtores (indústria, co-


mércio, agroindústria, agricultura etc.) diretamente com as empresas trans-
portadoras que, dependendo das necessidades de mercado, utilizam para
complementar a sua frota os serviços dos autônomos (caminhoneiros).

O transporte rodoviário de cargas opera em regime de mercado livre, sem restri-


ções que limitem a entrada e saída do mercado. Não existe legislação específica
no campo dos transportes que impeça o exercício dessa atividade desde que o
transportador atenda aos requisitos mínimos exigidos pela ANTT, cadastrando-se
no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC)..

Existe o chamado Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de


Cargas (RNTRC) que permite o conhecimento do conjunto de operadores

332
que atuam no mercado. Apesar de ser um mercado livre, é importante

Visão Sistêmica
lembrar que existem normas que os transportadores precisam respeitar.

Unidade 2
A Lei da Balança tem como objetivo a preservação das condições das estradas,
pontes e viadutos. O excesso de peso é aferido por equipamento de pesagem
ou verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo Conselho Na-
cional de Trânsito (CONTRAN). Outro exemplo de transporte rodoviário de carga
que tem legislação própria é o transporte de produtos perigosos.

Conclusão

O crescimento das atividades de comércio e dos serviços depende dire-


tamente das facilidades de se chegar aos mercados consumidores e às
fontes fornecedoras de matérias-primas para a produção. Além disso, o
transporte permite a circulação das pessoas rumo ao trabalho, ao lazer
e aos serviços de saúde, educação e cultura. Para que os deslocamentos
ocorram de maneira satisfatória, é preciso planejar, organizar e fiscalizar
os sistemas de transporte, de modo a garantir o acesso e a qualidade dos
serviços oferecidos ao usuário.

Exercícios de fixação

Marque com um “X” as alternativas corretas:

1) Órgão responsável pelo estabelecimento da política nacional de transpor-


tes rodoviário, ferroviário, hidroviário, da marinha mercante, dos portos e vias
navegáveis e da participação na coordenação dos transportes aeroviários:
( ) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
( ) Ministério dos Transportes
( ) Secretaria de Portos da Presidência da República
( ) Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

2) O transporte rodoviário de cargas pode ser realizado apenas por trans-


portadores autônomos, cooperativas ou empresas públicas.
( ) Certo ( ) Errado
MÓDULO TEÓRICO BÁSICO

3) A atividade regulatória da ANAC pode ser dividida em duas vertentes:


( ) regulação técnica e regulação econômica
( ) regulação prática e regulação econômica
( ) regulação técnica e regulação social
( ) regulação prática e regulação ecológica

333
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