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MANUAL DE FORMAÇÃ O

UNIDADE DE FORMAÇÃO DE CURTA DURAÇÃO 6671

CULTURAS, ETNIAS E DIVERSIDADES

Área de Formação: 861 – Proteção de Pessoas e Bens


Entidade Formadora: Avalforma – Formação e Consultoria, Lda.
Conceção/Autoria: Ana Filipa de Jesus Tavares Pais Faria
Validação: Coordenação da Avalforma

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Objetivos gerais:

No final da Ação, os/as formandos/as deverão ser capazes de:

 Reconhecer as especificidades culturais dos principais grupos étnicos


representados na sociedade portuguesa.
 Identificar os fluxos de emigraçã o portuguesa.
 Identificar os tipos e situaçõ es de racismo e discriminaçã o.
 Compreender como o desconhecimento gera preconceitos e medo
 Entender a diversidade como uma forma de riqueza.
 Conhecer os dispositivos legais e institucionais de promoçã o da igualdade
cultural.

INTRODUÇÃO
Nesta UFCD serão abordados essencialmente as diferenças, as especificidades
culturais representadas na sociedade portuguesa, assim como a origem de algumas
situações de conflitos, discriminação e desigualdade, seja ela a nível cultural, social,
sexual.

DESENVOLVIMENTO

Cultura
À medida que a criança toma contacto com o ambiente grupal que a rodeia, a
criança torna-se, rapidamente, um ser cultural. Gradualmente, a criança vai assimilando
valores e normas, adotando determinadas atitudes e comportamentos.

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A Cultura adquire formas diversas
através do tempo e do espaço. Esta diversidade manifesta-se na originalidade e na
pluralidade de identidades que caracterizam os

grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Consiste nos valores de um dado


grupo de pessoas, nas normas que seguem e nos bens materiais que criam. Os valores
são ideias individuais mais também coletivas, uma vez que refletem a cultura em que
são criados, enquanto as normas são princípios definidos ou regras que se espera que o
povo cumpra.
A cultura é um conjunto de conhecimentos em diversas áreas, música, literatura,
história, arte. Considera-se que é um conjunto de formas de pensar, de sentir, de agir
dentro de um grupo social.

Existem diversos elementos comuns às diversas culturas, nomeadamente:

• Comunicação através de uma língua.


• Classificação dos indivíduos de acordo com categorias como idade, sexo, casamento,
ascendência e parentesco.
• Educação das crianças nalgum tipo de estrutura familiar.
• Divisão do trabalho de acordo com o sexo e a idade.
• Regras para o comportamento sexual.
• Distinção entre bons e maus comportamentos.
• Produção de arte

Na cultura existem elementos materiais e imateriais, sendo os primeiros relativos às


ferramentas de trabalho, tipo de casas, vestuários, monumentos. Os segundos elementos
dizem respeito à religião, os valores, as normas, música, gastronomia.

Em sentido amplo, a cultura é um conceito de contornos pouco definidos que vai


mudando ao longo dos tempos, adaptando velhas crenças a novas situações.

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A cultura pode ser distinguida
sociedade, mas há conexões muito estreitas entre estas noções. Uma sociedade é um
sistema de inter-relações que ligam os indivíduos em conjunto. Nenhuma cultura pode
existir sem uma sociedade. Mas, igualmente, nenhuma sociedade existe sem cultura.

Cultura e Identidade
Fatores de Identidade
 Cultura
 Etnia
 Fisionomia
 Língua
 Religião
 Características Geográficas
 Condições económicas

Multiculturalismo
Fala-se de multiculturalismo ou diversidade cultural para designar este
fenómeno, que implica a existência de várias culturas que numa mesma época histórica
convivem, assumindo posturas diferentes face aos valores e à sua hierarquização.
Encontramos indivíduos oriundos de diferentes culturas que coabitam o mesmo
espaço social, cultural e político. A este fenómeno juntam-se grupos que reclamam o
seu reconhecimento por parte da sociedade: as minorias étnicas, feministas,
homossexuais.
Existem diversas atitudes perante a diversidade cultural, nomeadamente o
Etnocentrismo, Relativismo Cultural e Interculturalidade.
O Etnocentrismo diz respeito às pessoas que observam as outras culturas em
função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para valorar e hierarquizar as
restantes. Existem uma tendência para nos basearmos nos nossos valores, princípios e
padrões de cultura como medida para avaliar aquilo que é desejável para nós próprios e
para os outros. O Etnocentrismo pode assumir diferentes atitudes, tais como a
Xenofobia (ódio em relação aos estrangeiros), Racismo (repúdio violento de

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determinados estrangeiros) e
Chauvinismo (patriotismo fanático).
Relativamente ao Relativismo Cultural, este defende que a diversidade cultural é
um fato incontestável, defende a necessidade de se respeitarem as diferenças culturais.
Os padrões de comportamento e dos sistemas de valores dos povos com os quais se

entra em contato devem ser julgados e avaliados sem referência a padrões absolutos. E
por fim as culturas diferentes têm códigos morais diferentes. Desta forma não existem
critérios universais, não existem códigos morais únicos nem absolutos, e existe a
necessidade de tolerância pelas diferenças, sejam estas raciais, étnicas, religiosas,
sexuais.
Interculturalismo é a atitude de respeito pelas outras culturas, superando as falhas do
relativismo cultural. Promove desta forma o diálogo entre culturas, compreende a
complexidade e riqueza da relação entre as diferentes culturas e colabora na busca de
respostas aos problemas mundiais.
De igual forma acredita na existência de vínculos que unem diferentes
comunidades, exige desta forma a prevenção de conflitos, aposta na educação de
valores universais e promove a integração e interação no sentido de existir um
enriquecimento mútuo.
O conceito de Raça teve como principal objetivo classificar grupos ou
determinados tipos de seres humanos com uma origem comum. Durante o
Renascimento e até ao século XIX, o termo “raça” dizia sobretudo respeito a
características dos seres humanos que indiciavam uma ascendência comum e até mesmo
como sinónimo de nação.
O termo etnia diz respeito a um povo ou nação e tem a sua origem no grego
ethniko. Diz respeito a um grupo de pessoas com origens, interesses e experiências
comuns e entre as quais existem níveis de solidariedade e identificação.

Migração
São deslocações de pessoas que abandonando os seus lugares de origem
procuram instalar-se noutra região ou país. Existem diversos fatores que desencadeiam
uma migração, nomeadamente as más condições de vida no país de origem, procura de
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salários mais elevados, busca de
melhores condições de vida, ser vítima de uma perseguição política ou religiosa. Os
países de onde sai a população designam-se por países de partida e aqueles que recebem
designam-se por países de acolhimento. As migrações tomam o nome de emigrações
para os países de partida e de imigrações para

os países de acolhimento. Os indivíduos envolvidos neste processo são emigrantes para


os países de partida e imigrantes para os países de acolhimento.
As migrações podem ser classificadas quanto ao espaço (externas ou internas), à
duração (temporárias ou definitivas), à forma (voluntárias e forçadas) ou quanto á
relação com o estado (legais ou clandestinas).
Quanto às causas da migração estas podem ter origem em questões económicas,
naturais, políticas, étnicas, religiosas, laborais.
Consequências da migração: aumento da taxa de natalidade, aumenta da
população ativa, agravamento dos problemas sociais. Existem diversos organismos de
apoio aos imigrantes, tais como: CNAI (Centro nacional de apoio ao imigrante), CLAI
(Centro local de apoio ao imigrante), SEF (Serviço de estrangeiros e fronteiras), ACDI
(Alto comissariado para a imigração e diálogo intercultural).
Valorizar a diversidade cultural no desenvolvimento significa antes colocar em
primeiro lugar a liberdade cultural das pessoas, ampliar as suas possibilidades de escola
e de mudança e dar nova visibilidade e protagonismo aos seus modos de vida.
Racismo é a representação de um povo como inferior por razões naturais,
independentemente da sua ação e da sua vontade. Esta representação é feita,
naturalmente por todos aqueles que se assumem a si próprios como superiores. É um
conjunto de opiniões pre-concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças
biológicas entre os seres humanos, em que algum acreditam que devido à sua raça são
superiores aos outros. Esta crença, de que existem raças superiores e outras inferiores
foi muitas vezes utilizada com o intuito de justificar a escravidão, o domínio de algumas
raças.
Aceitar as diferenças é essencial e desta forma surge a tolerância, sendo o termo
que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra, seja ela
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moral, cultural, física ou civil. Na
sociedade tolerância implica a capacidade de uma pessoa ou grupo social aceitar outra
pessoa ou grupo social que tem atitudes e comportamentos diferentes das que são a
norma. A intolerância à diferença manifesta-se através do racismo e xenofobia,
desigualdade de género, homofobia e transfobia, portadores de necessidades especiais,
religião ou crenças religiosas.

Quando não se verifica a tolerância estamos perante o preconceito, sendo este um pré-
julgamento manifestado através de atitudes de discriminação perante pessoas, grupos,
lugares, tradições consideradas diferentes. As formas de preconceitos mais comuns são
social, racial e sexual.

CONCLUSÃO

De forma a concluir é importante salientar que é importante aceitar as


diferenças, sejam elas a nível moral, cultural, físico, civil, sexual da sociedade para que
não se verifique situações de racismo, xenofobia, desigualdade, discriminação,
preconceitos que levam a situações conflituosas. Devemos respeitar as diferenças, uma
vez que somos todos diferentes, mas todos iguais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Gomes, Ana; Beto Anabela, Fazer Geografia, População e Povoamento, Porto


Editora
 Santos, Clara; Silva, Conceição, Formação Cívica – Um guia prático de
aprendizagem, Edições ASA
 Henriques, Mendo, Educação para a Cidadania, Plátano Editora
 Neto, Felix, Psicologia Social, Universidade Aberta

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