Você está na página 1de 9

Invalidade do negócio jurídico

• A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder
provar-se por outro meio. A nulidade da obrigação acessória não importa a da obrigação
principal, mas a recíproca não é verdadeira. Ninguém pode reclamar o que, por uma
obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a
importância paga (dinheiro em seu patrimônio).

• Dois requisitos precisam ser observados, o objetivo (concernente à necessidade de que


o segundo negócio, em que se converteu o nulo, tenha por suporte os mesmos
elementos fáticos deste) e subjetivo (relativo à intenção das partes de obter o efeito
prático resultante do negócio em que se converte o inválido).

Negócio Jurídico Inexistente

• O negócio é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural, como o de


consentimento, por exemplo, e não chega a constituir-se, não produzindo efeitos. Se a
vontade foi manifestada mas encontra-se eivada de erro, dolo ou coação, por exemplo,
o negócio existe, mas é anulável. Se a vontade emana de um absolutamente incapaz,
maior é o defeito e o negócio existe mas é nulo.

Nulidade

• Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem s
observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são
próprios.

• Há casos de nulidade absoluta, onde existe um interesse social, que afeta a todos e
portanto, qualquer um pode ingressar com alguma ação ao juíz. E nulidade relativa, que
atinge negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a
invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado. Nulidade total, atinge todo o negócio
juridico e nulidade parcial afeta somente parte dele, aonde a mesma no negócio não
atingirá a parte válida, se esta for separável (ex: clausula compromissória).

• As causas de nulidade são expressas pelos Arts. 166 e 167, CC.

Anulabilidade

• Quando o interesse atinge o interesse particular de pessoas que o legislador pretendeu


proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta-se a estas, se o desejarem,
promover a anulação do ato. Anulabilidade é a sanção imposta pela lei aos atos e
negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum
vício do consentimento ou social. Suas causas estão expostas nos Arts. 171, CC.

• Diferenças entre anulabilidade e nulidade:

I. A primeira é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada. A segunda é de


ordem pública e decretada no interesse da própria coletividade.
II. A anulabilidade pode ser suprida pelo juíz em requerimento das partes. A nulidade não
pode ser sanada pela confirmação, nem suprida pelo juíz. A confirmação pode ser
expressa (quando há uma declaração de vontade que contenha a substância do
negócio celebrado, sendo necessário que a vontade de mantê-lo seja explícita) ou tácita
(quando a obrigação já foi cumprida em parte pelo devedor, ciente do vício que
inquinava) e retroage à data do ato. A confirmação não poderá, entretanto, ser efetivada
se prejudicar terceiro.

III. A anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício. Depende de provocação dos
interessados e seu efeito de reconhecimento é ex nunc. A nulidade deve ser
pronunciada de ofício pelo juíz e seu efeito é ex tunc, pois retroage à data do negócio.

IV. O negócio anulável produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade,
ex nunc (natureza desconstitutiva). O ato nulo não produz nenhum efeito. O
pronunciamento judicial de nulidade produz efeitos ex tunc (natureza declaratória).

V. *O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar sua
idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, espontaneamente declarou-se maior, perdendo, por isso, a proteção da lei.

Simulação

• Simulação é uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio


diverso do efetivamente desejado. Negócio simulado, assim, é o que tem aparência
contrária à realidade, com objetivo de enganar terceiros ou fraudar a lei.

• É em regra um negócio jurídico bilateral, que necessita a declaração receptícia de


vontade, isto é, a que se dirige a determinadas pessoas, produzindo efeitos a partir de
sua ciência. É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se
destina. É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção. As partes,
maliciosamente, disfarçam seu pensamento, apresentado sob aparência irreal ou
fictícia.

• Simulação absoluta as partes na realidade não realizam nenhum negócio, apenas


fingem para criar uma aparência. Diz-se absoluta porque a declaração de vontade se
destina a não produzir resultado. Em geral, essa modalidade destina-se a prejudicar
terceiro, subtraindo os bens do devedor à execução ou partilha.

• Simulação relativa as partes predentem realizar determinado negócio, prejudicial a


terceiro ou em fraude à lei. Para escondê-lo, ou dar-lhe aparência diversa, realizam
outro negócio. Compõem-se, pois, dois negócios: um deles é o simulado, aparente,
destinado a enganar, o outro é o dissimulado, oculto, mas verdadeiramente desejado. A
simulação acarreta a nulidade do negócio simulado.

• Simulação ad personam quando o negócio é real, mas a parte é aparente, demoninada


testa-de-ferro. Uma e outra entendem que, no caso de simulação inocente, esta pode
ser declarada a pedido de qualquer das partes, a fim de tornar sem efeito o ato
simulado.
• Haverá simulação nos negócios jurídicos quando for dado por interposição de pessoa,
ocultação da verdade na declaração e por falsidade de data.

Atos ilícitos

• Ato ilicito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem. É fonte de
obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado. É praticado com infração a
um dever de conduta, por meio de ações ou omissões culposas ou dolosas do agente,
das quais resulta dano para outrem. A obrigação de indenizar decorre, pois, da
existência da violação de direito e do dano, concomitantemente. O ato ilicito é sempre
uma conduta voluntária e consciente do ser humano que transgride um dever jurídico.
Ato praticado sem consciência do que se está fazendo não pode constituir ato ilicito.

• Diz-se, pois, ser subjetiva a responsabilidade quando se esteia na ideia de culpa. A


prova da culpa passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável. A lei impõe,
entretanto, a certas pessoas, em determinadas situações, a reparação de um dano
cometido sem culpa. Quando isso acontece, diz-se que a responsabilidade é legal ou
objetiva, porque prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de
causalidade. O CC filiou-se à teoria subjetiva.

• A concepção clássica considera que, sendo o privado de discernimento um inimputável,


não é ele o responsável civilmente. Se a responsabilidade não puder ser atribuída ao
encarregado de sua guarda, a vítima ficará irressarcida.

• Refere-se a lei a qualquer pessoa que, por ação ou omissão, venha a causar dano a
outrem. Para que se configure a responsabilidade por omissão é necessário que exista
o dever jurídico de praticar determinado fato (de não se omitir) e que se demonstre que,
com a sua prática, o dano poderia ter sido evitado. Ao se referir à ação ou omissão
voluntária, cogita-se o dolo. Em seguida, referiu-se à culpa em sentido estrito, ao
mencionar negligência e imprudência. Em geral, não se mede o dano pelo grau de
culpa. O montante do dano é apurado com base no prejuízo comprovado pela vítima.
Todo dano provado deve ser indenizado, qualquer que seja o grau de culpa.

• É o nexo causal entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. Se houve o


dano mas sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, inexiste a
relação de causalidade e, também, a obrigação de indenizar. Sem a prova do dano
ninguém pode ser responsabilizado civilmente. O dano pode ser patrimonial (material)
ou extrapatrimonial (moral).

• Não constituem atos ilicitos os praticados em legitima defesa, ou no exercicio regular de


um direito, ou em estado de necessidade. Entretanto, se por engano ou erro de
pontaria, terceira pessoa for atingida (ou alguma coisa de valor), neste caso deve o
agente reparar o dano. Mas terá ação regressiva contra o agressor, para se ressarcir da
importância desembolsada. Somente a legítima defesa real, e praticada contra o
agressor, deixa de ser ato ilícito. A legitima defesa putativa também não exisme o réu de
indenizar o dano, pois somente exclui a culpabilidade e não a antijuridicidade do ato.

• Atos praticados no estado de necessidade não são atos ilicitos, mas sucetivéis de
indenização, por exemplo, se um homem joga o seu carro contra um muro para deviar
de uma criança, não cometeu nenhuma infração, mas deverá arcar com as despesas do
muro violado. Mas, se caso a criança estava na rua por descuido do pai, o motorista
poderá entrar com uma ação para que ele pague a indenização.

Prescrição e Decadência

Prescrição

• O decurso do tempo tem grande influência na aquisição e na extinção de direitos.


Distinguem-se, pois, duas especies de prescrição: a extintiva e a aquisitiva (também
chamada de usucapião). Alguém ganha e, em consequencia, alguém perde. O tempo é
comum às duas espécies de prescrição. O instituto da prescrição é necessário, para
que haja tranquilidade na ordem juridica, pela consolidação de todos os direitos. É
indispensável à estabilidade e consolidação de todos os direitos; sem ela, nada seria
permanente; o proprietario jamais estaria seguro de seus direitos, e o devedor livre de
pagar duas vezes a mesma divida.

• Prazos de prescrição são, apenas e exclusivamente, os taxativamente discriminados na


Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais), sendo de dacadência
todos os de mais, estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matéria.

• A prescrição seria uma exceção que alguém tem contra o que não exerceu, durante um
lapso de tempo fixado em norma, sua pretenção ou ação. Prescrição extintiva é a perda
de ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência
do não uso dela, durante determinado espaço de tempo. É modo pelo qual se extingue
um direito (não apenas a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo.

• Os requisitos da prescrição são: a violação do direito, com o nascimento da pretensão;


a inércia do titular; o decurso do tempo fixado em lei.

• Configura-se a prescrição intercorrente quando o autor de processo já iniciado


permanece inerte, de forma continuada e initerrupta, durante lapso temporal suficiente
para a perda da pretensão. Interrompida a prescrição, o prazo voltará a fluir do último
ato do processo ou do próprio ato que a interrompeu.

• Não prescrevem: as que protegem os direitos da personalidade; as que se prendem ao


estado das pessoas; as de exercicio facultativo (ou potestativo); as referentes a bens
públicos de qualquer natureza; as que protegem o direito de propriedade; as pretensões
de reaver bens confiados à guarda de outrem; as destinadas a anular inscrição do nome
empresarial feita com violação de lei ou do contrato.

• A prescrição fulmina todos os direitos patrimoniais. E embora não prescrevam as


pretensões concernentes aos direitos da personalidade, a de obter vantagem
patrimonial em decorrencia de sua ofensa, que por exemplo acarreta dano moral, é
prescritivel.

• A perclusão consiste na perda de uma faculdade processual, por não ter sido exercida
no momento próprio. Impede que se renovem as questões já decididas, dentro da
mesma ação. Só produz efeitos dentro do próprio processo em que advém.

• A perempção também é de natureza processual. Consiste na perda do direito de ação


pelo autor contumaz, que deu causa a três arquivamentos sucessivos.

• Quanto aos efeitos, a prescrição não corre contra determinadas pessoas, enquanto a
decadência corre contra todos. A prescrição pode suspender-se ou interromper-se,
enquanto a decadência tem curso fatal, não se suspendendo nem se interrompendo. A
prescrição atinge diretamente a ação e, por via obliqua, faz desaparecer o direito a ela
tutelado (o que perece é a ação que protege o direito). A decadência, ao contrário,
atinge diretamente o direito e, por via obliqua, extingue a ação (é o próprio direito que
perece).

• Os direitos potestativos, que são direitos sem pretensão ou direitos sem potestação,
insuscetiveis de violação, dão origem a ações de natureza constitutiva ou
desconstitutiva. Quando têm prazo fixado em lei, esse prazo é decadencial; quando não
têm (como no caso das ações de separação judicial por exemplo, a ação é
imprescritivel.

• Hoje, no entanto, predomina o entendimento, na moderna doutrina, de que a prescrição


extingue a pretensão, que é a exigência de subordinação de um interesse alheio ao
interesse próprio. O instituto que extingue somente a ação (conservando o direito
material e a pretensão, que só podem ser opostos em defesa) é a perempção.

• O art. 191 não admite a renúncia prévia da prescrição, isto é, antes que se tenha
consumado.

• Dois são os requisitos para a validade da renúncia: que a prescrição já esteja


consumada; que não prejudique terceiro.

• A renúncia expressa decorre de manifestação taxativa, inequívoca, escrita ou verbal, do


devedor de que dela não pretende utilizar-se. Tácita, segundo dispõe o art. 191, “é a
renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição”.

• Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.

• Se a prescrição, entretanto, não foi suscitada na instância ordinária (primeira e segunda


instância), é inadmissível a sua arguição no recurso especial, perante o Superior
Tribunal de Justiça, ou no recurso extraordinário, interposto perante o Supremo Tribunal
Federal, por faltar o prequestionamento exigido nos regimentos internos desses
tribunais, que têm força de lei.

• Diz o mencionado art. 193 que a prescrição pode ser alegada “pela parte a quem
aproveita”. A arguição não se restringe, pois, ao prescribente, mas se estende a
terceiros favorecidos por ela. Prescrevia o art. 194 que “o juiz não pode suprir, de ofício,
a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz”.

• A prescrição diz respeito, em regra, a direitos patrimoniais. Os direitos não patrimoniais


(direitos pessoais, de família) estão sujeitos à decadência ou caducidade.

• Se a parte, pessoalmente, não invoca a prescrição, poderá fazê-lo o representante do


Ministério Público, em qualquer situação, bastando levar o fato ao conhecimento do juiz.

• Se o tutor do menor púbere, por exemplo, culposamente, permitir que a ação do


tutelado prescreva, deverá indenizá-lo pelo prejuízo ocasionado. A prescrição iniciada
contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.

• Não corre a prescrição: entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; entre


ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; entre tutelados ou curatelados e
seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Também não ocorre a
prescrição: contra os incapazes de que trata o art. 3º; contra os ausentes do País em
serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; contra os que se acharem
servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Não ocorre igualmente a
prescrição: pendendo condição suspensiva; não estando vencido o prazo; pendendo
ação de evicção.

• Enquanto não nasce a pretensão, não começa a fluir o prazo prescricional. A prescrição
é beneficio pessoal e só favorece as pessoas taxativamente mencionadas, mesmo na
solidariedade.

• A interrupção depende, em regra, de um comportamento ativo do credor. O efeito da


interrupção da prescrilão é instantâneo. A prescrição interrompe-se por despacho do
juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo
e na forma da lei processual. A interrupção da prescrição retroagirá à data da
propositura da ação.

• A eficiência interruptiva do despacho ordinatório da citação fica condicionada à


realização plena desse ato processual por último referido: deverá ser válido e
tempestivo. Para interromper a prescrição, a citação deve preencher os requisitos da
existência e de validade. O efeito interruptivo não se dá em atenção à sentença, mas
decorre da citação. A interrupção da prescrição, pelo Projeto, se dá com a
inequivocidade de que o titular do direito violado não está inerte. Outra modalidade de
atos interruptivos da prescrição é a apresentação do titulo de crédito em juizo de
inventário ou em concurso de credores. A prescrição pode ser interrompida por qualquer
interessado. Se o direito em discussão é indivisivel, a interrupção da prescrição por um
dos credores a todos aproveita. A interrupção produzida contra o principal devedor
prejudica o fiador.

Decadência

• Decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período


determinado em lei. Seu objeto são os direitos potestativos de qualquer espécie,
disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder de
influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que
haja dever correspondente, apenas uma sujeição Um dos critérios usados pela doutrina
para distinguir prescrição de decadência consiste em considerar que, nesta, o prazo
começa a fluir no momento em que o direito nasce. Desse modo, no mesmo instante
em que o agente adquire o direito já começa a correr o prazo decadencial. O prazo
prescricional, todavia, só se inicia a partir do momento em que este tem o seu direito
violado.

• Na decadência, que é instituto do direito substantivo, há a perda de um direito previsto


em lei. O legislador estabelece que certo ato terá que ser exercido dentro de um
determinado tempo.

• Distingue a decadência legal da convencional, para estabelecer que, quanto a esta, a


parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não
pode suprir a alegação.

• Aplique à decadência: que dizem respeito a incapazes, não admitindo a fluência de


prazo decadencial contra os absolutamentes incapazes, bem como permitido que os
relativamente incapazes responsabilizem os representantes e assistentes que derem
causa à decadência.

• É nula a renuncia à decadencia fixada em lei.

• Proclamou o STF que, em caso de sucessão de lei, o prazo decadencial deve ser
calculado de acordo com a ultima norma estabelecida.

Prova

• Prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico.


Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente
(adequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora dos
fatos controvertidos).

• Não basta alegar, é preciso provar. O ônus da prova incumbe a quem alega o fato.

• A regulamentação dos princípios referentes à prova é encontrada no Código Civil e no


Código de Processo Civil. Ao primeiro cabe a determinação das provas, a indicação do
seu valor jurídico e as condições de admissibilidade; ao diploma processual civil, o
modo de constituir a prova e de produzi-la em juízo.

• Meios da prova:

I. Confissão: Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário


ao seu interesse e favorável ao adversário. Não tem eficácia a confissão se provém de
quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. Se feita
a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode
vincular o representado. A confissão é irrevogavel, mas pode ser anulada se decorreu
de erro de fato ou de coação.

II. Testemunha: as testemunhas podem ser instrumentárias ou judiciárias. Estas são as


que prestam depoimento em juízo. Aquelas são as que assinam o instrumento. A prova
testemunhal é menos segura que a documental. Não podem ser admitidas como
testemunhas: menores de dezesseis anos; não tiverem discernimento para a prática
dos atos da vida civil; os cegos e surdos; quando a ciência do fato que se quer provar
dependa dos sentidos que lhes faltam; o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o
inimigo capital das partes; e os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os
colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.

III. Presunção: é a ilação que se extrai de um fato conhecido, para se chegar a um


desconhecido. Legais são as que decorrem da lei, como a que recai sobre o marido,
que a lei presume ser pai do filho nascido de sua mulher, na constância do casamento.
Comuns ou hominis são as que se baseiam no que ordinariamente acontece na
experiencia da vida. Presumese, por exemplo, embora não de forma absoluta, que as
dívidas do marido são contraídas em benefício da família. As presunções, que não as
legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal. As
presunções legais dividem-se em absolutas (são as que não admitem prova em
contrário. A presunção de verdade atribuída pela lei a certos fatos é, nestes casos,
indiscutível) e relativas (são as que admitem prova em contrário, por exemplo, a
presunção de paternidade).

IV. Perícia: prova pericial. Exame é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para
auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Vistoria é também perícia, restrita porém à
inspeção ocular. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não
poderá aproveitar-se de sua recusa. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz
poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. A recusa ilegítima à perícia
médica pode suprir a prova que se pretendia lograr com o exame frustrado (por
exemplo no exame de DNA).

V. Documento: o documento pode ser público ou particular. Tem função apenas


probatória. Também é meio comprovatório o meio eletrônico.

a. Escritura pública: deve conter data e local de sua realização; reconhecimento da


identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si,
como representantes, intervenientes ou testemunhas; nome, nacionalidade, estado civil,
profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação,
quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;
manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; referência ao
cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato; declaração
de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a
leram; assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou
seu substituto legal, encerrando o ato.

b. Certidão: é a reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou


documento.

c. Translado: é cópia do que se encontra lançado em um livro ou em autos. A


admissibilidade das diversas formas de reprodução mecânica de documentos hoje
existentes, bem como os seus efeitos.

Você também pode gostar