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Dímero-D: o que é?

O dímero-D, também conhecido como D-dímero, é um


dos produtos da degradação de fibrina, que é uma proteína que
está envolvida com a formação do coágulo.
Assim, quando existem alterações no processo de
coagulação, é possível que exista uma maior quantidade de
dímero-D circulante.
O valor de referência de dímero-D no sangue é de até
0,500 µd/mL ou 500 ng/mL, sendo importante investigar a
causa de valores aumentados desse marcador, o que pode ser
feito por meio de exames de sangue como hemograma,
exames que avaliam o fígado e dosagem de proteína C reativa,
por exemplo.

Para que serve

A dosagem de dímero-D é normalmente indicada pelo


clínico geral ou cardiologista com o objetivo de descartar a
possibilidade de trombose venosa profunda e
tromboembolismo pulmonar, já que esse marcador está
aumentado nessas situações.
No entanto, por se tratar de um marcador da coagulação,
o D-dímero pode também ser solicitado com o objetivo de
avaliar o funcionamento da cascata de coagulação, já que após
a ativação da fibrina para compor o tampão plaquetário, é
ativada a via de degradação da fibrina, levando à liberação de
produtos de degradação no sangue.
No entanto, quando há alteração na coagulação, é
possível verificar quantidade anormal dos produtos de
degradação da fibrina, incluindo o dímero-D.
Dessa forma, além de servir para descartar a ocorrência
de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, a
dosagem do dímero-D também pode ser útil na investigação de
situações que podem interferir na coagulação, como problemas
cardíacos e inflamações, por exemplo.
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O que significa dímero-D aumentado

A alteração dos níveis de dímero-D acontecem em


situações em que há formação e degradação de coágulos,
resultando no aumento anormal dos níveis no sangue dos
produtos de degradação da fibrina, que é o principal
componente dos coágulos.
Assim, o aumento dos níveis de dímero-D está
principalmente relacionado com o risco aumentado de
trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar
(TEP).
No entanto, outras situações que podem levar ao
aumento do D-dímero são:
- Coagulação intravascular disseminada;
- Após grandes cirurgias;
- Grandes traumas;
- Durante a gravidez;
- Doenças cardíacas, renais ou hepáticas;
- Inflamações;
- Uso de anticoagulantes;
- Alguns tipos de câncer;
- COVID-19, em alguns casos.
Além da avaliação do dímero-D, é importante que sejam
realizados outros exames que ajudem a identificar a causa do
aumento desse marcador.
Assim, de acordo com o histórico de saúde da pessoa e
presença de sintomas, pode ser recomendado pelo médico a
realização do hemograma, exames para avaliar a função do
fígado, rins e coração e dosagem da lactato desidrogenase e
proteína C reativa.
Outros exames que podem ser solicitados juntamente
com o D-dímero são tempo de protrombina, tempo de trombina,
tempo de sangramento e tempo de tromboplastina parcial, que
são exames que fazem parte do coagulograma e que permitem

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avaliar se o processo de coagulação está acontecendo
normalmente.

Dímero-D e COVID-19

O aumento do dímero-D é um achado laboratorial comum


em casos de COVID-19, isso porque na tentativa do organismo
de combater o vírus responsável pela doença – NÃO É O
COMBATE À AÇÃO DO VÍRUS E SIM, COMBATE ÀS
PORCARIAS QUE FORAM INOCULADAS COM A VAXINA-,
há liberação de grande quantidade de citocinas, o que provoca
lesão nos vasos sanguíneos e ativa a cascata de coagulação.
Dessa forma, há ativação de grande quantidade de fibrina
e, consequentemente, da via responsável por degradar essa
proteína, aumentando os níveis de D-dímero circulantes.
Dessa forma, o aumento dos níveis desse marcador no
sangue podem ser indicativos de infecção e, dependendo dos
valores, podem ser sugestivos de maior gravidade de COVID-
19 e do risco de coagulação intravascular e trombose, sendo
nesses casos necessário internamento.
No entanto, é importante também que sejam avaliados os
níveis de fibrina, quantidade de plaquetas e tempo de
protrombina e os sintomas apresentados pela pessoa.

Hemostasia: o que é e como acontece

A hemostasia corresponde a uma série de processos que


acontecem dentro dos vasos sanguíneos que tem como
objetivo manter o sangue fluido, sem que haja a formação de
coágulos ou hemorragia.
Didaticamente a hemostasia acontece em três etapas que
acontecem de forma rápida e coordenada e envolve
principalmente plaquetas e proteínas responsáveis pela
coagulação e fibrinólise.

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1. Hemostasia primária

A hemostasia tem início a partir do momento que ocorre


lesão no vaso sanguíneo.
Como resposta à lesão, acontece a vasoconstrição do
vaso lesionado com o objetivo de diminuir o fluxo sanguíneo
local e, assim, evitar a hemorragia ou a trombose.
Ao mesmo tempo as plaquetas são ativadas e aderem ao
endotélio dos vasos por meio do fator de von Willebrand.
Em seguida as plaquetas alteram o seu formato para que
possam liberar o seu conteúdo no plasma, que tem como
função recrutar mais plaquetas para o local da lesão, e passam
a aderir umas às outras, formando o tampão plaquetário
primário, que possui efeito temporário.

2. Hemostasia secundária

Ao mesmo tempo que ocorre a hemostasia primária, a


cascata de coagulação é ativada, fazendo com que as
proteínas responsáveis pela coagulação seja ativada.
Como resultado da cascata de coagulação há formação
de fibrina, que tem como função reforçar o tampão plaquetário
primário, tornando-o mais estável.
Os fatores de coagulação são proteínas que circulam no
sangue em sua forma inativa, mas são ativadas de acordo com
a necessidade do organismo e possuem como objetivo final a
transformação do fibrinogênio em fibrina, que é essencial para
o processo de estancamento do sangue.

3. Fibrinólise

A fibrinólise é a terceira etapa da hemostasia e consiste


no processo de destruição do tampão hemostático, de forma
gradual, para restaurar o fluxo sanguíneo normal.

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Esse processo é mediado pela plasmina, que é uma
proteína proveniente do plasminogênio e que tem como função
degradar a fibrina.

Como identificar alterações da hemostasia

As alterações da hemostasia podem ser detectadas por


meio de exames de sangue específicos, como por exemplo:

Tempo de sangramento (TS):


Esse exame consiste em verificar o tempo em que ocorre
a hemostase e pode ser feito por meio de um pequeno furo na
orelha, por exemplo.
Por meio do resultado do tempo de sangramento é
possível avaliar a hemostasia primária, ou seja, se as plaquetas
possuem função adequada.
Apesar de ser um teste muito utilizado, essa técnica pode
causar desconforto, principalmente em crianças, já que é
necessário fazer um pequeno furo na orelha e possui
correlação baixa com a tendência de hemorragia da pessoa;

Teste de agregação plaquetária:


Por esse exame é possível verificar a capacidade de
agregação das plaquetas, sendo também útil como forma de
avaliar a hemostasia primária.
As plaquetas da pessoa são expostas a diversas
substâncias capazes de induzir a coagulação e o resultado
pode ser observado em um equipamento que mede o grau de
agregação das plaquetas;

Tempo de protrombina (TP):


Esse exame avalia a capacidade do sangue de coagular a
partir da estimulação de uma das vias da cascata de
coagulação, a via extrínseca.
Assim, verifica em quanto tempo o sangue leva para gerar
o tampão hemostático secundário.
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Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPA):
Esse exame também avalia a hemostasia secundária, no
entanto verifica o funcionamento dos fatores de coagulação
presentes na via intrínseca da cascata de coagulação;

Dosagem do fibrinogênio:
Esse teste é feito com o objetivo de verificar se há
quantidade suficiente de fibrinogênio que possa ser utilizado
para gerar fibrina.
Além desses testes, o médico pode recomendar outros,
como a dosagem dos fatores de coagulação, por exemplo, para
que se possa saber se há deficiência de algum fator de
coagulação que possa interferir no processo de hemostasia.

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