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de Vide
Diagnóstico Social
do Concelho de Castelo de Vide
Projecto co-financiado pelo Fundo Social
Maio de 2006
Governo da Republica União Europeia
Portuguesa Fundo Social Europeu
Câmara Municipal de Castelo de Vide
Gabinete de Acção Social
Título:
Diagnóstico Social do Concelho de Castelo de Vide
Autor:
António Calha
Data:
Maio de 2006
Financiamento:
Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social
Eixo 5 – Promoção do Desenvolvimento Social
Tipologia 5.1.1 – Rede Social para o Desenvolvimento
(Projecto Co-financiado pelo Fundo Social Europeu)
Índice
Enquadramento………………………………………………………………………… 9
1. Tendências Demográficas……………………………………………………………... 19
1.1. Território e população………………………………………………………………... 22
1.2. Indicadores demográficos referentes às freguesias do 30
concelho……………………………….. 40
1.3. Identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e
ameaças………………………… 45
47
2. Educação e Aprendizagem……………………………………………………….…….. 52
2.1. Oferta Educativa…………………………………………………………………….. 57
2.2. Percurso educativo…………………………………………………………………... 62
2.3. Níveis de instrução…………………………………………………………………...
2.4. Identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e 71
ameaças………………………… 77
78
3. Convivência Social……………………………………………………………………. 80
3.1. Isolamento Social…………………………………………………………………… 85
3.2. Segurança e Instabilidade……………………………………………………………...
3.3. Recursos Sociais…………………………………………………………………….. 93
3.4. Identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e 95
ameaças………………………… 98
10
4. Acesso à Saúde………………………………………………………………………. 2
4.1. Recursos existentes………………………………………………………………….. 10
4.2. Estatísticas vitais…………………………………………………………………… 6
4.3. Prevenção e cuidados de saúde…………………………………………………………
4.4. Identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e 11
ameaças………………………… 3
11
5. Configuração e Dinâmica do Tecido Empresarial………………………………………… 5
5.1. Estrutura de Actividades……………………………………………………………… 12
5.2. Desempenho Económico………………………………………………………………. 1
5.3. Identificação de pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e 12
ameaças………………………… 5
Metodologia……………………………………………………………………………… 18
1
Bibliografia………………………………………………………………………………. 18
4
18
6
19
6
20
1
21
1
21
7
Índice de Quadros
Tendências Demográficas
População residente em 2001……………………………………………………………………... 24
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários no concelho de Castelo de 24
Vide……………………… 25
Pirâmide etária da população do concelho de Castelo de 26
Vide……………………………………………... 26
Variação da população entre 1991 e 2001……………………………………………………………. 26
Taxa de natalidade em 2004………………………………………………………………………. 27
Taxa de mortalidade em 2004…………………………………………………………………….... 27
Taxa de nupcialidade em 2004……………………………………………………………………... 27
Taxa de divórcio em 2004………………………………………………………………………… 28
Taxa de fecundidade em 2004…………………………………………………………………….... 18
Nados vivos fora do casamento em 2004……………………………………………………………... 28
Índice de envelhecimento em 2002…………………………………………………………………. 31
População dependente em 2001……………………………………………………………………. 31
Indicadores genéricos relativos à freguesia de Santa Maria da Devesa, reportados a 32
2001……………………... 32
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de Santa Maria da 33
Devesa……………….. 34
Pirâmide etária da população da Freguesia de Santa Maria da 35
Devesa……………………………………... 35
Indicadores genéricos relativos à freguesia de São João Batista, reportados a 36
2001…………………………... 37
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de São João 37
Batista…………………….. 38
Pirâmide etária da população da Freguesia de São João
Batista…………………………...………………
Indicadores genéricos relativos à freguesia de Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas,
reportados a 2001 …….. 49
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de Nossa Senhora da
Graça de Póvoa e Meadas. 49
Pirâmide etária da população da Freguesia de Nossa Senhora da Graça de Póvoa e
Meadas……………………... 49
Indicadores genéricos relativos à freguesia de Santiago Maior, reportados a
2001…………………………….
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de Santiago 50
Maior……………………
Pirâmide etária da população da Freguesia de Santiago 50
Maior……………………………………………. 54
54
54
Educação e Aprendizagem 55
Estabelecimentos de ensino e alunos matriculados no ano lectivo 55
2005/2006…………………...……………
Relação entre a população residente com idades compreendidas entre os 0 e os 4 anos e o 55
número de estabelecimentos escolares (Nível Pré-escolar), em 59
2001………………………………………………………………. 59
Relação entre a população residente com idades compreendidas entre os 5 e os 9 anos e o 59
número de estabelecimentos escolares (1. Ciclo) em 60
2001……………………………………………………………………….. 60
60
Relação entre a população residente com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos e o
número de estabelecimentos escolares (2. Ciclo), em
2001………………………………………………………...
Relação entre a população residente com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos e o
número de estabelecimentos escolares (3. Ciclo), em 75
2003………………………………………………………...
População escolar no concelho de Castelo de Vide em 75
2001……………………………………………….
População escolar no concelho de Castelo de Vide segundo o sexo, em 75
2001…………………………………. 78
Taxa de Abandono Escolar…………………………………………………………...…………… 78
Taxa de Saída Antecipada………………………………………………………………………… 78
Taxa de retenção……………………………………………………………………………….. 79
Relação entre a população a frequentar o ensino secundário e a população residente com idades 82
compreendidas entre os 15 e os 19
anos……………………………………………………………………………… 82
Habilitações da população residente no concelho de Castelo de Vide em 82
2001……………………………….... 83
Habilitações da população residente no concelho de Castelo de Vide segundo o sexo, em
2001…………………....
Taxa de analfabetismo em 2001…………………………………………………………………..... 83
População com mais de 14 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino obrigatório, em
2001………………
População com mais de 19 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino secundário em
2001……………….. 96
População com mais de 24 anos com grau académico de nível superior em 96
2001……………………………… 97
10
0
Convivência Social 10
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com uma ou mais crianças menores, 0
relativamente ao total de famílias, em 10
2001………………………………………………………………………………. 0
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade compreendida entre os 15 e os 10
64 anos, relativamente ao total de famílias, em 3
2001…………………………………………………………………… 10
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade superior a 64 anos, 3
relativamente ao total de famílias, em
2001……………………………………………………………………………………… 10
Taxa de criminalidade em 2003……………………………………………………………………. 3
Arguidos e condenados em processos crime na fase de julgamento findos, em 10
2003…………………………... 4
Taxa de vítimas de acidentes de viação relativa ao ano de
2004…………………………………………... 10
Número de habitantes por bombeiro em 2003………………………………………………………… 4
Taxa de cobertura da população residente com menos de 5 anos pelo número de utentes dos 10
infantários em 2005… 4
Taxa de cobertura da população residente com idade compreendida entre os 5 e os 14 anos pelo 10
número de utentes de ATL em 4
2005…………………………………………………………………...………………
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de utentes de
Centro de Dia em 2005…...
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de utentes de Lar 11
de Idosos em 2005…... 7
11
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de beneficiários de 7
Apoio Domiciliário em 11
2005…………………………………………………………………………………………. 7
11
8
Acesso à saúde 11
Enfermeiros por 1.000 habitantes, em 2003…………………………………………………………... 8
Médico por 1.000 habitantes, em 2003………………………………………………………………. 11
Farmacêuticos por 1.000 habitantes, em 2003………………………………………………………… 8
Taxa de mortalidade, em 2003……………………………………………………………………... 11
Taxa bruta de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, em 9
2003………………………………….... 11
Taxa bruta de mortalidade por tumores malignos, em 9
2003……………………………………………… 11
Consultas médicas por 1.000 habitantes, em 2003…………………………………………………… 9
Consultas de clínica geral em centros de saúde por habitante, em 12
2003……………………………………... 2
Consultas de planeamento familiar em centros de saúde por mulheres residentes com idade entre
15 a 24 anos, em 12
2003…………………………………………………………………………………………. 2
Consultas de saúde infantil em centros de saúde por habitantes residentes com menos de 15
anos, em 2003………..
Consultas de saúde materna e obstetrícia em centros de saúde por mulheres residentes com 12
idade entre 15 a 64 anos, em 2
2003………………………………………………………………………………………
Respostas do Centro de Saúde de Castelo de Vide em 2003 e 12
2005………………………………………… 3
Consultas realizadas no Centro de Saúde de Castelo de Vide em 2003 e
2005………………………………... 12
3
Contexto
A Rede Social surge no contexto de afirmação de uma nova geração de políticas sociais activas,
baseadas na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade e de cada indivíduo
para o esforço de erradicação da pobreza e da exclusão social em Portugal. Foi criada através
da Resolução do Conselho de Ministros nº 197/97 de 18 de Novembro de 1997 e Declaração de
Rectificação nº 10-O/98.
A nível local
A Rede Social materializa-se a nível local através da criação dos Conselhos Locais de Acção
Social (CLAS), constituindo uma plataforma de planeamento e coordenação da intervenção
social a nível concelhio. No concelho de Castelo de Vide o CLAS, inicialmente constituído por
dezanove entidades, é actualmente constituído por vinte e seis entidades, designadamente:
Esta estrutura, enquanto forma organizativa concreta que materializa a Rede Social, tem como
objectivo potenciar o planeamento estratégico da intervenção social a nível local, tendo por base
os seguintes pressupostos:
de prioridades;
exógenos.
Enquadramento 13
No sentido de operacionalizar os objectivos do CLAS, foi criada uma estrutura mais restrita,
derivada do CLAS e designada por Núcleo Executivo do CLAS, que é actualmente constituída
Objectivos
O Programa Rede Social tem como finalidade combater a pobreza e exclusão social numa
perspectiva de promoção do desenvolvimento social
Desenvolver uma parceria efectiva e dinâmica que articule a intervenção social dos diferentes
agentes locais;
Promover um planeamento integrado e sistemático, potenciando sinergias, competências e
recursos a nível local;
Garantir uma maior eficácia do conjunto de respostas nos concelhos e freguesias. Pretende-se
assim com este Programa:
Princípios
A Rede Social assenta num conjunto de princípios de acção que garantem a coerência da
estratégia de intervenção e a funcionalidade do dispositivo criado e das acções desenvolvidas no
quadro do Programa. Os princípios são: a integração, a articulação, a subsidiariedade e a
inovação.
Princípio da integração
A integração social aponta para uma acção concertada e coordenada entre as várias entidades
locais.
O princípio da integração social deverá assentar:
• Na convergência das medidas económicas, sociais e ambientais entre outras, com vista à
promoção das comunidades locais, através de acções planificadas, executadas e avaliadas
de uma forma conjunta;
• No incremento de projectos locais de desenvolvimento integrado, fazendo apelo à
participação de todos os intervenientes locais e à congregação dos recursos de todos, para
a resolução dos problemas sociais mais prementes.
O desafio que se coloca à Rede Social é o de se ser capaz de integrar as várias medidas de
política e os instrumentos existentes ao nível dos vários sectores numa acção concertada e
coerente de desenvolvimento local.
Princípio da articulação
Enquadramento 15
Este princípio traduz-se na necessidade de articular a intervenção social dos diferentes parceiros
com actividade num território numa parceria efectiva e dinâmica
Em consonância com este princípio, a Rede Social deve constituir um suporte da acção, permitir
criar sinergias entre os recursos e as competências existentes na comunidade, fornecer uma
logística comum aos diferentes parceiros e contribuir para a promoção de projectos. A
construção da parceria, em torno de objectivos comuns, pressupõe:
Princípio da subsidiariedade
Princípio da inovação
Destinatários do Programa
Enquadramento 17
Os destinatários directos do programa são os parceiros públicos e privados cuja actividade seja
exercida na área geográfica do concelho e o seu âmbito de intervenção seja relevante para o
desenvolvimento social local.
Resultados esperados
O processo de implementação da Rede Social deverá decorrer num período de dois anos,
contando com o apoio técnico do Núcleo da Rede Social do ISSS. No final desse período, os
concelhos deverão apresentar os seguintes resultados:
Impactos esperados
18 Enquadramento
A Rede Social tal como está concebida procura produzir mudanças substanciais ao nível
nacional e ao nível local. No plano nacional a Rede favorece a articulação e adaptação de
políticas e medidas de âmbito nacional aos problemas e necessidades locais, permitindo:
Ao nível local a Rede Social procura qualificar a intervenção social nos locais através:
• da articulação e adaptação das políticas das políticas e medidas de âmbito nacional aos
problemas e necessidades locais;
• do aumento da capacidade de detecção e resolução de problemas individuais, gerando
respostas específicas para necessidades específicas;
• transformação da cultura e práticas dos serviços e instituições locais, no sentido de uma
maior transparência e abertura a outras entidades e populações;
• implementação de sistemas de informação eficazes;
• incremento da participação e envolvimento dos próprios destinatários dos projectos de
intervenção.
Metodologia
Para atingir os objectivos da Rede Social o Programa propõe uma estratégia participada de
planeamento cujos instrumentos fundamentais são o Diagnóstico Participado e Plano de
Desenvolvimento Social.
Em traços gerais procura-se construir um retrato comum da situação social concelhia, resultante
dos contributos das várias entidades com intervenção na área do concelho que permita
identificar prioridades de intervenção. Este retrato servirá de base para a construção de um
Plano de Desenvolvimento Social (PDS) em que estejam inscritos os objectivos e estratégias de
Enquadramento 19
intervenção definidos para um quadro temporal alargado (cerca de três anos) e sejam planeadas
as formas de operacionalização do PDS tendo em linha de conta um horizonte temporal mais
curtos (planos de acção anuais). Este processo cujo objectivo principal é a intervenção para a
promoção do desenvolvimento social local deverá ser sujeito a processos de monitorização e
avaliação, que permitam melhorar continuamente as intervenções e aferir o impacte destas na
população.
Organização do Diagnóstico
Cada capítulo inicia com um breve enquadramento das principais tendências nacionais e
europeias que contextualizam e condicionam as tendências verificadas a nível regional e local.
Após o enquadramento do tema os capítulos são divididos em diferentes domínios, seguindo a
abordagem de objectivos específicos inerentes a cada tema. Cada domínio é complementado
com a apresentação de séries de indicadores que permitem a determinação da convergência,
em cada indicador, do concelho em relação aos restantes concelhos do distrito de Portalegre, à
Região Alentejo e ao País. Na definição dos indicadores, um dos critérios ponderados na sua
escolha foi a qualidade de informação estatística, na medida em que, apesar de nos últimos
anos ter existido um aumento significativo no rigor e na organização estatística em Portugal, nem
todo os produtores de informação garantem, ainda, a mesma qualidade.
Cada capítulo termina com uma análise centrada na área temática, das relações existentes entre
os pontos fortes e fracos verificados no concelho com as tendências mais importantes que se
20 Enquadramento
verificam na envolvente global, seja ao nível da conjuntura económica, social, das imposições
legais, etc.
1. Tendências
Demográficas
22 Enquadramento
Tendências demográficas 23
Enquadramento
Nos últimos anos assistiu-se a algumas modificações do modelo de organização territorial que só
uma análise espacial por freguesia e temporal por década pode evidenciar. Independentemente
da marca mais vincada que cada década possa ter deixado no território, todas elas tiveram a sua
originalidade e contribuíram para o mosaico territorial presente nos dias de hoje.
Três décadas se realçam nas últimas cinco por razões opostas. A década de sessenta está
associada a elevadas perdas demográficas (o forte período de emigração portuguesa) e a
década de setenta sentiu um forte crescimento populacional (o período do retorno populacional
das ex-colónias). Por outro lado, a década de noventa demonstra uma vitalidade que pode ser
indicadora de novas dinâmicas em curso. Neste sentido, antes de apresentarmos uma síntese
territorial das tendências demográficas no concelho de Castelo de Vide, mencionamos
sinteticamente as dinâmicas parciais.
Os anos sessenta foram dramáticos nas perdas populacionais. Uma vasta parte do território
nacional sentiu intensas regressões demográficas ao mesmo tempo que a metrópole de Lisboa e
o Noroeste continuavam a aumentar. A suburbanização 1 impõe-se claramente numa vasta área
em torno de Lisboa e do Porto e a desurbanização dos centros começa a intensificar-se, com
algumas freguesias centrais dessas duas cidades a perderem população (em Lisboa diminuem
mais que no Porto). A imagem das perdas e dos ganhos na década de sessenta reflecte
claramente a «imersão» de uma grande superfície do país. No interior, só um pequeno número
de freguesias resistem ao surto regressivo. É o grande período de êxodo rural e imigração, em
que a perda populacional não é exclusiva das áreas interiores mas atinge claramente o litoral em
todo o Alentejo e quase todo o Algarve. Entre Lisboa e Aveiro os ganhos e as perdas vão
alterando, contrariando a ideia da existência de um litoral dinâmico. No interior, são as freguesias
1Suburbanização é o processo de crescimento da cidade para as áreas periféricas, ou para além dos seus limites
administrativos.
24 Tendências demográficas
Nos anos setenta o território ganha uma nova onda de expansão demográfica, a população
residente aumenta 16,6% e os processos de urbanização estendem-se a uma grande fatia do
território nacional (a população residente nas freguesias urbanas aumentou 26,6%). Em
Portugal, as implicações económicas, sociais e politicas do 25 de Abril de 1974 adiaram a queda
do modelo económico fordista, enquanto que o retorno dos portugueses das ex-colónias
contribuiu para a vitalidade demográfica e urbana, sobretudo em torno de Lisboa. Os processos
de suburbanização são sobretudo intensos nas freguesias envolventes da capital. O Alentejo e o
Centro Interior continuam a sentir perdas populacionais muito significativas. O Norte, sobretudo o
Norte urbano, ganha claramente peso demográfico e é sobretudo a faixa intermédia entre o
litoral e o interior que perde mais população residente. O Algarve, depois de ter registado perdas
dramáticas na década de sessenta, viu o peso populacional aumentar claramente em quase todo
o seu território.
Nos anos oitenta as dinâmicas positivas são mais contidas e os territórios em perda demográfica
continuam a registar perdas da mesma ordem de grandeza. A população residente no seu
conjunto estabiliza (0,4%) o interior em regressão demográfica estende-se novamente e as áreas
em progressão circunscrevem-se. Os processos de urbanização em torno de Lisboa e no
Noroeste perdem intensidade relativamente à década anterior. A intensidade dos processos de
despovoamento mantém-se e alastra-se a outras zonas. Os pequenos centros, sobretudo do
interior, não conseguem resistir aos processos demográficos negativos e começam também ele
a perder residentes. O Algarve resiste e o seu litoral urbaniza-se intensamente.
Covilhã, Portalegre, Évora e Beja. As freguesias centrais dos pequenos centros mostram-se
mais dinâmicas ou então estabilizam a população residente.
O concelho de Castelo de Vide fica situado no Alto Alentejo, abrangendo uma área de 265 km2,
e é constituído por quatro freguesias: Santa Maria da Devesa; São João Baptista; Santiago
26 Tendências demográficas
Maior: Nossa Senhora de Póvoas e Meadas. As três primeiras contribuem para o núcleo urbano
que constitui a sede do concelho. O concelho está delimitado pelos concelho de Marvão a
sudeste, Portalegre a sul, Crato a sudoeste, Nisa a norte e Espanha a nordeste.
O concelho tem apresentado ao longo dos anos uma dimensão populacional relativamente
pequena, atingindo o décimo segundo lugar, na hierarquia de concelhos mais populosos no
contexto sub-regional do Alto Alentejo. Em termos de dinâmica populacional no concelho,
assistimos a um decréscimo de 6,6% da população na década de 90, tendência bastante mais
vincada que a verificada no distrito de Portalegre e na Região Alentejo. A evolução e estrutura da
população são resultado da combinação entre movimentos naturais e movimentos migratórios.
No que se refere aos movimentos naturais, existe a tendência para a sobreposição (em mais do
dobro) dos valores da taxa de mortalidade face aos da natalidade, reflectindo-se num saldo
fisiológico negativo. Esta tendência é, no entanto, compensada pelo saldo positivo dos
movimentos migratórios, ou seja, pela fixação de população no concelho oriunda quer de outros
concelhos do país quer de outros países. Analisando em particular os fluxos migratórios com
base nos emigrantes e imigrantes, verifica-se que em 2001, 1,4% da população residente é
estrangeira, sendo neste contexto o concelho do distrito com maior atractividade. Em todo o caso
é importante referir que os valores dos censos de 2001 não correspondem ao valor total do
número de migrantes, uma vez que todos aqueles que se encontram numa situação não
formalizada não se encontram nesta estatística. É o caso de todos aqueles que mantém a
primeira residência nos centros urbanos do litoral residindo em quase permanecia no concelho
de Castelo de Vide.
A estrutura da população por grandes grupos etários, em 2001, era a seguinte: residiam no
concelho 511 crianças e jovens (com menos de 14 anos), representando 13,2% da população; a
população com idade igual ou superior a 65 anos ascendia a 1159 indivíduos, representando
29,9% da população; sendo a população em idade activa (com idade compreendida entre os 15
e os 64 anos de 2202 indivíduos, representado 56,9% da população total. Esta distribuição
espelha bem o envelhecimento da população traduzido num índice de envelhecimento de 227%
(que se traduz numa relação de 227 idosos por cada 100 jovens). A tendência de
envelhecimento da população relaciona-se com dois fenómenos, transversais, ainda que com
graus de incidência diferentes, às sociedades desenvolvidas actuais, por um lado o aumento da
esperança de vida e, por outro, o declínio da fecundidade.
Tendências demográficas 27
Indicadores
Avis 5.197
Campo Maior 8.387
Castelo de Vide 3.872
Crato 4.348
Elvas 23.361
Fronteira 3.732
Gavião 4.887
Marvão 4.029
Monforte 3.393
Nisa 8.585
Ponte de Sor 18.140 Castelo de Vide
Portalegre 25.980
Distrito de Port alegre
Sousel 5.780
Fonte: Recenseamento Geral da População 2001
1991
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens Mulheres
2001
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens Mulheres
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
Os valores a tracejado
10 a 14 10 a 14
reportam-se a 1991
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens Mulheres
30 Tendências demográficas
Crato -14,1 % 4
Elvas -4,5 % 2
Fronteira -9,5 % 0
Gavião -17,4 % Alentejo
-2
Marvão -8,8 %
Monforte -9,7 %
-4
Nisa -13,0 % -6
Castelo de Vide
Distrito de Portalegre
Portalegre -0,5 %
Sousel -6,0 % Fonte: Recenseamento Geral da População 2001
Crato 6,2 ‰ 10
Elvas 9,4 ‰ 8
Fronteira 8,4 ‰
Gavião 5,1 ‰
6
Marvão 5,6 ‰ 4
Monforte 9,5 ‰ 2
Nisa 5,4 ‰ 0
Portalegre 9,0 ‰
Sousel 9,0 ‰ Fonte: INE 2005
* Número de nados vivos ocorridos durante o ano, referido à população média nesse período
Crato 24,8 ‰
Elvas 11,7 ‰
16
Fronteira 14,8 ‰ 12
Gavião 22,0 ‰ 8
Marvão 19,1 ‰
Monforte 14,5 ‰ 4
Nisa 24,3 ‰ 0
Portalegre 11,2 ‰
Sousel 13,7 ‰ Fonte: INE 2005
Tendências demográficas 31
* Número de óbitos ocorridos durante o ano, referido à população média nesse período
Crato 5,2 ‰ 4
Elvas 4,1 ‰
Fronteira 4,1 ‰ 3
Gavião 2,4 ‰ 2
Marvão 1,9 ‰ 1
Monforte 1,5 ‰
Nisa 3,8 ‰ 0
Castelo de Vide Alto Alentejo Alentejo Portugal
Ponte de Sor 3,9 ‰
Portalegre 4,5 ‰
Sousel 3,6 ‰ Fonte: INE 2005
*Numero de casamentos observado durante o ano, referido à população média nesse período
Crato 0,7 ‰
Elvas 1,9 ‰ 3
Fronteira 1,5 ‰
Gavião 1,3 ‰ 2
Marvão 0,5 ‰ 1
Monforte 0,9 ‰
Nisa 0,6 ‰ 0
Portalegre 1,8 ‰
Sousel 2,5 ‰ Fonte: INE 2005
*Número de divórcios observado durante o ano, referido à população média nesse período
Crato 32,8 ‰
Elvas 40,3 ‰
40
Fronteira 40,1 ‰ 30
Gavião 29,0 ‰ 20
Marvão 29,8 ‰
Monforte 41,7 ‰ 10
Nisa 31,9 ‰ 0
32 Tendências demográficas
Crato 20,0 %
Elvas 34,6 % 30
Fronteira 41,4 % 20
Gavião 26,1 %
Marvão 28,6 % 10
Monforte 32,3 %
Nisa 18,2 % 0
Castelo de Vide Alentejo Central Alentejo Portugal
Ponte de Sor 28,8 %
Portalegre 23,3 %
Sousel 38,0 % Fonte: INE 2005
Crato 333,9 %
Elvas 131,2 %
200
Gavião 429,7 %
Marvão 295,2 %
100
Monforte 218,4 % 50
Nisa 369,1 %
Ponte de Sor 167,6 %
0
Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo País
Portalegre 158,5 %
Sousel 227,6 % Fonte: Recenseamento Geral da População 2001
* Relação entre a população idosa e a população jovem, definida como o quociente entre o número de pessoas com
65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos
Crato 43,5 %
Tendências demográficas 33
Elvas 37,2 %
Fronteira 40,8 %
Gavião 48,2 %
Marvão 43,3 %
Monforte 40,7 %
Nisa 45,7 %
Ponte de Sor 37,9 %
Portalegre 34,8 %
Sousel 41,7 % Fonte: Recenseamento Geral da População 2005
Indicadores
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de Santa Maria da Devesa
Grupo etário 1991 2001
Home Mulher Homens Mulheres
36 Tendências demográficas
ns es
De 0 a 4 anos 47 33 47 41
De 5 a 9 anos 45 47 28 48
De 10 a 14 anos 50 42 52 39
De 15 a 19 anos 61 46 47 43
De 20 a 24 anos 56 57 49 34
De 25 a 29 anos 68 62 56 57
De 30 a 34 anos 55 54 71 73
De 35 a 39 anos 53 42 59 57
De 40 a 44 anos 35 35 49 61
De 45 a 49 anos 38 53 57 43
De 50 a 54 anos 44 58 36 44
De 55 a 59 anos 56 83 45 50
De 60 a 64 anos 62 83 46 63
De 65 a 69 anos 78 59 50 73
De 70 a 74 anos 53 79 51 63
De 75 a 79 anos 48 76 52 39
De 80 a 84 anos 39 56 22 33
De 85 a 89 anos 13 39 9 22
Mais de 89 anos 0 14 5 2
Total 901 1018 831 885
Fonte: Recenseamento Geral da População
1991 e 2001
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
Tendências demográficas 37
2001
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
Os valores a tracejado
10 a 14 10 a 14
reportam-se a 1991
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de São João Batista
Grupo etário 1991 2001
Home Mulher Mulheres
ns es Homens
De 0 a 4 anos 21 30 23 16
De 5 a 9 anos 30 28 26 22
De 10 a 14 anos 30 32 15 35
De 15 a 19 anos 30 29 28 30
De 20 a 24 anos 22 31 35 30
De 25 a 29 anos 23 34 26 27
De 30 a 34 anos 23 35 26 34
De 35 a 39 anos 42 34 31 33
De 40 a 44 anos 30 25 30 32
De 45 a 49 anos 24 24 37 43
De 50 a 54 anos 16 28 29 22
De 55 a 59 anos 26 23 20 27
De 60 a 64 anos 30 32 26 27
De 65 a 69 anos 25 28 30 37
De 70 a 74 anos 34 28 29 41
De 75 a 79 anos 17 23 32 30
De 80 a 84 anos 16 21 25 25
De 85 a 89 anos 4 8 13 19
Mais de 89 anos 6 3 8 15
Total 449 496 489 545
Fonte: Recenseamento Geral da População
1991 e 2001
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
2001
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
Os valores a tracejado
0 a4 0 a4 reportam-se a 1991
Homens M ulheres
40 Tendências demográficas
Distribuição da população pelos diferentes grupos etários na Freguesia de Nossa Senhora da Graça
de Póvoa e Meadas
Grupo etário 1991 2001
Home Mulher Mulheres
ns es Homens
De 0 a 4 anos 13 15 12 5
De 5 a 9 anos 10 12 9 10
De 10 a 14 anos 16 24 15 17
De 15 a 19 anos 23 23 14 12
De 20 a 24 anos 19 17 18 23
De 25 a 29 anos 16 10 16 17
De 30 a 34 anos 11 13 17 11
De 35 a 39 anos 19 17 14 13
De 40 a 44 anos 12 10 13 15
De 45 a 49 anos 8 6 25 18
De 50 a 54 anos 11 22 15 13
De 55 a 59 anos 27 32 10 17
De 60 a 64 anos 29 35 21 29
De 65 a 69 anos 38 41 37 41
De 70 a 74 anos 34 34 36 33
De 75 a 79 anos 40 36 28 40
De 80 a 84 anos 24 31 18 19
De 85 a 89 anos 8 15 14 14
Mais de 89 anos 2 4 7 10
Total 360 397 339 357
Tendências demográficas 41
2001
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
> 90 > 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24 Os valores a tracejado
15 a 19 15 a 19 reportam-se a 1991
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
De 45 a 49 anos 14 17 9 11
De 50 a 54 anos 13 10 17 17
De 55 a 59 anos 23 29 15 14
De 60 a 64 anos 20 24 6 7
De 65 a 69 anos 24 23 17 19
De 70 a 74 anos 16 24 19 19
De 75 a 79 anos 15 20 12 19
De 80 a 84 anos 10 12 9 14
De 85 a 89 anos 3 5 4 4
Mais de 89 anos 1 0 0 1
Total 260 264 217 209
Fonte: Recenseamento Geral da População
1991 e 2001
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
2001
44 Tendências demográficas
> 90
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79
70 a 74 70 a 74
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19 Os valores a tracejado
10 a 14 10 a 14 reportam-se a 1991
5a9 5a9
0 a4 0 a4
Homens M ulheres
Oportunidades Ameaças
Análise de Oportunidades
O emergir da imagem social e institucional do rural como reserva ambiental e/ou como
reserva cultural parece traduzir-se por uma nova dicotomia rural-urbano, ao nível das
representações, entre modos de vida e sistemas de organização social rurais e urbanos,
sendo agora os primeiros crescentemente valorizados. Esta valorização decorre de uma das
mais marcantes características atribuídas Às áreas rurais – a existência e subsistência de
uma relação mais directa com a natureza que se pensa menos degradada. Esta visão do
mundo rural, não já como produtor de alimentos mas antes como guardião das paisagens e
das memórias e tradições traduz-se pela redefinição da ruralidade, tornando-a
particularmente atractiva à fixação de grupos específicos quer de portugueses quer das
famílias de nacionalidade estrangeira, sobretudo para os que privilegiam as qualidades
ambientais às estruturas desenvolvidas de consumo de massas. Trata-se de um público, em
emergência, pouco atraído pelo consumismo, estando particularmente preocupados com a
existência de equipamentos nas áreas da cultura, lazeres, saúde e desporto.
50 Tendências demográficas
Análise de Debilidades
Enquadramento
O acesso à educação é uma das melhores garantias para o futuro de uma sociedade e
representa uma abertura no leque de oportunidades de vida e de trajectos pessoais dos seus
membros. As tendências da evolução social e as novas exigências de competências pessoais
para a participação da vida em sociedade levam a perspectivar a educação mais como o
processo de aquisição de informação e qualificações e a acumulação de conhecimentos ao
longo da vida, e menos como a mera preparação dos indivíduos para o mercado de trabalho. No
passado, o ensino nas escolas era refém da formação dos trabalhadores necessária ao
desenvolvimento económico, hoje em dia, é importante que os indivíduos estejam bem
informados detendo conhecimentos suficientes para poderem usufruir dos seus direitos e
participar de uma forma activa na vida do colectivo. O progresso educativo torna as pessoas
mais livres, com maiores capacidades para definir as suas opções ao longo da vida, o que
implicitamente contribui para aumentar o bem-estar de cada indivíduo.
O progresso educativo em Portugal nos últimos nos últimos vinte anos foi impressionante: o
parque escolar cresceu, para dar guarida à vaga de jovens que entraram no ensino obrigatório; a
rede de escolas cobre razoavelmente todo o território e responde, em linhas gerais aos critérios
de qualidade europeus (as autarquias assumiram aqui um papel importante); a grande maioria
dos professores são hoje profissionalizados e o ensino superior, que se encontrava em três
cidades, proliferou pelas principais cidades médias do país.
cada aluno. Por outro lado, nas avaliações padronizadas pelos organismos internacionais
obtemos maus resultados em matéria de literacia e de conhecimentos de matemática ou outras
ciências. Portanto, fomos capazes de massificar o acesso à educação mas não conseguimos
ainda ser eficientes na construção de um sistema de aprendizagem eficaz.
Refira-se a propósito deste capitulo que os indicadores utilizados na estimação da cobertura dos
equipamentos escolares são grosseiros uma vez que não contemplam outras características que
não o número de estabelecimentos de ensino (salas, professores, outros equipamentos).
Ao nível do Ensino Secundário diurno Castelo de Vide é um dos cinco concelhos do distrito de
Portalegre (à semelhança de Arronches, Crato, Gavião e Marvão), onde não existe oferta
educativa a este nível, situação que obriga à deslocação diária a Portalegre dos alunos que
pretendem prosseguir os estudos após a escolaridade obrigatória.
Fora do âmbito dos estabelecimentos oficiais de ensino existem algumas iniciativas, sem
periodicidade regular, de formação e educação de adultos promovidas por instituições locais
como a OCRE – Associação para a Valorização do Ambiente, Cultura e Património e a Santa
Casa da Misericórdia de Castelo de Vide. Tratam-se de iniciativas integradas em projectos
financiadas pelo Fundo Social Europeu (F.S.E.), estando dependentes da aprovação das
respectivas candidaturas daí a sua regularidade condicionada. A associação da componente
profissional dos cursos a uma vertente de educação de adultos, homologada pela Direcção Geral
de Educação Vocacional, permite a obtenção de equivalência escolar aos formandos,
constituindo desta forma uma alternativa educativa viável no concelho. Refira-se que, dadas as
exigências legais de acesso ao F.S.E., as iniciativas de educação/formação ainda que
56 Educação e Aprendizagem
promovidas por entidades locais, têm sido geridas por entidades externas (empresas de
formação e/ou entidades acreditadas) contratadas para a organização, implementação e
avaliação dos cursos.
Indicadores
Estabelecimentos de ensino e alunos matriculados no ano lectivo 2005/2006
Nível de Estabelecimentos Alunos
Qualificação
Pré-escolar 3 99
1.º Ciclo 2 130
2.º Ciclo 1 63
3.º Ciclo 1 96
3.º Ciclo Recorrente 1 12
Secundário 1 44*
Ensino Superior 0 -
Total 7 444
Fonte: Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos Garcia d’ Orta
* Ensino recorrente nocturno (curso Ordenamento do Território e Ambiente)
Crato 47 80
Elvas 57
70
60
Fronteira 51 50
Gavião 45 40
Marvão 42 30
Monforte 32
20
10
Nisa 56 0
Portalegre 60
Sousel 50 Fonte: Cálculos próprios com base nos Censos 2001
* Na impossibilidade de obter os valores referentes à população residente com idades compreendida entre os 3 e 5
anos recorreu-se ao nível etário mais aproximado disponibilizado pelo INE.
Crato 18 80
Elvas 81 70
60
Fronteira 36 50
Gavião 21 40
Marvão 40 30
Monforte 29
20
10
Nisa 41 0
Portalegre 59
Sousel 49 Fonte: Cálculos próprios com base nos Censos 2001
250
Gavião 54 200
Marvão 78 150
Nisa 154
50
0
58 Educação e Aprendizagem
300
Fronteira 62 250
Marvão 78 150
50
Nisa 308 0
Ponte de Sor 312 Castelo de Vide Distrito Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 261
Sousel 244 Fonte: Cálculos próprios com base nos Censos 2001
No que diz respeito ao sucesso educativo verifica-se, pela baixa taxa de retenção escolar
registada no concelho, uma situação favorável dos factores intervenientes no sucesso do
processo de ensino-apendizagem, aos quais a taxa de cobertura dos equipamentos escolares
não será certamente alheia, e a que se acrescem factores de outra natureza como os
relacionados com as condições criadas no meio escolar.
Indicadores
População escolar no concelho de Castelo de Vide em 2001
Nível de N. % 140
Qualificação 120
40
Campo Maior 2%
Castelo de Vide 3,5 % 3,5
Crato 1,9 % 3
Fronteira 1,9 % 2
Gavião 1% 1,5
Marvão 0 1
Nisa 3% 0
Portalegre 1,9 %
Sousel 3,9 % Fonte: Ministério da Educação, 2001.
* Total de indivíduos, no momento censitário, com 10-15 anos que não concluíram o 3.º ciclo e não se encontram a
frequentar a escola, por cada 100 indivíduos do mesmo grupo etário.
Crato 24,8 % 25
Elvas 23,4 %
20
Fronteira 23,9 %
Gavião 28,8 % 15
Marvão 20,6 % 10
Monforte 26,3 % 5
Nisa 22,1 % 0
Portalegre 14,7 %
Sousel 25,6 % Fonte: Ministério da Educação, 2001.
* Total de indivíduos, no momento censitário, com 18-24 anos que não concluíram o 3.º ciclo e não se encontram a
frequentar a escola, por cada 100 indivíduos do mesmo grupo etário.
Taxa de retenção*
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 13,5 % Alto Alentejo 13,2 %
Arronches 8,2 % Portugal 12,7 %
Avis 10,8 %
Campo Maior 20,7 %
Castelo de Vide 11,6 % 14
Crato 8,5 % 12
Elvas 15,4 % 10
Fronteira 15,1 % 8
Gavião 14,2 % 6
Marvão 11,2 % 4
Monforte 26,9 % 2
Nisa 10,7 % 0
Portalegre 10,9 %
Sousel 11,9 % Fonte: Ministério da Educação, 2001.
64 Educação e Aprendizagem
* Percentagem dos efectivos escolares que permanecem, por razões de insucesso ou de tentativa voluntária, de
melhoria de qualificações, no ensino (1.º,2.º e 3.º ciclos), em relação à totalidade de alunos que iniciaram esse
mesmo ensino.
Crato 55,0
Elvas 58,3 62,0
Fronteira 54,3
Gavião 47,1
58,0
Monforte 60,1
Nisa 59,6 50,0
Ponte de Sor 59,0 Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo País
Portalegre 67,1
Sousel 56,8 Fonte: Cálculos próprios com base nos Censos 2001
escolar.
• Favorecer a implementação de iniciativas de
acompanhamento das dificuldades escolares de
crianças e jovens provenientes de agregados de
menos escolarizados.
Esta tendência para um nível baixo de habilitações relaciona-se com a própria estrutura da
população residente, na medida em que, por um lado, este indicador é influenciado pelo grande
peso relativo da população idosa (privada na infância e juventude do acesso ao ensino oficial e
não abrangida pelo sistema de ensino implantado após 25 de Abril), por outro lado a população
jovem, abrangida pela escolaridade obrigatória, detém um peso relativamente diminuto na
estrutura demográfica do concelho. Desta forma, é previsível que, em termos da percentagem da
população com escolaridade mínima obrigatória, esta tenderá a aproximar-se lentamente dos
valores médios nacionais com a renovação geracional que necessariamente se vai verificando.
O mesmo não se poderá afirmar relativamente à população detentora de níveis de qualificação
superiores à escolaridade obrigatória na medida em que, nestes casos, os factores de influência
são outros que não a obrigatoriedade legal.
Uma análise mais cuidada dos indicadores adiantados permite-nos observar duas tendências:
em primeiro lugar, a população feminina apresenta um nível menor de qualificações académicas
comparativamente à população masculina, em segundo lugar a maioria dos indivíduos
detentores de formação superior são mulheres. Estas tendências reflectem a mudança dos
papéis socialmente atribuídos ao sexo feminino, que se vem verificando após a década de 70 do
século XX.
A análise dos indicadores identificados para a caracterização dos níveis de instrução dão conta
de um défice de qualificações escolares na estrutura da população, contudo, a análise da
situação relativa do concelho no contexto dos demais concelhos do Alto Alentejo permite
detectar uma posição favorável, ainda que haja um longo caminho a percorrer para aproximar os
indicadores do nível médio nacional. Assim:
• No que diz respeito à população residente com mais de 19 anos detentora do ensino
secundário consta-se que os 12,9% registados no concelho contrastam com 16,9%
registados a nível nacional. A nível regional, à semelhança do indicador anterior, os
concelhos de Portalegre, Elvas e Campo Maior apresentam melhores resultados.
• Quanto à população com diploma superior, verifica-se que apenas 5,8% dos
indivíduos com mais de 24 anos residentes em Castelo de Vide possuem diploma do
ensino superior. Em termos regionais a posição relativa do concelho melhora
relativamente aos indicadores anteriores, situando-se acima da média do distrito que
se cifra nos 5,6%.
68 Educação e Aprendizagem
Indicadores
Gavião 23,9 %
Marvão 21,8 %
8,0
Portalegre 12,7 %
Sousel 22,2 % Fonte: INE 2001
Educação e Aprendizagem 69
População com mais de 14 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino obrigatório, em 2001
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 24,1 % Distrito de Portalegre 29,7 %
Arronches 22,3 % Região Alentejo 31,2 %
Avis 21,9 % Portugal 38,1 %
Campo Maior 33,9 %
Castelo de Vide 27,2 % 40,0
Elvas 35,7 %
30,0
Fronteira 25,4 %
25,0
20,0
Gavião 17,9 % 15,0
Ponte de Sor 26,6 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo País
Portalegre 39,7 %
Sousel 24,2 % Fonte: Censos 2001
População com mais de 19 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino secundário em
2001
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 10,6 % Distrito de Portalegre 13,2 %
Arronches 8,3 % Região Alentejo 13,7 %
Avis 9,2 % Portugal 16,9 %
Campo Maior 15,4 %
Castelo de Vide 12,9 % 18,0
Fronteira 12,2 %
9,0
Gavião 7,4 %
Marvão 8,8 % 6,0
Ponte de Sor 11,1 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo País
Portalegre 19,2 %
Sousel 10,6 % Fonte: Censos 2001
População com mais de 24 anos com grau académico de nível superior em 2001
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 4,0 % Distrito de Portalegre 5,6 %
Arronches 3,7 % Região Alentejo 6,1 %
Avis 3,4 % Portugal 9,3 %
Campo Maior 5,4 %
Castelo de Vide 5,8 % 10,0
Elvas 7,0 %
70 Educação e Aprendizagem
Fronteira 4,6 %
Gavião 1,9 %
Marvão 2,8 %
Monforte 3,3 %
Nisa 3,9 %
Ponte de Sor 4,4 %
Portalegre 9,4 %
Sousel 3,6 % Fonte: Censos 2001
Oportunidades Ameaças
A dimensão reduzida da população escolar (constituída por 370 alunos a frequentar escolas
do concelho) poderá constituir uma potencialidade ao nível da intervenção na área da
educação na medida em que facilita a implementação de projectos direccionados para esta
população. A natureza dos projectos poderá abranger áreas tão diversas como:
Análise de Oportunidades
A revisão da estratégia eleva o patamar dos objectivos para outro plano, centrando-os em
torno de três áreas: convergência, competitividade e cooperação territorial e inter-regional.
Estas três áreas da Política de Coesão, conjugadas com as exigências da Estratégia de
Lisboa, trazem para o primeiro plano de qualquer política de desenvolvimento regional e
78 Educação e Aprendizagem
Este sistema consolida-se numa Rede Nacional de Centros RVCC, sob a tutela do Ministério
da Educação, constituída por 98 centros distribuídos pelo território nacional. No distrito de
Portalegre existe apenas um centro promovido pelo Centro de Formação Profissional de
Portalegre, prevendo-se o seu alargamento a todos os concelhos.
Este sistema constitui uma oportunidade na elevação dos níveis médios de escolarização na
medida em que permite o reconhecimento e validação, ao nível escolar, dos conhecimentos
e competências adquiridas ao longo da vida, devendo para isso ser criadas as condições de
promoção, divulgação e facilitação do acesso da população ao sistema.
Análise de Ameaças
3. Convivência Social
Convivência Social 83
Enquadramento
Parece existir hoje uma tendência para o crescimento do número de contextos sociais em que
transitam os indivíduos e que compõem o chamado “espaço de vida”. As ligações que
desenvolvemos nesses contextos aparentam ser mais “fracas”, menos estáveis, mas também
muito mais numerosas, frágeis e inconstantes. São as chamadas redes múltiplas da sociedade.
As pessoas trabalham num sítio, residem noutro, divertem-se em vários, e os amigos e as
famílias estão inseridos em diferentes contextos sociais e territoriais. Por outro lado as diversas
origens e espaços de vida percorridos e integrados, importam para o espaço público actualmente
uma amálgama de valores que urge entender para rentabilizar. Este é um modelo de sociedade
que obriga, em certa medida, a repensar a definição dos interesses e valores colectivos e a
construção das acções públicas.
Por outro lado a qualidade de vida e bem-estar está cada vez mais dependente da segurança. A
insegurança física, económica, social e familiar resulta do crescimento da incerteza. Das
múltiplas formas de insegurança privilegiaremos neste capítulo a segurança física, na medida em
que esta afecta estruturalmente a forma como nos relacionamos e convivemos uns com os
outros.
Por último, abordaremos as infra-estruturas de apoio às camadas mais frágeis da sociedade. Por
um lado, as infra-estruturas sociais de apoio pré-escolar ou de apoio às actividades de tempos
livres nas idades mais jovens; por outro lado, as infra-estruturas de apoio à terceira idade. Estas
infra-estruturas são fundamentais para o desenvolvimento social dos mais jovens e para a
manutenção dos espaços de conviviabilidade dos mais idosos, factores essenciais para o bem-
estar destas populações.
Mais preocupante é o número de indivíduos com mais de 64 anos a viver isoladamente, de facto
existe localmente uma proporção significativa de idosos nesta situação que se situa nos 16,2%.
O problema do isolamento da população idosa resulta de vários factores, como a dimensão e
estabilidade familiar do agregado e a morte do cônjuge, sendo um problema que se agrava
quando associado a situação de pobreza e de falta de saúde. Esta situação de isolamento
coloca-se com maior acuidade em relação às mulheres e expressa-se num elevado número de
viúvas, situação que é determinada sobretudo pela diferença na esperança média de vida entre
homens e mulheres. O isolamento das mulheres é ainda agravado pelo facto de terem em média
pensões mais baixas que os homens.
A interpretação destes indicadores deve ser relativizada, tendo em consideração factores não
mensuráveis como a persistência de uma forte coesão social e sentido comunitário bem como a
existência de redes de amizade e vizinhança de suporte a situações de risco. De facto, existem
no concelho alguns mecanismos de protecção social de natureza informal gerados pela
sociedade civil e que se consolida em redes de relações de conhecimentos, de reconhecimento
mútuo e de entreajuda baseadas em laços de parentesco e de vizinhança, através das quais
pequenos grupos sociais trocam bens e serviços numa base não mercantil e com uma lógica de
reciprocidade.
86 Convivência Social
Indicadores
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com uma ou mais crianças menores,
relativamente ao total de famílias, em 2001
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 0,4 % Distrito de Portalegre 0,9 %
Arronches 0,3 % Região Alentejo 1,1 %
Avis 1,0 % Portugal 1,4 %
Campo Maior 0,8 %
Castelo de Vide 1,6 % 1,8
Fronteira 1,1 %
1,2
1,0
0,2
Nisa 0,4 % 0,0
Ponte de Sor 1,0 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 1,1 %
Sousel 0,6 % Fonte: Censos 2001
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade compreendida entre os 15 e os
64 anos, relativamente ao total de famílias, em 2001
Convivência Social 87
Fronteira 5,6 %
6,0
5,0
Nisa 5,5 %
1,0
0,0
Ponte de Sor 6,6 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 6,3 %
Sousel 6,5 % Fonte: Censos 2001
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade superior a 64 anos, relativamente
ao total de famílias, em 2001
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 17,3 % Distrito de Portalegre 14,7 %
Arronches 18,6 % Região Alentejo 12,5 %
Avis 16,2 % Portugal 8,8 %
Campo Maior 12,1 %
Castelo de Vide 16,1 % 18
Crato 19,7 % 16
Elvas 11,9 % 14
Fronteira 14,7 %
12
10
Gavião 19,7 % 8
Marvão 16,0 % 6
Monforte 16,7 % 4
Nisa 20,6 %
2
Ponte de Sor 13,0 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 12,5 %
Sousel 17,6 % Fonte: Censos 2001
Indicadores
Taxa de criminalidade em 2003
Concelhos Taxa Região Taxa
Alter do Chão 33,1 ‰ Alto Alentejo 30,5 ‰
Arronches 8,5 ‰ Região Alentejo 32,3 ‰
Avis 27,9 ‰ Portugal 39,8 ‰
Campo Maior 24,6 ‰
Castelo de Vide 23,0 ‰ 40
Crato 16,7 ‰
90 Convivência Social
Elvas 41,9 ‰
Fronteira 26,8 ‰
Gavião 12,1 ‰
Marvão 26,1 ‰
Monforte 23,0 ‰
Nisa 21,7 ‰
Ponte de Sor 16,8 ‰
Portalegre 34,0 ‰
Sousel 38,1 ‰ Fonte: INE 2003
Crato 4,37 ‰
Elvas 6,25 ‰ 6
Fronteira 5,09 ‰
Gavião 3,89 ‰ 4
Marvão 4,47 ‰
2
Monforte 5,60 ‰
Nisa 4,19 ‰ 0
Ponte de Sor 6,67 ‰ Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 3,46 ‰
Sousel 2,60 ‰ Fonte: INE 2004
Crato 64 200
Elvas 275
Fronteira 76 150
Gavião 78 100
Marvão –
Monforte 92 50
Nisa 105 0
Ponte de Sor 204 Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 144
Sousel 78 Fonte: INE 2003
• O serviço de creche existe apenas na sede de concelho, gerido pelo centro Paroquial de
Assistência abrangendo cerca de 18% das crianças com menos de 5 anos, apesar de este
constituir um valor bastante acima dos registados a nível nacional. A centralização do
equipamento apenas na sede de concelho impede o acesso da população de Póvoa e
Meadas a este serviço.
Outras entidades prestam serviços não formais à população jovem como seja o caso da
Associação OCRE que mantém em permanência um Centro de Tecnologias de Informação -
espaço Internet e formação em voluntariado para as novas tecnologias. Para além destas
desenvolve actividades lúdicas e formativas com crianças (Cozinha criativa; Valorização de
conhecimentos detidos por idosos; Clube Minhoca...) e mobilidades juvenis (intercâmbios e
voluntariado europeu). Em parceria desenvolve trabalho ao nível da prevenção primária e da
valorização dos recursos naturais e culturais.
94 Convivência Social
Indicadores
Taxa de cobertura da população residente com menos de 5 anos pelo número de utentes dos
infantários em 2005
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 11,3 % Distrito de Portalegre 22,1 %
Arronches 16,7 % Região Alentejo 10,8 %
Avis 14,6 % Portugal 12,1 %
Campo Maior 8,9 %
Castelo de Vide 18,6 % 25,0
Crato 31,9 %
Elvas 18,7 % 20,0
Ponte de Sor 13,1 % Castelo de Vide Dist. Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 36,5 %
Sousel 38,2 % Fonte: Carta Social 2005
Taxa de cobertura da população residente com idade compreendida entre os 5 e os 14 anos pelo
número de utentes de ATL em 2005
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 13,8 % Distrito de Portalegre 12,6 %
Convivência Social 95
Monforte 5,5 %
Nisa 18,3 % 0,0
Castelo de Vide Dist. Portalegre Região Alentejo Portugal
Ponte de Sor 6,2 %
Portalegre 15,5 %
Sousel 18,9 % Fonte: Carta Social 2005
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de utentes de
Centro de Dia em 2005
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 2,5 % Distrito de Portalegre 2,5 %
Arronches 1,0 % Região Alentejo 1,7 %
Avis 3,1 % Portugal 2,4 %
Campo Maior 2,4 %
Castelo de Vide 2,2 % 3,0
Ponte de Sor 1,9 % Castelo de Vide Dist. Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 1,9 %
Sousel 3,1 % Fonte: Carta Social 2005
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de utentes de Lar de
Idosos em 2005
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 5,6 % Distrito de Portalegre 6,8 %
Arronches 6,5 % Região Alentejo 3,9 %
Avis 7,0 % Portugal 3,3 %
Campo Maior 4,3 %
Castelo de Vide 12,9 % 16,0
Crato 11,9 %
Elvas 6,0 % 12,0
Fronteira 9,7 %
8,0
Gavião 10,3 %
Marvão 12,2 % 4,0
Monforte 8,2 %
Nisa 6,3 % 0,0
Castelo de Vide Dist. Portalegre Região Alentejo Portugal
Ponte de Sor 6,5 %
Portalegre 3,5 %
Sousel 6,4 % Fonte: Carta Social 2005
96 Convivência Social
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de beneficiários de
Apoio Domiciliário em 2005
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 12,0 % Distrito de Portalegre 5,4 %
Arronches 3,2 % Região Alentejo 3,4 %
Avis 9,1 % Portugal 3,7 %
Campo Maior 3,2 %
Castelo de Vide 4,1 % 6,0
Crato 6,3 %
5,0
Elvas 4,9 %
Fronteira 7,7 % 4,0
Ponte de Sor 4,7 % Castelo de Vide Dist. Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 3,4 %
Sousel 3,3 % Fonte: Carta Social 2005
Oportunidades Ameaças
Alargamento dos apoios sociais dirigidos Aumento da procura dos serviços de apoio
social
aos idosos
Não alargamento dos acordos típicos das
IPSS locais com a Segurança Social.
Convivência Social 99
Apesar dos enormes progressos alcançados ao longo do século XX, e em Portugal nas
últimas décadas, a desigualdade baseada no sexo contínua presente em muitas áreas da
vida em sociedade. Apesar de não existirem fontes de informação nem qualquer estudo
sobre este fenómeno no concelho de Castelo de Vide, é ainda assim possível identificar um
Convivência Social 101
O fenómeno da violência doméstica continua a ser uma realidade no concelho bem como no
país. O combate a este problema afirma-se através da consolidação de uma política de
prevenção consubstanciada na promoção de uma cultura para a cidadania e para a
igualdade que difunda novos valores sociais que permitam combater as relações de
dominação e promover a igualdade do género.
Embora o princípio das parcerias locais seja actualmente reconhecido e promovido de uma
forma generalizada, existe ainda uma cultura incipiente de trabalho em parceria entre as
entidades locais. A tendência no sentido da descentralização de funções para as autoridades
locais e do desenvolvimento de um mercado misto de prestação de serviços sociais aliada à
necessidade de encontrar respostas às consequências das mudanças rápidas nos domínios
económico, social e politico contribuem para o desenvolvimento da abordagem baseada em
parcerias locais. Torna-se portanto necessário o fomento da cultura de trabalho em parceria
nas instituições locais, que permita consolidar parcerias quer a nível estratégico quer a nível
prático e operacional de execução dos programas ou dos projectos implementados no
concelho.
Os vários estudos realizados em Portugal têm demonstrado que é entre os idosos que o
risco de pobreza é mais elevado e que entre os idosos isolados este fenómeno assume uma
102 Convivência Social
ainda maior dimensão (em 2001 o risco global de pobreza era de 30% entre os idosos e de
46% entre os idosos isolados). O concelho de Castelo de Vide não constitui excepção a esta
tendência, com uma elevada incidência de idosos a manifestar as principais características
de risco de pobreza, designadamente: a viver exclusivamente ou fundamentalmente de
pensões, de velhice e de sobrevivência, inferiores a 300 euros, sem poderem recorrer a
outros rendimentos que lhes permitam uma vida condigna. A este grupo particularmente
vulnerável a situações de pobreza acrescem vários focos de pobreza fruto de situações de
desemprego e agregados com baixos rendimentos.
5. Diversidade sociocultural
Castelo de Vide, pela sua maior atractividade, compõe-se de indivíduos com histórias,
origens e práticas de vida distintas. A conjunção e o entendimento destas serão
determinantes para o desenvolvimento do sentido de pertença tirando partido do espírito de
tolerância próprio da comunidade de Castelo de Vide.
104 Convivência Social
Análise de Oportunidades
Análise de Ameaças
3. Não alargamento dos acordos típicos das IPSS locais com a Segurança Social.
4. Acesso à saúde
Acesso à saúde 109
Enquadramento
A maior parte das medidas disponíveis para identificar o estado de saúde de uma população são
indicadores de doença ou de morte, e não verdadeiramente de saúde. No entanto, estas
medidas têm a vantagem de ser universais e, por isso, de fácil comparabilidade. Os estilos de
vida menos saudáveis, designadamente os hábitos tabágicos, alcoólicos, abuso de drogas ou
outros, poderão ter influência nos índices de morbilidade e de mortalidade. Contudo, existem
outros, que se prendem com as condições de vida (habitação, ambiente biofísico, crime e
insegurança, etc.) e que poderão ter também reflexos nesta matéria.
Em face disto, organizou-se este domínio em três vectores: recursos existentes; estatísticas
vitais; prevenção e cuidados de saúde. Analisando o leque de indicadores seleccionado, é
possível proceder a uma leitura da situação do concelho no contexto nacional.
110 Acesso à saúde
A análise dos recursos de saúde implementados no concelho permite perceber uma situação bastante
favorável sobretudo no que se refere ao número e conservação dos equipamentos instalados,
designadamente o Centro de Saúde na sede de concelho e a Extensão de Saúde na freguesia de Póvoa
e Meadas
Recorrendo aos dados cedidos pelo Centro de Saúde de Castelo de Vide, desempenhavam, em 2003,
funções no concelho 10 enfermeiros, sendo este número, em 2005, de 7. Este valor corresponde a 1
enfermeiro por cada 220 famílias no concelho em 2005, tendo em consideração o facto de a proporção de
referência é de 1 enfermeiro por cada 300 famílias, podemos constatar uma excelente taxa de cobertura
da população relativamente aos cuidados de enfermagem.
No que diz respeito ao número de médicos, recorrendo novamente aos dados cedidos pelo Centro de
Saúde de Castelo de Vide, ascendiam a 5, em 2003, sendo 3 em 2005. Sendo neste caso a proporção de
referência de 1 médico por cada 1500 utentes, considerando o número de médicos pela população
residente no concelho de Castelo de Vide obtemos 1 médico por cada 1290 habitantes em 2005,
reforçando a boa cobertura da população pelos serviços de saúde.
Acesso à saúde 111
Indicadores
Enfermeiros por 1.000 habitantes, em 2003*
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 1,3 Alto Alentejo 4,6
Arronches 2,4 Região Alentejo 3,4
Avis 1,4 Portugal 4,2
Campo Maior 1,4
Castelo de
2,6
5
Vide**
Crato 2,2
4
Elvas 5,9 3
Fronteira 1,7
2
Gavião 2,0
Marvão 1,8 1
Monforte 2,1 0
Nisa 1,6 Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Vide**
112 Acesso à saúde
Crato 0,5
Elvas 4,5
Fronteira 1,4
Gavião 0,9
Marvão 1,1
Monforte 1,5
Nisa 1,5
Ponte de Sor 1,5
Portalegre 4,2
Sousel 0,4 Fonte: INE 2003
* Os valores referem-se ao número de médicos residentes não significando necessariamente que exerçam a sua
actividade no concelho.
** Segundo Dados fornecidos pelo Centro de Saúde o número de médicos a desempenhar funções no concelho era
de 5 em 2003 e de 4 em 2005.
Crato 1,2
Elvas 0,4 0,6
Fronteira 0,9
Gavião 0,9 0,4
Marvão 0,8
Monforte 1,2
0,2
Portalegre 0,5
Sousel 0,7 Fonte: INE 2003
relacionadas com o peso da população idosa na estrutura demográfica do concelho, dado este
ser um grupo particularmente vulnerável à incidência destas doenças.
Indicadores
Taxa de mortalidade, em 2003
Concelhos ‰ Região %
Alter do Chão 18,4 ‰ Alto Alentejo 15,2 ‰
Arronches 21,0 ‰ Região Alentejo 13,0 ‰
Avis 17,4 ‰ Portugal 9,7 ‰
Campo Maior 11,0 ‰
116 Acesso à saúde
Crato 24,8 ‰
Elvas 11,7 ‰ 15
Fronteira 14,8 ‰
Gavião 22,0 ‰ 10
Marvão 19,1 ‰
Monforte 14,5 ‰
5
Nisa 24,3 ‰ 0
Ponte de Sor 14,7 ‰ Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 11,2 ‰
Sousel 13,7 ‰ Fonte: INE 2003
Crato 10,2 ‰
Elvas 3,9 ‰ 6
Fronteira 8,3 ‰
Gavião 12,0 ‰ 4
Marvão 9,9 ‰
Monforte 7,0 ‰
2
Nisa 8,6 ‰ 0
Ponte de Sor 5,9 ‰ Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 4,4 ‰
Sousel 10,1 ‰ Fonte: INE 2003
Crato 2,9 ‰
Elvas 3,0 ‰ 3
Fronteira 3,4 ‰
Gavião 3,7 ‰ 2
Marvão 3,1 ‰
Monforte 4,3 ‰
1
Nisa 3,5‰ 0
Ponte de Sor 2,4 ‰ Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 2,3 ‰
Sousel 2,2 ‰ Fonte: INE 2003
Assim, pela análise dos indicadores do INE verifica-se uma tendência para um baixo acesso aos
serviços de saúde no concelho de Castelo de Vide (tendência que se verifica em todas as
especialidades consideradas, mas tem particular incidência nas consultas de saúde infantil e de
saúde materna e obstetrícia). A análise dos valores recolhidos junto do Centro de Saúde
permitem constatar uma situação diferente. De facto, para uma população de 3.872 residentes
no concelho, o Centro de Saúde apresenta, em 2005, um número 4.290 inscritos, facto explicado
por um número significativo de inscritos não residentes no concelho, nomeadamente de Marvão.
Mesmo a análise do número de consultas por especialidade contraria os indicadores do INE
verificando-se, na realidade, o acesso difundido da população aos serviços de saúde.
Refira-se, ainda, que em termos de Saúde Escolar o trabalho desenvolvido em parceria entre o
Centro de Saúde de Castelo de Vide, as escolas do concelho e o Gabinete de Acção Social da
CMCV, constitui uma mais-valia em matéria de profilaxia, na medida em que tem permitido a
formação dos jovens por meio de acções preventivas.
Indicadores
Consultas médicas por 1.000 habitantes, em 2003
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 7,4 Alto Alentejo –
Arronches 5,7 Região Alentejo 3,6
Avis 2,2 Portugal 3,7
Campo Maior 3,1
Castelo de Vide 3,2 4,0
Marvão 4,0
1,5
Monforte
1,0
–
Nisa
0,5
3,6
0,0
Portalegre 5,7
Sousel 2,8 Fonte: INE 2003
Portalegre 3,3
Sousel 2,4 Fonte: INE 2003
Consultas de planeamento familiar em centros de saúde por mulheres residentes com idade entre
15 a 24 anos, em 2003
120 Acesso à saúde
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 1,5 Alto Alentejo 1,0
Arronches 0,6 Região Alentejo 0,9
Avis 0,4 Portugal 1,1
Campo Maior 0,9
Castelo de Vide 1,0 1,2
Portalegre 1,1
Sousel 0,6 Fonte: INE 2003
Consultas de saúde infantil em centros de saúde por habitantes residentes com menos de 15
anos, em 2003
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 7,1 Alto Alentejo 2,3
Arronches 4,7 Região Alentejo 1,8
Avis 0,8 Portugal 1,7
Campo Maior 1,1
Castelo de Vide 1,1 2,5
Crato 2,4
Elvas 2,9
2,0
Portalegre 2,2
Sousel 1,4 Fonte: INE 2003
Consultas de saúde materna e obstetrícia em centros de saúde por mulheres residentes com
idade entre 15 a 64 anos, em 2003
Concelhos N. Região N.
Alter do Chão 0,24 Alto Alentejo 0,10
Arronches 0,14 Região Alentejo 0,11
Avis 0,06 Portugal 0,14
Campo Maior 0,16
Castelo de Vide 0,06 0,16
Marvão 0,10
0,06
0,04
Monforte 0,17 0,02
Nisa 0,05 0,00
Portalegre 0,05
Sousel 0,08 Fonte: INE 2003
Acesso à saúde 121
Factores explicativos
• Dificuldade de mobilidade da população idosa;
• Falta de sensibilização para a importância das consultas
médicas de periódicas na especialidade de planeamento
familiar.
Factores de inversão de tendências problemáticas
• Garantir melhores condições de acesso aos serviços
de saúde à população com limitações de mobilidade;
• Sensibilizar para a importância do acompanhamento
médico.
122 Acesso à saúde
Potencialidades Debilidades
Oportunidades Ameaças
A população idosa encontra-se exposta a uma série de riscos como o isolamento físico e
social, a imobilidade, o luto, a perda de autonomia, perda de papéis sociais, a morte de
amigos e parentes e a separação da família que propiciam o surgimento de transtornos
mentais, apresentando um alto risco de depressão, redução do funcionamento cognitivo,
fobias e risco de suicídio.
124 Acesso à saúde
A taxa de mortalidade por tumores malignos superior à média nacional poderá justificar a
realização de um estudo oncológico que permita determinar as causas da prevalência deste
fenómeno na população, e torna desejável a implementação dos objectivos estratégicos 1, 2
e 3 definidos no Plano Oncológico Nacional, nomeadamente:
• Desenvolver a informação aos cidadãos no que respeita a hábitos e estilos de vida que
reduzam o risco de cancro;
Análise de Oportunidades
O rastreio é muitas vezes a forma mais fácil de prevenir e diagnosticar antes do indivíduo se
tornar sintomático e permite, normalmente, um tratamento mais barato, menos doloroso e
com melhor prognóstico. A dimensão populacional do concelho facilita o rastreio em grupos
de risco, bastando que para isso se criem meios e mecanismos de divulgação da
importância do rastreio.
A crescente consciencialização para a importância da educação para a saúde por parte dos
organismos nacionais e comunitários, poderá favorecer as acções já implementadas
regularmente no concelho, dotando-as de meios que permitam o reforço das actividades de
redução de comportamentos de risco, particularmente importante nesta fase do ciclo de vida
na medida em que os estilos de vida e comportamentos adoptados na infância e juventude
condicionam a saúde futura.
Acesso à saúde 127
Análise de Ameaças
Enquadramento
Por outro lado, nos serviços de telecomunicações e nos serviços financeiros e seguros, Portugal
apresenta uma percentagem que já ultrapassa o valor médio europeu (7,7% para a UE e 8,7%
para Portugal). Para a maior parte dos países europeus são sobretudo os serviços às empresas
que representam a maior parcela do valor bruto da produção.
Um dos indicadores mais utilizados na avaliação dos níveis tecnológicos das diferentes
economias é a dimensão e o crescimento do sector das TIC. Portugal, Espanha e Itália surgem
na cauda dos países da União Europeia nas indústrias TIC, pois evidenciam uma fraca
importância na indústria transformadora (a Irlanda lidera os países europeus). Relativamente a
estes serviços, Portugal está razoavelmente pautado num contexto em que são os países
nórdicos que lideram a tabela da Europa.
2OCDE 2001. Tableu de Bord l’OCDE de la Science, de la Technologie et de l’Industrie. Vers une Économie Fondée
sur le Savoir. Paris. OCDE.
132 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
A análise dos indicadores considerados para ilustrar a dinâmica do tecido empresarial permite
constatar um débil desenvolvimento da actividade produtiva no concelho de Castelo de Vide. De
facto a importância relativa do sector empresarial do concelho é bastante diminuta quando
analisada à luz da situação nos restantes concelho do distrito de Portalegre, de um total de 3.232
sociedade comerciais 3 sediadas no distrito apenas 90, correspondo a 2,8%, se encontram no
concelho.
3
Por sociedade comercial entende-se uma sociedade que tem por objectivo a prática de actos de comércio e que
adopte um dos tipos previstos no Código das Sociedades Comerciais (anónimas, por quotas, em nome colectivo e
em comandita). Optou-se por focalizar a análise apenas nas sociedades comerciais em detrimento das empresas,
Configuração e dinâmica do tecido empresarial 133
Relativamente à estrutura das actividades económicas esta caracteriza-se por uma prevalência
do sector terciário (comércio e serviços) representando cerca de 69% das sociedades existentes,
seguida do sector secundário (industria e construção) representando cerca 19% e do sector
primário (agricultura) representando 12% das sociedades sediadas no concelho.
pelo facto das fontes de informação permitirem uma caracterização mais fidedigna e completa do conceito
seleccionado.
134 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
Indicadores
Total 100 %
Número de sociedades 90
Fonte: INE 2004
CAE F - Construção 10
25
20
15
10
Nisa 158
Cast elo de Vide
Crato 19,7 %
Elvas 16,2 % 12
Fronteira 35,1 %
Gavião 21 % 8
Marvão 8,5 % 4
Monforte 35,8 %
Nisa 13,3 % 0
Ponte de Sor 11,5 % Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 5,1 %
Sousel 23,7 % Fonte: INE 2005
136 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
Crato 28,2 %
Elvas 15,2 %
20
Fronteira 21,6 % 15
Gavião 28 % 10
Marvão 25,4 %
Monforte 31,3 % 5
Nisa 26,6 % 0
Ponte de Sor 17,6 % Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 16,1 %
Sousel 16 % Fonte: INE 2005
Crato 52,1 % 70
Elvas 68,7 % 60
Fronteira 43,3 % 50
Gavião 51 % 40
Marvão 66,2 %
30
20
Monforte 32,8 % 10
Nisa 60,1 % 0
Ponte de Sor 70,9 % Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 78,9 %
Sousel 60,3 % Fonte: INE 2005
Sociedades agrícolas e silvícolas (CAE - A) no total de empresas sediadas por concelho em 2005
Concelhos % Região %
Alter do Chão 18,9 % Distrito de Portalegre 14,7 %
Arronches 28,6 % Região Alentejo 13,6 %
Avis 26,8 % Portugal 2,5 %
Campo Maior 21,4 %
Castelo de Vide 12,2 % 16
Crato 18,3 % 14
Elvas 15,9 % 12
Fronteira 35,1 % 10
Gavião 21,0 % 8
Marvão 8,5 % 6
Monforte 34,3 % 4
Nisa 12,0 % 2
Configuração e dinâmica do tecido empresarial 137
Sociedades de comércio por grosso e retalho (CAE - G) no total de empresas sediadas por
concelho em 2005
Concelhos % Região %
Alter do Chão 23,3 % Distrito de Portalegre 27,9 %
Arronches 20,4 % Região Alentejo 28,1%
Avis 23,6 % Portugal 27,6 %
Campo Maior 27,0 %
Castelo de Vide 25,6 % 30
Crato 22,5 % 25
Elvas 29,0 %
20
Fronteira 18,6 %
Gavião 19,0 % 15
Marvão 16,9 % 10
Monforte 19,4 % 5
Nisa 28,5 % 0
Ponte de Sor 34,9 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 30,4 %
Sousel 25,0 % Fonte: INE 2005
Crato 14,1 %
Elvas 7,8 % 15
Fronteira 4,1 %
Gavião 8,0 %
10
Marvão 23,9 % 5
Monforte 1,5 %
Nisa 8,9 % 0
Portalegre 11,6 %
Sousel 5,8 % Fonte: INE 2005
Indicadores
Volume total de negócios das sociedades, por concelho (em milhares de euros) em 2004
Concelhos N. %
Relevância do concelho no volume total de negócios
1,1%
Alter do Chão 10.676 do distrito
Arronches 8.470
Avis 25.056
Campo Maior 254.365
Castelo de Vide 13.907
Crato 13.529
Elvas 225.903
Fronteira 11.204
Gavião 11.233
Marvão 12.980
Monforte 32.539 Distrito de Portalegre
Castelo de Vide
Nisa 34.175
Ponte de Sor 107.264
Portalegre 420.358
Sousel 58.359 Fonte: INE 2005
Volume de negócios das sociedades sediadas em Castelo de Vide pelos CAE mais relevantes (em
milhares de euros) em 2004
Classificação das actividades económicas N.
CAE A - Agricultura, produção animal e 10 000
6 000
Crato 5,8 %
Elvas 4,8 % 4
Fronteira 24,5 %
Gavião 20,5 %
Marvão 2,6 % 2
Monforte 7,3 %
Nisa 8,0 % 0
Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Ponte de Sor 15,2 %
Portalegre 1,1 %
Sousel 7,3 % Fonte: INE 2005
Volume de negócios das sociedades de comércio por grosso e retalho (CAE - G) no total do
volume de negócios do concelho em 2004
Concelhos % Região N.
Alter do Chão 28,4 % Distrito de Portalegre 52,2 %
Arronches 17,5 % Região Alentejo 43,7 %
Avis 43,9 % Portugal 38,7 %
Campo Maior 75,2 %
Castelo de Vide 66,4 % 70
Crato 54,3 % 60
Elvas 65,5 % 50
Fronteira 49,4 % 40
Gavião 28,9 % 30
Marvão 26,5 % 20
Monforte 57,4 % 10
Nisa 54,4 % 0
Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Ponte de Sor 59,7 %
Portalegre 31,1 %
Sousel 53,2 % Fonte: INE 2005
Crato 6,8 % 12
Elvas 5,6 % 10
Fronteira – 8
Gavião 5, 5 % 6
Marvão 8,6 % 4
Monforte – 2
Nisa 2,8 % 0
Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Ponte de Sor 1,9 %
Portalegre 2,0 %
Sousel 0,6 % Fonte: INE 2005
142 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
Oportunidades Ameaças
Análise de Oportunidades
O concelho apresenta alguns sectores com capacidade potencial para garantir uma maior
coesão com as regiões mais desenvolvidas, nomeadamente os sectores do turismo e dos
serviços de apoio. Para fazer face a estas oportunidades a renovação do tecido empresarial
local necessita de uma maior iniciativa empresarial, entendida como a criação de empresas
para explorar novas ideias. Apenas através dessa iniciativa, privada, se conseguirá uma
efectiva renovação da economia do concelho, que permita uma melhoria significativa da
capacidade de gerar riqueza. Há factores facilitadores e de conhecimento específico de
como criar empresas e de identificação de padrões de sucesso no nascimento e crescimento
de nova empresas, Porém, é certo que outros factores fundamentais, como a identificação
de oportunidades de negócio, têm muito de intuição e de atenção.
Configuração e dinâmica do tecido empresarial 147
Existem influências importantes que no futuro se irão combinar para fornecer novas
oportunidades de mercado às empresas europeias, em especial às PME. Entre elas
encontra-se o fenómeno do “envelhecimento demográfico” que irá alterar profundamente a
forma da sociedade europeia nas próximas décadas. De facto, nos próximos 20 anos, a
população acima da idade-padrão da reforma (65 anos) irá aumentar em 17 milhões, sendo
que estes números crescerão ainda mais nas décadas subsequentes. Este grupo alargado
de idosos irá, ao atingir a idade de reforma, gozar de melhor saúde, maior esperança de vida
e mais riqueza e rendimento disponível do que as gerações anteriores, contribuindo assim
para um posterior desenvolvimento do turismo. Dado que essas pessoas terão menos
probabilidades de concentrarem as suas actividades turísticas em “estações de ponta”, por
não terem que se preocupar com férias laborais e escolares, poderão também ajudar a
combater a sazonalidade da procura de serviços turísticos.
4 Conclusões do Grupo de Alto Nível sobre Turismo e Emprego, Comissão Europeia – DG XXIII, Outubro de 1998.
148 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
Análise de Ameaças
2. Degradação ambiental
Não basta a existência de oportunidades há que estar capacitado para as aproveitar nesse
sentido há que fomentar o empreendorismo a nível local. O empreedorismo relaciona-se
menos com os níveis de educação, e mais com capacidades para delinear um quadro de
referência de investimento estratégico no âmbito das oportunidades emergentes. Desta
forma, o aproveitamento das oportunidades está dependente do desenvolvimento de
capacidades e características individuais dos potenciais empresários: autonomia, avaliação
de riscos, informação e conhecimentos, capacidade de decisão, criação de contactos,
capacidade concretizadora, compromisso, dedicação, identificação de oportunidades,
liderança, organização, optimismo, planeamento, trabalho em equipa e visão estratégica.
150 Configuração e dinâmica do tecido empresarial
Enquadramento
O trabalho ocupa hoje em dia um lugar e uma função central nas ligações sociais e na realização
individual, sendo a falta de emprego um dos principais factores de desintegração social e de
desregulação individual. A sociedade actual obriga a que os indivíduos organizem as suas vidas
em função do trabalho, que constitui um factor determinante de integração social,
correspondendo o desemprego e a falta de horizontes profissionais a uma fonte de exclusão
tanto para os adultos como para os jovens.
O desemprego é uma das principais ameaças à coesão social e territorial. Em Portugal, nos
últimos anos, houve um forte reforço da participação da mulher no mercado de trabalho e os
jovens à procura de emprego não pararam de aumentar; há uma fraca incidência do desemprego
estrutural (com algumas excepções, nomeadamente nas zonas do interior), mas tem-se
verificado alguma progressão do desemprego de activos qualificados e uma crescente incidência
do desemprego de longa duração em categorias específicas de trabalhadores. Por outro lado, há
uma desadequação entre a oferta de qualificações e a procura de competências. A oferta de
formação é definida e identificada a partir de interesses institucionais e raramente fruto de uma
avaliação das necessidades presentes e potenciais da procura. Genericamente tem-se apostado
em políticas passivas, viradas para a protecção dos rendimentos, e menos em políticas activas
que melhorem as probabilidades de os indivíduos encontrarem ou criarem emprego.
questão sociocultural que uma politica assente simplesmente na acessibilidade aos recursos de
educação não resolve.
A existência de um grande volume de trabalhadores sem «qualificações alargadas» faz com que,
numa situação eventual de desemprego, estes tenham fracas probabilidades de conseguir
integrar novamente o mercado de trabalho. Diminuem as possibilidades de obter um novo
emprego minimamente compatível com a situação que tinham anteriormente, o que significa que
as liberdades individuais estão em parte comprometidas.
Face a este contexto organizámos este capítulo em três vectores analíticos: estrutura do
emprego; profissões e qualificações e desemprego.
As estratégias para este sector passam pela capacitação das empresas para responderem a
necessidades de mercados específicos, como a recuperação e manutenção de edifícios,
sendo uma área de negócio com elevada potencialidade ao nível local.
Como vem sendo referido por diversos estudos e relatórios, o futuro do sector agrícola
dependerá da capacidade de resposta do sector a dois níveis: 1) obtenção de economias de
escala em segmentos de mercado onde a região apresente algum tipo de vantagens
comparativas; 2) procura de nichos de mercado capazes de gerarem produtos de maior valor
acrescentado onde os produtores e criadores consigam gerar vantagens competitivas.
Indicadores
158 Capital humano e emprego
Estabelecimentos hoteleiros 87
Agricultura 67
Indústria de bebidas 60
Crato 4,7
Elvas 7,9 6
Fronteira 14,2
Gavião 3,9
Marvão 4,8 3
Monforte 16,0
Nisa 5,0 0
Portalegre 3,7
Sousel 16,0 Fonte: INE 2002
Capital humano e emprego 159
Crato 12,8 % 10
Elvas 8,7 %
Fronteira 12,1 %
8
Gavião 17,3 % 6
Marvão 12,9 % 4
Monforte 8,9 % 2
Nisa 13,6 % 0
Portalegre 6,3 %
Sousel 9,9 % Fonte: INE 2002
Crato 2,0 %
Elvas 2,9 %
Fronteira 0,7 %
4
Gavião 1,5 %
Marvão 4,3 % 2
Monforte 0,7 %
Nisa 0,9 % 0
Portalegre 1,3 %
Sousel 1,3 % Fonte: INE 2002
Crato 11,0 %
Elvas 7,5 % 12
Fronteira 11,7 %
Gavião 12,0 % 8
Marvão 11,4 %
Monforte 13,5 %
4
Nisa 13,2 % 0
Portalegre 8,3 %
Sousel 8,7 % Fonte: INE 2002
Crato 8,1 % 6
Elvas 3,2 % 5
Fronteira 6,3 % 4
Gavião 11,1 % 3
Marvão 6,8 % 2
Monforte 8,5 % 1
Nisa 6,4 % 0
Portalegre 3,3 %
Sousel 4,0 % Fonte: INE 2002
O mercado de emprego local caracteriza-se pelos baixos níveis de qualificação dos recursos
humanos, de facto, cerca de 23% da população activa empregada desempenha funções não
qualificadas. A baixa qualificação profissional associada a uma baixa escolaridade repercute-se
necessariamente ao nível das competências dos recursos humanos, dificultando a sua
empregabilidade e a adaptabilidade às mutações dos sistemas tecnológicos e dos novos
modelos organizacionais. Acrescem ainda reconhecidas consequências na produtividade e
competitividade das economias local.
No que diz respeito às profissões mais relevantes no concelho constata-se que entre a
população masculina se destacam os trabalhadores da construção civil, representado 22% do
emprego neste grupo. Em relação à população feminina destacam-se as profissões de pessoal
de limpeza, lavadeiras, engomadeiras e similares associadas aos trabalhos de acção social (lar,
centro de dia e apoio domiciliário).
Indicadores
Distribuição do emprego pelas profissões mais relevantes no concelho de Castelo de Vide em 2001
Capital humano e emprego 163
Agricultores 46
Distribuição do emprego feminino pelas profissões mais relevantes no concelho de Castelo de Vide
em 2001
Classificação das actividades económicas N.
Vendedores e demonstradores 54
Crato 21,4 %
Elvas 19,0 %
20
Fronteira 23,1 % 15
Gavião 28,0 % 10
Marvão 25,9 %
Monforte 30,0 % 5
Nisa 20,2 % 0
Portalegre 18,1 %
Sousel 25,0 % Fonte: INE 2002
Crato 4%
Elvas 16 %
40
Fronteira 64 % 30
Gavião 30 % 20
Marvão 22 %
Monforte 4% 10
Nisa 9% 0
Portalegre 25 %
Sousel 25 % Fonte: INE 2003
Crato -
Elvas 2,5 % 3
Fronteira 0,7 %
Gavião 1,8 % 2
Marvão - 1
Monforte 0,8 %
Nisa 0,5 % 0
Ponte de Sor 0,3 % Castelo de Vide Alto Alentejo Região Alentejo Portugal
Portalegre 0,4 %
Sousel 3,8 % Fonte: INE 2003
Capital humano e emprego 165
à população empregada.
Factores de inversão de tendências problemáticas
• Sensibilizar o tecido económico, público e privado, para
a importância da melhoria da qualificação dos recursos
humanos, quer ao nível da manutenção da
empregabilidade, quer no desenvolvimento
organizacional das empresas;
• Criar condições para o alargamento da oferta formativa
na perspectiva da permanente adaptação das
competências dos trabalhadores.
• Hierarquizar prioridades de formação nas áreas onde
há maior concentração de emprego.
6.3. Desemprego
Indicadores seleccionados Leitura do tema
Em 2001 a taxa de desemprego do concelho era de 5,9%, sendo que a taxa de desemprego
feminino se situava acima do dobro da masculina (8,5% e 3,6% respectivamente). Trata-se de
taxas de desemprego baixas em termos da região Alentejo, mas com sinais estruturais
preocupantes como o peso elevado do desemprego longa duração, que atinge particularmente
adultos entre os 25 e os 44 anos com baixos níveis de escolaridade e maioritariamente
mulheres.
O desemprego dos jovens apesar de um peso relativo baixo constitui também um factor crítico
do mercado de emprego do concelho, verificando-se na população jovem uma forte alternância
entre situações de emprego precário e desemprego. Entre os obstáculos mais relevantes com
que se defrontam os jovens na procura de emprego apontam-se a falta de experiencia
profissional e de mecanismos eficazes que facilitem a transição da escola para a vida activa. O
processo de integração tem vindo a tornar-se mais longo e difícil, não se limitando a um
momento de passagem da escola para um emprego estável, sendo cada vez mais um itinerário
descontínuo, ao longo de vários anos.
168 Capital humano e emprego
Indicadores
População residente desempregada segundo a condição de procura de emprego e taxa de
desemprego no concelho de Castelo de Vide em 2001
Homens Mulheres
N. Taxa N. Taxa
Procura do 1.º
emprego 8 0,9 % 10 1,4 %
Procura de novo
emprego 23 2,7 % 52 7,1 %
Total 31 3,6 % 62 8,5 %
Fonte: INE 2002
Crato 4,9 %
Elvas 5,2 %
4
Fronteira 4,8 %
Gavião 6,0 %
Marvão 3,3 % 2
Monforte 3,2 %
Nisa 4,9 % 0
Ponte de Sor 4,5 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 5,1 %
Sousel 6,4 % Fonte: INE 2002
Crato 14,2 % 12
Elvas 11,5 % 10
Fronteira 17,0 % 8
Gavião 16,6 % 6
Capital humano e emprego 169
Marvão 10,8 %
Monforte 7,0 %
Nisa 13,2 %
Ponte de Sor 15,4 %
Portalegre 8,0 %
Sousel 14,5 % Fonte: INE 2002
Oportunidades Ameaças
Pretende-se que os perfis profissionais detenham duas qualidades, em primeiro lugar, que
sejam dinâmicos, ou seja, que integrem a variabilidade e a evolução dos empregos nos
sectores chave do concelho de Castelo de Vide. A imobilidade e a inflexibilidade dos perfis
profissionais gerariam potenciais desactualizações, num curto espaço de tempo, pelo facto
de não incorporarem as transformações induzidas pelos factores técnico-organizacionais e
pelas opções de estratégia de mercados e produtos, ao nível do sector, dos seus
subsectores e das empresas. Em segundo lugar, que sejam prospectivos, ou seja, que
174 Capital humano e emprego
reajam a determinados cenários da evolução dos sectores mas também que condicionem a
concretização de determinados cenários em detrimento de outros.
A experiencia formativa adquirida pelas entidades locais facilita a impulsão de uma dinâmica
no mercado de formação, conferindo às diferentes acções uma melhor divulgação e
visibilidade, maior regularidade e adequando-as ás necessidades do tecido empresarial.
O trabalho desenvolvido de forma dispersa pelas várias entidades do concelho permite que
através da articulação de intervenções se potenciem os seus resultados de forma a
minimizar os problemas subjacentes ao desemprego, permitindo nomeadamente:
Análise de Oportunidades
Análise de Ameaças
Capital humano e emprego 177
Enquadramento
Em primeiro lugar, devemos observar a população ou as famílias que possuem habitação, mas
em que esta não oferece os limiares mínimos de habitabilidade ou não está adequada às
necessidades de quem a ocupa. A habitação, ao converter-se num direito, numa necessidade de
primeira ordem, dá consistência ao conceito de exclusão residencial, segundo o qual há
situações em que estruturalmente certas pessoas são excluídas dos sistemas de
aprovisionamento residencial e, assim, não podem usufruir de qualidade de vida e bem-estar
individual e social. Estamo-nos a referir a carências ou ausências de infra-estruturas básicas
(água, saneamento, electricidade), a problemas associados a residências sobrelotadas e/ou sem
instalações adequadas – banho, aquecimento, cozinha, etc.
Em segundo lugar, deve ser referida a crise habitacional que acompanha a crise dos centros
históricos. O mercado imobiliário parece desinteressar-se do centro, porque é mais fácil e
lucrativo investir nas periferias e construir novos edifícios. E, assim, os centros urbanos
degradam-se ficando à espera de ser reabilitados. Entretanto, os mais idosos e os que têm
menos recursos, com menor mobilidade, acabam por ficar nas casas degradadas e sentem
diminuir o seu bem-estar e a qualidade das suas vidas. Os mais jovens e a população com
rendimentos superiores optam por abandonar os centros urbanos e deslocar-se para as novas
áreas residenciais periféricas.
Por fim, precisamos avaliar se há um equilíbrio entre a oferta e a procura de habitação. Quando
encaramos o conceito habitação numa lógica mais abrangente do que a mera função residencial,
deixamos de a encarar como uma mercadoria. Neste sentido não é de esperar que o mercado
resolva por si uma necessidade social de primeira ordem, pois o mercado de habitação é, antes
Habitação 181
de mais, um negócio e, por isso, a habitação um produto a mercantilizar. Hoje em dia, a crise
residencial surge-nos fruto de três factores fundamentais:
• Preços da habitação não são fixados com base numa análise de custos, mas sim como
produto da especulação imobiliária.
Optámos por organizar este domínio em torno de três vectores ou subdomínios: amenidades
básicas; estrutura do parque edificado; mercado de habitação. Para a avaliação da qualidade
habitacional observámos as carências infra-estruturais (água e saneamento) e verificámos se as
instalações eram adequadas (retrete, aquecimento, cozinha e banho). A estrutura do parque
edificado analisámo-la à luz da antiguidade dos edifícios, estado de conservação e tipo de
ocupação. Relativamente ao mercado de habitação procedemos à sua caracterização com base
na oferta de habitação para venda e arrendamento.
182 Habitação
A habitação ao converter-se num direito nas últimas décadas justifica a consideração do conceito
de exclusão residencial, perspectivado como as situações em que certas pessoas e famílias são
excluídas dos sistemas de aprovisionamento residencial ou só têm acesso a estruturas que não
promovem satisfatoriamente a qualidade de vida individual ou social.
A análise dos indicadores elencados neste capítulo permitem perceber as melhorias indiscutíveis
das condições básicas de habitação processadas nas últimas décadas com tendência para
revelar um concelho em uniformização tendencial, sobretudo no que se refere às cinco infra-
estruturas básicas (electricidade; instalações sanitárias; água canalizada; instalações de bano ou
duche e aquecimento).
Habitação 183
A carência de pelo menos uma das amenidades básica afecta 168 alojamentos, factor
fortemente correlacionado com a idade do alojamento e, sobretudo, com a sua localização. Este
factor relaciona-se às zonas mais periféricas aos centros urbanos, logo com um cariz mais rural.
Indicadores
Alojamentos com instalação eléctrica no concelho de Castelo de Vide em 2001
N. %
Com electricidade 1508 99,5 %
22 1,5 %
Retrete fora do alojamento mas no edifício
55 3,6 %
Sem retrete
184 Habitação
1516 100 %
Total
Fonte: INE 2002
4 0,3 %
Com água canalizada fora do alojamento mas no edifício
Sem água canalizada no alojamento ou
edifício
1516 100 %
Total
Fonte: INE 2002
92 6,1 %
Sem aquecimento
1516 100 %
Total
Fonte: INE 2002
Castelo de Vide apresentava em 2001 um elevado número de alojamentos vagos (mais de 10%
do edificado) , facto geralmente atribuído aos elevados preços da habituação e à
disfuncionalidade do mercado de arrendamento. No interior dos pólos urbanos do concelho
registam-se alguns focos de zonas degradadas e abandonas e desadaptadas das exigências
contemporâneas da população.
Deve ter-se ainda em consideração que a configuração dos edifícios, na sua maioria antigos, de
dois pisos, e de planta irregular desadaptados às necessidades específicas da população mais
188 Habitação
Por último, e ainda dentro da estrutura territorial há que referir as acessibilidades e o padrão de
mobilidade na zona urbana de Castelo de Vide como um dos principais problemas, sobretudo
para a população com dificuldade de locomoção. A criação de soluções no sentido de resolver
os principais problemas no que respeita à facilitação e intensificação progressiva da mobilidade
pedonal, torna-se um factor imprescindível à conquista da sustentabilidade do desenvolvimento
nomeadamente no que respeita à inversão das tendências de isolamento social.
Habitação 189
Indicadores
Alojamentos segundo a forma de ocupação no concelho de Castelo de Vide em 2001
N. %
Ocupados
Vagos
2871 100 %
Total
Fonte: INE 2002
Relação dos alojamentos ocupados como residência habitual na totalidade do parque habitacional
em 2001
Concelhos % Região %
Alter do Chão 50,8 % Distrito de Portalegre 63,1 %
Arronches 53,3 % Região Alentejo 67,9 %
Avis 55,6 % Portugal 70,7 %
Campo Maior 62,5 %
Castelo de Vide 52,8 % 80
Crato 54,6 %
Elvas 69,3 % 60
Fronteira 59,6 %
Gavião 57,2 % 40
Marvão 60,7 %
Monforte 53,0 %
20
Nisa 53,4 % 0
Ponte de Sor 68,9 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 74,0 %
Sousel 62,7 % Fonte: INE 2002
Crato 0,4 %
Elvas 0,4 %
Fronteira 1,4 %
Gavião 0,3 %
Marvão 0,0 %
Monforte 2,8 %
Nisa 1,1 %
Ponte de Sor 1,0 %
Portalegre 0,7 %
Sousel 1,1 % Fonte: INE 2002
Relação dos alojamentos construídos antes de 1946 na totalidade do parque habitacional em 2001
Concelhos % Região %
Alter do Chão 16,0 % Distrito de Portalegre 22,7 %
Arronches 34,4 % Região Alentejo 20,2 %
Avis 21,2 % Portugal 12,7 %
Campo Maior 30,1 %
Castelo de Vide 30,5 % 35
Crato 17,9 % 30
Elvas 29,8 % 25
Fronteira 18,4 % 20
Gavião 21,5 % 15
Marvão 29,3 % 10
Monforte 26,0 % 5
Nisa 16,6 % 0
Ponte de Sor 12,1 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 22,0 %
Sousel 27,0 % Fonte: INE 2002
Habitação 191
Índice de lotação dos alojamentos ocupados como residência habitual, no concelho de Castelo de
Vide em 2001
N. %
Sublotados 1117 73,7 %
Crato 7,7 %
Elvas 19,3 % 12
Fronteira 11,4 %
Gavião 7,6 % 8
Marvão 7,7 %
4
Monforte 12,1 %
Nisa 6,4 % 0
Ponte de Sor 10,8 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 11,1 %
Sousel 11,1 % Fonte: INE 2002
200 7,6 %
Muito degradado
2617 100 %
Total
Fonte: INE 2002
Concelhos % Região %
Alter do Chão 4,9 % Distrito de Portalegre 3,0 %
Arronches 1,8 % Região Alentejo 2,7 %
Avis 6,6 % Portugal 2,9 %
Campo Maior 1,4 %
Castelo de Vide 7,6 % 8
Crato 2,3 %
Elvas 0,8 % 6
Fronteira 2,9 %
Gavião 4,6 %
4
Marvão 1,4 % 2
Monforte 2,7 %
Nisa 1,0 % 0
Ponte de Sor 3,7 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 3,9 %
Sousel 3,1 % Fonte: INE 2002
Edifícios por acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no concelho de Castelo de Vide
em 2001
N. %
Tem rampas de acesso 16 0,6
Crato 11,2 % 60
Elvas 24,1 % 50
Fronteira 22,1 % 40
Gavião 17,8 % 30
Marvão 46,3 % 20
Monforte 16,8 % 10
Nisa 11,2 % 0
Ponte de Sor 12,0 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 30,0 %
Sousel 0,9 % Fonte: INE 2002
Habitação 193
Em termos do mercado de habitação, analisado pelo número de alojamentos vagos para venda e
arrendamento, verifica-se um atrofiamento relativo do mesmo. Na realidade, apesar do concelho
apresentar uma elevada percentagem de edifícios vagos, superior à media nacional e da região,
exibe simultaneamente uma percentagem inferior de edifícios para venda ou arrendamento. Este
facto traduz-se numa desertificação do parque edificado, dado o número elevado de edifícios
vagos e deve-se à sazonalidade da sua ocupação tratando-se muitas das vezes de segundas
habitações.
Refira-se a tendência no concelho, à semelhança do que se verifica no país, para elevadas taxas
de proprietários na ocupação do espaço habitacional, em particular no que diz respeito aos
jovens, na medida em que estes são levados a adoptar a aquisição como solução habitacional
prioritária, ao contrário das tendências internacionais segundo as quais os jovens começam,
referencialmente, por recorrer ao mercado de arrendamento. Esta tendência no concelho é
agravada pelo elevado valor das rendas praticadas, superior aos valores médios nacionais.
Indicadores
Relação de alojamentos vagos na totalidade do parque habitacional em 2001
Concelhos % Região %
Alter do Chão 20,0 % Distrito de Portalegre 12,2 %
Arronches 21,4 % Região Alentejo 12,4 %
Avis 17,8 % Portugal 10,8 %
Campo Maior 8,3 %
Castelo de Vide 13,4 % 15
Crato 7,1 %
Elvas 12,3 %
10
Fronteira 11,9 %
Gavião 11,6 %
Marvão 12,0 % 5
Monforte 12,2 %
Nisa 7,6 % 0
Ponte de Sor 13,2 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
196 Habitação
Portalegre 10,5 %
Sousel 15,2 % Fonte: INE 2002
Crato 0,9 %
Elvas 1,5 %
Fronteira 1,8 % 2
Gavião 1,7 %
Marvão 0,9 % 1
Monforte 2,1 %
Nisa 2,1 %
Ponte de Sor 1,4 % 0
Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 1,7 %
Sousel 1,1 % Fonte: INE 2002
Crato 0,2 %
Elvas 2,3 %
Fronteira 3,0 %
Gavião 0,4 % 1
Marvão 1,3 %
Monforte 1,8 %
Nisa 0,5 % 0
Ponte de Sor 1,8 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 1,7 %
Sousel 0,8 % Fonte: INE 2002
Outra entidade
Habitação 197
Autarquia 14 0,9 %
Cooperativa de habitação 0 –
1515 100 %
Total
Fonte: INE 2002
Alojamentos arrendados, ocupados como residência habitual segundo escalão de renda, no concelho
de Castelo de Vide em 2001
N. %
Menos de 14.96 € 48 15,9 %
Relação dos alojamentos com renda superior a 250 € na totalidade dos alojamentos arrendados
em 2001
Concelhos % Região %
Alter do Chão 5,7 % Distrito de Portalegre 6,5 %
Arronches 0,3 % Região Alentejo 11,5 %
198 Habitação
Crato 5,1 % 16
Elvas 4,6 %
Fronteira 1,2 % 12
Gavião 2,9 % 8
Marvão 2,6 %
Monforte 1,5 % 4
Nisa 9,8 % 0
Ponte de Sor 6,4 % Castelo de Vide Distrito de Portalegre Região Alentejo Portugal
Portalegre 10,2 %
Sousel 2,1 % Fonte: INE 2002
Principais tendências
• Elevado número e edifícios vagos
• Poucos edifícios vagos destinados ao arrendamento e venda;
• Valor elevado dos arrendamentos.
Factores explicativos
• Especulação imobiliária.
Oportunidades Ameaças
Um grande número de edifícios no concelho, sobretudo nas zonas históricas, devido à sua
idade e tipologia construtiva, não oferecem condições de habitabilidade coadunadas com as
actuais exigências da população, pelo que se torna necessário conjugar a reabilitação com
as vontades da população no respeito pelos interesses e valores da comunidade.
2. Mobilidade condicionada
A grande riqueza e diversidade do património edificado do concelho faz com que a tarefa de
reabilitação dos espaços esteja permanentemente em curso, isto é, a conservação e
reabilitação urbana dos edifícios e a valorização da identidade histórica e urbanística das
várias zonas constitui uma linha de acção de continuidade que é necessário continuar a
impulsionar de forma concertada importando para o processo as boas práticas e
conhecimentos detidos pelos agentes. Este processo de reabilitação do património e
valorização da identidade estende-se para além da reabilitação física dos edifícios,
envolvendo também a reabilitação de outros elementos patrimoniais, como igrejas,
monumentos, jardins, etc., contribuindo desta forma para o reforço da imagem e identidade
de cada zona, e para o turismo do concelho no seu conjunto.
Habitação 203
Análise de Oportunidades
Análise de Debilidades
Enquadramento
Uma análise baseada nas necessidades individuais ficaria muito dependente das aspirações das
pessoas. Não é isso que pretendemos aqui, pois gostaríamos de observar as diferentes
capacidades de consumo, mesmo sabendo que com o mesmo rendimento não se consegue
aceder sempre, em todos os lugares, às mesmas coisas – pois isso também depende das
características pessoais e sociais. Além disso, há populações que têm níveis de riqueza
relativamente elevados, mas isso não as transforma automaticamente em grandes
consumidores, nem significa em si qualidade de vida. Mas não deixa de ser verdade que muitas
vezes (ou a maioria das vezes) a falta de capacidades ou oportunidades de vida se relacionam
com a ausência de rendimentos para lhes aceder. Evidentemente, esta tendência não afecta de
forma igual todos os indivíduos, mas não deixa de ser um importante constrangimento,
sobretudo em sociedades, como a nossa, em que o Estado não garante níveis de equidade
satisfatórios a todas as pessoas e em todas as áreas geográficas.
Por outro lado, o nível de rendimento médio das famílias aumentou, mas as diferenças entre os
mais ricos e os mais pobres agudizaram-se consideravelmente. As situações mais graves nem
sempre têm uma forte visibilidade na sociedade portuguesa, porque vários factores intervêm.
Uma estrutura familiar ainda coesa, um mercado de trabalho irregular, populações agrícolas
familiares onde a pluriactividade é uma forma de equilíbrio dos rendimentos, a possibilidade de
recorrer a uma dupla remuneração (subsidio de desemprego e o «biscate» remunerado), o
trabalho extraordinário não declarado e fugindo às tabelas salariais são alguns factores que
escondem ou tentam ultrapassar precariamente situações potencialmente complicadas de
desemprego de longa duração ou dificuldade dos mais jovens em entrarem no mercado de
trabalho. Em 1991, a população residente desempregada sobrevivia com o apoio da família
(44,8%), do subsídio de desemprego (21,3%) e do trabalho (16,6%); em 2001, sobrevivia com o
Nível de Vida e Rendimento 207
Face a este enquadramento nacional, organizou-se este domínio em dois vectores: níveis de
consumo e níveis de rendimento. Na análise do consumo recorremos ao índice de poder de
compra elaborado pelo INE que tem por base vários indicadores dos valores médios de consumo
(créditos, levantamentos bancários, impostos automóveis, quantidade e diversidade da oferta
comercial). Na análise do rendimento apresentamos indicadores como os patamares salariais
por sector produtivo, beneficiários do subsídio de desemprego, rendimentos médios das pensões
e beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
208 Nível de Vida e Rendimento
Índice do poder de compra concelhio, indicador per A avaliação da qualidade de vida de uma região em
capita em 2002 termos económicos passa por uma análise do
consumo, já que este tem consequências directas
no nível de vida dos indivíduos.
empresas CAE 551, 552 e 553 (alojamento e restauração, com exclusão dos estabelecimentos
de bebidas, cafés e similares); 19) número de pessoas ao serviço em empresas da CAE 55
(alojamento e restauração); 20) hóspedes totais nos estabelecimentos hoteleiros.
A análise do índice de poder compra concelhio deve ter conta que a selecção das varáveis
obedeceu a uma óptica não de geração de rendimento, mas de utilização de rendimento, o que
explica a não consideração de variáveis ligadas à produção. Refira-se que os resultados do
Estudo poderão ser criticados em função das variáveis seleccionadas, no entanto, ainda que
imperfeito e passível de crítica, trata-se do estudo mais rigoroso realizado até à presente data
daí a pertinência da sua inclusão neste diagnóstico.
Indicadores
Crato 61,1
Elvas 80,3
80
Fronteira 69,7 60
Gavião 54,5 40
Marvão 64,1
Monforte 58,5 20
Nisa 62,1 0
Portalegre 98,9
Sousel 61,8 Fonte: INE 2005
210 Nível de Vida e Rendimento
8.2. Rendimentos
Indicadores seleccionados Leitura do tema
• Ganho médio mensal em 2004
• Disparidade no ganho médio mensal por sexo,
em 2004
• Ganho médio mensal no sector primário em
2004
• Ganho médio mensal no sector secundário em
2004
• Ganho médio mensal no sector terciário em
2004 A avaliação da qualidade de vida de uma região
• Número de pensionistas por velhice em 2004 passa por uma análise do rendimento, já que este
tem consequências directas no nível de vida e de
• Valor médio anual das pensões de velhice, em consumo dos indivíduos sendo igualmente
2004 fundamentais para aferir a tradução das actividades
produtivas em qualidade de vida.
• Número de pensionistas por sobrevivência em
2004
Nível de Vida e Rendimento 211
A análise do ganho médio mensal no concelho de Castelo de Vide permite verificar que este se
situa abaixo do verificado no distrito de Portalegre e se situa em cerca de 74% do ganho médio
verificado a nível nacional. A análise por sector de actividade permite observar, por um lado, o
esbatimento destas diferenças no sector primário, na medida em que o rendimento médio neste
sector no concelho é idêntico ao verificado nacionalmente. No entanto, por outro lado, verifica-se
uma ampliação das diferenças no sector terciário onde o ganho médio mensal do concelho é
apenas cerca de 66% do verificado no país. Relativamente às diferenças salariais entre homens
e mulheres, estas são menos significativas no concelho de Castelo de Vide quando comparadas
com a região Alentejo e a realidade nacional.
A população idosa é um dos grupos mais afectados pelos fenómenos de pobreza e exclusão
social, vivendo muitas das vezes à margem de certos serviços sociais básicos. Esta camada da
população sofre assim de desfavorecimentos sociais, fruto das dificuldades económicas que
normalmente lhe estão associados. Na realidade, este grupo etário não teve as mesmas
condições socioeconómicas que existem hoje em dia de acesso à educação e, neste sentido, as
baixas qualificações têm uma relação directa com o tipo de actividades profissionais
desenvolvidas durante o período de idade activa, e indirectamente com a realidade vivenciada
actualmente. O valor médio das pensões por velhice aproxima-se dos valores médios verificados
212 Nível de Vida e Rendimento
na Região Alentejo mas abaixo dos verificados ao nível nacional. Já no que se refere às pensões
de sobrevivência e de invalidez estas encontram-se abaixo dos valores nacionais.
No que diz respeito aos apoios sociais, como o subsídio de desemprego e Rendimento Social de
Inserção, os indicadores apresentados permitem verificar um número baixo de beneficiários no
concelho de Castelo de Vide relativamente aos restantes concelhos do distrito de Portalegre,
para além de auferirem prestações mais baixas.
Nível de Vida e Rendimento 213
Indicadores
Crato 575 €
Elvas 623 €
600
Fronteira 580 €
Gavião 546 €
Marvão 582 € 300
Monforte 630 €
Nisa 616 €
Ponte de Sor 694 € Castelo de Vide Alto Alentejo Alentejo Portugal
Portalegre 734 €
Sousel 569 € Fonte: INE 2005
Crato 5,0 %
Elvas 7,8 % 12
Fronteira 10,2 %
Gavião 3,4 % 8
Marvão 14,5 % 4
Monforte 6,5 %
Nisa 10,4 % 0
Portalegre 11,7 %
Sousel 14,1 % Fonte: INE 2005
Crato 497 €
Elvas 576 €
400
Fronteira 557 €
Gavião 478 €
Marvão 473 € 200
Monforte 573 €
Nisa 451 € 0
214 Nível de Vida e Rendimento
Crato 474 €
Elvas 582 € 600
Fronteira 457 €
Gavião 471 € 400
Portalegre 791 €
Sousel 532 € Fonte: INE 2005
Crato 636 €
Elvas 650 €
600
Fronteira 645 €
Gavião 645 €
Marvão 604 € 300
Monforte 656 €
Nisa 587 € 0
Portalegre 707€
Sousel 649 € Fonte: INE 2005
Nível de Vida e Rendimento 215
Crato 3.468
Elvas 3.539
4 000
Nisa 3.488
Ponte de Sor 3.393 Castelo de Vide Alto Alentejo Alentejo Portugal
Portalegre 3.663
Sousel 3.316 Fonte: INE 2005
216 Nível de Vida e Rendimento
Monforte 1.879
Nisa 2.014
Ponte de Sor 1.913
Portalegre 1.972
Sousel 1.865 Fonte: INE 2005
Elvas 3.409 €
Fronteira 3.230 €
Gavião 3.516 €
Marvão 3.356 €
Monforte 3.222 €
Nisa 3.290 €
Ponte de Sor 3.275 €
Portalegre 3.574 €
Sousel 3.246 € Fonte: INE 2005
Crato 2.371 €
Elvas 2.209 €
Fronteira 2.105 €
Gavião 2.342 €
Marvão 2.365 €
Monforte 1.681 €
Nisa 2.389 €
Ponte de Sor 2.037 €
Portalegre 2.803 €
Sousel 1.728 € Fonte: INE 2005
Grupo etário N. %
Menos de 24 anos 75 56,8 %
25 a 39 anos 34 25,8 %
40 a 54 anos 16 12,1 %
55 e mais anos 7 5,3 %
Total 132 100 %
Fonte: INE 2005
Disparidade do ganho médio mensal por sexo Ganho médio abaixo da média nacional;
inferior à verificada no país.
Oportunidades Ameaças
O baixo valor médio das pensões de sobrevivência resulta do facto de os seus beneficiários
serem na sua maioria viúvas, que não integraram o mercado de trabalho, e do cálculo do
valor da pensão ter por referencia os rendimentos do cônjuge, na sua maioria, já de si
bastante baixos.
Análise de Oportunidades
Análise de Debilidades
Envelhecimento da população
O agravamento do envelhecimento da população da população residente no concelho de
Castelo de Vide (causada por um lado pelo aumento da população com mais de 65 anos e
prolongamento da esperança de vida e, por outro lado, por uma quebra da taxa de
natalidade) conduzirá a um aumento do número de pensionistas. Esta tendência significará
um abaixamento dos níveis médios de rendimentos, do poder de compra e do nível de vida
da população residente.
Enquadramento
No seguimento das recomendações para a implementação da Rede Social foi criado um Sistema
de Informação Local com o intuito de que este constitua um dispositivo permanente de
informação sobre a situação social do concelho, actualizado regularmente. Neste sentido, o
sistema criado tem por base os seguintes objectivos:
Sistema de
Sistema de informação
Indicadores Último valor/ano Tendência Situação
evolutiva
Relação entre o número de estabelecimentos escolares (nível pré-escolar) e a população residente 54 (2001) ☺
com idades compreendidas entre os 0 e os 4 anos
Relação entre o número de estabelecimentos escolares (1.Ciclo) e a população residente com idades 80 (2001) ☺
compreendidas entre os 5 e os 9 anos
Relação entre o número de estabelecimentos escolares (2.Ciclo) e a população residente com idades 191 (2001) ☺
compreendidas entre os 10 e os 14 anos
Relação entre o número de estabelecimentos escolares (3.Ciclo) e a população residente com idades 191 (2001) ☺
compreendidas entre os 10 e os 14 anos
Taxa de abandono escolar 3,5%
Relação entre a população a frequentar o ensino secundário e a população residente com idades 62,4% ☺
compreendidas entre os 15 e os 19 anos
Taxa de analfabetismo 20,5%
Percentagem da população com mais de 14 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino 27,2%
obrigatório
Percentagem da população com mais de 19 anos com escolaridade superior ou igual ao ensino 12,9%
secundário
Percentagem da população com mais de 24 anos com grau académico de nível superior 5,8%
231
informação
232
Indicadores Último valor/ano Tendência Situação
evolutiva
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com uma ou mais crianças, relativamente ao 1,6%
total de famílias
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade compreendida entre os 15 e os 64 7,4%
anos, relativamente ao total de famílias.
Famílias clássicas constituídas apenas por um adulto com idade superior a 64 anos, relativamente ao 16,1%
total de famílias.
Taxa de criminalidade 23,0 ‰ ☺
Arguidos e condenados em processos-crime na fase de julgamento findos (arguidos/condenados) 77/57
Sistema de
de Dia
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de utentes de Lar de 12,9 % ☺
Idosos
Sistema de informação
Taxa de cobertura da população residente com mais de 64 anos pelo número de beneficiários de 4,1 % ☺
Apoio Domiciliário
233
Consultas de saúde infantil em centros de saúde por habitantes residentes com menos de 15 anos 1,1 (2003)
informação
234
Consultas de saúde materna e obstetrícia em centros de saúde por mulheres residentes com idade 0,06 (2003)
entre 15 a 64 anos
Sociedades de comércio por grosso e retalho (CAE - G) no total de empresas sediadas 25,9% (2005)
Sistema de
Sociedades de alojamento e restauração (CAE - H) no total de empresas sediadas 18,9% (2005) ☺
Volume total de negócios das sociedades, por concelho (em milhares de euros) 13.907 € (2004)
Sistema de informação
Volume de negócios das sociedades agrícolas e silvícolas (CAE - A) no total do volume de negócios 3,3% (2004)
do concelho em 2004
Volume de negócios das sociedades de comércio por grosso e retalho (CAE - G) no total do volume 66,4% (2004)
de negócios do concelho
Volume de negócios das sociedades de alojamento e restauração (CAE - H) no total do volume de 12,9% (2004) ☺
negócios do concelho
235
Proporção de empregos não qualificados 22,6% (2001)
informação
236
Proporção de empregos dos serviços intensivos em conhecimentos 12% (2001)
Proporção de emprego total em actividades TIC (tecnologias de informação e comunicação 0,5% (2001)
Sistema de
Alojamentos com instalação sanitária no concelho de Castelo de Vide 1461 (2001) ☺
Alojamentos com água canalizada no concelho de Castelo de Vide 1478 (2001) ☺
Sistema de informação
Alojamentos com instalação de banho ou duche no concelho de Castelo de Vide 1348 (2001)
Sistemas de aquecimento disponíveis nos alojamentos do concelho de Castelo de Vide 1424 (2001)
Relação dos alojamentos ocupados como residência habitual na totalidade do parque habitacional 52,8 % (2001)
Relação dos alojamentos para demolição na totalidade do parque habitacional 2,2% (2001)
Relação dos alojamentos construídos antes de 1946 na totalidade do parque habitacional 30,5% (2001)
Relação dos edifícios não acessíveis a pessoas de mobilidade condicionada na totalidade do parque 65,6% (2001)
habitacional
Relação de alojamentos vagos na totalidade do parque habitacional 13,4% (2001)
Relação de alojamentos vagos para venda na totalidade do parque habitacional 1,1% (2001)
Relação de alojamentos vagos para arrendamento na totalidade do parque habitacional 1,1% (2001)
Relação dos alojamentos com renda superior a 250 € na totalidade dos alojamentos arrendados 17,5% (2001)
237
Ganho médio mensal no sector primário 561,00€ (2004)
informação
238
Ganho médio mensal no sector secundário 618,00€ (2004)
Sistema de
Metodologia
240 Metodologia
No que diz respeito ao foco local, ele traduz-se numa orientação para as necessidades sentidas
pela comunidade e pelas instituições locais. Pelo que procura tomar em linha de conta a
problemática vivenciada e explicitamente reconhecida pela comunidade e instituições locais.
Para além disso o projecto procura fomentar uma relação forte com as iniciativas geradas
localmente. A metodologia participativa tem como objectivo gerar informação e fortalecer
procedimentos de tomada de decisão úteis para objectivos locais e aplicáveis às iniciativas
locais.
Relativamente ao foco no processo, este diz respeito a uma preocupação igual com os
resultados e com os processos. Neste sentido o projecto visa envolver todos os participantes nas
implicações das questões debatidas (problema, situação, possíveis soluções, resultados de
experiências) e apoiando-os na tomada de decisões relevantes. Ainda respeitante ao foco no
processo, o presente projecto procura incorporar uma estratégia de comunicação. Derivando da
ideia de que se os relatórios finais escritos são úteis para os propósitos institucionais, os
encontros institucionais são meios mais eficazes ao proporcionar a retroalimentação de
resultados obtidos às instituições locais.
Sessões Comunitárias
Muitas das problemáticas identificadas no Diagnóstico Social foram identificadas com base na
análise dos resultados obtidos em duas sessões comunitárias, abertas à população, realizadas
durante o mês de Junho de 2005.
242 Metodologia
empresariais
• Falta de divulgação / apoio dos desportos
radicais
• Desconhecimento dos apoios / incentivos /
programas
Análise SWOT
concelho. Deste modo, serão definidas as primeiras pistas sobre os seus pontos fortes e fracos
que constituem hipóteses de interpretação para a posterior recolha de informação.
246 Metodologia
Bibliografia
Bibliografia 247
EUROSTAT, (2005), Regions: statistical yearbook 2005. Luxemburgo: Office for Official
Publication of the European Communities.
Ministério da Saúde, (2004), Plano Nacional de Saúde. Lisboa: Direcção Geral de Saúde.
248 Bibliografia
Ministério da Segurança Social (s/d), Plano de Desenvolvimento Social. Lisboa: Núcleo da Rede
Social – Departamento de Investigação e Conhecimento.
Ministério da Segurança Social (2004), Guião Prático para a Implementação da Rede Social.
Lisboa: Instituto da Segurança Social, I.P.