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Tributário

Fontes

Conceito: • Resolução

As fontes formais são justamente a criação • Tratados e convenções internacionais


normativa do Estado.
↪ Constituição Federal: Principal fonte formal
do Direito, tendo prevalência sobre as demais
normas jurídicas. No campo tributário tem a
função de fixar os princípios básicos e normas
nucleares pertinentes aos Tributos. Não cria
tributo, mas estabelece o Poder de Tributar, a
competência tributária e as limitações deste
poder de tributar.

↪ Emenda à Constituição: As emendas


No que tange o Direito Tributário, essas fontes constitucionais podem ser declaradas
formais, pelo artigo 96 CTN, recebem o nome inconstitucionais quando contrariarem
de legislação tributária. Essas fontes podem ser cláusulas pétreas da Constituição.
divididas em:
↪ Lei Complementar: Tem a função de
• Fontes Formais Principais ou Constitutivas. estabelecer as normas gerais em matéria
tributária (art. 146 da CF/88). Possui, ainda, a
• Fontes Formais Secundárias ou competência para criar determinados Tributos
Complementares. (art. 148, 151, I, 155, §1, III, CF/88).
Fontes Formais Principais: A doutrina adota 2 teorias sobre as funções da
Lei Complementar:
Trata-se das Leis Tributárias em geral, pois a
criação, extinção ou alteração só poderá ser → Dicotômica: A corrente dicotômica
feita mediante lei. São elas: preconiza que a lei complementar deve dispor
sobre normas gerais em matéria de legislação
• Constituição Federal
tributária, as quais, por sua vez, vão dispor
• Emenda à constituição sobre:

• Lei complementar 1- dirimir conflitos de competência e

• Lei ordinária 2- regular as limitações constitucionais ao


poder de tributar.
• Medida provisória
→ Tricotômica: A corrente tricotômica sustenta
• Lei delegada competir à lei complementar dispor sobre:
1- dirimir conflitos de competência em matéria tratados e acordos internacionais sobre
tributária, tributação.

2- regular as limitações constitucionais ao O STF entendeu que os tratados podem legislar


poder de tributar sobre tributos estaduais e municipais, pois ao
assinar um tratado internacional, o presidente
3- estabelecer normas gerais. fala em nome da Federação.
O Código Tributário passou a ser a partir de
Fontes Formais Secundárias:
1988 é uma lei complementar.
São todos os atos normativos infra legais que
↪ Lei Ordinária: Norma por excelência para a
venham à complementaras Fontes Principais,
criação dos tributos, que tem a função de
tem apenas a tarefa de fixar ou esclarecer o
estabelecer todos os requisitos para o
conteúdo das fontes primárias.
nascimento da obrigação tributária. Cada órgão
tributante emitirá suas leis ordinárias que . As fontes formais secundárias estão previstas
definirá as hipóteses de incidência. no artigo 100 do Código Tributário Nacional.
Sua aplicação no Direito Tributário é por
↪ Medida Provisória: Tem validade de 60 dias
demais restritas em razão do princípio da
prorrogáveis por mais 60 dias. Após diversas
legalidade.
decisões da jurisprudência foi aceita como
instrumento normativo para a instituição e Os Atos Normativos previstos no artigo 100,
majoração de tributos. Tem força de lei, porém, são normas genéricas e abstratas, visando à
para continuar tendo eficácia após o prazo de minudência do regulamento. São expedidos
validade, deverá ser convertida em lei. pelas autoridades administrativas e, por vezes,
interpretam certo ponto sujeito à atuação
Importante mencionar que MP não pode versar
administrativa, aproveitando ao contribuinte
sobre matéria de competência de lei
que o cumpre.
complementar.
• Atos Normativos.
↪ Lei Delegada: Prevista no art. 59 cc art. 68
da CF. Com a possibilidade de edição de • Decisões Administrativas.
Medida Provisória caiu em desuso.
• Práticas reiteradas.
Resolução: Pode ser do Congresso Nacional ou
de uma de suas casas para regular determinadas • Convênios (arts. 37 XXII da CF e 102 e 199
matérias, em especial fixação de alíquota do CTN).
mínima e máxima (art. 155, §1º, IV e § 2º, IV,
• Decretos.
V, “a” e “b” da CF/88).
↪ Atos Normativos: Expedidos pela autoridade
↪ Tratados e Convenções Internacionais:
administrativa, e esses atos são instruções
aplica-se ao Direito tributário, tratados e
normativas expedidas pela Secretária a da
convenções internacionais que versem sobre a Receita Federal. São as Portarias, as Instruções
matéria tributária.
Normativas, os atos Declaratórios normativos
Respeitada a teoria dualista dos tratados expedidos por autoridades administrativas. São
internacionais é incorporado à legislação utilizados muitas vezes para orientar o
quando da edição do Decreto legislativo, que contribuinte no pagamento de seus débitos
aplica-se ao Direito Tributário quando aprova inclusive reavaliação de cálculo de tributo.
↪ Decisões Administrativas: Por lei, as Publicada uma lei é preciso identificar em que
decisões administrativas são dotadas de eficácia momento ela passa a vigorar e durante quanto
normativa, sendo emanadas de órgãos tempo, bem como o espaço em que irá viger.
singulares ou coletivos como, por exemplo, os
pareceres normativos proferidos pela Secretaria Vigência no tempo
da Receita Federal, as decisões dos Conselhos
Uma norma pode ser válida, mas não vigente.
de Contribuintes do Ministério da Fazenda, etc.
Válida, pois foi produzida por quem
↪ Práticas reiteradas: São práticas reiteradas da devidamente competente para tal. Porém a
administração pública que acabam tornando em vigência só ocorrerá que os comportamentos
fontes secundárias da administração pública. Se descritos em seu texto poderão ser impostos,
administração age de forma reiterada da mesma exigidos.
forma acaba se tornando fonte do direito
Não basta a publicação de uma lei tributária e
tributário.
sua vigência para que sua força cogente seja
↪ Convênios (arts. 37 XXII da CF e 102 e 199 eficaz: toda lei que instituir ou aumentar
do CTN): O inciso IV do art.100 do CTN tributos terá sua eficácia subordinada ao
referem-se aos convênios entre si. São Princípio da Anterioridade ou princípio da
celebrados entre União, Estados, o Distrito ‘’eficácia diferida’’, observadas as exceções
Federal e os Municípios. São feitos com intuito previstas constitucionalmente (Art. 150,
de fiscalização. parágrafo 1º, da CF/88). Assim como outros
princípios tributários, como a legalidade e a
isonomia, a anterioridade tributária se
configura como garantia assegurada ao
contribuinte, direito fundamental do cidadão, e
↪ Decretos: São utilizados pelo Executivo para que, portanto, se reveste da qualidade de
regulamentação da lei. Em matéria de direito cláusula pétrea da Constituição, não podendo
tributário, os decretos são instrumentos ser suprimida nem mesmo através de emenda
normativos para fixar alíquotas. Eles não constitucional.
podem criar obrigações que não decorra de lei.
Os tributos só serão exigíveis a partir do 1º dia
Vigência: do ano seguinte àquele em que for publicada a
respectiva lei, conforme dispões o Art. 150, III,
Art. 101 do CTN: A vigência, no espaço e no ‘’b’’, da CF/88, trata-se do princípio da
tempo, da legislação tributária rege-se pelas irretroatividade e anterioridade.
disposições legais aplicáveis às normas
jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Este princípio deve ser combinado ao Princípio
Capítulo. da Anterioridade nonagesimal, ampliação ao
Princípio da Anterioridade Tributária (Art. 150,
No âmbito do direito tributário o art. 101 do III, ‘’C’’, da CF/88).
CTN, determina que a vigência das leis
tributárias segue as mesmas regras das demais Vigência no espaço
leis, ou seja, aplicam-se as normas da LINDB
Quanto ao espaço, a legislação tributária
(Lei de Introdução às Normas do Direito
submete-se ao Princípio da Territorialidade. As
Brasileiro – DL 4.657/42). Por se tratar de
normas expedidas pela União têm vigência nos
norma geral admite disposição em contrário na
limites do território nacional. Desta forma, uma
lei especial.
lei de caráter tributário vale nos limites do
território do ente político que a editou, seja no
âmbito municipal, estadual ou federal, este Pode-se realizar a interpretação da lei
último com validade em todo território conforme:
nacional.
A fonte (Autentica; Jurisprudencial;
Por exemplo, um Imposto que incide em todo Doutrinária).
território municipal de São Paulo, IPTU, (Art.
25 da Consolidação da Legislação Tributária do Os meios adequados para sua exegese (Método
Município de São Paulo). Gramatical; Lógico; Histórico; Teleológico;
Sistemático).
O ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa
Mortis e Doação) Incide sobre herança, e os resultados da exegese (Declarativa;
alcança apenas os Estados que editaram a Extensivo; Restritivo)
respectiva legislação tributária, (competência Quanto à utilização dos princípios gerais do
atribuída aos Estados pela Carta Magna). direito privado, segundo ensina Sabbag:
O Imposto de Renda incide em todo o território “Se a Constituição Federal adota conceito do
nacional, pois trata-se de um imposto de Direito Privado, pauta-se na crença de que o
competência da União. conceito originário deva ser utilizado com
O CTN, entretanto, admite a fidelidade à sua origem, não podendo a Lei
extraterritorialidade da norma tributária, esta Tributária, ao exercer a competência, redefinir,
sendo uma exceção à regra, nos casos de a seu bel-prazer, aquele determinado instituto.
convênio entre os entes políticos (DF, Estados (SABBAG, 2006, Página 151).
e Municípios), ou desde que existam tratados ↪ Interpretação Literal – Art. 111 do CTN.
ou convenções firmados pela União, conforme Regra geral, a tributação vale para todas as
disposto no art. 102, do CTN e art. 103 do pessoas que se encontrem em situação igual,,
mesmo diploma. na forma da lei. Entretanto, o ente político ao
O art. 104 do CTN cuida da eficácia do tributo instituir tributos pode também fixar por lei,
da IGF e IR, trata-se, portanto, de regra benefícios fiscais.
especial de vigência. ↪ Interpretação Benigna – Art. 112 do CTN.
Aqui há semelhança com o Código Penal, no
Interpretação:
princípio do ‘’in dúbio pro reo’’. Por este artigo
A interpretação das normas jurídicas pode ser tem-se, em síntese, que em caso de dúvida
utilizada, como busca de uma solução para um quanto a determinados pontos, interpreta-se
determinado caso concreto, ou na busca do mais favoravelmente ao acusado.
verdadeiro significado da norma em si.
Importante ressaltar que, em nosso
O intérprete ao se valer das diversas formas e ordenamento jurídico, não se admitem os
técnicas de interpretação, não cria nem métodos interpretativos in dúbio pro fiscum ou
modifica direito, mas sim, limita-se a decifrar a in dúbio contra fiscum.
norma, é a busca do seu significado, seja pelo
uso de um dos meios de integração ou pela
Integração:
aplicação de uma norma mais geral. A integração se situa dentro da interpretação.
A interpretação de uma lei pode ser realizada Trata-se de mecanismo auto integrativo do
de diversas maneiras, partindo de diferentes Direito, sem, contudo, criar direito, faz parte do
métodos para tal. esforço interpretativo.
A integração é utilizada quando há omissão da • Constituição, quando quer os fins, concede
legislação, em face de uma lacuna existente, igualmente os meios adequados;
para supri-la, posto que o judiciário não possa
abster-se de apreciar nenhuma demanda que • Quem pode o mais, geralmente, pode o
seja intentada. menos;

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a • O todo explica as partes;


autoridade competente para aplicar a legislação • As exceções são restritas;
tributária utilizará sucessivamente, na ordem
indicada’’: • Princípio da Ampla Defesa e do
Contraditório;
I- Analogia
• Princípio da Moralidade Administrativa;
II- Os Princípios gerais do Direito Tributário
• Princípio da Presunção de Inocência.
III- Os Princípios gerais de Público
• Equidade: Solução mais benevolente, jamais
IV- A equidade pode resultar na dispensa de tributo.
A analogia é a integração da lei por meio da Tradicionalmente tida como ‘’ Justiça ao caso
comparação com casos similares ou análogos. concreto’’. Critério de moderação e igualdade.
Não pode, entretanto, dada a estrita legalidade, Importante frisar que não cabe dispensar tributo
o aplicador da lei se utilizar da analogia para por equidade.
criar tributo não previsto em lei. Não se
confunde com a interpretação extensiva, em
que há falha no texto legal. Aplicação:
↪ Principais Princípios gerais de Direito Para SABBAG (2006, Página138),
Tributário a observar:
‘’aplicar a lei é fazê-la incidir sobre um fato,
Legalidade (Art. 150, I, da CF/88); para que este se discipline por aqueles
parâmetros legais, produzindo seus efeitos sob
Anterioridade Tributária (Art. 150, III, b e c, da
o manto da abrangência e limites definidos pela
CF/88);
lei’’.
Irretroatividade Tributária (Art. 150, III, a, da
No momento em que ocorre o fato gerador, é o
CF/88);
momento em que surge o vínculo obrigacional
Isonomia Tributária (Art. 150, II, da CF/88); entre o sujeito ativo e o passivo da obrigação
tributária. O art. 144 do CTN assim dispõe: ‘’
Liberdade ao Trafego de Pessoas e Bens (Art. O lançamento reporta-se à data da ocorrência
150, IV, da CF/88); do fato gerador da obrigação tributária e rege-
se pela lei então vigente, ainda que
Proibição do Confisco (Art. 150, V, da CF/88);
posteriormente modificada ou revogada’’.
Uniformidade dos Tributos Federais (Art. 151,
Resta claro, portanto, que a norma incide
I, da CF/88).
automaticamente quando da ocorrência do fato
↪ Exemplos de Princípios gerais de Direito gerador do tributo.
Público:
Como visto, em regra, a legislação tributária se
aplica a fatos futuros, conforme disposto no
artigo 105 do CTN, trata-se, pois, de aplicação
imediata.

A regra do artigo 105 do CTN deve observar o


disposto no artigo 150, III, ‘’a’’ da CF/88, que
versa sobre o Princípio da Irretroatividade
Tributária. Por este princípio, tem-se a
proibição do efeito retroativo da legislação
tributária, impedindo que se volte no tempo
para alcançar atos ou fatos já praticados.

Fato gerador pendente é ponto controverso na


doutrina. O s art. 116 e 117, I, do CTN, versa
sobre negocio jurídico sujeito à condição
suspensiva.

A aplicação da legislação tributária, quando se


tratar de Impostos de fato gerador periódico
como o IPVA, versará sobre fato gerador
pendente: Ocorre quando a conclusão
pressupõe uma sequencia de atos, que foi
iniciada sob a vigência de uma lei, porem ainda
não se consumou quando nova lei entra em
vigor. Dessa forma a consumação ocorrerá sob
a égide da nova lei.

A lei, regra geral, aplica-se ao presente. As


duas exceções são: Para a lei mais benéfica e
para a lei interpretativa, conforme previsto no
art. 106 do CTN.

Lei interpretativa interpreta outra lei, vigente


antes da ocorrência do fato gerador, porem com
algumas obscuridades. Não inova, apenas
esclarece dúvida surgida com o dispositivo
anterior.

O Princípio da Irretroatividade Tributária, com


respaldo constitucional, está contido no Raquel Paula
disposto no artigo 144 do CTN. No entanto, a
lei nova que regular formalidades como
modificar aspectos quanto ao sujeito passivo da
obrigação, ou hipótese de incidência, etc.,
deverá ser aplicada a retroatividade da lei mais
benéfica.

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