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O que é isto, o positivismo?

TEXTO 1
“Positivismo

Resenha de JÚNIOR, J. R. ‘O que é Positivismo’. São Paulo: Brasiliense, 1994.

Por Cássio Guilherme Reis Silveira*

O século XIX marca o triunfo de duas correntes do pensamento: o Liberalismo, que


considerava a natureza humana como base da própria lei natural e valorizava a
liberdade individual e o cientificismo que reconhecia uma só lei natural que englobava
e explicava todos os fatos e valores do mundo. O liberalismo preconizava que o
desenvolvimento moral, intelectual e político da sociedade só seria alcançado pelo
livre desenvolvimento do espírito e das faculdades dos indivíduos. Essa afirmação do
Liberalismo começou a encontrar dificuldades de conciliação doutrinária com o
empirismo que valorizava a experiência sensível dos fatos e o materialismo, que
afirmava ser a matéria e suas leis tudo o que realmente existia. É pois na contestação
do racionalismo abstrato dos liberalistas que surgem os defensores do cientificismo.
Desse primordial embate surgem as bases da idéia positivista. O Positivismo se torna
um método e uma doutrina: método enquanto sugere que as avaliações científicas
devem estar rigorosamente embasadas em experiências e doutrina enquanto
preconizava que todos os fatos da sociedade deveriam seguir uma natureza precisa e
científica.

A palavra de ordem do Positivismo era desprezar a inacessível determinação das


causas, dando preferência à determinação das leis. Dessa forma substituía-se o
método a priori pelo método a posteriori. O fundador dessa doutrina Positivista foi
Auguste Comte, francês nascido em Montpellier em 1.798 e falecido em Paris em
1.857. Opondo-se à concepção do direito natural e do pacto social e às doutrinas
teológicas. Augusto Comte preconizava o emprego de novos métodos no exame
científico dos problemas sociais, substituindo as interpretações metafísicas e
estabelecendo a autoridade e a ordem pública contra os abusos do individualismo da
Escola Liberal. O positivismo dessa maneira era, portanto, uma filosofia determinista
que professava, de um lado, o experimentalismo sistemático e, de outro, considera
anticientífico todo o estudo das causas finais. Assim admitia que o espírito humano
seria capaz de atingir as verdades do mundo físico através de métodos experimentais,
mas não atingir dessa forma a verdade de questões metafísicas. Por isso podemos
afirmar que o Positivismo era e é um dogmatismo físico e um ceticismo metafísico.
O método positivista é o método geral do raciocínio proveniente de todos os métodos
particulares (dedução, indução, observação, experiência, nomenclatura, comparação,
analogia, filiação histórica, descrição físico-matemática). No que diz respeito ao
desenvolvimento do espírito humano, Comte admitia uma lei fundamental que
recebeu o nome de Lei dos três estados: o primeiro estado seria o estado teológico-
fictício em que o espírito humano explica os fenômenos por meio das vontades
divinas ou agentes sobrenaturais; o estado metafísico-abstrato, onde os fenômenos
são explicados por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas, como o princípio
vital; e o terceiro estado, o estado positivo-científico, no qual se explicam os
fenômenos de forma científica, utilizando-se a experiência sensível. O Estado Positivo
seria então um último estágio de evolução da sociedade.

Comte também divide as ciências em grupos de acordo com sua importância científica
e seu grau de desenvolvimento. Comte também nega as causas eficientes e finais, o
infinito e o absoluto, para reconhecer apenas o relativo, o sensível, o fenomenal e o
útil.

‘Tudo é relativo, e isso é a única coisa absoluta’ é o axioma fundamental do


Positivismo. Do ponto de vista social, Comte afirma que a sociedade deve ser dividida
em classes, em dirigentes e dirigidos, como forma de se manter em harmonia na
convivência social. Essa visão mostra que Comte considerava a sociedade como um
organismo heterogêneo mas cujas partes deveriam trabalhar solidárias para o bem de
todo. Comte assim divide o estudo da estrutura social em dois campos principais: o
estudo da ordem social, que ele denomina de estática social e o estudo da evolução
da sociedade, que recebe o nome de dinâmica social.

Em suma, como doutrina e método, o Positivismo passa a enfrentar a sociedade


individualista e liberal, através da ordem e progresso, que Comte considerava fonte
principal de todo sistema político. A política positiva não reconhece nenhum direito
além do de cumprir o dever. Para Comte a sociologia era ciência abstrata que
estudava os fenômenos sociais e as Ciências Políticas eram a prática da sociologia.

O termo ‘positivo’ significava o real, por oposição ao quimérico, o útil em oposição ao


ocioso, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao vago, o relativo
em oposição ao absoluto.

Finalmente teve uma proposta audaciosa de modificar a sociedade através de um


novo paradigma social.
O Positivismo teve grande aceitação na Europa e também em outros países, como o
Brasil. No caso do Brasil ganhou conotações distintas do positivismo europeu e serviu
de embasamento social-filosófico-político para vários movimentos políticos do século
XIX como a campanha abolicionista e o advento da República.”

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* Cássio Guilherme Reis Silveira é acadêmico do curso de direito noturno da
Metrocamp, Campinas, SP.

TEXTO 2
O que é o positivismo?

Do sítio Brasil Escola

“O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte
(1798-1857), que começou a atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos
assuntos, contrariando o primado da razão, da teologia e da metafísica. Segundo
Henry Myers (1966), o ‘Positivismo é a visão de que o inquérito científico sério não
deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa, mas sim,
confinar-se ao estudo de relações existentes entre fatos que são diretamente
acessíveis pela observação’.

Em outras palavras, os positivistas abandonaram a busca pela explicação de


fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar
coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das
relações sociais e da ética.

Para Comte, o método positivista consiste na observação dos fenômenos,


subordinando a imaginação à observação. O fundador da linha de pensamento
sintetizou seu ideal em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e
simpático. Comte preocupou-se em tentar elaborar um sistema de valores adaptado
com a realidade que o mundo vivia na época da Revolução Industrial, valorizando o
ser humano, a paz e a concórdia universal.

O positivismo teve fortes influências no Brasil, tendo como sua representação


máxima, o emprego da frase positivista ‘Ordem e Progresso’, extraída da fórmula
máxima do Positivismo: ‘O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim’,
em plena bandeira brasileira. A frase tenta passar a imagem de que cada coisa em
seu devido lugar conduziria para a perfeita orientação ética da vida social.

Embora o positivismo tenha tido grande aceitação na Europa e também em outros


países, como o Brasil, e talvez seja, a base do pensamento da sociologia, as idéias de
Comte foram duramente criticadas pela tradição sociológica e filosófica marxista, com
destaque para a Escola de Frankfurt.”

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Autoria deste texto: Sociologia – Brasil Escola
Fonte deste texto: http://www.brasilescola.com/sociologia/positivismo.htm
Wilson Correia
Publicado no Recanto das Letras em 29/09/2009
Código do texto: T1837476

POSITIVISMO
Ao surgir no século XIX, quando as descobertas científicas e os avanços técnicos faziam
crer que o homem podia dominar a natureza, o positivismo opôs às abstrações da teologia e
da metafísica o método experimental e objetivo da ciência.
Ideologia e movimento filosófico fundado por Auguste Comte, o positivismo tem como
base teórica os três pontos seguintes: (1) todo conhecimento do mundo material decorre dos
dados "positivos" da experiência, e é somente a eles que o investigador deve ater-se; (2)
existe um âmbito puramente formal, no qual se relacionam as idéias, que é o da lógica pura
e da matemática; e (3) todo conhecimento dito "transcendente" -- metafísica, teologia e
especulação acrítica -- que se situa além de qualquer possibilidade de verificação prática,
deve ser descartado. A evolução posterior do positivismo passou por diversas etapas e
reelaborações, entre as quais cabe destacar o positivismo crítico e o neopositivismo ou
positivismo lógico, e exerceu influência notável no desenvolvimento da filosofia analítica
em meados do século XX.
No aspecto crítico, como o positivismo repudia toda especulação em torno da natureza da
realidade que afirme uma ordem transcendental não-suscetível de demonstração pelos
dados da experiência, sua ética é secular e terrena, e coincide essencialmente com o
utilitarismo britânico -- sobre o qual influiu de maneira decisiva -- que se pode resumir na
célebre frase de Jeremy Bentham: "A maior felicidade possível para o maior número
possível de pessoas."

EMPIRISMO
Na filosofia, Empirismo é um movimento que acredita nas experiências como únicas (ou
principais) formadoras das ideias, discordando, portanto, da noção de ideias inatas.
Já que empírico é um tipo de conhecimento "enciclopédico" fundamentado noutros,
consagradamente notáveis, porem conflitantes com inéditos cuja base é cientifica.
Na ciência, o empirismo é normalmente utilizado quando falamos no método científico
tradicional (que é originário do empirismo filosófico), o qual defende que as teorias
científicas devem ser baseadas na observação do mundo, em vez da intuição ou da fé, como
lhe foi passado.
O termo tem uma etimologia dupla. A palavra latina experientia, de onde deriva a palavra
"experiência", é originária da expressão grega εμπειρισμός. Por outro lado, deriva-se
também de um uso mais específico da palavra empírico, relativo aos médicos cuja
habilidade derive da experiência prática e não da instrução da teoria.

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