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IMMERGUT, Ellen. O Núcleo Teórico do Novo Institucionalismo.

1998,
In SARAVIA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete.
Políticas Públicas - Coletânea Volume 1 .2 0 0 7
O NÚCLEO TEÓRICO DO NOVO
INSTITUCIONALISMO
Eí/en Aí. /mmcrgMí

O novo institucionalismo

O anúncio de um "novo" institucionalismo, embora muito difundido,


tem-se deparado com um certo ceticismo por parte da comunidade científica.
Os críticos têm-se perguntado o que há de realmente novo nesse novo
institucionalismo'. As instituições, certamente, têm sido foco das ciências
políticas desde o seu nascimento^. Na Europa, o Estado tem sido, sistemati­
camente, elemento central no estudo da política e, por isso, os planos de
"trazê-lo de volta" não parecem particularmente inovadores^ A questão
torna-se ainda mais confusa porque os novos institucionalistas não propõem
uma definição de instituição que seja amplamente aceita e tampouco parecem
partilhar de um mesmo programa de pesquisa ou de uma metodologia comum.
De fato, três ramos distintos da escola do novo institucionalismo - a escolha
racional, a teoria da organização e o institucionalismo histórico - reclamam
para si o rótulo, sem aparentemente adotar um marco teórico comum.
Contudo, os novos institucionalistas efetivamente compartilham de
objetivo comum, que perpassa os três modelos concorrentes. O propósito
deste ensaio é transmitir mais claramente o conteúdo desse núcleo teórico.
Espera-se, dessa forma, esclarecer a contribuição do novo institucionalismo
para a ciência política, assim como apontar alguns dos problemas que essa
abordagem enfrenta atualmente. Além disso, mais espaço será dedicado
neste texto para a explicação e a crítica do institucionalismo histórico, já que
esta abordagem é a menos compreendida das três. Deixar-se-á de lado, por
completo, uma possível quarta abordagem sobre o novo institucionalismo
em economia, uma vez que o arcabouço teórico aqui delineado é menos
aplicável a essa variante específica do novo institucionalismo.
O behaviorismo

Para entender o núcleo teórico do novo institucionalismo, deve-se


retroceder ao movimento behaviorista das décadas de 1950 e 1960, que
enfatizava o comportamento político dos atores. É interessante observar
que algumas das questões e das dúvidas levantadas sobre o novo
institucionalismo assemelham-se às queixas feitas ao behaviorismo que o
antecedeu. Assim como o novo institucionalismo, o movimento behaviorista
foi criticado porque não deixava inteiramente claro quais métodos, teorias
c tópicos de pesquisa esta abordagem "comportamental" abrangia. Nem
a expressão "comportamento político" era particularmente definitiva, visto
que (como o termo "instituição") poderia abarcar quase qualquer coisa.
Ao resumir essas controvérsias na revista American Po/ífíca/
Robert Dahl reconheceu que o movimento behaviorista poderia
ser caracterizado como um "estado de espírito'"*. No entanto, depois de
admitir essas dificuldades, ele passou a descrever o que entendia como o
núcleo desse movimento com base nas tentativas feitas por David Truman
para definir essa abordagem em 195 P.
Truman definiu o comportamento político como uma "orientação ou
um ponto de vista que busca fo&tj <73 governo
cm /iMmano <7&j^rv<3J <7 f
Embora esse objetivo estivesse relacionado a um interesse por um método
científico de testes rigorosos de hipóteses baseadas em observação empírica
e, quando possível, em dados quantitativos, esse movimento não se apoiava
na ciência. Mais propriamente, era a ênfase no comportamento observável
- como as pessoas votam, o que o prefeito provê aos diversos eleitores - o
essencial na abordagem comportamental.
Esse foco no comportamento observável é precisamente o ponto de
partida do novo institucionalismo. Os novos institucionalistas rejeitam
veementemente o comportamento observado como dado básico de análise
política; eles não acreditam que um comportamento seja suficiente para
explicar "todos os fenômenos do governo". Pois o comportamento ocorre
no contexto de instituições e só nele pode ser compreendido.
A crítica institucionaiista

A crítica institucionaiista à abordagem comportamental tem três


aspectos. Em primeiro lugar, o institucionaiista questiona a premissa de que
o comportamento político revela preferências. Para o behaviorista, as
"verdadeiras" preferências de uma pessoa não podem ser descobertas.
Portanto, depende-se do exame do comportamento dessa pessoa para
identificar suas preferências. Para quaisquer finalidades e propósitos, as
preferências manifestas são as verdadeiras preferências de um indivíduo;
as preferências são reveladas pelo comportamento. Os institucionalistas,
por outro lado, estão interessados precisamente na distinção entre as pre­
ferências "expressas" e as "reais"^. Pode haver inúmeras razões para que,
dado um conjunto particular de circunstâncias, uma pessoa faça uma escolha
política distinta da que ela mesma faria, com as mesmas preferências, em
outras circunstâncias. Por exemplo, por acreditar que o resultado que deseja
ver alcançado não seja factível, um indivíduo pode votar numa alternativa
que não seja a sua primeira opção, mas que tenha a vantagem de poder
realizar-se. Ou, talvez, os "verdadeiros" interesses de indivíduos ou grupos
não estejam inteiramente claros. Os institucionalistas visam analisar os
motivos que levam esses atores a escolher uma definição particular de seus
interesses, e não outra igualmente plausível. As definições de interesses são
vistas como resultados políticos que devem ser analisados, e não como pontos
de partida para ações políticas, a serem aceitas Dessa forma, a
teoria institucionaiista visa expor e analisar a discrepância entre os interesses
"potenciais" e aqueles que se expressam no comportamento político.
Em segundo lugar, a abordagem dos institucionalistas entende que o
somatório de preferências - ou, no caso, a agregação de comportamentos
individuais em fenômeno coletivo - é demasiado problemático. O próprio
Dahl salienta que "a análise de preferências individuais não é capaz de
explicar inteiramente as decisões coletivas, pois precisamos, além disso, de
entender os mecanismos pelos quais as decisões individuais são agregadas
e combinadas em decisões coletivas"^. Porém, enquanto estudos compor-
tamentais admitem que as preferências podem ser agregadas e geralmente
consideram que os mecanismos de agregação de interesses são perfeitamente
eficazes, a abordagem institucional questiona a própria idéia de agregação.
Os distintos ramos do novo institucionalismo rejeitam a possibilidade de
agregação de interesses por diversos motivos - que serão discutidos mais
detalhadamente a seguir mas todos concordam que decisões políticas não
podem ser baseadas na agregação de preferências individuais. Pois, por
esse prisma, simplesmente não é possível somar interesses. Os interesses
humanos são tão complexos que falar em somá-los ou agregá-los não é
nada mais que uma metáfora para descrever um processo bem mais com­
plicado. Os mecanismos de agregação de interesses não somam, mas, na
verdade, os remodelam - ao se desenvolverem novas idéias por meio de
discussões e ao se fazer com que algumas pessoas redefinam suas pre­
ferências, priorizando alguns interesses em detrimento de outros, ou redu­
zindo um conjunto multifacetado de questões a duas alternativas que possam
ser postas em votação^. Desse modo, os mecanismos de decisões coletivas
não medem o somatório de preferências individuais. Em lugar disso, permitem-
nos tomar decisões, até mesmo onde não há consenso evidente.
Para colocar esse ponto mais concretamente, consideremos a relação
entre os eleitores e as políticas públicas. Se os eleitores pudessem expressar
plena e livremente suas opiniões sobre cada política pública, o resultado
seria, provavelmente, um caos de opiniões ao invés de um consenso com
relação a essas políticas. Os procedimentos políticos, como as regras para a
realização de referendos ou para a escolha de representantes, mas também
o costume de dividir o Legislativo em jurisdições especializadas ou atribuir a
responsabilidade pelas informações sobre as políticas a especialistas, impõem
limites ao processo político, que permitem as tomadas de decisão, mesmo
onde não há equilíbrio natural de preferências^.
Tabela 1: Behaviorismo Institucionalismo
Preferências (Xi) Agregação (X Xi) Padrão normativo
B e h a v io r is m o S u b je tiv id a d e S o m a tó r i a e f ic ie n te —> U tilitá r io :
R e v e l a d a p o r m e io e q u il í b r io (p .e x ., E X i = i n te r e s s e
d o c o m p o r t a m e n to m e rc a d o d e g ru p o s d e p ú b l ic o / b e m c o m u m
(p . e x ., v o t a ç ã o ) i n te r e s s e )

I n s titu c io n a lis m o P r e f e r ê n c ia s A g r e g a ç ã o in e f ic ie n te R e je i ta o p a d r ã o
v e r d a d e ir a s ^ P ro b le m a s d e u tilitá r io
e x p ressas e q u ilíb r io E X i # i n te r e s s e
—> p ú b l ic o
r e s u l ta d o s / d e c i s õ e s ^ A v a lia ç ã o d e v ié s
EX i E lim in a ç ã o d e v ié s
B e m c o m u m = ??
( p r o b l e m a c o m X i) ( p r o b l e m a c o m E X i)

O terceiro desafio institucionaiista é normativo. Se os institucionaiistas


estiverem corretos, muito do comportamento político, ou todo ele, e os pro­
cessos de decisão coletiva são instrumentos procedimentais usados para a
tomada de decisões. Se processos políticos são vistos assim como tão deci­
sivos, a avaliação política dos analistas será modificada. Os interesses não
serão mais considerados como avaliações subjetivas de indivíduos; as deci­
sões coletivas não serão mais vistas como o somatório desses desejos
individuais. Entretanto, o reconhecimento da existência de nas institui­
ções, ou seja, de desvios que alteram a conduta "imparcial" delas, traz para
os institucionaiistas duas responsabilidades. Os institucionaiistas deverão
ponderar a direção desse desvio e suas implicações e sugerir formas de
melhorar a justeza dos resultados institucionais. Porém, por razões rela­
cionadas com as próprias premissas institucionaiistas, esses desafios são
extremamente difíceis de enfrentar. Uma rápida olhada nas raízes da tradição
institucionaiista ajuda a explicar por que isso ocorre.

A tradição institucional

As três premissas básicas do novo institucionalismo - de que as pre­


ferências ou os interesses expressos em ações não devem ser confundidos
com "verdadeiras" preferências; de que métodos de agregação de interesses
incvitavcimente trazem distorções; de que configurações institucionais podem
privücgiar conjuntos específicos de interesses e, portanto, poderão neces­
sitar de reformas - são parte de uma tradição muito mais antiga na teoria
socia! e poiítica. Essas relações são tão próximas que é provavelmente melhor
abordar a tradição institucional, sem se concentrar tanto nas diferenças entre
o institucionalismo "antigo" e o "novo".
Os principais aspectos da abordagem institucional já podiam ser
encontrados, por exemplo, nos trabalhos de Jean-Jacques Rousseau. Suas
críticas a Hobbes, Locke e a outros que acreditavam que o comportamento
de indivíduos possessivos, em um contexto histórico e social, expressava
preferências naturais gerais, são alegações institucionalistas de que os
comportamentos e as preferências não coincidem". Rousseau enxergava
as preferências, bem como o desejo de acumular propriedade, não como
postulados universais, nos quais seria possível fundamentar uma teoria
científica da política, mas como produtos da sociedade - suas normas e
instituições. As leis e os costumes moldaram as preferências do homem e
institucionalizaram o poder e o privilégio, convertendo, assim, as
desigualdades naturais em desigualdades sociais perniciosas'^. Para des­
cobrir a verdadeira natureza do homem, não maculada pela ordem social,
seria necessário imaginar o homem em estado pré-social, isto é, despido
de todos os efeitos das interações sociais e até mesmo da linguagem.
Com o objetivo de recuperar a liberdade natural do homem sob condições
modernas, Rousseau propôs o contrato social. O referido contrato permi-
tiria aos homens "encontrar uma forma de associação que defendesse e
protegesse, com toda a força comum, a pessoa e os bens de cada associ­
ado; e que cada um, ao se unir a todos, pudesse ainda obedecer apenas a
si próprio e permanecer tão livre quanto antes"'^.
As instituições - principalmente as leis e a Constituição - desempe­
nham, portanto, duplo papel. Elas restringem e corrompem o comportamento
humano. Porém, fornecem também os meios de liberação do vínculo social.
As instituições sociais não personificam a natureza fundamental do homem.
Em vez disso, como artefatos da história (neste caso, do processo civilizatório),
as instituições induzem comportamentos específicos. Por serem criações
do homem, contudo, podem ser transformadas pc!a poiítica. As instituições
políticas podem ser reformuladas para funcionar de forma mais justa, e as
decisões políticas tomadas no âmbito dessas instituições alterarão as institui­
ções sociais, de forma a produzirem cidadãos melhores. Novas leis poderiam
reformar os direitos de propriedade ou o sistema educacional, por exemplo,
levando os cidadãos a pensar mais sobre o bem comum e menos sobre seus
bens pessoais.
São mais caros aos institucionalistas contemporâneos os argumentos
de Rousseau sobre as maneiras em que a organização do processo político
influenciará a qualidade e a justeza das decisões políticas. Da mesma forma
que as preferências do homem são produtos de ambientes sociais e
institucionais específicos, também as decisões políticas surgem de um
conjunto específico de procedimentos institucionais, que poderão moldar ou
distorcer essas decisões. Dependendo de como as vontades individuais são
reunidas em decisões coletivas, os resultados finais poderão refletir o bem
comum ou serem distorcidos.
Rousseau trata do problema da agregação de interesses em sua
passagem famosa sobre a distinção entre a vontade geral e a vontade de
todos.
Muitas vezes há uma grande diferença entre a vontade de todos e a
vontade geral; esta considera apenas o interesse comum, enquanto a pri­
meira leva em conta o interesse particular, e não é mais do que a somatória
de vontades específicas: mas, ao retirar dessas mesmas vontades os sinais
positivos e negativos que se anulam, a vontade geral continua sendo a
somatória das diferenças't
Ou seja, Rousseau descarta a agregação de interesses como forma
de determinar o que é de interesse público. A soma dos interesses
particulares de indivíduos (ou a "vontade de todos") não é suficiente. Para
alcançar a vontade geral ou o bem comum, é necessário usar procedi­
mentos outros, que não a somatória de preferências individuais. É impor­
tante ressaltar que Rousseau não descreve nenhum conteúdo específico
da vontade geral, mas, em lugar disso, confia nos procedimentos políticos
para chegar ao interesse público.
Como se determina, então, a vontade geral? As instruções proce­
dimentais de Rousseau podem ser interpretadas de diversas formas. Suas
restrições contra "associações parciais" e a comunicação entre os cidadãos,
bem como sua preferência de que "cada cidadão deve expressar somente
sua própria opinião", indicam um processo plebiscitário pelo qual os cidadãos
votam individualmente sobre questões, isolados uns dos outros e protegidos
dos partidos políticos e dos grupos de interesse^. Por outro lado, a imagem
feita por ele da "somatória das diferenças", de alguma forma ortogonal aos
vaiores positivos e negativos das vontades particulares, assim como a sua
ênfase sobre a unanimidade - mas uma unanimidade que exige confiito
poiítico'6 - indicam um processo deliberativo ou discursivo pelo qual
discussões públicas permitirão aos cidadãos encontrar um meio termo e
chegar a um consenso sobre o bem público. De acordo com essa segunda
perspectiva, os problemas e os interesses são transformados qualitativamente
mediante discussões, possibilitando o surgimento do interesse mútuo. Aqui,
ê possível dizer que os interesses são integrados, e não agregados
Todavia, ainda que seja possível fazer constatações plausíveis com
base em interpretações particulares, é fato que a fórmula institucional de
Rousseau é inegavelmente obscura. Isso não é meramente uma questão de
falta de clareza da parte de Rousseau, mas um indicativo de um problema
fundamental da abordagem institucionalista. A análise institucionalista
concentra-se em mostrar que preferências e decisões são produtos de
instituições. As regras e os procedimentos institucionais distorcem, de diversas
maneiras, as preferências e as decisões. Mas, se as preferências são
distorcidas, quais são as "verdadeiras" preferências dos indivíduos? Enquanto
a tradição behaviorista depura essa questão, ao assumir que as pessoas
revelam suas preferências por meio de seus comportamentos, a tradição
institucionalista não pode aceitar essa proposição. Para Rousseau, o
comportamento avarento, em determinado contexto histórico e social, não
prova a natureza avara do homem. Mas, ao tentar encontrar a natureza
fundamental do homem, ele só consegue fazer algumas fracas suposições
que, de qualquer forma, são irrelevantes para o estado civilizado do homem.
No entanto, alguma referência é necessária para que se possa julgar em
que medida certas instituições distorcem comportamentos e decisões poifticas
e decidir sobre os passos que devem ser dados para corrigir essas distorções.
A busca da escola institucional por esse padrão referencial torna-se,
então, difícil, pois os institucionalistas se esquivam tanto das abordagens
behavioristas como das abordagens deterministas sociais, para fazer
julgamentos normativos quanto à qualidade das preferências e dos resultados
políticos. As abordagens behavioristas supõem que as preferências são dados
subjetivos e, em decorrência, aceitam como justo, por definição, um equilí­
brio de interesses, desde que condições mínimas sejam atendidas'". Em
outras palavras, a eqüidade do processo político substitui qualquer julga­
mento abrangente sobre os resultados; a abordagem behaviorista adota um
padrão <2 p o ^ r io r i de justiça. As abordagens deterministas sociais, ao con­
trário, adotam padrões de justiça baseados em interesses objetivos, tais como
os que derivam de classe, gênero ou posição social'^. As teorias sobre
estrutura e justiça social - como o marxismo - fornecem condição favorável
para o escrutínio crítico tanto das preferências que vêm a ser expressas na
política, como dos resultados advindos do processo político, tais como padrões
em relação à classe de origem dos representantes eleitos ou os vieses
classistas de suas decisões^". Comparativamente à abordagem behaviorista,
essas teorias são orientadas pelo resultado, não pelo processo, e invocam
um padrão <3 prior/ ao invés de a p o ^ i^ rio rf.
A tradição institucionalista rejeita as duas abordagens. Os
institucionalistas criticam os behavioristas por aceitarem a expressão de
preferências e a agregação de interesses na política por seu "valor de face".
Mas eles não estão dispostos a adotar os padrões objetivos dos deterministas
sociais ou dos marxistas - ou de qualquer outro princípio a prior/ - como
base para criticar ou melhorar os atuais arranjos políticos e sociais. Em vez
disso, eles tentam obter a "quadratura do círculo" entre padrões a prior/ e
a p o ^ rio ri, recomendando procedimentos formais que podem ser usados
para definir a justiça substantiva. O interesse de Tocqueville pelas institui­
ções políticas locais e pela participação como antídoto para o despotismo e
como fonte de harmonia entre classes (ou o interesse de Weber por um
parlamento ativo, que pudesse servir de contrapeso à burocracia e, assim,
proteger a racionalidade de valor, num mundo em que a racionalidade
instrumental cresce cada vez mais) é um exemplo dessa ênfase normativa
do institucionalismo^. O "véu da ignorância" de Rawls, "a situação ideal do
discurso" de Habermas, e a "democracia jurídica" de Lowi são exemplos
contemporâneos de uma mesma abordagem básica - apesar de, obviamente,
as propostas específicas serem bem diferentes^.
A análise dos procedimentos existentes e suas distorções fomecem
diretrizes para essas recomendações institucionais. Porém, o institucionalismo
não é capaz de fomecer uma teoria positiva de padrões que possa ser usada
para avaliar as escolhas e os resultados políticos. Esquivando-se da simples
agregação de utilidades individuais, por um lado, e das teorias essencialistas
da ordem social, de outro, na busca de padrão para a avaliação da política,
os institucionalistas precisam descobrir meios de alcançar a "somatória das
diferenças". A imprecisão desse conceito, portanto, não é mera coincidência,
mas consequência dos princípios teóricos centrais dessa abordagem. Ao se
basear em padrões procedimentais, o institucionalismo mantém-se na tradição
liberal. Porém, ao levantar o problema da representação de interesses e ao
questionar a utilização da eficiência ou outros padrões de base processual, a
teoria institucionalista constitui um subconjunto distinto da tradição liberal.
Diferente de outros subconjuntos - tal como o liberalismo econômico, o
utilitarismo ou o behaviorismo, que, apesar de suas importantes diferenças,
têm em comum a crença na eficiência da somatória de desejos individuais
como forma de alcançar uma definição de interesse público a tradição
institucionalista busca normas transcendentes ou abrangentes para orientar
o comportamento político, mas, ao mesmo tempo, não está preparada para
dar um salto para uma visão substantiva da política.

A escolha racional

As mesmas suposições teóricas e enigmas normativos estão presen­


tes nas teorias e nos projetos institucionalistas contemporâneos. Para
demonstrar que esse núcleo comum pode, de fato, ser encontrado em todos
os três ramos do novo institucionalismo, iremos considerar, separadamente,
a escolha racional, a teoria organizacional e o institucionalismo histórico.
Tabela 2: A abordagem institucional comparada com outros
paradigmas
Liberal
B eh a v io rista / D eterm in ista
In stitu cio n a l
u tilita rista so c ia l/m a r x ista

Interesses Fontes diversas de Subjetivo: preferências Objetivo: baseado


interesses individuais e reveladas por meio do no grupo/classe
coletivos; as instituições com portam ento; cada social
influenciam sua indivíduo avalia melhor
articulação e manifesta­ os seus interesses
ção na política

Processo político 0 problema da Agregação de utilidade Corresponde à


agregação; a forma do com transmissão estrutura social/
processo afeta a eficiente de preferências de classes
qualidade e os resultados (na política, no
da participação mercado, no mercado de
grupos de interesse)

N orm ativa D em ocracia Democracia formal: a Dem ocracia


procedimental: justiça eqüidade do processo substantiva:
substantiva por meio de garante a eqüidade dos harmonia social-
procedim entos formais resultados: acesso solidariedade
formal mente aberto a orgânica/fim da
mercados/política; exploração de
proteção da concorrência classes
Exem plo Rousseau, Kant, Bentham, James Mi!!, Durkheim, Marx
Montesquieu, Milton Friedman, David
Tocqueville (J.S.Mill), Truman, Robert Dahl*
Weber, Habermas, Rawls,
Theodore J. Lowi
* Hobbes, Locke e Smith compartilham vários elementos, mas estão mais preocupados com questões
institucionais.

A perspectiva da escolha racional pode ser definida como a análise


de escolhas feitas por atores racionais em condições de interdependência.
Ou seja, é o estudo da ação estratégica de atores racionais, utilizando ferra­
mentas como a teoria dos jogos. Aplicada à ação política, muito dessa teoria
- na maior parte desenvolvida por William Riker e seus alunos - tem-se
concentrado nas implicações do teorema da impossibilidade de Arrow (ou
Paradoxo de Condorcet). Considerando que as preferências multidimensionais
não podem ser ordenadas de forma a resultar em escolhas políticas está­
veis, a regra da maioria apresenta falhas que lhe são inerentes. Qualquer
proposta capaz de reunir uma maioria de votos pode ser vencida por uma
proposta alternativa com uma maioria alternativa (salvo se forem atendidas
condições muito restritivas)^.
Como, então, devemos compreender e interpretar as escolhas
pohticas? As instituições, assim como as regras que determinam as sequências
de votos no Congresso, ou a divisão do Legislativo em jurisdições, permitem
que escolhas políticas sejam feitas justamente porque elas não permitem
que seja considerada qualquer escolha política concebível^. Além disso, por
estarem os atores políticos cientes dos efeitos dessas regras, eles tentarão
depositar seus votos ou manipular as regras de forma a obter o resultado
que lhes seja mais favorável. Conseqüentemente, o voto - possivelmente o
comportamento político mais estudado de todos - expressa não as pre­
ferências verdadeiras dos eleitores, mas uma amalgama indefinida de votos
honestos e estratégicos. E a reunião desses votos em uma decisão não é
uma simples soma de preferências honestas, mas um resultado das regras
de decisão específicas em jogo, bem como dos esforços dos participantes
relevantes do processo, como os que definem a agenda, em tirar vantagem
dessas regras.
Os mesmos problemas de preferências e agregação são tratados pelos
modelos teóricos dos jogos. O conhecido dilema do prisioneiro, por exemplo,
mostra graficamente que os participantes não são capazes de escolher o
resultado que mais os beneficiaria - a cooperação -, mas como eles não se
podem articular nem agir unilateralmente acabam tendo de optar por um
resultado subótimo - a deserção. Seu comportamento, em outras palavras,
não expressa suas verdadeiras preferências, nem o jogo agrega suas pre­
ferências em resultado coletivo coerente. Ademais, se fossem mudadas as
regras do jogo, por exemplo, para permitir a comunicação ou a repetição do
jogo diversas vezes, as escolhas feitas pelos participantes seriam diferentes.
Portanto, as instituições - neste caso, as regras do jogo - afetam significa­
tivamente as escolhas políticas.
Não obstante o papel decisivo conferido às regras institucionais nesse
ramo do novo institucionalismo, a abordagem da escolha racional, porém,
não enfatiza, em especial, a justiça ou a injustiça relativa das diferentes
regras institucionais. Estudos sobre o Congresso americano, por exemplo,
não discorrem sobre quais interesses são privilegiados por regras constitu­
cionais específicas, nem sobre como o processo de tomada de decisões no
Congresso poderia ser melhorado. A análise do poder político tende a se
restringir unicamente ao poder institucional, como o poder das comissões ou
daqueles que definem a pauta. No entanto, esse tipo de análise não está
ligado a questões substantivas, como a justiça redistributiva, nem a questões
partidárias, tais como se instituições especificas privilegiam um partido político
em especial ou algum tipo de partido (^.g., clientelista ver.TMs programático)^.
A relação entre os conjuntos de preferências dos membros do Congresso e
os de seus eleitores precisa ser pesquisada mais profundamente. Muitas
teorias sobre o Congresso partem do pressuposto de que as preferências
dos parlamentares expressam as de seus eleitores. Porém, essa premissa
ignora os problemas de agregação de interesses que deveriam estar tão
presentes - se não mais - , no nível do eleitorado. Além disso, a idéia de que
as instituições personificam o equilíbrio de escolhas ("gostos solidificados")
não parece teoricamente consistente, já que, se as regras estruturam as
escolhas políticas e, assim, podem se vistas como tendenciosas, as escolhas
prévias sobre as instituições iriam, logicamente, refletir esses vieses.
Não só os estudos empíricos, mas também trabalhos com orientação
normativa explícita que utilizam o modelo da escolha racional retomam o
foco sobre benefícios individuais como padrão para avaliar as instituições
e os resultados políticos. Elster, por exemplo, afirma que a teoria da escolha
racional

"[...] simplesmente nos manda fazer aquilo que melhor promoverá


os nossos objetivos, quaisquer que sejam. A única parte da teoria que
é um pouco controversa, do ponto de vista normativo, é a que lida
com os desejos racionais. Vale ressaltar, porém, que é difícil pensar
em outra teoria sobre o que deveriamos desejar e na qual fosse excluída
a idéia de que os desejos devem ser racionais, no sentido de serem
realizáveis"^.

Se isso significa que os atores, pressionados pelas regras do jogo a


fazer escolhas diferentes de suas preferências ideais, devem-se concentrar
em mudar as regras do jogo, os institucionalistas podem apoiar essa visão.
Mas essa não parece ser a ênfase da maioria dos teóricos da escolha racional.
A visão de Elster traz o perigo de transformar a racionalidade instrumental
de um ambiente institucional específico em árbitro universal da justiça. Ou,
se pegarmos um segundo exempio, Buchanan e TuHock promovcni a una­
nimidade como regra de decisão, combinada com a compra de votos, como
uni arranjo institucional que resulta em maximização mais eficiente de benefícios
individuais. Não está claro, porém, se esse raciocínio pode realmente ser apli­
cado a questões indivisíveis ou não redistributivas, e, mais importante, a con­
fiança sobre a maximização de benefícios parece configurar retorno à
perspectiva behaviorista, que os institucionalistas se propõem a criticar^.
William Riker, por outro lado, não tenta unir sua crítica institucionalista
a padrões normativos utilitários. Com base em sua análise das distorções
na expressão e agregação de preferências, Riker argumenta que uma
"democracia" não pode determinar a verdadeira vontade popular. Em lugar
disso, o voto popular expressa uma mistura de preferências, estratégias e
efeitos institucionais. Longe de oferecer diretrizes infalíveis para ações de
governo (que podem, então, ser usadas para "forçar-nos a sermos livres"),
na verdade, esse "caldeirão de bruxas" precisa ser controlado por limites
institucionais que garantam alternância no governo e dêem à oposição
oportunidades de exercer o veto político. Assim, nas suas conclusões
normativas, Riker retoma o teorema da impossibilidade do qual partiu^.
Embora seja extremamente consistente, a conclusão de que a vontade
popular é insondável significa, na prática, abandonar a busca por padrões
substantivos e adotar uma atitude política antiintervencionista.

Teoria das organizações

A teoria das organizações é uma corrente ampla, mas da perspectiva


neo-institucionalista, a crítica à racionalidade da Camegie School contém a
sua essência^. Limites inerentes à cognição - sejam humanos, artificiais ou
organizacionais - impedem tomadas de decisão racionais. O tempo e as
informações não são abundantes o suficiente para permitir que os indivíduos
calculem as suas preferências com base na plena ponderação de todas as
alternativas e suas conseqüências. Em vez disso, os atalhos da racionalidade
limitada, tal como a confiança em padrões operacionais de procedimentos,
permitem aos indivíduos tomarem decisões. Logo, o comportamento não
expressa preferências, mas resulta na verdade dos diversos mecanismos
que os indivíduos adotam para enfrentar e superar seus limites cognitivos.
Não só são os mesmos processos cognitivos relevantes para agregar os
atos individuais em decisões organizacionais, como também são essenciais
para se entender como é possível a ação coordenada por indivíduos de
comportamento anárquico.

Tabela 3: Núcleo comum do institucionalismo

Preferências Agregação Normativo


I n s t i tu c i o n a l i s m o P r e f e r ê n c ia s A g re g a ç ã o R e je i ta o p a d r ã o
p ro b le m á tic a s p r o b le m á tic a u t il i tá r i o ( E X i)
R e je i ta o p a d r ã o
e s tr u tu r a l s o c ia l (S )
B u s c a p e lo p a d r ã o
p r o c e s s u a l (P )

E s c o lh a r a c io n a l E s c o lh a e s tr a té g ic a C ic lo d e p r e f e r ê n c ia s I m p o s s i b i li d a d e (!)
I n s t i tu i ç õ e s = P a d r ã o u til i tá r i o
r e g r a s d e d e c is ã o O r d e n a m e n to d e E s c o lh a im p o s ta su rg e n o v a m e n te
p re fe rê n c ia s p e la s in s titu iç õ e s (X X i)
R e s u lta d o s
e x p lic a d o s p o r r e g r a s
R is c o d e n e n h u m
r e s u lta d o , d e
r e s u lta d o s s u b ó tim o s

T e o ria d a s R a c io n a lid a d e P a d rã o de 1
o r g a n iz a ç õ e s lim ita d a p ro c e d im e n to s ( E X i) r e je it a d o

I n s t i tu i ç õ e s = E s tru tu ra s o p e r a c io n a is P = a p re n d iz a d o

R o t in a s d e in te rp re ta tiv a s R o te iro s d a " L a ta o r g a n iz a c io n a l

p r o c e s s a m e n to d e d e L ix o "

in f o r m a ç õ e s e
s is te m a s d e
c la s s if ic a ç ã o

I n s t i tu c i o n a l i s m o R a c io n a lid a d e s R e p re s e n ta ç ã o d e 1
h i s t ó r ic o a lt e r n a t iv a s i n te r e s s e s ( E X i) r e je it a d o
I n s t i tu i ç õ e s = C o n s tru ç ã o de C o n te s ta ç ã o /p o d e r S su rg e n o v a m e n te
re g ra s , i n te r e s s e s L ó g ic a c o n te x tu a l d e P = d e li b e r a ç ã o
p ro c e d im e n to s , c a u s a lid a d e
n o r m a s , le g a d o s C o n tin g ê n c ia

Com o passar do tempo, a crítica dessa escola à racionalidade tomou-


se cada vez mais radical. Se o conceito de racionalidade limitada introduziu
limites aos procedimentos de escolha, o modelo da "lata de lixo" foi além,
dispensando todas as ligações causais entre problemas e soluções,
considerando suas junções aleatórias^'. Outro passo foi dado com o conceito
de roteiros institucionais: para compreender o que fizeram, os atores,
retrospectivamente, atribuem uma lógica às suas ações com base em
conjuntos de cenários preexistentes^.
As versões atuais do novo institucionalismo na teoria das organiza­
ções, da mesma forma, ressaltam a importância de códigos simbólicos e do
papel das instituições na geração de significados, bem como de normas e da
"adequabilidade" como categoria da ação^. Lynne Zucker, por exemplo,
mostra que as categorias culturais, como os conceitos de papéis e hierarquia,
influenciam a percepção e, portanto, o comportamento^. Neil Fligstein expiica
as mudanças nas estratégias de administração, não só como respostas a
ambientes econômicos diferentes, mas também a mudanças nas óticas pelas
quais as diferentes gerações de dirigentes de lideres empresariais interpre­
taram essas mudanças^.
Desse ponto de vista, as decisões políticas, ou qualquer outra decisão,
não podem ser entendidas como macroagregações das preferências
individuais, mas sim como o resultado de procedimentos cognitivos e
organizacionais que produzem decisões, apesar da incerteza. Assim, não
obstante suas diferentes concepções de racionalidade, os teóricos da escolha
racional e os teóricos da organização estão mais próximos uns dos outros,
em seu entendimento de preferências, comportamento e decisões, do que
em relação aos behavioristas.
Tal como a escola da escolha racional, a teoria das organizações nem
sempre enfatizou as implicações normativas de sua crítica à tomada de
decisões racional. Uma exceção notável é Charles Perrow, que insiste que
a teoria da organização trate mais explicitamente das formas em que os
efeitos organizacionais, como a racionalidade limitada e a hierarquia buro­
crática, constituem mecanismos de dominação^. A dificuldade de utilizar a
própria teoria das organizações para seguir esse conselho, porém, leva-nos
de volta ao problema da "soma das diferenças". Qual padrão deve ser usado
para medir a predominância - ou reduzi-la - quando não há tempo e informa­
ções suficientes para calcularmos nossos próprios interesses, que dirá o de
outros? Além disso, muito do apelo da teoria das organizações é sua neutralidade
- hmites cognitivos inerentes e operações produzem viés, não a intenção
humana ou a estrutura sócia! que pode impedir uma ênfase explícita em
questões normativas. Não obstante, a teoria das organizações é mais
consistente que a teoria da escolha racional ao rejeitar suposições utilitárias
sobre a satisfação de preferências e interesses individuais por meio de
decisões coletivas. E, talvez, a ênfase ao aprendizado organizacional possa
ser vista como a solução encontrada pela teoria das organizações para o
viés organizacional, embora se pudesse dedicar mais atenção para esclarecer
as implicações normativas.

Institucionahsmo histórico

Antecedentes do poder estrutural

Como mostram DiMaggio e Powell, a teoria das organizações está


entrelaçada com a tradição sociológica^. Durkheim primeiramente propôs
a variante sociológica da idéia de que as categorias do pensamento precedem
o pensamento e que essas categorias são construções culturais ou sociais^.
E Max Weber, é claro, foi um dos primeiros a teorizar sobre a importância
das estruturas organizacionais em sua teoria da dominação política.
Os institucionalistas históricos baseiam-se na mesma tradição sociológica e,
particularmente, no trabalho de Weber. Porém, se os teóricos da organiza­
ção enfatizam os limites cognitivos da racionalidade e as formas em que as
regras e os procedimentos organizacionais coordenam a ação de indivíduos
independentes, os institucionalistas históricos concentram-se de forma mais
direta nos temas relativos a poder e interesses.
O interesse renovado em Weber - ou, mais precisamente, em
redescobrir aspectos específicos de seu pensamento, já que muitos
acadêmicos do período behaviorista, como Talcott Parsons, estavam
igualmente interessados em seus trabalhos - foi uma resposta tanto à
predominância do behaviorismo, como do funcionalismo estrutural na ciência
política e social americana nas décadas de 1950 e 1960, e ao impulso do
marxismo acadêmico, no final dos anos 1960 e início da década de 1970^.
Em comparação aos teóricos da escolha racional e da organização, os
precursores do institucionalismo histórico tendiam a uma visão mais
mucrossociológica e orientada para o poder, que se concentrava nas reiações
entre pohtica, Estado e sociedade, em diversos países e períodos históricos.
Debates sobre o a transição do feudalismo ao capitalismo, o
corporativismo e outras formas de intermediação de interesses e a "reinclusão
da participação do Estado" resultaram num contraste relativamente coerente
ao piuraiismo e à teoria da modernização, que enfatizava diferentes formas
do poder estrutural^.
As preferências dos cidadãos não são, como pensavam os
piuralistas, transmitidas eficientemente aos líderes políticos via grupos de
interesse e partidos políticos; em vez disso, a representação de interesses
é moldada por atores coletivos e instituições que carregam traços de suas
próprias histórias. As Constituições e as instituições políticas, as estru­
turas estatais, as relações de grupos de interesse estatais e as redes de
políticas estruturam o processo político. Consequentemente, as demandas
políticas e as políticas públicas não são moldadas pelas exigências neutras
e convergentes da modernização. Na verdade, as eóonomias políticas -
assim como os sistemas políticos - são estruturadas por profundas
interações entre atores econômicos, sociais e políticos, que trabalham de
acordo com lógicas diferentes e em contextos diferentes. A obra 77^
de Theodore J. Lowi, usa essa perspectiva analítica para
defender um argumento normativo sobre o governo americano, que apre­
senta paralelismo surpreendente com a crítica de Weber ao parlamen­
tarismo alemão"".
Em resumo, as demandas políticas que são expressas na política não
são reflexo exato das preferências de indivíduos, mas divergem considera­
velmente dessa potencial "matéria-prima" da política. Diversos fatores
institucionais influenciam o processo político que decide entre interesses
conflitantes e pode, assim, privilegiar alguns interesses à custa de outros.
Assim, o consenso do poder estrutural conforma-se bem à crítica institucio-
nalista ao behaviorismo, que compartilha as perspectivas da escolha racional
e da teoria das organizações.
O institucionalismo histórico recente

Trabalhos mais recentes do institucionalismo histórico, influenciados


pela mudança interpretativa nas ciências sociais, buscam sanar algumas
deficiências dessa abordagem estruturalista e aproximá-la de elementos mais
construtivistas ou "pós-modemos". Como forma de corrigir o estruturalismo,
o individualismo metodológico é usado inclusive por acadêmicos que analisam
os atores coletivos; a agência humana é mais bem integrada a fatores estru­
turais; e foi dado um peso maior ao papel das idéias^. Como reação ao
maior interesse pela interpretação, três temas tomaram-se ainda mais centrais
nesse trabalho. Todos os três podem ser ligados a Weber e, mais relevante
para o nosso propósito, os três podem ser denominados /n.yfcncí.yfá.y, pois
enfatizam limites à racionalidade e ao conhecimento humano, os quais só
podem ser reformados por meio do exame da história.
Em prim eiro lugar, esses acadêmicos estão interessados em
racionalidades "alternativas". Indivíduos e coletividades podem desenvolver
interpretações de seus interesses e metas - visões globais -, que divergem
daquelas predicadas pela racionalidade de meios e fins (como no caso do
ascetismo laico dos calvinistas). Porém, mais radicalmente, a perspectiva
weberiana afirma que a própria racionalidade instrumental é produto de
determinados processos históricos e deve ser construída e apoiada por
conjuntos específicos de instituições e crenças, como a contabilidade, o direito
romano e o individualismo protestante. Com base nessa visão, é um tanto
reducionista - e, nesse ponto, bastante infundado - chamar essas racionali­
dades alternativas de "normas" e insistir que a própria racionalidade
instrumental ocidental não seja uma norma^.
Em segundo lugar, os institucionalistas históricos consideram a
causalidade algo contextual, ou seja, eles tendem a ver complexas configura­
ções de fatores como casualmente significantes. Essas configurações
tomam-se aparentes por meio de observações histórico-comparativas, e pode
ser muito difícil, se não impossível, desmembrar esses modelos em variáveis
causalmente independentes. Não só existe geralmente um número muito
grande de variáveis em relação ao número de casos, mas pode ser que o
universo de variáveis seja causalmente significativo. As construções mentais,
as instituições econômicas e sociais e a poiítica interagem para direcionar o
desenvoivimento econômico por diferentes caminhos, por exempio, sem que
se possa necessariamente determinar quai desses elementos é causalmente
primário, ou mesmo saber se a mesma combinação produziría os mesmos
rcsuitados se repetida em momento posterior. Considerando que os atores
humanos são capazes de aprender com a história, é de fato muito pouco
provável que até os níveis precisos de desemprego e inflação dos anos 1930,
por exemplo, produziriam os mesmos movimentos fascistas hoje. Com base
na noção de afinidades eletivas de Weber, esse tipo de análise é muito sen­
sível ao contexto e define rígidos limites para a generabilidade dos modelos
em diferentes casos^. Conscientes desses limites, os institucionalistas his­
tóricos ainda assim buscam testar hipóteses e afastaram-se das tipoiogias
estáticas dos tipos ideais de Weber^.

Tabela 4: Tipos de "novos" institucionaHstas: semeihanças e


diferenças

T e o r ia d a In stitu cio n a lism o


E sco lh a racion al
o rg a n iza çã o h istó r ic o

Interesses Fatores estratégicos levam Os atores não As interpretações


atores racionais a escolher conhecem seus dos atores de seus
equilíbrios subótimos (c.g. interesses; limites de interesses são
o dilema do prisioneiro, a tempo e informação moldadas por
tragédia dos comuns) levam-nos a depender organizações
de seqüências e outras coletivas e institui­
regras de ções que carregam
processamento traços da própria
(racionalidade limitada) história
Processo Sem regras para ordenar, não Os processos inter e Processos políticos
político consegue alcançar o interesse intra-organizacionais estruturados por
público; regras para a moldam os resultados, Constituições e
sequência de votação no como no modelo da instituições políticas,
Congresso, divisão em lata de lixo, o trabalho estruturas de Estado,
jurisdições, etc. afetam os para alcançar a relações entre Estado
resultados reorganização e grupos de interesse,
administrativa e a redes de políticas e
implementação de contingências de
políticas fíwiiwg
N orm ativo os fins substan- Perrow: implicações Z,cw/: democracia
ciaimente racionais são do poder burocrático jurídica baseada no
inúteis sem meios e da racionalidade fortalecim ento do
form alm ente racionais; lim itada Congresso,
deliberação sobre
maximizar a eficiência por regras e não com
meio da regra de unanimidade base em resultados
e compra de votos; específicos,
vontade popular insondável, necessidade de
a democracia é controlada filosofia pública
por freios e contrapesos

A tores Racionais C ognitivam ente Auto-reflexivos


limitados (normas sociais,
culturais e históricas,
mas reinvenção da
tradição)
Poder Capacidade de agir Depende da posição Depende do
unilateralm ente na hierarquia reconhecim ento pelo
organizacional Estado, do acesso à
tomada de decisões,
da representação
política e das
construções mentais
M ecanismos Estruturação das opções por Estruturação das Estruturação de
institucionais meio de regras (dependência opções e dos cálculos opções, cálculo de
de normas controversas) de interesse por meio interesses e
de procedimentos, formação de metas
rotinas, roteiros, por regras,
quadros (implica estruturas, normas e
norm as) idéias

Em terceiro lugar, esse grupo enfatiza as contingências da história.


Nosso entendimento de eventos e processos específicos é limitado pelo grande
papel desempenhado pelo acaso. Fatos do destino são responsáveis por
combinações acidentais de fatores que podem, no entanto, ter efeitos
duradouros. Além disso, os atores políticos autoconscientes, refletindo sobre
seus passados e futuros, podem desviar da supostamente inelutável marcha
do progresso para trilhar caminhos inesperados. Esses processos con­
tingentes estão acima da lógica e só podem ser entendidos por meio de
análise histórica. Além disso, essa ruptura com a "eficiência da história"
permite que se olhe para o passado como fonte de alternativas para o futuro^.
No intuito de corroborar esses elementos interpretativos, os institucio-
nalistas históricos vão além de usar a história como "método" e recorrem a
ela como "teoria" ou filosofia, isto é, eles enfatizam as irregularidades da
história, cm )ugar das regularidades, e demonstram os ümites dos modetos
causais universais. Ao mesmo tempo que esse enfoque na interpretação
tem enriquecido o trabalho dos institucionalistas históricos, cria também um
conflito entre seu papel de cientistas sociais e de intérpretes. Nas seções
finais deste trabalho, esses temas serão ilustrados fazendo-se referência a
diferentes estudos históricos comparativos de políticas públicas. A seleção
de textos é arbitrária e tem o objetivo de explicar melhor a lógica de
determinadas características dessa abordagem, em lugar de fazer uma análise
exaustiva. Essa discussão mostrará por que a pesquisa histórica é necessária
para os argumentos teóricos apresentados, mas também mostrará como
esses autores foram influenciados pelos aspectos interpretativos da história,
ou pela "idéia da história" como denominada por Collingwood^. De fato, os
lados opostos dessas duas visões da história - a história como "método" e a
história como "teoria" (ou, mais propriamente, a antiteoria) - criam fortes
tensões para os institucionalistas históricos, que duvido possam ser resolvidas.

Tabela 5: Institucionalismo histórico: aiguns aspectos


característicos e exempios

C on stru ção de C a u sa lid a d e Processo


p referên cia contextu al con tin gen te

E s t r u tu r a l S te in m o M oe K a t z n e ls o n
Skocpol

In te rp re ta tiv o H a t ta m H a ll W e ir
L eh m b ru ch T h e le n /L o c k e S a b e i/
Z e itlin /H e r r ig e l

A construção poiítica de interesses

Os esforços dos institucionalistas históricos de endogenizar a constru­


ção política de interesses nos seus modelos causaram muita confusão. Isso
não significa que as instituições radicalmente ressocializam os cidadãos em
uma versão ressuscitada de determinismo social ou que as normas ditam
para os atores qual deve ser seu comportamento. Mesmo quando os indivíduos
adotam novas identidades coletivas^, ainda assim não perdem a capacidade
de perceber conflitos entre sua identidade e interesses como indivíduos e
seu compromisso com a coletividade. Em vez disso, as instituições - sejam
elas regras formais de palcos políticos, canais de comunicação, códigos de
linguagem ou a lógica de situações estratégicas - agem como filtros que
favorecem, de forma seletiva, determinadas interpretações dos objetivos
que buscam os atores políticos ou da melhor forma de alcançar esses fins.
As instituições políticas e as políticas governamentais, por exemplo,
podem facilitar a organização de interesses ao reconhecer determinados
grupos de interesse e/ou delegar-lhes funções de governo (como discutido
nas literaturas sobre o govemo de interesse privado, liberalismo de grupo de
interesses e corporativismo)^. Mais fundamental, as ações do govemo podem
encorajar (ou desencorajar) a mobilização de interesses ao reconhecer a
legitimidade de determinadas reivindicações, ou mesmo, ao dar a essas
pessoas a oportunidade de expressar suas queixas. Tocqueville, por exemplo,
argumenta que, ao permitir - e mesmo encorajar - a compilação dos ca/Mírs,
a monarquia, de fato, mobilizou o Terceiro Estado^. Não apenas o governo,
mas a cultura, a linguagem e os símbolos podem oferecer modelos
interpretativos que facilitam a mobilização política. Seguindo essa linha,
Tocqueville ressalta a importância de uma nova linguagem apresentada pelos
filósofos para expressar queixas, e mesmo Luís XIV falou da lei natural e
dos direitos humanos^'. De maneira semelhante, Mc Adam enfatiza que o
reconhecimento de Franklin D. Roosevelt de que "linchamento é homicídio"
foi um enorme incentivo para os ativistas dos direitos civis no início dos anos
1940, um passo que ele considera essencial para a "liberação cognitiva",
tanto dos líderes como dos participantes da luta pelos direitos civis. Esses
indivíduos e o povo que eles conseguiram mobilizar sabiam que eles abomi­
navam a segregação; o que mudou foi sua percepção das possibilidades de
mudança e, portanto, sua avaliação da melhor linha de ação^.
Não só as instituições políticas, as autoridades políticas e a cultura
política podem desempenhar papel crucial na definição, mobilização e
organização de interesses, como a estrutura das oportunidades políticas
moldará as estratégias de interesses organizados e suas crenças em relação
à eficácia de diferentes tipos de ação política. Sven Steinmo, por exemplo,
mostra como as estruturas constitucionais estabelecidas por diferentes
processos de democratização nos Estados Unidos, na Suécia e na Inglaterra
continuam tendo muito efeito sobre a política tributária. Os atores políticos
nesses três países compartilhavam uma preferência por impostos mais
baixos, mas se comportavam de outra forma, porque a lógica dos sistemas
políticos fazia com que estratégias políticas diferentes tivessem maior
probabilidade de ter sucesso. As instituições, Steinmo escreve, "oferecem
o contexto em que os indivíduos interpretam os seus interesses e, portanto,
definem suas preferências de políticas... E qualquer ator racional comportar-
se-á de maneira diferente em contextos institucionais diferentes"^. Nesse
caso, a lógica desses sistemas políticos influenciava os meios, mas não os
fins da ação política.
Victoria Hattam usa uma estratégia histórica comparativa semelhante
para mostrar a relação entre as instituições e as metas dos atores políticos^.
Em sua opinião, há dois fatores cruciais para explicar o desenvolvimento do
"sindicalismo empresarial" ou "voluntarismo" nos Estados Unidos. Ao longo
do século XIX, as associações de trabalhadores mudaram a concepção que
tinham de si, passando de uma visão de "produtores" - alinhados com outras
classes produtivas, como os artesãos e fabricantes, e contra as "não
producentes", como as de banqueiros, advogados e corretores de terras -,
para uma nova identidade coletiva como trabalhadores. Com essa mudança,
o movimento dos trabalhadores direcionou seus esforços para melhorar a
legislação trabalhista, utilizando estratégias políticas e buscando alcançar
metas políticas bastante semelhantes às estratégias e metas do movimento
trabalhista britânico. Embora ambos os movimentos tenham obtido conquistas
semelhantes em termos de legislação, as vitórias americanas foram anuladas
à medida que os tribunais derrubavam as decisões das legislaturas estaduais.
Consequentemente, os líderes trabalhistas americanos concluíram que a ação
política não era uma estratégia promissora e concentraram seus esforços,
quase exclusivamente, em negociações diretas entre trabalhadores e
empresas e ações coletivas. Assim, as diferenças institucionais podem explicar
por que os interesses dos dois movimentos trabalhistas, construídos de
maneira similar, ao final divergiram.
O trabalho de Gerhard Lehmbruch sobre a reunificação alemã usa
uma abordagem histórica para explicar quais interesses, entre as diversas
alternativas pronunciadas, de fato ganham^. Ele compara como os arranjos
institucionais da Alemanha ocidental foram transferidos para a oriental em
diferentes setores econômicos. Curiosamente, na maioria dos casos estudados
por ele, havia alternativas inovadoras e potencialmente viáveis à simples
imposição das práticas da Alemanha ocidental na Alemanha oriental, e
geralmente havia até coligações de atores ocidentais e orientais que apoiavam
essas mudanças. Fatores puramente coincidentes - tais como a legalização
dos direitos de propriedade dos membros de fazendas coletivas pouco antes
da unificação - explicam por que uma transferência unidirecional foi bloqueada
no setor agrícola, mas não na área de comunicações ou saúde. Lehmbruch
argumenta que esses fatores contextuais são
cruciais para a política de transformação, ainda que eles não possam ser
teorizados da mesma maneira geral que se pode fazer, digamos, com a teoria
da concorrência de mercado. Continuando nessa veia historicista, ele explica
o que realmente aconteceu em outros setores em relação às concepções
mais antigas e construídas historicamente de interesses e equilíbrio de poder^.

Lógica contextuai de causalidade

O papel do contexto gerado historicamente para explicar os interesses


dos atores e suas relações de poder é típico de uma segunda característica
geral do gênero histórico. Muitos institucionalistas, talvez mais distintamente
o falecido Douglas Ashford, enfatizaram a importância do contexto para
explicar o funcionamento e o significado das instituições^. As próprias
instituições podem dar um contexto para a ação política que determina a
relevância de variáveis específicas entre casos (densidade do sindicato ou
corporativismo, por exemplo). Além disso, fatores contextuais podem afetar
o funcionamento e a saliência das instituições.
Nessa base, Richard Locke e Kathleen Thelen defendem "comparações
contextualizadas". Usando o exemplo da política trabalhista, eles mostram
que, embora a globalização tenha desencadeado pressões internacionais pela
"descentralização" e pela "flexibilidade", as instituições específicas que
sofreram ataques, bem como seu significado para o movimento trabalhista,
variam consideravelmente. Consequentemente, para avaliar com precisão
a capacidade dos diferentes movimentos trabalhistas de lidar com os desafios
da reestruturação e outras questões, Locke e Thelen sugerem compara­
ções baseadas em diferentes grupos de questões (selecionadas de acordo
com seu sentido para determinado caso, em lugar de padronizadas para
todos os casos) e acrescentam que também se dê mais atenção para questões
ideacionais e estruturais^.
Terry Moe também analisa as formas de interação entre o contexto
histórico, as práticas institucionais e o equilíbrio de poder entre os atores
sociais e políticos^. Seu estudo do Conselho Nacional de Relações
Trabalhistas (Mifícná/ La&ar Boaraf - NRLB) mostra como
um sistema de regras informais sobre o processo de nomeação foi desen­
volvido como reação ao impasse do Congresso nos anos 1950. Após várias
rodadas de fracassadas nomeações, os democratas e os republicanos -
naquela época em número igual no Congresso - concordaram em não
bloquear, respectivamente, todos os candidatos pró-empresários e pró-
trabalhadores e adotaram uma norma de representação paritária. Essas
regras do jogo foram mantidas mesmo depois que o potencial poder dos
trabalhistas (medido pela filiação sindical e pelos vínculos entre a AFL-
CIO e o partido democrata) caiu significativamente, assim sobrevivendo o
ajuste entre o poder e as instituições estabelecidas no contexto histórico
anterior. Em contraste com as previsões de "captura" ou outras teorias
behavioristas, esse descompasso entre os interesses sociais e as práticas
institucionais sobreviveu intacto até que os radicais nas administrações
Carter e Reagan repolitizaram o processo de nomeação.
O estudo de Peter Hall, da mudança do keynesianismo para o
monetarismo no govemo Thatcher, mostra como a construção de um novo
ator político mudou o contexto das instituições executivas britânicas e, assim,
o equilíbrio de poder entre o primeiro-ministro e o Tesouro^. Uma série de
medidas de desregulamentação financeira permitiu que as taxas de juros
llutuassem mais, o que inadvertidamente afetou o mercado da dívida do
govemo (o mercado rentável, ouro) e, no processo, suas consequências
políticas. Os investidores começaram a comprar e vender de maneira mais
coordenada e a interessar-se em prever as flutuações da taxa de juros. Esse
interesse estimulou a criação de novos institutos de pesquisa econômica,
boletins e outras formas de comunicação dentro da comunidade. Essa nova
rede de informações disseminou idéias monetaristas e, mais importante, criou
novo ator coletivo, a "Cidade" - ou, pelo menos, rejuvenesceu um ator
antigo - , e deu a seus investidores individuais um novo papel como parte de
uma comunidade com novas âncoras institucionais. Esses eventos ajudaram
a trazer uma mudança para equilíbrio de poder, ajudando Thatcher no seu
intuito de ter poder sobre o Tesouro (que sempre havia defendido o
keynesianismo no passado), permitindo-lhe legitimar seu próprio apoio ao
monetarismo com os interesses da (Tíy. Essa análise do surgimento de ator
coletivo não formalmente organizado e tão amplo não só é muito inovadora,
mas também cria um modelo que pode ser seguido para entender o impacto
cada vez maior dos atores de mercado.

Relações contingentes entre os elementos explanatórios

Quase todos os estudos até agora mencionados deixam algum espaço


para a contingência histórica. Em lugar de seguir uma trajetória eficiente e
lógica, a história é marcada por acidentes de tempo e circunstância. Esses
estudos podem deixar legados duradouros, mas são igualmente vulneráveis
a mudanças inesperadas. A análise de Ira Katznelson da formação da classe
trabalhadora americana no século XIX trata da lacuna estrutural que surgiu,
porque os partidos políticos eram organizados nos bairros, enquanto os
sindicatos eram organizados no local de trabalho, que, em razão da dispersão
dos assentamentos nos Estados Unidos, geral mente era afastado dos locais
de residência. Essa coincidência entre os primórdios da democratização nos
partidos políticos e os efeitos dos zoneamentos residenciais e industriais e os
padrões de assentamento na organização sindical levou a que a política de
classe no trabalho fosse completamente separada da política partidária. Isso
efetivamente impediu o surgimento de partidos políticos social-democratas
e criou uma política urbana construída sobre questões de etnicidade e não
de classe^*.
A seqüência e a contingência também foram enfatizadas em muitos
estudos do Estado de bem-estar social. Com base na análise de Shefter do
impacto da seqüência relativa da democratização e burocratização sobre os
partidos políticos (produzindo partidos clientelistas, em que a democratização
vinha primeiro, como nos Estados Unidos, e partido programáticos, em que
a hurocratização vinha primeiro, como na Alemanha), Skocpoi e Orloff
argumentaram que essas diferenças na "estrutura do Estado" podem explicar
as diferenças no desenvolvimento do Estado de bem-estar social entre os
Estados Unidos e a Inglaterra^. Em seu trabalho mais recente, Skocpoi
desenvolveu a perspectiva historicista mais profundamente, argumentando
que, quando visto por sua própria perspectiva, o Estado de bem-estar sócia!
americano não parece "retardatário" em relação ao modelo socialdemocrata
europeu, mas uma configuração singular de programas e agências moldados
com base em embates políticos em instituições políticas particulares^.
Vários outros estudos recentes romperam com as teorias monocausais
c deterministas sobre o Estado de bem-estar social, enfatizando os processos
singulares e contingentes que não podem ser comparados de maneira
consistente entre os casos. Peter Baldwin demonstrou que a interpretação
do "poder da classe trabalhadora" (ou "laborista", como e!e a denomina) do
Estado de bem-estar social não faz justiça à complexidade da política desse
Estado^. Frank Nullmeier e Friedbert Rüb afirmaram que a tradição católica
desempenhou papel maior na política pensionista do que se havia
reconhecido^. Margaret Weir mostrou como a política americana de
desemprego foi moldada por raros momentos de oportunidade política, em
que as idéias, os interesses e as coligações políticas se cristalizaram em
tomo do que ela chama de "pacotes de políticas". Uma vez juntadas as
idéias sobre as políticas e as coligações políticas (tal como a ligação entre a
"guerra contra a pobreza" e os esforços do Partido Democrata de tocar os
eleitores afro-americanos para equilibrar os insurgentes democratas do sul),
entretanto sua fusão sobreviveu à sua utilidade política, impedindo esforços
futuros de realizar reformas^. De modo semelhante, Susan Pedersen destacou
o encaixe entre as idéias e as oportunidades políticas ao explicar as diferentes
trajetórias das políticas britânica e francesa para a família^.
Charles Sabei e Jonathan Zeitlin, bem como Gary Herrigel, desen­
volveram uma das mais coerentes perspectivas sobre a contingência histórica.
Ao reexaminarem a história da industrialização, Sabei e Zeitlin encontraram
subsídios para uma experimentação abrangente com distritos industriais, que
eles definem como alternativas artesanais para a produção em massa,
organizada em tomo de redes de cooperativas de pequenas firmas, com
funcionários altamente especializados. Em alguns casos, esses experimentos
fracassaram por falta de coragem, em razão da suposta certeza dos produ­
tores de que a produção em massa seria a onda do futuro; em outros casos,
eles só foram eliminados por meio de políticas industriais nacionais, que
foram igualmente baseadas em suposições, ao invés de provas sobre o
direcionamento futuro do progresso tecnológico. Sabei e Zeitlin, portanto,
argumentam que a possível dominação da produção em massa deve ser
vista não como resultado dos imperativos tecnológicos e de mercado, mas
como consequência do embate político, ou seja, como "resultado de alguma
escolha coletiva implícita, alcançada na obscuridade de pequenos conflitos
imprevisíveis", que eles resumem como "acidentes da luta pelo poder"^.
Herrigel aplica essa perspectiva ao caso alemão, desconstruindo a interpretação
gerschenkroniana do "modelo alemão" e dispondo os elementos numa "ordem
industrial descentralizada", caracterizada pela produção descentralizada de
qualidade, por meio de redes e instituições de cooperação, em lugar de empresas
vertical mente integradas e organizadas para a produção em massa^.
Mais importante do que qualquer descoberta particular desses estudos
é a visão, que esses autores invocam, da relação entre atores e estruturas.
Os atores econômicos, sociais e políticos não maximizam simplesmente seus
interesses próprios com base em certas limitações. Em lugar disso, esses
atores são tidos como aqueles que buscam garantir suas apostas em um
mundo incerto, fazendo estratégias de como melhor proceder, sem saber
exatamente qual será a evolução da economia, ao mesmo tempo que são
capazes de tentar moldar o contexto em que atuam para melhorar suas
chances futuras e, de fato, constituir suas identidades e interesses, bem
como o contexto para suas ações futuras, de acordo com as suas escolhas.

Discussão

Este trabalho buscou mostrar que, apesar das suas diferenças, as


diversas variedades de novos institucionalistas tratam de um conjunto comum
de problemas considerando uma perspectiva unificada. Todos estão
preocupados com as dificuldades em definir o que os atores humanos querem
quando as preferências manifestadas na política são tão radicalmente
afetadas pelos contextos institucionais em que essas preferências são
expressas. Em vez de lidar com a questão considerando a psicologia individual,
esses acadêmicos dedicaram-se a analisar os efeitos das regras e dos proce­
dimentos para agregar os desejos individuais às decisões coletivas - sejam
essas regras e esses procedimentos de instituições políticas formais, associa­
ções voluntárias, firmas ou mesmo estruturas cognitivas ou interpretativas.
Considerando que o interesse da pesquisa comum é a caixa-preta
entre as potenciais demandas políticas e os resultados finais, não faz sentido
predefinir os conteúdos dessa caixa-preta. Portanto, uma definição padrão
de "instituição" não é desejável; o programa de pesquisa comum é o estudo
dos efeitos institucionais, seja onde ou como ocorram.
Então, como o institucionalismo histórico trata desse núcleo teórico?
Todos os exemplos mostram de diversas formas que o trabalho histórico
pode oferecer respostas para questões institucionalistas. Traçando defini­
ções de interesses que mudam com o tempo e entre diferentes culturas, o
impacto das instituições na construção de interesses pode ser estudado sem
impor definições arbitrárias e "objetivas" de interesses. Isto é, a discrepância
entre as preferências "potenciais" e "manifestas" pode ser abordada sem
inventar uma teoria sobre os "verdadeiros" interesses dos atores. Dessa
forma, é possível discutir e criticar os artefatos de representação e os vieses
de instituições políticas.
A abordagem histórica, portanto, oferece uma via fértil para o retomo
às questões normativas, que são centrais ao paradigma institucionalista. As
políticas públicas não são consideradas um resultado eficiente da agregação
de preferências individuais, do progresso tecnológico, de forças do mercado,
de uma multidão de idéias ou mesmo de interesses particulares. As decisões
políticas surgem de combinações altamente complexas de fatores que incluem
tanto características sistemáticas de regimes políticos como "acidentes da
luta pelo poder". Além disso, uma vez que os institucionalistas históricos
nunca pressupõem que o poder e as instituições alcancem equilíbrio, não é
difícil explicar a mudança institucional. As instituições não determinam o
comportamento, mas simplesmente oferecem o contexto para a ação que
nos ajuda a entender por que os atores fazem as escolhas que fazem.
Enfrentando os mesmos conjuntos de obstáculos institucionais, os atores
podem tomar decisões criativas sobre como proceder. Assim, as institui­
ções - mesmo quando definidas no sentido mais amplo - não moldam as
percepções humanas, de tal forma que os indivíduos sejam incapazes de
reconhecer as definições concorrentes de identidade e interesse, nem forçam
a ação humana a seguir uma única linha.
Não apenas o método histórico, mas a filosofia da história é bastante
útil para tratar dos interesses institucionalistas. A pesquisa histórica precisa
de provas (por meio da citação de fontes primárias) de que os atores em
questão viam o mundo da forma proposta pelo analista. Conseqüentemente,
a representação de interesses é importante para a corrente institucionalista
histórica em seu duplo sentido. Primeiro, as demandas políticas e os resultados
políticos são vistos não como resultado das preferências, mas como conse-
qüências de diferentes representações de interesses. Os interesses manifes­
tados na política estão bastante distantes das preferências dos cidadãos, e
mesmo essas preferências iniciais podem ser recorrentemente formadas
pela política e, assim, pelos muitos efeitos institucionais da esfera política.
Segundo, como pesquisadores, os historiadores estão sempre cientes de que
seus dados são representações, não apenas porque examinam fragmentos
deixados para trás pelos indivíduos subjetivos, mas também porque eles
mesmos questionam esses artefatos. Como Collingwood escreveu,

"[...] a história segue pela interpretação de provas, em que prova


é um nome coletivo para coisas que sozinhas são chamadas de docu­
mentos, e um documento é algo que existe aqui e agora, de um tipo
específico que o historiador, ao se debruçar sobre ele, pode obter
respostas para suas perguntas sobre eventos passados".

Além disso, "a história do pensamento e, portanto, a história toda, é


uma reencenação do pensamento passado na mente do próprio historiador"^.
Entretanto, apoiar a insistência da história no particularismo, no
contexto e na contingência tem algumas desvantagens. Põe em questão a
proposta da comparação sistemática. As determinações de causalidade são
questionáveis, se não inteiramente aleatórias. E o impulso construtivista traz
o perigo de desviar os institucionaüstas históricos de áreas às quais, acredito,
possam dar contribuição mais relevante.
Três questões do institucionalismo histórico são particularmente
preocupantes. A primeira é o problema da falsificabilidade. Quase toda
construção de interesse ou modelo causai contextual parece ser explicável
somente pela história, até que se tenha encontrado uma explicação mais
geral. Muitos estudos de política de saúde, por exemplo, ofereceram inter­
pretações históricas de propostas de políticas e reações de associações
médicas. Mas, de uma perspectiva comparativa, a forte influência da
história parece menos convincente. A maioria dos socialistas em toda a
Europa e América do Norte (e todos os regimes de Estado socialistas)
teve a idéia de socializar a medicina, independentemente de suas histórias.
E a maioria das associações de médicos temia ser empregada pelo governo
ou por monopsônios de seguridade social. A questão não é se algum desses
atores conhecia seus interesses objetivos - eles podem ter sido igualmente
guiados por uma narrativa comum da luta maniqueísta entre o capitalismo
e o socialismo. Mas as explicações histórias específicas dos países são,
contudo, prejudicadas pelas evidências entre nações. Sem uma perspec­
tiva comparativa suficientemente ampla, os institucionaüstas perigam dar
excessiva ênfase à singularidade de seus argumentos. Além disso, é difícil
ver como se poderia, em algum momento, provar que essas narrativas
históricas estão erradas.
A segunda questão está em que os institucionaüstas históricos tiram
proveito, um pouco injustamente, dos modelos positivos que eles criticam.
Isso é particularmente verdade no marxismo e em outras teorias sociológicas
de interesses. Seguindo o exemplo colocado pela Efíca de
Weber, muitos trabalhos de institucionaüstas históricos organizam seus
argumentos como ataque a um modelo dominante, como o sistema de
relações de classe restrito a categorias objetivas de capital e trabalho, a
teoria marxista da revolução, a versão de Smith da divisão do trabalho e a
ascensão do capitalismo, e assim por diante. É certamente legítimo derrubar
um modelo dominante mostrando onde os fatos não se encaixam e
oferecendo uma interpretação superior. Mas essas interpretações nem sempre
estão expostas a uma competição crítica semelhante, pois são formuladas
para serem inextrincáveis de seu contexto original. Além disso, de uma pers­
pectiva normativa, isso deixa os institucionaüstas históricos oscilando entre
a anarquia moral do pós-modemismo - esse ramo da versão que o novo
institucionalismo dá ao teorema da impossibilidade - somente para cair
novamente na redução da justiça social às coordenadas da estrutura social,
como fazem os deterministas sociais.
A terceira questão é que, ao evitarem a sistematização, os institucio-
nalistas históricos diminuem o impacto cumulativo do seu trabalho. É certo
que o ecletismo e o caráter difuso da escola institucionalista histórica são,
em certa medida, inevitáveis. Muitos estudos foram motivados por questões
substantivas em lugar de um programa teórico estrito. Ademais, a ênfase
historicista na indeterminação e singularidade prejudica a construção de
teorias. No entanto, seria uma pena não considerar áreas importantes em
que o conhecimento tem sido de fato cumulativo. O desmantelamento por
Charles Tilly da visão de privação relativa mudou as proposições dominantes
que não só os institucionaüstas históricos, mas quase todos os acadêmicos
de movimentos sociais trazem ao estudo da ação coletiva^'. A análise de
Theda Skocpol das revoluções como colapsos das estruturas estatais é um
trabalho similarmente paradigmático^. O trabalho de Suzanne Berger,
estabelece diretrizes teóricas e metodológicas
para uma visão mais construtivista^. Notavelmente, o potencial de manifestar
perfil teórico mais positivo tem origem no legado de poder estrutural desse
grupo. Os institucionaüstas históricos devem lembrar que a ênfase dessa
corrente no poder é tão importante quanto sua sensibilidade à interpretação.
Mas, para desenvolver a análise institucionalista histórica de poder, teremos
de ir além de atacar as concepções essencialistas e deterministas.
Para alcançar esse propósito, porém, é preciso "fazer a quadratura do
círculo" uma segunda vez. Não está nada claro como se pode desenvolver
um conceito não determinista de poder. Mas acho que vale o esforço. Pois,
embora a história esteja cheia de exemplos daqueles que "superaram as
dificuldades", fugindo dos limites e recriando seus destinos, não obstante
mantemos um sentido intuitivo das dificuldades. Uma análise social deve
poder refinar nossa capacidade de avaliar as diferenças no poder. A ênfase
de Weber nas múltiplas dimensões do poder pode ser um ponto de partida,
como também, ironicamente, alguns esforços behavioristas. Na avaliação
da capacidade de os trabalhadores franceses enfrentarem o Estado, por
exempio, um cálculo da capacidade de fazer greve (que implica uma análise
de produção, e não apenas a contagem do número de trabalhadores
registrados nos sindicatos), a força da maioria parlamentar e a reação do
público poderiam fortalecer uma análise institucionalista histórica, sem indicar
uma pretensão de prever o futuro. Na minha visão, seria útil certa capacidade
de avaliar o potencial de poder dos atores, à parte da posição estratégica em
que possam estar situados (como no jogo da escolha racional) ou de suas
próprias percepções e comunicação simbólica (como em uma análise
puramente interpretativa).
Sem atentar para esses problemas, nós, institucionalistas históricos,
contribuiremos para uma bifurcação que já vem ocorrendo. O campo da
análise institucionalista - e, nesse sentido, da política comparativa - está
sendo separado em duas orientações: a da escolha racional a da
interpretação, ou a da abordagem de "cálculo" veryMj a "cultural", como
definido por Hall e Taylor^. Muitas discussões agora abordam o potencial
de cruzar a fronteira, com os institucionalistas históricos no meio, em cima
do muro entre essas duas perspectivas. Já que afirmo que há um núcleo
teórico comum a essas abordagens, certamente posso afirmar o potencial
de frutífera combinação dos elementos da escolha racional, da teoria da
organização (ou institucionalismo sociológico) e do institucionalismo histórico.
Ao mesmo tempo, porém, proponho enfaticamente que os institucionalistas
históricos reclamem o espaço analítico e normativo para questões de poder
e justiça. A visão centrada no poder precisa tomar-se uma concorrente em
pé de igualdade com o cálculo e a cultura.

Notas

' Para análises importantes, ver: MARCH, James G ; OLSEN, Johan P. :


the organizational basis of politics. Nova York: Free Press, 1989. DiMAGGto, Paul J.;
PowELL, Walter W. (Eds.). 77te acw ãM?àMf;oMa/í.s77i m a^anízafíana/ ana/y-H-y. Chicago:
University of Chicago Press, 1991. STEiNMO, Sven; THELEN, Kathleen; LoNGSTRETH, Frank
(Eds.). .yfrMcfMrmg pa/ifics: historical institutionalism in comparative perspective.
Cambridge: Cambridge University Press, 1992. Ver também BATES, Robert H. Contra
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w i n t e r 1 9 8 8 . ROBERTSON, D a v i d B r ia n . T h e r e t u m to h i s t o r y a n d t h e n e w i n s t it u t io n a l is m
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^ O t r a b a l h o p a r a d i g m á t ic o d e D a v id T r u m a n , g a v ^ r a w ^ a t a / p ro c a y .y , p o r e x e m p l o ,
c e r t a m e n te d i s c u te o i m p a c to d a s i n s t it u i ç õ e s n o s p r o c e s s o s d e g r u p o e o s r e s u l ta d o s
p o l ít i c o s m in u c i o s a m e n te . A d i v e r g ê n c i a d o s i n s t it u c io n a l is ta s c o m e s s e a r g u m e n to r e f e r e -
s e à s u a c o n c l u s ã o - a p e s a r d e s s a lo n g a d i s c u s s ã o - d e q u e to d o s o s a to s d o g o v e r n o p o d e m
s e r, e n tã o , in te r p r e ta d o s c o m o u m " c o m p l e x o v a r iá v e l d e r e la ç õ e s e n tr e la ç a d a s q u e m u d a e
f o r ç a a d i r e ç ã o c o m a lt e r a ç õ e s n o p o d e r e n a p o s i ç ã o d o s i n te r e s s e s , o r g a n iz a d o s e n ã o
o r g a n iz a d o s " . 7%^ g overfw w eM fa/ prac&y-y: p o litic a l in te r e s ts a n d p u b lic o p in io n . 2" e d .
N e w Y o rk : K n o p f , 1 9 7 1 . p p . 5 0 8 .

^ V e r a c o m p a r a ç ã o d e C a rl B ó h r e t, W e m e r J a n n e E v a K ro n e n w e tt e n tr e o r e c o n h e c im e n to d o
p a p e l d o E s ta d o , d e H a ro ld L a s k i e E m s t F ra e n k e l, e a in s is tê n c ia d e T r u m a n d e q u e o e q u ilíb rio
d e u m g r u p o d e in te r e s s e é s u p e r io r à t o m a d a d e d e c is õ e s a u tô n o m a d o g o v e r n o , /MM<?Mpo/;7?Á:
po/m.yí-/i<? 3 . e d . O p la d e n : W e s td e u ts c h e r V e rla g , 1 9 8 8 . p p . 1 7 3 -1 7 4 .

** DAHL, R o b e r t A . T h e b e h a v i o r a l a p p r o a c h in p o l it i c a l S c ie n c e : e p it a p h f o r a m o n u m e n t to
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E s s a c a r a c t e r i z a ç ã o é im p r e s s io n a n t e m e n t e s i m il a r a o c o m e n t á r i o d e R o b e r ts o n , d e q u e o
n o v o in s t it u c io n a l is m o é " m a i s u m a c o n v ic ç ã o o u u m a ê n f a s e d o q u e u m a m a t r i z f i x a p a r a
a a n á l i s e p o l ít i c a " . D r e f o r n a à A g r á r ia , 2 .

s TRUMAN, D a v id . T h e i m p l i c a t io n s o f p o l it i c a l b e h a v i o r r e s e a r c h . S o c ia l S c i e n c e R e s e a r c h
C o u n c il , /;e?M.y, p p . 3 7 - 3 9 , D e c . 1 9 5 1 , c it a d o e m DAHL, P e / t a t w r a / a p p r a a c / t , p p . 7 6 7 .

^ I b i d , p p . 7 6 7 , a ê n f a s e d e D a h l.

^ E s s e p o n to b á s ic o e s tá im p líc ito e m to d o s o s n o v o s e s c rito s in s titu c io n a lis ta s . P a ra


d i s c u s s ã o , v e r: ELSTER, J o n . T h e m a r k e t a n d t h e f o r u m . In : ELSTER, J o n ; HYLLAND, A a n u n d
( E d s .) . q/* j a c i a / c /: a ic e f / ie a r y . C a m b r i d g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i t y P r e s s ,
1 9 8 6 . p p . 1 0 6 -1 0 7 .

s DAHL, P e A a v i a r a í a p p r a a c / i , p . 7 7 0 .

^ P a r a c r ít i c a s s o b r e a s p r e m i s s a s b e h a v i o r i s t a s d a t r a n s m i s s ã o e f i c ie n t e d a s d e m a n d a s
p o l ít i c a s , v e r: BERGER, S u z a n n e . I n t r o d u c t i o n . I n : ---------- . ( E d .) . O r g a n í z í n g iH^r&yf-y in
W?.yferM P a w p g : p l u r a l i s m , c o r p o r a t is m , a n d t h e t r a n s f o r m a ti o n o f p o litic s . C a m b r id g e :
C a m b r i d g e U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 8 1 ). p p . 1 -2 3 . M o E , T e r r y M . I n t e r e s t s , i n s t it u t io n s , a n d
p o s itiv e t h e o r y : th e p o iitic s o f th e N L R B . S ta í/ie s in A m e r ic a n P a / i r i c a / D e v e /a p m e n t, 2 ,
pp. 2 3 6 -2 9 9 , !9 8 7 .

" ' V e r a d i s c u s s ã o e m : SHEPSLE, K e n n e t h A . I n s t i t u t i o n a l e q u i l i b r i u m a n d e q u i ü b r i u m


in s titu tio n s . In : WEtSBERG, H e r b e r t F . ( E d .) . 77:e S c ie n c e a ^ p a i i r i c s . N e w Y o rk : A g a th o n ,
! 9 8 6 . p p . 5 1 - 8 1 . D o w n s , A n th o n y . A n e c o n o m i c t h e o r y o f p o l it i c a l a c tio n in a d e m o c r a c y .
!n: FERGUSON, T o m ; RoGERS, J o e l ( E d s .) . TAe p a i i r i c a i e c a n a m y . A r m o n k , N Y : M . E . S h a r p e ,
1 9 8 4 . p p . 1 2 -2 6 .

' ' " O s f iló s o f o s q u e in v e s ti g a r a m o s f u n d a m e n to s d a s o c i e d a d e s e n t ir a m a n e c e s s i d a d e d e


v o lta r a u m e s t a d o d e n a tu r e z a ; m a s n e n h u m d e le s c h e g o u lá . T o d o s e le s , e m r e s u m o ,
c o n s t a n t e m e n te r e f l e ti n d o s o b r e o s q u e r e r e s , a a v id e z , a o p r e s s ã o , o s d e s e jo s e o o r g u lh o ,
tr a n s f e r ir a m p a r a o e s t a d o d e n a tu r e z a id é ia s q u e f o r a m a d q u ir id a s e m s o c ie d a d e , d e f o r m a
q u e , a o f a la r e m d o s s e lv a g e n s , e le s d e s c r e v e r a m o h o m e m s o c i a l ." R oussE A U , J e a n -J a c q u e s .
A d i s c o u r s e o n th e o r ig in o f i n e q u a lity . I n : ---------- . TAe s a c i a / c a n t r a c ? an< / J i s c a a r s e s .
T r a d u ç ã o d e G. D . H . C o le . L o n d r e s : E v e r y m a n , 1 9 9 3 . p . 5 0 .

" I b id ., p p . 9 7 - 9 9 .

'3 I b id ., p p . 1 9 1 .

" I b id ., p p . 9 7 - 9 9 .

" I b id ., p p . 2 0 3 - 2 0 4 .

' ^ " O a c o r d o d e t o d o s o s in te r e s s e s é f o r m a d o p e la o p o s i ç ã o a o d e c a d a u m . S e n ã o h o u v e s s e
d is tin to s in te r e s s e s , o in te r e s s e c o m u m m a l s e r ia s e n tid o , p o is n ã o e n c o n t r a r i a o b s t á c u l o ;
tu d o c o n ti n u a r i a n o s e u p r ó p r i o m o d o , e a p o l ít i c a d e ix a r ia d e s e r u m a a r te ." I b id ., p . 2 0 3 .

' ^ V er: MARCH, J a m e s G ; OLSEN, J o h a n R P o p u l a r s o v e r e i g n t y a n d th e s e a r c h f o r a p p r o p r i a te


in s titu tio n s . J a M r n a / a / P a M i c P a /ic y , 6 , n . 4 , p p . 3 4 1 - 3 7 0 , o u t./d e z ., 1 9 8 6 . ELSTER. T h e
m a r k e t a n d th e f o r u m .

' * O c o n c e ito d e T r u m a n d o e q u ilíb r io d e g r u p o d e in te r e s s e c o m o n ã o a p e n a s e m p ir ic a m e n te ,


m a s n o r m a tiv a m e n te , o m e lh o r d e te r m i n a n te p o s s ív e l d a p o lític a d o g o v e r n o - d e s d e q u e a
d iv e r s id a d e d e m e m b r o s e p o te n c ia is in te r e s s e s p r o te ja m a s r e g r a s d o j o g o - é u m e x e m p lo
p a r a d ig m á tic o d e s s a a b o r d a g e m . V er: 77ie g a v e r n a m e n t a / p r a c e s s , p a r tic u la r m e n te o c a p . 16.

' ^ P a r a d i s c u s s ã o d o s i n te r e s s e s s u b j e ti v o s e o b j e t i v o s q u e i n f lu e n c i a r a m o p o n to d e v is ta
a p r e s e n t a d o a q u i, v e r: BALBUs, I s a a c D . O c o n c e it o d e i n te r e s s e n a a n á l i s e p l u r a l i s t a e
m a r x is ta . P a /if ic s a n ó f- S a c ie r y , l , p p . 1 5 1 - 1 7 7 , 1 9 7 1 .

3" A e s s ê n c i a d o d e b a t e P o u l a n t z a s - M i l i b a n d fo i u m a r g u m e n to s o b r e s e o E s ta d o c a p i t a l is ta
d e v e r i a s e r a n a l i s a d o o l h a n d o - s e a s o r i g e n s d a c la s s e d o s p o l ít i c o s e b u r o c r a ta s o u o
im p a c to d e s u a s d e c i s õ e s s o b r e a s v á r ia s c la s s e s q u e c o n f o r m a m o s i s t e m a c a p ita lis ta . O s
d o is t e ó r i c o s e s t a v a m j u n t o s , p o r é m , e m s u a c r ít i c a d a s a b o r d a g e n s lib e r a l e p lu r a l i s t a q u e
a ) a c e ita m a s p r e f e r ê n c i a s c o m o d a d o s s u b j e ti v o s , s e m a n a l i s a r e s s a s p r e f e r ê n c i a s e m
te r m o s d e i n te r e s s e s d e c la s s e o b j e t i v o s , e b ) a c e it a m o s r e s u l ta d o s d o p r o c e s s o p o l ít i c o
p r o d u z in d o j u s t o e q u il í b r io d e s s a s p r e f e r ê n c i a s i n d iv i d u a is e s u b j e ti v a s , e m l u g a r d e v e r i ­
f i c a r e m s e e x is te a lg u m v ié s d e c la s s e n e s s e s r e s u l ta d o s p o l ít i c o s . PouLANTZAS, N ic o s ;
MtLiBAND, R a lp h . T h e p r o b le m o f th e c a p i t a l is t S ta te . In : BLACKBURN, R o b in (E d .) . / J e a / a g y
in s a c i a / S c ie n c e . N o v a Y o rk : P a n t h e o n , 1 9 7 2 . p p . 2 3 8 - 2 6 2 .

3' P a r a d i s c u s s ã o , v e r : FRAENKEL, E m s t. D e n ts c A /a n c f a /n ó/ie w e s f/ic A e n D e m a % ra fie n . 3 . e d .


S tu ttg a r t: W . K o h l h a m m e r V e r la g , 1 9 6 4 . p p . 1 6 5 - 1 8 9 . P r i n c íp i o s n o r m a t i v o s , e m l u g a r d e
te o r i a s o b j e t i v a s d e i n te r e s s e s , p o d e m ta m b é m , é c la r o , s e r v i r c o m o b a s e p a r a t e o r i a s a
p r i a r i . A q u i, c o n tu d o , c o n c e n tr o - m e n a s d iv is õ e s q u e f o r a m m a is r e le v a n te s p a r a o tr a b a lh o
e m p í r i c o ( e m c o n tr a s t e c o m a t e o r i a n o r m a t i v a ) n o s ú l ti m o s 3 0 a n o s .
22 TocQUEViLLE, A lé x is d e . 7%c a M aa^7 rAc P r ^ a c A P c v a /a A a a . N o v a Y o rk : D o u b le d a y ,
1 9 5 5 [1 8 5 6 ]). p p . 9 7 - 9 8 ,2 0 4 - 2 0 5 . WEBER, M a x . W%rf.ycAa/tMad' G^^^/AycAa/! 5. e d . T ü b in g e n :
J C B M o h r P a u l S ie b e c h , 1 9 8 0 ; 1 9 2 2 ). p p . 8 5 1 - 8 6 8 . T r a d u ç ã o p a r a o in g lê s : E c a a a a i y a a í /
^ a c í^ iy , 2 v. T r a d u ç ã o d e G u e n t h e r R o s s e C l a u s W ittic h . B e r k e l e y : U n iv e r s ity o f C a li f o m ia
P r e s s , 1 9 7 8 . p p . 1 .3 8 1 - 1 .4 6 2 .

^ D o s tr a b a lh o s d e J ü r g e n H a b e r m a s , SfrM A fM rw aa^M & ?r G ^carA cA A cA : U n t e r s u c h u n g e n z u


e i n e r K a t e g o r i e d e r b ü r g e r l i c h e n G e s e l ls c h a f t ( D a r m s t a d t : L u c h t e r h a n d , 1 9 6 2 ) t a l v e z s e ja
o m a i s f a c i lm e n te v i n c u l a d o a e s s e d e b a t e in s t it u c io n a l is ta . A fA ^ a ry a /jM s A c c , d e J o h n
R a w l ( C a m b r id g e : H a r v a r d U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 7 1 ), é i n c o m u m n e s s e s e n tid o , p o r q u e
o f e r e c e n ã o s ó u m a a b o r d a g e m p r o c e s s u a l, m a s f a z a f ir m a ç õ e s s o b r e o c o n te ú d o s u b s ta n tiv o
d a s r e g r a s d e j u s t i ç a q u e s u r g ir ia d a p o s i ç ã o o r ig in a l. É v e r d a d e q u e o s p r i n c í p i o s d e
" d i r e i t o s b á s i c o s i g u a i s " e d a " d i f e r e n ç a " s ã o a in d a , e m c e r t o s e n t id o , p r o c e s s u a i s , m a s
R a w l s v a i a lé m d a m a i o r i a d o s in s t it u c io n a l is ta s , e s p e c i f ic a n d o o s r e s u l ta d o s . A g o r a q u e
m e n c i o n e i R a w ls , d e v o e s c l a r e c e r q u e , e m b o r a h a ja u m a c la r a s o b r e p o s i ç ã o e n tr e e s s e s
t e m a s in s t it u c io n a l is ta s e o d e b a t e e n tr e " l i b e r a i s " e " c o m u n i t a r i s t a s " , a c o r r e s p o n d ê n c ia
n ã o é e x a ta . O d e s e n v o lv im e n to d a te o r ia p o r m e io d a p e s q u is a e m p íric a le v o u o s
i n s t it u c io n a l is ta s a u m a t r a j e t ó r i a d i f e r e n te , p o is o s i n d iv í d u o s v is to s e m p i r i c a m e n t e n ã o
p o d e m s e r s e p a r a d o s d e s u a s c o m u n i d a d e s e o s r e s u l ta d o s p o l ít i c o s e x is te n t e s p r o d u z id o s
p o r v á r io s p r o c e d i m e n t o s p o d e m s e r a v a l i a d o s u s a n d o p a d r õ e s s u b s ta n t iv o s . S o b r e o s
" c o m u n i t a r i s t a s " , v e r , p o r e x e m p lo : WALZER, M ic h a e l. T h e c o m m u n i ta r ia n c r it i q u e o f
lib e r a lis m . P a A A c a / 7 A c a /y , 18. n . !, p p . 6 - 2 3 ,1 9 9 0 . S o b r e a d e m o c r a c i a j u r íd i c a , v e r: L o w t,
T h e o d o r e J. 71Ac ^ a d a /7 /A c ra A .w a : th e s e c o n d R e p u b li c o f th e U n i t e d S ta te s . 2" e d . N o v a
Y o rk : N o r to n , 1 9 7 9 .

2* RtKER, W il l ia m H . I m p li c a t io n s f r o m th e d i s e q u il i b r iu m o f m a j o r i ty r u le f o r th e s tu d y o f
in s tit u t io n s . A / a ^ r í c a a P a / A ã r a / S c / ^ a c c 7 4 , n. 2, p p . 4 3 2 -4 4 7 , Ju n e 1980.

23 SHEPSLE, I n s t i tu t i o n a l e q u il i b r iu m a n d e q u il i b r iu m in s titu tio n s .

26 E x c e ç õ e s q u e in c l u e m i n te r e s s e s s o c i e t á r i o s e m a n á lis e s d a e s c o lh a r a c i o n a l s ã o : HANSEN,
H o jn M a r k . C h o o s i n g s id e s : th e c r e a ti o n o f a n a g r ic u lt u r a l p o l ic y n e tw o r k in C o n g r e s s ,
1 9 1 9 -1 9 3 2 . i a A a í ^ r i c a a p a / i f i c a / ^ v ^ / a p w ^ a r , 2 , 1 9 8 7 . p p . 1 8 3 - 2 2 9 . VERDtER,
D a n ie l. T h e p o litic s o f t r a d e p r e f e r e n c e f o r m u la t io n : T h e U n i t e d S t a te s f r o m th e C i v il W a r
to t h e N e w D e a l. P a / i i i c j an6? S a c i^ iy , 3 , n . 4 , p p . 3 6 5 - 3 9 2 , d e z . 1 9 9 3 . KNiGHT, J a c k .
/ a ^ i i i a i i a a ^ a n d .y a c i a / c a a /A c ? . C a m b r id g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 2 .

22 ELSTER, I n t r o d u c t i o n , 2 2 .

2s BucHANAN, J a m e s M .; TuLLOCK, G o r d o n . TAc c a / c a / a ^ a / * c o a x a r : lo g ic a l f o u n d a ti o n s o f


c o n s t it u t io n a l d e m o c r a c y . A n n A r b o r : U n i v e r s i ty o f M i c h ig a n P r e s s , 1 9 6 2 . P a r a u m a
c r ít i c a d a te o r ia d a e s c o lh a r a c io n a l n e s s a lin h a , v e r: S h irm , R o g e r s . P o litic a l j u r is p r u d e n c e ,
th e 'N e w I n s ti tu t i o n a l i s m ,' a n d th e f u tu r e o f p u b lic la w . A a t c r t c a a P a / ã i c a / á c i c a c c P c v ã w ,
8 2 , n . 1, p p . 8 9 - 1 0 8 , m a r. 1 9 8 8 .

29 RiKER, W il l ia m H . L /A cra/A sya a g a i a s f p a p a / i s / a : a c o n f r o n t a ti o n b e tw e e n th e t h e o r y o f


d e m o c r a c y a n d th e t h e o r y o f s o c ia l c h o ic e . S a n F r a n c is c o : F r e e m a n , 1 9 8 2 . p p . 2 3 3 - 2 5 3 .

3° SiMON, H e r b e r t A . A íA a iH i-sira fiv e A c A a v ia r: a s t u d y o f d e c i s i o n - m a k i n g p r o c e s s e s in


a d m i n i s t r a t i v e o r g a n iz a t i o n . 2" e d . N o v a Y o rk : M a c m i l la n , 1 9 5 7 ; 1 9 4 5 . MARCH, J a m e s G ;
SiMON, H e r b e r t A . G / ^ a a i z a A a a j . N o v a Y o rk : J o h n W ile y , 1 9 5 8 .

3' CoHEN, M ic h a e l P ; MARCH, J a m e s G ; OLSEN, J o h a n P. A g a r b a g e c a n m o d e l o f o r g a n iz a tio n a l


c h o ic e . In : MARCH, J a m e s G ( E d .) . D ^ c i^ ia a .y a a J a ^ a a i z a i i a a ^ . O x f o r d : B a s il B l a c k w e ll ,
1988; 1972. p p . 2 9 4 -3 3 4 .
CoHHN, M ic h a c l D .: MARCH, J a m e s G . L ca & r-y /z zp ^zzzí/ azzz^zgzzzry: th e A m e r ic a n C o l ie g e
P r e s id e n t. 2" e d . B o s to n : H a r v a r d B u s i n e s s S c h o o l P r e s s , 1 9 7 4 . p p . 8 1 .

" MARCH; O i s e n . R e d i s c o v e r i n g i n s t i t u t i o n s . D iM A G G íO , P a u l J .; P ow E L L , W a l t e r W .
I n tro d u c tio n . I n : ----------. (E d s .). 77z<? zz^w zzz^zrzztzozzaíz^zzz zzz orgazzzzatzozza/ azza/yyzj. C h ic a g o :
U n iv e r s ity o f C h ic a g o P r e s s , 1 9 9 1 . p p . 1 -3 8 . FRiEDLAND, R o g e r ; ALFORD, R o b e r tR . B r in g in g
s o c ie ty b a c k in : s y m b o ls , p r a c tic e s , a n d i n s titu tio n a l c o n tr a d ic t io n s . In : Pow ELL; D tM A G G to
( E d s .) . 77z^ zzcw zzz^ZzZMhozz<2 Ízyzzz zzz orgízzzzzzzhozzíz/ azz a/y siy . p p . 2 3 2 - 2 6 3 .

^ ZucKER, L y n n e G T h e r o le o f i n s titu tio n a lis m in c u lt u r a l p e r s is te n c e . In : PowELL; DiMAGGZo


( E d s .) . 77zg zz^w zzz.rfz?M?zozzaíz.s7zz zzz oz*gzzzzzzaZzozz<2 / azzízíy^zy. p p . 8 3 - 1 0 7 .

" FuGSTEíN, N e il. T h e s tr u c tu r a l t r a n s f o r m a tio n o f A m e r ic a n i n d u s t r y : a n in s titu tio n a l a c c o u n t


o f th e c a u s e s o f d iv e r s if i c a t io n in t h e l a r g e s t f i r m s , 1 9 1 9 - 1 9 7 9 . In : Pow ELL; D tM A G G to
( E d s .) . 77ze zzgw zzz^ízrMtzozzzz/zjzzz zzz oz*g<2 zzzzahozza/ ízzzíz/yyz^. p p . 3 1 1 - 3 3 6 .

^ PERROW, C h a r le s . C o m p le x o r g a n iz a tio n s : a c r itic a i e s s a y . 3^ e d . N o v a Y o rk : R a n d o m H o u s e ,


1986. (E sp . C a p . 8)

3? D iM A G G io; Pow E R . I n tr o d u c t io n .

3^ DuRKHEtM, E m ile . 77zc ^ z z z ^ z z fa ry /bz*zzzy q/*r/zf z-^/zgzozz.y /z/^. T r a d u ç ã o d e J. W . S w a in . N o v a


Y o rk : F r e e P r e s s . p p . 1 3 -3 3 .

39 P a r a d i s c u s s õ e s m a i s e x t e n s a s , v e r : THELEN, K a t h l e e n ; STEtNMO, S v e n . H i s t o r i c a l
in s titu tio n a lis m in c o m p a r a tiv e p o litic s . In : STEtNMO; T h e le n ; LoNGSTRETH (E d s .). áYz-zzcfzzzzzzg
p o /z tz c j. p p . 1 -3 2 . RoBERTSON, T h e r e tu r n t o h is to r y .

"" E s s a l it e r a t u r a é m u it o b e m c o n h e c id a (e m u ito e x te n s a ) p a r a s e r a d e q u a d a m e n te a b o r d a d a
e m u m a n o t a d e r o d a p é , m a s a lg u n s t r a b a lh o s i m p o r t a n te s s ã o : M o o R E JR ., B a r r in g to n .
áoczTzí ozzgzzzy q/JzcZízZoz*y/zzp zzzzJ J^zzzocz*íZcy: l o r d a n d p e a s a n t in th e m a k i n g o f th e m o d e m
w o r ld . B o s to n : B e a c o n , 1 9 6 6 . ANDERSON, P e r r y . Lzzz^ag^^ a ^ .w /z z h y r L o n d re s:
V e rs o E d itio n s , 1 9 7 4 . ALFORD, R o b e r t R .; FRtEDLAND, R o g e r . P o l i ti c a l p a r ti c i p a ti o n a n d
p u b lic p o lic y . Azzzzzza/ J?^vz^w q /* 5 o cz o /o g y , 1, p p . 4 2 9 - 4 7 9 , 1 9 7 5 . TtLLY, C h a r le s ( E d .) . 77zg
ybrzzzaZzozz q/zzízZzozzzz/ zzz B^.yZ^z*zz Ezzz*op^. P r i n c e t o n , N J : P r i n c e t o n U n i v e r s i ty P r e s s ,
1 9 7 5 . KATZENSTEtN, P e t e r J. ( E d .) . R ^rw ^^zz pow^z*zzzzz7pí^zz/y: f o r e ig n e c o n o m i c p o l ic i e s o f
a d v a n c e d in d u s t r ia l S ta te s . M a d is o n : U n i v e r s i ty o f W is c o n s in P r e s s , 1 9 7 8 . ScHMtTTER,
P h ilip p e C .; LEHMBRUCH, G e r h a r d ( E d s .) . 7rgzz& cozyzom Z íy/ zzzZcz*zzzc<7zaZzozz. L o n ­
d r e s : S a g e , 1 9 7 9 . SKOCPOL, T h e d a . zzzzzí y o c z a / r^vo/zzfzozz^: a c o m p a r a t i v e a n a l y s i s o f
F r a n c e , R ú s s i a , a n d C h i n a . C a m b r i d g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i t y P r e s s , 1 9 7 9 . BERGER,
Ozgazzzzzzzg zzz?^z*&y?.y zzz M ^ y ^rzz Ezzropt?. KRASNER, S t e p h e n D . A p p r o a c h e s to th e S ta te :
a lt e m a ti v e c o n c e p ti o n s a n d h i s t o r ic a l d y n a m i c s . Cozzzpzzz*zzrzv^ P o/zfzc^, 1 6 , n. 2 , p p . 2 2 3 -
2 4 6 , J a n . 1 9 8 4 . EVANS, P e t e r B .; RuESCHEMEYER, D i e tr i c h ; SKOCPOL, T h e d a ( E d s .) . #z*zzzgzzzg
r/z^ ^ ízc^ zzz. C a m b r id g e : C a m b r id g e U n iv e r s ity P r e s s , 1 9 8 5 . lOazNELSON, Ira ; ZoLLBERG,
A r is tid e R . ( E d s .) . W&z%zzzg-c/a-M/bz7zza?z<7zz: n i n e te e n th - c e n tu r y p a tt e m s in W e s te r n E u r o p e
a n d th e U n i t e d S ta te s . P r i n c e t o n , N J : P r i n c e t o n U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 8 6 . -Sfaf&y azz<7 5 o c z a /
S?z*Mc?Mz*e.y p a tr o c in a d o p e lo C o n s e l h o d e P e s q u i s a e m C i ê n c i a s S o c ia is , f o i u m
e s f o r ç o d e c r ia r u m f ó r u m p a r a a c a d ê m i c o s t r a b a lh a n d o n e s s a lin h a .

^ ' L ow z, T h e o d o r e J. T h e e n d o f lib e r a lis m . In : BzzzMzzzg a zzew Azzzez-zcazz th e e x p a n s io n


o f n a tio n a l a d m i n i s t r a t i v e c a p a c itie s , 1 8 7 7 - 1 9 2 0 . C a m b r id g e : C a m b r id g e U n iv e r s ity P r e s s ,
1 9 8 2 . S te v e n S k o w r o n e k d e s e n v o lv e m a is e s s e a r g u m e n to e n f o c a n d o m a is p r o f u n d a m e n te
a s r a íz e s h i s t ó r ic a s d o d i le m a c o n s t it u c io n a l d a A m é r ic a c o m r e la ç ã o à e x p a n s ã o d o P o d e r
E x e c u tiv o .

"7 E s s a t a m b é m é u m a d a s ê n f a s e s p r i n c i p a i s d o p r o g r a m a d e p e s q u i s a d e R e n a t e M a y n t z e
F r itz W . S c h a r p f p a r a o M a x - P l a n c k - I n s t i t u t f ü r G e s e l l s c h a f t s f o r s c h u n g , e m C o lô n ia ,
A l e m a n h a . V e r e n s a io d e s u a a u to r ia , D e r A n s a t z d ê s a k te u r z e n t r ie r te n I n s t i tu t i o n a i i s m u s ,
e m M a y n t z e S c h a r p f , e d s ., G c -y c /E c /z a /i/ic /z c -Sc//?^ircga/icz*M ag a a c f p o /i/iy c A c - S r c a c r a a g
( F r a n k f u r t a m M a in : C a m p u s V e r la g , 1 9 9 5 ) , p p . 3 9 - 7 2 .

43 W EBER, M a x . D i c p r o ic ^ ia a iM c /z c Ei/zi7:: E in e A u f s a t z s a m m lu n g . E d . J. W in c k e l m a n n
( T ü b in g e n : J. C . B . M o h r / P a u l S ie b e c k , 1 9 6 5 [ 1 9 2 0 ] ) . A s a b o r d a g e n s a n tr o p o l ó g i c a s f o r a m
m u it o i n f lu e n t e s , in c e n t iv a n d o e s s a a b o r d a g e m r e l a ti v i s t a d a r a c i o n a l i d a d e . V er, e m p a r t i ­
c u la r : GEERTZ, C lif f o r d . 77zc ia tc rp rc z a z io a .y a /* c a /ta c c .y . N e w Y o rk : B a s ic B o o k s , 1 9 7 3 .
S co T T , J a m e s C . 77zc z a o r a / c c o a o a z y o ^ ^ /z c p c a ^ a a t . N e w H a v e n , C T : Y a le U n i v e r s i ty
P r e s s , 1 9 7 6 . P a r a c r ít i c a s , v e r: ELSTER. f a í r o í / a c t i o a , p p . 2 3 - 2 4 , e P o p to N , S a m u e l. T h e
p o i it i c a l e c o n o m y o f p e a s a n t s o c ie ty , p p . i 9 7 - 2 4 7 , e m E ls te r , /? a ? i o a a / c /z o ic c .

44 A s a n á l i s e s e c o n ô m i c a s d e W e b e r s ã o b o n s e x e m p l o s d e s s e s m o d e l o s c o n te x t u a i s . V e r
G & y aazazc/fc Azz/jyatzc z a r S o z ia /- a/?! W fr^ c A a /i^ g c ^ c /z ic /z tc , e d . M . W e b e r ( T ü b in g e n J. C .
B . M o h r / P a u l S ie b e c k , 1 9 8 8 ; 1 9 2 4 ). P a r a l e r s o b r e e s f o r ç o s p a r a d e s e n v o lv e r m é t o d o s d e
p e s q u i s a q u e t r a t e m d e s s e s p r o b l e m a s , v e r: RAGiN, C h a r le s . 77zc c o a z p a r a f iv c azc?/zoJ.
B e r k e le y : U n i v e r s i ty o f C a li f ó r n i a P r e s s , 1 9 8 7 . ABBOTT, A n d r e w . C o n c e p t i o n s o f t im e a n d
e v e n t s in s o c ia l S c ie n c e m e th o d s : c a u s a i a n d n a r r a t iv e a p p r o a c h e s . 77LTorica/M cO zocf-y, 2 3 ,
n . 4 , p p . 1 4 0 - 1 5 0 , f a li 1 9 9 0 . ABBOTT. F r o m c a u s e s to e v e n ts : n o te s o n n a r r a tiv e p o s i t iv i s m .
-S c c io /o g ic a / M c t / z o ^ aa<7 7?c.ycarc/z, 2 0 , n . 4 , p p . 4 2 8 - 4 5 5 , M a y 1 9 9 2 .

43 G ü n th e r R o th a r g u m e n ta q u e a s tip o lo g ia s d e W e b e r tiv e r a m s e m p r e a fin a lid a d e d e c o n c e ito s


p a r a s e r e m u s a d o s e m a n á lis e a tiv a d e u m c a s o p a rtic u la r. A c e ita n d o s u a le itu ra , a c o n tin u id a d e
d o s in s titu c io n a lis ta s h is tó r ic o s c o m W e b e r é a in d a m a is fo r te . R oT H , G ü n th e r . I n tr o d u c tio n .
!n : WEBER, M a x . E c o a o a z y a a J .y o c ic f y : a n o u t li n e o f i n te r p r e t i v e s o c io lo g y . 2 v. e d . R o t h e
C l a u s W ittic h . B e r k e le y : U n i v e r s i ty o f C a li f ó r n i a P r e s s , 1 9 7 8 ; 1 9 6 8 , x x x v iii.

^ S o b r e a e f ic iê n c ia d a h i s t ó r ia , M a r c h e O ls e n , E c c /i^ c o v c r ia ^ i a ^ /i / a / i o a ^ , p p . 7 - 8 . S o b r e a s
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C h a r le s F. 77zc .yccoa<7 ia c /a .y fria / á /iv ã /c : p o s s ib i l it i e s f o r p r o s p e r ity . N o v a Y o rk : B a s ic
B o o k s , 1 9 8 4 . P e r r o w , C o a z p /c x o z ^ a a iz a tio a .y , p p . 2 7 3 - 2 7 8 .

"7 CoLU N G W ooD , R . G. 77zc á / c a q//zi-y ío ?y . E d i ç ã o r e v is ta . O x f o r d : C la r e n d o n , 1 9 9 3 ; 1 9 4 6 .

O c o n c e ito d e " id e n tid a d e " fo i p r im e ir o c r ia d o p o r: P!zzoRNO, A le s s a n d r o . P o iitic a l e x c h a n g e


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r c y a r ^ c a c c q /c/a .y ^ ' c o a /7 ic f ia B ^ y tc c a E a r o p c y ia c c 7 9 6 & L o n d r e s : M a c m i l la n , 1 9 7 8 . p p .
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**9 M cC oN N EL L, G r a n t. P r i v a i c p o w c r a a í i A m e r i c a n z fc a io c r a c y . N e w Y o rk : V in ta g e B o o k s /
R a n d o m H o u s e , 1 9 6 6 . L o w i, E a J q //i/z c r a /i^ a z . ScHMiTTER; LEHMBRUCH, 7 7 caJ.y to w a z t/^
c o ry ^ o ra tiy t i a t c r z a c í/ia iio a . BERGER, G r g a a i z i a g iaZ crc^t^ i a V f^ ^ tc ra E a r o p c .

3° TocQUEVtLLE, 77zc o /c/ re g ia z e a a J t/zc F r c a c /z E c v o /a Z io a , p p . 1 4 4 -1 4 7 .

s ' I b id ., p p . 1 4 7 .

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C h ic a g o : U n i v e r s i ty o f C h i c a g o P r e s s , 1 9 8 2 . p p . 1 0 9 .

33 STEiNMO, S v e n . 7 a x a Z io a a a z / < 7 cazo cracy : S w e d i s h , B r i ti s h a n d A m e r ic a n a p p r o a c h e s to


f i n a n c in g th e m o d e m S ta te . N e w H a v e n , C T : Y a le U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 3 . p p . 7 . E u t e n h o
a r g u m e n to s e m e l h a n t e e m 77ca/z/z p o / iz i c j : i n te r e s t s a n d in s t it u t io n s in W e s te r n E u r o p e
( C a m b r i d g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 2 ).
^ H A iiAM , V ic to ria C . L a /? a r v A iaa.s a a í 7 5 r a t c ^ a w ^ r : th e o r ig in s o f b u s in c s s u n io n is m in th e
U n ite d S ta te s . P r in c e to n , N J: P r in c e to n U n iv e r s ity P re s s , 1 9 9 3 . V e r ta m b é m : HkrrA M , V ic to ria
C . I n s titu tio n s a n d p o litic a l c h a n g e : w o r k in g - c la s s f o r m a tio n in E n g la n d a n d th e U n ite d
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33 LEHMBRUCH, G e r h a r d . S e k to r a le V a r ia tio n e n in d e r T r a n s f o r m a t i o n s d y n a m i k d e r p o litis c h e n


Ò k o n o m ie O s td e u ts c h la n d s u n d ih r e s itu a tiv e n u n d in s titu tio n e lle n B e d in g u n g e n . In: SEiBEL,
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36 B o R o th s te in u s a a r g u m e n to s i m il a r e m r e la ç ã o a o c o r p o r a t iv i s m o s u e c o . A c o n f ia n ç a e n tr e
a s s o c ia ç õ e s e m p r e s a r ia i s e t r a b a lh i s ta s f o i c o n s t r u íd a c o m o t e m p o p o r m e i o d e c o o p e r a ç ã o
m ú tu a n o s i s t e m a d e tr o c a s d e p o s t o s d e t r a b a lh o . D e a %aiy?ar#fÍM 3 -yfaf^a: i n te r e s s e -
o r g a n is a t i o n e r o c h s ta ts f ò r v a ltn in g i s v e n s k p o litik (S to c k h o lm : N o r s te d ts , 1 9 9 2 ). A tr a d u ç ã o
p a r a o in g lê s (7 % f c a ip a ra fi-T f 3 fa f^ ) e s t á n o p r e lo p e la P i t ts b u r g U n i v e r s i ty P r e s s . V e r
ta m b é m s e u a r ti g o L a b o r m a r k e t in s t it u t io n s a n d w o r k i n g - c l a s s s t r e n g th . ín : STEiNMo;
THELEN; LoNGSTRETH ( E d s .) , á f r a c tM r ia g p a / i r i c j , p p . 3 3 - 5 6 .

s? AsHFORD, D o u g l a s E . T h e B r itis h a n d F r e n c h s o c ia l s e c u r i t y s y s te m s : w e l f a r e S ta te b y
i n te n t a n d b y d e f a u l t. In : AsHFORD, D o u g l a s E ; KELLEY, E . W . ( E d s .) . N a t i a a a / i z í a g -ya<ria/
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3" L ocK E , R i c h a r d M .; THELEN, K a t h le e n . A p p l e s a n d o r a n g e s r e v is it e d : c o n te x t u a l iz e d


c o m p a r is o n s a n d th e s tu d y o f c o m p a r a t i v e l a b o r p o l it i c s . P a / i t i c ^ a a J 3 a c i^ /y , 2 3 , n . 3 , p p .
3 3 7 - 3 6 7 , S e p t. 1 9 9 5 .

39 M o E , T e rry . I n s t i tu t i o n s , i n te r e s t s a n d p o s i t iv e t h e o r y : th e p o l it i c s o f th e N L R B . SíM ífics


i a A a i e r i c a a P a / i f í c a / D e v e /a p a ie a ^ , 2 , p p . 2 3 6 - 2 9 9 , 1 9 8 7 .

6" HALL, P e t e r A . T h e m o v e m e n t f r o m k e y n e s ia n is m t o m o n e ta r is m : in s t it u t io n a l a n a ly s is
a n d B r i ti s h e c o n o m i c p o l ic y in t h e 1 9 7 0 s . In : STEtNM o; THELEN; LoNGSTRETH ( E d s .) ,
S fra c ta rM ig p a /iM a s , p p . 9 0 - 1 1 3 .

6 ' KATZNELSON, Ir a . C í/y t r ^ a c A ^ : u r b a n p o l it i c s a n d th e p a tt e r n i n g o f c la s s in th e U n ite d


S ta te s . C h i c a g o : U n i v e r s i ty o f C h i c a g o P r e s s , 1 9 8 1 .

ORLOFF, A n n S h o la ; SKOCPOL, T h e d a . W h y n o t e q u a l p r o t e c ti o n ? E x p la i n in g th e p o l it i c s o f
p u b lic s o c ia l s p e n d i n g in B r ita in , 1 9 0 0 - 1 9 1 1 , a n d th e U n i t e d S ta te s , 18 8 0 s - 1 9 2 0 . A m e r ic a n
S a c í a í a g i c a / 7?^view , 4 9 , n . 6 , p p . 7 2 6 - 7 5 0 , D e c . 1 9 8 4 .

63 SKOCPOL, T h e d a . P r a t ^ c t i a g ^ a M i^ r y a a J a ia t/i^ r ^ : t h e p o l it i c a l o r i g in s o f s o c ia l p o l ic y in
th e U n i t e d S ta te s . C a m b r i d g e , M A : B e lk n a p P r e s s o f H a r v a r d U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 2 .

64 BALDWiN, P e te r . 7 7 i c p a / i t i a ^ a / y a c i a / ^ a / i ^ a r i f y a a J t / i ^ ^ a M / g c a i . y a r i g i a ^ a / l / i ^ E a r a p ^ a a
7 3 7 5 - 7 9 7 5 . C a m b r i d g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 8 8 .

63 NuLLMEiER, F r a n k ; R ü B , F r ie d b e r t W . D i f 7 ra a .s ^ M 7 a a ria a á az ia /p aíifiA :: V o m S o z ia ls ta a t


z u m S i c h e r u n g s s t a a t. F r a n k f u r t a m M a in : C a m p u s V e r la g , 1 9 9 3 .

66 W EtR, M a r g a r e t . P a / ít i c y aa<7 y a ^ j : t h e b o u n d a r ie s o f e m p l o y m e n t p o l ic y in th e U n ite d


S ta te s . P r i n c e t o n , N J : P r i n c e t o n U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 2 . V e r ta m b é m , d e s u a a u to r ia , I d e a s
a n d t h e p o litic s o f b o u n d e d in n o v a tio n , In : STEiNMo; THELEN; LoNGSTRETH (E d s .), 57rM cM aiag
p a /ir ic ^ , p p . 1 8 8 - 2 1 6 .

67 PEDERSEN, S u s a n . P a a ii/y , ^ p ^ a ^ a c ^ , aa<7 t/i^ a r i g í a ^ a /* f/ie B r i ta i n a n d


F r a n c e , 1 9 1 4 - 1 9 4 5 . C a m b r i d g e : C a m b r i d g e U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 3 .

6" SABEL, C h a r le s ; ZEiTHN, J o n a t h a n . H i s t o r i c a l a lt e m a t i v e s to m a s s p r o d u c ti o n : p o litic s ,


m a r k e ts , a n d te c h n o l o g y i n n i n e t e e n t h - c e n t u r y in d u s t r ia l iz a t i o n . P a ^ r a a d P r ^ ^ a t , 1 0 8 ,
p p . 1 3 4 -1 3 9 , A u g . 1 9 8 5 . V e r ta m b é m , d e s u a a u to ria , S to rie s , s tr a te g ie s , s tru c tu re s : r e th in k in g
h i s t o r ic a l a l t e m a ti v e s t o m a s s p r o d u c ti o n . In : SABEL; ZEiTUN ( E d s .) . W&rMy
f l e x i b i l i t y a n d m a s s p r o d u c t i o n in w e s t e r n i n d u s t r i a l i z a t i o n . C a m b r i d g e : C a m b r i d g e
U n i v e r s i ty P r e s s /E d i ti o n s d e la M a i s o n d e s S c i e n c e s d e P H o m m e . ( n o p r e lo )

HERRiGEL, G a r y B . /n í/M -s ln a / t h e s o u r c e s o f G e r m a n i n d u s t r ia l p o w e r .
C a m b r id g e : C a m b r id g e U n iv e r s ity P r e s s , 1 9 9 5 . P a r a u m a v is ã o c o n s t r u ti v i s t a s i m il a r s o b r e
a e c o n o m i a p o lític a , v e r: DuNLAVY, C o lle e n A . P o / m c s mJM-yfrKt/tzafMwt: e a r ly r a ilr o a d s
in t h e U n i t e d S ta te s a n d P r ú s s ia . P r i n c e t o n , N J : P r i n c e t o n U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 9 4 .

7" C oLLiN G w ooD , 7%e p p .9 - 1 0 e 2 1 5 .

7 ' TtLLY, C h a r le s . FroM í to r c w /M tio n . R e a d in g , M A : A d d is o n - W e s le y , 1 9 7 8 .

7^ SKOCPOL, áfatc-s o n J r e v o / M t i o n j .

7^ BERGER, S u z a n n e . p o F f/c .y : r u r a l o r g a n iz a t i o n in B r itta n y , 1 9 1 1 - 1 9 6 7 .


C a m b r i d g e , M A : H a r v a r d U n i v e r s i ty P r e s s , 1 9 7 2 .

^ HALL; TAYLOR. P o litic a l S c ie n c e a n d th e th r e e n e w i n s t it u t io n a l is m s . p p . 9 5 5 - 9 5 6 . V e r


t a m b é m : BATES; W e in g a s t, R a ti o n a li t y a n d in te r p r e t a ti o n . KATZNELSON, Ir a . S t r u c tu r e a n d
c o n f ig u r a ti o n in c o m p a r a t i v e p o litic s . In : L:cHBACK, M a r k I.; ZucKERMAN, A la n S . ( E d s .) .
C o fM p a ra ftp c r a tio n a lity , c u ltu r e , a n d s tr u c tu r e . C a m b r id g e : C a m b r i d g e U n iv e r s ity
P r e s s , 1 9 9 7 . K o H U , A tu i. ln tr o d u c t io n . W b rM P o P tió\$, 4 8 . p p . 1 -2, o u t. 1 9 9 5 .

E lle n I m m e r g u t é P h D . e m S o c i o lo g i a p e la U n i v e r s i d a d e d e H a r v a r d , p r o f e s s o r a d e T e o r ia
P o l í ti c a d a U n i v e r s i d a d e d e K o n s ta n z , A l e m a n h a , e d e C i ê n c i a P o l í ti c a n a U n i v e r s i d a d e
H u m b o l d t d e B e r lim .

T e x t o o r i g in a l m e n te p u b l ic a d o e m : IMMERGUT, E ll e n M . T h e t h e o r e ti c a l c o r e o f th e n e w
i n s t it u t io n a l is m . P o /ític ^ & S o c i^ ty , v. 2 6 , n . 1, p p . 5 - 3 4 , 1 9 9 8 .

O C o p y r i g h t: S a g e P u b l i c a t io n s , In c .

R e p r o d u ç ã o a u to r i z a d a p e l a a u to r a e p e la e d i t o r a S a g e P u b l i c a t io n s .

R e v is ã o t é c n i c a d a tr a d u ç ã o : P a u l o C é s a r N a s c i m e n to .

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