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ooA arte

1-- Igu8uros
1_ Ide penaura~

Em busca de simetria
As páginas de um livro sagrado japonês do século 19 ocupam uma das
paredes deste apartamento paulistano. Autor do projeto, o arquiteto
João Mansur propôs um alinhamento rente ao teto e a um batente
de porta. No centro do conjunto, criou um ponto de interesse com o
armário inglês antigo. "Segui a regra de respeitar a linha do olhar, si-
tuada aproximadamente 1,60 m acima do piso e no meio do arran-
jo", diz. Não fossem os espelhos de luz, à direita, a composição seria
totalmente simétrica. "Afinal, é uma característica do meu trabalho."

João entregou as páginas do livro, encontrado pelo morador em um antiquário de Nova York,
à Artecor Homewear, que usou molduras de 20 x 25 cm de alumínio anodizado preto.
Na montagem, foi colocada uma proteção contra mofo e umidade atrás de cada folha.
Certinho ou nem tanto? Escolha o seu arranjo
EM FORMA DE RETÂNGULO
Uma fórmula convencional, mas sem erros, prevê um
quadro maior no centro e outros dispostos simetricamente
ao redor, formando um grande retângulo. No entanto,
como lembra o arquiteto Gustavo Calazans: "É mais
difícil termos obras de tamanhos iguais, a não ser
que sejam parte de uma série ou façamos molduras
de mesmo tamanho para trabalhos de medidas
diferentes. Quando você tem essa situação, fica lindo".

SEM SAIR DO QUADRADO


Do mesmo modo que a composição acima, esta pede
várias molduras de mesmo tamanho para ficar rigorosamente
no esquema, o que não é obrigatório. A arquiteta
Roberta Martins sugere uma estratégia para quem quer
uma montagem correta, mas co~lgo fora do usual:
dispôr, entre os quadros, outras formas de arte, como
uma escultura. "Também é possível deixar um espaço
em branco dentro do retângulo ou do quadrado", ensina.

DISTRIBUIÇÃO EM DOIS EIXOS


Este é o esquema do arranjo do arquiteto Gustavo Calazans
visto anteriormente na reportagem. Foram definidos dois
eixos - horizontal e vertical - e, com base neles, os quadros
se alinharam. Com isso, a composição ficou harmônica
mesmo com obras de tamanhos e formatos diferentes.
Esse recurso merece uma observação: "Usei trabalhos
de visual similar, o que não tira a importância de
nenhum deles nem cria hierarquias", afirma Gustavo.

MONTAGEM MAIS SOLTA


Neste exemplo, uma faixa horizontal define a colocação
de seis quadros. Eles estão alinhados somente na
parte inferior. Em cada lateral, um quadro de tamanho
diferente torna o agrupamento menos comportado.
"A criação de eixos é um ótimo ponto de partida para
organizar as obras na parede. Feito isso, fica mais
fácil sair da linha", analisa o arquiteto Marcos Marcelino.

Reportagem Visual JULlANA HAMACEK E SIMONE RAITZIK Texto CRISTINA DANTAS


E SIMONE RArrZIK Fotos EVELYN MÜLLER Ilustração CRISTINA CASTANHO

CASA CLAUDIA FEV 2013 109

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