Você está na página 1de 3

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE ENFERMAGEM

PARASITOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM

Prof. Ricardo Passos

Nome: Beatriz Saory Matsunaga

EPIDEMIOLOGIA DA TENÍASE/CISTICERCOSE POR Taenia solium E Taenia saginata

A teníase humana é causada pelos cestódeos Taenia solium e Taenia saginata. A cisticercose é a
indexação pelas larvas. O ciclo das tênias possui dois hospedeiros, um definitivo e um
intermediário, e uma fase de vida livre. Em ambas as tênias, o homem é o hospedeiro definitivo, se
localizando em seu intestino. Em relação aos hospedeiros intermediários, os suínos são da Taenia
solium e os bovinos são da Taenia saginata, desenvolvendo-se na musculatura. Dessa forma,
observa-se três fases com relação à população de parasitas: adulto no hospedeiro definitivo, ovos no
ambiente e cisticercos (fase larval) no hospedeiro intermediário.
Nos hospedeiros intermediários, os ovos de tênia são ingeridos e os embriões (oncosferas) se
separam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos e bile. Essas oncosferas
penetram na parede intestinal e, entre 24 e 72 horas, espalham no organismo através da circulação
sanguínea. Os cisticercose são encontrados nos músculos esqueléticos e cardíaco.
A Taenia solium é menor, possui ventosas e ganchos. Formada por cabeça ou escólex, colo ou
pescoço (mais fino) e o estróbilo ou corpo com proglotes e essa estrutura é a responsável pela
reprodução, pois porta ovos na sua fase grávida, uma média de 30.000 a 50.000 ovos.Já a Taenia
saginata é maior e não possui ganchos, é mais perceptiva na eliminação do organismo.
Em relação a infecção, ocorre por meio da ingestão de carne contaminada crua ou mal cozida com
cisticercos. As tênias podem viver muitos anos no intestino delgado do homem. Os cisticercos são
liberados durante a digestão da carne e o escólex desenvagina sob ação da bile, fixando-se no
intestino delgado. Normalmente, o hospedeiro sustenta apenas um parasita. Isso pode ser explicado
pela imunidade desenvolvida pelo próprio hospedeiro, impedindo o crescimento de outras tênias da
mesma espécie.
2

A doença é endêmica na América Latina. No Brasil, segundo a Organização Pan-americana de


saúde (1994) foi detectada uma frequência média de 1% entre os anos de 1965 a 1968 e de 3% entre
os anos de 1986 a 1989.
Sobre os sintomas, há pacientes assintomáticos, mas alguns manifestam alterações no apetite
(anorexia ou apetite exagerado), náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia, emagrecimento,
irritabilidade e fadiga.
O diagnóstico pode ser realizado por exame de proglotes nas fezes, pesquisa de ovos nas fezes, ou
pesquisa de ovos com a técnica da fita gomada na região perianal.
Quanto ao tratamento, são utilizados o praziquantel, mebendazol e albendazol
As medidas para o controle da teníase/cisticercose variam, considerando o quadro epidemiológico
na região. A estratégia principal é interromper a reprodução do parasita, de modo a evitar a infecção
nos animais e nos humanos. Não se pode esquecer da multiplicidade de fatores que interagem para a
ocorrência da doença, sejam fatores biológicos ou sócio-ecológicos na transmissão. Desse modo, as
estratégias consistem,basicamente, em: ofertar melhores condições de saneamento do meio
ambiente; tratamento a toda população; aprimoramento da criação de animais, para que esses não
tenham contatos com as fezes humanas contaminadas; fortalecer a inspeção veterinária de produtos;
combater o abate e comércio clandestino; educação em saúde com ênfase na adoção de boas
práticas de higiene. Além disso, países endêmicos, deveriam adotar ainda, práticas de congelamento
de carne a fim de mitigar a transmissão.
3

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE INFECÇÃO PELO


Schistosoma mansoni EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL.

A esquistossomose mansônica é causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni e é classificada


como uma parasitose de veiculação hídrica. Tendo como único hospedeiro intermediário o caramujo
do gênero Biomphalaria e tem o homem como hospedeiro definitivo. Popularmente, é conhecida
como "doença do caramujo" ou "barriga d'água". Em um modo geral, a doença é assintomática ou
possui poucos sintomas, mas pode também se manifestar de forma mais grave, o que pode levar ao
óbito do hospedeiro.
A esquistossomose é uma doença de caráter endêmico, muito relacionada à pobreza e ao baixo
desenvolvimento econômico, sendo bem frequente em vários países da África, Ásia e América do
Sul.
Nas Américas, o Brasil é o País com maior incidência, aproximadamente, um pouco mais de 200
milhões de pessoas infectadas. Possui grande relevância em saúde pública que chega a causar cerca
de 200 mil mortes por ano no mundo. Dessa forma, é classificada como a segunda infecção
parasitária mais importante, perdendo apenas para malária.
Em relação à transmissão da esquistossomose, acontece pelo contato com águas contaminadas por
cercárias (forma larval). Principalmente, em rios que possuem os caramujos infectados pelo S.
Mansoni e são recorrentemente usados desde pescas, a banhos e lavagens de roupas, isso faz com
que essa população fique vulnerável à doença.
O presente estudo teve como objetivo colaborar com dados epidemiológicos entre 2010 e 2014 em
municípios de Alagoas para alertar as autoridades sanitárias, a fim de desenvolver programas
socioambientais para eliminação dos focos de transmissão por S. mansoni, sobretudo nas áreas
geograficamente com maiores incidências. A pesquisa é de caráter descritivo retrospectivo, de
abordagem quantitativa, realizada a partir dos dados secundários do Sistema de Informação do
Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) − SISPCE, obtidos junto à Secretaria de Estado
da Saúde Alagoas. A maior parte dos infectados são do gênero masculino, com um percentual de
57,05%. A faixa etária mais afetada apresenta idade entre 15 e 49 anos (58,63%).
Portanto, ressalta-se a adoção de medidas profiláticas como melhores condições de saneamento
básico, assim como promoção de educação à população.

Você também pode gostar