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CAMPUS FLORIANÓPOLIS

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL

WELLINGTON BORBA BROERING


PATRICIA ODOZYNSKI DA SILVA

Caracterização geotécnica e
dimensionamento de pavimentos
semirrígidos em solos residuais
de Biguaçu/SC

Florianópolis - SC
2018
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA
CATARINA
CAMPUS FLORIANÓPOLIS
DEPARTAMENTO ACADÊMICA DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA CIVIL

WELLINGTON BORBA BROERING


PATRICIA ODOZYNSKI DA SILVA

CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA E DIMENSIONAMENTO DE


PAVIMENTOS SEMIRRÍGIDOS EM SOLOS RESIDUAIS DE
BIGUAÇU/SC

Trabalho de Conclusão de Curso submetido


ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Santa Catarina, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Engenheiro Civil.

Professor Orientador: Fábio Krueger da Silva.

FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2018


Ficha de identificação da obra gerada pelos autores através do
Programa de Geração Automática da Biblioteca do IFSC

Broering, Wellington Borba ; Silva, Patricia Odozynski da


Caracterização geotécnica e dimensionamento de pavimentos
semirrígidos em solos residuais de Biguaçu/SC / Wellington
Borba Broering ; Patricia Odozynski da Silva ; orientação
de Fábio Krueger da Silva. - Florianópolis, SC, 2018.
326 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Instituto Federal


de Santa Catarina, Campus Florianópolis. Bacharelado
em Engenharia Civil. Departamento Acadêmico de
Construção Civil. Inclui Referências.

1. Solo Residual de Granito. 2. Ensaios de Laboratório.


3. Análise Geotécnica. 4. Dimensionamento de Pavimentos
Semirrígidos. 5. Análise Econômica de Pavimentos.
I. Silva, Fábio Krueger da. II. Instituto Federal
de Santa Catarina. Departamento Acadêmico de Construção
Civil. III. Título.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, acima de tudo, por guiar toda a minha


trajetória até aqui, dando-me proteção, sabedoria, força e saúde. Saiba, querido Deus,
que só cheguei até aqui graças à Tua espada de luz sobre todas as minhas decisões.

À minha família, principalmente ao meu pai João e à minha mãe Adriana,


por toda a educação, carinho e dedicação para me guiar a ser um ser homem cada
vez melhor: sem vocês nada disso seria possível. Ao meu irmão Vinícius por toda a
parceria, brigas e aprendizagens: busco ser o melhor que posso para ser uma
referência na tua trajetória.

À minha namorada Letícia, por todo o companheirismo, paciência e auxílio


em todas as etapas deste trabalho: me sinto mais forte quando estamos juntos e
trilhamos a nossa caminhada.

À minha parceira de trabalho Patricia, pela amizade acima de tudo: nossa


união nos torna imbatíveis contra qualquer dificuldade, tenho certeza que seremos
excelentes profissionais no futuro e colegas de vida, para sempre.

Ao professor Fábio Krueger da Silva, por todo o auxílio e dedicação


prestados para tornar esse trabalho possível: saiba, professor, que me inspiro no
senhor para tornar meus sonhos em realidade.

Ao Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL, pelo auxilio na realização


dos ensaios de laboratório, principalmente à técnica Franciely, carinhosamente
apelidada de “Fran”, e ao professor César pela disposição, atenção e ensinamentos.

Aos profissionais do DACC do IFSC, que me passaram nesses cinco anos


de curso todo o conhecimento que possuíam a respeito de cada matéria ministrada:
obrigado por acreditarem em mim como aluno e futuro profissional.

À banca examinadora, Professora Fernanda e Professor João: obrigado por


disponibilizarem uma parte do seu tempo e conhecimento para tornar este trabalho
possível.

Aos meus colegas de curso, principalmente ao Gabriel Petry, Bartira e


Carina, por toda a amizade e companheirismo durante a academia e para toda a vida.

Wellington Borba Broering


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me guiar e me proteger durante toda minha trajetória.

Agradeço aos meus pais, Joel e Roseli, meus pilares e minha inspiração
de vida, por todo amor, carinho, atenção e paciência, por todas as conversas e
conselhos que foram essenciais para minha vida. Vocês sempre me apoiaram
incondicionalmente, me criaram e me ensinaram os valores e princípios que me
tornaram quem sou hoje. Aos meus irmãos mais velhos, Filipe e Gabriel, pelas
conversas, dicas, risadas, choros e incentivos. Vocês sempre serão meus melhores
amigos. Às minhas cunhadas, Juliana e Sabrina, que são um exemplo para mim. Com
certeza essa conquista é dedicada com muito amor a vocês, minha família.

Ao meu melhor amigo e colega de TCC Wellington, que esteve comigo em


todos os momentos da graduação, que se tornou um irmão e do qual desejo todo o
sucesso do mundo. Obrigada por tudo, espero que nossa amizade seja duradoura e
que nossos caminhos profissionais se cruzem.

Agradeço ao professor Fábio Krueger da Silva, pelos ensinamentos durante


a graduação e orientação no TCC. À coordenadora do curso Maurília, aos
professores, técnicos e bolsistas do IFSC envolvidos de alguma maneira para
realização desse trabalho. A banca examinadora, professora Fernanda e professor
João, por contemplar o trabalho.

Ao Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL pelo auxílio na realização


dos ensaios, principalmente à técnica Franciely e ao professor César pela disposição,
atenção e ensinamentos.

Aos meus colegas de graduação que se tornaram meus amigos,


principalmente o Gabriel Petry, Vitória, Fernanda, Bartira, Carina, entre outros. Juntos
superamos vários obstáculos, rimos, estudamos, nos decepcionamos e realizamos
sonhos.

Aos meus tios e primos; meus amigos que cultivei durante a vida; todos
que, de alguma maneira, contribuíram. Obrigada por torcerem por mim e por me
apoiarem.

Patricia Odozynski da Silva


Minha energia é o desafio,
Minha motivação é o impossível,
E é por isso que eu preciso
ser, à força e a esmo, inabalável.
Augusto Branco
RESUMO

Esta pesquisa apresenta uma caracterização geotécnica de um solo


residual de granito da cidade de Biguaçu – Santa Catarina, através da análise dos
resultados de ensaios laboratoriais, para ser utilizado no dimensionamento de
pavimentos semirrígidos com bases de solo-cimento a teores de 3 e 7% de
incorporação. Buscou-se o comparativo dos métodos de dimensionamento do DNER
e da Resiliência na investigação das camadas do pavimento, conjecturando bases de
solo-cimento e de um material comparativo arbitrado como BGS, a partir da análise
de custos dos serviços de construção das camadas do SICRO, elaboradas pelo DNIT.
Foi executada uma campanha de ensaios de caracterização, permeando a descrição
física através de ensaios de granulometria, densidade real dos grãos, limites de
liquidez e plasticidade, compactação e teor de matéria orgânica. A caracterização
mecânica embasou-se a partir de ensaios de compressão simples, compressão
diametral, expansão, determinação do CBR e cisalhamento direto. O solo residual de
granito foi classificado como uma areia siltosa, desuniforme e mal graduada. No
ensaio de compactação foi possível perceber a influência do cimento na determinação
da umidade ótima característica. Os ensaios de compressão simples e diametral
apresentaram a influência do cimento nas resistências finais, com comportamentos
adversos da deformação axial quando analisados teores e tempos de cura
diferenciados. O estudo do CBR expôs o crescimento linear da resistência com a
incorporação de cimento. Por fim, os ensaios de cisalhamento direto mostraram a
influência das condições de inundação sobre os parâmetros de resistência do
material. Os dimensionamentos e as análises de custos resultaram na conclusão de
que o pavimento mais econômico é o dimensionado a partir do método do DNER, com
base de solo-cimento e uso de reforço de subleito. Os resultados da pesquisa
permitiram um melhor entendimento do comportamento desse solo e sugerem-se
novas correlações entre os ensaios laboratoriais, métodos de dimensionamento e
análises econômica, buscando a avaliação dos parâmetros geotécnicos e construtivos
de solos residuais areno-siltosos de granito do município de Biguaçu/SC.

Palavras-chave: Solo Residual de Granito; Ensaios de Laboratório; Análise


Geotécnica; Dimensionamento de Pavimentos Semirrígidos; Análise Econômica de
Pavimentos.
ABSTRACT

This research presents a geotechnical characterization of a residual granite


soil of Biguaçu city - Santa Catarina, we have analized the results of laboratory tests
to be used in the design of semi-rigid pavements with soil-cement bases at levels of 3
and 7% of incorporation. We compared based on a comparative of the DNER and
Resilience design methods in the investigation of pavement layers, conjecturing soil-
cement bases and a comparative material arbitrated as BGS, from the cost analysis of
the construction services of the SICRO layers, elaborated by DNIT. A characterization
test campaign was performed, permeating the physical description through
granulometry tests, real grain density, limits of liquidity and plasticity, compaction and
organic matter content. The mechanical characterization was based on tests of simple
compression, diametral compression, expansion, CBR determination and direct shear.
The residual granite soil was classified as a silty sand, uneven and poorly graded. In
the compaction test it was possible to perceive the influence of the cement in the
determination of the characteristic optimum moisture. The tests of simple and
diametrical compression presented the influence of the cement in the final resistances,
with adverse behavior of the axial deformation when different contents and cure times
were analyzed. The CBR study exposed the linear growth of resistance with cement
incorporation. Finally, the direct shear tests showed the influence of the flood
conditions on the resistance parameters of the material. Sizing and cost analysis have
resulted in the conclusion that the most economical floor is sizing based on the DNER
method, based on soil-cement and use of subgrade reinforcement. The results of the
research allowed a better understanding of soil behavior and suggested new
correlations between laboratory tests, sizing methods and economic analyzes, seeking
to evaluate the geotechnical and constructive parameters of residual sand-silt granite
soils of the municipality of Biguaçu city/SC.

Keywords: Granite Residual Soil; Laboratory Tests; Geotechnical Analysis;


Dimensioning of Semi-rigid Floors; Economic Analysis of Pavements.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1: ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA. ..................................................................... 48


FIGURA 2.1: PROCESSO DE FORMAÇÃO DE SOLOS RESIDUAIS E SEDIMENTARES. ............... 57
FIGURA 2.2: LOCAL DE SOLOS TRANSPORTADOS. ........................................................... 58
FIGURA 2.3: DIFERENTES FASES DE UM ELEMENTO DO SOLO. .......................................... 59
FIGURA 2.4: REPRESENTAÇÃO DOS ESTADOS FÍSICOS DOS SOLOS. .................................. 61
FIGURA 2.5: ESQUEMA DE SOLO COM: A) BAIXO TEOR DE CIMENTO; B) ALTO TEOR DE
CIMENTO. .............................................................................................................. 72

FIGURA 2.6: USO DE SOLO-CIMENTO COMO MATERIAL DE BASE PARA PAVIMENTOS


RODOVIÁRIOS. ....................................................................................................... 77

FIGURA 2.7: TEOR DE CIMENTO EM MASSA INDICADO, PARA SOLOS COM 100% DO MATERIAL
PASSANTE NA PENEIRA DE 4,8MM. .......................................................................... 81
FIGURA 2.8: TEOR DE CIMENTO EM MASSA INDICADO, PARA SOLOS COM 45% DO MATERIAL
RETIDO NA PENEIRA DE 4,8MM. ............................................................................... 81

FIGURA 2.9: ÁBACO DE TRANSFORMAÇÃO DO TEOR DE CIMENTO EM MASSA EM TEOR DE


CIMENTO EM VOLUME (%)...................................................................................... 82
FIGURA 2.10: ESQUEMA DE SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO.................................... 84
FIGURA 2.11: PAVIMENTO DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND (PAVIMENTO RÍGIDO). .... 85
FIGURA 2.12: PAVIMENTO ASFÁLTICO (PAVIMENTO FLEXÍVEL). ......................................... 85
FIGURA 2.13: PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS RESIDUAIS EM FUNÇÃO DA CARTA DE
ATIVIDADE E PLASTICIDADE. .................................................................................... 89

FIGURA 2.14: DIAGRAMA DE PRESSÕES APLICADAS NO SUBLEITO. ................................... 91


FIGURA 2.15: ESQUEMA DE SONDAGEM PARA PROSPECÇÃO DE MATERIAIS. .................... 101
FIGURA 2.16: SIMBOLOGIA ADOTADA EM RELAÇÃO ÀS CAMADAS DO PAVIMENTO. ............. 109
FIGURA 2.17: APARELHO DE DISPERSÃO COM HÉLICES METÁLICAS SUBSTITUÍVEIS E COPO
MUNIDO DE CHICANAS METÁLICAS. ........................................................................ 120

FIGURA 2.18: APARELHO DE DISPERSÃO COM HÉLICES METÁLICAS SUBSTITUÍVEIS E COPO


MUNIDO DE CHICANAS METÁLICAS. ........................................................................ 122

FIGURA 2.19: APARELHO DE CASAGRANDE. ................................................................. 123


FIGURA 2.20: APARELHO DE CASAGRANDE VISTO EM PLANTA (ESQUERDA) E SEÇÕES
ESQUEMÁTICAS DA CONCHA (DIREITA). .................................................................. 124

FIGURA 2.21: EXECUÇÃO DO CILINDRO DE SOLO NA PLACA DE VIDRO ESMERILHADA. ....... 125
FIGURA 2.22: CILINDRO DE PROCTOR (PEQUENO)........................................................ 126
FIGURA 2.23: SOQUETE (PEQUENO). .......................................................................... 126
FIGURA 2.24: IMAGEM ESQUEMÁTICA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES. .................. 130
FIGURA 2.25: EXEMPLO DO DISPOSITIVO AUXILIAR QUE FACILITA O POSICIONAMENTO DO
CORPO DE PROVA NA MÁQUINA DE ENSAIO. ........................................................... 132
FIGURA 2.26: DETALHE DO EQUIPAMENTO PARA REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE COMPRESSÃO
DIAMETRAL. ........................................................................................................ 132

FIGURA 2.27: IMAGEM ESQUEMÁTICA DO APARATO DO ENSAIO CBR. ............................. 134


FIGURA 2.28: IMAGEM ESQUEMÁTICA DO APARATO PARA ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO.
......................................................................................................................... 136
FIGURA 2.29: CONFIGURAÇÕES TÍPICAS DE SEÇÕES TRANSVERSAIS EM RODOVIAS. ........ 137
FIGURA 2.30: ESQUEMA DE UMA TERRAPLENAGEM....................................................... 138
FIGURA 3.1: LOCALIZAÇÃO DA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO. ......................................... 157
FIGURA 3.2: DISTRIBUIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA MÉDIA MENSAL. .............. 158
FIGURA 3.3: VISTA AÉREA DA ÁREA DE PESQUISA, DESTACANDO O RIO BIGUAÇU. ........... 159
FIGURA 3.4: VISTA LONGITUDINAL DA ÁREA DE PESQUISA. ............................................ 159
FIGURA 3.5: TRECHO A SER PERCORRIDO DE UM LOCAL PAVIMENTADO, PASSANDO POR UM
TRECHO DE LEITO NATURAL ATÉ ALCANÇAR O PONTO DA COLETA DAS AMOSTRAS

DEFORMADAS. .................................................................................................... 160

FIGURA 3.6: REPRESENTAÇÃO DA BACIA DO RIO BIGUAÇU. .......................................... 161


FIGURA 3.7: MAPA GEOLÓGICO DESTACANDO A ÁREA DE ESTUDO COM O PONTO DE
AMOSTRAGEM. .................................................................................................... 162

FIGURA 3.8: MAPA PEDOLÓGICO DESTACANDO A ÁREA DE ESTUDO COM O PONTO DE


AMOSTRAGEM. .................................................................................................... 164

FIGURA 3.9: TALUDE ESTUDADO PELOS AUTORES DA PESQUISA. ................................... 165


FIGURA 3.10: REPRESENTAÇÃO DO TALUDE ESTUDADO, COM DESTAQUE PARA A REGIÃO
ONDE FORAM RETIRADAS AS AMOSTRAS DEFORMADAS. .......................................... 166

FIGURA 3.11: ALTERAÇÕES CRONOLÓGICAS DA REGIÃO ONDE LOCALIZA-SE O TALUDE DA


PESQUISA. .......................................................................................................... 167

FIGURA 4.1: FLUXOGRAMA DAS ETAPAS DA PESQUISA. ................................................. 171


FIGURA 4.2: OBSERVÂNCIA DA OCORRÊNCIA DE GRANITO E VEIOS DE UM MATERIAL
ARGILOSO. ......................................................................................................... 172
FIGURA 4.3: ESQUEMA ILUSTRATIVO DO TALUDE ESTUDADO, COM DESTAQUE PARA O PONTO
DE COLETA DAS AMOSTRAS DEFORMADAS, DA DEMARCAÇÃO DE COTAS DE CORTE E

POSSÍVEL ESCORREGAMENTO CARACTERIZADO À DIREITA. ...................................... 173

FIGURA 4.4: ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO EM AMBIENTE CONTROLADO. ............................ 175


FIGURA 4.5: A) PREPARAÇÃO DA MISTURA “SOLO + ÁGUA” PARA DETERMINAÇÃO DA
DENSIDADE REAL DOS GRÃOS; B) PICNÔMETRO SENDO COMPLETADO COM ÁGUA PARA

ANDAMENTO DO ENSAIO; C) USO DA BOMBA DE VÁCUO NO PICNÔMETRO PARA

DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE REAL DOS GRÃOS. .................................................. 177

FIGURA 4.6: PREPARAÇÃO DA AMOSTRA E DOS EQUIPAMENTOS PARA REALIZAÇÃO DO


ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ. ................................................ 179

FIGURA 4.7: PREPARAÇÃO DA AMOSTRA E DOS EQUIPAMENTOS PARA REALIZAÇÃO DO


ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE. ......................................... 180

FIGURA 4.8: FINALIZAÇÃO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE, COM


ÊNFASE PARA A FRAGMENTAÇÃO NA PARTE CENTRAL DO CORPO DE PROVA. ............. 180

FIGURA 4.9: ETAPA DE COMPACTAÇÃO, COM A MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA NO


CILINDRO PROCTOR PEQUENO, UTILIZANDO O SOQUETE PEQUENO. .......................... 182

FIGURA 4.10: PRÉVIA DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA, ENFATIZANDO


O CADINHO DE PORCELANA COM O MATERIAL UTILIZADO NO ENSAIO. ........................ 183
FIGURA 4.11: CILINDRO PADRÃO UTILIZADO COMO REFERÊNCIA PARA A MARCAÇÃO DAS
CAMADAS E TAMBÉM PARA COMPACTAÇÃO. ............................................................ 185

FIGURA 4.12: A) PRENSA EMIC UTILIZADA PARA O ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES, COM
O CARREGAMENTO DO CORPO DE PROVA SENDO EXECUTADO; B) CARREGAMENTO DE

UM CORPO DE PROVA SENDO EXECUTADO NO ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES. ..... 187

FIGURA 4.13: EXEMPLOS DE CORPOS DE PROVA ROMPIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO


SIMPLES. ............................................................................................................ 187
FIGURA 4.14: MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA PARA O ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES
(MOLDAGEM NO CILINDRO PROCTOR PEQUENO, COM POSTERIOR DIVISÃO NO CENTRO DO
CORPO DE PROVA E REGULARIZAÇÃO DAS SUPERFÍCIES). ........................................ 188

FIGURA 4.15: A) USO DAS CHAPAS DE AGLOMERADO E POSICIONAMENTO DO CORPO DE


PROVA NO SISTEMA; B) CORPOS DE PROVA APÓS O ROMPIMENTO NA PRENSA EMIC. 189

FIGURA 4.16: EQUIPAMENTO DISPONÍVEL NO LABORATÓRIO DE ENGENHARIA CIVIL DA


UNISUL, COM UM DOS ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DO ISC EM ANDAMENTO. .......... 192
FIGURA 4.17: CRAVAÇÃO DO MOLDE QUADRADO NO CILINDRO PROCTOR GRANDE MOLDADO,
COM SUA POSTERIOR RETIRADA PARA A ETAPA DE CONSOLIDAÇÃO. ......................... 193
FIGURA 4.18: EQUIPAMENTO UTILIZADO NO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO, COM A ETAPA
DE CONSOLIDAÇÃO DA AMOSTRA DE UM DOS ENSAIOS EM ANDAMENTO. ................... 194

FIGURA 4.19: SIMBOLOGIA ADOTADA EM RELAÇÃO ÀS CAMADAS DO PAVIMENTO. ............ 199


FIGURA 4.20: MÉTODO DE PROJETO DE PAVIMENTO SEMIRRÍGIDO. ................................ 203
FIGURA 4.21: ESQUEMA DO PERFIL TRANSVERSAL DE PROJETO ADOTADO PARA A
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISES DA PESQUISA. ................................. 205

FIGURA 5.1: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE SOLO-CIMENTO COM 7% DE


INCORPORAÇÃO, SEM REFORÇO DE SUBLEITO. ....................................................... 270

FIGURA 5.2: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE SOLO-CIMENTO COM 7% DE


INCORPORAÇÃO, COM REFORÇO DE SUBLEITO. ...................................................... 274

FIGURA 5.3: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE BRITA GRADUADA, SEM


REFORÇO DE SUBLEITO........................................................................................ 277

FIGURA 5.4: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE BRITA GRADUADA, COM


REFORÇO DE SUBLEITO........................................................................................ 280

FIGURA 5.5: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE SOLO-CIMENTO COM 7% DE


INCORPORAÇÃO. ................................................................................................. 288

FIGURA 5.6: SEÇÃO TRANSVERSAL DO PAVIMENTO – BASE DE BRITA GRADUADA SIMPLES.294


LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 2.1: MATRIZ DE TRANSPORTES DO BRASIL....................................................... 54


GRÁFICO 2.2: DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE UMA AREIA SILTO-ARGILOSA. ............. 60
GRÁFICO 2.3: CURVA DE DEFORMAÇÃO DAS FASES ELÁSTICA E PLÁSTICA. ........................ 63
GRÁFICO 2.4: CURVA DE DENSIDADE SECA X TEOR DE ÁGUA. ......................................... 67
GRÁFICO 2.5: SOBRECARGA POR EIXO X REDUÇÃO DA VIDA ÚTIL. .................................... 91
GRÁFICO 2.6: DETERMINAÇÃO DE ESPESSURAS DO PAVIMENTO. .................................... 110
GRÁFICO 4.1: CURVA DE AFERIÇÃO DO DENSÍMETRO CONFORME TEMPERATURA DA ÁGUA
MAIS HEXAMETAFOSFATO. .................................................................................... 176

GRÁFICO 4.2: CURVAS DE VARIAÇÃO DA ALTURA DE QUEDA DAS PARTÍCULAS EM FUNÇÃO DA


LEITURA DO DENSÍMETRO. .................................................................................... 176

GRÁFICO 5.1: CURVA GRANULOMÉTRICA FINAL DO SOLO NATURAL. ................................ 216


GRÁFICO 5.2: RESULTADOS DO ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ DO SOLOS. .................... 221
GRÁFICO 5.3: CURVA DE COMPACTAÇÃO FINAL DA AMOSTRA DE SOLO NATURAL. .......... 230
GRÁFICO 5.4: CURVA DE COMPACTAÇÃO FINAL DA AMOSTRA COM INCORPORAÇÃO DE 3%
DE CIMENTO EM MASSA. ....................................................................................... 231

GRÁFICO 5.5: CURVA DE COMPACTAÇÃO FINAL DA AMOSTRA COM INCORPORAÇÃO DE 7%


DE CIMENTO EM MASSA. ....................................................................................... 232

GRÁFICO 5.6: CORRELAÇÃO DAS TRÊS CURVAS DE COMPACTAÇÃO GERADAS NOS ENSAIOS.
.......................................................................................................................... 233
GRÁFICO 5.7: CURVAS DE COMPACTAÇÃO OBTIDAS NOS TRABALHOS DE DIAS (2012A).... 234
GRÁFICO 5.8: RESULTADOS DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES PARA O
SOLO NATURAL. ................................................................................................... 237

GRÁFICO 5.9 RESULTADOS DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES PARA O


SOLO INCORPORADO COM 3% DE CIMENTO, AOS 7 DIAS DE CURA. ........................... 238
GRÁFICO 5.10: RESULTADOS DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES PARA O
SOLO INCORPORADO COM 7% DE CIMENTO, AOS 7 DIAS DE CURA. ........................... 239
GRÁFICO 5.11: RESULTADOS DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES PARA O
SOLO INCORPORADO COM 3% DE CIMENTO, AOS 28 DIAS DE CURA. ......................... 239
GRÁFICO 5.12: RESULTADOS DO ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES PARA O
SOLO INCORPORADO COM 7% DE CIMENTO, AOS 28 DIAS DE CURA. ......................... 240
GRÁFICO 5.13: RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES, COM
O COMPARATIVO ENTRE OS TEORES INCORPORADOS COM 7 DIAS DE CURA. ............. 241
GRÁFICO 5.14: RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO SIMPLES, COM
O COMPARATIVO ENTRE OS TEORES INCORPORADOS COM 28 DIAS DE CURA. ........... 242
GRÁFICO 5.15: RESISTÊNCIAS MÁXIMAS OBTIDAS PARA CADA MISTURA DE SOLO-CIMENTO
DOS DIFERENTES TRABALHOS APRESENTADOS. ..................................................... 247
GRÁFICO 5.16: COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS DE COMPRESSÃO SIMPLES E
COMPRESSÃO DIAMETRAL (TRAÇÃO). .................................................................... 250

GRÁFICO 5.17: CURVAS OBTIDAS A PARTIR DOS ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR


PARA O SOLO NATURAL, SOLO COM 3% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO E SOLO COM 7%

DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO. .......................................................................... 252

GRÁFICO 5.18: CBR DO SOLO NATURAL E SOLO COM TEORES DE 3% E 7% DE


INCORPORAÇÃO. ................................................................................................. 254

GRÁFICO 5.19: CBR DO SOLO NATURAL E SOLO COM TEORES 3%, 5% E 7% DE


INCORPORAÇÃO, DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS POR CHRUSCIAK E MATOS

(2016). .............................................................................................................. 255


GRÁFICO 5.20: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X TENSÃO CISALHANTE
(KN/M²) DA AMOSTRA DE SOLO NATURAL NO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO. ..... 256
GRÁFICO 5.21: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X DEFORMAÇÃO VERTICAL
(%) DA AMOSTRA DE SOLO NATURAL NO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO. ........... 256
GRÁFICO 5.22: ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOUMB PARA A AMOSTRA NATURAL NA
CONDIÇÃO INUNDADA. ......................................................................................... 257
GRÁFICO 5.23: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X TENSÃO CISALHANTE
(KN/M²) DA AMOSTRA DE SOLO COM 3% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO, NO ENSAIO DE
CISALHAMENTO DIRETO. ...................................................................................... 258
GRÁFICO 5.24: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X DEFORMAÇÃO VERTICAL
(%) DA AMOSTRA DE SOLO COM 3% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO, NO ENSAIO DE
CISALHAMENTO DIRETO. ...................................................................................... 259
GRÁFICO 5.25: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X TENSÃO CISALHANTE
(KN/M²) DA AMOSTRA DE SOLO COM 7% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO, NO ENSAIO DE
CISALHAMENTO DIRETO. ...................................................................................... 259
GRÁFICO 5.26: RESULTADO DA DEFORMAÇÃO HORIZONTAL (%) X DEFORMAÇÃO VERTICAL
(%) DA AMOSTRA DE SOLO COM 7% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO, NO ENSAIO DE
CISALHAMENTO DIRETO. ...................................................................................... 260
GRÁFICO 5.27: ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOUMB PARA A AMOSTRA COM 3% DE
INCORPORAÇÃO DE CIMENTO NA CONDIÇÃO INUNDADA............................................ 261

GRÁFICO 5.28: ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOUMB PARA A AMOSTRA COM 7% DE


INCORPORAÇÃO DE CIMENTO NA CONDIÇÃO INUNDADA............................................ 261

GRÁFICO 5.29: ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOUMB PARA A AMOSTRA COM 7% DE


INCORPORAÇÃO DE CIMENTO NA CONDIÇÃO INUNDADA, EXCLUINDO-SE O ESTÁGIO 1 DE

ENSAIO. .............................................................................................................. 262

GRÁFICO 5.30: ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE A COESÃO (KN/M²) VESUS TEOR DE


CIMENTO (%). ..................................................................................................... 263
GRÁFICO 5.31: CURVA GRANULOMÉTRICA PARA DETERMINAÇÃO DOS VALORES P1 E P2. 282
LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1: DECOMPOSIÇÃO DE ROCHAS. ..................................................................... 56


TABELA 2.2: PERCENTUAL DOS COMPONENTES PRESENTES NO CIMENTO PORTLAND......... 72
TABELA 2.3: FATORES QUE AFETAM O COMPORTAMENTO DAS MISTURAS DE SOLO-CIMENTO.
............................................................................................................................ 76
TABELA 2.4: TEOR DE CIMENTO SUGERIDO PARA O ENSAIO DE COMPACTAÇÃO DO SOLO-
CIMENTO ............................................................................................................... 80

TABELA 2.5: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS (TRANSPORTATION RESEARCH BOARD). ............ 87


TABELA 2.6: CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PELO SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DE
SOLOS (SUCS). ................................................................................................... 88
TABELA 2.7: PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS RESIDUAIS EM FUNÇÃO DA CARTA DE
ATIVIDADE E PLASTICIDADE. .................................................................................... 90

TABELA 2.8: CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS E PARÂMETROS DE TRÁFEGO EM FUNÇÃO DO NÚMERO


“N” A PARTIR DO USACE. ...................................................................................... 95
TABELA 2.9: TABELA 2 COM OS VALORES “T” PARA DETERMINAÇÃO DO CBR DE PROJETO.
.......................................................................................................................... 102
TABELA 2.10: APRESENTAÇÃO DA GRANULOMETRIA PARA BASE GRANULAR. ................... 106
TABELA 2.11: REPRESENTAÇÃO DOS COEFICIENTES DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL (K).
.......................................................................................................................... 107
TABELA 2.12: ESPESSURA MÍNIMA DE REVESTIMENTO BETUMINOSO. .............................. 108
TABELA 2.13: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS FINOS QUANTO À RESILIÊNCIA. ...................... 113
TABELA 2.14: VALOR ESTRUTURAL DA CAMADA BETUMINOSA......................................... 115
TABELA 2.15: CARACTERÍSTICAS INERENTES A CADA TIPO DE ENERGIA. ......................... 127
TABELA 2.16: VELOCIDADES MÉDIAS MÁXIMAS DOS EQUIPAMENTOS NA TERRAPLENAGEM.
.......................................................................................................................... 143
TABELA 2.17: VELOCIDADES MÉDIAS PARA O TRANSPORTE DE INSUMOS. ........................ 144
TABELA 2.18: VELOCIDADE MÉDIA DE IDA DOS CAMINHÕES CARREGADOS NOS SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM. ............................................................................................... 145
TABELA 2.19: VELOCIDADE MÉDIA DE RETORNO DOS CAMINHÕES VAZIOS NOS SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM. ............................................................................................... 145
TABELA 2.20: FATORES DE CARGA, EFICIÊNCIA E CONVERSÃO ADOTADOS NOS SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM. ............................................................................................... 146
TABELA 2.21: TEMPOS FIXOS (CARGA, MANOBRAS E DESCARGA) NAS OPERAÇÕES DE
TRANSPORTE. ..................................................................................................... 147

TABELA 2.22: MASSAS ESPECÍFICAS REFERENCIAIS DOS SOLOS E AGREGADOS. ............. 152
TABELA 2.23: MASSAS ESPECÍFICAS REFERENCIAIS DAS MISTURAS DE MATERIAIS........... 153
TABELA 2.24: MASSAS ESPECÍFICAS REFERENCIAIS DOS MATERIAIS MAIS REPRESENTATIVOS.
......................................................................................................................... 154
TABELA 3.1: COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE BIGUAÇU. ......................... 158
TABELA 4.1: QUADRO-RESUMO DOS ENSAIOS DE LABORATÓRIO REALIZADOS. ................ 174
TABELA 4.2: DETERMINAÇÃO DA QUANTIDADE DE MATERIAL EM CADA CAMADA NA MOLDAGEM
DOS CORPOS DE PROVA PARA O ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES. ........................ 186

TABELA 4.3: DETERMINAÇÃO DO TEMPO EM FUNÇÃO DA PENETRAÇÃO NO ENSAIO PARA


REALIZAÇÃO DA LEITURA DOS PARÂMETROS NECESSÁRIOS. .................................... 192

TABELA 4.4: GRANULOMETRIA PARA BASE GRANULAR. ................................................. 197


TABELA 4.5: CARACTERÍSTICAS DO SOLO PARA BASE DE SOLO-CIMENTO. ....................... 197
TABELA 4.6: COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL (K). ..................................... 198
TABELA 4.7: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS FINOS QUANTO À RESILIÊNCIA. ........................ 200
TABELA 4.8: VALORES ESTRUTURAIS DA CAMADA BETUMINOSA. .................................... 202
TABELA 4.9: ORÇAMENTO ANALÍTICO DO SERVIÇO DE CONCRETO ASFÁLTICO – FAIXA A –
AREIA E BRITA COMERCIAIS, MEDIDO EM TONELADAS. ............................................. 209

TABELA 4.10: RESUMO DOS SERVIÇOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DE CUSTOS PARA A


CONSTRUÇÃO DOS PERFIS TRANSVERSAIS DOS PAVIMENTOS PROPOSTOS................ 211

TABELA 4.11: APRESENTAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE DE ACORDO COM AS “DMT’S”


APRESENTADAS NOS SERVIÇOS A SEREM UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DO PERFIL

TRANSVERSAL DO PAVIMENTO. ............................................................................. 211

TABELA 5.1: RESULTADOS DO PENEIRAMENTO, CONSIDERANDO A FRAÇÃO GROSSA E A


FRAÇÃO FINA. ..................................................................................................... 214

TABELA 5.2: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DA AMOSTRA UTILIZADA NA ANÁLISE


GRANULOMÉTRICA. ............................................................................................. 214
TABELA 5.3: DETERMINAÇÃO DA AMOSTRA TOTAL SECA UTILIZADA NA ANÁLISE
GRANULOMÉTRICA. ............................................................................................. 214
TABELA 5.4: RESULTADOS DO ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO. ........................................... 215
TABELA 5.5: VALOR DE CU EM COMPARAÇÃO COM O GRAU DE UNIFORMIDADE. ............... 217
TABELA 5.6: VALOR DE CC EM COMPARAÇÃO COM A GRADUAÇÃO. ................................. 217
TABELA 5.7: FRAÇÕES DO SOLO OBTIDAS COM O ENSAIO DE GRANULOMETRIA ................ 218
TABELA 5.8: COMPARAÇÃO ENTRE A COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE SOLOS RESIDUAIS
DE OUTROS AUTORES. ......................................................................................... 218
TABELA 5.9: VALORES OBTIDOS INICIALMENTE NO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DA MASSA
ESPECÍFICA. ....................................................................................................... 219
TABELA 5.10: VALORES DOS PESOS ESPECÍFICOS DOS GRÃOS (ΔG). ............................. 219
TABELA 5.11: DENSIDADE DOS GRÃOS E ÍNDICE DE VAZIOS TÍPICOS PARA SOLOS RESIDUAIS
BRASILEIROS. ...................................................................................................... 220

TABELA 5.12: RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE


LIQUIDEZ. ........................................................................................................... 221
TABELA 5.13: RESULTADOS OBTIDOS NO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE
PLASTICIDADE. .................................................................................................... 222
TABELA 5.14: CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PLASTICIDADE, DE ACORDO COM ÍNDICE DE
PLASTICIDADE. .................................................................................................... 223
TABELA 5.15: CLASSIFICAÇÃO DO SOLO QUANTO A ATIVIDADE. ...................................... 225
TABELA 5.16: VALORES TÍPICOS DE LIMITES DE PLASTICIDADE E ATIVIDADE DE ALGUNS
MINERAIS DE ARGILA. ........................................................................................... 225

TABELA 5.17: COMPARAÇÃO ENTRE OS ÍNDICES DE ATTERBERG OBTIDOS EM SOLOS


RESIDUAIS DE OUTROS AUTORES. ......................................................................... 226
TABELA 5.18: SOLOS RESIDUAIS DE GRANITO – GNAISSE – QUARTZITO – MICAXISTO – SILITOS
– SILTITOS E ARGILITOS. ....................................................................................... 227
TABELA 5.19: DADOS OBTIDOS COM O ENSAIO DE COMPACTAÇÃO UTILIZANDO A AMOSTRA
NATURAL. ........................................................................................................... 229
TABELA 5.20: RESULTADOS FINAIS DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO REALIZADO NA AMOSTRA
NATURAL. ........................................................................................................... 229
TABELA 5.21: DADOS OBTIDOS COM O ENSAIO DE COMPACTAÇÃO UTILIZANDO A AMOSTRA
COM INCORPORAÇÃO DE 3% DE CIMENTO EM MASSA. ............................................. 230
TABELA 5.22: RESULTADOS FINAIS DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO REALIZADO NA AMOSTRA
COM INCORPORAÇÃO DE 3% DE CIMENTO EM MASSA. ............................................. 231
TABELA 5.23: DADOS OBTIDOS COM O ENSAIO DE COMPACTAÇÃO UTILIZANDO A AMOSTRA
COM INCORPORAÇÃO DE 7% DE CIMENTO EM MASSA. ............................................. 231
TABELA 5.24: RESULTADOS FINAIS DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO REALIZADO NA AMOSTRA
COM INCORPORAÇÃO DE 7% DE CIMENTO EM MASSA. ............................................. 232
TABELA 5.25: RESULTADOS FINAIS DAS UMIDADES ÓTIMAS ENCONTRADAS ATRAVÉS DAS
CURVAS DE COMPACTAÇÃO GERADAS. ................................................................... 232
TABELA 5.26: RESULTADO DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA
DA AMOSTRA DE SOLO PESQUISADA. ..................................................................... 236

TABELA 5.27: RESISTÊNCIAS E DEFORMAÇÕES AXIAIS MÁXIMAS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO


SIMPLES, CONSIDERANDO A AMOSTRA DE SOLO NATURAL. ...................................... 237

TABELA 5.28: RESISTÊNCIAS E DEFORMAÇÕES AXIAIS MÁXIMAS NOS ENSAIO DE


COMPRESSÃO SIMPLES, CONSIDERANDO AS AMOSTRAS COM INCORPORAÇÃO DE 3% E

7% DE CIMENTO, COM CURA DE 7 E 28 DIAS. ......................................................... 240


TABELA 5.29: MÉDIA DAS RESISTÊNCIAS E DEFORMAÇÕES MÁXIMAS DE CADA CONJUNTO DE
PROVETES. ......................................................................................................... 244

TABELA 5.30: RESULTADOS DE MÓDULOS DE ELASTICIDADE NAS MISTURAS COM ARGILA DE


DIAS (2012B). .................................................................................................... 245
TABELA 5.31: RESISTÊNCIAS MÁXIMAS OBTIDAS PARA CADA MISTURA DE SOLO-CIMENTO NOS
DIFERENTES TRABALHOS APRESENTADOS. ............................................................ 246

TABELA 5.32: RESULTADOS DO ENSAIO DE COMPRESSÃO DIAMETRAL NOS TEORES DE


INCORPORAÇÃO DE CIMENTO ESTUDADOS, AOS 28 DIAS DE CURA............................ 248

TABELA 5.33: COMPARATIVO ENTRE AS RESISTÊNCIAS À COMPRESSÃO E TRAÇÃO,


CONSIDERANDO AS AMOSTRAS COM 28 DIAS DE CURA. ........................................... 249

TABELA 5.34: RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO ENSAIO DE EXPANSÃO. ..................... 251


TABELA 5.35: RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR.
......................................................................................................................... 254
TABELA 5.36: RESUMO DOS ÍNDICES FÍSICOS OBTIDOS PARA A AMOSTRA DE SOLO NATURAL.
......................................................................................................................... 257
TABELA 5.37: PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DO CISALHAMENTO DIRETO EM SOLOS
RESIDUAIS OBTIDOS EM OUTRAS PESQUISAS. ......................................................... 258

TABELA 5.38: PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA A PARTIR DO CISALHAMENTO DIRETO,


CONSIDERANDO AS TRÊS AMOSTRAS ESTUDADAS. ................................................. 262
TABELA 5.39: SOLOS RESIDUAIS DE GRANITO – GNAISSE – QUARTZITO – MICAXISTO – FILITOS
– SILTITOS E ARGILOSOS. ..................................................................................... 264
TABELA 5.40: CARACTERÍSTICAS DO SOLO NA EXECUÇÃO DE BASE DE SOLO-CIMENTO. ... 265
TABELA 5.41: RESUMO DAS INFORMAÇÕES PARA DIMENSIONAMENTO DOS PAVIMENTOS. . 265
TABELA 5.42: RESUMO DAS PORCENTAGENS PASSANTES NAS PENEIRAS DE Nº 2½, 4, 40 E
200. .................................................................................................................. 265
TABELA 5.43: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS FINOS QUANTO À RESILIÊNCIA. ...................... 281
TABELA 5.44: DETERMINAÇÃO DAS CONSTANTES RESILIENTES I1 E I2. ............................ 285
TABELA 5.45: VALOR ESTRUTURAL ADMITIDO PARA A CAMADA DE REVESTIMENTO
BETUMINOSO. ...................................................................................................... 286

TABELA 5.46: RESUMO DAS CAMADAS A PARTIR DOS DIMENSIONAMENTOS PELO MÉTODO DO
DNER E PELO MÉTODO DA RESILIÊNCIA. ............................................................... 295
TABELA 5.47: ORÇAMENTO ANALÍTICO DO SERVIÇO DE CONCRETO ASFÁLTICO – FAIXA A –
AREIA E BRITA COMERCIAIS, MEDIDO EM TONELADAS, COM DEFINIÇÃO DOS MOMENTOS

DE TRANSPORTE EM FUNÇÃO DO TIPO DE TRECHO A SER PERCORRIDO PELO VEÍCULO

TRANSPORTADOR. ............................................................................................... 300

TABELA 5.48: RESUMO DOS SERVIÇOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DE CUSTOS PARA A


CONSTRUÇÃO DOS PERFIS TRANSVERSAIS DOS PAVIMENTOS PROPOSTOS,

CONSIDERANDO OS CUSTOS DOS MOMENTOS DE TRANSPORTE. ............................... 302

TABELA 5.49: RESUMO DOS SERVIÇOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DE CUSTOS PARA A


CONSTRUÇÃO DOS PERFIS TRANSVERSAIS DOS PAVIMENTOS PROPOSTOS,

CONSIDERANDO OS CUSTOS DOS MOMENTOS DE TRANSPORTE, COM ATUALIZAÇÃO NO

SERVIÇO DE REVESTIMENTO (CONCRETO ASFÁLTICO). ............................................ 303

TABELA 5.50: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DO DNER - BASE DE


SOLO-CIMENTO COM 7% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO (SEM REFORÇO DE SUBLEITO).

.......................................................................................................................... 304
TABELA 5.51: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DO DNER - BASE DE
SOLO-CIMENTO COM 7% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO (COM REFORÇO DE SUBLEITO).

.......................................................................................................................... 304
TABELA 5.52: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DO DNER - BASE DE
BRITA GRADUADA SIMPLES (SEM REFORÇO DE SUBLEITO). ....................................... 304

TABELA 5.53: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DO DNER - BASE DE


BRITA GRADUADA SIMPLES (COM REFORÇO DE SUBLEITO). ...................................... 305

TABELA 5.54: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DA RESILIÊNCIA -


BASE DE SOLO-CIMENTO COM 7% DE INCORPORAÇÃO DE CIMENTO. ........................ 305
TABELA 5.55: ANÁLISE DE CUSTOS: DIMENSIONAMENTO PELO MÉTODO DA RESILIÊNCIA -
BASE DE BRITA GRADUADA SIMPLES. ..................................................................... 305
TABELA 5.56: COMPARATIVO DOS CUSTOS FINAIS DOS SERVIÇOS EM FUNÇÃO DO MÉTODO E
DO TIPO DE DIMENSIONAMENTO UTILIZADO. ............................................................ 306
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AASHO Association of State Highway Officials


AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials
ABC Curva de Insumos com os Materiais Mais Relevantes
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACI American Concrete Institute
ASTM American Society for Testing and Materials
B Espessura da Camada de Base
BGS Brita Graduada Simples
BNH Banco Nacional de Habitação
BPR Boreau of Public Roads
c Coesão
CA Carregamento Axial
CAP Cimento Asfáltico de Petróleo
CBR Califórnia Bearing Ratio
CBRp Califórnia Bearing Ratio de projeto
CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente
Cc Coeficiente de Curvatura
CD Consolidado Drenado
CEHOP Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas
CENTRAN Central de Excelência em Engenharia de Transportes
CFA Conselho Federal de Administração
CID Consolidado Isotropicamente Drenado
CIF Coas, Insurance and Freight
CIU Consolidado Isotropicamente Não Drenado
cm Centímetro
CNT Confederação Nacional do Transporte
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em
Engenharia
CP Corpo de Prova
cu Resistência ao Cisalhamento Não Drenado
Cu Coeficiente de Uniformidade
CU Consolidado Não Drenado
d Diâmetro
di Distância Individual de Transporte
D Deflexão
Dp Deflexão de Projeto
DEINFRA Departamento Estadual de Infraestrutura
DIN Deutsches Institut für Normung
DINAPAV Dinâmica dos Pavimentos
DMT Distância Média de Transporte
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
e Índice de Vazios
e0 Índice de Vazios Inicial
emáx Índice de Vazios Máximo
EB Módulo de Elasticidade da Camada de Base
EE.UU Estados Unidos
EUA Estados Unidos da América
FA Força Axial
Fc Força de Compressão
FC Fator de Carga
FE Fator de Eixo
FIT Fator de Interferência de Tráfego
FOB Free on Board
FR Fator Climático Regional
FV Fator de Veículo
g Gramas
g/cm³ Gramas por Centímetro Cúbico
h Altura
h20 Espessura da Camada de Sub-base
hn Espessura da Camada de Reforço do Subleito
H20 Espessura Granular para Proteger a Camada com CBR 20% (sub-
base)
HCA Espessura de Concreto Asfáltico
HCB Espessura da Camada Betuminosa
HCG Espessura da Camada Granular
Hm Espessura Granular para Proteger a Camada de Subleito
Hn Espessura Granular para Proteger a Camada de Reforço do Subleito
HPM Espessura de Pré-misturado
HR Espessura de Sub-base ou Reforço de Subleito
HRB Highway Research Board
Ht Espessura Total do Pavimento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFSC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina
IG Índice de Grupo
ILOS Instituto de Logística e Supply Chain
IP Índice de Plasticidade
IPR Instituto de Pesquisas Rodoviárias
ISC Índice de Suporte Califórnia
k Permeabilidade
kg Quilograma
kg/m³ Quilograma por Metro Cúbico
kgf Quilograma-força
kgf/cm² Quilograma-força por Centímetro Quadrado
km Quilômetro
kN Quilonewton
kN/m² Quilonewton por Metro Quadrado
kPa Quilopascal
K Coeficiente de Equivalência Estrutural
K0 Coeficiente de Pressão Lateral de Terra ou Empuxo no Repouso
KB Camada de Base
KR Camada de Revestimento
Kref Camada de Reforço de Subleito
KSB Camada de Sub-base
Kv Coeficiente de Permeabilidade
l Comprimento
LC Limite de Contração
LL Limite de Liquidez
LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Portugal
LP Limite de Plasticidade
m³ Metro Cúbico
m Metro
mi Momento Individual de Transporte
ml Mililitro
mm Milímetro
mm/min Milímetro por Minuto
mV Coeficiente de Variação Volumétrica
M Módulo de Compressão Confinada
MPa Megapascal
n Porosidade
N Número Acumulativo de Repetições
NA Nível de Água
NB Norma Brasileira
NBR Norma Brasileira
NE Nordeste
NL Solo que Não Apresenta Limite de Liquidez (não líquido)
NNE Nor-nordeste
NP Solo que Não Apresenta Limite de Plasticidade (não plástico)
p Pressão
P1 Porcentagem em Peso de Material cujas Partículas Tenham Diâmetro
Inferior a 0,005mm
P2 Porcentagem em Peso de Material cujas Partículas Tenham Diâmetro
Inferior a 0,075mm
Pa Pressão Atmosférica
PA Pré-adensado
PCA Portland Cement Association
PNLT Plano Nacional de Logística e Transporte
PMSP Prefeitura Municipal de São Paulo
PMUQ Pré Misturado Usinado à Quente
PRB Public Road Administration
PSc Complexo Canguço
R Espessura de Revestimento
R² Coeficiente de Regressão Linear
Rf Razão de Atrito
s Segundo
S Porcentagem de Silte
Sd Desvio Padrão
SC Santa Catarina
SICRO Sistema de Custos Referenciais de Obras
Sr Grau de Saturação
SSW Sul-sudoeste
SUCS Sistema Unificado de Classificação dos Solos
SV Coesão Não Drenada
SW Sudoeste
t Toneladas
tf Tonelada-força
tkm Tonelada-quilômetro
T Força de Tração
TAL Talude
TKU Toneladas por Quilômetro Útil
TRB Transportation Research Board
u Pressão Neutra
u0 Poropressão
UD Não Consolidado Drenado
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina
USACE Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos
UU Não Consolidado e Não Drenado
vi Volume Individual de Terraplenagem
VE Valor Estrutural
σc Resistência à Compressão Simples aos 28 Dias de Cura
σR Resistência à Tração Estática por Compressão Diametral
σt Tensão de Tração
σV Tensão de Vertical de Compressão
Φ Ângulo de Atrito
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 41
1.1 Justificativa do estudo .................................................................................. 43
1.2 Objetivos ...................................................................................................... 46
1.2.1 Objetivo geral......................................................................................... 46
1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 46
1.3 Organização da pesquisa ............................................................................. 47
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 51
2.1 Cenário da infraestrutura de transportes no Brasil ....................................... 51
2.2 Panorama dos transportes rodoviários......................................................... 53
2.3 Estudo do solo na constituição de um pavimento ........................................ 55
2.3.1 Solos residuais e sedimentares ............................................................. 56
2.3.2 Caracterização dos solos ...................................................................... 58
2.3.2.1 Distribuição granulométrica ................................................................ 60
2.3.2.2 Limites de consistência ...................................................................... 61
2.4 Estabilização de solos para uso em pavimentos .......................................... 63
2.4.1 Estabilização mecânica ......................................................................... 66
2.4.2 Estabilização física ................................................................................ 67
2.4.3 Estabilização química ............................................................................ 68
2.4.3.1 Solo cimento ....................................................................................... 70
2.5 Pavimento e suas particularidades............................................................... 83
2.5.1 Classificação dos pavimentos................................................................ 83
2.5.2 Classificação dos solos na pavimentação ............................................. 86
2.5.3 Carregamentos ...................................................................................... 90
2.5.4 Estudo de Tráfego ................................................................................. 92
2.6 Projeto e dimensionamento de engenharia rodoviária ................................. 97
2.6.1 Projeto de pavimentação ....................................................................... 97
2.6.1.1 Estudos geotécnicos .......................................................................... 97
2.6.2 Determinação do CBR de projeto ........................................................ 102
2.6.3 Dimensionamento de pavimentos semirrígidos ................................... 103
2.6.3.1 Métodos mecanísticos ...................................................................... 104
2.6.3.2 Métodos empíricos ........................................................................... 104
2.6.3.2.1 Método do DNER ........................................................................ 105
2.6.3.2.2 Método da resiliência .................................................................. 111
2.7 Campanha de ensaios ............................................................................... 117
2.7.1 Ensaios de caracterização física ......................................................... 118
2.7.1.1 Análise granulométrica .................................................................... 119
2.7.1.2 Densidade real dos grãos ................................................................ 121
2.7.1.3 Limites de Atterberg ......................................................................... 122
2.7.1.4 Ensaio de compactação ................................................................... 125
2.7.1.5 Determinação do teor de matéria orgânica ...................................... 128
2.7.2 Ensaios de resistência ........................................................................ 128
2.7.2.1 Ensaio de compressão simples ....................................................... 129
2.7.2.2 Ensaio de compressão diametral ..................................................... 131
2.7.2.3 Ensaio de determinação do ISC ...................................................... 133
2.7.2.4 Ensaio de cisalhamento direto ......................................................... 135
2.8 Otimização dos recursos dentro da obra ................................................... 136
2.8.1 Movimentações de terra ...................................................................... 136
2.8.2 Custos envolvidos nos transportes de materiais ................................. 140
2.8.2.1 Parâmetros adotados na análise de custos ..................................... 144
2.8.2.1.1 Velocidades ................................................................................ 144
2.8.2.1.2 Fatores de correção .................................................................... 145
2.8.2.1.3 Tempos fixos – Carga, manobra e descarga .............................. 146
2.8.2.1.4 Descrição dos serviços a serem utilizados ................................. 149
2.8.2.1.5 Massas específicas dos materiais .............................................. 151
2.8.2.1.6 Critérios de medição ................................................................... 154
3 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO.............................................. 157
3.1 Informações da região ............................................................................... 157
3.2 Geologia e pedologia da região ................................................................. 160
3.3 Dados do talude......................................................................................... 164
4 METODOLOGIA............................................................................................... 169
4.1 Ensaios de laboratório ............................................................................... 172
4.1.1 Ensaios de caracterização física ......................................................... 174
4.1.2 Ensaios de resistência ........................................................................ 183
4.1.3 Dimensionamentos e estudo econômico do transporte ...................... 195
4.1.3.1 Dimensionamentos do pavimento .................................................... 195
4.1.3.2 Elaboração dos perfis transversais .................................................. 205
4.1.3.3 Estudo econômico das soluções ...................................................... 206
5 RESULTADOS E ANÁLISES............................................................................ 213
5.1 Resultados de laboratório .......................................................................... 213
5.1.1 Análise granulométrica ........................................................................ 213
5.1.2 Determinação da massa específica ..................................................... 219
5.1.3 Determinação dos limites de liquidez e limite de plasticidade ............. 220
5.1.4 Ensaio de compactação ...................................................................... 228
5.1.5 Determinação do teor de matéria orgânica por queima à 440 graus
celsius 235
5.1.6 Ensaios de compressão simples ......................................................... 236
5.1.7 Ensaios de compressão diametral ....................................................... 247
5.1.8 Ensaios de determinação do ISC e expansão ..................................... 250
5.1.9 Ensaios de cisalhamento direto ........................................................... 255
5.2 Análise do uso do solo para pavimentação e dimensionamentos do projeto
proposto ............................................................................................................... 264
5.2.1 Dimensionamento pelo método do DNER ........................................... 267
5.2.2 Dimensionamento pelo método da resiliência ..................................... 281
5.2.3 Resumo dos resultados e comparação dos métodos de
dimensionamento ............................................................................................. 294
5.3 Análise dos custos das camadas do pavimento em função do material
utilizado e das distâncias médias de transporte ................................................... 297
6 CONCLUSÕES ................................................................................................. 309
6.1 Caracterização física .................................................................................. 309
6.2 Caracterização mecânica ........................................................................... 310
6.3 Análise do uso do solo para pavimentação e dimensionamentos do projeto
proposto ............................................................................................................... 312
6.4 Análise dos custos das camadas do pavimento em função do material
utilizado e das distâncias médias de transporte ................................................... 313
6.5 Sugestões para trabalhos futuros .............................................................. 314
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 315
41

1 INTRODUÇÃO

Economicamente falando, a infraestrutura de transportes possui grande


relevância no cenário nacional, pois, direta e indiretamente, incentiva investimentos
em diversos setores e promove o melhoramento da qualidade de vida da população
como um todo. Dentro dessa infraestrutura destaca-se a área de pavimentação, que
segundo Jerônimo e Ramires (2017) é o principal elemento desse sistema,
aumentando a qualidade e reduzindo os custos do transporte.

De acordo com Bernucci et. al. (2010), o pavimento rodoviário apresenta


dois tipos básicos de classificação, sendo eles rígidos e flexíveis. Os pavimentos
rígidos, também conhecidos como pavimentos de “concreto-cimento”, apresentam
como revestimento uma placa de concreto de cimento Portland, sendo a espessura
calculada em função da resistência à flexão da placa e das resistências das camadas
subjacentes de solo. Por sua vez, os pavimentos flexíveis, também chamados de
pavimentos asfálticos, apresentam o revestimento composto por mistura de
agregados e ligantes asfálticos.

No entanto, existe ainda uma terceira classificação, que são os pavimentos


semirrígidos. Estes, semelhantes aos pavimentos flexíveis, apresentam uma base
cimentada sob o revestimento betuminoso, diferente de um pavimento reforçado de
concreto asfáltico sobre uma placa de concreto, que já é considerado um pavimento
composto.

Sobre os pavimentos flexíveis, Bernucci et. al. (2010) retrata que estes são
formados por quatro camadas principais: revestimento asfáltico, base, sub-base e
reforço do subleito (quando necessário). Sendo assim, o revestimento asfáltico é,
sobretudo, a camada que resiste diretamente às ações impostas pelo tráfego,
transmitindo-as para as camadas inferiores, de modo a propagar as cargas. Em se
tratando dos pavimentos semirrígidos (ou semi-flexíveis) a base constituinte apresenta
uma mistura de solo-cimento, solo-cal, solo-betume, dentre outras derivações,
conferindo razoável resistência à tração.

Essas camadas inferiores, constituindo a “base” do pavimento rodoviário,


possuem funções importantes dentro da estrutura, das quais Jerônimo e Ramires
42

(2017) destacam a distribuição das tensões advindas das cargas sobre o pavimento,
amenizando-as até a chegada no subleito, tida como a parte mais frágil do conjunto.

Desta forma, Borges e Reis (2017) indicam que é importante levar em


consideração as propriedades dos materiais constituintes das camadas de base e
sub-base para caracterizar seu comportamento, estabelecendo sua relação “Tensão
x Deformação”. Usualmente esses materiais são classificados em materiais
granulares e solos (BORGES; REIS, 2017), que podem ser utilizados na condição
natural ou submetidos a algum tipo de estabilização, com ganhos significativos de
resistência à compressão e tração em relação ao material de origem.

O Brasil apresenta solos com uma vasta diversidade de tipos, formas,


cores, granulometrias, composições químicas e mineralógicas, dentre outras
características. Rissardi, Bertazo e Johann (2017) indicam que, dependendo da região
onde será executada a obra, existe a necessidade de realizar a remoção total ou
parcial do material local, substituído por outro que atenda as exigências do projeto.

No atual contexto busca-se mais a otimização dos recursos disponíveis no


local ou nas imediações como solução para viabilidade econômica e logística dos
empreendimentos. Por meio desta, Rissardi, Bertazo e Johann (2017) apontam que a
estabilização artificial de solos através da adição de substâncias que melhoram suas
propriedades tem sido implantada com sucesso pela engenharia geotécnica. As
principais substâncias utilizadas como ligantes nos solos são o Cimento Portland, Cal,
Pozolanas, Materiais Betuminosos, Resinas e Cinzas Volantes (BUENO, 2011 apud.
RISSARDI; BERTAZO; JOHANN, 2017). No caso em tela buscou-se o estudo da
estabilização química com adição de cimento, propondo a melhoria do solo natural.

Para tanto, avaliar o comportamento das camadas de solo estabilizadas


requer uma série de ensaios específicos em laboratório, dos quais destacam-se:
Ensaios de Granulometria, Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade, Massa
Específica, Compactação, Determinação do Teor de Matéria Orgânica, Compressão
Simples, Compressão Diametral, Determinação do CBR (Índice de Suporte Califórnia)
e Cisalhamento Direto.

Com os resultados laboratoriais é possível obter soluções comparativas


para um determinado projeto de pavimentação, de um pavimento semirrígido, com os
custos de implantação em função das características iniciais da concepção do projeto.
43

Dentre os diversos métodos de dimensionamento destacam-se o método do DNER e


o método da Resiliência, ambos estudados nesta pesquisa a fim de obter-se o
comparativo de eficiência em relação às espessuras de camadas resultantes, bem
como os custos de execução de cada camada e os coeficientes empregados para
cada situação.

Para a análise dos custos é possível utilizar as planilhas de serviço do


SICRO, concebidas pelo DNIT (2017f), estudando o método de transporte em relação
ao equipamento transportador e também ao seu leito de trajeto (natural, revestimento
primário ou pavimentado). Com isso, torna-se viável a avaliação das técnicas em
relação ao emprego de solo natural, encontrado no campo da obra, estabilizado
quimicamente com cimento, ou a utilização de um material externo ao encontrado no
local, proveniente de usina, como o material de brita graduada simples. Ambas as
soluções podem ser competitivas, no entanto, é necessário averiguar questões
econômicas e logísticas, em relação ao local da obra, para obter-se juízes de valor no
emprego de uma técnica ou outra.

Esses conceitos englobam a pirâmide da engenharia, promovendo a


solução mais segura, econômica e ambientalmente correta. Dessa forma, questiona-
se: Qual a influência do método de estabilização química com cimento, em projetos e
orçamentações de pavimentos semirrígidos, quando analisadas técnica e
economicamente as soluções?

1.1 Justificativa do estudo

Em engenharia, os solos e lateritas são considerados materiais de


construção e de sustentação de obras. Em obras rodoviárias são os solos, em geral,
que compõem as camadas de suporte de um pavimento, representadas
essencialmente pelo subleito, sub-base, base e revestimento. Em virtude disso, esses
precisam apresentar propriedades específicas que confiram estabilidade e resistência
mecânica aos esforços e cargas aos quais serão submetidos durante toda a vida útil
do pavimento (AZEVEDO et. al., 1998).

Como mencionado anteriormente, o Brasil apresenta um vasto território


com uma variabilidade muito grande de solos. No entanto, existem situações em que
44

o material encontrado não apresenta as características geotécnicas exigidas,


restando, resumidamente, três opções a serem avaliadas (AZEVÊDO, 2010):

1) A substituição do solo existente por outro, cujo comportamento seja


satisfatório;

2) A estabilização química ou mecânica deste solo;

3) A modificação do dimensionamento do projeto.

Em se tratando da segunda opção, que diz respeito a estabilização química


ou mecânica do solo, possibilita a utilização do material disponível no local da obra, o
que reduz drasticamente o custo do transporte de material de melhor qualidade de
outra jazida e o tempo para execução, acarretando na redução global no momento de
transporte da camada estabilizada.

Com relação a estabilização dos solos existem três métodos específicos


para obtê-la: estabilização mecânica, estabilização física e estabilização química.
Azevêdo (2010) critica que atualmente o método mais utilizado envolve o menor custo
inicial da alternativa implantada, sem pensar no horizonte da vida útil do pavimento ou
custos inerentes a manutenções futuras.

Desta forma, o presente trabalho traz o enfoque na estabilização química


de solos com uso de cimento, sendo uma excelente alternativa pelo fato de poder ser
adicionado a quase todos os tipos de solo, com exceção de argilas muito plásticas e
com percentual maior que 2% de matéria orgânica (SANDRONI; COSOLI, 2010), onde
são necessárias maiores quantidades do estabilizador. A pesquisa em questão busca
analisar seu uso nas camadas de base, observando, para isso, os fatores técnicos
necessários que permeiam os princípios construtivos.

Citam-se alguns trabalhos como o de Goularte e Pedreira (2009), Dias


(2012a), Sartori (2015), Borges e Reis (2017) e Casagrande e Lopes (2017), que
estudaram o comportamento do solo a partir da adição de cimento e garantem a
condição de baixos teores de matéria orgânica, granulometrias e limites de
consistência específicos, além de quantidades recomendadas entre 2 e 15% de
cimento em relação a massa de solo seco, onde menores teores modificam as
propriedades do solo, enquanto maiores quantidades as alteram radicalmente.
45

Na verificação dos projetos e obras em que ocorreram a utilização efetiva


de cimento como estabilizante de solos, nota-se sua boa utilização quando há a
adesão de três fatores importantes, sendo eles:

1) As jazidas de material granular adequado estão situadas a uma grande


distância da rodovia, gerando momentos de transporte elevados,
aumentando os custos finais de implantação do pavimento;

2) Ocorrência essencialmente de material de baixa qualidade próximo à


rodovia;

3) O custo de transporte do cimento para a obra não é elevado, em virtude


de fornecedores próximos e grande produção na região.

Visando ampliar o conhecimento nesta área, este estudo analisou o


comportamento físico e mecânico do solo in natura e do solo estabilizado
quimicamente com cimento, a fim de, ilustrando uma situação hipotética de projeto no
local onde foram retiradas as amostras deformadas de solo, poder comparar a
eficiência desta técnica de estabilização considerando tempo de execução e recursos
desprendidos para implantação da rodovia em relação ao uso de um material externo,
produzido em usina, no caso em tela a BGS – Brita Graduada Simples.

Foppa (2005) aponta que a técnica de solo-cimento usa aproximadamente


90% de material que pode ser obtido no local da obra (solo), necessitando apenas de
10% (cimento) com necessidade de transporte ao local. Somado ao fato de execuções
em locais com larga produção de cimento na região, o custo pode ser essencialmente
reduzido, além de contribuir para a diminuição no consumo de recursos naturais,
quantidade de tráfego, poluição e danos globais para o meio ambiente.

Assim, nesta pesquisa, a busca pela estabilização com cimento a 3 e 7%


é, sobretudo, tentando retratar uma situação de modificação das propriedades do solo
(solo melhorado com cimento a 3%) e alterações mais significativas nas propriedades
do material empregado (solo-cimento a 7%), pois com o aumento das quantidades de
cimento a tendência a durabilidade e capacidade de carga aumenta, no entanto, o
solo fica mais suscetível à retração, por isso, buscam-se menores teores para evitar
uma possível rigidez elevada da camada, atingindo os objetivos iniciais de
dimensionamento de um pavimento semirrígido.
46

Aliado a esse fato, o dimensionamento de pavimentos semirrígidos


proposto utilizando o método de dimensionamento do DNER e o método da
Resiliência pretende confrontar as soluções utilizando base de solo melhorado com
cimento, solo-cimento e base de um material comparativo, no caso, brita graduada
simples, avaliando, a partir disso, a caracterização física e mecânica dos materiais
envolvidos bem como os custos de aquisição de material, equipamentos e despesas
com transporte relativos a uma situação padrão, alcançados através de referências
das tabelas SICRO disponibilizadas pelo DNIT (2017f).

Por fim, a comparação entre os métodos de dimensionamento (DNER e


Resiliência) busca avaliar questões técnicas e econômicas quanto às espessuras
resultantes para as camadas do pavimento. Por meio dos resultados das hipóteses
de cálculo e o uso dos relatórios analíticos de composições de custos do DNIT (2017e)
é possível determinar o custo resultante individual da execução de cada camada do
pavimento, analisando os custos dos momentos de transporte característicos em
função do local geográfico de onde foram extraídas as amostras deformadas de
material.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar quantitativa e qualitativamente um solo estabilizado quimicamente


com cimento em relação à amostra natural, para utilização em projetos de pavimentos
rodoviários, comparando técnica e economicamente soluções de uso de solo natural,
solo com incorporação de cimento e substituição por material externo usinado, em
área de estudo localizada no município de Biguaçu, Santa Catarina.

1.2.2 Objetivos específicos

1) Caracterizar fisicamente o solo analisado na pesquisa através de


ensaios de densidade real dos grãos, granulometria com sedimentação,
limites de consistência, compactação e determinação do teor de matéria
orgânica;
47

2) Analisar as propriedades de resistência e deformabilidade do solo in


natura e as variações produzidas pela incorporação do aditivo
estabilizante através de ensaios de compressão simples, compressão
diametral, expansão, CBR e cisalhamento direto;

3) Comparar os resultados obtidos das propriedades mecânicas entre as


diferentes soluções adotadas nesta pesquisa e também com pesquisas
de outros autores, contribuindo nas avaliações geotécnicas;

4) Propor um projeto de pavimentação de estradas, dimensionado através


do método do DNER e do método da Resiliência, considerando a área
de pesquisa no município de Biguaçu, Santa Catarina, com uso do solo
natural, do solo com aditivo de cimento e de um material transportado
de qualidade compatível com o projeto proposto, no caso em tela, brita
graduada simples;

5) Comparar as diferentes soluções apresentadas, considerando os


ganhos em resistência final das camadas de infraestrutura do pavimento
em função da viabilidade econômica e logística de transporte, através
das referências das tabelas SICRO disponibilizadas pelo DNIT.

1.3 Organização da pesquisa

O presente trabalho está organizado em sete capítulos, conforme


demonstrado na Figura 1.1 e a seguir descrito:
48

Figura 1.1: Organização da pesquisa.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


 O Capítulo 1 apresenta a justificativa da pesquisa, os objetivos gerais e
específicos e a organização da pesquisa;
 O Capítulo 2 descreve a revisão bibliográfica dos temas pertinentes ao
desenvolvimento desta pesquisa;
 O Capítulo 3 trata da caracterização da área de estudo na qual foram
coletadas as amostras necessárias para realização dos ensaios e
determinação dos resultados da presente pesquisa;
 O Capítulo 4 apresenta a metodologia proposta para que os objetivos
gerais e específicos sejam satisfatoriamente atingidos;
 O Capítulo 5 apresenta os resultados dos ensaios laboratoriais
relacionados também com outros trabalhos, além da interpretação dos
resultados, dimensionamento das camadas de pavimento de uma
rodovia proposta e as análises dos custos dos serviços de execução das
camadas deste pavimento.
 O Capítulo 6 apresenta as considerações gerais e finais da pesquisa e
sugestões de trabalhos futuros;
 Por fim, ao final, são mostrados as referências bibliográficas e os
apêndices que embasaram esta pesquisa científica.
51

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cenário da infraestrutura de transportes no Brasil

O transporte realiza importante papel para o desenvolvimento de uma


nação. Menelau (2012) cita que ao se analisar países como Inglaterra e EUA durante
a revolução industrial se observa uma estreita relação entre o desenvolvimento
econômico e a melhoria da infraestrutura de transportes. Ballou (1995 apud. Menelau,
2012) reforça a consequência favorável de investimentos no setor de transportes,
servindo como um catalizador, trazendo competitividade econômica no país e
ampliando a concorrência interna e externa deste.

O cenário atual da infraestrutura de transportes no Brasil é consequência


histórica da ocupação do país. De acordo com Haddad (2016), o apoderamento da
terra aconteceu de forma lenta, iniciando-se pela costa, desenvolvendo-se as maiores
e principais cidades e, consequentemente, a maioria do sistema produtivo nacional.
Com a necessidade de explorar novas terras e, assim, expandir a produção e
exploração de recursos naturais, houve a conexão entre o litoral e o interior do país,
impulsionando a abertura de novos caminhos e desenvolvendo o ramo de transportes.

Mesmo tendo inicialmente o setor ferroviário como o responsável pela


interligação do território nacional, agilizando o acesso às áreas mais distantes com
maior capacidade de carga, Haddad (2016) salienta que o setor rodoviário foi a grande
estrela encarregada pela integração do país, a partir da década de 1950, com o plano
de crescimento rápido do presidente Juscelino Kubitschek, na justificativa de que as
ferrovias eram construídas lentamente e que as rodovias atenderiam o plano,
havendo, então, grande investimento no setor rodoviário. Em seis meses faz-se 500
quilômetros de estrada de terra, levando cerca de três anos para atingir a mesma
quantidade em malha ferroviária (FELÍCIO, 2017).

O panorama da infraestrutura de transportes no país pode ser dividido nos


seguintes setores: aéreo, ferroviário, marítimo, dutoviário e rodoviário. Estes modais
agregam o processo de distribuição de todos os tipos de mercadorias e transporte de
passageiros.
52

De acordo com Torres (2017) o setor de transporte aéreo é considerado o


mais caro e mais rápido de todos os modais, e é utilizado para conduzir passageiros
rapidamente para grandes distâncias, produtos perecíveis, urgentes ou de alto valor
agregado. A dificuldade deste modal é a burocracia e falta de infraestrutura logística,
fazendo com que liberação de mercadorias, por exemplo, atrasem até uma semana.

O setor ferroviário, com a falta de investimento, tornou-se, de maneira


geral, ineficiente, pois apresenta problemas físicos, institucionais e financeiros
(TORRES, 2017). O autor salienta que toda sua estrutura precisa ser melhorada,
recuperada e revisada para que se torne eficaz, visto que, além da falta de
investimentos desde a forte presença do setor rodoviário no país, as malhas
ferroviárias atuais são incompatíveis entre si, pois apresentam diâmetros de tamanhos
diferentes, impedindo a transição entre regiões.

Um dos modais mais importantes para indústria e logística no Brasil,


segundo Cecatto (2003), é o transporte marítimo. O país possui um litoral de
aproximadamente 9200 quilômetros e uma rede hidroviária enorme, dos quais não
são explorados adequadamente. Os portos são os principais exportadores de
mercadoria e a burocracia é o principal gargalo desse setor, que promove a demora
para o descarregamento e filas enormes, consequentemente (TORRES, 2017).
Cecatto (2003) acentua que o investimento necessário para otimizar e modernizar
este sistema é grande e, ainda assim, a movimentação de cargas, por exemplo, não
possuiria a mesma rapidez que outros modais, como ferroviário e rodoviário. Porém,
se esse modal fosse adequado, poderia explorar a vasta malha marítima e
hidrográfica que possui oito bacias com 48 mil quilômetros de rios navegáveis, geraria
milhares de empregos e fomentaria a economia da nação.

O Conselho Federal de Administração (2013) indica que o modal dutoviário


apresenta uma malha de 22 mil quilômetros de extensão e é o meio mais adequado
para transportar produtos líquidos e gasosos, pois agregam baixo custo de transporte,
operacional e de pessoal, de energia e embalagens, não dependem de condições
climáticas, e seu emprego geralmente se dá por força motriz a gravidade. Em
contrapartida, apresenta altos custos de obra para construção, inflexibilidade de rotas
e outras limitações. O Conselho Federal de Administração (2013) ainda cita, através
do Plano Nacional de Logística e Transporte, que o modal é pouco favorecido nos
planos do governo, onde, analisando tais planos, a dutovia evoluirá 5% em um
53

horizonte de 15 a 20 anos a partir de 2007, algo ineficiente, visto que o Brasil é um


grande produtor de petróleo e que tal produto prioriza o uso de transporte dutoviário.

O modal rodoviário possui uma malha de baixa qualidade, apesar de ser o


principal modal do Brasil, sendo responsável por cerca de 60% de tudo que é
transportado em solo nacional (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO, 2013).
Por conter uma extensão continental, o mesmo autor ressalva que o pais necessita
de ações para tentar alcançar o equilíbrio na matriz de transportes, dando maior
participações a outros modais. Desta forma, a malha rodoviária será abordada de
maneira mais específica no decorrer deste trabalho.

2.2 Panorama dos transportes rodoviários

De acordo com Hijjar (2011), o transporte rodoviário é o principal meio para


o deslocamento de pessoas e de cargas dentro do Brasil. O Governo Federal tenta
buscar outros meios para “desafogar” a alta demanda das rodovias, no entanto, estas
ainda são responsáveis por quase 63% do TKU (toneladas por quilômetro útil)
movimentados no país. Calcula-se, segundo o mesmo autor, que em 2008 o
transporte rodoviário movimentou 770 bilhões em TKU, superando o índice registrado
em 2006 em 14%, de acordo com o Instituto ILOS (2010). Desta maneira, o Gráfico
2.1 indica as porcentagens de divisão da matriz de transportes do Brasil.

Em termos de valores, o transporte rodoviário apresenta um dos preços


unitários mais elevados, ficando atrás apenas do aéreo. Por conta desse fato, e
também do grande volume movimentado, este tipo de transporte de cargas apresenta
uma ampla representatividade nos custos. Hijjar (2011) aponta que em 2008 os gastos
com a movimentação de carga pelas rodovias foram de R$ 164,5 bilhões, o que
representa 5,7% do PIB.

Uma das vantagens deste tipo de transporte é que ele alcança


praticamente todos os pontos do país, apesar do péssimo estado de conservação das
rodovias. Outro fator é que exige muito menos burocracia para tráfego se comparado
com o ferroviário e o hidroviário, por exemplo.
54

Gráfico 2.1: Matriz de Transportes do Brasil.

Fonte: Instituto ILOS (2010).

A malha rodoviária do Brasil apresenta algo em torno de 1,6 milhão de


quilômetros de extensão, considerando estradas não pavimentadas e pavimentadas,
com uma densidade de 0,2km/km². As regiões Sul e Sudeste correspondem por mais
da metade das estradas (HIJJAR, 2011).

Em questões de extensões, o Brasil conta com uma das maiores extensões


de rodovias, no entanto, apenas 13% encontram-se pavimentadas. Comparando-se
com a Índia, por exemplo, vemos que, apesar de representar um terço do território
brasileiro, conta com 7 vezes mais rodovias pavimentadas. Os Estados Unidos, que
apresenta características territoriais semelhantes, tem uma malha 20 vezes maior que
o Brasil (HIJJAR, 2011).

Um estudo realizado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte)


aponta que quase 60% do trecho rodoviário avaliado encontra-se em mau estado,
com problemas de geometria da via, sinalização e má conservação (CNT, 2010). Hijjar
(2011) também aponta que os principais problemas ficam por conta do asfalto de má
qualidade, falhas de construção, falta de conservação e o excesso de peso dos
caminhões, este último com grande aspecto negativo.

O excesso de peso representa um dos grandes prejuízos para as rodovias


nacionais. Em 2010 as rodovias federais contavam com 70 postos de pesagem, o que
representa um posto a cada 814km de estada. No ano citado, cerca de dez milhões
55

de caminhões e ônibus passaram por esses postos, sendo nove milhões avaliados
pelas balança e 7% multados por excesso (HIJJAR, 2011).

O estado de conservação das rodovias reflete no custo operacional. Uma


rodovia com excesso de buracos e falhas leva a redução da velocidade dos veículos,
diminuindo o número de viagens possíveis por dia, o que aumenta o custo de cada
viagem, além do maior desgaste dos veículos (HIJJAR, 2011). A CNT (2010) acredita
que o custo operacional da frota nacional poderia ser reduzido em 25% com a
condição de ótimo estado de conservação de todas as rodovias pavimentadas do
Brasil.

2.3 Estudo do solo na constituição de um pavimento

Construir um pavimento exige conhecimentos específicos acerca dos


materiais constituintes da camada desse pavimento, além dos materiais que
constituem o subleito como um todo, retratando a fundação. O estudo dessas
características torna-se importante na previsão das possíveis interferências nos cortes
e aterros, além da construção dos drenos e de acostamentos (SENÇO, 2007).

Dentre todos os materiais que constituem o pavimento o maior destaque


vai para o solo, que causa interferência em todos os estudos. Este pode não ser
eventualmente utilizado em algumas camadas previstas, no entanto, sempre constitui
suporte para a estrutura.

No final do século XIX e início do século XX ocorreu um marco na


movimentação de grandes volumes de terra, adequando-se as necessidades do
homem, com mais cargas assentes sobre os solos de fundações. Senço (2007) indica
que, com a evolução de construção, as grandes obras passaram a ter maiores pesos,
exigindo cada vez mais conhecimento adequado do maciço onde se assentavam.

O DNIT (2006b) indica que solo é um material da crosta terrestre, de


maneira não consolidada, advindos da decomposição geral das rochas pela ação de
agentes de intemperismo, em que suas partículas são desagregáveis pela simples
agitação dentro da água.

Para a engenharia rodoviária, solo é todo tipo de material orgânico ou


inorgânico, inconsolidado ou parcialmente cimentado que pode ser encontrado na
56

superfície da terra. Além disso, “considera-se como solo qualquer material que possa
ser escavado com pá, picareta, escavadeiras, etc., sem necessidade de explosivos”
(DNIT, 2006b, p.17).

Em se tratando da sua origem, o DNIT (2006b) indica que os solos podem


ser divididos em dois grandes grupos: solos residuais e solos transportados.
Caracteriza-se como solo residual aquele em que os produtos da rocha intemperizada
permanecem ainda no local em que se deu a transformação; por sua vez, solo
transportado é quando os produtos de alteração foram transportados para um local
diferente ao da sua transformação, de acordo com um agente qualquer.

2.3.1 Solos residuais e sedimentares

“Os solos residuais são bastante comuns no Brasil, principalmente na


região Centro-Sul, em função do próprio clima” (DNIT, 2006b). Como consideração
geral, todos os tipos de rocha podem formar solos residuais, cuja composição
depende do tipo e da composição mineralógica da rocha que lhe deu origem.

Wesley (2010 apud. Silva, 2015) indica que os solos residuais são
formados diretamente do intemperismo físico e químico de rochas matrizes existentes
abaixo do material. Sendo assim, os processos que esta rocha passa causa a
formação de um material (solo) que permanece no seu local de formação,
preservando parcialmente as ligações originárias da rocha matriz, ou seja, mantém
propriedades específicas do material a que deu origem.

Tabela 2.1: Decomposição de rochas.


Tipo de rocha Composição mineral Tipo de solo Composição
Plagioclásio
Basalto Argiloso (pouca areia) Argila
Piroxênios
Quartzito Quartzo Arenoso Quartzo
Filitos Micas (sericita) Argiloso Argila
Quartzo
Granito Feldspato Areno-argiloso (micáceo) Quartzo e argila (micáceo)
Mica
Calcário Calcita Argila
Fonte: DNIT (2006b).

Como exemplos destacam-se a decomposição de basaltos, formando um


solo típico conhecido como terra-roxa, ou a desintegração de arenitos e quartzitos,
57

formando solos arenosos constituídos de quartzo. A Tabela 2.1, desenvolvida pelo


DNIT (2006b), apresenta alguns exemplos dessas especificações.

Os solos residuais são divididos em maduro e jovem, de acordo com o grau


de decomposição dos minerais envolvidos.

Da mesma forma que os solos residuais, os solos sedimentares também


são formados por processos de deterioração das rochas (Figura 2.1), no entanto, pela
ação de chuvas, rios e ventos, são transportados até regiões mais baixas, onde ficam
depositados, podendo alcançar lagos, curvas de rios ou até levados ao oceano
(SILVA, 2015).

Figura 2.1: Processo de formação de solos residuais e sedimentares.

Fonte: Wesley (2010).

Sendo assim, o transporte desse material promove a destruição das


cimentações, estruturando-se em função do peso próprio. Silva (2015, p.51) indica
que:

Na continuidade, os solos sedimentares sofrerão novas alterações causadas


por movimentações tectônicas, variações do nível de água e outros fatores
associados ao local onde foram depositados, dando origem a novos
processos de formação.

O DNIT (2006) no seu Manual de Pavimentação indica que os solos


transportados formam geralmente depósitos mais fofos e inconsolidados que os
58

residuais, cuja profundidade torna-se variável (Figura 2.2). A tendência é que seja
mais homogêneo que o residual em termos de observância da estratigrafia das
camadas, principalmente se a rocha matriz for homogênea. Um fator que causa
variações laterais e verticais na composição dos solos transportados é a capacidade
do agente transportador. Como exemplo, “um riacho que carregue areia fina e argila
para uma bacia poderá, em períodos de enxurrada, transportar também cascalho,
provocando a presença desses materiais intercalados no depósito” (DNIT, 2006,
p.19).

Figura 2.2: Local de solos transportados.

Fonte: DNIT (2006b).

2.3.2 Caracterização dos solos

Sayão, Sieira e Santos (2009) apresentam os solos como um sistema


multifásico (Figura 2.3), composto de partículas sólidas (minerais) e de vazios,
estando preenchidos com água ou ar. A presença de água nos vazios representa o
grau de saturação do solo, dado de extrema importância para avaliar o
comportamento dos solos em obras de engenharia.

A disposição geométrica e o tipo de ligação entre as partículas também


apresentam papel importante no estudo do comportamento dos solos. Sayão, Sieira
e Santos (2009) ainda indicam que em solos arenosos, por exemplo, ocorre
predominância da força da gravidade. Já em solos argilosos (mais finos) ocorre uma
combinação de forças de atração e repulsão entre as partículas constituintes do solo,
dando origem a estrutura específica.
59

Figura 2.3: Diferentes fases de um elemento do solo.

Fonte: (Sayão, Sieira e Santos, 2009).

A forma de classificação mais simples é em função do tamanho das


partículas (granulometria), estabelecidas pelas normas técnicas como ABNT, DIN
(Instituto Alemão de Normalizações, em português) e ASTM (Sociedade Americana
para Testes e Materiais, em português), por exemplo. Sayão, Sieira e Santos (2009)
definem a subclassificação da seguinte maneira:

 Pedregulhos: partículas com diâmetro entre 2,00mm e 10,00cm, fácil


visualização dos grãos, sem retenção de água por conta da inatividade
da superfície e grandes vazios entre as partículas;

 Areias: partículas com diâmetro entre 0,06mm e 2,00mm, visíveis sem


dificuldade, cuja mistura com água não forma agregados (separados
com certa facilidade);

 Siltes: partículas com diâmetro entre 0,002mm e 0,06mm, passando a


haver retenção de água;

 Argilas: partículas com diâmetro inferior a 0,002mm, formadas por


minerais silicatados, com cadeias unidas por ligações covalentes frágeis,
o que confere facilidade na entrada de moléculas de água. Ocorre
aumento de volume com a absorção de água, recuperando-o quando
esta evapora, o que confere uma capacidade de retenção muito grande
devido a presença de pequenos vazios com grande superfície de
absorção.
60

Salienta-se, de acordo com Sayão, Sieira e Santos (2009), que os solos


são classificados em função das partículas que os constituem e, com muita
frequência, é necessário identificá-los de maneira tátil-visual, sem qualquer auxílio de
equipamentos especiais que possam trazer uma caracterização mais específica,
dependendo da experiência prática do avaliador. Essa forma de avaliação é
preliminar, quando os ensaios laboratoriais não são disponíveis, ou quando se quer
identificar o melhor tipo de ensaio de caracterização, como identificação prévia.

2.3.2.1 Distribuição granulométrica

Como mencionado anteriormente, a diferença básica entre os tipos de solo


está no tamanho das partículas que as compõem. A análise granulométrica retrata a
busca pelo conhecimento da dimensão média das partículas de um determinado tipo
de solo, consistindo em duas etapas principais: peneiramento e sedimentação, ambos
os ensaios normatizados pela NBR 7181/2016 (ABNT, 2016b), que serão mais
especificados ao longo desta revisão de literatura. Como exemplo, o Gráfico 2.2
destaca a distribuição granulométrica para uma Areia Silto-Argilosa.

Gráfico 2.2: Distribuição granulométrica de uma Areia Silto-Argilosa.

Fonte: Sayão, Sieira e Santos (2009).


61

A amostra de solo é submetida a um peneiramento a partir de uma série


padronizada de peneiras. Sayão, Sieira e Santos (2009, p.9) ainda indicam que:

O peso do material que passa em cada peneira é representado graficamente


em função da abertura da peneira. Os solos contendo uma fração fina
(siltosos e argilos, com granulometria inferior a 0,075mm) são tratados de
forma diferenciada através do ensaio de sedimentação.

2.3.2.2 Limites de consistência

Para solos finos, a distribuição granulométrica é insuficiente, pois o


comportamento é distinto em função do teor de umidade. Para tanto, os limites de
Atterberg (ou limites de consistência) definem os teores de umidade do solo em função
das mudanças de estado (SAYÃO; SIEIRA; SANTOS, 2009).

Os índices de estado físico dos solos são divididos em: sólido, semissólido,
plástico e líquido. Quanto maior a taxa de umidade, mais próximo da forma líquida o
solo se apresenta, conforme evidenciado pela Figura 2.4.

A passagem de um estado físico para o outro se dá por meio do ganho ou


perda de umidade. À medida que o solo vai perdendo umidade, este vai adquirindo
características mais próximas de um sólido, assim como ganhando umidade e
adquirindo características mais próximas de um líquido. Na passagem de um estado
físico para o outro existem certos limites de umidade, característicos de cada solo,
que podem ser determinados por meio de ensaios normativos.

Figura 2.4: Representação dos estados físicos dos solos.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Com isso, representa-se que:


62

 LC: Limite de Contração - Umidade característica que o solo apresenta


entre os estados sólido e semissólido;

 LP: Limite de Plasticidade - Umidade característica que o solo apresenta


entre os estados semissólido e plástico;

 LL: Limite de Liquidez - Umidade característica que o solo apresenta


entre os estados plástico e líquido.

No estudo dos solos constata-se que o estado líquido é caracterizado pela


ausência de resistência ao cisalhamento e o solo assume a aparência de um líquido.
Quando o solo começa a perder umidade passa a apresentar o comportamento do
estado plástico, ou seja, deforma-se com variação volumétrica (sem fissurar-se ao ser
trabalhado). Ao perder mais água o material torna-se quebradiço, caracterizando o
estado semissólido. No estado sólido não ocorrem mais variações volumétricas pela
secagem do solo.

Com essas determinações nota-se que se fazem necessários ensaios para


determinar os limites de umidade entre os diferentes estados físicos, com o intuito de
conhecer o comportamento do solo que está sendo caracterizado de acordo com a
umidade empregada, preconizados pelas NBR 6459/2016 (ABNT, 2016c)
(determinação do limite de liquidez) e NBR 7180/2016 (ABNT, 2016d) (determinação
do limite de plasticidade).

Em se tratando da determinação da plasticidade do solo, quando se faz a


caracterização de um solo fino, percebe-se que a granulometria não é suficiente,
principalmente porque as propriedades plásticas dependem do teor de umidade,
forma das partículas e composição química e mineralógica.

A plasticidade é normalmente definida como uma propriedade dos solos,


que consiste na maior ou menor capacidade de serem moldados, sob certa condição
de umidade, sem terem variação de volume. É, categoricamente, uma das mais
importantes propriedades das argilas.

Segundo Alves (2010), o comportamento tensão-deformação evidencia


duas determinações: corpo elástico e corpo plástico. Assim, o mesmo autor apresenta
que é determinado como:
63

 Corpo elástico: quando recupera a forma e o volume primitivos ao cessar


a ação das forças externas que o deformam. Exemplo: Aço doce;

 Corpo plástico: quando não recupera seu estado original ao cessar ação
deformante. Exemplo: Chumbo.

Gráfico 2.3: Curva de deformação das fases elástica e plástica.

Fonte: Dalcin (2007).

O Gráfico 2.3 representa uma curva de deformação das fases elástica e


plástica, para maior representação dos esforços atuantes.

Por fim, o professor Alves (2010) conclui que o solo apresenta


comportamento elastoplástico, que é influenciado pelo teor de umidade a qual está
submetido, sendo o comportamento plástico ou elástico não absoluto, dependendo
diretamente da intensidade das forças aplicadas.

2.4 Estabilização de solos para uso em pavimentos

Pereira (2012) indica que a estabilização de solos é uma técnica utilizada


para aumentar a resistência deste e torná-lo mais durável, resistindo com maior
eficiência aos esforços do tráfego e aos efeitos das intempéries. Ou seja, quando não
é possível a dosagem de frações nas proporções requeridas, recorre-se a
estabilização dos solos, aditando um “ingrediente novo” na mistura, que lhe confere
propriedades específicas. Dentre alguns dos principais estabilizantes, destacam-se:
asfaltos e betumes, cimento Portland, cal e outros produtos químicos e
industrializados.
64

Muitas vezes o material encontrado na região de implantação rodoviária


não apresenta as características adequadas de projeto, portanto, torna-se necessário
o engenheiro geotécnico ter a sua disposição um “leque” de estratégias, com o intuito
de solucionar problemas com relação as especificações do solo. Dentre essas
estratégias, Medina (1987) destaca:

1. Evitar ou contornar o terreno inadequado;

2. Remover o solo inadequado e substituí-lo por outro com melhores


propriedades;

3. Fazer um projeto compatível com o solo ruim;

4. Melhor ou estabilizar o solo existente.

“Estabilizar um solo pode ser entendido como alterar suas propriedades a


fim de melhorar seu desempenho mecânico e de engenharia, usando para obter esta
mudança um processo artificial que pode ser: químico, físico ou físico-químico”
(PEREIRA, 2012, p.29). Objetiva-se, portanto, um material de natureza estável, onde
a exposição a cargas externas ou outras situações de mudança não interfiram na
capacidade que o solo adquiriu em resistir à essas tensões. De tal modo, as alterações
das propriedades de um solo podem ser de natureza mecânica, física e química. O
mesmo autor indica algumas propriedades que são almejadas após a estabilização,
dentre elas pode-se citar:

1. Aumento da resistência e menor sensibilidade à umidade;

2. Diminuição da deformabilidade;

3. Diminuição da permeabilidade.

Andrade (2017) relata que um aditivo estabilizador só ganha utilidade


prática se for suficientemente barato. A interpretação dessa frase torna-se importante
para futuras análises nesta pesquisa, permeando áreas de interesse dos autores. No
entanto, esse conceito de economia tem sentido relativo. Andrade (2017) também
relata que existem situações onde só seja viável economicamente o emprego de
aditivos que sejam produzidos industrialmente em larga escada, como o cimento
Portland, ou outros subprodutos industriais com preços mais baixos. Sendo assim, o
65

custo envolve toda a logística em campo, transporte e trabalhabilidade, que serão


apresentados posteriormente.

Nos trabalhos de Dias (2012a) é retratado que as principais justificativas na


adoção do recurso de estabilização de solos são:

1. Fornecer bases de qualidade para pavimentos quando o recurso aos


materiais normalmente utilizados não é viável economicamente;

2. Permitir a utilização de estradas secundárias e rurais em boas


condições;

3. Permitir a circulação de tráfego militar ou de emergência em


determinadas áreas e durante curtos intervalos de tempo;

4. Atuar como fonte de absorção de ruído, particularmente em zonas


urbanas;

5. Necessidade de desenvolver áreas economicamente pobres.

Dentro da estabilização de solos o mesmo autor relata que, em termos de


duração, a estabilização de solos pode ser dividida em três grupos, de acordo com o
método de estabilização empregado e o período de melhoramento que se quer
alcançar, sendo assim:

1. Estabilização temporária, limitada a um período, geralmente o tempo de


construção da obra;

2. Estabilização permanente sem necessidade de melhoramento do solo


natural;

3. Estabilização permanente com necessidade de melhoramento do solo


natural.

Dessa forma, o presente trabalho pretende aplicar os conhecimentos de


estabilização de solos com cimento no que tangem o terceiro grupo, obtendo
melhoramentos permanentes do solo natural a partir de misturas com aditivos.

Ainda dentro da estabilização de solos existem diferentes métodos,


agrupados consoante a forma como se vai proceder. Dentro de todos os diferentes
métodos de estabilização de solos é necessário avaliar individualmente o caso em
66

estudo para escolher o que melhor se adapta, visto que o método escolhido para uma
situação não é infalível para outras. Por conta desse fato, Dias (2012a) ressalta que é
necessário a identificação clara de quais propriedades do solo que se pretendem
melhorar, elencando os principais aspectos a serem observados:

1. Objetivo do melhoramento (propriedades a alterar, duração do


melhoramento, etc.);

2. Área e espessura do solo a tratar;

3. Tipo de solo e suas características;

4. Materiais disponíveis para proceder à estabilização;

5. Equipamentos e empresas especializadas disponíveis;

6. Fatores ambientais (erosão, poluição);

7. Experiência e preferências locais;

8. Tempo disponível;

9. Custos.

2.4.1 Estabilização mecânica

Dias (2012a) afirma que, dentre os métodos de estabilização de solos, o


mais simples e, na maioria das vezes, o mais econômico, é o da estabilização
mecânica. A estabilização mecânica envolve desde uma simples compactação do solo
até um rearranjo das suas partículas (SOLIZ, 2007). Em resumo, esse tipo de
estabilização faz uso do processo de compactação, que reduz a porosidade do solo,
diminuindo o volume de vazios e, consequentemente, aumentando a resistência final
do sistema.

Spence e Cook (1983) apresentam que, para atingir melhores resultados


nesse tipo de estabilização, são preferíveis solos que possuam tamanhos de grãos
variados e com uma pequena quantidade de argila. Complementam também no fato
de que as melhores técnicas envolvem a utilização da compactação, no entanto, os
melhores resultados são atingidos quando combinado com a adição de um aglutinante
ou um impermeabilizante.
67

Sendo assim, a adição de um ou mais solos compõem a correção


granulométrica, obtendo um novo material com propriedades aceitáveis para uso na
pavimentação (PEREIRA, 2012). Na prática, o mesmo autor indica que se utiliza um
ou mais solos misturados com o original (encontrado no local), promovendo a
compactação da mistura, obtendo-se um material mais compacto e menos
deformável. Essas atividades compõem o estudo da estabilização granulométrica.

Solos muito argilosos apresentam as maiores umidades ótimas e as


menores densidades secas. Já os solos arenosos se caracterizam pelo fato de
possuírem maiores densidades secas e menores umidades ótimas. Para tanto, com o
aumento da energia de compactação a densidade seca aumenta, mantendo-se o valor
da umidade ótima, como é apresentado a partir do Gráfico 2.4.

Gráfico 2.4: Curva de Densidade seca x Teor de água.

Fonte: Spense e Cook (1983).

2.4.2 Estabilização física

Pinto (2008) destaca que neste tipo de estabilização ocorre a modificação


das propriedades do solo, promovendo a alteração da sua textura. O mesmo autor
também retrata que algumas das técnicas de estabilização física de solo mais
68

conhecidas são a correção granulométrica e a adição de fibras (metálicas, minerais,


sintéticas ou vegetais).

Para a correção granulométrica, o motivo específico do seu uso é alterar a


distribuição das partículas do solo, encontrando as melhores curvas para a
aplicabilidade, de acordo com cada caso individual analisado. Barbosa et. al. (2002)
apresenta que o teor de cada fração é relevante, recomendando a faixa desejável de
10 a 20% de argila, 10 a 20% de silte e 50 a 70% de areia, no exemplo clássico para
confecção de blocos prensados.

2.4.3 Estabilização química

A estabilização química baseia-se na adição de uma ou mais substâncias


químicas ao solo, gerando mudança no seu comportamento final, seja quanto ao
ganho de resistência e estabilidade quanto às intempéries. Essas mudanças também
influenciam na permeabilidade e deformabilidade, alcançando, por conseguinte, os
parâmetros estabelecidos em projeto, com redução do índice de plasticidade e
aumento da trabalhabilidade resultante de evoluções granulométricas, garantindo o
aumento da rigidez a médio e longo prazo.

O uso mais corrente é o da cal e do cimento como estabilizador químico


em misturas com solos finos, argilosos com teores elevados de matéria orgânica ou
até solos mais graduados. Para estes últimos, utiliza-se um aglomerante asfáltico
(CAP – Cimento Asfáltico de Petróleo), promovendo ligação entre as partículas
(PEREIRA, 2012).

Esse método traz a possibilidade de empregar solos disponíveis no local


da construção nos pavimentos rodoviários, sobretudo devido à baixa qualidade que o
material apresenta, não podendo ser empregado isoladamente. Além disso, torna-se
uma substituição cada vez mais interessante em relação aos agregados naturais,
considerando vantagens ambientais e econômicas (Sherwood, 1995).

As reações químicas decorrentes da estabilização química ocorrem entre


o aditivo e os minerais do solo (fração coloidal), ou com a água presente nos poros. A
cimentação que se forma após a reação solo-cimento acresce rigidez à mistura, sendo
esta identificada como reação pozolânica (MEDINA, 1987).
69

Vizcarra (2010) aponta que numa solução descontinua o estabilizante não


preenche todos os poros, ocorrendo três modos de ações principais:

1. Modificação das características das superfícies das partículas;

2. Vedação inerte dos poros;

3. Interconexão entre as partículas do solo (solda por pontos).

Pereira (2012) aponta que a estabilização química do tipo solo-cimento é a


mais utilizada, sobretudo por conta do ganho de resistência que confere ao sistema
através das reações pozolânicas e sílica ativa presente no solo. Além disso, a
estabilização com cimento atinge maior resistência em idades inferiores em
comparação com a cal, além de ter afinidade com uma variedade maior de solos.

Sob o ponto de vista ambiental, econômico e de segurança é possível


destacar os seguintes benefícios (DIAS, 2012):

1. Minimização da perda de material ocasionada pela erosão ou pelo


tráfego, nas estradas de terra;

2. Redução dos custos de aquisição, transporte e distribuição de


agregados;

3. Redução dos materiais superficiais soltos ocasionadores de acidentes


(problemas de visibilidade e derrapagens);

4. Minimização da agressão ambiental causada pela instalação de


pedreiras e britagem;

5. Redução do uso de combustível associado às frequentes manutenções


rodoviárias;

6. Resguardo das jazidas de bons materiais para usos mais nobres.

Dos três grupos de métodos de estabilização de solos mencionados, é na


estabilização química que está inserida a estabilização de solos através da adição de
cimento, objetivo deste trabalho, pelo que lhe será dado um maior desenvolvimento
na seção seguinte.
70

2.4.3.1 Solo cimento

A ABCP (1986) aponta que o solo-cimento é um tipo de estabilização


envolvendo uma mistura homogênea de solo, cimento e água, com proporções pré-
definidas. Após a mistura ocorre a compactação, com posterior período de cura,
resultando em um produto com propriedades satisfatórias com relação a resistência
mecânica e durabilidade.

De acordo com Santos (1976), os principais usos de misturas de solo-


cimento são: construção de camadas de base para estradas, ruas e pistas de aviação;
construção de camadas de base em pavimentos rígidos, semirrígidos ou flexíveis;
pavimentação de bermas em estradas e aeródromos; pavimentação de áreas de
estacionamento; pavimentação de áreas de armazenamento para agregados,
materiais diversos ou equipamentos; pavimentação de passeio ou pistas de ciclistas;
construção de sub-bases de vias rodoviárias e ferroviárias especialmente em zonas
de transição entre aterros e estruturas rígidas.

Somado a esses fatos, a melhoria de solos disponíveis no local pode trazer


grandes benefícios na execução, evitando uma grande quantidade de empréstimos
de material adequado, bem como a necessidade de ter uma jazida com grandes
volumes de material de boa qualidade à disposição.

Ingles e Mtcalf (1972) afirmam que quando não se dispõe de um material


ou uma combinação específica de materiais que atinjam as características de
resistência, deformabilidade, permeabilidade ou durabilidade adequadas ao projeto é
possível recorrer à técnica de aplicação de solo melhorado com cimento ou solo-
cimento, além de outras técnicas de estabilização, de acordo com a necessidades e
possibilidades do local de obra.

Dias (2012a) afirma que desde 1915, nos Estados Unidos, são utilizadas
camadas de solo tratadas com cimento na construção de bases e sub-bases de
pavimentos rodoviários, melhorando várias propriedades no comportamento do solo,
além de ser aplicado para uma grande variedade de solos, desde materiais
granulosos, solos siltosos e até argilas em algumas ocasiões.

Sendo assim, Foppa (2005) aponta que a técnica em questão usa


aproximadamente 90% de material que pode ser obtido no local da obra (solo),
71

necessitando apenas de 10% (cimento) com necessidade de transporte ao local.


Somado ao fato de execuções em locais com larga produção de cimento na região o
custo pode ser essencialmente reduzido, além de contribuir para a diminuição no
consumo de recursos naturais, quantidade de tráfego, poluição e danos globais para
o meio ambiente.

I. Mecanismos de estabilização de solos com cimento

Historicamente falando, o uso do cimento em pavimentos no Brasil teve


início nos anos 40, copiando um modelo de sucesso implantado nos Estados Unidos,
gerando grande sucesso na utilização de estabilizadores a base de solo cimento
(BNH, 1983). Em 1948 já havia aplicação na construção de paredes de solo-cimento
(MARQUES, 2012). Após essa prática, o uso de solo-cimento com objetivos
estabilizantes vem sendo aplicado e estudado em diversos países, como no Brasil,
onde é possível citar referências grandiosas como Ingles e Metcalf (1973), Lima et. al.
(1993) e Trindade et. al. (2003).

O Cimento Portland é definido pela ABNT como um aglomerante hidráulico


obtido a partir da moagem do clínquer Portland onde, durante a moagem, ocorre a
adição de gesso (sulfato de cálcio) para regulagem do tempo de pega, ou também de
materiais pozolânicos, como cinza de alto forno e materiais carbonáticos.

Dias (2012a) aponta que, de acordo com o teor de cimento adicionado ao


solo, a ação estabilizante do cimento pode ocorrer segundo dois mecanismos
distintos. Basicamente, com a aplicação de teores menores de cimento ocorre
diminuição da plasticidade com aumento ou não da resistência. Por sua vez, com
maiores quantidades, o outro mecanismo destaca-se, com o aumento da resistência
mecânica devido a ação aglutinante do aditivo que cimenta as partículas do solo,
formando núcleos interligados. Destaca-se a Figura 2.5 ilustrando o que foi
especificado anteriormente.
72

Figura 2.5: Esquema de solo com: a) baixo teor de cimento; b) alto teor de cimento.

Fonte: Spense e Cook (1983).

Pereira (2012) apresenta os principais compostos químicos anídros


presentes no cimento, sendo os que conferem suas propriedades físicas, destacando:

 Silicato Tri cálcico, ou alita: (3𝐶𝑎𝑂. 𝑆𝑖𝑂2 ) → 𝐶3 𝑆

 Silicato Di cálcico, ou belita: (2𝐶𝑎𝑂. 𝑆𝑖𝑂2 ) → 𝐶2 𝑆

 Aluminato Tri cálcico: (3𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂2 ) → 𝐶3 𝐴

 Ferroaluminato Tetra cálcico, ou ferrita: (4𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 . 𝐹𝑒𝑂2 ) → 𝐶4 𝐴𝐹

Mehta e Monteiro (2000) descrevem, em faixa percentual, os componentes


básicos do cimento Portland, como se observa na Tabela 2.2.

Tabela 2.2: Percentual dos componentes presentes no cimento Portland.


Componente Percentual (%)
3 CaO.SiO2 35 a 65
2 CaO.SiO2 10 a 40
3 CaO.Al2O3 0 a 15
4 CaO.Al2O3.Fe2O3 5 a 15
Fonte: Mehta e Monteiro (2000).

Da mesma forma, descrevem a ocorrência das primeiras reações quando


a água entra em contato com o cimento Portland, descritas pelo mesmo autor da
seguinte forma:

 2(3𝐶𝑎𝑂. 𝑆𝑖𝑂2 ) + 6𝐻2 𝑂 → 3𝐶𝑎𝑂. 2𝑆𝑖𝑂2 . 3𝐻2 𝑂 + 3𝐶𝑎(𝑂𝐻)2


73

 2(3𝐶𝑎𝑂. 𝑆𝑖𝑂2 ) + 4𝐻2 𝑂 → 3𝐶𝑎𝑂. 2𝑆𝑖𝑂2 . 3𝐻2 𝑂 + 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2

 3𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 + 12𝐻2 𝑂 + 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 → 3𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 . 𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 . 12𝐻2 𝑂

 4𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 . 𝐹𝑒2 𝑂 + 10𝐻2 𝑂 + 2𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 → 6𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 . 𝐹𝑒2 𝑂. 12𝐻2 𝑂

1) Na primeira reação, o silicato tri cálcico (C3S) é responsável pela


resistência inicial nos primeiros dias, com um alto desprendimento de
calor, liberando cerca de 40% em massa de hidróxido de cálcio
(Ca(OH)2);

2) O silicato di cálcico (C2S) proporciona resistência em idades mais


avançadas, desprendendo baixo calor e produzindo cerca de 18% em
massa do hidróxido de cálcio;

3) O aluminato tri cálcico (C3A) reage inicialmente, logo nos primeiros


minutos da hidratação, liberando grande calor, propiciando pouca
resistência. É responsável por grande retração;

4) O ferroaluminato tetra cálcico (C4AF) tem reação bastante lenta, e


desenvolve uma parcela pequena na resistência, mas é importante
quanto à resistência ao ataque por sulfatos.

Como regra geral, o que acontece na maioria dos casos é o aumento do


consumo de cimento de acordo com a crescente parcela de finos no solo, o que
representa algo prejudicial na tentativa de estabilizar solos argilosos, exigindo,
portanto, uma grande quantidade de cimento em comparação a estabilização de uma
areia bem graduada. Pereira (2012) indica que, em casos de areias mais uniformes,
ocorre a necessidade de mais cimento do que em solos arenosos com presença de
silte e argila.

Dos vários tipos de cimentos existentes, Dias (2012a) argumenta que o


cimento Portland IV é um cimento pozolânico de alta resistência química, utilizado
principalmente em ambientes agressivos e em obras que apresentam exigências
específicas quanto a durabilidade. Cita-se que é essencialmente indicado para
pavimentos rodoviários, betonagens em meios agressivos, ambientes marítimos e
misturas de solo-cimento, com elevada impermeabilidade em idades avançadas muito
por conta da adição pozolânica, variando de 15 a 50% em massa.
74

É possível separar a estabilização por cimento nas seguintes classes


(Medina, 1987):

 Solo-cimento: mistura íntima de solo-cimento adicionando água em


proporções pré-definidas, informações obtidas por meio de ensaios de
compactação com energia necessária para atingir um maior grau de
compacidade e, consequentemente, propriedades mecânicas
desejadas. Inicialmente passa por um processo de cura e finaliza com
seu endurecimento. Nesse caso empregam-se percentuais em massa
de cimento acima de 5%, objetivando-se um enrijecimento significativo
do solo. São utilizados ensaios de compressão simples para avaliação
de durabilidade e resistência, sendo seu uso recomendado para
camadas de base ou sub-base;

 Solo modificado ou melhorado: mistura de solo-cimento e água, fazendo-


se uso de baixos teores de cimento, sendo o limite máximo de 5% em
relação à massa de solo (geralmente na ordem de 3%). O objetivo é
promover a alteração nos índices físicos e na capacidade de suporte do
solo, além da melhora da trabalhabilidade, sendo seu uso indicado para
camadas de base, sub-base ou subleito;

 Solo-cimento plástico: utiliza mais água no processo de mistura em


comparação com o solo melhorado devido à necessidade de obter-se
melhor consistência de argamassa. É utilizado para revestir valas,
canais e taludes.

II. Propriedades das misturas de solo-cimento

Bernucci et. al. (2010) indica que uma estabilização com cimento, de forma
econômica, deve ter certa proporção de areia, pois altos teores de argila exigem teores
elevados de cimento, além de se comportarem com excessiva retração. Estima-se
uma faixa viável entre 5 e 9% de cimento em relação à massa total. De acordo com o
ACI 230 (1990), as percentagens de cimento variam consoante as propriedades do
solo, variando entre um valor mínimo considerável de 4 até um valor máximo de 16%
em relação à massa de solo seco, sendo mais usuais em camadas de sub-base.
75

De acordo com Dias (2012a) o aumento do teor de cimento conduz a


resistências mais elevadas, no entanto, também à inconvenientes técnicos e
econômicos, sobretudo no aumento elevado da rigidez do conjunto, alcançando
retrações exageradas e fraturando a mistura em blocos de dimensões médias.

Para tanto, a adição de pequenas quantidades de cimento (até 2%)


modifica as propriedades do solo, enquanto quantidades maiores as alteram
radicalmente. Dias (2012a) também afirma que as propriedades do solo mudam no
sentido de aumento da capacidade de carga, durabilidade a ciclos de molhagem,
secagem aumenta em geral, permeabilidade diminui (em solos argilosos aumenta), a
tendência à retração aumenta em solos granulares e a tendência à expansão reduz
em solos argilosos.

Muhunthan e Sariosseiri (2008) afirmam que teores elevados de cimento


promovem o aumento da resistência à compressão simples e consequente diminuição
da deformação axial, alterando o comportamento que passa de dúctil, quando solo
isolado, a frágil, para misturas de solo-cimento.

Dias (2012a) salienta que a quantidade de água a ser utilizada nas misturas
de solo-cimento corresponde ao teor de umidade ótima na compactação, obtida
através do ensaio Proctor na mistura solo-cimento. A justificativa baseia-se no fato de
assegurar a hidratação do cimento satisfazendo as necessidades da compactação,
de acordo com as perdas durante o período de cura.

Como mencionado anteriormente, o cimento apresenta a vantagem de


estabilizar quase todos os tipos de solos. Sandroni e Cosoli (2010) apontam
dificuldades de estabilização com argilas muito plásticas e com percentual maior que
2% de matéria orgânica, teor este que pode ser determinado a partir de ensaios
preconizados pela NBR 13600/1996 (ABNT, 1996). Basicamente, os autores relatam
a exigência de maiores quantidades de cimento para alcançar as mudanças
esperadas nas propriedades mecânicas do sistema.

Para sistematizar as condições que os solos devem obedecer, Dias (2012a)


cita a especificação do LNEC E243 – 1971 (Solos, Solo-cimento), que estabelece os
seguintes pressupostos:

1. Condições gerais: solos isentos de raízes, capim ou qualquer substância


prejudicial ao cimento Portland;
76

2. Condições químicas: teores máximo, em matéria orgânica, de 2%, e


0,2% em sulfatos;

3. Granulometria: percentagens passantes nas peneiras ASTM de 50mm e


nº 4 (4,75mm) iguais ou superiores, respectivamente, a 80 e 45%;

4. Limites de consistência: o limite de liquidez tem que ser igual ou inferior


a 45%.

Dias (2012a) comenta acerca da presença de aditivos, retratando sobre a


possibilidade de utilizar aditivos para melhorar o comportamento das misturas e
reduzir o teor de cimento a ser empregado. Os mais utilizados nesses casos têm sido
o cloreto de cálcio, cloreto de sódio e hidróxido de sódio. A Tabela 2.3 resume os
fatores que afetam o comportamento das misturas de solo-cimento.

Tabela 2.3: Fatores que afetam o comportamento das misturas de solo-cimento.


Fatores Adequado Não adequado
Solos orgânicos e argilas altamente
Tipo de solo Areias, siltes e argilas
plásticas

Cimento Até 16% Mais do que 16%


Proporções e
condições de Valor inferior à hidratação do
mistura Valor do teor em água
Água cimento ou muito superior ao teor
perto do ótimo
em água ótimo
Valor aproximado do peso Menor que 95% do valor que se
Compactação
volumétrico seco máximo pretende
Mínimo de 3, ideal de 7
Tempo de cura Inferior a 3 dias
dias
Cloreto de cálcio, cloreto
Qualquer material prejudicial ao
Presença de aditivos de sódio e hidróxido de
cimento (sulfatos)
sódio
Fonte: DIAS (2012a).

Na aplicabilidade a preferência é pela mistura em usina, mas em casos de


baixo volume de tráfego é permitida a mistura em pista, com imediata compactação e
distribuição devido à rapidez da reação de hidratação do cimento.

No uso de solo-cimento para a base, Bernucci et. al. (2010) aponta que
este tem se mostrado bastante resistente e durável desde que sejam observadas
algumas considerações, sendo elas:

1. Mistura bem dosada;


77

2. Prazos de mistura, espalhamento e compactação máximos respeitados;

3. Minimização da ocorrência excessiva de trincas por retração;

4. Subleito com boa capacidade de suporte para garantir que a


compactação seja executada de forma eficiente;

5. Tráfego, em geral, pode ser liberado após 14 dias de cura.

Para sub-bases, o mesmo autor indica o também sucesso no uso de solo-


cimento, sendo o mais indicado como sub-base de pavimentos de concreto de cimento
Portland. Bernucci et. al. (2010) indica que os valores de módulo de resiliência para o
solo-cimento variam de 2.000MPa até mesmo acima de 10.000MPa. A resistência à
tração varia entre 0,6 a 2,0MPa, dependendo do teor de cimento e tipo de solo (Ceratti,
1991). As resistências à compressão simples devem atender à exigência mínima de
norma de 2,1MPa, alcançando até cerca de 7 a 8MPa, dependendo do teor de cimento
e natureza do solo.

Sobretudo, a larga escala de utilização do solo-cimento foi na década de


1960, cujas obras de pavimentação se estenderam para regiões com maior escassez
de pedreiras. Hoje, a adoção de estabilização química do solo com cimento tem sido
mais presente nos projetos rodoviários, mostrando-se novamente como um material
para competir com as tradicionais bases granulares de BGS. A Figura 2.6 ilustra o uso
de solo-cimento como material de base para pavimentos rodoviários.

Figura 2.6: Uso de solo-cimento como material de base para pavimentos rodoviários.

Fonte: Bernucci et. al. (2010).


78

III. A dosagem do solo-cimento

De acordo com a ABCP (1986), a dosagem de solo-cimento compreende


uma sequência de ensaios com misturas de solo, cimento e água, interpretando os
resultados por meio de critérios preestabelecidos, fixando, finalmente, as três
variáveis citadas.

Historicamente falando, há tentativas da Portland Cement Association


(PCA) em 1935 para criação de normas para a mistura solo-cimento. Analogamente,
em 1944 e 1945 a ASTM e a AASHO, respectivamente, adotaram o método idealizado
pela PCA. Em 1941, no Brasil, a ABCP publicou métodos análogos que constavam
procedimentos semelhantes ao da PCA (MARQUES, 2012). Em 1962 houve
simplificação na dosagem, dando origem à chamada Norma Simplificada de Dosagem
Solo-Cimento.

Em 1990 houve aprovação pela ABCP no surgimento da norma de


dosagem de mistura solo-cimento, recebendo o número de registro NB 01336,
designada “Solo-cimento – Dosagem para emprego como camada de pavimento”,
compreendido pela NBR 12253 (ABNT, 2012).

Dessa forma, as normas brasileiras têm como base o método de dosagem


da PCA, além da comprovação dos resultados de um grande número de obras
executadas e em uso, na aplicabilidade de vários solos, desde 1939 (MARQUES,
2012).

A dosagem da mistura pode ser considerada como experimental, onde se


aplicam diferentes teores de cimento nos ensaios e analisa-se os resultados com base
na indicação do menor valor capaz de estabilizar o solo sob a forma de solo-cimento.
Marques (2012) indica, resumidamente, as principais operações na dosagem, sendo
elas:

a) Identificação e classificação do solo;

b) Escolha do teor de cimento para o ensaio de compactação;

c) Execução do ensaio de compactação do solo-cimento;

d) Escolha dos teores de cimento para o ensaio de durabilidade;

e) Moldagem do corpo de prova para o ensaio de durabilidade;


79

f) Execução do ensaio de durabilidade por molhagem e secagem;

g) Escolha do teor de cimento em função dos resultados do ensaio.

A duração do ensaio por molhagem e secagem é dita como a maior


desvantagem da norma, o que resultou na correlação entre o ensaio de durabilidade
com um ensaio mais simples. Desta forma, a PCA criou a norma simplificada de
dosagem solo-cimento, correlacionando os resultados de ensaios de durabilidade e
ensaios de compressão simples aos 7 dias, baseada em amostras de 2438 solos
arenosos (ABCP, 1986).

O fundamento do método constatou que um solo arenoso, com


determinada granulometria e massa específica aparente seca máxima, requer o
mesmo teor de cimento indicado no ensaio de durabilidade se alcançar determinada
resistência à compressão aos 7 dias.

Marques (2012) indica que a norma só se aplica caso as seguintes


condições ocorram simultaneamente:

1) Possuir no máximo 50% de material com diâmetro médio menor que


0,05mm (silte + argila);

2) Possuir no máximo 20% de material com diâmetro médio menor que


0,005mm (argila).

Com isso, de acordo com Marques (2012), existem dois métodos que
podem ser empregados, sendo eles:

a) Método A: usado quando toda amostra original passar na peneira de


4,8mm;

b) Método B: usado quando parte da amostra original de solo ficar retida


na peneira 4,8mm (material passante na peneira 19mm).

Dessa forma, indica-se que a sequência de dosagem é dada por:

1) Ensaios preliminares do solo: visam sua identificação e classificação,


utilizando-se a HRB (atualmente TRB) e somente para os solos tipo A1,
A2, A3 e A4 (solos siltosos e argilosos foram descartados devido a
80

dificuldades do processo de execução, principalmente porque a


estabilização com cimento em solos finos requer elevados teores do
estabilizante). A escolha do teor pode ser baseada na Tabela 2.4 a
seguir, quando não se tem experiências anteriores com o solo em
questão.

Tabela 2.4: Teor de cimento sugerido para o ensaio de compactação do solo-cimento


Teor de cimento sugerido em
Classificação do solo
massa (%)
A1-a
4
A1-b
A2 5
A3
7
A4
Fonte: ABNT (2012)

Vale destacar que os procedimentos de ensaio para classificação do


solo serão apresentados em um subcapítulo posterior, que apresenta
todos os ensaios da presente pesquisa;

2) Execução do ensaio de compactação: feito para obtenção da umidade


ótima e da densidade aparente seca máxima para o teor de cimento
indicado. Os procedimentos do ensaio de compactação para obtenção
dos indicadores descritos anteriormente serão apresentados em um
subcapítulo posterior, que apresenta todos os ensaios da presente
pesquisa;

3) Determinação do teor de cimento para o ensaio de compressão simples:


Marques (2012) indica que, para solos que apresentam 100% do
material passante na peneira de 4,8mm, utiliza-se o ábaco da Figura
2.7. Para solos que apresentam 45% de material retido na peneira de
4,8mm, utiliza-se a Figura 2.8;
81

Figura 2.7: Teor de cimento em massa indicado, para solos com 100% do material passante na
peneira de 4,8mm.

Fonte: ABNT (2012)

Figura 2.8: Teor de cimento em massa indicado, para solos com 45% do material retido na peneira
de 4,8mm.

Fonte: ABNT (2012)


82

4) Moldagem de 3 corpos de prova (no mínimo) para o teor de cimento


selecionado: moldagem para a execução do ensaio de compressão
simples, utilizando um ou mais teores de cimento, respeitando o período
de cura indicado de 7 dias;

5) Execução do ensaio de compressão simples: os procedimentos do


ensaio de compressão simples serão apresentados em um subcapítulo
posterior, que apresenta todos os ensaios da presente pesquisa;

6) Resultado da dosagem: após a obtenção dos resultados, calcula-se a


média aritmética dos valores encontrados, não considerando valores
cuja resistência se afaste mais de 10% da média. O número mínimo de
corpos de prova a serem utilizados no cálculo da média é de dois. Dessa
forma, Marques (2012) indica que o teor de cimento a ser utilizado será
o menor dos teores que forneça a resistência média a compressão
simples aos 7 dias igual ou superior a 2,1Mpa (21kgf/cm²). Esse valor
já é um número consagrado no meio rodoviário para bom desempenho
dos pavimentos. Para se transformar o traço obtido em peso (% massa)
em volume (% volume), utiliza-se o ábaco da Figura 2.9.

Figura 2.9: Ábaco de transformação do Teor de Cimento em Massa em Teor de Cimento em Volume
(%).

Fonte: Marques (2012)


83

2.5 Pavimento e suas particularidades

O DNIT (2006) em seu Manual de Pavimentação indica que pavimento é


uma superestrutura constituída por uma combinação de camadas finitas, assentes
sobre um terreno ou fundação chamado de subleito. Basicamente, as camadas de um
pavimento apresentam funções específicas e definidas, sendo elas normalmente
definidas como: sub-base, base e revestimento. Em um contexto geral, as camadas
mais externas apresentam melhores propriedades mecânicas pelo fato de
necessitarem suportar as maiores cargas.

2.5.1 Classificação dos pavimentos

Bernucci et. al. (2010) apresenta que o comportamento estrutural de um


pavimento depende da espessura de cada uma das camadas, da rigidez destas e do
subleito, além da interação entre todos os componentes.

A classificação geral é relacionada com a transmissão das tensões para o


subleito e o comportamento da estrutura de maneira geral, apresentando dois
extremos, sendo estes os pavimentos rígidos e flexíveis. O tipo de pavimento
intermediário é dado como pavimento semirrígido. Medina (1997) classifica em duas
estruturas de pavimentos bem definidas, no entanto, permeia as seguintes
considerações:

a) Pavimento flexível: revestimento betuminoso assente sobre base


granular ou solo estabilizado granulometricamente;

b) Pavimento rígido: placas de concreto que podem ser armadas ou não,


assentadas sobre solo de fundação ou sub-base intermediária;

c) Pavimento semirrígido: bases cimentadas sob revestimento betuminoso,


também solicitadas à tração. Dá-se o nome de pavimento composto
quando o pavimento recebe reforço de concreto asfáltico sobre uma
placa de concreto.

A Figura 2.10 apresenta uma representação gráfica de uma seção típica de


pavimentação.
84

Figura 2.10: Esquema de seção transversal do pavimento.

Fonte: Manual de Pavimentação do DNIT (2006a).

Como mencionado, as camadas de pavimento possuem nomenclaturas


específicas. Pereira (2012) descreve os principais componentes presentes em uma
seção típica de pavimentos rígidos, semirrígidos e flexíveis, sobretudo:

 Subleito: camada de fundação do pavimento, constituindo a parte


interna. Anteriormente à construção da rodovia realizam-se estudos de
sondagem e caracterização do terreno com o objetivo de estimar a
capacidade de carga e o seu comportamento pós-implantação. Busca-
se um CBR do solo igual ou maior do que 2%, para não haver
necessidade de readequações ou substituição do material. Caso o
material apresente CBR entre 2 e 20% realiza-se reforço do subleito. Em
casos de CBR igual ou superior a 20% a fundação pode ser usada como
sub-base;

 Leito: superfície do terreno do subleito obtida por terraplenagem ou obra


de arte conformada ao greide e seção transversal, sendo representada
na Figura 2.10 pela regularização;

 Reforço do subleito: promove nivelamento do subleito em virtude de


questões técnicas e econômicas, melhorando as propriedades da
camada subjacente e regularizando a espessura base;

 Sub-base: camada subjacente a base. Utilizada quando a base não


apresenta capacidade de suporte adequada no quesito de transmissão
85

de esforços para o subleito, representando uma alternativa técnica e


econômica;

 Base: camada receptora dos esforços originados pelo tráfego, com


função de resistência e distribuição desses esforços até o subleito.
Acima desta camada executa-se o revestimento;

 Revestimento: constitui a parte externa do pavimento, caracterizando-se


pela maior impermeabilidade possível, recebendo diretamente as cargas
de tráfego. Como função máxima, atua na conferência de segurança e
conforto de rolamento dos veículos. Também chamado de capa, é
projetado para resistir aos esforços e intempéries.

Figura 2.11: Pavimento de concreto de cimento Portland (pavimento rígido).

Fonte: Bernucci et. al. (2010).

Figura 2.12: Pavimento asfáltico (pavimento flexível).

Fonte: Bernucci et. al. (2010).


86

A Figura 2.11 e a Figura 2.12 ilustram a estrutura e execução de um


pavimento rígido de cimento Portland e um pavimento flexível, respectivamente.

Vale ressaltar que o pavimento semirrígido apresenta a mesma estrutura


do pavimento flexível (Figura 2.12), no entanto, a sub-base é formada com material
cimentado, conferindo maior rigidez.

O dimensionamento do pavimento fica por conta da análise em


concordância com o tráfego previsto no período de projeto e para as condições
climáticas que estarão sujeitas. As camadas devem atuar de maneira a resistirem aos
esforços solicitantes e transferi-los às camadas subjacentes, sendo as tensões e
deformações dependentes da espessura das camadas e da rigidez dos materiais
empregados.

Na engenharia rodoviária os principais danos considerados são as


deformações permanentes e a fadiga. Bernucci et. al. (2010) aponta que o
dimensionamento adequado engloba o conhecimento das propriedades dos materiais
que compõem o pavimento, sua resistência à ruptura, permeabilidade e
deformabilidade, comparativamente com a repetição de carga e os efeitos climáticos.

2.5.2 Classificação dos solos na pavimentação

Do ponto de vista da pavimentação, Pereira (2012, p.40) aponta que o solo


pode ser descrito como “material inconsolidado ou parcialmente consolidado,
inorgânico ou não, que possa ser retirado sem o uso de explosivos ou técnicas
especiais”.

Em se tratando da classificação dos solos quanto ao uso na pavimentação,


a mais conhecida e difundida é a do HRB (Higway Research Board), aprovado em
meados de 1945, substituindo o antigo sistema da Public Road Administration – PRB
(PEREIRA, 2012). Atualmente o sistema é conhecido como TRB (Transportation
Research Board), pois resulta das alterações da classificação do Boreau of Public
Roads (BPR). O sistema do TRB leva em consideração a granulometria do solo, o
limite que liquidez, limite de plasticidade e o índice de grupo (DNIT, 2006b). A Tabela
2.5 apresenta o modelo de classificação do TRB.
87

Tabela 2.5: Classificação dos solos (Transportation Research Board).


Classificação Materiais granulares 35% (ou menos) passando na
Materiais silto-argilosos
geral peneira Nº 200
A-1 A-2 A-7
Classificação
A-3 A-4 A-5 A-6 A-7-5
em grupos A-1-A A-1-B A-2-4 A-2-5 A-2-6 A-2-7
A-7-6
Granulometria -
% passando na
peneira
50
Nº 10
máx.
30 30 51
Nº 40
máx. máx. mín.
15 25 10 35 35 35 35 36 36 36 36
Nº 200
máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx. máx.
Características
da fração
passando na
peneira Nº 40
Limite de 40 41 40 41 40 41 40 41
liquidez máx. mín. máx. mín. máx. mín. máx. mín.
Índice de 6 10 10 11 11 10 10 11 11
6 máx. NP
plasticidade máx. máx. máx. mín. mín. máx. máx. mín. mín.*
4 4 8 12 16 20
Índice de grupo 0 0 0 0 0
máx. máx. máx. máx. máx. máx.
Materiais Fragmentos de pedras, Pedregulho ou areias siltosos Solos
Solos siltosos
constituintes pedregulho fino e areia ou argilosos argilosos
Comportamento
Excelente a bom Sofrível a mau
como subleito
* O IP do grupo A-7-5 é igual ou menor do que o LL menos 30.
Fonte: DNIT (2006b).

Para o cálculo do índice de grupo é utilizada a Equação 01 a seguir:

𝐼𝐺 = 0,2𝑎 + 0,05𝑎𝑐 + 0,01𝑏𝑑 (01)

Onde:

a = percentual que passa na peneira #200 menos 35; se % > 75% adota-
se a = 40; se % < 35, adota-se a = 0. (a varia de 0 a 40);

b = percentual que passa na peneira #200 menos 15; se % > 55% adota-
se b = 40; se % < 15, adota-se b = 0. (b varia de 0 a 40);

c = valor de LL menos 40; se LL > 60 adota-se c = 20; se LL < 40%, adota-


se c = 0. (c varia de 0 a 20);

d = valor do índice de plasticidade menos 10; se IP > 30%, adota-se d = 20;


se IP > 10%, adota-se d = 0. (d varia de 0 a 20).
88

Por sua vez, há o Sistema Unificado de Classificação dos Solos (SUCS),


resultante de um trabalho conjunto do Bureau of Reclamation e do Corps of Engineers,
com assistência do professor Arthur Casagrande, da Universidade de Harvard, o qual
foi publicado em 1953 pelo Waterways Experiment Station, indicando o
aperfeiçoamento e ampliação do que havia sido elaborado por Casagrande, para
aeroportos em 1943 (MAY; SILVA, 2016).

Tabela 2.6: Classificação de solos pelo Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS).
Pedregulhos bem
graduados ou misturas de
GW
areia de ped. Com pouco ou
Pedregulhos
nenhum fino
sem finos
Pedregulhos mal graduados
Pedregulhos: 50% ou
GP ou misturas de areia e ped.
mais da fração
Com pouco ou nenhum fino
graúda retida na
Pedregulhos siltosos ou
peneira nº 4
GM misturas de ped. Areia e
Pedregulho silte
SOLOS DE
com finos Pedregulhos argilosos, ou
GRADUAÇÃO
GC mistura de ped. Areia e
GROSSA: mais de 50%
argila
retido na peneira nº 200
Areias bem graduadas ou
SW areias pedregulhosas, com
Areias sem pouco ou nenhum fino
Areias: 50% ou mais finos Areias mal graduadas ou
da fração graúda SP areias pedregulhosas, com
passando na peneira pouco ou nenhum fino
nº 4 Areias siltosas – Misturas de
SM
Areias com areia e silte
finos Areias argilosas – Misturas
SC
de areia e argila
Siltes inorgânicos. Areias
ML muito finas. Areias finas
siltosas e argilosas
Argilas inorgânicas de baixa
e média plasticidade –
SILTES e ARGILAS com LL ≤ 50 CL
Argilas pedregulhosas,
arenosas e siltosas
SOLOS DE Siltes orgânicos – Argilas
GRADUAÇÃO FINA: OL siltosas orgânicas de baixa
50% ou mais passando plasticidade
pela peneira nº 200 Siltes – Areias finas ou siltes
MH
micáceos. Siltes elásticos
Argilas inorgânicas de alta
SILTES e ARGILAS com LL > 50 CH
plasticidade
Argilas orgânicas de alta e
OH
média plasticidade
Turfas e outros solos
Solos Altamente Orgânicos PT
altamente orgânicos
Fonte: DNIT (2006b).
89

Dessa forma, o sistema SUCS busca identificar os solos de acordo com


suas qualidades de textura e plasticidade, agrupando-os com base em seu
comportamento quando usados em estradas, aeroportos, aterros e fundações (DNIT,
2016b). De maneira análoga ao sistema TRB, a Tabela 2.6 apresenta os parâmetros
da classificação pelo SUCS.

De acordo com Vaughan (1985, apud. Wesley, 2010) os conceitos


desenvolvidos pela mecânica dos solos clássica remetem as propriedades dos limites
de consistência, história de tensões e outros fatores considerados ao fato de se
basearem exclusivamente na investigação de solos sedimentares, embora sejam
aplicados quase que universalmente à solos residuais.

Figura 2.13: Proposta de classificação de solos residuais em função da carta de atividade e


plasticidade.

Fonte: VARGAS (1988).

A partir da necessidade de um sistema de classificação para solos de


regiões tropicais apresentou-se uma proposta de classificação em função da carta de
atividade e plasticidade desenvolvida por Vargas (1988), conforme é apresentado pela
Figura 2.13 e pela Tabela 2.7, buscando a adaptação da classificação SUCS em
função das propriedades e peculiaridades mineralógicas de solos tropicais, para a
identificação da fração fina destes (VARGAS, 1998 apud. GODOI, 2014).
90

Tabela 2.7: Proposta de classificação de solos residuais em função da carta de atividade e


plasticidade.
Divisão Símbolo do
Grupo de solos Subgrupo proposto
principal grupo
Inorgânico. Rocha
Siltes e areias muito finas. Areias ML
compressibilidade

decomposta
argilosas finas. Siltes argilosos
Solos micáceos MLm
LL < 50
Baixa

Argilas de baixa plasticidade. Areias Não-cauliníticos CL


argilosas. Siltes argilosos Cauliníticos KL
Solos siltosos férricos KLf
Solos siltosos orgânicos OL
Solos diatomáceos,
MH
compressibilidade

Areias finas ou solos siltosos elásticos


Solos micáceos MHm
LL > 50
Alta

Argilas de alta plasticidade, areia ou silte Não-cauliníticos CH


argilosos Cauliníticos KH
Solos argilosos férricos KHf
Solos argilosos orgânicos OH
Fonte: VARGAS (1988).

2.5.3 Carregamentos

Os pavimentos recebem as ações de carregamentos provenientes do


tráfego, sendo esses transmitidos para a estrutura por meio das rodas pneumáticas
dos veículos comerciais (SOUZA, 1976). Sobretudo, a carga provoca ao pavimento
deformações transitórias que dependem fundamentalmente de: geometria da carga,
do seu valor, da pressão do pneu e do ponto de sua medição em relação a sua atuação
(D’AGOSTIN, 2010).

Senço (1997) aponta que o contato entre os pneus e o pavimento tem uma
área aproximadamente elíptica, com pressão exercida em distribuição parabólica,
sendo o ponto máximo no centro da área carregada. Ainda de acordo com o mesmo
autor, o subleito recebe uma pressão inferior em comparação com a pressão de
contato no revestimento, sendo menor quanto mais espesso é o pavimento e mais
nobres são os materiais que o constituem. A Figura 2.14 demonstra a distribuição das
pressões no subleito decorrentes do tráfego de veículos.
91

Figura 2.14: Diagrama de pressões aplicadas no subleito.

Fonte: Senço (1997).

Para o dimensionamento não são consideradas apenas as solicitações,


mas também o número de repetição desses carregamentos, tempo de atuação (de
acordo com a velocidade de tráfego) e posições dos veículos dentro das faixas de
trânsito (SOUZA, 1976).

Pinto e Preussler (2002) apontam que existem variações entre os


acréscimos de cargas por eixo e estes causam efeitos de destruição do pavimento,
aumentando de forma exponencial de acordo com a sobrecarga. Ressalta-se, mais
uma vez, a importância do controle efetivo por parte dos órgãos rodoviários em relação
ao peso por eixo dos veículos, garantindo a durabilidade dos pavimentos em uso.

Gráfico 2.5: Sobrecarga por eixo x Redução da vida útil.

Fonte: Pinto e Preussler (2002).


92

O Gráfico 2.5 demonstra a clara influência da sobrecarga de forma


considerável na durabilidade da estrutura. Pelo gráfico observa-se que, para um
pavimento projetado para ter uma vida útil de 10 anos, sua durabilidade é reduzida
para 5 anos quando se observa uma sobrecarga de 10%. Já para uma sobrecarga por
eixo de 20%, a vida útil é reduzida para 3 anos, ou seja, um decréscimo de 70%. Nota-
se, portanto, um decréscimo exponencial.

2.5.4 Estudo de Tráfego

O DNIT (2006a) em seu Manual de Estudos de Tráfego determina a


necessidade de coleta de dados relativos aos cinco elementos fundamentais do
tráfego, sendo eles: motorista, pedestre, veículo, via e meio ambiente; e seu inter-
relacionamento, sendo este o objetivo dos estudos de tráfego. Sendo assim, o estudo
de tráfego visa determinar o número de veículos que circulam em uma via em certo
espaço de tempo, bem como prever o aumento deste fluxo, garantindo o atendimento
da demanda futura para a determinada via.

Além de fornecer o Número “N” para o projetista, parâmetro este utilizado


no dimensionamento da estrutura do pavimento, os estudos de tráfego fornecem
características do tráfego regional e os indicadores econômicos. Pinto e Preussler
(2002, p.164) determinam que “o número equivalente ‘N’, necessário ao
dimensionamento de uma rodovia, é definido pelo número de repetições equivalentes
de um eixo-padrão de 8,2t, durante o período de vida útil do projeto”.

O DNIT (2006a) indica que são desejáveis a definição dos seguintes


elementos relativos ao tráfego:

a) Volume médio diário anual (VMDa);

b) Classificação da frota;

c) Carregamento da frota;

d) Fator de equivalência de carga;

e) Número equivalente “N”.


93

Desta forma, a Engenharia de Tráfego, por meio de seus profissionais


capacitados, é encarregada de efetuar o planejamento das vias e da circulação do
trânsito de maneira eficiente, econômica e segura (DNIT, 2006a).

I. Número “N”

A determinação do Número “N” leva em consideração fatos relacionados a


composição de tráfego de acordo com a categoria de veículos, em função da carga e
do número de eixos (PINTO; PREUSSLER, 2002). Dessa forma, as composições de
tráfego geralmente desprezam os veículos de passeio em função da sua pouca
interferência nos estados dos pavimentos, levando-se em consideração as cargas por
eixo.

Senço (1997) aponta que Número “N” pode ser determinado pela Equação
02 a seguir:

𝑁 = 365 𝑥 𝑃 𝑥 𝑉𝑚 𝑥 𝐹𝐶 𝑥 𝐹𝐸 𝑥 𝐹𝑅 (02)

Sendo:

N = número equivalente de repetições do eixo de 8,2tf;

365 = número de dias no ano;

Vm = volume médio diário do tráfego no sentido mais solicitado, no ano


médio do período de projeto;

P = período do projeto em anos;

FE = fator de eixos;

FC = fator de equivalência de carga para o eixo padrão de 8,2tf;

FR = fator climático regional, adotado FR = 1,0.

O mesmo autor ainda indica que o fator de eixos (FE) tem a função de
converter o número de veículos do tráfego em número de passagens de eixos
equivalentes, calculando o número de eixos de todos os tipos de veículos que irão
94

trafegar pela via determinada. Sendo assim, determina-se o fator de eixos pela
Equação 03 a seguir:

2 𝑃 3𝑃 𝑛𝑃
𝐹𝐸 = (100) 𝑥 2 + (100 ) 𝑥 3 + ⋯ + (100)𝑥 𝑛 (03)

Onde:

FE = fator de eixos;

P2 = porcentagem de veículos de 2 eixos;

P3 = porcentagem de veículos de 3 eixos;

Pn = porcentagem de veículos de n eixos.

Observação: na ausência de dados indica-se a adoção de FE = 2,07.

Por sua vez, o fator de carga (FC) é o coeficiente que fornece o número
equivalente de operações de eixos padrão quando multiplicado pelo número de eixos
na solicitação do pavimento. Em resumo, transforma o efeito de todos os veículos que
trafegam pela rodovia em veículos com eixo padrão, considerando 8,2tf (SENÇO,
1997).

Ambos os coeficientes (FE e FC) são determinados por meio de contagem


de tráfego no trecho estudado, obtendo-se a composição de tráfego e determinando-
se o seu volume total (DNIT, 2006b).

Com relação a classificação da frota, o DNIT (2006b) em seu Manual de


Pavimentação enquadra os veículos comerciais nas seguintes categorias:

a) Automóveis;

b) Ônibus;

c) Caminhões leves, com dois eixos simples, de roda simples;

d) Caminhões médios, com dois eixos, sendo o traseiro de rodas duplas;

e) Caminhões pesados, com dois eixos, sendo o traseiro “tandem”;

f) Reboques e semirreboques: as diferentes condições de veículos, em


unidades múltiplas.
95

O mesmo autor ainda indica que, para o cálculo do Número “N”, considera-
se apenas os caminhões e ônibus, sendo os automóveis e caminhões leves
desprezados nas considerações finais.

Por fim, através do FE e do FC é possível encontrar o Fator de Veículo


(FV), sendo este o resultado da multiplicação entre os dois coeficientes citados
anteriormente.

A Tabela 2.8 apresenta a classificação das vias em função do número “N”.


Essa categorização foi obtida a partir de um estudo para classificação de vias em
função do tráfego, da geometria e do uso do solo do entorno de vias urbanas no
município de São Paulo.

Tabela 2.8: Classificação das vias e parâmetros de tráfego em função do número “N” a partir do
USACE.
Volume inicial da
Vida de faixa mais N
Função Tráfego Equivalente
projeto carregada N caracte
predominante previsto por veículo
(anos) Veículo Caminhão/ rístico
leve Ônibus
Via local 100 a 2,70x104 a
Leve 10 4 a 20 1,50 105
residencial 400 1,40x105
Via coletora 401 a 1,40x105 a
Médio 10 21 a 100 1,50 5x105
secundária 1500 6,80x105
Via coletora Meio 1501 a 1,40x106 a
10 101 a 300 2,30 2x106
principal pesado 5000 3,10x106
5001 a 1,00x107 a
Via arterial Pesado 12 301 a 1000 5,90 2x107
10000 3,30x107
Via arterial
Muito 1001 a 3,30x107 a
principal/expre 12 > 10000 5,90 5x107
pesado 2000 6,70x107
ssa
Faixa
Volume
exclusiva de 12 < 500 3,00x106(1) 107
médio
ônibus
Volume
12 > 500 5,00x107 5x107
pesado
N = valor obtido com uma taxa de crescimento de 5% ao ano, durante o período de projeto.
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo (2004 apud. D’Agostin, 2010).

De acordo com a IP – 02/2004 elaborada pela Prefeitura Municipal de São


Paulo (2004), a determinação do parâmetro “N” ocorreu em função dos seguintes
tópicos:

a) Estimativa das porcentagens mais prováveis de cada tipo de veículo de


carga na composição da frota, efetuada levando-se em conta a função
preponderante de cada classe de via;
96

b) Carregamento provável de acordo com a classe de via, considerando


trechos de viagens curvas e dentro das zonas urbanas com elevado
índice de veículos com carga abaixo do limite e mesmo “vazios”.

Ainda de acordo com a Prefeitura Municipal de São Paulo (2004), na IP –


02/2004, as vias urbanas foram classificadas de acordo com o tráfego previsto para
as mesmas, nos seguintes tipos:

a) Tráfego leve: ruas com características essencialmente residenciais, sem


previsão de tráfego de ônibus ou com passagens ocasionais de
caminhões e ônibus em número não superior a 20 por dia, por faixa de
tráfego. Período de vida de projeto de 10 anos;

b) Tráfego médio: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem


de caminhões e ônibus em número de 21 a 100 por dia, por faixa de
tráfego. Período de vida de projeto de 10 anos;

c) Tráfego meio pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a


passagem de caminhões e ônibus em número de 101 a 300 por dia, por
faixa de tráfego. Período de vida de projeto de 10 anos;

d) Tráfego pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a passagem


de caminhões e ônibus em número de 301 a 1000 por dia, por faixa de
tráfego. Período de vida de projeto de 10 a 12 anos;

e) Tráfego muito pesado: ruas ou avenidas para as quais é prevista a


passagem de caminhões e ônibus em número de 1001 a 2000 por dia,
na faixa de tráfego mais solicitada. Período de vida de projeto de 12
anos;

f) Faixa exclusiva de ônibus: vias para as quais é prevista, quase que


exclusivamente, a passagem de ônibus e veículos comerciais (em
número reduzido), podendo ser classificadas em:

o Faixa Exclusiva de Ônibus com Volume Médio: prevista a


passagem de ônibus em número não superior a 500 por dia,
na faixa "exclusiva" de tráfego. Período de vida de projeto de
12 anos;
97

o Faixa Exclusiva de Ônibus com Volume Elevado: prevista a


passagem de ônibus em número superior a 500 por dia, na
faixa "exclusiva" de tráfego. Período de vida de projeto de 12
anos.

2.6 Projeto e dimensionamento de engenharia rodoviária

O projeto de Engenharia Rodoviária envolve duas naturezas de projeto:


Projeto Básico de Engenharia e Projeto Executivo de Engenharia. O Projeto Básico
leva em consideração os elementos que caracterizam a obra e a levam para sua
posterior licitação. Já o Projeto Executivo apresenta informações mais elaboradas,
cujo DNIT (2006b), em seu Manual de Pavimentação, indica os seguintes elementos:

a) Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos


construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a
obra;

b) Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra;

c) Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em


quantitativos de serviços, fornecimentos dos materiais e transportes
propriamente avaliados;

d) Informações para a instrução dos processos desapropriatórios.

Desta forma, o Projeto Executivo envolve a elaboração de: Projeto


Geométrico, Projeto de Pavimentação e Projeto de Drenagem. Será apresentado,
portanto apenas o Projeto de Pavimentação, objetivo deste trabalho.

2.6.1 Projeto de pavimentação

2.6.1.1 Estudos geotécnicos

O DNIT (2006b) aponta duas etapas distintas no desenvolvimento de


estudos geotécnicos para o desenvolvimento de um projeto de pavimentação, sendo
elas: Estudos do subleito e; Estudos de ocorrência de materiais para pavimentação.
98

Basicamente, os estudos do subleito determinam as características do


material que o constitui para, objetivamente, serem utilizadas no dimensionamento.
Por sua vez, o estudo de ocorrência de materiais para pavimentação busca identificar
a ocorrência de jazidas próximas com o intuito de utilizar os materiais disponíveis nas
camadas do pavimento, de acordo com a composição estabelecida em projeto.

Os ensaios empregados na execução dos estudos geotécnicos, segundo o


DNIT (2006b), são apresentados a seguir:

a) Granulometria por peneiramento com lavagem do material na peneira


2,0mm e 0,075mm;

b) Limite de Liquidez;

c) Limite de Plasticidade;

d) Limite de Contração, em casos de materiais especiais do subleito;

e) Compactação;

f) Massa Específica Aparente “in situ”;

g) Índice de Suporte Califórnia (ISC);

h) Expansibilidade, em caso de solos lateríticos.

I. Estudos do subleito

A divisão do estudo do subleito é feita em duas fases (DNIT, 2006b):

a) Sondagem no eixo e nos bordos da plataforma da rodovia para


identificação dos diversos horizontes de solos (camadas), por intermédio
de uma inspeção expedita do campo e coleta de amostras;

b) Realização dos ensaios, já citados, nas amostras das diversas camadas


de solo para um posterior traçado dos perfis de solos.

No que se refere a identificação das diversas camadas de solo, o mesmo


autor retrata a necessidade de realização de sondagens no eixo e nos bordos da
estrada, preferencialmente executadas a 3,50m do eixo, com trado ou pá e picareta.
O espaçamento máximo dos furos, tanto para corte e aterro, é de 100 a 200 metros.
99

Em caso de grande variação das camadas esse intervalo deve ser diminuído. Em se
tratando da profundidade, esta, em geral, é de 0,60 a 1,00m abaixo do greide
projetado para regularização do subleito, com possibilidade de verificação do nível do
lençol freático através de furos adicionais com profundidade de até 1,50m.

“Em cada furo de sondagem, devem ser anotadas as profundidades inicial


e final de cada camada, a presença e a cota do lençol de água, material com excesso
de umidade, ocorrência de mica e matéria orgânica” (DNIT, 2006b, p.125).

O DNIT (2006b) também apresenta as classificações dos materiais


inspecionados em campo, de acordo com sua textura, referenciando os seguintes
grupos:

a) Bloco de rocha: pedaço isolado de rocha que tenha diâmetro superior a


1m;

b) Matacão: pedaço de rocha que tinha diâmetro médio superior a 25cm e


inferior a 1m;

c) Pedra de mão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio


compreendido entre 76mm e 25cm;

d) Pedregulho: fração de solo que passa na peneira de 76mm (3”) e é retida


na peneira de 2,0mm (nº 10);

e) Areia:

- Grossa: fração do solo compreendida entre as peneiras de 2,0mm (nº


10) e 0,42mm (nº 40);

- Fina: fração do solo compreendida entre as peneiras de 0,42mm (nº


40) e 0,075mm (nº 200);

f) Silte e Argila: fração de solo constituída por grãos de diâmetro abaixo de


0,075mm.

Dessa forma, na classificação de solos é utilizada combinações dos termos


citados acima, como por exemplo: pedregulho areno-siltoso, areia fina-argilosa, etc.
Além disso, é possível realizar classificação no campo de acordo com os seguintes
testes expeditos: teste visual, do tato, do corte, da dilatância e da resistência seca,
além da cor como elemento importante de classificação.
100

II. Estudo de ocorrência de materiais para pavimentação

Da mesma forma que o item anterior, o DNIT (2006b) aponta que o estudo
das ocorrências de materiais para pavimentação é feito em duas fases, de acordo com
os dados da geologia e pedologia da região, sendo assim:

a) Prospecção preliminar;

b) Prospecção definitiva durante os trabalhos: é feita também a localização


das fontes de abastecimento de água.

A prospecção é feita para identificar o grau de ocorrência de determinado


material e determinar o seu aproveitamento, de acordo com a qualidade e o volume
apresentado. Em resumo, a prospecção preliminar limita-se em:

a) Inspeção expedita no campo;

b) Sondagens; e

c) Ensaios laboratoriais.

Senço (1997) indica que os estudos de ocorrência de materiais para


pavimentação apresentam as seguintes premissas básicas:

a) Procura e análise de mapas geológicos da região onde o projeto corta;

b) Informações locais sobre a ocorrência de quaisquer materiais que


apresentem qualidades aproveitáveis na execução do pavimento;

c) Localização de jazidas;

d) Prospecção preliminar das jazidas, com avaliação primária sobre o


volume disponível e coleta de amostras representativas;

e) Sondagem das jazidas para a determinação do seu volume real e coleta


de amostras para realização de ensaios de laboratório;

f) Estudos preliminares dos custos para a escavação e transporte do


material, efetuando o comparativo entre jazidas de qualidade
equivalente.
101

Para os materiais que são julgados aproveitáveis, de acordo com as


inspeções de campo, os próximos procedimentos se dão da seguinte forma (DNIT,
2006b):

a) Determina-se, aproximadamente, a área da jazida estudada;

b) Faz-se entre 4 e 5 furos de sondagem na periferia e no interior da área


limitada, localizados até à profundidade necessária compatíveis com os
métodos de extração a serem adotados;

c) Coleta-se, em cada furo e para cada camada, uma amostra suficiente


para utilização nos ensaios desejados, anotando as cotas de mudança
de camadas. O material superficial é caracterizado com nome genérico
de capa ou expurgo. Os materiais próprios para uso são identificados
pela sua denominação corrente do lugar, como cascalho, seixos, etc.;

d) Faz-se a amarração dos furos de sondagem, anotando-se as distâncias


aproximadas entre os mesmos e a posição da ocorrência em relação à
rodovia em estudo.

Figura 2.15: Esquema de sondagem para prospecção de materiais.

Fonte: DNIT (2006b).

Determina-se que a ocorrência é considerada satisfatória quando os


materiais coletados e ensaiados quanto a granulometria por peneiramento, limites de
liquidez e plasticidade, equivalente de areia, compactação e índice de suporte
102

Califórnia satisfazem as especificações vigentes naturalmente ou através de misturas


com materiais de outras ocorrências. A Figura 2.15 apresenta um esquema de
sondagem para prospecção de materiais proposto pelo DNIT (2006b) em seu Manual
de Pavimentação.

2.6.2 Determinação do CBR de projeto

Utilizando os dados obtidos nos ensaios laboratoriais é possível realizar a


determinação do valor do CBR de projeto, através de um tratamento estatístico dos
resultados. Sendo assim, o tratamento ocorre através da distribuição “t” de Student,
utilizada em amostragens pequenas, com nível de confiança de 95% para
determinação da capacidade de suporte de projeto. A Tabela 2.9 ilustra os valores de
“t” utilizados na determinação do CBR de projeto.

Tabela 2.9: Tabela 2 com os valores “t” para determinação do CBR de projeto.
n-1 t0,90 n-1 t0,90 n-1 t0,90 n-1 t0,90
1 3,08 11 1,36 21 1,32 40 1,30
2 1,89 12 1,36 22 1,32 60 1,30
3 1,64 13 1,35 23 1,32 120 1,29
4 1,53 14 1,34 24 1,32 ∞ 1,28
5 1,48 15 1,34 25 1,32
6 1,44 16 1,34 26 1,32
7 1,42 17 1,33 27 1,31
8 1,40 18 1,33 28 1,31
9 1,38 19 1,33 29 1,31
10 1,37 20 1,32 30 1,31
Fonte: D’Agostin (2010).

Dessa forma, a Equação 04 a seguir é utilizada para determinar o valor do


CBR de projeto, conforme apresenta-se:

𝑆𝑑 𝑥 𝑡0,90
𝐶𝐵𝑅𝑝 = 𝐶𝐵𝑅𝑚 − ( ) (04)
√𝑛−1

Onde:

CBRm = valor de CBR médio;

Sd = desvio padrão;

t0,90 = valores “t” para CBR de projeto da distribuição de Student.


103

Sendo que os valores de “CBRm” e “S” são encontrados por meio das
seguintes Equações 05 e 06, respectivamente:

∑ 𝐶𝐵𝑅𝑓
𝐶𝐵𝑅𝑚 = ∑𝑓
(05)

∑ 𝑓(𝐶𝐵𝑅−𝐶𝐵𝑅𝑚 )2
𝑆𝑑 = √ (06)
𝑛

2.6.3 Dimensionamento de pavimentos semirrígidos

Senço (1997) afirma que o dimensionamento de um pavimento determina


as espessuras das camadas que o constituem (reforço do subleito, sub-base, base e
revestimento), de uma maneira que estas possam resistir aos esforços, transmitindo
e distribuindo-os ao subleito, sem que o conjunto sofra algum tipo de ruptura,
deformação ou desgaste superficial em excesso.

O dimensionamento prevê que as cargas sejam aplicadas estaticamente,


no entanto, Senço (1997) afirma que a estrutura é, na verdade, submetida a cargas
repetidas, o que geram deformações permanentes e elásticas que dependem do
número dessas repetições. Dessa forma, Pinto e Preussler (2002) determinam que o
dimensionamento de um pavimento compreende as seguintes etapas:

1. Determinação dos materiais constituintes de cada camada do


pavimento;

2. Especificação dos sistemas que compreendem desde a drenagem


subterrânea até a drenagem subsuperficial, em função das
necessidades, de acordo com as características específicas do subleito
de projeto;

3. Comparar economicamente todas as soluções disponíveis no quesito de


materiais disponíveis e transportes necessários;

4. Investigação geotécnica dos solos e materiais no entorno, o que afeta


diretamente no custo da construção em função da sua ocorrência;

5. Conhecimento das características climáticas da região de implantação


do projeto, pois o pavimento sofre diretamente com a ação do clima;
104

6. Conhecimento das cargas de tráfego em função do fenômeno de fadiga


dos materiais.

D’Agostin (2010) afirma que os métodos de dimensionamento se dividem


em três grandes grupos principais: métodos mecanísticos, métodos empíricos e
métodos técnico-experimentais. Os métodos que serão abordados e utilizados serão
o método empírico proposto pelo DNER e o método da Resiliência, no entanto, se fará
também uma breve apresentação dos métodos mecanísticos.

2.6.3.1 Métodos mecanísticos

São aqueles baseados em teorias tentando prever as tensões e


deformações provenientes do tráfego e do clima na estrutura do pavimento. Baseiam-
se na teoria da elasticidade, onde, por meio de programas computacionais, preveem
o funcionamento da estrutura quando em estado de solicitação, o que permite a
alteração dos materiais e/ou das espessuras das camadas em função da busca por
uma solicitação de forma equilibrada, sem causar prejuízo às camadas, evitando a
ruptura precoce do pavimento (PINTO; PREUSSLER, 2002).

Teoricamente, são embasados nos seguintes métodos:

a) Teoria de Boussinesq (FRANÇA, 1885): meios homogêneos, isotrópicos


e linearmente elásticos;

b) Teoria de Burmister (EUA, 1943): cálculo de tensões e deslocamentos


em sistemas de camadas elásticas;

c) Método de Odemark (SUÉCIA, 1949): método das espessuras


equivalentes.

2.6.3.2 Métodos empíricos

Pinto e Preussler (2002) indicam que os métodos empíricos se baseiam em


coeficientes e correlações obtidas através de experiências e verificações que foram
repetidas inúmeras vezes, o que acarreta em certas previsibilidades, com o objetivo
de determinar as espessuras para cada camada do pavimento, obedecendo ao critério
105

de ruptura por deformações permanentes. Destacam-se os métodos do DNER e da


Resiliência.

2.6.3.2.1 Método do DNER

Este método foi desenvolvido pelo engenheiro Murilo de Souza Lopes com
base nas características de suporte do subleito a um número de repetições específico
de acordo com o eixo de carga padrão (8,2t) e uma vida útil esperada para a estrutura
(BAPTISTA, 1978). Pinto e Preussler (2002) também indicam que o método tem como
base o trabalho “Design of Flexible Pavements Considering Mixed Loads and Traffic
Volume”, de autoria de W. J. Tumbulll, C.R. Foster e R.G. Ahlvin, do Corpo de
Engenheiros do Exército dos EE.UU e conclusões obtidas na Pista Experimental da
AASHTO.

A capacidade de suporte é determinada em função do parâmetro CBR


através de ensaios obtidos em laboratório. Ocorre a definição de coeficientes de
equivalência estrutural em função do material que é empregado na estrutura do
pavimento, de acordo com os resultados obtidos na Pista Experimental da AASHTO,
com algumas alterações em função da realidade brasileira. O dimensionamento
preocupa-se com a não-ruptura por cisalhamento e nem pelo acúmulo de
deformações permanentes, atingindo, em cada camada, grau de compactação não
inferior a 100%.

O DNIT (2006b) aponta algumas características mínimas para os materiais


a serem empregados, destacando-se:

1. Os materiais de subleito devem apresentar CBR ≥ 2% e expansão ≤ 2%;

2. Os materiais para reforço de subleito devem apresentar CBR superior


ao do subleito, com expansão ≤ 1%. É recomendado um CBR ≥ 10%;

3. Os materiais de sub-base devem apresentar CBR ≥ 20%, expansão ≤


1% e IG=0;

4. Os materiais empregados como base devem apresentar CBR ≥ 80%,


expansão ≤ 0,5%, limite de liquidez ≤ 25% e índice de plasticidade ≤ 6%.
Caso os valores de LL e LP forem superiores aos permitidos, o material
106

só poderá ser utilizado como base se apresentar um equivalente de areia


> 30%.

Dessa forma, a Tabela 2.10, extraída do Manual de Pavimentação do DNIT


(2006b), apresenta que os materiais utilizados como base granular devem estar
enquadrados em uma das faixas destacadas.

Tabela 2.10: Apresentação da granulometria para base granular.


Tipos Para N > 5 x 106 Para N < 5 x 106 Tolerâncias
Peneiras A B C D E F da faixa de
% em peso passando projeto
2" 100 100 - - - - ±7
1" - 75-90 100 100 100 100 ±7
3/8" 30-65 40-75 50-85 60-100 - - ±7
Nº 4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 10-100 ±5
Nº 10 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100 ±5
Nº 40 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70 ±2
Nº 200 2-8 5-15 5-15 10-25 6-20 8-25 ±2
Fonte: DNIT (2006b).

D’Agostin (2010) conclui que, para um número de repetições de eixo


Padrão N igual ou inferior a 5 x 106, podem ser empregados como base materiais com
CBR ≥ 60%. No caso de repetições de eixo padrão N superior a 5 x 10 6, podem ser
usados materiais enquadrados nas faixas A, B ou C.

I. Fator climático regional (FR)

O coeficiente de fator climático (FR) é multiplicado ao número de repetições


do eixo padrão “N” para atingir todas as condições de temperatura e umidade durante
as estações do ano. Pinto e Preussler (2002) indicam que o valor desse coeficiente
na pista experimental da AASHTO ficou compreendido entre 0,2 (baixo teor de
umidade) e 5,0 (materiais praticamente saturados). O valor de FR adotado é de 1,0,
de acordo com os resultados de pesquisas desenvolvidas pelo IPR/DNER.

II. Coeficiente de equivalência estrutural (K)

O coeficiente de equivalência estrutural é “determinado em função de uma


espessura granular para uma unidade de espessura de um determinado material
107

considerado como padrão” (D’AGOSTIN, 2010, p.47). Da mesma forma, Pinto e


Preussler (2002) indicam que, caso faltem correlações em relação a casos
experimentais no Brasil, poderão ser adotados valores da experiência rodoviária
norte-americana, decorrentes de pistas experimentais da AASHTO.

Na Tabela 2.11 estão apresentados os coeficientes estruturais utilizados.

Tabela 2.11: Representação dos Coeficientes de Equivalência Estrutural (K).


Componentes do pavimento Coeficiente K
Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00
Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70
Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40
Base ou revestimento betuminoso por penetração 1,20
Camadas granulares 1,00
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a 45kg/cm 1,70
Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 45kg/cm e 28kg/cm 1,40
Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 28kg/cm e 21kg/cm 1,20
Fonte: DNIT (2006b).

Os coeficientes para as diversas camadas do pavimento respeitam a


seguinte nomenclatura normativa a ser utilizada:

 Camada de reforço de subleito: Kref;

 Camada de sub-base: KSB;

 Camada de base: KB;

 Camada de revestimento: KR.

III. Espessura mínima de revestimento

As espessuras mínimas de revestimento são determinadas em função dos


esforços impostos pelo tráfego. A espessura e a qualidade do revestimento interferem
no conjunto da estrutura do pavimento, principalmente em relação as repetições de
cargas nas camadas superiores (PINTO; PREUSSLER, 2002).

A Tabela 2.12 apresenta as espessuras mínimas do revestimento


betuminoso, sobretudo para revestimentos apoiados em bases de característica
puramente granular.
108

Tabela 2.12: Espessura mínima de revestimento betuminoso.


N Espessura mínima de revestimento betuminoso
N ≤ 10 6 Tratamentos superficiais betuminosos
106 < N ≤ 5 x 106 Revestimentos betuminosos com 5,0cm de espessura
5 x 106 < N ≤ 107 Concreto betuminoso com 7,5cm de espessura
10 < N ≤ 5 x 10
7 7 Concreto betuminoso com 10,0cm de espessura
N > 5 x 107 Concreto betuminoso com 12,5cm de espessura
Fonte: DNIT (2006b).

IV. Dimensionamento do pavimento

As espessuras de base (B), sub-base (h20) e reforço de subleito (hn) são


obtidas através da solução sucessiva das inequações apresentadas pelo DNIT
(2006b), na qual são representadas pelas Equações 07, 08, 09, 10 e 11:

𝐼𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1 → 𝑅. 𝐾𝑟 + 𝐵. 𝐾𝑏 ≥ 𝐻20 (07)

𝑆𝑒 𝐶𝐵𝑅 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 ≥ 40% 𝑒 𝑁 ≤ 106 → 𝑅. 𝐾𝑟 + 𝐵. 𝐾𝑏 ≥ 0,8. 𝐻20 (08)

𝑆𝑒 𝑁 ≥ 107 → 𝑅. 𝐾𝑟 + 𝐵. 𝐾𝑏 ≥ 1,2. 𝐻20 (09)

𝐼𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2 → 𝑅. 𝐾𝑟 + 𝐵. 𝐾𝑏 + ℎ20. 𝐾𝑠 ≥ 𝐻𝑛 (10)

𝐼𝑛𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3 → 𝑅. 𝐾𝑟 + 𝐵. 𝐾𝑏 + ℎ20. 𝐾𝑠 + ℎ𝑛. 𝐾𝑟𝑒𝑓 ≥ 𝐻𝑚 (11)

Onde:

R = Espessura de revestimento (Tabela 2.12);

B = Espessura da camada de base;

h20 = Espessura da camada de sub-base;

H20 = Espessura granular para proteger a camada com CBR 20% (sub-
base);

hn = Espessura da camada de reforço do subleito;

Hn = Espessura granular para proteger a camada de reforço do subleito;

Hm = Espessura granular para proteger a camada de subleito.

A Figura 2.16 apresenta a simbologia adotada em relação às camadas do


pavimento, de acordo com as inequações apresentadas anteriormente.
109

Figura 2.16: Simbologia adotada em relação às camadas do pavimento.

Fonte: DNIT (2006b).

É importante ressaltar que, no espalhamento do material, a espessura da


camada individual acabada deve situar-se no intervalo de 10cm, no mínimo, a 17cm,
no máximo (ou seja, é possível executar espessuras mais grossas, no entanto, com
intervalos de camadas e compactação maiores).

Além dos cuidados com a umidade ótima e energia de compactação, tem-


se como espessuras mínimas as seguintes especificações:

 Camadas granulares:

o Espessura máxima (compactação) = 20cm;

o Espessura mínima (compactação) = 10cm;

o Espessura construtiva ≥ 15cm (DNIT, 2006b).

 Camadas cimentadas:

o Espessura construtiva ≥ 10cm (DNER, 2006b).

Dadas as devidas constatações, tem-se que a espessura total mínima para


as camadas granulares a ser utilizada é de 15cm. Também é importante destacar que,
caso o CBR da sub-base seja superior a 20%, deve-se utilizar o valor máximo de 20%.
O Gráfico 2.6 ilustra a determinação das espessuras do pavimento em função do CBR
adotado na camada.
110

Gráfico 2.6: Determinação de espessuras do pavimento.

Fonte: DNIT (2006b).

Por fim, destaca-se que as espessuras Hm, Hn e H20 podem ser


determinadas também pela Equação 12 a seguir, em função do número N e do CBR:

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅 −0,598 (12)

O DNIT (2006b) faz ressalvas com relação a drenagem superficial, exigindo


que esta esteja adequada e garanta rebaixamento do lençol freático a pelo menos
1,5m em relação ao greide de terraplenagem. Além disso, caso o CBR do subleito
seja inferior a 2% é recomendável a substituição desse material por pelo menos 1m
de material com CBR superior a 2%, recomendando-se CBR igual ou superior a 10%.
111

Na questão do dimensionamento de acostamentos sabe-se que não se


dispõe de dados seguros para seu dimensionamento, no entanto, a adoção da mesma
estrutura da pista de rolamento tem efeitos benéficos no comportamento destes
(geralmente a mesma estrutura é adotada nas camadas de reforço e sub-base). No
entanto, o revestimento do acostamento pode ser sempre uma categoria inferior ao
da pista de rolamento.

Quando a camada de base é de custo elevado pode-se dar uma solução


de menor custo para os acostamentos, sendo assim:

a) Adoção, na parte correspondente à camada de base, de materiais


próprios para sub-base granular de excepcional qualidade, incluindo
solos modificados por cimento, cal, etc.;

b) Consideração de uma camada de revestimento com uma categoria


inferior ao da pista de rolamento.

2.6.3.2.2 Método da resiliência

I. Histórico do método

Pinto e Preussler (1994) indicam que o estudo do método da Resiliência


iniciou com uma pesquisa denominada DINAPAV (Dinâmica dos pavimentos), que
buscava considerar a resiliência na avaliação estrutural de pavimentos com objetivo
no dimensionamento de reforços, iniciada em 1978 pelo Instituto de Pesquisas
Rodoviárias do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (IPR/DNER)
juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/COPPE).

Essa pesquisa teve como resultados a classificação dos solos brasileiros


quanto à resiliência, a correlação do módulo de resiliência com os seus respectivos
valores de CBR, determinação do módulo resiliente para misturas betuminosas e
valores de deflexão admissível baseados em modelos de fadiga para concretos
asfálticos (PINTO; PREUSSLER, 1994). Dessa forma, Pinto e Preussler propuseram
em 1982 um procedimento que permite considerar as características resilientes dos
solos em projetos de dimensionamento de reforços em pavimentos flexíveis e
semirrígidos.
112

Em 1985 a Companhia Metropolitana do Estado de São Paulo elaborou a


primeira norma técnica para dimensionamento de pavimentos flexíveis, levando em
consideração os estudos a respeito da resiliência dos solos, realizados desde 1978
(PINTO; PREUSSLER, 1994).

II. Considerações do método

O DNIT (2005) afirma que o procedimento leva em consideração os


seguintes indicativos na definição de uma estrutura de pavimento: deflexão da
superfície; diferença entre as tensões horizontal de tração e vertical de compressão
na fibra inferior do revestimento; e tensão vertical no subleito. D’Agostin (2010) afirma
que os dois primeiros indicados estão relacionados à fadiga do pavimento, enquanto
os demais com as deformações permanentes aos quais estão estabelecidos.

Pinto e Preussler (2002) indicam que a repetição das cargas transientes


pode levar a ruptura por fadiga do revestimento betuminoso ou ainda da camada
cimentada prematuramente, caso não seja considerado o limite admissível das
deformações elásticas para um determinado “N” de projeto, que seriam as repetições
do carregamento considerado.

Desta forma, o comportamento de fadiga pode ser previsto a partir da teoria


da elasticidade, sendo a deformação recuperável tratada como deformação resiliente
quando submetido a carregamentos repetitivos. O módulo de deformação resiliente e
do coeficiente de Poisson para os solos é determinado em laboratório através do
ensaio triaxial de carga repetida, por exemplo.

O DNIT (2005) indica que pavimentos com espessa camada granular


apresentam módulos resilientes baixos e consequentes deformações resilientes
grandes, contribuindo em mais de 50% na deflexão total do pavimento em virtude da
pouca coesão.

Dessa forma, D’Agostin (2010) afirma que é necessário considerar, em


projetos de pavimentação, além dos valores de CBR, as características elásticas ou
resilientes dos materiais empregados. A espessura mínima do revestimento
betuminoso se relaciona diretamente com a fadiga associada do revestimento,
características resilientes do conjunto fundação-pavimento.
113

III. Classificação dos solos finos quanto à resiliência

O DNIT (2005) indica que os solos finos coesivos se encontram com


frequência em subleitos ou em camadas de reforço de subleito, podendo serem
classificados de acordo com os parâmetros de resiliência determinados em ensaios
triaxiais dinâmicos, nos seguintes tipos:

1. Solos tipo I: baixo grau de resiliência – apresentam bom comportamento


como subleito e reforço de subleito, com possibilidade de utilização em
camada de sub-base;

2. Solos tipo II: grau de resiliência intermediário – apresentam


comportamento regular como subleito. Seu uso como reforço de subleito
requer estudos e ensaios especiais;

3. Solos tipo III: grau de resiliência elevado – não é aconselhável seu


emprego em camadas de pavimento. Requer cuidados e estudos
especiais ao perceber sua ocorrência na camada de subleito.

Essa classificação é obtida em função do valor de CBR correspondente e


da percentagem de silte na fração fina (S), na qual é exposta por meio da Tabela 2.13.

Tabela 2.13: Classificação dos solos finos quanto à resiliência.


S (%)
CBR (%)
≤ 35 35 a 65 > 65
≥ 10 I II III
6a9 II II III
2a5 III III III
Fonte: DNIT (2005).

A porcentagem de silte (S) é obtida através Equação 13.

𝑃
𝑆 = 100 − 𝑃1 𝑥 100 (13)
2

Onde:

S = percentagem de silte da fração fina que passa na peneira 0,075mm;


114

P1 = percentagem em peso de material cujas partículas tenham diâmetro


inferior a 0,005mm, determinado na curva granulométrica;

P2 = percentagem em peso de material cujas partículas tenham diâmetro


inferior a 0,075mm, determinado na curva granulométrica.

IV. Determinação da espessura total do pavimento

Da mesma forma, o DNIT (2005) apresenta a equação abaixo para o


cálculo da espessura total do pavimento (Ht) em termos de material granular com
coeficiente de equivalência estrutural K = 1,00, em função do parâmetro de tráfego
“N” e do CBR do subleito, na qual é especificado pela Equação 14.

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅 −0,598 (14)

V. Espessura mínima de revestimento betuminoso

São definidas as constantes relacionadas à resistência do subleito, obtidas


a partir da classificação do mesmo quanto à resiliência da seguinte forma:

1. Solos tipo I: I1 = 0 e I2 = 0;

2. Solos tipo II: I1 = 1 e I2 = 0;

3. Solos tipo III: I1 = 0 e I2 = 1.

A espessura mínima de revestimento é determinada pela Equação 15.

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 𝑥 𝐼1 + 4,101 𝑥 𝐼2 (15)
𝐷𝑝

Onde:

Dp = deflexão de projeto (0,01mm);

HCB = espessura mínima da camada betuminosa.

VI. Critério da deflexão admissível


115

A partir dos estudos de Preussler, Pinto e Medina (1981) é possível


estabelecer uma equação para quantificar o número cumulativo de repetições (“N”) da
deflexão (D), que provoca a ruptura por fadiga da camada betuminosa de concreto
asfáltico. A Equação 16 é evidenciada a seguir:

log 𝐷𝑝 = 3,148 − 0,188 𝑥 log 𝑁 (16)

O DNIT (2005) indica que a deflexão de projeto deve ser inferior a deflexão,
ou seja: Dp < D.

VII. Valor estrutural do revestimento betuminoso

O valor estrutural (VE) da camada betuminosa (HCB) é estabelecido


conforme a Tabela 2.14. O DNIT (2005) indica que esse conceito depende da
qualidade da mistura betuminosa e da constituição da estrutura do pavimento como
um todo.

O valor estrutural é determinado em função da classificação solo quanto a


sua resiliência e também do número de projeto de repetições do eixo padrão (“N”) que
foi especificado em projeto.

Tabela 2.14: Valor estrutural da camada betuminosa.


Tipo de N
subleito 104
10 5
106 107 108
I 4,0 4,0 3,4 2,8 2,8
II 3,0 3,0 3,0 2,8 2,8
III 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Fonte: DNIT (2005).

VIII. Espessura da camada granular

A espessura da camada granular (HCG) é determinada a partir da Equação


17:

𝐻𝑡 = 𝐻𝐶𝐵 𝑥 𝑉𝐸 + 𝐻𝐶𝐺 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚 (17)

Onde:
116

HCB = espessura mínima da camada betuminosa;

VE = valor estrutural do revestimento betuminoso;

HCG = espessura máxima da camada granular;

Ht = espessura total do pavimento.

As bases, sub-bases e/ou reforços do subleito são consideradas como


camadas granulares quando são constituídos por materiais granulares como solo
arenoso, pedregulhoso, solo estabilizado granulometricamente, solo brita, brita
graduada e macadames, desde que contenham menos de 35% em peso passando
na peneira de abertura de 0,075mm (nº 200).

IX. Sub-base e/ou reforço do subleito

O DNIT (2005) em seu Manual de Pavimentação apresenta que a aplicação


de sub-base ou reforço de subleito é vantajosa quando o subleito é constituído por
solo do tipo III. A espessura de sub-base ou reforço HR é determinada a partir da
seguinte Equação 18.

𝐻𝑡1 −𝐻𝑡2
𝐻𝑅 = (18)
0,70

Onde:

HR ≥ 30cm;

Ht1 = espessura equivalente correspondente ao CBR do subleito;

Ht2 = espessura equivalente correspondente ao CBR da sub-base ou


reforço de subleito.

X. Revestimento betuminoso em camadas integradas

Uma alternativa frente a abordagem a partir das características de


deformabilidade das misturas utilizadas é a adoção de um revestimento betuminoso
em camadas integradas de concreto asfáltico e pré-misturados. Existem dois tipos de
procedimentos a serem adotados: aplicando coeficiente de equivalência estrutural dos
117

materiais ou procedimento analítico utilizando o critério da igualdade de deflexões.


Para este último, o DNIT (2005) apresenta as Equações 19 e 20 a seguir:

𝐻𝐶𝐵 −𝐻𝐶𝐴
𝐻𝑃𝑀 = 1 (19)
𝜇3

Sendo que:

𝑀𝑃𝑀
𝜇= (20)
𝑀𝐶𝐴

Onde:

HPM = espessura de pré-misturado (cm);

HCB = espessura total do revestimento em concreto asfáltico (cm);

HCA = espessura de concreto asfáltico (cm);

MPM = módulo de resiliência do pré-misturado (kgf/cm²);

MCA = módulo de resiliência do concreto asfáltico (kgf/cm²).

Analisa-se a combinação de HCA e HPM de forma a satisfazer as seguintes


condições, apresentadas pelas Equações 21, 22, 23 e 24:

𝐻𝑃𝑀 > 𝐻𝐶𝐴 (21)

𝐻𝑃𝑀 = 1,4 𝑎 1,6 𝑥 𝐻𝐶𝐴 (22)

𝐻𝑃𝑀 + 𝐻𝐶𝐴 = 𝐻𝐶𝐵 (23)

𝐻𝑃𝑀 = 0,60 𝑥 𝐻𝐶𝐵 (24)

2.7 Campanha de ensaios

Para o estudo e execução de projetos rodoviários é indispensável a


campanha de ensaios que caracterizará o solo. Esses ensaios simulam as condições
do solo e permitem prever seu comportamento, resistência, características, formação
e estrutura, além de outros parâmetros fundamentais, não apenas para a área da
118

pavimentação, mas também em qualquer setor que terá essa matéria prima como
condicionante.

2.7.1 Ensaios de caracterização física

Os ensaios que abrangem a caracterização física do solo são os de Análise


Granulométrica, Densidade Real dos Grãos, Limites de Atterberg (ou de Consistência,
que são divididos em: Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade), Compactação e
Determinação do Teor de Matéria Orgânica. Será tratado especificamente cada um
destes a seguir, sendo que toda amostra utilizada para os ensaios deve seguir as
recomendações da NBR 6457/2016 – Amostras de Solo – Preparação para ensaios
de Compactação e Ensaios de Caracterização (ABNT, 2016a).

Com os ensaios de Peneiramento e de Sedimentação é possível analisar o


solo de forma a construir uma curva granulométrica para avaliar a composição dos
grãos. Este pode ser caracterizado pela sua graduação (solo bem graduado,
granulação uniforme ou granulação aberta) e pelo seu grau de uniformidade (muito
uniforme, uniformidade média e desuniforme).

Dentre os inúmeros índices físicos conhecidos, como a umidade, índice de


vazios, porosidade, grau de saturação, etc., destaca-se também o Peso Específico
dos Sólidos (ou também conhecido como peso específico dos grãos), que é a relação
entre o peso das partículas sólidas e o seu volume.

No entanto, determinar o volume do material sólido é muito complicado,


principalmente pelo fato de que esse fragmento de solo apresenta vazios internos e
sua forma não é exatamente nenhuma figura geométrica conhecida. Por conta disso,
existe um ensaio normatizado pela NBR 6508/1984 (ABNT, 1984), onde se utiliza um
recipiente de vidro denominado de Picnômetro para determinar o Peso Específico da
amostra de solo que se quer determinar.

Na engenharia civil, na parte geotécnica, mais se preza estudar sobre o


Limite de Plasticidade e Limite de Liquidez, apesar de evidenciar-se também o Limite
de Contração, na passagem do estado semissólido para o estado sólido do solo. O
ensaio para determinação do Limite de Plasticidade é regido pela norma NBR
7180/2016 (ABNT, 2016d) (Determinação do Limite de Plasticidade) e o ensaio para
determinação do Limite de Liquidez é regido pela norma NBR 6459/2016 (ABNT,
119

2016c) (Determinação do Limite de Liquidez). Esses índices são essenciais para


determinar o índice de plasticidade (que classifica o solo como: fracamente plástico,
medianamente plástico e altamente plástico) e a consistência do solo (que classifica
o solo como: muito mole, mole, média, rijas e duras) e, assim, caracterizar o solo.

O Ensaio de Compactação é regido pela norma NBR 7182/2016 (ABNT,


2016e), com detalhe para a forma com que é feita a execução do ensaio, que
considera o reuso de material ou não, e secagem prévia até a umidade higroscópica
ou sobre amostras preparadas a 5% abaixo da umidade ótima presumível. Através do
ensaio de compactação é obtida a umidade ótima, que é utilizada em um novo ensaio
de compactação para posterior ensaio de compressão simples, que será apresentado
nos itens seguintes. No ensaio de Compactação utilizou-se o cilindro Proctor pequeno.

Por fim, o ensaio de Determinação do Teor de Matéria Orgânica é regido


pela norma NBR 13600/1996 (ABNT, 1996) intitulada “Solo – Determinação do teor
de matéria orgânica por queima a 440ºC”. Dessa forma, o objetivo do ensaio é
determinar o teor de matéria orgânica da amostra de solo deformada coletada,
resultado este com aproximação de 0,1%.

A bibliografia recomenda a utilização de solos com menos de 2% de


matéria orgânica na incorporação de cimento, pois taxas superiores à mencionada
requerem maiores quantidades do estabilizador químico para alcançar os resultados
desejados. Sendo assim, caso o teor seja superior a 2% a equipe buscará a melhor
forma de aplicar o estudo, seja alterando os teores de incorporação de cimento ou as
especificações justificativas do estabilizante.

2.7.1.1 Análise granulométrica

O ensaio de Granulometria é regido pela norma NBR 7181/2016 (ABNT,


2016b), a qual prescreve o método para a análise granulométrica do solo realizada
por peneiramento ou por combinação de sedimentação e peneiramento.

Para a realização do ensaio, a ABNT (2016b) determina que a aparelhagem


necessária consiste em: uma estufa (capaz de manter a temperatura entre 60ºC e
65ºC e entre 105ºC e 110ºC); balanças que permitam pesar entre 200g até 10kg, com
respectivas resoluções e sensibilidades compatíveis; recipientes adequados que
impeçam a variação de umidade; aparelho de dispersão (Figura 2.17); proveta de
120

vidro com determinados volumes específicos; densímetro; termômetro; relógio,


béquer; tanque para banho (que pode ser dispensado caso o ambiente de realização
do ensaio tenha temperatura aproximadamente constante); peneiras de acordo com
a NBR 5734/1997 (50, 38, 25, 19, 9,5, 4,8, 2,0, 1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15 e 0,075mm);
agitador mecânico de peneiras, bagueta e bisnaga.

Figura 2.17: Aparelho de dispersão com hélices metálicas substituíveis e copo munido de chicanas
metálicas.

Fonte: NBR 7181 (2016b).

O ensaio consiste basicamente, segundo a ABNT (2016b), em separar


primeiramente a amostra em duas partes: passantes e retidos na peneira 2,0mm.
Parte do material passante na peneira de 2,0mm será utilizado no ensaio de
Sedimentação, que consiste em medir a densidade de uma mistura de solo com
solução de hexametafosfato de sódio que fora submetida a dispersão, tendo sempre
sua temperatura conhecida. Esse ensaio, após sua preparação descrita na norma
específica, tem duração de 24 horas, com leituras intermediárias pré-estabelecidas.

Após o ensaio de Sedimentação, a mistura que fora utilizada é seca em


estufa e utilizada para o Peneiramento Fino, que utiliza as peneiras de 1,2, 0,6, 0,42,
0,25, 0,15 e 0,075mm. A outra parte do material que ficou retida na peneira de 2,0mm
é usada para o Peneiramento Grosso que, com o auxílio do agitador mecânico, usa
as peneiras de 50, 38, 25, 19, 9,5 e 4,8mm.
121

Com os resultados obtidos de densidades (ensaio de sedimentação) e


massas (peneiramento fino e grosso) calcula-se as porcentagens de materiais
passantes, retidos e em suspensão, e também o diâmetro das partículas. Com isso, é
possível analisar o solo de forma a construir uma curva granulométrica para avaliar a
composição de seus grãos. Caputo (1988) estabelece que o solo pode ser
caracterizado pela sua graduação: solo bem graduado, granulação uniforme ou
granulação aberta, e pelo seu grau de uniformidade: muito uniforme, uniformidade
média e desuniforme.

2.7.1.2 Densidade real dos grãos

O ensaio de Densidade Real dos Grãos é regido pela norma NBR


6508/1984 (ABNT, 1984), que prescreve o método de determinação da massa
específica dos grãos de solos que passam na peneira de 4,8mm, por meio do
picnômetro.

Para a realização do ensaio, a ABNT (1984) determina que a aparelhagem


necessária consiste em: estufa (capaz de manter a temperatura entre 60ºC e 65ºC e
entre 105ºC e 110ºC); balança que permita 1,5kg, com resolução e sensibilidade
compatível; aparelho de dispersão (Figura 2.17); picnômetro; bomba de vácuo,
termômetro, funil de vidro e conta-gotas.

A execução do ensaio consiste em preparar a amostra e separá-la em duas


partes: uma parte para determinação da densidade e outra para determinação da
umidade. Para determinação da massa específica utiliza-se o solo em quantidade
determinada e executa-se a saturação, posteriormente colocando-o em dispersão e
então para o frasco do picnômetro até metade de sua capacidade, a fim de se utilizar
a bomba de vácuo. Completa-se o picnômetro com água destilada e utiliza-se a bomba
de vácuo novamente, sempre garantido que não haja bolhas de ar na mistura.

A conclusão do ensaio se dá a partir da massa do conjunto “picnômetro +


solo + água” e, posteriormente, “picnômetro + água” (Figura 2.18). Para a
determinação da umidade basta ter o peso do solo úmido e o peso do solo seco em
estufa.

Com os resultados obtidos de pesos calcula-se a umidade e a massa


específica do solo, sendo que tal ensaio deve ser feito pelo menos duas vezes e não
122

diferindo os resultados em 0,02g/cm³ (ABNT, 1984). Caputo (1988) ressalta que o


conhecimento da massa específica é necessário para posterior análise do solo, sendo
que tal valor é relativo à sua constituição mineralógica.

Figura 2.18: Aparelho de dispersão com hélices metálicas substituíveis e copo munido de chicanas
metálicas.

Fonte: CAPUTO (1988).

2.7.1.3 Limites de Atterberg

Os Limites de Atterberg, também chamados de Limites de Consistência,


possuem dois segmentos: Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade. Ainda existe o
Limite de Contração, porém, apenas os dois primeiros serão analisados e utilizados
nesta pesquisa e que são regidos, respectivamente, pelas normas NBR 6459/2016
(ABNT, 2016c) e NBR 7180/2016 (ABNT, 2016d).

A umidade do solo catalisa sua capacidade de fluir, podendo este, então,


dizer que se encontra em estado líquido, plástico, semissólido e sólido. Os limites que
separam as fases são justamente os Limites de Liquidez, Limite de Plasticidade e
Limite de Contração. A determinação da consistência do solo é feita de maneira
simples e rápida e pode proporcionar uma ideia clara do tipo de solo e suas
propriedades (CAPUTO, 1988).

A ABNT (2016d) define o cálculo para se encontrar o Índice de Plasticidade,


que consiste na diferença entre o Limite de Liquidez e o Limite de Plasticidade. Tal
123

índice indica a zona de estado plástico do solo (máximo para argilas e mínimo/nulo
para areias), característica fundamental para composição do tipo de solo estudado.

I. Limite de liquidez

A ABNT (2016c) determina, para a realização do ensaio, os seguintes


aparelhos: estufa (capaz de manter a temperatura entre 60ºC e 65ºC e entre 105ºC e
110ºC); balança que permita 200g, com resolução e sensibilidade compatível; cápsula
de porcelana, espátula, cinzel, gabarito, esfera de aço e aparelho de Casagrande
(Figura 2.19).

Figura 2.19: Aparelho de Casagrande.

Fonte: CAPUTO (1988).

De acordo com a ABNT (2016c), o ensaio consiste em adicionar água a


mistura de solo previamente preparada até obter uma pasta homogênea, com
consistência tal que sejam necessários cerca de 35 golpes do aparelho de
Casagrande para fechar a ranhura que fora previamente feita com o cinzel, conforme
Figura 2.20. Ressalta-se que existem cinzéis diferentes para solos argilosos e
arenosos.
124

Figura 2.20: Aparelho de Casagrande visto em planta (esquerda) e seções esquemáticas da concha
(direita).

Fonte: NBR 6459 (2016c).

Ao obter-se o primeiro resultado de 35 golpes, é coletada uma pequena


porção do material para determinação de umidade e, com o restante, executar
novamente o ensaio, acrescentando-se mais água. O intuito é obter pelo menos três
pontos de ensaio cobrindo o intervalo de 35 a 15 golpes e suas respectivas umidades.

Com os resultados obtidos é possível construir um gráfico cujos eixos


representam os números de golpes (em escala logarítmica) e os teores de umidade
(em escala aritmética), com uma reta que melhor represente os três pontos
encontrados durante o ensaio. O teor de umidade aos 25 golpes, na reta, representará
o Limite de Liquidez. Na impossibilidade de conseguir abertura da ranhura ou o seu
fechamento com mais de 25 golpes, deve-se considerar o solo como não
apresentando Limite de Liquidez (NL) (ABNT, 2016c).

II. Limite de plasticidade

A ABNT (2016d) determina, para a realização do ensaio, os seguintes


aparelhos: estufa (capaz de manter a temperatura entre 60ºC e 65ºC e entre 105ºC e
110ºC); balança que permita 200g, com resolução e sensibilidade compatível; cápsula
de porcelana, espátula, gabarito cilíndrico de comparação de 3mm de diâmetro e
10cm de comprimento; placa de vidro de superfície esmerilhada.

O ensaio consiste em adicionar água a mistura de solo previamente


preparada até obter uma pasta homogênea com consistência tal que, ao se fazer um
cilindro de solo baseado no cilindro padrão de ensaio (utilizando a placa de vidro para
125

rolar), não se fragmente, conforme o indicativo na Figura 2.21. Caso a amostra se


fragmente antes de se conseguir um cilindro, é necessário adicionar mais água a
mistura e repetir o procedimento.

Ao conseguir executar sem se fragmentar, deve-se retirar uma pequena


porção do cilindro e determinar sua umidade. O Limite de Plasticidade será a média
de pelo menos três valores de umidade consideradas satisfatórias, sendo que tais
valores não podem diferir de 5% dessa média. Caso não seja possível obter o cilindro
de acordo com o cilindro padrão do ensaio, deve-se considerar a amostra como não
apresentando Limite de Plasticidade (NP) (ABNT, 2016d).

Figura 2.21: Execução do cilindro de solo na placa de vidro esmerilhada.

Fonte: CAPUTO (1988).

A ABNT (2016d) especifica que o índice de plasticidade deve ter resultado


final expresso em porcentagem e, caso não seja possível determinar algum dos limites
(liquidez ou plasticidade), o índice de plasticidade será considerado como não plástico
(NP).

2.7.1.4 Ensaio de compactação

O ensaio de Compactação é regido pela norma NBR 7182/2016 (ABNT,


2016e), que prescreve o método para determinar a relação entre o teor de umidade e
a massa específica aparente seca de solos quando compactados.

Para a realização do ensaio, a ABNT (2016e) determina que a


aparelhagem necessária consiste em: estufa (capaz de manter a temperatura entre
60ºC e 65ºC e entre 105ºC e 110ºC); balanças que permitam pesar entre 200g até
126

10kg, com respectivas resoluções e sensibilidades compatíveis; peneiras de 19 e


4,8mm; cápsulas metálicas; bandejas metálicas (75cm x 50cm x 5cm); régua de aço
biselada (30cm); espátulas de lâmina flexível; cilindro de Proctor (Figura 2.22);
soquete (Figura 2.23) provetas de vidro; desempenadeira de madeira; extrator de
corpo de prova; conchas metálicas; base rígida; papel filtro com diâmetro igual do
molde.

Figura 2.22: Cilindro de Proctor (pequeno).

Fonte: NBR 7182 (2016e).

Figura 2.23: Soquete (pequeno).

Fonte: NBR 7182 (2016e).


127

A ABNT (2016e) distingue a execução do ensaio, dependendo das energias


de compactação, que podem ser: normal, intermediária e modificada. A Tabela 2.15
apresenta as características inerentes a cada tipo de energia.

Tabela 2.15: Características inerentes a cada tipo de energia.


Características Energia
inerentes a cada
Cilindro
energia de Normal Intermediária Modificada
compactação
Soquete Pequeno Grande Grande
Número de
3 3 5
camadas
Pequeno
Número de
golpes por 26 21 27
camada

Soquete Grande Grande Grande


Número de
5 5 5
camadas
Grande Número de
golpes por 12 26 55
camada
Altura do disco
63,5 63,5 63,5
espaçador (mm)
Fonte: NBR 7182 (2016e).

O início do ensaio consiste na montagem do aparato: fixar o cilindro à sua


base, acoplar o cilindro complementar e apoiar o conjunto em uma base rígida (se o
ensaio for com cilindro grande, também adicionar o disco espaçador). É comum utilizar
um papel filtro para que o disco não fique aderido ao solo. Umedece-se o solo até 5%
abaixo da umidade ótima presumível e compacta-se a mistura homogeneizada, com
respectivo número de camadas e golpes correspondente à energia desejada.

Com o peso do molde previamente obtido e com o “peso do molde + solo


úmido” compactado adquirido, obtém-se o peso do solo úmido compactado. Com o
extrator, retira-se o corpo de prova do molde e se coleta uma pequena amostra para
determinação da umidade. Repete-se o ensaio incrementando 2% de umidade à
amostra previamente utilizada, até que se obtenham cinco pontos: dois no ramo seco,
um próximo a umidade ótima e dois no ramo úmido.

Calcula-se a massa específica aparente seca e se constrói a curva de


compactação, em formato parabólico, onde seus eixos representam a massa
específica aparente seca (ordenadas) e os teores de umidades (abcissas). O valor
128

correspondente à ordenada máxima da curva de compactação representa a massa


específica aparente seca máxima, e seu valor correspondente de umidade representa
a umidade ótima (ABNT, 2016e). Tais valores são cruciais para promover a melhoria
de um solo, não apenas em sua resistência (pois compactar visa reduzir o volume de
vazios), mas também em aspectos como a permeabilidade, compressibilidade e
absorção de água (CAPUTO, 1988).

2.7.1.5 Determinação do teor de matéria orgânica

O ensaio de determinação do teor de matéria orgânica por queima a 440ºC


é regido pela NBR 13600/1996 (ABNT, 1996), que prescreve o método para
determinação do teor de matéria de solos através da queima em mufla, à temperatura
de 440ºC, sendo que o material é previamente seco em estufa.

Para a realização do ensaio, a ABNT (1996) determina que a aparelhagem


necessária consiste em: balanças com respectivas resoluções e sensibilidades
compatíveis; equipamento mufla; dessecador com sílica-gel; cadinho; pinça; espátula;
papel alumínio.

A amostra, da ordem de 50g, deve ser preparada com secagem em estufa


e uso do dessecador. O ensaio consiste em colocar a amostra na mufla, na
temperatura de cerca de 440ºC, por aproximadamente 12 horas (até que haja
constância de massa). Com a massa da amostra seca em estufa e com a massa da
amostra queimada em mufla é possível determinar o teor de matéria orgânica (ABNT,
1996).

É importante para a pesquisa saber o teor de matéria orgânica no solo, pois


a presença desta pode afetar a hidratação do cimento, devido à absorção de íons de
cálcio e, consequentemente, queda do pH (MARQUES, 2012), o que ocasionará em
um maior consumo do estabilizador.

2.7.2 Ensaios de resistência

Pode-se, quase sempre, relacionar ao fenômeno de cisalhamento o motivo


de ruptura em solos (PINTO, 2006). A pequena exceção ocorre em condições
especiais, que leva a ruptura por tração. O autor afirma que essa resistência ao
129

cisalhamento se define como a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a


ruptura ocorrer, ou seja, a máxima tensão cisalhante.

Caputo (1988) cita que a resistência ao cisalhamento do solo é composta


de duas componentes principais: coesão e atrito entre as partículas. Segundo ele, o
atrito interno de um solo inclui não apenas o “atrito físico” entre as partículas, mas
também o “atrito fictício” oriundo do entrosamento destas, já que em solos há uma
infinidade de contatos pontuais; já a coesão engloba a “coesão aparente” e a “coesão
verdadeira”, sendo que estas resultam, respectivamente, da pressão capilar contida
nos solos agindo como uma pressão externa e devido as forças eletroquímicas de
atração de partículas (mais enfatizado em casos de solos argilosos). Pinto (2006)
destaca o conceito de ângulo de atrito, que pode ser entendido como o ângulo máximo
que a força transmitida pelo corpo à superfície pode exercer sem que ocorra o
deslizamento.

As análises da ruptura são feitas, muitas vezes, por formulações, também


chamadas de “critérios”, como por exemplo o critério de Coulomb ou o de Mohr. Tais
critérios procuram refletir as condições em que ocorre a ruptura dos materiais,
podendo ser estabelecido por máximas tensões de compressão, tração ou
cisalhamento, ou ainda máximas deformações (PINTO, 2006).

Tendo isso em vista, é de suma importância o estudo e o conhecimento da


resistência ao cisalhamento dos solos. Para isso, existem testes laboratoriais que
procuram prever o comportamento do solo, aliados aos critérios, e achar os
parâmetros descritos anteriormente.

2.7.2.1 Ensaio de compressão simples

O ensaio de compressão simples é regido pela NBR 12770/1992 (ABNT,


1992), que prescreve o método para determinação da resistência à compressão não
confinada (ou simples), de corpos de prova constituídos por solos coesivos, mediante
a aplicação de carga axial, com controle de deformação.

Para a realização do ensaio, a ABNT (1992) determina que a aparelhagem


necessária consiste em: balanças com respectivas resoluções e sensibilidades
compatíveis; equipamento de compressão; anel dinanométrico; extrator de corpo de
130

prova; medidor de deslocamento; medidor de dimensão; cronômetro; conchas


metálicas; torno de talhagem; base rígida; papel filtro com diâmetro igual do molde.

Os corpos de prova podem ser indeformados, obtidos por compactação ou


ainda por remoldagem, sempre garantindo que sua altura seja, no mínimo, o valor de
três vezes seu diâmetro, para evitar perturbações. A ABNT (1992) enfatiza que todas
as medidas de dimensão e massa devem ser conhecidas durante o ensaio. Este,
propriamente dito, consiste em aplicar um carregamento vertical, conforme Figura
2.24, de maneira a se obter uma velocidade de deformação axial específica constante
(não excedendo o tempo para ruptura de 15 minutos). Durante o ensaio, registra-se
os valores de carga, deslocamento e tempo, em intervalos adequados até a ruptura.

Figura 2.24: Imagem esquemática do ensaio de compressão simples.

Fonte: CAPUTO (1988).

Com a variação de altura do corpo de prova durante o ensaio, suas


dimensões e a carga aplicada, calcula-se a deformação axial específica, a área da
seção transversal média e a tensão de compressão. O resultado é apresentado
através de um gráfico de “Tensão de compressão x Deformação axial específica”. A
resistência ao cisalhamento será o valor correspondente à metade da tensão de
compressão na ruptura, visto que não há forças tangenciais aplicadas diretamente
(ABNT, 1992).
131

2.7.2.2 Ensaio de compressão diametral

De acordo com Silva (2015), a cimentação das partículas de solo, originada


da rocha matriz, afeta o seu comportamento mecânico. É enfatizado também que o
conhecimento das cimentações entre as partículas é importante para verificar o nível
de contribuição em relação a resistência total do solo e sua influência sobre a rigidez.

Nesse enfoque, a cimentação pode ser determinada através de ensaios


que avaliem as tensões de tração no contato entre os grãos. Silva (2015) indica que
solos com coesão verdadeira tendem a apresentar pequena resistência à tração, e a
existência dessa coesão oriunda de solos residuais está diretamente relacionada às
cimentações entre partículas.

O ensaio de compressão diametral é regido pela NBR 7222/2011 (ABNT,


2011), que prescreve o método para determinação da resistência à tração por
compressão diametral de corpos de prova e testemunhos cilíndricos, sobretudo de
concreto e argamassa. Será realizada uma adaptação para utilização em corpos de
prova constituídos por solos coesivos, mediante a aplicação de carga axial, com
controle de deformação.

O objetivo do ensaio é medir a resistência a tração de forma indireta,


através da aplicação de força de compressão no eixo diametral da amostra. A forma
indireta é obtida através do posicionamento do carregamento, que induz um estado
de tração.

Para a realização do ensaio, a ABNT (2011) determina que a aparelhagem


necessária consiste nos equipamentos semelhantes aos destacados no item 2.7.2.1,
no ensaio de compressão simples. Além disso, “dispositivos auxiliares que facilitem o
posicionamento do corpo de prova na máquina de ensaios podem ser utilizados,
desde que seja possível comprovar que não provocam alterações nos resultados do
ensaio” (ABNT, 2011, p.1). A mesma norma apresenta o aparelho disposto na Figura
2.25, para posicionamento do corpo de prova.
132

Figura 2.25: Exemplo do dispositivo auxiliar que facilita o posicionamento do corpo de prova na
máquina de ensaio.

Legenda: h: é a altura interna livre do dispositivo, para posicionamento do corpo de prova; d: é o


diâmetro do corpo de prova.
Fonte: CAPUTO (1988).

Consiste no carregamento de amostras cilíndricas ao longo de duas placas


rígidas paralelas, uma oposta à outra, no sentido do seu diâmetro. A ruptura conecta
os dois lados carregados, praticamente uniformes, ao longo do plano vertical
diametral, através de tração indireta. A vantagem desta técnica é a facilidade na
preparação das amostras e uso de praticamente os mesmos equipamentos do ensaio
de compressão simples.

Figura 2.26: Detalhe do equipamento para realização do ensaio de compressão diametral.

Fonte: Silva (2015).

A avaliação da resistência à tração é feita através da Equação 25 a seguir.


133

2𝑥𝐹
𝑓𝑐𝑡,𝑠𝑝 = 𝜋 𝑥 𝑑 𝑥 𝑙 (25)

Onde:

F = é a força de compressão aplicada (kN);

d = é o diâmetro do corpo de prova (m);

l = é o comprimento do corpo de prova (m).

Silva (2015) aponta que diversas pesquisas e trabalhos foram realizados


para avaliação da resistência à tração em solos residuais, como trabalhos de
Maccarini (1987), Sandroni (1990), Villar (2002) e Boehl (2011).

Guinea et. al. (2000, apud. Silva, 2015) indica o ensaio brasileiro para medir
a resistência à tração por, em suas pesquisas, comparativamente a resultados de
outros ensaios, apresentar os menores efeitos de escala nos estudos que realizaram.

Em estudos de solos residuais de granito da região de Florianópolis, em


condições naturais e inundadas, Boehl (2011) indica que a resistência a tração variou,
respectivamente, entre 9,39 a 60,48kPa e 1,87 a 35,85kPa.

Nos ensaios de compressão diametral realizados por Maccarini (1987),


utilizando amostras artificialmente cimentadas, indica-se que as amostras eram
previamente saturadas e submetidas à compressão isotrópica, com diferentes tensões
confinantes, no intuito de medir a perda de resistência à tração após a compressão.
Foi possível concluir que a quebra das cimentações começou a ocorrer com tensões
efetivas de 200kPa. Na tensão de 1000kPa a resistência a tração ainda era de
aproximadamente 20% da resistência a tração inicial, possibilitando a conclusão de
perda gradual da cimentação.

2.7.2.3 Ensaio de determinação do ISC

A determinação do Índice de Suporte Califórnia ou CBR (California Bearing


Ratio, do inglês) é feita pelas prescrições da norma NBR 9895/2016 (ABNT, 2016f),
que consiste em medir a resistência à penetração de uma amostra saturada
compactada, em porcentagem (onde 100% corresponde à penetração de uma brita
134

graduada que fora adotada como padrão referência, com excelente qualidade), bem
como a expansão do solo. Utilizam-se amostras deformadas não reusadas.

A ABNT (2016f) determina a seguinte aparelhagem necessária para o


ensaio: balanças com respectivas resoluções e sensibilidades compatíveis; peneiras
de 19 e 4,8mm; estufa; cápsulas e bandejas metálicas, régua biselada; espátula;
cilindro para molde do corpo de prova; soquete; prato perfurado; porta-extensômetro;
extensômetro; disco anelar para sobrecarga; prensa de determinação do ISC (Figura
2.27); extrator de corpo de prova; tanque; papel filtro; provetas de vidro; conchas
metálicas; base rígida.

Figura 2.27: Imagem esquemática do aparato do ensaio CBR.

Fonte: CAPUTO (1988).

Prepara-se a amostra conforme a granulometria do material, seguindo as


diretrizes da ABNT (2016f). É moldado o corpo de prova em cinco camadas, com
números de golpes de acordo com a energia de compactação segundo a ABNT
(2016e). Atentar-se a medição da umidade da amostra. Com no mínimo cinco corpos
de prova, executa-se o ensaio de expansão, que consiste em deixar estes imersos em
135

água com um sobrepeso, por 4 dias, acoplados no extensômetro, efetuando as


leituras a cada 24 horas. Terminado o ensaio de expansão, escoa-se os corpos de
prova e então é iniciado o ensaio de penetração. A prensa, conforme Figura 2.27,
penetra o pistão acoplado, a uma velocidade constante de 1,27mm/min, onde se faz
a leitura do extensômetro do anel dinanométrico em tempos específicos.

Com a massa específica aparente seca, as leituras do extensômetro


durante a expansão e as leituras efetuadas no extensômetro do anel dinanométrico,
é determinado a expansão do solo, em porcentagem, e é traçada a curva “Pressão
aplicada pelo pistão x Penetração do pistão”, que permite encontrar a pressão
corrigida das penetrações do ensaio e compará-las com a pressão-padrão. A
expansão e resistência encontrada permitem idealizar a capacidade de suporte do
solo compactado, bem como seu comportamento físico quando saturado.

2.7.2.4 Ensaio de cisalhamento direto

O ensaio de cisalhamento direto é regido pela ASTM D3080/2004 (ASMT,


2004), que prescreve o método para determinação da força de cisalhamento de um
corpo de prova consolidado drenado.

Para a realização do ensaio é indispensável a utilização do aparelho de


cisalhamento direto, apresentado pela Figura 2.28, composto por uma caixa com duas
partes deslocáveis horizontalmente entre si, além de medidores de deformação
horizontal e vertical. Para a drenagem utilizam-se pedras porosas.

Para o ensaio, primeiramente preparam-se as amostras, moldando os


corpos de prova. A partir disso, o corpo de prova é colocado no aparato e realiza-se,
então, a consolidação da amostra com tensões normais. Depois, inicia-se com a força
tangencial até a ruptura, sendo que a mensuração da força e deformações são
registradas. É importante ressaltar que esse ensaio pode ser drenado ou não drenado,
sob tensão controlada ou sob deformação controlada.
136

Figura 2.28: Imagem esquemática do aparato para ensaio de cisalhamento direto.

Fonte: HIGASHI e ESPÍNDOLA (2011 apud. SILVA, 2015).

Com a área da caixa (ou seja, área do corpo de prova), a carga aplicada
(força vertical e horizontal) e a deformação lateral relativa, é possível encontrar a
tensão de cisalhamento, tensão normal e a taxa de deformação, de acordo com o
tempo do ensaio. O resultado é apresentado através de um gráfico de “Tensão de
compressão x Deformação axial específica”.

O ensaio de cisalhamento direto possui algumas deficiências inerentes à


confiabilidade dos resultados, visto que o solo se rompe ao longo do plano mais fraco
(plano de separação da caixa de cisalhamento) e, além disso, a distribuição da
resistência ao cisalhamento sobre a superfície de cisalhamento do corpo de prova não
é uniforme (DAS, 2007).

2.8 Otimização dos recursos dentro da obra

2.8.1 Movimentações de terra

A movimentação de terra é um estudo importante nos projetos de rodovias,


pois está ligada diretamente com a geração de custos das mesmas. O principal
aspecto estudado é a terraplenagem, ou seja, envolve a escavação, o transporte e o
137

aterramento do solo, sempre quando necessários. As obras de arte como contenções,


por exemplo, estão associadas também a parte de movimentação de terra.

A escavação do solo é denominada corte. Como o nome sugere, se faz o


corte da terra visando excluir qualquer material que impeça a implantação da rodovia.
É necessária a utilização de maquinários específicos para tal serviço. O aterramento
do solo é o oposto do corte, do qual visa preencher com solo um local do qual não
constam materiais. Ainda é possível que hajam trechos, em seções transversais, que
possuam cortes e aterros simultaneamente, denominadas seções mistas. A seguir, a
Figura 2.29 exemplifica os tipos de seções que são executadas em rodovias, sendo a
linha tracejada o terreno natural e a linha cheia a seção da rodovia.

Figura 2.29: Configurações típicas de seções transversais em rodovias.

Fonte: Lee (2005).

Considerando uma situação hipotética em que o material é homogêneo e


que os volumes escavados na origem resultam em iguais volumes depositados no
destino, Lee (2005) apresenta que a terraplenagem pode ser constituída pela soma
das diversas terraplenagens individuais, cada uma envolvendo:

a) Escavação de uma pequena quantidade de material, medida pelo seu


volume;
138

b) Transporte dessa quantidade ao longo de uma distância individual,


desde o local (um ponto) de origem até o de destino;

c) Deposição do material nesse local de destino.

Figura 2.30: Esquema de uma terraplenagem.

Fonte: Lee (2005).

A partir do esquema representado na Figura 2.30, Lee (2005) define os


seguintes elementos:

a) Volume individual de terraplenagem (vi): medido em m³, que expressa a


quantidade de material que é retirada do local de origem e depositada
no de destino;

b) Distância individual de transporte (di): medida em m ou em km, que


expressa a extensão horizontal ao longo da qual o volume individual
correspondente de material é transportado, desde o local de origem até
o de destino;

c) Momento individual de transporte (mi): dado pelo produto do volume


individual de terraplenagem pela distância individual de transporte,
sendo expresso em m4 ou em m³.km.

O solo escavado de uma rodovia, após passar por estudos e análises de


classificação, pode ser reutilizado para efetuar os aterros. Contudo, o solo sofre com
o fenômeno de empolamento, ou seja, uma expansão do material após a escavação.
Isso ocorre pelo fato de que o solo em seu estado natural sofreu uma compactação
139

com o passar do tempo e teve seus grãos arranjados de maneira que houvesse uma
maior agregação. Ao ser retirado de seu estado natural, seu volume expande, visto
que seus grãos sofrem rearranjos, enfraquecendo a agregação destes.

Desta forma, tem-se que o momento de transporte é uma grandeza escalar,


ou seja, é possível obter o momento total de transporte através da soma dos
momentos de transporte individuais das parcelas que compõem a terraplenagem.
Sendo assim, o momento individual de transporte é dado pela Equação 26 a seguir:

𝑚𝑖 = 𝑣𝑖 𝑥 𝑑𝑖 (26)

Onde:

mi = momento individual de transporte, na terraplenagem da parcela i (m 4


ou m³.km);

vi = volume de terraplenagem correspondente à parcela i (m³);

di = distância de transporte da parcela i (m ou km).

De tal forma, o momento total de terraplenagem é dado pelo somatório de


todos os momentos individuais, de acordo com a Equação 27.

𝑀 = ∑𝑖 𝑚𝑖 = ∑𝑖 𝑣𝑖 𝑥 𝑑𝑖 (27)

Lee (2005) também define que a distância média de transporte da


terraplenagem corresponde à distância entre o centro de gravidade dos volumes
escavados e o centro de gravidade dos volumes aterrados, sendo a média ponderada
entre as distâncias individuais de transporte. Sendo assim, representa-se a partir da
Equação 28.

𝑀
𝐷= (28)
𝑉

Onde:

D = distância média de transporte (m ou km);


140

M = momento total de transporte, na terraplenagem, de todas as parcelas i


consideradas (m4 ou m³.km);

V = volume de terraplenagem correspondente ao total de todas as parcelas


“i” consideradas (m³).

Vale destacar que existem propriedades dos solos que influenciam em sua
estabilidade e coesão. Tendo em vista a necessidade de se efetuar taludes, sendo em
seções de corte, seções de aterro ou seções mistas, adota-se uma proporção que
define a inclinação da qual o talude se sustentará com segurança, sem desmoronar.

2.8.2 Custos envolvidos nos transportes de materiais

Muitos são os parâmetros envolvidos na análise de custos dos transportes


de materiais relacionados à implantação de rodovias. Sobretudo, o DNIT utiliza
Sistema de Custos Rodoviários – SICRO, onde atualmente conta com um novo
sistema, aprovado em 25 de abril de 2017, a partir do mês-base de janeiro de 2017.

A plataforma SICRO representa um valor referencial para insumos e


serviços a serem considerados nos orçamentos de obras licitadas, permitindo ao
governo contratar obras de qualidade por preços competitivos. Torna-se um
levantamento que traz um conjunto de variáveis, com grande variação regional e
temporal desses valores, em função da disponibilidade dos insumos e das distâncias
dos centros de produção, considerando também fatores econômicos relacionados à
demanda gerada pelo nível de investimento em obras da região. Sobretudo, traz o
envolvimento de fatores locais, sendo as pesquisas realizadas nas capitais do país
(DNIT, 2011).

De acordo com o DNIT (2017a) a boa prática recomenda a realização de


pesquisas de campo para estabelecer os preços praticados pelo mercado local,
considerando uma obra específica, particularmente em relação aos materiais pétreos
e agregados em condição comercial, além dos insumos mais relevantes da Curva
ABC. Esse fato é inerente aos fatores de expectativa de negociação e ganhos de
escala envolvidos na execução de uma obra real, o que não é previsto nas planilhas
de orçamentação do SICRO.
141

Dessa mesma maneira, o DNIT (2017a) indica que as planilhas do SICRO


não possuem origem espacial que permita a remuneração das operações de
transporte, no caso específico de insumos comerciais e dos materiais provenientes de
exploração de pedreiras e jazidas. Só após o conhecimento da origem dos materiais
localmente é possível incluir os custos referentes ao seu momento de transporte, pois
em alguns casos essa parcela mostra-se relevante para a formação do custo de
referência do serviço.

O DNIT (2011) afirma que o menor preço do serviço aplicado é resultado


do binômio “preço do insumo + custo de transporte”, no qual, em algumas situações,
é possível perceber que o custo do transporte supera o preço do insumo.

Com relação às composições de custos de momento de transportes, o


DNIT (2017b) aponta que no SICRO essas indicações foram definidas em função dos
equipamentos transportadores e das condições do pavimento, sendo: rodovia
pavimentada, revestimento primário e leito natural. Os tempos fixos de carga,
descarga e manobras dos equipamentos transportadores foram apropriados de
acordo com composições de custos específicas, incluídas nos serviços principais a
que se destinam. Além desses fatores, outros parâmetros como distância de
transporte, velocidade média de transporte, custo horário operativo do equipamento
transportador, taxa de gerenciamento de risco, etc., devem fazer parte da análise de
custo do transporte como um todo (DNIT, 2017c).

Dessa forma, através do Manual de Custos de Infraestrutura de


Transportes, no seu Volume 10 – Manuais Técnicos, Conteúdo 11 – Transporte, o
DNIT (2017d) apresenta toda a metodologia que envolve os custos dos transportes
rodoviários, sobretudo para o deslocamento dos materiais necessários à execução
das diversas etapas de serviços. É importante ressaltar que o SICRO já fornece,
calculado, o relatório analítico de composições de custos, utilizando a metodologia
que será apresentada a seguir, sendo necessário apenas alguns ajustes de acordo
com as especificidades de cada obra.

As antigas considerações do SICRO, sendo o SICRO 2, de acordo com o


DNIT (2017d), definiam que o transporte local se desenvolvia no âmbito da obra,
deslocando os materiais necessários para a execução das etapas dos serviços
inerentes ao processo, como por exemplo o transporte de massa asfáltica da usina
até a pista. As condições da via (pavimentada ou não) e a distância percorrida
142

influenciavam diretamente na produção do equipamento, sobretudo por conta da


velocidade média de trajeto.

Em se tratando do transporte comercial, este era definido como originário


de fora do canteiro de obras e serviços, embora seja decorrente da execução direta
dos serviços, com deslocamento de insumos no âmbito externo dos limites da obra.

O DNIT (2017d) indica que os transportes local e comercial eram


diferenciados através da aceitação dos seguintes fatores justificativos:

a) A interferência de tráfego é maior no transporte local do que no


comercial;

b) No transporte local as distâncias são normalmente curtas, o que resulta


na realização dos deslocamentos em baixas velocidades;

c) O transporte comercial geralmente envolve longas distâncias, o que


permitiria o desenvolvimento de velocidades maiores.

No entanto, foram observadas diversas situações que conflitaram com as


definições classificas, destacadas pelo DNIT (2017d) como:

a) Aumento significativo das distâncias de transporte local, e em algumas


situações até superiores as distâncias comerciais, o que resulta em
equiparação das velocidades de transporte local e comercial em
diversas situações;

b) O CENTRAN, nos anos de 2008 e 2009, através de diversas aferições


de campo, demonstrou a ocorrência de velocidades elevadas nos
transportes locais em rodovias pavimentadas ou com revestimento
primário, o que justificaria a teoria do tópico anterior;

c) Interferência do tráfego no transporte local, principalmente nas


proximidades da obra;

d) O FIT – Fator de Interferência de Tráfego, proposto pelo SICRO


(proposta atual), contempla todas as obras, incidindo igualmente sobre
transportes locais e comerciais.
143

Portanto, a nova metodologia proposta pelo SICRO elimina a diferenciação


entre transporte local e comercial. Dessa forma, o transporte dos materiais poderá ser
realizado pelo fornecedor, ficando responsável por todos os custos e riscos com a
entrega dos materiais no canteiro de obras, caso em que o preço do insumo
caracteriza-se como CIF (custo inclui seguro e frete). Em contrapartida, o transporte
pode ser feito pela empresa contratada para a execução da obra, assumindo todos os
riscos e custos com o transporte dos insumos, caso em que o preço do insumo
caracteriza-se como FOB (livre de frete).

Dessa forma, o fator de eficiência adotado agora é único, fixado no valor


igual a 0,83. Os custos referentes à carga, descarga e manobras, estando a cargo do
contratado para a execução da obra, caracterizam-se em composições de custos
específicas.

A Tabela 2.16 apresenta as velocidades médias máximas dos


equipamentos na terraplenagem, para os equipamentos que realizam exclusivamente
as operações de transportes, diferenciadas a partir da condição de carregamento
(cheio ou vazio) e da rodovia (pavimentada, com revestimento primário e em leito
natural).

Tabela 2.16: Velocidades médias máximas dos equipamentos na terraplenagem.


Velocidade (km/h)
Rodovia Custa distância Curta distância
Carregado Descarregado
Pavimentada 45,0 60,0
Revestimento primário 40,0 45,0
Leito natural 21,0 39,0
Fonte: DNIT (2017d).

O DNIT (2017d) também indica que, para distâncias que excedam as faixas
de referência contidas nas composições de custos de terraplenagem, determinada
pelo limite superior de 3000 metros, a remuneração deve ser realizada por meio dos
momentos de transporte dos equipamentos, conforme indicado no Relatório Analítico
de Composição de Custos.

Dessa forma, independentemente da distância e da condição de


carregamento, serão utilizadas velocidades médias para qualquer tipo de caminhão
no transporte de insumos, destacadas através da Tabela 2.17.
144

Tabela 2.17: Velocidades médias para o transporte de insumos.


Rodovia Velocidade (km/h)
Pavimentada 60,0
Revestimento primário 50,0
Leito natural 40,0
Fonte: DNIT (2017d).

Na determinação dos custos do transporte dos materiais é necessário


calcular os custos associados aos tempos fixos destas operações. O SICRO,
substituindo a metodologia de caminhões equivalentes anteriormente adotada no
SICRO 2, apresenta composições de custos específicas para remunerar os custos
relacionados aos tempos de carga, descarga e manobras dos equipamentos nas
operações de transporte.

2.8.2.1 Parâmetros adotados na análise de custos

Segundo o DNIT (2017d), todos os parâmetros adotados para o cálculo das


composições de custos de transporte do SICRO provêm de estimativas, observações
e aferições de campo de velocidades realizadas pelo CENTRAN – Centro de
Excelência em Engenharia de Transportes, através de termos de cooperação
celebrados entre o DNIT e o Departamento de Engenharia de Construção do Exército
Brasileiro.

2.8.2.1.1 Velocidades

Para o cálculo das produções dos serviços de terraplenagem nas diferentes


faixas de distâncias de transporte destaca-se a Tabela 2.18, que apresenta as
velocidades médias de ida dos caminhões, em condição carregada.

Por sua vez, a Tabela 2.19 apresenta velocidades médias de retorno dos
caminhões, considerando a condição descarregada, também adotadas para o cálculo
das produções dos serviços de terraplenagem, sobretudo, em diferentes faixas de
distâncias de transporte.
145

Tabela 2.18: Velocidade média de ida dos caminhões carregados nos serviços de terraplenagem.
Faixas de distâncias Velocidades de ida (km/h)
de transporte (m) Leito natural Revestimento primário Pavimentado
50,0 – 200,0 5,9987 11,4261 12,8544
200,0 – 400,0 9,1537 17,4356 19,6150
400,0 – 600,0 11,6082 22,1108 24,8747
600,0 – 800,0 13,4830 25,6818 28,8920
800,0 – 1000,0 14,9970 28,5657 32,1364
1000,0 – 1200,0 16,2515 30,9552 34,8246
1200,0 – 1400,0 17,3029 32,9579 37,0776
1400,0 – 1600,0 18,1865 34,6110 38,9711
1600,0 – 1800,0 18,9259 36,0493 40,5555
1800,0 – 2000,0 19,5374 37,2141 41,8659
2000,0 – 2500,0 20,3332 38,7298 43,5711
2500,0 – 3000,0 20,9270 39,8609 44,8435
3000,0 21,0000 40,0000 45,0000
Fonte: DNIT (2017d).

Tabela 2.19: Velocidade média de retorno dos caminhões vazios nos serviços de terraplenagem.
Faixas de distâncias Velocidades de ida (km/h)
de transporte (m) Leito natural Revestimento primário Pavimentado
50,0 – 200,0 11,1404 12,8544 17,1391
200,0 – 400,0 16,9997 19,6150 26,1534
400,0 – 600,0 21,5581 24,8747 33,1662
600,0 – 800,0 25,0398 28,8920 38,5227
800,0 – 1000,0 27,8516 32,1364 42,8486
1000,0 – 1200,0 30,1813 34,8246 46,4327
1200,0 – 1400,0 32,1339 37,0776 49,4368
1400,0 – 1600,0 33,7750 38,9711 51,9615
1600,0 – 1800,0 35,1481 40,5555 54,0740
1800,0 – 2000,0 36,2837 41,8659 55,8211
2000,0 – 2500,0 37,7616 43,5711 58,0948
2500,0 – 3000,0 38,8643 44,8435 59,7913
3000,0 39,0000 45,0000 60,0000
Fonte: DNIT (2017d).

2.8.2.1.2 Fatores de correção

Os fatores de eficiência, de carga e de conversão adotados no cálculo das


produções de equipes mecânicas dos serviços de escavação, carga e transporte de
materiais de 1ª, 2ª e 3ª categorias são apresentados pela Tabela 2.20 a seguir.
146

Tabela 2.20: Fatores de carga, eficiência e conversão adotados nos serviços de terraplenagem.
Classificação dos Materiais Carregadeira Caminhão
Fca 0,90 1,00
Materiais de 1ª
Fe 0,83 0,83
categoria
Fcv 0,80 0,80
Fca 0,80 1,00
Materiais de 2ª
Fe 0,83 0,83
categoria
Fcv 0,72 0,72
Fca 0,70 0,90
Materiais de 3ª
Fe 0,83 0,83
categoria
Fcv 0,57 0,57
Fonte: DNIT (2017d).

2.8.2.1.3 Tempos fixos – Carga, manobra e descarga

A Tabela 2.21 apresenta os tempos fixos associados à carga, descarga e


manobras dos caminhões utilizados nos transportes de insumos do SICRO.
147

Tabela 2.21: Tempos fixos (carga, manobras e descarga) nas operações de transporte.
Tempo (minutos)
Caminhão basculante Caminhão carroceria Caminhão betoneira
Elementos considerados
5m³ 6m³ 8m³ 10m³ 12m³ 14m³ 4t 9t 15t 15,2t
7,5t 9t 12t 15t 18t 21t 2,67m³ 6m³ 10m³ 6,33m³
Manobras
Posicionamento para carga 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474 0,474
Posicionamento de descarga em equipamentos
2 2 2 2 2 2 - - - -
autopropulsores
Posicionamento de descarga em equipamentos rebocados 3 3 3 3 3 3 - - - -
Descarga livre 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206 1,206
Cargas
- Carregadeiras
Material de 1ª categoria - tempo de ciclo de 0,50min
Carregadeira de 1,53m³ 1,634 1,961 2,614 3,268 3,922 4,575 - - - -
Carregadeira de 1,72m³ 1,453 1,744 2,326 2,907 3,488 4,07 - - - -
Carregadeira de 3,30m³ 0,758 0,909 1,212 1,515 1,818 2,121 - - - -
Material de 2ª categoria - tempo de ciclo de 0,55min
Carregadeira de 1,53m³ 1,797 2,157 2,876 3,595 4,314 5,033 - - - -
Carregadeira de 1,72m³ 1,599 1,919 2,558 3,198 3,837 4,477 - - - -
Carregadeira de 3,30m³ 0,833 1 1,333 1,667 2 2,333 - - - -
Material de 3ª categoria - tempo de ciclo de 0,60min
Carregadeira de 1,53m³ 1,961 2,353 3,137 3,922 4,706 5,49 - - - -
Carregadeira de 1,72m³ 1,744 2,093 2,761 3,488 4,186 4,884 - - - -
Carregadeira de 3,30m³ 0,909 1,091 1,455 1,818 2,182 2,545 - - - -
Usinas
Usinas de 300t/h - Fe = 0,83 1,807 2,169 2,892 3,614 4,337 5,06 - - - -
Usina de pré misturado a frio de 60t/h - Fe = 0,83 9,036 10,84 14,46 18,07 21,69 25,3 - - - -
Usina de asfalto de 100t/h - Fe = 0,83 5,422 6,506 8,675 10,84 13,01 15,18 - - - -
Central de concreto de 30m³/h - Fe = 0,83 15,06 21,08 - - - 15,261
Central de concreto de 145m³/h - Fe = 0,83 3,012 4,217 - - - -
- Manuais
148

Sacos de cimento de 50kg (6 homens) - - - - - - - 21 35 -


Sacos de cimento de 50kg (4 homens) - - - - - - 14 - - -
Pá (10 homens) - 72 96 120 - - - - - -
- Caminhão guindauto
Caminhão guindauto com capacidade de 6t e 10t - - - - - - - 12 20 -
Descargas
Descarga livre 0,463 0,555 0,741 0,926 1,111 1,296 - - - -
Distribuidor de agregado para tratamento superficial - 8 - 14 - - - - - -
Distribuidor de agregado autopropulsor para base - 2 - 2,2 - - - - - -
Vibro acabadora de asfalto - 4,8 - 6,7 - - - - - -
Manual - sacos de cimento de 50kg (6 homens) - - - - - - - 16 26 -
Manual - sacos de cimento de 50kg (4 homens) - - - - - - 11 - - -
Manual - PMF - 45 - - - - - - - -
Caminhão betoneira - - - - - - - - - 30
Caminhão guindauto com capacidade de 6t e 10t - - - - - - - 9 15 -
Fonte: DNIT (2017d).
149

2.8.2.1.4 Descrição dos serviços a serem utilizados

Nesta seção serão apresentados os equipamentos de transporte a serem


utilizados no cálculo da produção do serviço desse referido transporte. Como na
análise dos custos dos materiais a serem utilizados nas camadas do pavimento são
utilizados apenas o caminhão basculante e o caminhão carroceria, como veículos de
transporte, serão evidenciados apenas esses dois equipamentos. Os demais
equipamentos podem ser encontrados no Manual de Custos de Infraestrutura de
Transportes, no seu Volume 10 – Manuais Técnicos, Conteúdo 11 – Transporte (DNIT,
2017d).

I. Transporte com caminhão basculante

O Manual do SICRO (DNIT, 2017d) apresenta composições de custos para


o transporte de insumos, considerando a utilização de caminhões basculantes com
capacidade de 5, 6, 10 e 14m³, em vias em leito natural, com revestimento primário
ou em rodovia pavimentada. As composições de custos estão organizadas para
pagamento em “tkm”.

Dessa forma, as composições de custos dos serviços de terraplenagem


foram definidas a partir de faixas de distância de transporte, cujas composições de
momento de transporte, como mencionado anteriormente, são necessárias apenas
para as distâncias excedentes, medidas segundo itinerário aprovado pela fiscalização
(previsão de projeto).

É importante destacar que o caminhão basculante, segundo o DNIT


(2017d), consiste no equipamento utilizado no transporte de materiais soltos como
areia, brita, solos, etc., ou seja, material à granel. A produção do serviço é definida
pela Equação 29 a seguir:

𝐶×𝐹𝑒 ×𝐹𝑐𝑣
𝑃= (29)
𝑇

Onde:

P = produção horária (tkm);


150

C = capacidade;

Fe = fator de eficiência;

Fcv = fator de conversão;

T = tempo total de ciclo (horas).

O DNIT (2017d) ainda indica que a capacidade do veículo transportador


deve ter compatibilidade a partir da unidade de medida do momento de transporte
(tkm), conhecendo as massas específicas dos materiais e da utilização dos
respectivos valores de conversão.

II. Transporte com caminhão carroceria

O Manual do SICRO (DNIT, 2017d) apresenta composições de custos para


o transporte de insumos, considerando a utilização de caminhões carroceria com
capacidade de 4, 9 e 15t, em vias em leito natural, com revestimento primário ou em
rodovia pavimentada. As composições de custos estão organizadas para pagamento
em “tkm”.

Dessa forma, as composições de custos dos serviços de terraplenagem


foram definidas a partir de faixas de distância de transporte, cujas composições de
momento de transporte, como mencionado anteriormente, são necessárias apenas
para as distâncias excedentes, medidas segundo itinerário aprovado pela fiscalização
(previsão de projeto).

É importante destacar que o caminhão carroceria, segundo o DNIT (2017d),


consiste no equipamento utilizado no transporte de cimento ensacado. A produção do
serviço é definida pela Equação 30 a seguir:

𝐶×𝐹𝑒 ×𝐹𝑐𝑣
𝑃= (30)
𝑇

Onde:

P = produção horária (tkm);

C = capacidade;
151

Fe = fator de eficiência;

Fcv = fator de conversão;

T = tempo total de ciclo (horas).

O DNIT (2017d) ainda indica que a capacidade do veículo transportador


deve ter compatibilidade a partir da unidade de medida do momento de transporte
(tkm), conhecendo as massas específicas dos materiais e da utilização dos
respectivos valores de conversão.

2.8.2.1.5 Massas específicas dos materiais

Este tópico irá apresentar as respectivas massas específicas referenciais


para serem utilizadas na conversão de unidades, de acordo com a capacidade de
cada equipamento transportador.

I. Massas específicas dos solos e dos agregados

O DNIT (2017d) determina que os solos se constituem por três fases


distintas, sendo elas:

 Fase sólida;

 Fase líquida;

 Fase gasosa.

Dessa maneira, o solo é influenciado pela quantidade de cada uma dessas


três fases, cujo conhecimento das propriedades como resistência, permeabilidade e
deformabilidade é necessário para definir índices expressivos de proporções entre
estas fases.

Dentre os índices, destacam-se os já mencionados ao longo deste trabalho,


como a umidade, índice de vazios, porosidade, grau de saturação e massa específica.
O DNIT (2017d) ainda indica que o solo pode se apresentar nas seguintes condições:

a) Solo no estado natural, com massa específica natural referido ao corte;


152

b) Solo solto, sendo aquele que, após o corte (desmonte), sofre forte
expansão de volume, com massa específica dita solta;

c) Solo compactado, sendo aquele que sofreu redução volumétrica pela


diminuição do índice de vazios através do emprego de equipamentos
especiais, com massa específica dita compactada.

Sendo assim, quando o solo é escavado de um terreno ele tende a passar


de uma condição natural (estado natural) a um estado de expansão volumétrica
(estado de solo solto). De forma similar, quando este solo em condição solta é
submetido a diminuição do índice de vazios através do emprego de equipamentos
especiais, dito como equipamentos compactadores, o solo tende a passar para um
estado de compactação (solo compactado).

O DNIT (2017d) define que os solos naturais apresentam varrições


volumétricas em função das características granulométricas, das partículas sólidas e
da interação com as partículas de água. Dessa maneira, quanto maior a presença de
finos (argilas e siltes), maior a tendência de expansão volumétrica numa condição de
escavação no estado natural.

Tabela 2.22: Massas específicas referenciais dos solos e agregados.


Massa específica Massa específica Massa específica
Materiais
natural (t/m³) solta (t/m³) compactada (t/m³)
Materiais de 1ª categoria 1,875 1,500 2,063
Materiais de 2ª categoria 2,085 1,500 2,085
Materiais de 3ª categoria 2,630 1,500 2,100
Solos 1,875 1,500 2,063
Brita 2,630 1,500 2,100
Areia - 1,500 1,725
Fonte: DNIT (2017d).

Pensando nessas variações volumétricas, o DNIT (2017d) definiu a partir


do SICRO valores referenciais que permitam a conversão dos volumes nas operações
de escavação, carga e transporte dos solos e agregados (britas e areias), para o
cálculo dos momentos extraordinários de transporte e dos custos dos tempos fixos
associados às operações de carga, descarga e manobras. A Tabela 2.22 apresenta
as massas específicas referenciais dos solos e agregado, nas condições natural, solta
e compactada.
153

Vale ressaltar que as massas específicas adotadas para os solos no


SICRO receberam reajustamento em relação às adotadas no SICRO 2, onde, de
acordo com o DNIT (2017d), os valores obtidos consideram que, em sua maioria, os
materiais compactados na pista não ultrapassam o valor de 2100 kg/m³.

II. Massas específicas das misturas

Por sua vez, entende-se que as camadas dos pavimentos rodoviários


normalmente são executadas a partir da confecção de misturas envolvendo diferentes
materiais, como solos, agregados, cimento, cal, aditivos, estabilizantes químicos e
ligantes asfálticos. No caso em tela, a presente pesquisa faz uso de misturas de solo-
cimento.

Tabela 2.23: Massas específicas referenciais das misturas de materiais.


Materiais Massa específica compactada (t/m³)
Areia-asfalto 1,980
Solo-areia 2,063
Solo-brita 2,063
Solo-cimento 2,063
Solo melhorado com cimento 2,063
Solo melhorado com escória de forno 2,063
Brita graduada 2,200
Macadame seco 2,100
Macadame hidráulico 2,100
Concreto asfáltico usinado a quente 2,400
Concreto asfáltico pré-misturado a frio 2,300
Micro revestimento a frio 2,300
Tratamentos superficiais 2,300
Concreto de cimento Portland 2,400
Concreto armado 2,500
Argamassa de cimento e areia 2,100
Nata de cimento 1,900
Cimento 1,400
Filler cal 0,500
Filler cimento 1,400
Escória de alto forno 1,500
Fonte: DNIT (2017d).

A partir disso, a Tabela 2.23 apresenta as massas específicas referenciais


das principais misturas de materiais, considerando seu estado compactado, bem
como as massas específicas dos principais insumos adotados nestas misturas.

III. Massas específicas das misturas


154

De forma análoga ao tópico anterior, a Tabela 2.24 apresenta as massas


específicas referenciais dos materiais mais utilizados nas composições de custos do
manual do SICRO.

Tabela 2.24: Massas específicas referenciais dos materiais mais representativos.


Massa Massa Massa
específica específica específica
Materiais diversos
volumétrica linear unitária
(t/m³) (t/m) (kg/um)
Camada vegetal (decapagem de jazida) 1,500 - -
Expurgo de jazida 1,500 - -
Material de bota fora 1,500 - -
Material oriundo de desmatamento e destocamento 1,000 - -
Pavimento demolido (camada granular e
1,500 - -
revestimento asfáltico)
Material fresado 1,500 - -
Paralelepípedos para pavimentação 2,400 - -
Blocos cerâmicos 1,300 - -
Tijolos maciços 1,800 - -
Aço 7,850 - -
Cordoalha CP 190 RB 12,7mm - 0,00079 -
Cordoalha CP 190 RB 15,2mm - 0,00113 -
Trilho metálico TR 37 - 0,03710 -
Trilho metálico TR 45 - 0,04464 -
Trilho metálico TR 57 - 0,05690 -
Trilho metálico UIC 60 - 0,06034 -
Trilho metálico TR 68 - 0,06756 -
Defensa metálica simples - 0,077 -
Chapa metálica MP 100 – 0,60m - 0,033 -
Chapa metálica MP 100 – 1,00m - 0,051 -
Chapa metálica MP 100 – 1,50m - 0,076 -
Chapa metálica MP 100 – 2,00m - 0,117 -
Chapa metálica MP 152 – 1,50m - 0,153 -
Chapa metálica MP 152 – 3,80m - 0,382 -
Chapa metálica MP 152 – 5,00m - 0,602 -
Madeira 1,000 - -
Grama (placa e leiva) 1,500 - -
Tinta asfáltica emulsionada com água 0,900 - -
Tinta esmalte sintética 1,180 - -
Tinta refletiva acrílica 1,156 - -
Tacha 1,180 - -
Tachão 1,156 - -
Fonte: DNIT (2017d).

2.8.2.1.6 Critérios de medição

Nesta seção serão abordados os critérios de medição considerando o


transporte por momento e a carga, manobras e descarga, dentro dos parâmetros
adotados na análise de custos.

I. Transporte por momento


155

De acordo com o DNIT (2017d) os serviços de transporte por momento


devem ser medidos por “tkm”, sendo o transporte calculado na fase de orçamento,
observadas as distâncias médias de transporte definidas para cada trecho do projeto.

Dessa maneira, as quantidades indicadas nos itens de transporte se


referem ao consumo dos materiais a serem transportados, por unidade de serviço
adotada.

II. Carga, manobras e descarga

A medição dos serviços relacionados à carga, manobras e descarga dos


materiais é realizada por tonelada. O custo unitário envolvido no serviço traz a
remuneração referente a utilização dos equipamentos, materiais e mão de obra
empregada, com seus respectivos encargos sociais.
157

3 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

3.1 Informações da região

A pesquisa foi realizada em solos residuais de granito originados da região


rural do município de Biguaçu, em Santa Catarina. A cidade, fundada em 17 de maio
de 1833, faz parte da mesorregião da Grande Florianópolis, localizando-se sob a
latitude 27º29’38” e a longitude 48º39’21”, distando 17km da capital, e com uma
altitude média de 2m em relação ao nível do mar (BRASIL, 1995). A Figura 3.1
apresenta a localização do município, com a demarcação da sua respectiva área
urbana.

Figura 3.1: Localização da área urbana do Município.

Fonte: Adaptado de Google Imagens (2017).


158

O município possui uma área territorial de 367,891km² com uma população


estimada de 66.558 habitantes (em 2017), tendo como limites municipais as cidades
de Antônio Carlos, Governador Celso Ramos, Tijucas, São João Batista, Canelinha e
São José. O último censo realizado pelo IBGE, em 2010, mostra que 90,64% da
população reside no perímetro urbano, enquanto 9,36% reside nas áreas rurais,
conforme apresentado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1: Composição da população do município de Biguaçu.


Localidade
Ano Total
Urbana Rural
1980 16.099 5.342 21.441
1991 28.207 5.856 34.063
2000 42.907 5.170 48.077
2010 52.758 5.448 58.206
Fonte: IBGE (2010).

Segundo a classificação Köppen-Geiger, o município de Biguaçu possui um


clima temperado (Cfa – temperado sem estação seca ou temperado úmido),
apresentando quatro estações bem definidas e com chuvas bem distribuídas ao longo
do ano, com temperatura anual média variando entre 16,4ºC a 24,6ºC (CLIMATE-
DATA, 2017), conforme a Figura 3.2. Este tipo de clima está associado a uma zona
de transição entre climas tropicais, de menor latitude e temperaturas mais altas, e de
maior latitude com temperaturas mais baixas. Possui um índice pluviométrico mensal
que varia entre 78 a 201mm.

Figura 3.2: Distribuição da precipitação e temperatura média mensal.

Fonte: CLIMATE-DATA (2017).

Economicamente, a cidade é fomentada pela indústria, com boas áreas


para instalação de plantas industriais e acesso ao gás natural, e agricultura, com
destaque para gramas e palmeiras, além de verduras para o comércio regional.

Na Figura 3.3 pode-se identificar a bacia hidrográfica da região e a área


onde se encontra o talude objeto desta pesquisa. As coordenadas geográficas do
159

ponto de estudo são 27º 28’ 09.89’’ S e 48º 43’ 20.58’’ W, que pode ser expressado
também por -27.4694136 e -48.7223827. A Figura 3.4 ilustra uma vista longitudinal da
área de pesquisa.

Figura 3.3: Vista aérea da área de pesquisa, destacando o Rio Biguaçu.

Fonte: Google Earth (2017).

Figura 3.4: Vista longitudinal da área de pesquisa.

Fonte: Google Earth (2017).


160

A partir das coordenadas geográficas, mencionadas anteriormente, é


possível determinar a distância do ponto de coleta das amostras deformadas até o
trecho de rodovia pavimentada. Observa-se, a partir da Figura 3.5, que há uma
distância de 800m a ser percorrida em trecho de leito natural (até a data desta
pesquisa), indo da saída da Avenida Dona Santina C. da Silva (rodovia pavimentada)
até o ponto de coleta. Vale destacar que a referência apresentada é considerando a
menor distância possível a ser percorrida pelo trecho com leito natural de rodovia, sem
levar em consideração qualquer tipo de logística de tráfego e transporte pelo trecho
pavimentado.

Figura 3.5: Trecho a ser percorrido de um local pavimentado, passando por um trecho de leito natural
até alcançar o ponto da coleta das amostras deformadas.

Fonte: Google Earth (2018).

3.2 Geologia e pedologia da região

A região da pesquisa faz parte da Bacia do Rio Biguaçu (Figura 3.6), com
extensão aproximada de 390km², cobrindo territórios das cidades de Biguaçu e
Antônio Carlos. De acordo com Silva e Ross (2006) é bastante nítida na paisagem a
161

existência de dois compartimentos distintos, compreendendo regiões de planície de


serra. Os mesmos autores também indicam que cerca de 70% do total da bacia
pertence à unidade geomorfológica do Planalto de Biguaçu-Três Riachos, o que
resulta num substrato composto por rochas do período Pré-Cambriano, pertencentes
à unidade Complexo Mematórfico-Migmático.

Figura 3.6: Representação da Bacia do Rio Biguaçu.

Fonte: Viva Biguaçu! (2011).

A geologia da região pesquisada faz parte do Complexo Canguçu,


classificado com a sigla “PSc”. Carvalho (1932) referenciou pioneiramente as rochas
componentes do embasamento antigo do Estado de Santa Catarina, ao sul do Grupo
Brusque, reunindo as rochas na unidade denominada de Complexo Cristalino, nome
este que só foi alterado em 1986 por Horbach, em trabalhos do IBGE, para o nome
atual de Complexo Canguçu.

De acordo com Kaul, Fernandes e Neto (2002) as massas rochosas do


complexo mencionado ocorrem com formas diferenciadas, preferencialmente
alongadas na direção NE-SW ou NNE-SSW, estendendo-se desde vizinhanças de
Balneário Camboriú até o paralelo 27º 30’ S. Os mesmos autores ainda indicam o
contato em geral por falha com as suítes intrusivas de São Pedro de Alcântara,
Valsungana, Tabuleiro e Guabiruba, além do Grupo Brusque e coberturas
sedimentares quaternárias. “São constituídos por metatexitos, diatexitos, gnaisses
162

porfiroblásticos, com enclaves dioríticos, quartzo-dioíticos, anfibolíticos e


metassedimenateres” (KAUL; FERNANDES; NETO, 2002, p.16).

Dados radiométricos do trabalho de Basei (1985) em região a sul da área


de estudo, entre Santo Amaro da Imperatriz e Barra do Rio dos Bugres, indicaram a
não ocorrência de nenhuma idade pré-brasiliana para o complexo em foco. O trabalho
de Kaul, Fernandes e Neto (2002) para a região de interesse foi realizado utilizando
apenas um dado radiométrico, dado obtido a partir de uma amostra de “granito de
anatexia” de afloramento do morro do Boi, próximo à Balneário Camboriú.

A Figura 3.7 evidencia um mapa geológico do trabalho de Kaul, Fernandes


e Neto (2002), a partir de um projeto de gerenciamento costeiro desenvolvido pelo
IBGE, reeditado para enfatizar a região da pesquisa com maiores detalhes.

Figura 3.7: Mapa geológico destacando a área de estudo com o ponto de amostragem.

Fonte: Adaptado de Kaul, Fernandes e Neto (2002).


163

A partir dos estudos pedológicos desenvolvidos por Shimizu, Vieira e Moser


(2003), advindo de um projeto de gerenciamento costeiro desenvolvido pelo IBGE, foi
possível perceber que a região de estudo se encontrava em uma área com eminência
de solo Podzólico Vermelho-Amarelo Álico. De acordo com os mesmos autores, esse
tipo de solo “compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte A ou E
seguido de horizonte B textural não plíntico, com considerável iluviação de argila
evidenciado pela expressiva relação textural entre os horizontes A e B” (SHIMIZU;
VIEIRA; MOSER, 2003, p.58).

Os horizontes aparecem sequenciados da seguinte forma: A, E, Bt, C ou A,


Bt, C. Esses podem ser identificados facilmente por conta da grande variação das
características morfológicas e analíticas, como a diferença de cor, textura e estrutura.
Dessa forma, os Podzólicos Vermelho-Amarelos apresentam, de modo geral,
gradiente textural acentuado, com horizonte B estruturado em blocos quando pouco
espesso.

De maneira geral, o horizonte A se destaca pelo seu tipo moderado ou


proeminente, de textura média e estrutura fraca em forma de grãos simples e aspecto
maciço poroso. Já o horizonte B é geralmente acompanhado de uma estrutura de
blocos subangulares, moderadamente desenvolvido, com tamanho variando de
pequeno e médio, sendo sua estrutura estreitamente relacionada com a textura. Por
fim, o horizonte C apresenta textura menos argilosa, cor menos viva, menor
cerosidade e desenvolvimento estrutural, com vestígios de material rochoso em
processo de alteração (SHIMIZU; VIEIRA; MOSER, 2003).

Os solos Podzólicos Vermelho-Amarelos são usualmente bem drenados,


com grandes quantidades de argila de atividade baixa e textura variada, com presença
ou não de cascalhos, calhaus e matacões. Shimizu, Vieira e Moser (2003) ainda
indicam seu caráter abrúptico, com sérias limitações ao uso devido a maior
suscetibilidade à erosão, acrescidas ainda pela toxidez do alumínio.

Com relação ao Complexo Canguçu, os solos Podzólicos originados desta


região, provenientes dos granitos, são álicos, argila de atividade baixa e textura
variando de média/argilosa a média/muito argilosa (SHIMIZU; VIEIRA; MOSER,
2003).
164

A Figura 3.8 a seguir evidencia um mapa pedológico do trabalho de


Shimizu, Vieira e Moser (2003), a partir de um projeto de gerenciamento costeiro
desenvolvido pelo IBGE, reeditado para enfatizar a região da pesquisa com maiores
detalhes.

Figura 3.8: Mapa pedológico destacando a área de estudo com o ponto de amostragem.

Fonte: Adaptado de Shimizu, Vieira e Moser (2003).

3.3 Dados do talude

O talude, objeto desta pesquisa, encontra-se cortado, sem retaludamento,


em função da passagem de uma futura rodovia pela região, na área rural do município
de Biguaçu. A Figura 3.9 evidencia o talude estudado, às margens de uma estrada
não pavimentada que corta o futuro empreendimento, situação atual do local de
pesquisa.

A região de estudo foi escolhida em função dos seguintes fatores:


165

1) Local onde futuramente ocorrerá a implantação de uma rodovia de


grande expressão na região;

2) Material que possivelmente será usado para corte e aterro em outras


localidades necessárias na rodovia;

3) Existência de solo residual de granito, para comparativo com o resultado


de outros autores em materiais semelhantes;

4) Encosta de corte de grandes dimensões;

5) Região conhecida pelos autores da pesquisa, com possibilidade de


agregar valor aos estudos geotécnicos da área.

Figura 3.9: Talude estudado pelos autores da pesquisa.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Com o objetivo de facilitar a visualização do estado atual e a localização do


talude, a Figura 3.10 demonstra um panorama a partir de uma foto com ângulo de
abertura da câmera em 180º, dando impressões do relevo natural antes do corte, com
passagem da futura rodovia pelo ponto mais baixo, amenizando os impactos.
166

Figura 3.10: Representação do talude estudado, com destaque para a região onde foram retiradas as
amostras deformadas.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Desta forma, a Figura 3.11 apresenta uma evolução histórica em função


das alterações cronológicas da região onde localiza-se o talude da pesquisa,
evidenciando o corte da área por conta da construção da rodovia.

Em função desses requisitos o município de Biguaçu/SC foi escolhido e o


talude estudado localiza-se nas coordenadas -27.4694136 e -48.7223827 (não há
identificação da rua, de acordo com o Google Earth). O corte/talude tem
aproximadamente 10m de altura.
167

Figura 3.11: Alterações cronológicas da região onde localiza-se o talude da pesquisa.


Data dos registros: A - 28/05/2011; B - 19/09/2012; C - 25/09/2013; D - 23/01/2015; E - 08/06/2016; F
- 22/04/2017.

A B

C D

E F

Fonte: Google Earth (2017).


169

4 METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesta pesquisa é essencialmente experimental,


com base em resultados de ensaios laboratoriais que foram realizados em amostras
deformadas de material coletado ao pé do talude exposto, na região rural do município
de Biguaçu, Santa Catarina, em um ponto de análise. De acordo com Gil (2010) a
pesquisa experimental busca determinar um objeto de estudo, selecionando as
variáveis que influenciam nos resultados e as formas de controlar os efeitos que a
variável produz no objeto, sendo o pesquisador um agente ativo dentro desta
dinâmica.

Em se tratando das abordagens utilizadas na pesquisa e procedimentos


que foram usados na elaboração experimental do objeto de estudo, a pesquisa se
classifica, em um primeiro momento, como uma abordagem quantitativa, que,
segundo Silva e Schaapo (2001), é assim chamada porque geralmente resulta em
números, descrevendo amostragens, enfatizando a exatidão dos dados levantados e
considerando tudo o que pode ser quantificado.

Entretanto, como a pesquisa demonstra, com certo caráter subjetivo, a


interpretação dos resultados dos ensaios analisando qualitativamente os seus juízos
de valor, é possível classificá-la também como uma pesquisa qualitativa. Segundo
Silva e Schaapo (2001, p. 88) uma abordagem qualitativa,

[...] fundamenta-se em descrições detalhadas de situações, sem muita


preocupação com regras precisas e procedimentos rigorosos a serem
seguidos em sua orientação [...]. É importante chegar à compreensão dos
fenômenos estudados a partir de padrões provenientes diretamente do
recolhimento dos dados.

A partir desse olhar, o rumo pesquisa/experimental apresenta caráter


quanti-qualitativo.

Os ensaios foram realizados no Laboratório de Materiais e Solos do


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFSC e no
Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina,
pelos autores desta pesquisa e com auxílio do professor orientador Fábio Krueger da
Silva e de outros colaboradores dos laboratórios.
170

Após a coleta dos resultados, estes foram interpretados com o objetivo de


averiguar sua permissão ou não no uso em camadas de base de pavimentos. Aplicou-
se o método de dimensionamento proposto pelo DNER e o método da Resiliência,
ambos utilizados para pavimentos flexíveis e semirrígidos. Foram feitos
dimensionamentos visando as melhores condições possíveis, aliando soluções
técnicas e econômicas, de acordo com uma condição de rodovia padrão, extraída por
meio de referencial teórico. Os dimensionamentos constituíram-se a partir da análise
do uso de base com solo-cimento e do uso de base com outro material de referência,
para fins comparativos, sendo o caso em tela o material BGS (brita graduada simples).
Com esses parâmetros os resultados foram cruzados, levando-se em conta
características técnicas e econômicas.

Economicamente falando, foram levantados os dados de custos a partir das


distâncias de transporte levando-se em consideração as planilhas de relatórios
sintéticos e analíticos do SICRO, elaboradas pelo DNIT, em relação aos serviços de
execução de cada camada do pavimento. Os resultados finais foram comparados em
função dos custos finais envolvidos, considerando situações hipotéticas de construção
no local de coleta das amostras deformadas.

Os passos desta pesquisa iniciaram com uma revisão do assunto da


pesquisa, escolha do local de estudo, coleta de amostras deformadas de solo e
realização da campanha de ensaios laboratoriais. A Figura 4.1 a seguir apresenta o
fluxograma das etapas elencadas nesta pesquisa:
171

Figura 4.1: Fluxograma das etapas da pesquisa.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


172

4.1 Ensaios de laboratório

Foram coletadas amostras de solo deformadas, em um ponto de análise,


ao pé do talude apresentado, mediante a utilização de ferramentas como pá e
picareta, envolvendo posteriormente todo o material em sacos plásticos para posterior
transporte até o Laboratório de Materiais e Solos do IFSC. O intuito da escolha desse
talude foi pelo conhecimento da sua utilização em obras de pavimentação como um
material que comporia as camadas do pavimento de obras na região mencionada.
Além disso, com a escavação do material, foi possível realizar uma prévia
classificação tátil-visual, determinando propriedades geotécnicas ao longo da
inspeção.

Segundo a Instrução Normativa do DEINFRA, IN 05-1994 (DEINFRA,


1994), uma amostra representativa deformada é extraída por meio de raspagem ou
escavação, que implica na destruição da estrutura e na alteração das condições de
compacidade ou consistências naturais.

Figura 4.2: Observância da ocorrência de granito e veios de um material argiloso.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Para tanto, foi escavado ao pé do talude estudado, a uma profundidade


aproximada entre 5 e 6 metros do terreno natural, com auxílio de picareta e pá com
raspagem da face externa, coletando material suficiente para todos os ensaios
necessários. Na coleta foi possível observar as estruturas reliquiares do solo, com
173

ocorrência de granito e veios de um material mais argiloso (Figura 4.2). O material foi
identificado e envolto em filme plástico, transportando-o até o Laboratório de Materiais
e Solos do IFSC, acondicionando-o em um tambor plástico.

Da mesma forma, a Figura 4.3 apresenta o talude estudado, identificando


a região onde foram coletadas as amostras (ao pé do talude). Também é possível
identificar demarcações de cotas para cortes, o que indica que futuramente o talude
será cortado e o material transportado para outra região, provavelmente utilizado
como material de aterro dentro do próprio empreendimento.

Figura 4.3: Esquema ilustrativo do talude estudado, com destaque para o ponto de coleta das
amostras deformadas, da demarcação de cotas de corte e possível escorregamento caracterizado à
direita.

Local de ocorrência de um
possível escorregamento
Ponto de coleta das
amostras deformadas

Talude estudado
Ponto de coleta das
amostras deformadas

Demarcação de
cotas de corte

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Como apresentado anteriormente, foram realizados ensaios em amostras


sem nenhum tipo de estabilização química e em amostras com estabilização química,
essencialmente em dois teores, sendo as adições de 3 e 7% de cimento. Na Tabela
4.1 podem-se observar os quantitativos de ensaios de laboratório que foram
realizados, sem considerar a repetição dos ensaios em caso de problemas na
execução ou inconsistência dos resultados.
174

Tabela 4.1: Quadro-resumo dos ensaios de laboratório realizados.


Ensaios Realizados

Limite de Liquidez
Massa Específica

Determinação do

Determinação do

Determinação do

Determinação do
Determinação da

Teor de Matéria
Granulométrica

Compactação

Cisalhamento
Compressão
Compressão
Plasticidade
Ensaios de

Diametral
Limite de

Orgânica
Amostra

Simples
Análise

Direto
ISC
Natural 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Estabilizado
com - - - - 1 - 1 1 1 1
Cimento 3%
Estabilizado
com - - - - 1 - 1 1 1 1
Cimento 7%
Total
1 1 1 1 3 1 3 3 3 3
Parcial
Total Geral 20
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

É importante destacar que no cronograma de execução a equipe


considerou uma folga maior no tempo de realização dos ensaios, prevenindo-se e
resguardando-se de possíveis problemas que viessem a acontecer no decorrer da
pesquisa. Efetivamente, a Tabela 4.1 representa apenas os ensaios que foram
efetivamente concluídos, considerando os resultados como satisfatórios em
comparação com o referencial teórico estudado e com as normas preconizadoras.

4.1.1 Ensaios de caracterização física

Os ensaios de caracterização realizados nas amostras coletadas foram os


de granulometria com sedimentação, densidade real dos grãos, limites de
consistência, compactação e ensaio de determinação do teor de matéria orgânica.

Os ensaios seguem as recomendações das seguintes normas:

a) NBR 6457/2016: AMOSTRAS DE SOLO – PREPARAÇÃO PARA


ENSAIOS DE COMPACTAÇÃO E ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO;

b) NBR 7181/2016: SOLO – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA;

c) NBR 6508/1984: GRÃOS DE SOLOS QUE PASSAM NA PENEIRA DE


4,8 MM – DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA;
175

d) NBR 6459/2016: SOLO – DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ;

e) NBR 7180/2016: SOLO – DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE


PLASTICIDADE;

f) NBR 7182/2016: SOLO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO;

g) NBR 13600/1996: SOLO – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE MATÉRIA


ORGÂNICA POR QUEIMA A 440 GRAUS CELSIUS.

I. Ensaio de análise granulométrica

O ensaio de granulometria foi realizado com base na norma NBR


7181/2016 (ABNT, 2016b), a qual prescreve o método para a análise granulométrica
do solo realizada por sedimentação e peneiramento. A preparação do ensaio foi feita
com base na norma NBR 6457/2016 (ABNT, 2016a). Todo o ensaio de análise
granulométrica foi realizado no Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL.

Figura 4.4: Ensaio de sedimentação em ambiente controlado.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Por se tratar de um solo visualmente siltoso/argiloso, com dimensões de


grãos visivelmente menores que 5,0mm, utilizou-se cerca de 1500g de material,
determinando-se a sua umidade. Iniciou-se com o peneiramento do material na
peneira de 2mm (#10) e, com o material retido, realizou-se o peneiramento grosso.
176

Do material passante na peneira de 2mm retirou-se uma quantidade de 80g de solo


para ser utilizado no ensaio de sedimentação, no peneiramento fino e para
determinação do peso específico dos sólidos. A Figura 4.4 apresenta a execução do
ensaio de sedimentação em ambiente controlado.

Vale ressaltar que o densímetro utilizado na etapa de sedimentação foi


calibrado previamente, utilizando o que prescreve os anexos A-1 e A-2 da norma
7181/2016 (ABNT, 2016b), conforme o Gráfico 4.1 e o Gráfico 4.2.

Gráfico 4.1: Curva de aferição do densímetro conforme temperatura da água mais hexametafosfato.
Densidade em função da Temperatura da Água + Hexametafosfato
Linear (Densidade em função da Temperatura da Água + Hexametafosfato)

1,006
Densidade (g/cm³)

y = -0,0002x + 1,0077
R² = 0,9988
1,004

1,002

1,000
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Temperatura da Água + Hexametafosfato (°C)
Fonte: Desenvolvido pela UNISUL (2018).

Gráfico 4.2: Curvas de variação da altura de queda das partículas em função da leitura do
densímetro.
Curva a para as três primeiras leituras (até 2 minutos)
Curva a' para as leituras subsequentes (acima de 2 minutos)
25
y = -176,18x + 194,68
R² = 1
20
Altura de Queda (cm)

15
y = -176,18x + 193,72
10 R² = 1
5

0
0,980 1,000 1,020 1,040 1,060
Leituras Densimétricas (L)
Fonte: Desenvolvido pela UNISUL (2018).
177

Os resultados obtidos no ensaio de granulometria são apresentados no


capítulo de Resultados e Análises.

II. Ensaio de determinação da densidade real dos grãos

O ensaio de densidade real dos grãos foi realizado com base na norma
NBR 6508/1984 (ABNT, 1984), que prescreve o método de determinação da massa
específica dos grãos de solos que passam na peneira de 4,8mm, por meio do
equipamento picnômetro. A preparação do ensaio foi feita com base na NBR
6457/2016 (ABNT, 2016a), com secagem do material até a umidade higroscópica.
Todo o ensaio de determinação da densidade real dos grãos foi realizado no
Laboratório de Materiais e Solos do IFSC.

Figura 4.5: A) Preparação da mistura “solo + água” para determinação da densidade real dos grãos;
B) Picnômetro sendo completado com água para andamento do ensaio; C) Uso da bomba de vácuo
no picnômetro para determinação da densidade real dos grãos.

A B

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


178

Utilizou-se uma quantidade de solo de cerca de 55g para cada repetição,


totalizando 5 repetições de ensaios. Os procedimentos normativos realizados em
laboratório são representados pela Figura 4.5, que destaca a preparação da mistura,
transferência do material a ser ensaiado para o picnômetro e utilização da bomba de
vácuo.

Foram utilizados dois picnômetros diferentes para realização dos ensaios


em simultâneo. No decorrer da execução foram anotados valores do peso do solo
úmido, peso do picnômetro com solo e água e o peso do picnômetro com água. Os
resultados obtidos na determinação da densidade real dos grãos são apresentados
no capítulo de Resultados e Análises.

III. Ensaios de limite de liquidez e limite de plasticidade

Os ensaios para determinação dos limites de consistência, caracterizados


pelo limite de liquidez e limite de plasticidade, foram realizados com base nas normas
NBR 6459/2016 (ABNT, 2016c) e NBR 7180/2016 (ABNT, 2016d), respectivamente.
As preparações dos ensaios foram feitas com base na norma 6457/2016 (ABNT,
2016a), separando-se 200g de material passante na peneira de 0,42mm (#40) e
secagem até a umidade higroscópica, para cada ensaio. Todos os ensaios para a
determinação dos limites de consistência foram realizados no Laboratório de Materiais
e Solos do IFSC.

O equipamento de Casagrande fora previamente inspecionado e calibrado,


utilizando-se o cinzel de repartição para solos argilosos. O ensaio para determinação
do limite de liquidez teve como amostra cerca de 200g de material adicionados a um
cadinho de porcelana (Figura 4.6), adicionando inicialmente cerca de 25% da umidade
adequada, determinada por experiência dos autores da pesquisa. O material foi
posteriormente homogeneizado por cerca de 15 minutos e transferido para o aparelho
de Casagrande, com o preenchimento de cerca de ⅔ da superfície metálica do
aparelho, realizando-se uma ranhura com o cinzel no sentido do maior comprimento.
179

Figura 4.6: Preparação da amostra e dos equipamentos para realização do ensaio de determinação
do limite de liquidez.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Após este procedimento, girou-se a manivela à razão de duas voltas por


segundo com altura de queda de um centímetro, contando-se o número de golpes até
que se constate o fechamento da ranhura num comprimento de 13mm. Após ocorrer
os fechamentos das ranhuras no decorrer do ensaio, retirou-se uma pequena
quantidade da amostra para determinação da umidade, com posterior retorno da
mistura para o cadinho de porcelana, a fim de ser adicionar mais uma quantidade de
água para dar continuidade ao processo. Por fim, o ensaio resultou em 6 repetições,
variando seus extremos entre 35 e 15 golpes.

O ensaio para determinação do limite de plasticidade também teve 200g de


peso de amostra transferidos para o cadinho de porcelana, e umidade inicial
adicionada de 25% da umidade adequada, com homogeneização por cerca de 15
minutos. Parte da massa foi utilizada para moldagem em forma elipsoidal, rolando-a
seguidamente sobre uma placa de vidro até que fissure em pequenos fragmentos
quando essa atingir dimensões de 3mm de diâmetro e 100mm de comprimento. Após
a obtenção de sucesso nesse procedimento, coletaram-se alguns fragmentos
fissurados para determinação da umidade. O processo foi repetido por mais quatro
vezes, conforme preconiza a norma.
180

Figura 4.7: Preparação da amostra e dos equipamentos para realização do ensaio de determinação
do limite de plasticidade.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Figura 4.8: Finalização do ensaio de determinação do limite de plasticidade, com ênfase para a
fragmentação na parte central do corpo de prova.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Os resultados obtidos na determinação dos limites de consistência são


apresentados no capítulo de Resultados e Análises.
181

IV. Ensaios de compactação

Os ensaios de compactação foram realizados com base na norma NBR


7182/2016 (ABNT, 2016e), que prescreve o método para determinar a relação entre
o teor de umidade e a massa específica aparente seca de solos quando compactados.
A preparação do ensaio foi realizada com base na norma NBR 6457/2016 (ABNT,
2016a), com secagem do material até a umidade higroscópica. Para cada tipo de
amostra (natural, 3 e 7% de incorporação de cimento) foi separado 5kg de material
natural, totalizando 15kg de material para realização de todos os ensaios. Todos os
ensaios de compactação foram realizados no Laboratório de Materiais e Solos do
IFSC.

O procedimento utilizado no ensaio foi realizado da seguinte forma:

1) Foi adicionada água à amostra até a verificação de certa consistência.


Como a equipe realizou uma pré-análise do material, utilizou-se cerca
de 18% de água em relação ao peso do material seco para determinar
o primeiro ponto da curva de compactação. Atentou-se sempre a uma
perfeita homogeneização da amostra, considerando a amostra sem
cimento e as amostras com cimento;

2) A energia utilizada foi a energia normal, com uso do cilindro Proctor


pequeno com o soquete pequeno, moldando-se 3 camadas iguais (cada
uma cobrindo aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em
cada uma delas 26 golpes distribuídos uniformemente sobre a
superfície da camada, com o soquete caindo a cerca de 30cm, com
reuso de material (Figura 4.9);

3) Após a compactação, removeu-se com cuidado o colarinho e aplainou-


se a superfície do cilindro com régua biselada, à altura do molde,
pesando-se posteriormente o conjunto “cilindro + solo úmido
compactado” em uma balança com capacidade de até 10kg;

4) Posteriormente, retirou-se o molde com auxílio de um extrator. Pegou-


se o corpo de prova e partiu-se ao meio, para coleta de uma pequena
quantidade de material para determinação da umidade;
182

5) Desmanchou-se o material que fora compactado até atingir uma


granulometria passante na peneira de 4,8mm (#4), misturando em
seguida ao restante da amostra inicial;

6) Por fim, adicionou-se água a amostra já homogeneizada, com o


processo sendo repetido por mais 4 vezes.

Figura 4.9: Etapa de compactação, com a moldagem dos corpos de prova no cilindro Proctor
pequeno, utilizando o soquete pequeno.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Os ensaios foram finalizados com a moldagem de 5 corpos de prova para


cada tipo de amostra, totalizando a moldagem de 15 corpos de prova. Os resultados
obtidos nos ensaios de compactação são apresentados no capítulo de Resultados e
Análises.

V. Ensaio de determinação do teor de matéria orgânica

O ensaio de determinação do teor de matéria orgânica foi realizado com


base na norma NBR 13600/1996 (ABNT, 1996), que prescreve o método para
determinação do teor de matéria orgânica de solos através da queima em mufla, à
183

temperatura de 440ºC, sendo o material previamente seco em estufa. O ensaio de


determinação do teor de matéria orgânica foi realizado no Laboratório de Materiais e
Solos do IFSC, utilizando o equipamento mufla disponível no Laboratório do curso de
Design.

Para o ensaio utilizou-se um cadinho de porcelana, com determinação do


seu peso em uma balança de precisão com duas casas decimais. Tomou-se uma
amostra já seca em estufa, com massa de 128,66g de solo natural (Figura 4.10). Essa
amostra permaneceu por cerca de 12 horas na mufla, com temperatura aproximada
de 440ºC. Após o desligamento do aparelho e do resfriamento natural do material,
pesou-se novamente o cadinho de porcelana e anotou-se a massa de material
encontrada. Os resultados obtidos no ensaio de determinação do teor de matéria
orgânica são apresentados no capítulo de Resultados e Análises.

Figura 4.10: Prévia do ensaio de Determinação de Matéria Orgânica, enfatizando o cadinho de


porcelana com o material utilizado no ensaio.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

4.1.2 Ensaios de resistência

Nesta seção serão abordados os ensaios de compressão simples,


compressão diametral, determinação do ISC e cisalhamento, conforme a metodologia
adotada nesta pesquisa.

I. Ensaios de compressão simples


184

Os ensaios de compressão simples foram realizados com base na norma


NBR 12770/1992 (ABNT, 1992), seguindo os procedimentos especificados pela NBR
12025/2012 (ABNT, 2012), que prescreve o método para determinação da resistência
à compressão simples de corpos de prova cilíndricos de solo-cimento. A norma NBR
12024/2012 (ABNT, 2012) especifica os procedimentos de moldagem e cura de
corpos de prova cilíndricos de solo cimento. Os ensaios de compressão simples
tiveram sua preparação e moldagem realizados no Laboratório de Materiais e Solos
do IFSC, sendo posteriormente rompidos nos equipamentos disponibilizados pelo
laboratório de Engenharia Civil da UNISUL.

A resistência a compressão é tida como o valor da carga máxima de ruptura


do material ou o valor da pressão correspondente à carga na qual ocorre deformação
específica do cilindro de 20%, que são os casos característicos em que a curva
“Tensão x Deformação axial” não apresenta pico. A resistência ao cisalhamento não
drenado (cu) equivale à metade da resistência à compressão simples. Como o tempo
desprendido para o ensaio é tão baixo, considera-se o ensaio na condição não
drenada, pois não há perda de umidade para o meio ambiente.

Existem dois tipos básicos para execução do ensaio, sendo eles:

a) Por deformação controlada: a velocidade de deformação é controlada,


medindo-se a carga aplicada correspondente;

b) Por carga controlada: a carga aplicada ao corpo de prova é controlada,


medindo-se a deformação correspondente.

Para a pesquisa em questão optou-se pela aplicação de deformação


controlada, em virtude dos equipamentos disponíveis no laboratório da instituição de
ensino UNISUL e também dos parâmetros que se pretendem obter.

Os corpos de prova foram moldados utilizando o molde do ensaio de


compressão triaxial, com dimensões de 50,57mm de diâmetro e 110,14mm de altura,
totalizando o volume do cilindro com 221,22cm³. A escolha do molde foi em função da
sua relação “base x altura”, mantendo-se a relação em que a altura é duas vezes o
diâmetro da base. Utilizando um cilindro padrão (Figura 4.11) como referência para a
definição do número de camadas, encontrou-se o número de 7 camadas de material,
185

com o objetivo de atingir, no corpo de prova, a massa específica aparente seca


máxima encontrada no ensaio de compactação, na umidade ótima.

Figura 4.11: Cilindro padrão utilizado como referência para a marcação das camadas e também para
compactação.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

O cálculo para determinação da quantidade de material (em gramas) por


camada baseou-se na Equação 31 a seguir:

𝑃𝑢
𝑃𝑠 1+𝑤
𝛾𝑠 = = (31)
𝑉 𝑉

Onde:

γs = Massa específica aparente seca máxima (g/cm³);

Ps = Peso do material seco (g);

V = Volume do sistema (cm³);

Pu = Peso do material úmido (g);

w = Umidade ótima do material (%).


186

Dessa forma tornou-se possível calcular a quantidade de material por


camada, considerando os três teores estudados nesta pesquisa (natural, incorporação
de 3 e 7% de cimento), a partir dos resultados obtidos e expressos na Tabela 5.25. A
Tabela 4.2 apresenta a quantidade de material que foi adicionada em cada camada
na moldagem dos corpos de prova para o ensaio de compressão simples.

Tabela 4.2: Determinação da quantidade de material em cada camada na moldagem dos corpos de
prova para o ensaio de compressão simples.
Massa Peso do Peso do
Teor de Volume do corpo
Teor de específica material material
umidade de prova/molde
incorporação aparente seca úmido total úmido por
ótima (%) (cm³)
máxima (g/cm³) (g) camada (g)
Natural 1,594 22,486 221,22 431,916 61,70
3% de cimento 1,598 21,963 221,22 431,151 61,59
7% de cimento 1,567 22,521 221,22 424,721 60,67
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Todo o material para compor as camadas foi pesado em uma balança de


precisão com duas casas decimais, individualizados em cadinhos de porcelana para
serem adicionados no corpo de prova. O cilindro padrão foi utilizado para compactar
a camada até a marca de referência, com o objetivo de alcançar a massa específica
aparente seca máxima encontrada, ou seja, uma compactação próxima de 100%. Ao
todo, foram moldados 15 corpos de prova, sendo 3 de cada teor de incorporação
(natural, 3 e 7% de incorporação de cimento) rompidos com 28 dias de cura e 3 de
cada teor incorporado (3 e 7% de cimento) rompidos com 7 dias, em função da
obtenção da resistência a ser utilizada para determinar alguns parâmetros para o
dimensionamento. Foram utilizados os tempos de cura de 7 e 28 dias em função das
variáveis necessárias para utilização nos cálculos de dimensionamento dos
pavimentos propostos.

Após a moldagem dos corpos de prova, estes foram rompidos na prensa


EMIC disponível no Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL, conforme apresenta
a Figura 4.12, utilizando a célula de carga de 5000N para os corpos de prova com
idade de 7 dias e a célula de carga de 30000N para os corpos de prova com idade de
28 dias. A velocidade de ruptura utilizada foi de 2mm/min. A Figura 4.12 e a Figura
4.13 ilustram a etapa de carregamento do corpo de prova e ele posteriormente
rompido, respectivamente. Os resultados obtidos nos ensaios de compressão
diametral são apresentados no capítulo de Resultados e Análises.
187

Figura 4.12: A) Prensa EMIC utilizada para o ensaio de compressão simples, com o carregamento do
corpo de prova sendo executado; B) Carregamento de um corpo de prova sendo executado no ensaio
de compressão simples.

A B

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Figura 4.13: Exemplos de corpos de prova rompidos no ensaio de compressão simples.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


188

II. Ensaios de compressão diametral

Os ensaios de compressão diametral foram realizados com base na norma


NBR 7222/2011 (ABNT, 2011), que prescreve o método para determinação da
resistência à tração por compressão diametral. Os ensaios de compressão diametral
tiveram sua preparação e moldagem realizados no Laboratório de Materiais e Solos
do IFSC, sendo posteriormente rompidos nos equipamentos disponibilizados pelo
laboratório de Engenharia Civil da UNISUL.

Os corpos de prova foram moldados no cilindro Proctor pequeno, com uso


do soquete pequeno, na energia normal de compactação (3 camadas, cada camada
com 26 golpes do soquete a uma altura de 30cm) e na umidade ótima. Ao todo, foram
moldados 3 cilindros Proctor pequeno, um para cada teor estudado (natural, 3 e 7%
de incorporação de cimento), sendo que, posteriormente no momento da extração, o
corpo de prova foi dividido ao meio, obtendo-se dois corpos de prova cilíndricos com
dimensões aproximadas de 38mm de diâmetro e 76mm de altura, mantendo-se a
relação em que a altura é duas vezes o diâmetro da base, totalizando-se 6 corpos de
prova a serem ensaiados. A velocidade de ruptura utilizada foi de 0,2mm/min. A Figura
4.14 ilustra a moldagem dos corpos de prova, com posterior divisão no centro do
cilindro pequeno moldado.

Figura 4.14: Moldagem dos corpos de prova para o ensaio de compressão simples (moldagem no
cilindro Proctor pequeno, com posterior divisão no centro do corpo de prova e regularização das
superfícies).

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


189

Por falta do dispositivo auxiliar que facilita o posicionamento do corpo de


prova no equipamento de ensaio em ambos os laboratórios (IFSC e UNISUL), buscou-
se inicialmente realizar o ensaio com o auxílio de um molde de compressão Marshall
(placa de ruptura), utilizado para ruptura de corpos de prova de asfalto em ensaios de
compressão, a partir da dosagem de misturas betuminosas pelo método Marshall. No
entanto, como o molde apresentava formato diferenciado do corpo de prova, e sua
superfície não se encontrava perfeitamente lisa (muitos pontos com ferrugem, o que
poderia gerar tensões em locais específicos do corpo de prova), optou-se por outro
sistema.

Sendo assim, fez-se uso de duas chapas duras de aglomerado, isentas de


defeitos, cortadas de uma maneira que os pratos da prensa encaixavam precisamente
ao sistema utilizado. Com o uso de uma régua e de uma caneta, traçou-se exatamente
o ponto médio do dispositivo auxiliar de madeira, posicionando o corpo de prova no
seu centro, para que a aplicação da carga ocorresse diretamente no meio do corpo
de prova. Após o posicionamento do corpo de prova, deu-se início ao processo de
aplicação de carga, utilizando a prensa EMIC com célula de carga de 5000N. Esse
procedimento foi realizado com os 6 corpos de prova. A Figura 4.15 apresenta os
procedimentos destacados anteriormente. Os resultados obtidos nos ensaios de
compressão diametral são apresentados no capítulo de Resultados e Análises.

Figura 4.15: A) Uso das chapas de aglomerado e posicionamento do corpo de prova no sistema; B)
Corpos de prova após o rompimento na prensa EMIC.

A B

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


190

III. Ensaios de determinação do ISC e expansão

O ensaio de determinação do Índice de Suporte Califórnia (ISC) ou Ensaio


CBR é utilizado para a avaliação de resistência de um solo compactado, sobretudo da
sua resistência ao esforço cortante. Trata-se de um índice numérico, calculado através
de ensaio nas condições de umidade ótima e peso específico aparente seco máximo,
da determinação das propriedades expansivas do material e da determinação do
CBR, sendo a relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de
um pistão em um corpo de prova de solo e a pressão necessária para produzir a
mesma penetração numa brita padronizada (0,1” e 0,2”).

Desta forma, foram realizados ensaios de determinação do ISC de acordo


com a NBR 9895/2016 (ABNT, 2016f) para as três condições de estudo: solo natural,
solo melhorado com cimento a 3% e solo-cimento 7% de incorporação, estes dois
últimos utilizando cimento Portland CPIV. Sobretudo, este ensaio se divide em duas
etapas: expansão e penetração. Os ensaios de determinação do ISC e expansão
tiveram sua preparação e moldagem realizados no Laboratório de Materiais e Solos
do IFSC, sendo posteriormente medidas as expansões e o rompimento dos corpos de
prova nos equipamentos disponibilizados pelo laboratório de Engenharia Civil da
UNISUL.

Para a etapa de expansão foi moldado um corpo de prova para cada teor
estudado e de acordo com os ensaios de Compactação, totalizando três corpos de
prova. Fez-se uso do cilindro Proctor grande, colocando-se o disco espaçador e papel-
filtro na sua superfície, com o soquete grande, usando a energia normal de
compactação, sendo 5 camadas, cada camada com 12 golpes do soquete caindo a
uma altura de 45cm.

Após a moldagem, o colarinho foi removido e aplainou-se a superfície com


régua biselada, invertendo posteriormente o cilindro e substituindo o disco espaçador
pelo prato perfurado com haste de expansão e sobrecargas. Entre o prato perfurado
e o solo foi colocado outro papel-filtro. Desta forma, as amostras foram transferidas
para um tanque com água, onde ficaram aproximadamente 4 dias (96 horas) imersos,
de tal forma que a água banhou o material tanto pelo topo quanto pela base, com
realização de leituras de expansão através de um extensômetro com precisão de
191

0,01mm, medidas a cada 24 horas. Ao fim das 96 horas foi calculada a expansão
acumulada.

Após este procedimento os corpos de prova foram levados até a prensa de


CBR, instalando-se o conjunto molde cilíndrico com corpo de prova e sobrecarga, na
prensa. Assentou-se o pistão da prensa na superfície do topo do corpo de prova e
zerou-se, em seguida, os extensômetros. Posteriormente, aplicou-se o carregamento
com velocidade de 1,27mm/min, anotando-se a carga e a penetração a cada 30
segundos, até decorrido o tempo de 8 minutos. Com os resultados tornou-se possível
traçar a curva “Pressão x Penetração”, corrigindo os efeitos provenientes da
irregularidade do corpo de prova. Sendo assim, utilizou-se a Equação 32 normativa:

𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐶𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎


𝐶𝐵𝑅(%) = 𝑥 100 (𝑀𝑃𝑎) (32)
𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜

Que equivale, em sua utilização, às Equações 33 e 34:

𝑃
𝐶𝐵𝑅(%) = 6,91 𝑥 100 (𝑀𝑃𝑎) (33)
2𝑃
𝐶𝐵𝑅(%) = 10,35 𝑥 100 (𝑀𝑃𝑎) (34)

Onde:

P1 = Pressão corrigida equivalente à penetração de 0,1”;

P2 = Pressão corrigida equivalente à penetração de 0,2”.

Adotou-se, portanto, o maior valor. A Figura 4.16 ilustra o equipamento


disponível no Laboratório de Engenharia Civil da Unisul para realização dos ensaios,
representando o andamento de um dos ensaios de CBR.
192

Figura 4.16: Equipamento disponível no Laboratório de Engenharia Civil da UNISUL, com um dos
ensaios de determinação do ISC em andamento.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 4.3: Determinação do tempo em função da penetração no ensaio para realização da leitura
dos parâmetros necessários.
Tempo Penetração (mm)
0s 0,000
15s 0,3175
30s 0,635
1min 1,27
1,5min 1,908
2min 2,54
2,5min 3,17
3min 3,81
3,5min 4,44
4min 5,08
4,5min 5,71
5min 6,35
5,5min 6,98
6min 7,62
6,5min 8,25
7min 8,89
7,5min 9,52
8min 10,16
Fonte: Registro do equipamento disponível na UNISUL (2018).
193

Dessa forma, como o equipamento é operado manualmente, elaborou-se


uma tabela de conversão do tempo em função da penetração para realização dos
parâmetros necessários, conforme especificado a seguir pela Tabela 4.3 e disponível
no registro do equipamento do UNISUL. Os resultados obtidos nos ensaios de
determinação do ISC e de expansão são apresentados no capítulo de Resultados e
Análises.

IV. Ensaios de cisalhamento direto

No presente estudo foram realizados ensaios de cisalhamento direto na


condição inundada, sendo sua preparação e moldagem realizados no Laboratório de
Materiais e Solos do IFSC, com posterior rompimento utilizando os equipamentos
disponibilizados pelo laboratório de Engenharia Civil da UNISUL. Os corpos de prova
foram coletados a partir da moldagem de seis cilindros grandes de compactação (dois
para cada teor, considerando a amostra natural, amostras com 3 e 7% de
incorporação de cimento), onde foram retirados três corpos de prova para cada teor,
em moldes quadrados com 60mm de lado e 20mm de altura. O ensaio foi realizado
de acordo com as recomendações da ASTM D3080/04 (ASTM, 2004) e a preparação
do ensaio com base na norma NBR 6457/2016 (ABNT, 2016a), com secagem do
material até a umidade higroscópica, além do procedimento realizado no ensaio de
compactação, para moldagem dos cilindros.

Figura 4.17: Cravação do molde quadrado no cilindro Proctor grande moldado, com sua posterior
retirada para a etapa de consolidação.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


194

Figura 4.18: Equipamento utilizado no ensaio de cisalhamento direto, com a etapa de consolidação
da amostra de um dos ensaios em andamento.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Após a cravação do molde quadrado, escavando-se as laterais para a


entrada do equipamento, retirou-se o conjunto do cilindro, aplainando-se as duas
superfícies (Figura 4.17), e colocou-se na caixa de cisalhamento contendo o corpo de
prova entre pedras porosas e placas dentadas, com a amostra na parte intermediária,
inundando-se o sistema. Posteriormente, foi colocado o cabeçote para aplicação da
tensão vertical, com ajuste do transdutor vertical para início da consolidação da
amostra (Figura 4.18). Este procedimento foi realizado em todos os nove corpos de
prova, com a finalização da consolidação após a estabilização das deformações.

O início do cisalhamento se deu após os ajustes do transdutor horizontal e


do sensor (célula de carga), que mede a força cisalhante desenvolvida durante o
ensaio. Após esta etapa, iniciou-se a ruptura drenada da amostra. Para garantir a
condição de ruptura drenada do material utilizou-se a condição de deformação
controlada através de uma taxa constante de deslocamento cisalhante, lenta, medida
a partir de um extensômetro horizontal, de acordo com as condições normativas
(ASTM, 2004). A velocidade de cisalhamento utilizada para os ensaios foi de
0,055mm/min.
195

Foram realizados 3 estágios de carregamento vertical. As forças normais


utilizadas para os estágios 1, 2 e 3 foram de 0,1kN, 0,3kN e 0,5kN, respectivamente,
resultando em tensões normais aproximadas de 29kPa, 89kPa e 148kPa. Dessa
forma, foram ensaiados 3 corpos de prova para cada teor estudado (natural, 3% de
incorporação de cimento e 7% de incorporação de cimento), com um corpo de prova
para cada estágio de carregamento vertical, totalizando 9 corpos de prova.

Os resultados obtidos nos ensaios de cisalhamento direto são


apresentados no capítulo de Resultados e Análises.

4.1.3 Dimensionamentos e estudo econômico do transporte

Esta subseção trata a respeito da metodologia aplicada na análise dos


dados obtidos através dos resultados dos ensaios caracterizados anteriormente, além
das especificações empregadas nos dimensionamentos e na análise econômica a
partir dos custos dos serviços e do transporte dos materiais.

4.1.3.1 Dimensionamentos do pavimento

Com os resultados dos ensaios especificados foi possível obter os


parâmetros essenciais utilizados no dimensionamento das camadas do pavimento
semirrígido proposto, analisando seus resultados de forma técnica e econômica.
Esses dimensionamentos foram realizados utilizando as especificações do DNIT
(2006b), a partir do método proposto pelo DNER e pelo método da Resiliência, com
todas as especificações necessárias para realização dos cálculos e apresentação dos
resultados de maneira comparativa.

O dimensionamento dos pavimentos com o material da pesquisa (natural,


com 3 e 7% de incorporação de cimento) e com o material de empréstimo idealizado
pelos autores depende de fatores provenientes da caracterização física e de
resistência desses materiais. O material da pesquisa foi devidamente caracterizado a
partir dos ensaios expostos anteriormente. Para o material de empréstimo foram
considerados solos que atendam às exigências mínimas de caracterização e
resistência, tendo como base a referência de Bernucci et. al. (2010) que indica a
utilização dos seguintes materiais para base, sub-base e reforço de subleito:
196

a) Brita Graduada Simples (BGS): é um dos materiais granulares mais


utilizados para pavimentação como base ou sub-base, possuindo uma
distribuição granulométrica bem-graduada, um bom intertravamento do
esqueleto sólido e com uma boa resistência, sendo o CBR normalmente
elevado na ordem de 60% a maiores que 100%. Para o
dimensionamento do pavimento com material de empréstimo, a BGS foi
utilizada como base;

b) Macadame Seco: sendo um material granular onde a estabilidade é


obtida pela ação mecânica enérgica de compactação, é utilizado
principalmente na falta de jazidas de BGS próximas. Por geralmente não
possuir resistência tão alta quanto a BGS, o macadame seco tende a ser
mais utilizado como sub-base para pavimentação;

c) Reforço de subleito: material proveniente de jazida de empréstimo que


contém uma matriz de finos contemplando facilidade na compactação e
impermeabilidade. Possui características coesivas, pouco expansivas e
com boa capacidade de suporte.

I. Dimensionamentos pelo método DNER

Com o número “N” de projeto definido como 5x107 repetições dos eixos dos
veículos equivalentes às solicitações do eixo padrão rodoviário de 8,2 tf, de acordo
com o método de determinação adotado pelo USACE, o dimensionamento do
pavimento flexível (para o pavimento composto pelo solo da pesquisa ao natural e
para pavimento com o material de empréstimo idealizado) e semirrígido (para o
pavimento composto por base de solo-cimento da pesquisa) pode ser dado pelo
método DNER, sendo este baseado em coeficientes de equivalência estrutural e pela
capacidade de suporte do subleito e dos outros materiais que constituem as camadas
do pavimento (DNIT, 2006b). Para o dimensionamento foi levado em consideração as
seguintes condições, de acordo com o Manual de Pavimentação do DNIT (2006b):

a) O material do subleito deve apresentar expansão ≤ 2% e CBR ≥ 2%,


medidos a partir do ensaio CBR;
197

b) O material do reforço do subleito deve apresentar expansão ≤ 1% e CBR


maior que o do subleito;

c) O material para sub-base deve apresentar expansão ≤ 1%, CBR ≥ 20%


e IG = 0;

d) O material para base deve apresentar expansão ≤ 0,5%, CBR ≥ 80%,


Limite de Liquidez ≤ 25% e Índice de plasticidade ≤ 6%;

e) O material deve se enquadrar numa das seguintes faixas


granulométricas, de acordo com a Tabela 4.4:

Tabela 4.4: Granulometria para base granular.


Tipos Para N > 5 x 106 Para N < 5 x 106 Tolerância
A B C D E F da faixa de
Peneiras
% em peso passando projeto
2” 100 100 - - - - ±7
1” - 75-90 100 100 100 100 ±7
3/8” 30-65 40-75 50,85 60-100 - - ±7
Nº4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 10-100 ±7
Nº10 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100 ±7
Nº40 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70 ±7
Nº200 2-8 5-15 5-15 10-25 6-20 8-25 ±7
Fonte: DNIT (2006b).

f) No caso de base em solo-cimento, a Norma do DNIT de Pavimentação


– Base de solo-cimento – Especificação de serviço, através do DNIT
(2010) especifica que o solo para a mistura deve apresentar as seguintes
características, de acordo com a Tabela 4.5:

Tabela 4.5: Características do solo para base de solo-cimento.


Peneiras Percentagem Tolerância
2” 100% -
Nº4 50 a 100% ±5%
Nº40 15 a 100% ±2%
Nº200 5 a 35% ±2%
Limite de liquidez Máximo 40%
Índice de plasticidade Máximo 18%
Fonte: DNIT (2010).

g) A espessura mínima da camada de revestimento é de 10,0cm para


concreto betuminoso com 107 < N ≤ 5x107, 10,0cm para camadas
cimentadas e 15,0cm para camadas granulares.
198

A partir das limitantes, o dimensionamento é feito com base no coeficiente


de equivalência estrutural, de acordo com a Tabela 4.6, onde os coeficientes para as
diversas camadas do pavimento respeitam a seguinte nomenclatura normativa:

a) Camada de reforço de subleito: Kref;

b) Camada de sub-base: KSB;

c) Camada de base: KB;

d) Camada de revestimento: KR.

Tabela 4.6: Coeficiente de equivalência estrutural (K).


Componentes do pavimento Coeficiente K
Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00
Base ou revestimento pré-misturado a quente, de graduação densa 1,70
Base ou revestimento pré-misturado a frio, de graduação densa 1,40
Base ou revestimento betuminoso por penetração 1,20
Camadas granulares 1,00
Solo-cimento com resistência à compressão a 7 dias, superior a 45kg/cm 1,70
Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 45kg/cm e 28kg/cm 1,40
Idem, com resistência à compressão a 7 dias, entre 28kg/cm e 21kg/cm 1,20
Fonte: DNIT (2006b).

Para a componente do pavimento definiu-se a utilização de revestimento


em concreto betuminoso (CAP), comumente utilizado para pavimentação. Com isso,
o coeficiente de equivalência estrutural KR é 2,00. Para o coeficiente de equivalência
da camada de reforço de subleito e sub-base (Kref e KSB, respectivamente) definiu-se
1,00 por se tratarem de camadas granulares, considerando que a camada de solo-
cimento, quando for o caso, será utilizada como camada de base. O coeficiente de
equivalência da camada de base KB foi definido como 1,00 (no caso de utilização do
solo natural e solo de jazida) e 1,20~1,70 para a base de solo-cimento, sendo que
este último deve apresentar um resultado de resistência à compressão aos 7 dias de
moldagem superior à, no mínimo, 21kgf/cm² (de acordo com a Tabela 4.6).

É importante ressaltar que a utilização da camada de reforço de subleito é


definida em projeto, porém decidiu-se realizar as análises considerando a inclusão ou
não de tal camada no dimensionamento, pois a pesquisa tem caráter comparativo
entre métodos de dimensionamento e análises de custo, apesar do método da
Resiliência exigir a utilização da camada de reforço de subleito para o caso em tela.

Definidos os coeficientes, tem-se resumidamente que:


199

a) Camada de reforço de subleito:

i. Kref = 1,00 (solo granular).

b) Camada de sub-base:

ii. KSB = 1,00 (solo granular).

c) Camada de base:

iii. KB = 1,20~1,70 (base de solo-cimento);

iv. KB = 1,00 (solo natural da pesquisa e solo de empréstimo de


jazida).

II. Camada de revestimento:

v. KR = 2,00 (revestimento CAP).

Com o valor do CBR das camadas e do número N de projeto, as espessuras


das camadas (Figura 4.19) foram definidas a partir da Equação 35:

Figura 4.19: Simbologia adotada em relação às camadas do pavimento.

Fonte: DNIT (2006b).

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅 −0,598 (35)

Por fim, uma vez determinadas as espessuras Hm, Hn e H20, a espessura


da base (B), sub-base (h20) e reforço de subleito (hn) serão calculadas através da
resolução sucessiva das inequações representadas pelas Equações 36, 37 e 38:

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) ≥ 𝐻20 (36)

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) ≥ 𝐻𝑛 (37)

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) + (ℎ𝑛 𝑥 𝐾𝑟𝑒𝑓 ) ≥ 𝐻𝑚 (38)


200

A espessura final do pavimento é dada pela soma das espessuras do


revestimento (R), da base (B), sub-base (h20) e reforço de subleito (hn), conforme
apresenta a Equação 39 a seguir:

𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + ℎ20 + ℎ𝑛 (39)

II. Dimensionamentos pelo método da Resiliência

O Método da Resiliência permite o dimensionamento de pavimentos


flexíveis e semirrígidos através da análise de deformação elástica ou recuperável de
solos sob a ação de cargas repetidas, ou seja, faz-se uma análise mecanística que
calcula a deflexão máxima prevista para uma expectativa de vida de fadiga (DNER,
2005). Ainda de acordo com o DNER (2005), o método leva em conta as seguintes
considerações:

a) Valor estrutural da camada betuminosa em função do tipo de subleito e


do tráfego previsto;

b) Comportamento elástico não-linear dos solos e dos materiais granulares.

Para a utilização do método é preciso primeiramente classificar o solo de


acordo com a Tabela 4.7 com os resultados do ensaio de granulometria, onde os tipos
I, II e III são classificados como:

1. Tipo I – Solos com baixo grau de resiliência; bom comportamento como


subleito e reforço de subleito;

2. Tipo II – Solos com grau de resiliência intermediário; comportamento


regular como subleito;

3. Tipo III – Solo com grau de resiliência elevado; não é aconselhável para
uso em camadas de pavimentos.

Tabela 4.7: Classificação dos solos finos quanto à resiliência.


S (%)
CBR (%)
≤ 35 35 a 65 > 65
≥ 10 I II III
6a9 II II III
2a5 III III III
Fonte: DNIT (2005).
201

Sendo que a porcentagem de silte na fração fina (S) é dada pela Equação
40:

𝑃
𝑆 = 100 − 𝑃1 𝑥 100 (40)
2

Onde:

S = porcentagem de silte da fração fina que passa na peneira 0,075mm;

P1 = porcentagem em peso de material cujas partículas tenham diâmetro


inferior a 0,005mm, determinado na curva granulométrica;

P2 = porcentagem em peso de material cujas partículas tenham diâmetro


inferior a 0,075mm, determinado na curva granulométrica.

Após saber qual o tipo de solo, de maneira idêntica ao método de


dimensionamento DNER, calcula-se a espessura total do pavimento com a Equação
41 utilizando o número “N” e o CBR do subleito:

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅 −0,598 (41)

A espessura mínima do revestimento betuminoso (HCB) é dada pela


Equação 42, considerando que, dependendo do tipo de solo anteriormente definido,
tem-se as constantes relacionadas às características resilientes do subleito:

1. Solos tipo I: I1 = 0 e I2 = 0;

2. Solos tipo II: I1 = 1 e I2 = 0;

3. Solos tipo III: I1 = 0 e I2 = 1.

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 𝑥 𝐼1 + 4,101 𝑥 𝐼2 (42)
𝐷𝑝

Onde:

Dp = deflexão de projeto (0,01mm);

HCB = espessura mínima da camada betuminosa.


202

Com isso, calcula-se, com a Equação 43, a deflexão admissível a partir do


número “N” que provoca a ruptura por fadiga da camada betuminosa. O DNIT (2005)
estabelece que a deflexão de projeto deve ser inferior a deflexão admissível (Dp < D).

log 𝐷 = 3,148 − 0,188 𝑥 log 𝑁 (43)

Determina-se, então, o valor estrutural (VE) da camada betuminosa (HCB)


de acordo com a Tabela 4.8, que relaciona a classificação do solo quanto a resiliência
e o número “N” de projeto.

Tabela 4.8: Valores estruturais da camada betuminosa.


N
Tipo de subleito
104 105 106 107 108
I 4,0 4,0 3,4 2,8 2,8
II 3,0 3,0 3,0 2,8 2,8
III 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Fonte: DNIT (2005).

Calcula-se, seguidamente a espessura da camada granular, sendo esta


limitada a 35cm de espessura máxima. A espessura da camada granular depende da
espessura da camada betuminosa, do valor estrutural anteriormente determinado e
da espessura total do pavimento, de acordo com a Equação 44. É importante salientar
que se considera como camada granular o material que contenha menos de 35% em
peso passante na peneira nº 200 (0,075mm), sendo necessária a obtenção da
granulometria do material.

𝐻𝑡 = 𝐻𝐶𝐵 𝑥 𝑉𝐸 + 𝐻𝐶𝐺 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚 (44)

Onde:

HCB = espessura mínima da camada betuminosa;

VE = valor estrutural do revestimento betuminoso;

HCG = espessura máxima da camada granular;

Ht = espessura total do pavimento.


203

No caso de subleito com tipologia III, o DNIT (2005) exige a utilização do


reforço de subleito (HR), sendo que a espessura é determinada pela Equação 45:

𝐻𝑡1 −𝐻𝑡2
𝐻𝑅 = (45)
0,70

Onde:

HR ≥ 30cm;

Ht1 = espessura equivalente correspondente ao CBR do subleito;

Ht2 = espessura equivalente correspondente ao CBR da sub-base ou


reforço de subleito.

Figura 4.20: Método de projeto de pavimento semirrígido.

Fonte: DNIT (2005).

No caso de pavimentos semirrígidos é preciso verificar a Tensão de Tração


(σt) e a Tensão Vertical de Compressão (σv) na fibra inferior da camada cimentada. A
Figura 4.20 demonstra o modelo de projeto. É definido o tipo do solo da 3ª camada
quanto à resiliência: Tipo I, II ou III. Há a ressalva de que sub-bases granulares são
consideradas como solo Tipo III para o cálculo de σt e σv.

O módulo de Elasticidade da Camada de Base (EB) é determinado em


função da resistência a compressão simples aos 28 dias de cura (σc) com a Equação
46, sendo que é necessário satisfazer a condição 20000kgf/cm² ≤ EB ≤ 100000kgf/cm².

𝐸𝐵 = 3744 + 2044𝜎𝑐 (46)


204

Dependendo do tipo do solo quanto à resiliência, σt e σv são calculados da


seguinte maneira:

a) 3ª camada sendo do Tipo I:

𝜎𝑡 = 0,017 + 0,064𝐻𝐵 √𝐸𝐵 𝑥10−6 + 0,0151𝐻𝑅 − 3,597√𝐸𝐵 𝑥10−6 (47)

𝜎𝑣 = 1,90 − 0,02𝐻𝑅 − 0,027𝐻𝐵 − 1,373√𝐸𝐵 𝑥10−6 (48)

b) 3ª camada sendo do Tipo II:

𝜎𝑡 = 0,545 + 0,1296𝐻𝐵 √𝐸𝐵 𝑥10−6 + 0,0345𝐻𝑅 − 5,659√𝐸𝐵 𝑥10−6 (49)

𝜎𝑣 = 0,996 − 0,00577𝐻𝑅 − 0,027𝐻𝐵 − 1,125√𝐸𝐵 𝑥10−6 (50)

c) 3ª camada sendo do Tipo III:

𝜎𝑡 = −2,74 + 0,0529𝐻𝑅 + 0,0588𝐻𝐵 − 1,649√𝐸𝐵 𝑥10−6 (51)

𝜎𝑣 = 0,364 − 0,0018𝐻𝑅 − 0,0052𝐻𝐵 − 0,422√𝐸𝐵 𝑥10−6 (52)

Onde:

HR = altura da camada de revestimento, em cm;

HB = altura da camada da base cimentada, em cm.

Os valores admissíveis das tensões e condições de fronteiras são


expressos a seguir, onde “σR” representa a resistência à tração estática por
compressão diametral (em kgf/cm²):

a) σt ≤ 0,70 σR;

b) σv ≤ 0,50kgf/cm² - Solo Tipo II e III;

1,00kgf/cm² - Solo Tipo I.

As espessuras das camadas de revestimento (HR) e da base (HB) devem


respeitar as seguintes alturas:

a) HR ≥ 2,5 cm;

b) HB > 15,0 cm.


205

4.1.3.2 Elaboração dos perfis transversais

Com a análise das camadas do pavimento utilizando os solos natural,


estabilizado quimicamente com cimento a 3 e 7%, realizou-se um comparativo entre
as soluções empregando parâmetros técnicos e econômicos em relação a viabilidade
de transporte de materiais e condições de trabalho e também questões de menores
custos envolvidos.

Para isso, a equipe utilizou um número “N” de projeto especificado por meio
de referencial bibliográfico, sendo este de 5x107 a partir do método do USACE, de
acordo com as especificações encontradas na IP – 02/2004 elaborada pela Prefeitura
Municipal de São Paulo (2004), em que, através de planilhas desenvolvidas no
software Excel, serão determinadas as espessuras das camadas de um pavimento
hipotético, com posterior representação dos perfis desenhados através do software
AutoCAD. A Figura 4.21 apresenta um perfil padrão de projeto adotado nesta
pesquisa.

Figura 4.21: Esquema do perfil transversal de projeto adotado para a apresentação dos resultados e
análises da pesquisa.

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Ao todo foram realizados seis dimensionamentos, sendo quatro


dimensionamentos pelo método do DNER e dois pelo método da resiliência.
Basicamente, o dimensionamento pelo método do DNER envolveu o uso ou não de
reforço de subleito, pois o método não apresenta especificidades quanto a exigência
ou não do reforço. Já para o método da resiliência, no caso em tela, houve a
necessidade de se utilizar o reforço de subleito por conta das exigências normativas.
206

O comparativo baseou-se nas diferentes soluções dentro do mesmo


método e entre os métodos (DNER e Resiliência) disponíveis na pesquisa em
questão, de acordo com os objetivos da equipe. As diferenciações foram em relação
ao uso de base de solo-cimento com 7% de adição de cimento e base de um material
comparativo de referência, onde fora utilizado a referência de BGS – Brita Graduada
Simples. Outra diferenciação, como já mencionada anteriormente, envolveu o uso ou
não de reforço de subleito por parte dos métodos de dimensionamentos dos perfis
transversais.

Para a constituição das camadas fez-se uso das seguintes referências:

a) Revestimento: revestimento de concreto asfáltico/betuminoso, em


ambas as hipóteses de cálculo;

b) Base: base de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento e base


de BGS para o pavimento comparativo;

c) Sub-base: macadame seco;

d) Reforço de subleito: quando utilizado, fez-se uso de reforço de subleito


com material de jazida, de acordo com as referências do SICRO (DNIT,
2017f).

Por fim, destaca-se que maiores especificações são apresentadas no


subcapítulo de dimensionamentos, sobretudo com relação às especificações dos
materiais quanto à resistência e aos valores característicos a serem utilizados para as
hipóteses de cálculo.

4.1.3.3 Estudo econômico das soluções

A partir do dimensionamento dos pavimentos pelos dois métodos propostos


(DNER e Resiliência), fora realizada a análise de custos atribuída a toda composição
do pavimento considerando os materiais previamente estabelecidos. Compor o
pavimento com o solo disponível in loco traz uma redução de custos por não haver a
necessidade de buscar um material externamente que satisfaça as condições
impostas de projeto e trazê-lo ao local da obra. Para obras de pavimentação pode-se
estabelecer que sempre serão necessárias grandes movimentações de terra. Além do
207

preço do material em si, um alto custo de fretagem é atribuído a movimentação de


terra, visto que se utilizam equipamentos e mão de obra para a execução desse
serviço.

As análises foram feitas considerando a construção de 1km de pavimento,


ou seja, o custo por quilômetro de pavimento de acordo com a largura da faixa de
rolamento, que não terá valor definido, nas espessuras estabelecidas pelo
dimensionamento e com o material especificado. Dessa forma, o custo terá uma
unidade de medida de “km.m”. Para o pavimento comparativo, feito com material
proveniente de jazida de empréstimo, será avaliado o preço da compra do material e
o frete do mesmo, estabelecendo a distância mínima entre a jazida e o local da obra
para se tornar viável a utilização da estabilização química referente a proposta da
pesquisa.

Com o intuito de ter um valor referencial para os insumos e serviços na


execução de obras licitadas, a plataforma SICRO foi criada através de um conjunto
de variáveis que consideram as disponibilidades dos insumos, distâncias, demanda e
outros fatores locais em si (DNIT, 2011). O DNIT em seu Manual de Custos – Volume
01 – Metodologia e Conceitos (2017) estabelece que a metodologia de preço estimado
dos insumos em função da Distância Média de Transporte (DMT) afere o preço sendo
a soma dos valores de aquisição do insumo e do custo de frete da origem até o local
de utilização do mesmo. Os preços dos serviços são formados através da composição
de preço dos insumos, custo de transporte destes até o local da obra, mão de obra e
equipamentos/maquinários para a execução do serviço, entre outras parcelas de
custos. A seguir será tratada a composição de custos para as situações previstas da
pesquisa.

Para a análise dos custos de um pavimento com base de solo estabilizada


quimicamente com cimento e com base de brita graduada simples, além dos outros
materiais e serviços inerentes ao processo de construção do perfil transversal do
pavimento, atribuiu-se a referência das tabelas de custos do SICRO de Santa
Catarina, sobretudo do mês de novembro de 2017 (última atualização) (DNIT, 2017f).

É importante destacar que, como já mencionado no item 2.8.2, que


evidencia os custos envolvidos no transporte de materiais, cada serviço já apresenta
os seus insumos determinados pelo SICRO, com aplicação da metodologia de
208

transporte do item mencionada já elaborada. No sub serviço de “Tempo Fixo” já é


calculado o transporte do material dentro da obra, até um limite máximo de 3km,
portanto, fixou-se essa distância apenas para o transporte na obra da pesquisa em
questão (hipoteticamente). Para o transporte até o local da obra faz-se necessário a
determinação do sub serviço de “Momento de Transporte”, com as variações de
transporte em Leito Natural, Revestimento Primário e Pavimentado.

Definiu-se, portanto, que o revestimento será de concreto betuminoso,


sobretudo de Concreto Asfáltico – Faixa A – Areia e Brita Comerciais, medido em
toneladas, que compreende o item cujo o código é 4011454 do Relatório Sintético de
Composições de Custos do DNIT (2017f), em seu Sistema de Custos Referenciais de
Obras – SICRO.

Para a base de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento definiu-


se o serviço de Base de Solo-Cimento com 7% de Cimento e Mistura na Pista com
Material de Jazida, medido em m³, que compreende o item cujo o código é 4011297
do Relatório Sintético de Composições de Custos do DNIT (2017f).

Em relação a base do pavimento comparativo, considerou-se como


material brita graduada simples, cujo serviço é compreendido pela Base ou Sub-base
de Brita Graduada com Brita Comercial, medido em m³, do item cujo o código é
4011276 do Relatório Sintético de Composições de Custos do DNIT (2017f).

Na camada de sub-base adotou-se como material macadame seco, cujo


serviço é compreendido pela Base ou Sub-base de Macadame Seco com Brita
Comercial, medido em m³, do item cujo o código é 4011279 do Relatório Sintético de
Composições de Custos do DNIT (2017f).

Por fim, para o reforço de subleito, quando necessário, adotou-se um


material de jazida de empréstimo próximo da região, cujo serviço é compreendido pelo
Reforço de Subleito com Material de Jazida, medido em m³, do item cujo o código é
4011211 do Relatório Sintético de Composições de Custos do DNIT (2017f).

Como exemplo, a Tabela 4.9 apresenta a descrição do serviço de Concreto


Asfáltico – Faixa A – Areia e Brita Comerciais. As demais descrições de serviços
podem ser encontradas no Relatório Sintético de Composições de Custos do DNIT
(2017f).
209

Tabela 4.9: Orçamento analítico do serviço de concreto asfáltico – faixa A – areia e brita comerciais, medido em toneladas.
4011454 Concreto asfáltico - faixa A - areia e brita comerciais (t) Valores em reais (R$)
Utilização Custo horário Custo horário
A - EQUIPAMENTOS Quantidade
Operativa Improdutiva Produtivo Improdutivo total
Rolo compactador de pneus
E9762 1,00000 0,59 0,41 139,0891 64,4402 108,4831
autopropelido de 27t - 85kW
Rolo compactador liso autopropelido
E9530 1,00000 0,51 0,49 132,5256 57,2704 95,6506
vibratório de 11t - 97kW
Vibroacabadora de asfalto sobre
E9545 1,00000 0,89 0,11 181,7072 87,1318 171,3039
esteiras - 82kW
Custo horário de equipamentos 375,4376
Custo Custo horário
B - MÃO DE OBRA Quantidade Unidade
horário total
P9824 Servente 8,00000 h 17,1769 137,4152
Custo horário total de mão de obra 137,4152
Custo horário total de execução 512,8528
Custo unitário de execução 6,1789
Custo do FIC 0,0383
Custo do FIT -
Preço
C - MATERIAL Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
Custo unitário total de
-
material
Custo
D - ATIVIDADES AUXILIARES Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
Usinagem de concreto asfáltico - faixa
6416080 1,02000 t 81,31 82,9362
A - areia e brita comerciais
Custo total de atividades auxiliares 82,9362
Subtotal 89,1534
Custo
E - TEMPO FIXO Código Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
210

Usinagem de concreto asfáltico - faixa


6416080 A - areia e brita comerciais - Caminhão 5914649 1,02000 t 6,8900 7,0278
basculante 10m³
Custo unitário total de tempo fixo 7,0278
DMT Custo unitário
F - MOMENTO DE TRANSPORTE Quantidade Unidade
LN RP P -
Usinagem de concreto asfáltico - faixa
6416080 A - areia e brita comerciais - Caminhão 1,0200 tkm 5914359 5914374 5914389
basculante 10m³
Custo unitário total de transporte -
Custo unitário direto total 96,18
Fonte: DNIT (2017f).
211

Como resumo dos serviços apresentados anteriormente, a Tabela 4.10


apresenta a referência em código dos serviços, sua descrição, unidade de medida e
seu respectivo preço.

Tabela 4.10: Resumo dos serviços utilizados na análise de custos para a construção dos perfis
transversais dos pavimentos propostos.
Código Descrição do serviço Unidade Custo (R$)
4011454 Concreto asfáltico - faixa A - areia e brita comerciais t 96,18
Base de solo-cimento com 7% de cimento e mistura na pista
4011297 m³ 72,04
com material de jazida
4011276 Base ou sub-base de brita graduada com brita comercial m³ 98,06
4011279 Base ou sub-base de macadame seco com brita comercial m³ 79,96
4011211 Reforço do subleito com material de jazida m³ 7,44
Fonte: DNIT (2017f).

Percebe-se, portanto, através das tabelas apresentadas anteriormente,


que existem referências específicas para o momento de transporte, cuja unidade é
“tkm”, diferenciando-se de acordo com o tipo de pista a qual o veículo transportador
trafega: leito natural, revestimento primário ou pavimentado.

Há um momento de transporte para cada um dos cinco serviços


apresentados, com códigos específicos para cada tipo de pista a qual o veículo
transportador trafega. Dessa forma, a Tabela 4.11 apresenta a referência em código
do transporte adotado, a descrição do serviço de transporte, unidade de medida e o
seu custo por “tkm” trafegado.

Tabela 4.11: Apresentação dos custos de transporte de acordo com as “DMT’s” apresentadas nos
serviços a serem utilizados na construção do perfil transversal do pavimento.
Código Descrição do serviço Unidade Custo (R$)
Transporte com caminhão basculante de 10m³ - rodovia em
5914359 tkm 0,68
leito natural
Transporte com caminhão basculante de 10m³ - rodovia com
5914374 tkm 0,54
revestimento primário
Transporte com caminhão basculante de 10m³ - rodovia
5914389 tkm 0,44
pavimentada
Transporte com caminhão carroceria de 15t - rodovia em leito
5914449 tkm 0,66
natural
Transporte com caminhão carroceria de 15t - rodovia com
5914464 tkm 0,52
revestimento primário
Transporte com caminhão carroceria de 15t - rodovia
5914479 tkm 0,42
pavimentada
Fonte: DNIT (2017f).
212

Utilizou-se, portanto, as referências de transporte mencionadas


anteriormente de acordo com o local de onde fora coletada as amostras deformadas
de solo, para definição quanto ao tipo de pista a qual os veículos transportadores
passarão para o transporte do material, definindo-se, assim, o custo final da execução
das camadas do pavimento.
213

5 RESULTADOS E ANÁLISES

Este capítulo trata de considerações sobre os resultados finais dos ensaios


laboratoriais, desenvolvimento dos dimensionamentos das seções transversais do
pavimento (com a determinação da espessura de cada camada), análise dos custos
das camadas do pavimento e conclusões preliminares desta pesquisa.

5.1 Resultados de laboratório

Os ensaios laboratoriais buscam determinar as características físicas,


químicas e mecânicas dos solos através de um conjunto completo de técnicas. Os
avanços tecnológicos possibilitaram aos laboratórios melhorias significativas no
processo de aquisição de dados e análise, produzindo resultados cada vez mais
concisos e refinados que permitem uma compreensão aperfeiçoada do
comportamento geomecânico dos solos.

Neste capítulo estão apresentados os resultados dos ensaios de


caracterização física, mineralógica e mecânica realizada nesta pesquisa. Os dados
obtidos nos solos estudados serão avaliados e discutidos com base em outras
pesquisas conduzidas em solos residuais de outros locais.

5.1.1 Análise granulométrica

Os procedimentos de ensaio são normatizados pela ABNT NBR 7181/2016


(ABNT, 2016b), que torna possível analisar o solo com o objetivo de construir uma
curva granulométrica para avaliar a composição do tamanho grãos.

Inicialmente foram anotados os valores para o material retido nas peneiras


que compõem a análise pelo peneiramento grosso (acima da peneira de 2,0mm). Em
seguida, o material passante na peneira de 2,00mm foi utilizado para a etapa de
sedimentação, anotando-se os valores de densidade que registrava o densímetro nos
intervalos especificados pela norma. Por fim, o material, já lavado e preparado
adequadamente, passou pelo peneiramento fino (abaixo da peneira de 2,0mm), sendo
anotado o peso retido em cada peneira. A Tabela 5.1 apresenta os resultados do
peneiramento grosso e fino (após a sedimentação), da mesma maneira que a Tabela
214

5.2 e a Tabela 5.3 apresentam algumas especificações do material utilizado e da


amostra separada para o ensaio.

Tabela 5.1: Resultados do peneiramento, considerando a fração grossa e a fração fina.


RETIDA PASSANTE
Fração fina Fração grossa
Peneiras (mm) Fração grossa (%) Acumulada Fração fina (%)
(%) (%)
9,500 - 0,00 0,00 - 100,00
6,300 - 0,11 0,11 - 99,89
4,800 - 2,57 2,68 - 97,32
2,400 2,63 0,14 2,63 97,37 94,76
1,200 10,49 0,56 13,11 86,89 84,55
6,06 6,06 0,32 19,18 80,82 78,65
0,300 6,88 0,37 26,06 73,94 71,95
0,150 9,56 0,51 35,62 64,38 62,65
0,075 8,14 0,43 43,76 56,24 54,73
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.2: Determinação do teor de umidade da amostra utilizada na análise granulométrica.


Teor de umidade da amostra
Cápsula Nº 19 42
Peso da cápsula (g) 20,77 22,29
Cápsula + solo úmido (g) 60,62 63,95
Cápsula + solo seco (g) 59,64 62,90
Peso da água (g) 0,98 1,05
Solo seco (g) 38,87 40,61
Teor de umidade 2,52% 2,59%
Teor de umidade médio 2,55%
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.3: Determinação da amostra total seca utilizada na análise granulométrica.


Determinação da amostra total seca
Peso da amostra úmida (g) 1500,00
Peso da amostra retida na #10 (g) 39,27
Peso da amostra passante na #10, úmida (g) 1460,73
Peso da amostra passante na #10, seca (g) 1424,36
Peso de água (g) 36,37
Peso da amostra total seca (g) 146363
Mh (sedimentação) (g) 80,00
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
215

Com isso, a Tabela 5.4 apresenta os resultados do ensaio de


sedimentação, utilizados posteriormente na construção da curva granulométrica final
do solo.

Tabela 5.4: Resultados do ensaio de sedimentação.


%
Altura de Diâmetro
Altura de Densidade amostra
Tempo Temp. queda + dos
Densidade queda + µ com
(s) (ºC) menisco grãos
(cm) correção* diâmetro
(cm) (mm)
menor
30 29,9 1,0262 13,88408 13,88408 1,00172 0,02448 0,052597 48,95
60 29,9 1,0253 14,04265 14,04265 1,00172 0,02358 0,045809 47,15
120 29,9 1,0241 14,25406 14,25406 1,00172 0,02238 0,032635 44,75
240 29,9 1,0230 13,48786 13,48786 1,00172 0,02128 0,022448 42,22
480 29,9 1,0210 13,84022 13,84022 1,00172 0,01928 0,016079 38,55
960 29,8 1,0185 14,28067 14,28067 1,00174 0,01676 0,011549 33,51
1800 29,8 1,0170 14,54494 14,54494 1,00174 0,01526 0,008512 30,51
3600 29,6 1,0151 14,87968 14,87968 1,00178 0,01332 0,006088 26,63
7200 29,4 1,0133 15,19681 15,19681 1,00182 0,01148 0,004350 22,96
16380 30,0 1,0112 15,56678 15,56678 1,00170 0,00950 0,002919 18,99
35100 26,5 1,0100 15,77820 15,77820 1,00240 0,00760 0,002008 15,20
74220 26,0 1,0096 15,84867 15,84867 1,00250 0,00710 0,001384 14,20
84360 26,0 1,0089 15,9720 15,97200 1,00250 0,00640 0,001303 12,80
* Resultados obtidos a partir da utilização da equação da reta obtida no gráfico de aferição do
densímetro (Gráfico 4.1), utilizando-se para isso a temperatura durante a realização do ensaio.
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Construiu-se o Gráfico 5.1 que dispõe no eixo das abcissas, em escala


logarítmica, os diâmetros das partículas (das quais são definidas pelo diâmetro de
abertura das peneiras, no caso do peneiramento, e por formulação de acordo com a
NBR 7181/2016, no caso da sedimentação), e no eixo das ordenadas, em escala
aritmética, as porcentagens das partículas menores do que os diâmetros
considerados.
216

Gráfico 5.1: Curva granulométrica final do solo natural.


100%

90%

80%

70%
Porcentagem Passante (%)

60%

50%

40%

30%

20%

Pedregulho
Areia G.
Areia M.
Areia F.
10%
Argila

Silte

0%
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos ( mm )
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

De posse da curva granulométrica, é possível realizar o cálculo de Cu


(coeficiente de uniformidade) e Cc (coeficiente de curvatura). As formulações,
apresentadas a seguir utilizam dados dos diâmetros obtidos na curva, de acordo com
o porcentual de material passante, conforme as Equações 53 e 54.

𝐶𝑢 = 𝑑60 /𝑑10 (53)

Onde:

d60 = diâmetro correspondente a 60% do material passante na curva


granulométrica;

d10 = diâmetro correspondente a 10% do material passante na curva


granulométrica.

A Tabela 5.5 correlaciona os valores de Cu com o grau de uniformidade das


partículas do solo da seguinte forma:
217

Tabela 5.5: Valor de Cu em comparação com o grau de uniformidade.


Valor Cu Grau de uniformidade
Cu < 5 Muito uniforme
5 < Cu < 15 Uniformidade média
Cu > 15 Desuniforme
Fonte: DNIT (2005).

Portanto, coeficiente de curvatura (Cc) pode ser calculado através da


Equação 54 a seguir:

(𝑑30 )2
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝐶𝑐 ): 𝑑 (54)
60 𝑥 𝑑10

A Tabela 5.6 correlaciona os valores de Cc com a graduação das partículas


do solo da seguinte forma:

Tabela 5.6: Valor de Cc em comparação com a graduação.


Valor Cu Graduação
1 < Cc < 3 Bem graduado
3 < Cc ou Cc < 1 Mal graduado
Fonte: DNIT (2005).

Na fórmula apresentada acima, d30 é o diâmetro correspondente a 30% do


material passante na curva granulométrica. Para os solos que chamamos de bem
graduados, este valor fica entre 1 e 3.

Dessa forma, calcula-se:

𝑑60 0,13
𝐶𝑢 = = = 100
𝑑10 0,0013

(𝑑30 )2 (0,0081)2
𝐶𝑐 = = = 0,388
𝑑60 𝑥 𝑑10 0,13 𝑥 0,0013

Sendo assim, constata-se que o solo estudado nesta pesquisa apresentou


um coeficiente de uniformidade igual a 100 (desuniforme), e um coeficiente de
curvatura igual a 0,388, indicando um solo mal graduado. Pelo coeficiente de
uniformidade é possível se ter uma ideia da distribuição do tamanho das partículas do
solo, cujos valores menores indicam menores variações nos diâmetros das partículas.
Por sua vez, o coeficiente de curvatura faz a avaliação quanto a forma e a simetria da
218

curva granulométrica. O desenho da curva granulométrica indica uma má distribuição


nas proporções dos diâmetros dos grãos.

Por fim, a norma NBR 6502/1995 (ABNT, 1995) define as frações do solo
de acordo com o tamanho das partículas. A Tabela 5.7 apresenta as frações
distribuídas do solo estudado.

Tabela 5.7: Frações do solo obtidas com o ensaio de granulometria


Fração Partícula (mm) Frações distribuídas (%)
Argila 0,000 – 0,002 15
Silte 0,002 – 0,060 36
Areia fina 0,060 – 0,200 15
Areia média 0,200 – 0,600 19
Areia grossa 0,600 – 2,000 13
Pedregulho 2,000 – 60,000 3
Total 100
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Nota-se uma fração predominantemente maior de silte com frações


basicamente igualitárias de argila, areias fina, média e grossa, sendo o solo
classificado como areia siltosa, em função da maior porcentagem de areia da mistura.
No entanto, é notável que a soma das frações de argila e silte representam mais da
metade da distribuição granulométrica do solo, o que corresponde uma grande
quantidade de material fino na amostra. Assim, o comportamento mecânico previsível
é de solos finos.

A Tabela 5.8 apresenta um comparativo entre a composição granulométrica


do solo residual estudado com o de outras pesquisas realizadas em solos residuais.

Tabela 5.8: Comparação entre a composição granulométrica de solos residuais de outros autores.
Autor Tipo de Solo % Areia % Silte % Argila
Vargas (1951) Residual de gnaisse 22 38 40
Pinto et. al. (1993) Residual de micaxisto 40 – 80 18 – 48 2 – 12
Viana da Fonseca (1996) Residual de granito 52 – 69 17 – 32 4–8
Franch (2008) Residual de quartzo – micaxisto 35 52 13
Futai (2010) Residual de gnaisse 32 53 15
Godóis (2011) Residual de granito 34 20 45
Krueger (2015) apud. Godoi (2014) Residual de gnaisse 37 – 61 30 – 54 3–6
May e Silva (2016) Residual de granito 54 32 14
Esta Pesquisa (2018) Residual de granito 47 36 15
Fonte: Adaptado de MAY e SILVA (2016).
219

Dentre os solos residuais de granito, observa-se que o solo desta pesquisa


apresentou proporções granulométricas similares ao da pesquisa de Viana da
Fonseca (1996) e de May e Silva (2016), com desvios em relação ao apresentado por
Godóis (2011). Estas diferentes composições granulométricas são usuais em solos
oriundos da mesma rocha-mãe, devido aos diferentes graus de intemperismo
experimentados.

5.1.2 Determinação da massa específica

Os procedimentos de ensaio são normatizados pela ABNT NBR 6508/1984


(ABNT, 1984), que especifica detalhadamente todos os equipamentos, forma de
execução e coeficientes que se devem extrair a fim de determinar a propriedade física
de Peso Específico.

Inicialmente, foram obtidos os valores de peso do solo seco (amostras),


“picnômetro + água” e “picnômetro + água + solo”, conforme a Tabela 5.9. Foram
utilizadas 5 amostras visando a minoração de possíveis erros na execução do ensaio,
estando dentro dos padrões normativos.

Tabela 5.9: Valores obtidos inicialmente no ensaio de Determinação da Massa Específica.


Amostra Solo seco (g) Picnômetro + água (g) Picnômetro + água + solo (g)
1 54,07 638,83 691,98
2 51,77 646,73 697,62
3 55,33 638,83 693,22
4 50,90 646,73 696,77
5 54,57 638,83 692,48
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Utilizou-se o software Excel para realizar todos os cálculos, conforme é


apresentado pela Tabela 5.10 a seguir.

Tabela 5.10: Valores dos Pesos Específicos dos Grãos (δg).


Amostra Valor de δg (g/cm³)
1 2,679
2 2,544
3 2,670
4 2,621
5 2,680
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
220

A ABNT (1984, p. 5) enuncia que só “considera-se o resultado satisfatório


quando o resultado não diferir mais do que 0,02 g/cm³ entre duas amostras
ensaiadas”. Assim, como os valores das amostras 2 e 4 ficaram destoantes, elas
foram descartadas e utilizou-se a média entre as outras amostras restantes (amostras
1, 3 e 5), alcançando o valor do Peso Específico dos Grãos (Equação 55).

𝛿𝑔1 +𝛿𝑔3 +𝛿𝑔5


𝛿𝑔 = (55)
2

2,679 + 2,670 + 2,680


𝛿𝑔 = = 2,676 𝑔/𝑐𝑚³
2

Portanto, o valor encontrado e apresentando anteriormente é o valor do


Peso Específico dos Grãos para esse tipo de solo que fora analisado. Como medida
comparativa, apresenta-se a Tabela 5.11 de valores de densidade dos grãos e índice
de vazios publicada no trabalho de Sandroni (1985), ressaltando-se o fato que os
valores são meramente orientativos, pois a densidade e principalmente o índice de
vazios serão extremamente influenciados pelo grau de intemperismo.

Tabela 5.11: Densidade dos grãos e índice de vazios típicos para solos residuais brasileiros.
Rocha de Origem Densidade dos Grãos Índice de Vazios
Gnaisse 2,60 – 2,80 0,3 – 1,1
Quartzito 2,65 – 2,75 0,5 – 0,9
Xisto 2,70 – 2,90 0,6 – 1,2
Filito e Ardósia 2,75 – 2,90 0,9 – 1,3
Basalto 2,80 – 3,20 1,2 – 2,1
Esta Pesquisa (2018) 2,676 0,82
Fonte: Adaptado de SANDRONI (1985).

5.1.3 Determinação dos limites de liquidez e limite de plasticidade

Em laboratório consegue-se determinar o teor de umidade, que acarreta no


limite do comportamento líquido do solo. A determinação do limite de liquidez é um
procedimento normatizado pela NBR 6459/2016 (ABNT, 2016c).
221

Obtendo-se os pesos úmidos e secos e o peso da água adicionada a cada


repetição do ensaio, foi possível calcular a umidade presente em cada amostra. Os
resultados estão expressos na Tabela 5.12.

Tabela 5.12: Resultados Obtidos no ensaio de Determinação do Limite de Liquidez.


Cápsula + Cápsula + Peso do
Cápsula Peso da Peso da Umidade
solo úmido solo seco solo seco Golpes
(n) cápsula (g) água (g) (%)
(g) (g) (g)
6 10,31 16,35 14,85 1,50 4,54 35 33,04
30 10,21 15,77 14,34 1,43 4,13 29 34,62
11 10,72 16,30 14,87 1,43 4,15 27 34,46
39 10,67 17,29 15,52 1,77 4,85 25 36,49
2 9,25 14,79 13,24 1,55 3,99 20 38,85
7 10,92 20,82 18,04 2,78 7,12 15 39,04
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.2: Resultados do ensaio de Limite de Liquidez do Solos.


Resultados do ensaio de Limite de Liquidez do Solo
41
y = -7,817ln(x) + 61,02
Teor de Umidade (%)

39 R² = 0,8925
37

35

33

31
10 100
Número de Golpes (Escala Logarítimica)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Com o cálculo dos valores de umidade construiu-se um gráfico


contemplando, na sua abscissa, o número de golpes (este eixo em escala logarítmica)
e na sua ordenada, a umidade relativa de cada amostra. Verificou-se que, pela
construção do gráfico, os valores encontrados não se configuraram como outliers
(valores aberrantes ou valores atípicos), por isso realizou-se a curva de fluidez com
todos os pontos encontrados. Assim, apresenta-se o Gráfico 5.2 com os respectivos
resultados.

Utilizando a equação da reta encontrada com o valor correspondente a 25


golpes no aparelho de Casagrande, tem-se que (Equação 56):
222

𝐿𝐿 = −7,817 𝑥 𝑙𝑛(25) + 61,02 = 35,86% (56)

Em laboratório consegue-se determinar o teor de umidade, que é tido como


o Limite de Plasticidade do Solo. A determinação do limite de plasticidade é um
procedimento normatizado pela NBR 7180 (ABNT, 2016d).

Obtendo-se os pesos úmidos e secos e o peso da água adicionada a cada


repetição do ensaio, foi possível calcular a umidade presente em cada amostra,
através da Equação 61. Os resultados estão expressos na Tabela 5.13 e calculados
conforme as especificações indicadas em norma.

Tabela 5.13: Resultados obtidos no ensaio de Determinação do Limite de Plasticidade.


Peso do
Cápsula Peso da Cápsula + solo Cápsula + Peso da Umidade
solo seco
(n) cápsula (g) úmido (g) solo seco (g) água (g) (%)
(g)
1 9,94 11,75 11,35 0,40 1,41 28,37
70 8,87 10,35 10,02 0,33 1,15 28,70
26 10,26 12,30 11,85 0,45 1,59 28,30
4 10,52 12,27 11,88 0,39 1,36 28,68
54 9,93 11,78 11,37 0,41 1,44 28,47
62 10,53 12,48 12,06 0,42 1,53 27,45
44 9,21 10,93 10,53 0,40 1,32 30,30
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Com os respectivos valores de umidade encontrados, destaca-se que a


ABNT (2016d, p.2) aponta que se deve “considerar satisfatórios os valores de
umidade obtidos quando, de pelo menos três, nenhum deles diferir da respetiva média
de mais que 5% dessa média”. Assim, para o cálculo do limite de plasticidade, faz-se
a média simples dos valores encontrados para a umidade e verifica-se se estes estão
dentro do limite máximo de 5% de variação. Se não houver pelo menos 3 amostras
dentro desse limite o ensaio deve ser desconsiderado, havendo necessidade de ser
refeito. Com isso, calcula-se (Equação 57):

28,37+28,70+28,30+28,68+28,47+27,45+30,30
𝐿𝑃 = = 28,61% (57)
7
223

Como observa-se, nenhum dos valores encontrados diferem mais do que


2% da média encontrada, portanto, nenhum valor configura-se como outlier. Dessa
forma, conclui-se que o valor do Limite de Plasticidade é igual à 28,61%.

Por fim, com os valores de “Limite de Plasticidade” e “Limite de Liquidez”,


torna-se possível o cálculo do índice de plasticidade e do índice de consistência.
Assim, o cálculo do Índice de Plasticidade é demonstrado a seguir, pela diferença
entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade, cujos valores são arredondados
para o número inteiro mais próximo (Equação 58).

𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 = 36 − 29 = 7 (58)

De acordo com a norma, quanto maior o Índice de Plasticidade, mais


plástico será o solo. A Tabela 5.14 demonstra a classificação quanto à plasticidade de
acordo com o IP:

Tabela 5.14: Classificação quanto à plasticidade, de acordo com Índice de Plasticidade.


Tipo IP
Não plástico IP < 1
Fracamente plásticos 1 < IP < 7
Medianamente plásticos 7 < IP < 15
Altamente plásticos IP > 15
Fonte: DNIT (2005).

É possível concluir que o solo ensaiado se caracteriza como um solo no


limiar entre fracamente à medianamente plástico, com base na classificação anterior.

Na classificação TRB o solo natural foi classificado como um A-4. O índice


de grupo (IG) foi calculado através da Equação 59, com sua resolução a seguir.

𝐼𝐺 = 0,2 𝑥 𝑎 + 0,005 𝑥 𝑎 𝑥 𝑐 + 0,01 𝑥 𝑏 𝑥 𝑑 (59)

Onde:

p = teor de silte + argila do solo, ou seja, a porcentagem que passa na


peneira nº 200;

a = p - 35 (se p > 75%, adota-se 75 e se p < 35%, adota-se 35);


224

b = p - 15 (se p > 55%, adota-se 55 e se p < 15%, adota-se 15);

c = LL - 40 (se LL > 60%, adota-se 60 e se LL < 40%, adota-se 40);

d = IP - 10 (se IP > 30, adota-se 30 e se IP < 10, adota-se 10);

IG = índice de grupo (o resultado final obtido deve ser um nº inteiro –


aproximação para o nº inteiro acima).

Sendo assim, calcula-se:

𝐼𝐺 = 0,2 𝑥 (54,73 − 35) + 0,005 𝑥 (54,73 − 35) 𝑥 (40 − 40) + 0,01 𝑥 (54,73 − 15) 𝑥 (10 − 10)

𝐼𝐺 = 3,946 ≅ 4

Conclui-se, portanto, que o índice de grupo é igual a 4, constatando o


enquadramento do material no grupo A-4 na classificação TRB, constituído por solos
siltosos com comportamento como subleito de sofrível a mau.

Pela classificação SUCS é possível concluir que o solo se enquadrou como


um solo de graduação fina (50% ou mais passando pela peneira nº 200), no grupo de
siltes e argilas com limite de liquidez até 50%, ajustando-se como um ML (siltes
inorgânicos, areias muito finas, areias finas siltosas e argilosas).

Já para a classificação de solos tropicais proposta por Vargas (1988),


enquadrou-se na divisão principal de baixa compressibilidade (LL < 50), no grupo de
siltes e areias muito finas, areias argilosas finas e siltes argilosas, de origem
inorgânica e rocha decomposta, novamente finalizando como grupo ML (assim como
na classificação SUCS).

Skempton (1953) indica que a atividade dos argilominerais pode ser


avaliada pelo índice de atividade, conforme a Equação 60.

𝐼𝑃
𝐼𝐴 = %<0,002𝑚𝑚 (60)

Onde:

IP = índice de plasticidade;

% < 0,002mm = porcentagem de partículas com diâmetro inferior a 2µ.


225

A Tabela 5.15 indica a classificação do solo quanto a sua atividade.

Tabela 5.15: Classificação do solo quanto a atividade.


Tipo IA
Inativos IA < 0,75
Medianamente ativos 0,75 < IA < 1,25
Ativos IA > 1,25
Fonte: DNIT (2005).

Sendo assim, calcula-se o índice de atividade a seguir:

7,25%
𝐼𝐴 = = 0,477
15,20%

O solo apresentou um índice de atividade igual a 0,477, caracterizando-se


como inativo. Cecílio Jr. (2009), com base em outras pesquisas, cita que o IA não é
muito confiável para classificação de solos residuais devido aos processos
diferenciados de formação destes solos, influenciados pelos argilominerais presentes.

Na Tabela 5.16 estão relacionados os valores típicos de limites de liquidez


e plasticidade de minerais de argila, evidenciando os respectivos valores encontrados
nesta pesquisa. No solo residual estudado foi observada visualmente in loco a
presença de minerais de quartzo, biotita e veios de material argiloso. Nota-se que os
resultados de limite de liquidez e limite de plasticidade encontrados são,
consideravelmente, próximos dos valores da caulinita e haloisita, porém, esta
confirmação só seria possível com realização de ensaios mineralógicos.

Tabela 5.16: Valores típicos de limites de plasticidade e atividade de alguns minerais de argila.
Mineral LL LP IA
Caulinita 35 – 100 20 - 40 0,3 – 0,5
Ilita 60 – 120 35 – 60 0,5 – 1,2
Montmorilonita 100 – 900 50 – 100 1,5 – 7,0
Haloisita (hidratada) 50 – 70 40 – 60 0,1 – 0,2
Haloisita (desidratada) 40 – 55 30 – 45 0,4 – 0,6
Atapulgita 150 – 250 100 – 125 0,4 – 1,3
Alofano 200 – 250 120 – 150 0,4 – 1,3
Esta pesquisa (2018) 36 29 0,477
Fonte: Adaptado de BRAJA (2007).
226

Como forma comparativa, foram reunidas pesquisas de outros autores para


estudar-se os valores de limite de liquidez e índice de plasticidade. Através da Tabela
5.17 é possível concluir uma proximidade com os resultados de May e Silva (2016),
com grandes desvios nos valores apresentados por Godóis (2011).

A Tabela 5.18 reúne dados das pesquisas realizadas por Cruz (1969),
através de seus ensaios em um grande número de solos lateríticos compactados. O
solo que mais se assemelha ao desta pesquisa é o da Ponte Nova (SP).

Tabela 5.17: Comparação entre os índices de Atterberg obtidos em solos residuais de outros autores.
Autor Tipo de solo LL IP
Vargas (1951) Residual de gnaisse 50 16
Pinto et. al. (1993) Residual de micaxisto 40 4
Franch (2008) Residual de quartzo – micaxisto 51 24
Futai (2010) Residual de gnaisse 68 26
Godóis (2011) Residual de granito 63 40,6
Krueger (2015) apud. Godoi (2014) Residual de gnaisse 38 – 52 6 – 18
May e Silva (2016) Residual de granito 34 11
Esta pesquisa (2018) Residual de granito 36 7
Fonte: Adaptado de MAY e SILVA (2016).
227

Tabela 5.18: Solos residuais de granito – gnaisse – quartzito – micaxisto – silitos – siltitos e argilitos.
Limites de Compactação
Rocha Granulometria Densidade
Atterberg IP/%argila Proctor Normal
Amostra/Procedência de Classificação dos grãos
LL LP IP % % = IA Wótm γdmáx
Origem (g/cm³)
(%) (%) (%) Areia Argila (%) (g/cm³)
Estrada d’Oeste (SP) Granito Areia pouco siltosa NP NP NP 82 2 - 2,70 13,4 1,800
Gnaisse Areia pouco
Ponte Nova (SP) 49 31 18 57 16 1,12 2,78 18,8 1,644
Granito argilosa
Ponte Nova S1 (SP) Gnaisse Areia siltosa 48 33 15 54 9 1,67 2,61 19,2 1,624
Vila Galvão (SP) Granito Silte arenoso 36 21 15 43 6 2,58 2,72 19,8 1,623
Jaguari A-1 (SP) Gnaisse Argila silto arenosa 63 39 24 34 29 0,83 2,78 24,0 1,563
Jaguari S-2 (SP) Gnaisse Silte muito argiloso 71 43 28 26 33 0,87 2,62 24,4 1,552
Cap. Cachoeira (PR) Gnaisse Silte argiloso 54 27 27 27 28 0,96 2,75 24,4 1,530
Jaguari S-1 (SP) Gnaisse Silte muito argiloso 70 43 27 24 35 0,77 2,75 26,3 1,524
Ponte Nova A-4 (SP) Gnaisse Argila silto arenosa 61 37 24 45 28 0,86 2,74 26,6 1,600
Jaguari A-2 (SP) Gnaisse Argila siltosa 85 39 46 25 59 1,18 2,61 28,4 1,482
Moinho Velho (SP) Gnaisse Argila siltosa 69 41 28 16 54 0,52 2,74 31,8 1,368
Cap. Cachoeira (PR) Gnaisse Argila c/ areia fina 99 57 42 25 59 0,71 2,82 32,6 1,368
Areia pouco
Micaxisto E-O Micaxisto NP NP NP 88 10 - 2,72 12,0 1,916
argilosa
Micaxisto-Paraíbuna Micaxisto Areia siltosa 56 44 12 76 7 1,72 2,76 22,0 1,600
Siltito E-O (SP) Siltito Silte areno argiloso 42 20 22 36 15 1,47 2,67 16,6 1,768
Filito E-O (SP) Filito Silte pouco arenoso 44 22 22 20 4 5,50 2,81 17,9 1,630
Água Vermelha MD (SP-MG) Quartzito Areia silto argilosa 38 26 12 53 16 0,75 2,79 18,0 1,770
Juqueri C (SP) Filito Silte arenoso 41 29 12 10 5 2,40 2,78 19,1 1,655
Encruzilhada 226 (SC) Argilito Argila arenosa 44 24 20 44 32 0,62 2,74 19,5 1,673
Argilito “verde” E-O (SP) Argilito Argila arenosa 49 21 28 25 28 1,00 2,62 21,6 1,624
Juqueri A (SP) Filito Silte 44 30 14 21 5 2,80 2,76 21,7 1,610
Encruzilhada 225 (SC) Argilito Argila 45 27 18 50 30 0,60 2,79 22,8 1,591
Argilito E-O (SP) Argilito Argila siltosa 77 30 47 2 56 0,84 2,72 25,9 1,510
Lança (PR) Siltito Argila muito siltosa 73 41 32 25 31 1,05 2,86 27,1 1,474
Biguaçu (SC) Granito Areia siltosa 36 29 7 47 15 0,48 2,68 22,5 1,594
Fonte: CRUZ (1969).
228

5.1.4 Ensaio de compactação

O ensaio de compactação tem como premissa básica a expulsão do ar


armazenado no interior do solo, obtendo-se uma estrutura mais densa, para um
determinado teor de umidade. A água lubrifica os grãos, deslocando as partículas
mais facilmente e se dispondo em uma configuração mais compacta e menos
permeável, objetivando sempre um teor ótimo de umidade no sistema, visto que água
em excesso tende a ocupar o espaço que poderia ser ocupado por grãos de solo.

A Norma 7182/2016 (ABNT, 2016e), com o auxílio da Norma de


Preparação de Amostras, determina o tipo de cilindro que deverá ser utilizado a partir
de um material com secagem prévia até a umidade higroscópica. Dessa forma é
possível constatar que fora utilizado o Cilindro Proctor Pequeno, sem reuso de
material. A energia de compactação utilizada foi a Normal, adotando o padrão de 3
camadas com 26 golpes por camada, com auxílio de um soquete de 2,5kg em uma
altura de queda de 30cm.

É importante ressaltar que cada solo possui uma curva própria de umidade
por massa específica aparente seca, para uma determinada energia de compactação.
Quando se utiliza um teor de água ótimo a tendência é obter valores de densidade e
resistência máximos, e em uma mistura de solo-cimento não é diferente.

Dessa maneira, objetivando-se encontrar a umidade ótima para as três


misturas propostas (solo natural, solo melhorado com cimento a 3% e solo-cimento a
7% de incorporação de cimento), foram realizados ensaios de compactação para as
três misturas. Os ensaios seguiram o procedimento de secagem prévia do material
até uma umidade próxima de 5% abaixo da umidade ótima. Inicialmente, para a
amostra natural, destaca-se a Tabela 5.19, com os resultados dos dados obtidos no
ensaio de compactação.
229

Tabela 5.19: Dados obtidos com o ensaio de Compactação utilizando a amostra Natural.
Peso do Cápsula + Cápsula +
Umidade Peso da Peso da Umidade
Cilindro + Solo Solo úmido Solo seco
(%) água (g) Cápsula (g) Solo (%)
Úmido (g) (g) (g)
18,00 642,06 4320,00 18,84 34,91 32,21 20,19
20,00 713,40 4372,00 18,93 42,31 38,19 21,39
22,00 784,74 4404,00 16,93 57,03 49,69 22,41
24,00 856,08 4391,00 16,33 56,75 48,86 24,25
26,00 927,42 4350,00 18,34 52,25 45,40 25,31
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Finalizando a etapa laboratorial e com a obtenção dos dados necessários


é possível iniciar os cálculos determinando a massa específica aparente seca através
da Equação 61.

100
𝛾𝑠 = 𝑃ℎ 𝑥 𝑉 (100+ℎ) (61)

Onde:

𝛾𝑠 = massa específica aparente seca, em g/cm³;

𝑃ℎ = peso úmido do solo compactado, em g;

𝑉 = volume útil do molde cilíndrico, em cm³;

ℎ = teor de umidade do solo compactado, em %.

Tabela 5.20: Resultados finais do ensaio de Compactação realizado na amostra Natural.


Dados do Cilindro Proctor Utilizado Resultados do Ensaio
Peso (g) Diâmetro (cm) Altura (cm) Volume (cm³) Massa específica aparente seca (g/cm³)
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,55
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,58
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,59
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,56
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,51
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Com o valor das umidades características é possível realizar os cálculos


da massa específica aparente seca (em g/cm³), expostos pela Tabela 5.20, e gerar a
curva de compactação final para a amostra Natural de solo, conforme apresentado no
Gráfico 5.3.
230

De maneira análoga à amostra Natural, realizou-se o ensaio para as


amostras com 3 e 7% de massa de cimento incorporada, com os resultados
compreendidos pela Tabela 5.21, Tabela 5.22 e Gráfico 5.4, e Tabela 5.23, Tabela
5.24 e Gráfico 5.5, respectivamente.

Gráfico 5.3: Curva de Compactação Final da amostra de Solo Natural.

Curva de Compactação Final - Solo Natural


Curva Ótima de Compactação Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,62
Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,6
1,58
1,56
1,54
1,52
1,5
1,48
1,46
1,44
19,00% 20,00% 21,00% 22,00% 23,00% 24,00% 25,00% 26,00% 27,00%
Umidade

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.21: Dados obtidos com o ensaio de Compactação utilizando a amostra com incorporação de
3% de cimento em massa.
Peso do Cápsula + Cápsula +
Umidade Peso da Peso da Umidade
Cilindro + Solo Solo úmido Solo seco
(%) água (g) Cápsula (g) Solo (%)
Úmido (g) (g) (g)
18,00 638,88 4255 18,99 40,82 37,43 18,38%
20,00 709,87 4345 18,66 47,45 42,6 20,26%
22,00 780,86 4398 16,22 43,27 38,43 21,79%
24,00 851,85 4392 18,48 55,31 48,19 23,96%
26,00 922,84 4368 16,86 39,96 35,31 25,20%
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
231

Tabela 5.22: Resultados finais do ensaio de Compactação realizado na amostra com incorporação de
3% de cimento em massa.
Dados do Cilindro Proctor Utilizado Resultados do Ensaio
Peso (g) Diâmetro (cm) Altura (cm) Volume (cm³) Massa específica aparente seca (g/cm³)
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,56
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,58
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,59
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,55
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,51
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.4: Curva de Compactação Final da amostra com incorporação de 3% de cimento em


massa.
Curva de Compactação Final - Solo Melhorado com Cimento a
3%
Curva Ótima de Compactação Massa específica aparente seca (g/cm³)
1,62
Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,6

1,58

1,56

1,54

1,52

1,5

1,48

1,46

1,44
17,00% 18,00% 19,00% 20,00% 21,00% 22,00% 23,00% 24,00% 25,00% 26,00% 27,00%
Umidade
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.23: Dados obtidos com o ensaio de Compactação utilizando a amostra com incorporação de
7% de cimento em massa.
Peso do Cápsula + Cápsula +
Umidade Peso da Peso da Umidade
Cilindro + Solo Solo úmido Solo seco
(%) água (g) Cápsula (g) Solo (%)
Úmido (g) (g) (g)
19,00% - 4279 18,34 42,07 38,18 19,61%
21,00% + 73,68 4317 15,33 43,01 38,28 20,61%
23,00% + 73,68 4372 17,16 78,71 67,42 22,46%
25,00% + 73,68 4376 17,47 57,95 50 24,44%
27,00% + 73,68 4350 18,63 48,31 42,19 25,98%
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
232

Tabela 5.24: Resultados finais do ensaio de Compactação realizado na amostra com incorporação de
7% de cimento em massa.
Dados do Cilindro Proctor Utilizado Resultados do Ensaio
Peso (g) Diâmetro (cm) Altura (cm) Volume (cm³) Massa específica aparente seca (g/cm³)
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,56
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,58
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,59
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,55
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,51
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.5: Curva de Compactação Final da amostra com incorporação de 7% de cimento em


massa.

Curva de Compactação Final - Solo-Cimento 7%


Curva Ótima de Compactação Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,58
Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,56

1,54

1,52

1,5

1,48

1,46

1,44
19,00% 20,00% 21,00% 22,00% 23,00% 24,00% 25,00% 26,00% 27,00%
Umidade

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Como resultado final, destaca-se as umidades ótimas e as densidades


máximas encontradas através das curvas de compactação geradas (Tabela 5.25).

Tabela 5.25: Resultados finais das umidades ótimas encontradas através das curvas de
compactação geradas.
Amostra Natural Amostra incorporada a 3% Amostra incorporada a 7%
Massa específica Massa específica Massa específica
Umidade Umidade Umidade
aparente seca aparente seca aparente seca
ótima (%) ótima (%) ótima (%)
máxima (g/cm³) máxima (g/cm³) máxima (g/cm³)
22,486 1,594 21,963 1,598 22,521 1,567
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
233

Gráfico 5.6: Correlação das três curvas de compactação geradas nos ensaios.

Curva de Compactação Final - Solo Natural


Curva Ótima de Compactação - Natural Massa específica aparente seca (g/cm³) - Natural
Curva Ótima de Compactação - 3% Massa específica aparente seca (g/cm³) - 3%
Curva Ótima de Compactação - 7% Massa específica aparente seca (g/cm³) - 7%
1,62
Massa específica aparente seca (g/cm³)

1,6

1,58

1,56

1,54

1,52

1,5

1,48

1,46

1,44
17,00% 19,00% 21,00% 23,00% 25,00% 27,00%
Umidade

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Specht (2000) afirma que em uma mistura de solo-cimento, o teor em água


ótimo conduz a valores máximos de densidade, atribuída a uma máxima resistência.
Dias (2012a) apresenta que nos estudos efetuados por Cruz (2004) é notada que o
aumento da quantidade de cimento resulta em uma maior quantidade de partículas
finas, o que provoca aumento na umidade ótima e diminuição da massa específica
aparente seca máxima. Esse comportamento também é observado nos estudos de
Muhunthan e Sariosseiri (2008).

Conforme Dias (2012a) também discorre, no trabalho de Al-Amoundi et. al.


(2010), em ensaios de compactação de misturas de solo-cimento, observou-se uma
redução na umidade ótima, com acréscimo da massa específica aparente seca
máxima, a partir do aumento da quantidade de cimento incorporado. Dias (2012a)
também apresenta em seu trabalho o aumento na umidade ótima quando utilizados
maiores teores de cimento incorporados na mistura, com posterior decréscimo da
massa específica aparente seca máxima, conforme indicado no Gráfico 5.7.
234

Gráfico 5.7: Curvas de compactação obtidas nos trabalhos de Dias (2012a).

Fonte: DIAS (2012a).

Observa-se nos resultados desta pesquisa que há uma ligeira diminuição


da umidade ótima no comparativo entre a amostra natural e a amostra com 3% de
incorporação de cimento. Comparando-se a amostra natural e a amostra com 7% de
incorporação de cimento o aumento da umidade ótima é ligeiramente irrisório. A
comparação entre as duas amostras com cimento incorporado mostra um aumento
da umidade ótima com o aumento do teor de cimento, reafirmando as conclusões
obtidas por Cruz (2004), Muhunthan e Sariosseiri (2008) e Dias (2012a).

Vale destacar a afirmação de Dias (2012a) que na determinação da


umidade ótima das misturas de solo-cimento por secagem em estufa, parte da água
corresponde à hidratação do cimento, o que implica em um peso de água livre menor,
resultando em teores menores. Dessa forma, explica-se a diminuição da umidade
ótima no comparativo entre a amostra natural e a amostra com 3% de incorporação
de cimento, onde parte da água, na realidade, foi destinada para a hidratação do
cimento, portanto, ficou retida, o que resultou em um menor teor de umidade. Portanto,
quando se calcula a quantidade de água a ser incorporada na mistura de solo-cimento,
não se está levando em consideração a água destinada à hidratação do cimento.

Dias (2012a) ainda indica que para se obter teores de umidade ótima é
necessário realizar uma curva de compactação a partir da umidade adicionada em
235

cada etapa de ensaio, só assim será possível obter-se uma base de cálculo com um
teor de umidade próximo do ramo ótimo, em uma estimativa mais real da quantidade
de água a ser adicionada à mistura, considerando o ambiente de laboratório ou em
obra. No entanto, há o inconveniente das condições de operação, pois a tarefa de
homogeneização completa torna-se árdua e incompatível com as condições de ensaio
previstas.

5.1.5 Determinação do teor de matéria orgânica por queima à 440 graus celsius

O ensaio de determinação do teor de matéria orgânica por queima à 440ºC


é regido pela NBR 13600/1996 (ABNT, 1996), que prescreve o método para
determinação do teor de matéria de solos através da queima em mufla, à temperatura
de 440ºC, com material já previamente seco em estufa.

Com o material já previamente secado, utilizou-se um cadinho de porcelana


para introduzir o material à mufla, permanecendo à temperatura de 440ºC por cerca
de 12 horas. A Equação 62 apresenta a formulação normativa para encontrar o teor
de matéria orgânica.

𝐵
𝑀𝑂 = (1 − 𝐴) 𝑥 100 (62)

Onde:

𝑀𝑂 = teor de matéria orgânica, em %;

𝐴 = massa da amostra seca em estufa, à temperatura de 105ºC a 110ºC,


em g;

𝐵 = massa da amostra queimada em mufla, à temperatura de (440 ± 5)ºC,


em g.

A Tabela 5.26 apresenta os resultados encontrados, sobretudo com a


determinação do teor de matéria orgânica, em porcentagem.
236

Tabela 5.26: Resultado do ensaio de determinação do teor de matéria orgânica da amostra de solo
pesquisada.
Massa da amostra queimada em
Massa da amostra seca em estufa, à Teor de matéria
mufla, à temperatura de (440 ± 5)°C
temperatura de 105°C a 110°C (g) orgânica (%)
(g)
128,66 122,39 4,9
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Dessa forma, Dias (2012a) cita a especificação do LNEC E243 – 1971


(Solos, Solo-cimento), que estabelece um teor máximo, em matéria orgânica, de 2%,
sendo que taxas superiores à mencionada requerem maiores quantidades de
estabilizante químico para alcançar os resultados desejados. Observa-se que o teor
de matéria orgânica do solo é 145% superior à taxa recomendada, no entanto, por ser
o solo disponível no local, a equipe acredita que sua utilização não seja inviabilizada
pelo atendimento de todos os outros fatores citados até o momento e que serão
apresentados nos tópicos seguintes, servindo como análise comparativa da técnica
com os procedimentos normativos.

É importante ressaltar que alguns fatores podem ter influenciado o


resultado final. Dentre eles destaca-se o fato de que o talude estudado se encontrava
exposto a uma quantidade de tempo não conhecida, o que pode ter ocasionado um
acúmulo de matéria orgânica maior na superfície, mesmo a equipe tendo descartado
o material imediatamente à superfície de análise. Outra característica seria a retirada
do solo do horizonte B, que é textural não plíntico, o que resulta em um solo mais
fértical, com presença não surpreendente de matéria orgânica em geral.

5.1.6 Ensaios de compressão simples

O ensaio de compressão simples é regido pela NBR 12770/1992 (ABNT,


1992), seguindo os procedimentos especificados pela NBR 12025/2012 (ABNT,
2012), que prescreve o método para determinação da resistência à compressão
simples de corpos de prova cilíndricos de solo-cimento. A norma NBR 12024/2012
(ABNT, 2012) especifica os procedimentos de moldagem e cura de corpos de prova
cilíndricos de solo-cimento.

Foram moldados corpos de prova para os três teores de incorporação


(natural, 3 e 7% de incorporação do cimento). As análises permearam os tempos de
237

cura de 7 e 28 dias. Para os corpos de prova de solo natural não faz sentido falar em
tempo de cura, visto que estes não levam adição de cimento e, portanto, o valor de
resistência e deformação axial máxima será sensivelmente o mesmo ao longo do
tempo, portanto, foram moldados apenas três corpos de prova, com a análise
comparativa para os corpos de prova com 7 e 28 dias de cura.

Como critério de aceitação para os ensaios de resistência à compressão


simples, estabeleceu-se que as resistências à compressão simples individuais de
cada corpo de prova não devem ter um desvio superior à 10% da resistência média
do conjunto. Na Tabela 5.27 são apresentados os valores de resistências máximas
obtidas para cada corpo de prova, o desvio em porcentagem para cada valor de
resistência máxima em relação à média do conjunto e a deformação axial máxima.

Tabela 5.27: Resistências e deformações axiais máximas no ensaio de compressão simples,


considerando a amostra de solo natural.
Corpo Resistência à Resistência à Desvio em
Deformação Deformação
de compressão compressão simples relação à
axial (%) axial média (%)
prova simples (MPa) média (MPa) média (%)
CP 1 0,48 2,13 3,01
CP 2 0,49 0,47 4,26 2,70 2,73
CP 3 0,44 6,38 2,47
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.8: Resultados do ensaio de resistência à compressão simples para o solo natural.

Resistência à Compressão Simples - Natural


CP 1 CP 2 CP 3

0,75
Resistência à Compressão Simples (MPa)

0,63

0,50

0,38

0,25

0,13

0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


238

Dessa forma, o Gráfico 5.8 apresenta o comportamento de cada corpo de


prova no andamento do ensaio de compressão simples, considerando a amostra de
solo natural.

Do Gráfico 5.9 ao Gráfico 5.12 são apresentados os resultados dos ensaios


de compressão simples, considerando as amostras com incorporação de 3% e 7% de
cimento, com sua correspondência ao tempo de cura de 7 e 28 dias.

Gráfico 5.9 Resultados do ensaio de resistência à compressão simples para o solo incorporado com
3% de cimento, aos 7 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - 3% aos 7 dias


CP 1 CP 2 CP 3

1,25
Resistência à Compressão Simples (MPa)

1,00

0,75

0,50

0,25

0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


239

Gráfico 5.10: Resultados do ensaio de resistência à compressão simples para o solo incorporado
com 7% de cimento, aos 7 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - 7% aos 7 dias


CP 1 CP 2 CP 3

2,50
Resistência à Compressão Simples (MPa)

2,25
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.11: Resultados do ensaio de resistência à compressão simples para o solo incorporado
com 3% de cimento, aos 28 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - 3% aos 28 dias


CP 1 CP 2 CP 3

1,50
Resistência à Compressão Simples (MPa)

1,25

1,00

0,75

0,50

0,25

0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


240

Gráfico 5.12: Resultados do ensaio de resistência à compressão simples para o solo incorporado
com 7% de cimento, aos 28 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - 7% aos 28 dias


CP 1 CP 2 CP 3

3,50
Resistência à Compressão Simples (MPa)

3,25
3,00
2,75
2,50
2,25
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.28: Resistências e deformações axiais máximas nos ensaio de compressão simples,
considerando as amostras com incorporação de 3% e 7% de cimento, com cura de 7 e 28 dias.
Resistência à
Resistência à Desvio em Deformação
Tempo Corpo de compressão Deformação
compressão relação à axial média
de cura prova simples média axial (%)
simples (MPa) média (%) (%)
(MPa)
CP 1 – 3% 1,06 0,93 2,43
CP 2 – 3% 1,09 1,07 1,87 1,99 2,15
CP 3 – 3% 1,06 0,93 2,04
7 dias
CP 1 – 7% 2,08 2,04 2,21
CP 2 – 7% 2,02 2,12 4,87 2,17 2,17
CP 3 – 7% 2,27 6,91 2,12
CP 1 – 3% 1,09 9,67 2,69
CP 2 – 3% 1,32 1,21 9,39 2,02 2,38
CP 3 – 3% 1,21 0,28 2,42
28 dias
CP 1 – 7% 2,90 8,23 1,31
CP 2 – 7% 3,28 3,16 3,80 1,73 1,53
CP 3 – 7% 3,30 4,43 1,55
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

A partir das informações apresentadas, a Tabela 5.28 exibe os valores


obtidos a partir de cada gráfico para cada corpo de prova, considerando as misturas
com 3 e 7% de incorporação de cimento e seus respectivos tempos de cura,
retratando: valores das resistências máximas obtidas, desvio percentual em relação à
241

média de resistência do conjunto dos três corpos de prova e a deformação axial


máxima, para cada corpo de prova ensaiado.

O Gráfico 5.13 e o Gráfico 5.14 apresentam um resumo gráfico com o


comportamento de cada conjunto dos três corpos de prova ensaiados, de acordo com
os diferentes teores de incorporação. O primeiro gráfico apresentado destaca a
análise para 7 dias de tempo de cura e o segundo a análise para 28 dias de tempo de
cura.

Gráfico 5.13: Resultados dos ensaios de resistência à compressão simples, com o comparativo entre
os teores incorporados com 7 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - Comparativo com 7 dias


de cura
Compressão Natural Compressão 3% Compressão 7%

2,50
2,38
Resistência à Compressão Simples (MPa)

2,25
2,13
2,00
1,88
1,75
1,63
1,50
1,38
1,25
1,13
1,00
0,88
0,75
0,63
0,50
0,38
0,25
0,13
0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


242

Gráfico 5.14: Resultados dos ensaios de resistência à compressão simples, com o comparativo entre
os teores incorporados com 28 dias de cura.

Resistência à Compressão Simples - Comparativo com 28 dias


de cura
Compressão Natural Compressão 3% Compressão 7%

3,60
3,40
Resistência à Compressão Simples (MPa)

3,20
3,00
2,80
2,60
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% 3,50% 4,00%
Deformação Axial (mm)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Dessa maneira é possível verificar que, para a mistura de solo com 3% de


cimento, o aumento da resistência média aos 7 dias de cura atingiu quase 130% em
comparação com a amostra de solo natural. Se analisado o tempo de cura aos 28
dias, o aumento foi mais do que 155% da resistência. Com relação a deformação axial,
o comparativo entre o solo natural e o solo incorporado com 3% de cimento, com cura
aos 7 dias, indica que houve uma redução superior 0,5%, enquanto constataram-se
mudanças inferiores a 0,4% no comparativo com os corpos de prova com 3% de
cimento e com 28 dias de cura.

Com relação à incorporação de 7% de cimento o aumento da resistência


média aos 7 dias de cura atingiu mais de 350% em comparação com a amostra de
solo natural. Com 28 dias de cura o aumento foi de 570% da resistência à compressão
simples. Assim como na incorporação com 3% de cimento, as deformações axiais dos
corpos de prova com 7% de adição de cimento apresentaram reduções superiores a
0,5%. No entanto, em se tratando dos corpos de prova com 28 dias de cura,
243

constataram-se diminuições resultantes a 1,2% no comparativo com os corpos de


prova com solo natural (sem incorporação de cimento).

Analisando os ganhos de resistência em função da porcentagem de


incorporação de cimento à mistura, constata-se que, com 7 dias de cura, os corpos
de prova com 7% de adição de cimento apresentaram uma resistência quase 100%
maior se comparado com os corpos de prova com 3% de cimento, ou seja,
praticamente duplicaram sua resistência à compressão simples. Com 28 dias de cura
essa diferença ficou ainda maior, sendo a resistência dos corpos de prova com 7% de
cimento superior em mais de 160% se comparados com o sistema incorporação com
3% de cimento.

Observa-se, portanto, que a adição de cimento tende a aumentar a


resistência do sistema, constatando o fato de que a deformação apresentou
comportamentos diferentes com adição de cimento, se comparados os corpos de
prova isoladamente para o mesmo tempo de cura. Para as amostras com 7 dias de
tempo de cura destaca-se que o aumento do teor de cimento resultou em uma
variação ínfima da deformação axial, de 0,02%, podendo-se concluir que não houve
variação significativa da deformação. No entanto, para as amostras com 28 dias de
tempo de cura, destaca-se que o aumento do teor de cimento diminuiu a deformação
axial resultante numa média superior a 0,8%.

Analisando o mesmo teor de cimento é possível constatar novamente


comportamentos diferentes em relação à variação do tempo de cura. Para as
amostras com 3% de incorporação de cimento a deformação axial aumentou numa
média de 0,2% com o aumento do tempo de cura (de 7 para 28 dias). No entanto, para
as amostras com 7% de incorporação de cimento a deformação axial diminuiu numa
média superior a 0,6% com o aumento do tempo de cura (de 7 para 28 dias).

Nos trabalhos de Dias (2012a) há o estudo da resistência à compressão


simples utilizando incorporação de 8 e 12% de cimento, analisando a resistência
máxima média e a deformação axial máxima média com 0, 7, 28 e 90 dias de cura,
conforme a Tabela 5.29. Com a análise dos seus resultados é possível concluir que o
comportamento do cimento nas misturas seguiu um padrão diferente desta pesquisa,
com o aumento da resistência a partir do aumento do teor de incorporação de cimento
na mistura, com sua respectiva diminuição da deformação axial média. Além disso,
244

observa-se que a deformação axial média aumenta conforme aumenta o tempo de


cura.

Tabela 5.29: Média das resistências e deformações máximas de cada conjunto de provetes.
Tempo de Resistência máxima Deformação
Mistura
cura (dias) média (MPa) axial média (%)
Solo 0,222 7,7
S8C 0,956 1,9
0
S12C 0,940 2,1
S8C 2,895 2,0
7
S12C 3,404 1,5
S8C 4,262 2,5
28
S12C 5,074 2,0
S8C 8,070 2,6
90
S12C 10,263 2,7
Fonte: DIAS (2012a).

Nessa mesma pesquisa de Dias (2012a) é possível perceber que o


aumento significativo da resistência ocorre com 90 dias de cura, pois no comparativo
entre 7 e 28 dias não há um aumento tão significativo se comparado com os ganhos
de resistência obtidos no intervalo entre 0 e 7 dias de cura e 28 e 90 dias de cura,
sendo uma característica observada também na presente pesquisa, pois os corpos de
prova com 3% de incorporação de cimento apresentaram um ganho de resistência
próximo de 13%, no intervalo de cura de 7 a 28 dias. Já em relação aos corpos de
prova com 7% cimento, o incremento na resistência foi próximo de 50%, no intervalo
de tempo de cura de 7 a 28 dias.

A resistência com 0 dias de cura não foi analisada nesta pesquisa, no


entanto, Dias (2012a) obtém resultados bastante interessantes, pois é possível
constatar que praticamente não há diferença entre as resistências máximas médias
se comparadas as incorporações de 8% e 12% de cimento. O autor argumenta que
não se pode atribuir o ganho de resistência, em comparação com o solo natural, às
reações de hidratação do cimento, visto que ambos os ensaios (corpos de prova com
8 e 12% de incorporação de cimento) foram realizados cerca de 2h após a moldagem.
Concluiu-se, portanto, que é necessário certo tempo e cura para que as diferentes
quantidades de cimento possam influenciar significativamente nos resultados.
245

Dias (2012b), em seu trabalho de análise da resistência à compressão não


confinada de misturas de solo-cimento visando a aplicação do sistema de
estabilização Dry-Mix, investiga resultados de módulos de elasticidade em misturas
com argila e teores de cimento. Dessa forma, a Tabela 5.30 apresenta os resultados
de módulos de elasticidade nas misturas com argila, a partir dos trabalhos de Dias
(2012b).

Tabela 5.30: Resultados de módulos de elasticidade nas misturas com argila de Dias (2012b).
Tempo de Tensão axial Deformação Módulo de
Mistura
cura (dias) (kPa) axial média (%) elasticidade (MPa)
Argila + 100kg
30,0 0,006 5,0
CPIII – 40 RS
7
Argila + 200kg
400,0 0,008 53,3
CPIII – 40 RS
Argila + 100kg
87,0 0,010 8,7
CPIII – 40 RS
28
Argila + 200kg
800,0 0,005 160,0
CPIII – 40 RS
Argila + 100kg
100,0 0,007 14,3
CPIII – 40 RS
90
Argila + 200kg
1.200,0 0,008 150,0
CPIII – 40 RS
Argila + 100kg
40,0 0,005 8,0
CPIII – 40 RS
180
Argila + 200kg
1.200,0 0,010 120,0
CPIII – 40 RS
Fonte: Adaptado de DIAS (2012b).

Com a análise dos seus resultados é possível concluir que o


comportamento do cimento nas misturas de Dias (2012b) seguiu o mesmo padrão
desta pesquisa. Se analisados os tempos de cura de 7 e 28 dias observa-se que o
aumento do teor de cimento resulta no aumento da deformação axial, considerando 7
dias de tempo de cura (apesar do aumento do módulo de elasticidade), enquanto que
para 28 dias de cura a deformação diminuiu. Analogamente, o aumento do tempo de
cura resultou no aumento da deformação axial para as amostras com 100kg de
cimento CPIII (apesar do aumento do módulo de elasticidade), enquanto que para as
amostras com 200kg de cimento CPIII a deformação diminuiu com o aumento do
tempo de cura.

A Tabela 5.31 apresenta um resumo comparativo com os valores obtidos


nos trabalhos de outros autores, juntamente com os valores obtidos no presente
trabalho. Todos os valores apresentados correspondem à média de 3 corpos de prova
246

nos ensaios de resistência à compressão simples para um tempo de cura de 7 dias.


Vale ressaltar que na tabela a seguir é apresentado o autor de cada trabalho, a origem
do solo, classificação do solo, tipo de cimento utilizado na mistura e os teores de
incorporação de cimento adicionados, calculados sempre em relação à massa de solo
seco.

Tabela 5.31: Resistências máximas obtidas para cada mistura de solo-cimento nos diferentes
trabalhos apresentados.
Classificação Resistência
Trabalho Solo Tipo de cimento % cimento
ASTM – Solo máxima (MPa)
SC – Areia CP I – Cimento
Solo S0C 0,90
argilosa Portland normal
Cruz (2004) fabricado em S6C 3,60
laboratório
S10C 4,70
S0C 0,21
ML – Silte de S2,5C 0,39
Solo de CP I – Cimento
baixa S5C 0,53
Aberdeen Portland normal
plasticidade S7,5C 0,84
S10C 1,74
S0C 0,21
Muhuthan e S2,5C 0,37
Solo de CP I – Cimento
Sariosseiri SP – SM S5C 0,75
Everett Portland normal
(2008) S7,5C 1,20
S10C 1,82
S0C 0,29
S2,5C 0,38
Solo de CP I – Cimento
ML – CL S5C 2,07
Palouse Portland normal
S7,5C 4,87
S10C 5,04
S1C 0,71
Solo de CP V – Cimento S2C 1,07
Foppa Areia fina
formação de Portland de alta S3C 1,36
(2005 siltosa
Botucatu resistência inicial S5C 2,24
S7C 3,24
S0C 0,22
Dias Solo da CL – Argila CP IV – Cimento
S8C 2,90
(2012a) Costa magra Portland pozolânico
S12C 3,40
Presente S0C 0,47
Solo residual CP IV – Cimento
pesquisa Areia siltosa S3C 1,07
de granito Portland pozolânico
(2018) S7C 2,12
Fonte: Adaptado de DIAS (2012a).

A partir disso, o Gráfico 5.15 apresenta o comparativo dos valores obtidos


das resistências máximas apresentadas na Tabela 5.31, para cada um dos trabalhos.
247

Foram criadas nomenclaturas para todas as misturas apresentadas no Gráfico 5.15 e


na Tabela 5.31. Todas as nomenclaturas iniciam-se pela letra “S” que corresponde ao
solo. Para designar a inclusão do cimento adotou-se a letra “C”, estando o valor da
porcentagem do aditivo químico antes da respectiva letra de designação.

Gráfico 5.15: Resistências máximas obtidas para cada mistura de solo-cimento dos diferentes
trabalhos apresentados.

Resistências Máximas à Compressão Simples (MPa)


5,5
Resistência à Compressão Simples (MPa)

5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
S2,5C

S7,5C
S10C

S2,5C

S7,5C

S0C
S2,5C

S7,5C
S0C
S6C
S10C
S0C

S5C

S0C

S5C

S10C

S5C

S10C
S1C
S2C
S3C
S5C
S7C
S0C
S8C
S12C
S0C
S3C
S7C
Cruz Muhuthan e Muhuthan e Muhuthan e Foppa (2005 Dias Presente
(2004) Sariosseiri (2008) - Sariosseiri (2008) - Sariosseiri (2008) - (2012a) pesquisa
Solo de Aberdeen Solo de Everett Solo de Palouse (2018)

Misturas de solo-cimento
Fonte: Adaptado de DIAS (2012a).

Observa-se que o comportamento comum em todos os solos é que,


conforme o aumento da quantidade de cimento há um aumento da resistência
máxima. As resistências máximas obtidas no programa experimental realizado nesta
pesquisa estão de acordo com os intervalos resultantes obtidos pelos outros autores.
Apesar dos resultados apresentados serem todos referentes a 7 dias de cura, é difícil
a tarefa de comparar os valores resultantes, visto que existem mais fatores que
influenciam no comportamento das misturas de solo-cimento, como o solo da mistura,
o tipo de cimento, as quantidades do aditivo químico adicionadas às misturas, os
valores do teor em água, entre outros.

5.1.7 Ensaios de compressão diametral


248

O ensaio de compressão diametral é regido pela NBR 7222/2011 (ABNT,


2011), que prescreve o método para determinação da resistência à tração por
compressão diametral.

Foram moldados corpos de prova para os três teores de incorporação


(natural, 3 e 7% de incorporação do cimento), sendo que análises permearam o tempo
de cura de 28 dias. Para os corpos de prova de solo natural não faz sentido falar em
tempo de cura, visto que estes não levam adição de cimento e, portanto, o valor de
resistência será sensivelmente o mesmo ao longo do tempo.

Os resultados dos ensaios de compressão diametral para os teores de


incorporação de cimento estudados estão apresentados na Tabela 5.32,
apresentando a resistência à tração, a resistência à tração média e o desvio em
relação à média dos teores para cada corpo de prova.

Tabela 5.32: Resultados do ensaio de compressão diametral nos teores de incorporação de cimento
estudados, aos 28 dias de cura.
Resistência à Desvio em
Tipo de Corpo de Resistência à
tração média relação à média
amostra prova tração (MPa)
(MPa) (%)
CP 1 0,09 0,00%
Solo natural 0,09
CP 2 0,09 0,00%
3% de CP 1 0,32 12,33%
0,365
cimento CP 2 0,41 12,33%
7% de CP 1 0,74 1,37%
0,73
cimento CP 2 0,72 1,37%
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Dessa maneira é possível verificar que, para a mistura de solo com 3% de


cimento, o aumento da resistência média aos 28 dias de cura foi superior a 300% em
comparação com a amostra de solo natural. Com relação à incorporação de 7% de
cimento o aumento da resistência média aos 28 dias de cura atingiu mais de 700%
em comparação com a amostra de solo natural. Esse fato indica que, conforme o
maior nível de cimentação, maior é a resistência à tração.

Analisando os ganhos de resistência em função da porcentagem de


incorporação de cimento à mistura, constata-se que os corpos de prova com 7% de
adição de cimento apresentaram uma resistência 100% maior se comparados com os
corpos de prova com 3% de cimento, ou seja, duplicaram sua resistência à tração.
249

A Tabela 5.33 faz o comparativo entre os resultados de resistência à


compressão simples e de tração obtidos com os corpos de prova aos 28 dias de cura.
Constata-se que a resistência à tração resulta em cerca de 20% a 30% da resistência
à compressão simples, sendo os maiores percentuais quando analisadas as amostras
com incorporação de cimento.

Tabela 5.33: Comparativo entre as resistências à compressão e tração, considerando as amostras


com 28 dias de cura.
Resistência à Resistência à Porcentagem representativa da
Tipo de
compressão simples tração média resistência à tração comparada à
amostra
média (MPa) (MPa) compressão simples (%)
Solo
0,47 0,09 19,15
natural
3% de
1,21 0,365 30,16
cimento
7% de
3,16 0,73 23,10
cimento
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Então, de maneira prática, quando não for possível realizar ensaios de


tração, os autores indicam, para o material estudado, uma relação para estimativa
representada pela Equação 63 a seguir.

𝑅𝑇 = 0,25 × 𝑅𝐶𝑆 (63)

Onde:

RT = resistência à tração;

RCS = resistência à compressão simples.

Da mesma forma, é possível avaliar, através do Gráfico 5.16, que a


inclinação da reta dos resultados de compressão simples é maior se comparado com
os resultados de compressão diametral, o que enfatiza um crescimento mais
acentuado dos valores à medida que o teor de cimento vai aumentando, enquanto o
crescimento dos valores de compressão diametral são mais lentos (as linhas de
tendência não são paralelas).
250

Gráfico 5.16: Comparativo entre os resultados de compressão simples e compressão diametral


(tração).

Comparativo entre os Resultados de Compressão Simples e


Compressão Diametral (Tração)
Resultados de Compressão Simples Resultados de Compressão Diametral (Tração)
Linear (Resultados de Compressão Simples) Linear (Resultados de Compressão Diametral (Tração))
2,5
Resistência Média Obtida no Ensaio (MPa)

2,25
y = 23,716x + 0,4295
2
1,75
1,5
1,25
1
0,75 y = 9,1419x + 0,0903

0,5
0,25
0
0,00% 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00%
Teor de Cimento (%)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

5.1.8 Ensaios de determinação do ISC e expansão

O ensaio de determinação do Índice de Suporte Califórnia (ISC) ou Ensaio


CBR é regido pela NBR 9895/2016 (ABNT, 2016f), que prescreve a avaliação da
resistência de um solo compactado, sobretudo da sua resistência ao esforço cortante.

Foram realizados ensaios de determinação do ISC para as três condições


de estudo: solo natural, solo melhorado com cimento a 3% e solo-cimento com 7% de
incorporação, estes dois últimos utilizando cimento Portland CPIV. Este ensaio se
divide em duas etapas: expansão e penetração.

A expansão de um solo compreende seu aumento de volume quando


submetido a uma condição de imersão em água, associado, praticamente, apenas a
solos com elevada fração de finos (silte e argila), pois, devido à grande superfície
específica, possuem elevada capacidade de hidratação das partículas, sendo que as
frações finas tendem a sofrer tensões de repulsão quando inundadas. A
expansividade também está relacionada aos tipos de argilominerais presentes. A
251

Tabela 5.34 apresenta os resultados obtidos através do ensaio de expansão realizado


em laboratório.

Tabela 5.34: Resultados obtidos através do ensaio de expansão.


Amostra Expansão (%) Massa específica aparente seca (g/cm³)
Solo natural 0,54 1,594
3% de cimento 0,01 1,598
7% de cimento 0,01 1,567
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Observa-se que o solo natural apresentou uma expansão de 0,54%,


enquanto que os corpos de prova com incorporação de cimento apresentaram
expansão praticamente nula (0,01% calculado). Esses resultados de expansão se
devem, sobretudo, ao processo de cimentação resultante das amostras, encontrando
valores esperados, semelhante aos valores encontrados por Chrusciak e Matos
(2016) em suas pesquisas com solos moles.

O DNIT (2006b) aponta que o ensaio de CBR determina a relação entre a


pressão necessária para produzir a penetração de um pistão em um corpo de prova
de solo e a pressão necessária para produzir a mesma penetração em uma brita
padronizada.

Após a etapa de expansão deu-se prosseguimento ao ensaio de CBR, com


retirada dos corpos de prova do tanque de imersão, deixando-se escorrer a água por
cerca de 15 minutos, levando o corpo de prova à prensa de CBR. Na prensa há um
anel dinanométrico, devidamente aferido, para determinação da força, além de um
relógio para controle da penetração a uma velocidade constante de 1,27mm/min.

As leituras do ensaio são realizadas em diferentes pontos de penetração,


utilizando-se apenas duas leituras, que seriam as de 2,54 e 5,08mm. Construiu-se, a
partir disso, o Gráfico 5.17 com as curvas de CBR, que retratam a penetração (em
mm) em função da leitura do anel dinanométrico (em kgf/cm²). A partir desses
resultados é possível determinar o valor de CBR para as pressões padrões
estabelecidos.
252

Gráfico 5.17: Curvas obtidas a partir dos ensaios de determinação do ISC/CBR para o solo natural,
solo com 3% de incorporação de cimento e solo com 7% de incorporação de cimento.
Construção das Curvas de CBR
CBR - Solo Natural CBR - 3% de Cimento CBR - 7% de Cimento
1400
1325
1300

1200 1170
1100
Leitura do Anel Dinamométrico (kgf/cm²)

1035
1000

900 880
800
770
700

600 580
558
500
460
400 419
353
300 302
250
200 178
152
100 39,0
11,0 14,0 22,0 28,0
3,0 7,0
0
0 2,54 5,08 7,62 10,16
Penetração (mm)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Como já retratado anteriormente, o índice CBR pode ser calculado em


função das fórmulas normativas determinadas pelas Equações 33 e 34 (apresentadas
na seção III). É importante ressaltar, anteriormente, que a pressão corrigida é
calculada em função da Equação 64 a seguir:

𝐹
𝑃𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = 𝐴 𝑥 𝑃𝑎𝑛𝑒𝑙 𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑜𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 (64)

Onde:

F = força exercida pelo pistão de penetração no solo, correspondente à


equação da curva de calibração do anel dinanométrico, nesse caso igual a 25,457x
(N);

A = área do pistão, correspondente a 19,26cm²;


253

Panel dinanométrico = pressão correspondente encontrada a partir do anel


dinanométrico (kgf/cm²);

Pcorrigida = pressão corrigida, calculada através da equação normativa


representada (kgf/cm²).

0,26457 𝑥 14
𝑃1 19,26
𝐶𝐵𝑅(2,54𝑚𝑚) − 𝑆𝑜𝑙𝑜 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 2,79% ≅ 3%
6,9 6,9
0,26457 𝑥 28
𝑃2 19,26
𝐶𝐵𝑅(5,08𝑚𝑚) − 𝑆𝑜𝑙𝑜 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 3,72% ≅ 4%
10,35 10,35

Onde:

P1 = pressão corrigida equivalente à penetração de 0,1” (2,54mm);

P2 = pressão corrigida equivalente à penetração de 0,2” (5,08mm).

Sendo assim, adotando-se o maior valor, tem-se que o CBR para a amostra
de solo natural é igual a 4%. Analogamente para os corpos de prova com incorporação
de cimento, calcula-se:

0,26457 𝑥 353
𝑃1 19,26
𝐶𝐵𝑅(2,54𝑚𝑚) − 3% 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 70,27% ≅ 70%
6,9 6,9
0,26457 𝑥 460
𝑃2 19,26
𝐶𝐵𝑅(5,08𝑚𝑚) − 3% 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 61,05% ≅ 61%
10,35 10,35
0,26457 𝑥 880
𝑃1 19,26
𝐶𝐵𝑅(2,54𝑚𝑚) − 7% 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 175,19% ≅ 175%
6,9 6,9
0,26457 𝑥 1170
𝑃2 19,26
𝐶𝐵𝑅(5,08𝑚𝑚) − 7% 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 155,29% ≅ 155%
10,35 10,35

Adotando-se os maiores valores para cada situação encontramos que o


CBR para a amostra de solo com incorporação de 3% de cimento é igual a 70%,
enquanto o CBR para a amostra de solo com incorporação de 7% de cimento é igual
254

a 175%. A Tabela 5.35 apresenta um resumo com os resultados obtidos a partir da


curva e dos cálculos na determinação do Índice de Suporte Califórnia.

Tabela 5.35: Resultados obtidos através do ensaio de determinação do ISC/CBR.


Amostra CBR (%) Massa específica aparente seca (g/cm³)
Solo natural 4 1,594
3% de cimento 70 1,598
7% de cimento 175 1,567
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Conforme o esperado, os valores de CBR cresceram em função do


aumento do teor de incorporação de cimento, da mesma forma como concluíram
Chrusciak e Matos (2016). O Gráfico 5.18 apresenta os teores de incorporação de
cimento em função dos valões de CBR, com a construção da curva de Teor de
Cimento (%) x CBR (%).

Gráfico 5.18: CBR do solo natural e solo com teores de 3% e 7% de incorporação.

CBR do Solo em Função do Teor de Incorporação de


Cimento
200
180
y = 2452,7x + 1,2432
R² = 0,9976
160
CBR da Mistura (%)

140
120
100
80
60
40
20
0
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%
Teor de Incorporação de Cimento (%)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Chrusciak e Matos (2016) em suas pesquisas com solos moles do campus


de Paricarana, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), concluíram que a curva
de Teor de Cimento (%) x CBR (%) (Gráfico 5.19) apresenta um comportamento linear
de crescimento, conclusão esta obtida na presente pesquisa, o que é possível afirmar
que o CBR aumenta linearmente com o aumento do teor de incorporação de cimento.
255

Gráfico 5.19: CBR do solo natural e solo com teores 3%, 5% e 7% de incorporação, das pesquisas
desenvolvidas por CHRUSCIAK e MATOS (2016).

Fonte: CHRUSCIAK e MATOS (2016).

5.1.9 Ensaios de cisalhamento direto

Conforme apresentado anteriormente, o ensaio de cisalhamento direto é


regido pela ASTM D3080/2004 (ASMT, 2004), que prescreve o método para
determinação da força de cisalhamento de um corpo de prova consolidado drenado.

O ensaio de cisalhamento direto foi realizado em condições inundadas. Foi


garantido o comportamento drenado através da velocidade controlada de 0,001mm a
cada 43 segundos, resultando em 2,33.105mm/s, que é a velocidade padrão do
equipamento disponível no laboratório de engenharia civil da UNISUL. A etapa de
cisalhamento, propriamente dita, só era iniciada quando a deformação vertical
estivesse estabilizada, garantindo que as amostras ficassem algumas horas no
estágio de consolidação buscando a maior saturação possível do solo. As tensões
normais aplicadas em cada estágio foram de 28kPa, 85kPa e 141kPa.

O Gráfico 5.20 e o Gráfico 5.21 apresentam a Deformação Horizontal pela


Tensão Cisalhante e a Deformação Horizontal pela Deformação Vertical,
respectivamente, para os três estágios ensaiados.
256

Gráfico 5.20: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Tensão Cisalhante (kN/m²) da amostra de
Solo Natural no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra Natural - Deformação Horizontal (%) x Tensão


Cisalhante (kN/m²)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
120,0
Tensão Cisalhante (kN/m²)

100,0

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal (%)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.21: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Deformação Vertical (%) da amostra de
Solo Natural no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra Natural - Deformação Horizontal (%) x


Deformação Vertical (%)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
0,5
Deformação Vertical (%)

0,0

-0,5

-1,0

-1,5

-2,0

-2,5
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal (%)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


257

Gráfico 5.22: Envoltória de Mohr-Couloumb para a amostra Natural na condição inundada.

Envoltória de Mohr-Couloumb - Amostra Natural - Condição


Inundada
120,00
Tensão Cisalhante (kN/m²)

100,00

80,00

60,00
y = 0,581x + 9,0586
40,00 R² = 0,944

20,00

0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0
Tensão Normal (kN/m²)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.36: Resumo dos índices físicos obtidos para a amostra de solo Natural.
Densidade real
Teor de Peso específico Peso específico Índice de
Estágio CP das partículas
umidade (%) natural (kN/m³) seco (kN/m³) vazios
(g/cm³)
1 1 19,93 17,69 14,75 2,67 0,81
2 2 19,52 17,65 14,77 2,67 0,81
3 3 20,25 17,42 14,49 2,67 0,84
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

O Gráfico 5.22 apresenta a envoltória de Mohr-Couloumb para a condição


inundada, considerando a amostra de solo Natural. A Tabela 5.36 apresente o resumo
dos índices físicos obtidos, considerando a amostra de solo Natural. Vale ressaltar
que os valores de peso específico natural e peso específico seco são estimados
através dos corpos de prova moldados, não representando os valores reais obtidos
nos ensaios específicos. Contudo, observa-se também grande aproximação.

Na Tabela 5.37, são mostrados outros resultados de coesão e ângulo de


atrito em solos residuais. Alguns trabalhos apresentam dados nas condições de
umidade natural e sob inundação.

Com relação aos resultados obtidos para as amostras com 3 e 7% de


incorporação de cimento, o Gráfico 5.23 e o Gráfico 5.24 apresentam a Deformação
Horizontal pela Tensão Cisalhante e a Deformação Horizontal pela Deformação
258

Vertical, respectivamente, para os três estágios ensaiados, considerando a amostra


com 3% de incorporação, enquanto o Gráfico 5.25 e o Gráfico 5.26 apresentam a
Deformação Horizontal pela Tensão Cisalhante e a Deformação Horizontal pela
Deformação Vertical, respectivamente, para os três estágios ensaiados, considerando
a amostra com 7% de incorporação.

Tabela 5.37: Parâmetros de resistência do cisalhamento direto em solos residuais obtidos em outras
pesquisas.
Inundado
Autor Tipo de Solo
c (kPa) Φ (º)
Maccarini (1992) Residual de gnaisse 31,3 – 72,6 30,1 – 37,9
Raimundo et. al. (2002) Residual de granito 5,2 – 16,82 26,6 – 35,9
Bevilaqua (2004) Residual de granito 0 – 14,0 32,0 – 43,3
Meireles e Davison Dias (2004) Residual de granito 6 – 15,9 30,4 – 35,4
Cardoso Jr. (2006) Residual de gnaisse 5,4 32,0
Boehl (2011) Residual de granito 4,5 – 20,8 26,6 – 41,6
Krueger (2015) Residual de gnaisse 4,2 – 17,1 32,8 – 39,2
Esta pesquisa (2018) Residual de granito 9,1 30,2
Fonte: Adaptado de Silva (2015).

Gráfico 5.23: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Tensão Cisalhante (kN/m²) da amostra de
Solo com 3% de incorporação de cimento, no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra 3% - Deformação Horizontal (%) x Tensão


Cisalhante (kN/m²)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
90,0
80,0
Tensão Cisalhante (kN/m²)

70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal ( % )
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
259

Gráfico 5.24: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Deformação Vertical (%) da amostra de
Solo com 3% de incorporação de cimento, no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra 3% - Deformação Horizontal (%) x Deformação


Vertical (%)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
5,0

4,0
Deformação Vertical (%)

3,0

2,0

1,0

0,0

-1,0

-2,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal (%)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.25: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Tensão Cisalhante (kN/m²) da amostra de
Solo com 7% de incorporação de cimento, no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra 7% - Deformação Horizontal (%) x Tensão


Cisalhante (kN/m²)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
250,0
Tensão Cisalhante (kN/m²)

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal (%)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).


260

Gráfico 5.26: Resultado da Deformação Horizontal (%) x Deformação Vertical (%) da amostra de
Solo com 7% de incorporação de cimento, no ensaio de cisalhamento direto.

Amostra Natural - Deformação Horizontal (%) x


Deformação Vertical (%)
Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3
7,0
6,0
Deformação Vertical (%)

5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
-1,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
Deformação Horizontal (%)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Analisando os gráficos de Tensão Cisalhante x Deformação Horizontal é


fato esperar um modo de ruptura mais nítido nas amostras cimentadas. Devido ao
aumento da cimentação entre as partículas o momento da quebra fica mais
evidenciado nos gráficos, principalmente para baixas tensões confinantes.

Por sua vez, analisando os gráficos de Deformação Vertical x Deformação


Horizontal fica clara a influência do cimento na deformação vertical durante a
realização do cisalhamento. O processo natural de acomodação das partículas
(redução do índice de vazios) para posterior aumento do índice de vazios (ruptura)
não fica tão evidenciado nas amostras cimentadas. Com o aumento da deformação
horizontal pode-se observar o aumento da expansão vertical do material. Este fato
pode ser explicado pelo fato de que o nível de cimentação é tão elevado que não
permite a redução do índice de vazios.

O Gráfico 5.27 e o Gráfico 5.28 apresentam a envoltória de Mohr-Couloumb


para a condição inundada, considerando as amostras de solo com incorporação de 3
e 7% de cimento, respectivamente.
261

Gráfico 5.27: Envoltória de Mohr-Couloumb para a amostra com 3% de incorporação de cimento na


condição inundada.

Envoltória de Mohr-Couloumb - Amostra 3% - Condição


Inundada
90,00
80,00
Tensão Cisalhante (kN/m²)

70,00
60,00
50,00
y = 0,1682x + 54,325
40,00 R² = 0,9913
30,00
20,00
10,00
0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0
Tensão Normal (kN/m²)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Gráfico 5.28: Envoltória de Mohr-Couloumb para a amostra com 7% de incorporação de cimento na


condição inundada.

Envoltória de Mohr-Couloumb - Amostra 7% - Condição


Inundada
300,00

250,00
Tensão Cisalhante (kN/m²)

200,00

150,00 y = 1,3549x + 45,891


R² = 0,7756
100,00

50,00

0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0
Tensão Normal (kN/m²)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

A partir dos resultados, destaca-se que as regressões lineares foram


satisfatórias, com exceção da amostra com 7% de incorporação de cimento, em que
o valor encontrado no estágio 1 ficou destoante dos outros resultados. Nota-se,
262

sobretudo, no gráfico de Deformação Horizontal x Tensão Cisalhante que a curva para


o estágio 1 também ficou destoante das curvas dos demais ensaios. Dessa forma,
pela falta de tempo hábil para repetição do ensaio no estágio 1, excluiu-se o estágio
1 da análise, observando-se, portanto, a construção final do Gráfico 5.29, obtendo-se
valores mais adequados para o r-quadrado e também para a equação da reta.

Gráfico 5.29: Envoltória de Mohr-Couloumb para a amostra com 7% de incorporação de cimento na


condição inundada, excluindo-se o estágio 1 de ensaio.

Envoltória de Mohr-Couloumb - Amostra 7% - Condição


Inundada (exclusão do estágio 1)
250,00
Tensão Cisalhante (kN/m²)

200,00

150,00
y = 0,1598x + 194,54
100,00 R² = 1

50,00

0,00
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0
Tensão Normal (kN/m²)
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Os resultados dos valores de coesão e ângulo de atrito, a partir da exclusão


do estágio 1 para a análise do solo com 7% de incorporação de cimento, podem ser
visualizados na Tabela 5.38.

Tabela 5.38: Propriedades de resistência a partir do cisalhamento direto, considerando as três


amostras estudadas.
Inundado
Amostra
c (kPa) Φ (º)
Amostra Natural 9,1 30,2
Amostra 3% 54,3 9,5
Amostra 7% 194,5 9,1
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
263

Observando a Tabela 5.38 é possível constatar que os valores de coesão


e ângulo de atrito obtiveram variações significativas em relação à incorporação ou não
de cimento à mistura. Destacam-se os maiores valores de coesão nas amostras com
incorporação de cimento, devido a cimentação resultante entre o solo e o aditivo
químico. Com relação ao ângulo de atrito, observa-se que este permanece quase
invariável em relação às amostras com incorporação de cimento, no entanto,
houveram variações significativas se comparadas com as amostras de solo natural.

É possível concluir que a incorporação de cimento auxilia na resistência ao


cisalhamento, devido a transferência de esforços dos grãos para as partículas
cimentantes. Observa-se que, conforme aumenta-se o teor de incorporação de
cimento, aumenta-se consequentemente o valor da coesão da mistura, indicando um
crescimento praticamente linear, de acordo com o Gráfico 5.30.

Gráfico 5.30: Análise da correlação entre a Coesão (kN/m²) vesus Teor de Cimento (%).

Correlação entre a Coesão (kN/m²) versus Teor de


Cimento (%)
250

200
Coesão (kN/m²)

150

100

50

0
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7%
Teor de Incorporação de Cimento (%)

Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Cruz (1969) realizou ensaios em um grande número de solos lateríticos


compactados, considerando seu estado natural (sem incorporações), fornecendo
parâmetros de coesão (c) e ângulo de atrito (Φ), conforme apresenta a Tabela 5.39.
Os dados desse trabalho foram utilizados na fase de projeto básico de inúmeras
barragens brasileiras.
264

Tabela 5.39: Solos residuais de granito – gnaisse – quartzito – micaxisto – filitos – siltitos e argilosos.
Parâmetros de resistência
Rocha de ao cisalhamento
Amostra/Procedência Classificação
Origem
c (kPa) Φ (°)
Estrada d’Oeste (SP) Granito Areia pouco siltosa 0,0 40,0
Gnaisse
Ponte Nova (SP) Areia pouco argilosa 18,0 30,0
Granito
Ponte Nova S1 (SP) Gnaisse Areia siltosa 0,0 29,0
Vila Galvão (SP) Granito Silte arenoso 10,0 28,0
Jaguari A-1 (SP) Gnaisse Argila silto arenosa 24,0 27,0
Jaguari S-2 (SP) Gnaisse Silte muito argiloso 36,0 26,0
Cap. Cachoeira (PR) Gnaisse Silte argiloso 0,0 30,0
Jaguari S-1 (SP) Gnaisse Silte muito argiloso 23,0 29,5
Ponte Nova A-4 (SP) Gnaisse Argila silto arenosa 40,0 30,0
Jaguari A-2 (SP) Gnaisse Argila siltosa 39,0 27,7
Moinho Velho (SP) Gnaisse Argila siltosa 18,0 34,0
Cap. Cachoeira (PR) Gnaisse Argila c/ areia fina 16,0 28,0
Micaxisto E-O Micaxisto Areia pouco argilosa 0,0 34,0
Micaxisto-Paraíbuna Micaxisto Areia siltosa 13,0 33,0
Siltito E-O (SP) Siltito Silte areno argiloso 10,0 30,0
Filito E-O (SP) Filito Silte pouco arenoso 0,0 33,0
Água Vermelha MD
Quartzito Areia silto argilosa 10,0 26,0
(SP-MG)
Juqueri C (SP) Filito Silte arenoso 5,0 30,0
Encruzilhada 226 (SC) Argilito Argila arenosa 22,0 26,5
Argilito “verde” E-O (SP) Argilito Argila arenosa 35,0 17,0
Juqueri A (SP) Filito Silte 18,0 31,5
Encruzilhada 225 (SC) Argilito Argila 20,0 23,5
Argilito E-O (SP) Argilito Argila siltosa 15,0 25,0
Lança (PR) Siltito Argila muito siltosa 25,0 25,0
Biguaçu (SC) Granito Areia siltosa 9,1 30,2
Fonte: Adaptado de MAY e SILVA (2016).

Nota-se uma semelhança nos valores de coesão e ângulo de atrito


(considerando o solo natural) para com o solo de origem de siltito, da região Siltito E-
O (SP), classificando-se como um silte areno argiloso. Não se realizou comparativos
específicos para as amostras com incorporação de cimento em função da sua
modificação química em laboratório.

5.2 Análise do uso do solo para pavimentação e dimensionamentos do projeto


proposto

Este tópico trata a respeito da análise do uso do solo proposto para


pavimentação, considerando seu uso natural e da técnica de solo-cimento, além da
265

realização dos perfis transversais pelos dois métodos de dimensionamento


considerados nessa pesquisa, que são o método proposto pelo DNER e o método da
Resiliência, servindo como base comparativa entre essas duas hipóteses de cálculo.

O DNIT (2010), através da norma 143/2010, apresenta algumas restrições


no uso do solo para utilização da técnica de solo-cimento e seu emprego como
camada de base. A Tabela 5.40 indica as características granulométricas que o solo
deve apresentar para ser utilizado como camada de base de solo-cimento.

Tabela 5.40: Características do solo na execução de base de solo-cimento.


Peneiras Percentagem Tolerância
2½ 100% -
Nº 4 50 a 100% ± 5%
Nº 40 15 a 100% ± 2%
Nº 200 5 a 35% ± 2%
Limite de liquidez Máximo 40%
Índice de plasticidade Máximo 18%
Fonte: DNIT (2010).

Com os resultados obtidos dos ensaios de caracterização e resistência,


temos, resumidamente, as informações necessárias para o dimensionamento dos
pavimentos expostas pela Tabela 5.41 e Tabela 5.42. É importante ressaltar que para
o solo proveniente de jazida foi adotado que suas características atendem as
especificações mínimas de dimensionamento.

Tabela 5.41: Resumo das informações para dimensionamento dos pavimentos.


CBR Expansão LL IP Resistência média –
Tipo de Solo
(%) (%) (%) (%) 7 dias (MPa
Solo natural 4 0,54 36 7 0,47
Solo-cimento – 3% 40 0,01 - - 1,07
Solo-cimento – 7% 175 0,01 - - 2,12
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).

Tabela 5.42: Resumo das porcentagens passantes nas peneiras de Nº 2½, 4, 40 e 200.
Passante Limite Verificação da
Peneiras
(%) da Norma (%) situação
2½ 100,00 100 OK
4 99,89 50 a 100 OK
40 78,65 15 a 100 OK
200 54,73 5 a 35 Não OK
Fonte: Autores desta pesquisa (2018).
266

Com isso, de acordo com as limitações impostas pela norma do DNIT


143/2010 (DNIT, 2010), não é possível utilizar o solo da pesquisa para camadas de
base, em sua forma natural e com incorporação de 3% de cimento, pelos seguintes
fatores:

1) Ambos não atingem o CBR mínimo de 80%;

2) O solo natural obteve um Limite de Liquidez maior que 25%, que seria
o limite máximo a ser utilizado na camada de base, no entanto, para
uso como base de solo-cimento, a norma do DNIT (2010) admite o
limite de 40%, portanto, atende esse parâmetro;

3) O solo melhorado com 3% de incorporação de cimento não atingiu o


valor mínimo de resistência à compressão com 7 dias de 21,00 kgf/cm²
(proveniente da tabela de coeficiente de equivalência estrutural).

Para a análise granulométrica da Tabela 5.42, os autores da pesquisa


admitiram a possibilidade de utilização do solo para base com solo-cimento com a
justificativa de que a alta porcentagem de finos (que excede o valor de 35% passante)
irá demandar uma quantidade maior de cimento, não necessariamente invalidando o
uso do solo.

A partir dos mesmos resultados é possível verificar que o solo natural pode
ser utilizado como subleito, pois seu CBR e expansão atendem os requisitos do DNIT
(2006b). Para as camadas de sub-base e reforço de subleito, em todos os
dimensionamentos, serão utilizados solos que atendam as condições de
dimensionamento, de acordo com o que fora apresentado na metodologia, e que terão
seus custos retirados da tabela SICRO. O solo atribuído como sub-base será
composto do material Macadame Seco com CBR ≥ 20% e o solo para reforço de
subleito será um material proveniente de jazida com CBR ≥ 4% (imediatamente
superior ao CBR do subleito), adotando-se CBR = 10%. Para material de base do
pavimento que possui caráter comparativo proveniente de material de jazida será
utilizado Brita Graduada Simples (BGS) que tem CBR ≥ 100%. O custo atribuído ao
revestimento CAP também será retirado da mesma tabela.

Por fim, tem-se que é possível dimensionar o pavimento a partir da


utilização de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento e o pavimento
267

comparativo com os materiais de empréstimos idealizados pelos autores. Observa-se


que a mistura de solo-cimento com 7% atinge o limite mínimo de resistência à
compressão simples de 21,00kgf/cm², com um CBR superior à 80% e expansão menor
do que 0,5%, conforme preconiza as normas regulamentadoras já discutidas
anteriormente. No entanto, o índice de plasticidade resultou acima do limite máximo
de 6% (cujo valor encontrado foi de 7%) para a amostra natural, não sendo ensaiadas
as amostras com incorporação de cimento, portanto, não se tornou possível o
comparativo com os valores normativos da maneira mais adequada. Apesar das
situações mencionadas destaca-se que prosseguimento da pesquisa ocorreu em
virtude de ser o solo disponível no local, trabalhando-se com o material para a situação
específica de campo, além de que a incorporação de cimento tende a diminuir
consideravelmente os valores de índice de plasticidade, onde provavelmente este
seria inferior ao limite máximo de 6%.

É importante ressaltar novamente o atendimento quanto ao limite de


liquidez, onde, conforme apresentado pelo DNIT (2010), o solo a ser utilizado pode
apresentar um limite de liquidez máximo de 40%, portanto, o solo pesquisado pode
ser considerado como apto para a introdução da técnica de solo-cimento.

5.2.1 Dimensionamento pelo método do DNER

Conforme apresentado no item 4.1.3.2, o número “N” característico de


projeto será de 5x107 a partir do método do USACE, rodovia em estudo classificada
como Via Coletora Principal, com tráfego previsto para Muito Pesado. Foi
determinado, de acordo com o DNIT (2006b), que a espessura mínima do
revestimento betuminoso é de 10,0cm e de 15,0cm para camadas granulares. Em
relação à espessura mínima para camadas cimentadas, a CEHOP (2006) indica que
esta é igual à 10,0cm, de acordo com as boas práticas construtivas. Os
dimensionamentos do pavimento com a base de solo-cimento com 7% de
incorporação e do pavimento comparativo com solo proveniente de jazida de
empréstimo serão descritos a seguir.

Foram realizados dois tipos de dimensionamentos, envolvendo a base de


solo-cimento com 7% e uma base de brita graduada simples (BGS), considerando no
pavimento o uso ou não de reforço de subleito, totalizando quatro dimensionamentos
268

característicos utilizando o método do DNER. Essa informação é importante para


posteriores comparativos com o dimensionamento pelo método da Resiliência, que
apresentou um total de dois dimensionamentos característicos.

I. Dimensionamento utilizando base de solo-cimento 7% (sem reforço de subleito)

Tendo a composição do pavimento com revestimento de concreto


betuminoso, base de solo-cimento com 7% de incorporação, sub-base de macadame
seco, sem reforço de subleito e subleito com solo natural da pesquisa, os coeficientes
de equivalência estrutural e valores de CBR são definidos por:

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 → 𝐾𝑅 = 2,00

𝑘𝑔𝑓
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 − 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 7% (𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜𝑠 7 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 28,0 𝑒 21,0 ) → 𝐾𝐵 = 1,20
𝑐𝑚2

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 − 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 7% → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐾𝑆𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 20%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%

A seguir são apresentadas as hipóteses de cálculo considerando as


soluções na determinação das espessuras das camadas que constituem o pavimento.
Os referidos dimensionamentos estão apresentados nos itens subsequentes.

a) Espessura do revestimento (R) – Concreto betuminoso:

De acordo com as espessuras mínimas de revestimento betuminoso


recomendadas pelo DNIT (2006b), para um número “N” de projeto entre 10 7 < N ≤
5x107 preconiza-se 10,0 cm de espessura. Logo, sendo o “N” de projeto desta
pesquisa 5x107:

𝑹 = 𝟏𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

b) Espessura da base (B):


269

Conforme a metodologia de cálculo apresentada pelo DNER, o


dimensionamento da camada de base pode ser realizado pela análise gráfica ou pelo
uso de fórmulas empíricas, optando-se pela segunda alternativa. Para a base de solo
incorporada com 7% de cimento tem-se KB = 1,20, devido à sua resistência à
compressão simples aos 7 dias ser 21,2kgf/cm², permeando entre os limites de 28,0
e 21,0kgf/cm². Logo:

𝐻20 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏−𝑏𝑎𝑠𝑒 −0,598 → 𝐻20 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 20−0,598

𝐻20 = 30,43𝑐𝑚

Com o valor de H20 encontra-se a espessura da base através da inequação


a seguir, considerando a espessura de revestimento de concreto betuminoso de
10,0cm e KR = 2,00. Vale ressaltar que se deve multiplicar o valor de H20 pelo
coeficiente 1,20, visto que o valor de N é maior do que 10 7, estando, portanto, a favor
da segurança.

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) ≥ 𝐻20 → (10,0𝑥2,00) + (𝐵𝑥1,20) ≥ 30,43𝑥 1,20

30,43 𝑥 1,20 − 20,00


𝐵≥
1,20

𝐵 ≥ 13,77𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑩 = 𝟏𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

c) Espessura da sub-base (h20):

Analogamente ao processo de cálculo da espessura da base, para um


coeficiente de equivalência estrutural KSB = 1,00, encontra-se o valor de Hn:

𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑛 = 79,67𝑐𝑚
270

A partir da inequação, tem-se que:

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) ≥ 𝐻𝑛 → (10,0𝑥2,00) + (15,0𝑥1,20) + (ℎ20 𝑥1,00) ≥ 79,67

79,67 − (20,00 + 18,00)


ℎ20 ≥
1,00

ℎ20 ≥ 41,67𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝒉𝟐𝟎 = 𝟒𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

d) Espessura total do pavimento:

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + ℎ20 = 10,0 + 15,0 + 45,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟕𝟎, 𝟎 𝒄𝒎

A seção de corte apresentada na Figura 5.1 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de solo-cimento
com incorporação de 7% e sub-base de macadame seco, pelo método DNER de
dimensionamento.

Figura 5.1: Seção transversal do pavimento – base de solo-cimento com 7% de incorporação, sem
reforço de subleito.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).


271

II. Dimensionamento utilizando base de solo-cimento 7% (com reforço de subleito)

Tendo a composição do pavimento com revestimento de concreto


betuminoso, base de solo-cimento com 7% de incorporação, sub-base de macadame
seco, reforço de subleito com material de jazida e subleito com solo natural da
pesquisa, os coeficientes de equivalência estrutural e valores de CBR são definidos
por:

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 → 𝐾𝑅 = 2,00

𝑘𝑔𝑓
𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 − 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 7% (𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑜𝑠 7 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 28,0 𝑒 21,0 ) → 𝐾𝐵 = 1,20
𝑐𝑚2

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 − 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 7% → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐾𝑆𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 20%

𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑗𝑎𝑧𝑖𝑑𝑎 → 𝐾𝑟𝑒𝑓 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 10%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%

A seguir são apresentadas as hipóteses de cálculo considerando as


soluções na determinação das espessuras das camadas que constituem o pavimento.
Os referidos dimensionamentos estão apresentados nos itens subsequentes.

a) Espessura do revestimento (R) – Concreto betuminoso:

De acordo com as espessuras mínimas de revestimento betuminoso


recomendadas pelo DNIT (2006b), para um número “N” de projeto entre 10 7 < N ≤
5x107 preconiza-se 10,0cm de espessura. Logo, sendo o “N” de projeto desta
pesquisa 5x107:

𝑹 = 𝟏𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

b) Espessura da base (B):

Conforme a metodologia de cálculo apresentada pelo DNER, o


dimensionamento da camada de base pode ser realizado pela análise gráfica ou pelo
272

uso de fórmulas empíricas, optando-se pela segunda alternativa. Para a base de solo
incorporada com 7% de cimento tem-se KB = 1,20 devido à sua resistência à
compressão simples aos 7 dias ser 21,2kgf/cm², permeando entre os limites de 28,0
e 21,0kgf/cm². Logo:

𝐻20 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏−𝑏𝑎𝑠𝑒 −0,598 → 𝐻20 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 20−0,598

𝐻20 = 30,43𝑐𝑚

Com o valor de H20 encontra-se a espessura da base através da inequação


a seguir, considerando a espessura de revestimento de concreto betuminoso de
10,0cm e KR = 2,00. Vale ressaltar que se deve multiplicar o valor de H20 pelo
coeficiente 1,20, visto que o valor de N é maior do que 107, estando, portanto, a favor
da segurança.

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) ≥ 𝐻20 → (10,0𝑥2,00) + (𝐵𝑥1,20) ≥ 30,43𝑥 1,20

30,43 𝑥 1,20 − 20,00


𝐵≥
1,20

𝐵 ≥ 13,77𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑩 = 𝟏𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

c) Espessura da sub-base (h20):

Analogamente ao processo de cálculo da espessura da base, para um


coeficiente de equivalência estrutural KSB = 1,00, encontra-se o valor de Hn:

−0,598
𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑟𝑒𝑓. 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 → 𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 10−0,598

𝐻𝑛 = 46,06𝑐𝑚

A partir da inequação, tem-se que:


273

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) ≥ 𝐻𝑛 → (10,0𝑥2,00) + (15,0𝑥1,20) + (ℎ20 𝑥1,00) ≥ 46,06

46,06 − (20,00 + 18,00)


ℎ20 ≥
1,00

ℎ20 ≥ 8,06𝑐𝑚

Como a espessura mínima de camada granular é 15,0 cm, tem-se que:

𝒉𝟐𝟎 = 𝟏𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

d) Espessura do reforço de subleito (hn)

De maneira equivalente ao processo de cálculo da espessura da base e da


sub-base, para um coeficiente de equivalência estrutural Kref = 1,00, encontra-se o
valor de Hm:

𝐻𝑚 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑚 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑚 = 79,67𝑐𝑚

A espessura da camada de reforço do subleito é dada por:

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑆𝐵 ) + (ℎ𝑛 𝑥𝐾𝑟𝑒𝑓 ) ≥ 𝐻𝑚

(10,0 𝑥 2,00) + (15,0 𝑥 1,20) + (15,0 𝑥 1,00) + (ℎ𝑛 𝑥1,00) ≥ 79,67

79,67 − (20,00 + 18,00 + 15,00)


ℎ𝑛 ≥
1,00

ℎ𝑛 ≥ 29,67𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝒉𝒏 = 𝟑𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

e) Espessura total do pavimento:


274

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + ℎ20 + ℎ𝑛 = 10,0 + 15,0 + 15,0 + 30,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟕𝟎, 𝟎 𝒄𝒎

A seção de corte apresentada na Figura 5.2 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de solo-cimento
com incorporação de 7%, sub-base de macadame seco e reforço de subleito com
material de jazida, pelo método DNER de dimensionamento.

Figura 5.2: Seção transversal do pavimento – base de solo-cimento com 7% de incorporação, com
reforço de subleito.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).

III. Dimensionamento utilizando base de brita graduada simples (sem reforço de


subleito)

O pavimento dimensionado, para fins comparativos de custos, tem em sua


composição o revestimento de concreto betuminoso, a base de BGS, sub-base de
macadame seco, sem reforço de subleito e subleito com solo natural da pesquisa,
onde os coeficientes de equivalência estrutural e valores de CBR são definidos por:

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 → 𝐾𝑅 = 2,00

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝐺𝑆 → 𝐾𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐾𝑆𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 20%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%


275

Analogamente aos cálculos apresentados anteriormente para o pavimento


com base de solo-cimento, a seguir são apresentadas as hipóteses de cálculo
considerando as soluções na determinação das espessuras das camadas que
constituem o pavimento.

a) Espessura do revestimento (R) – Concreto betuminoso:

De acordo com as espessuras mínimas de revestimento betuminoso


recomendadas pelo DNIT (2006b), para um número “N” de projeto entre 10 7 < N ≤
5x107 preconiza-se 10,0cm de espessura. Logo, sendo o “N” de projeto desta
pesquisa 5x107:

𝑹 = 𝟏𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

b) Espessura da base (B):

Conforme a metodologia de cálculo apresentada pelo DNER, o


dimensionamento da camada de base pode ser realizado pela análise gráfica ou pelo
uso de fórmulas empíricas, optando-se pela segunda alternativa. Para a base de brita
graduada simples tem-se KB = 1,00. Com o uso da fórmula empírica para cálculo de
espessura de camadas, tem-se que:

𝐻20 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏−𝑏𝑎𝑠𝑒 −0,598 → 𝐻20 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 20−0,598

𝐻20 = 30,43𝑐𝑚

Com o valor de H20 encontra-se a espessura da base através da inequação


a seguir, considerando a espessura de revestimento de concreto betuminoso de
10,0cm e KR = 2,00. Vale ressaltar que se deve multiplicar o valor de H20 pelo
coeficiente 1,20, visto que o valor de N é maior do que 10 7, estando, portanto, a favor
da segurança.

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) ≥ 𝐻20 → (10,0𝑥2,00) + (𝐵𝑥1,00) ≥ 30,43𝑥 1,20

30,43 𝑥 1,20 − 20,00


𝐵≥
1,00
276

𝐵 ≥ 16,52𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑩 = 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

c) Espessura da sub-base (h20):

Similar ao processo de cálculo da espessura da base, com um coeficiente


de equivalência estrutural KSB = 1,00, encontra-se o valor de Hn:

𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑛 = 79,67𝑐𝑚

A partir da inequação, tem-se que:

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) ≥ 𝐻𝑛 → (10,0𝑥2,00) + (20,0𝑥1,00) + (ℎ20 𝑥1,00) ≥ 46,06

79,67 − (20,00 + 20,00)


ℎ20 ≥
1,00

ℎ20 ≥ 39,67𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝒉𝟐𝟎 = 𝟒𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

d) Espessura total do pavimento:

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + ℎ20 = 10,0 + 20,0 + 40,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟕𝟎, 𝟎 𝒄𝒎


277

A seção de corte apresentada na Figura 5.3 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de brita
graduada simples e sub-base de macadame seco, pelo método DNER de
dimensionamento.

Figura 5.3: Seção transversal do pavimento – base de brita graduada, sem reforço de subleito.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).

IV. Dimensionamento utilizando base de brita graduada simples (com reforço de


subleito)

O pavimento dimensionado, para fins comparativos de custos, tem em sua


composição o revestimento de concreto betuminoso, a base de BGS, sub-base de
macadame seco, reforço de subleito com material de jazida e subleito com solo natural
da pesquisa, onde os coeficientes de equivalência estrutural e valores de CBR são
definidos por:

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜 → 𝐾𝑅 = 2,00

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝐺𝑆 → 𝐾𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐾𝑆𝐵 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 20%

𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑗𝑎𝑧𝑖𝑑𝑎 → 𝐾𝑟𝑒𝑓 = 1,00 → 𝐶𝐵𝑅 = 10%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%

Analogamente aos cálculos apresentados anteriormente para o pavimento


com base de solo-cimento, a seguir são apresentadas as hipóteses de cálculo
considerando as soluções na determinação das espessuras das camadas que
constituem o pavimento.
278

a) Espessura do revestimento (R) – Concreto betuminoso:

De acordo com as espessuras mínimas de revestimento betuminoso


recomendadas pelo DNIT (2006b), para um número “N” de projeto entre 10 7 < N ≤
5x107 preconiza 10,0cm de espessura. Logo, sendo o “N” de projeto desta pesquisa
5x107:

𝑹 = 𝟏𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

b) Espessura da base (B):

Conforme a metodologia de cálculo apresentada pelo DNER, o


dimensionamento da camada de base pode ser realizado pela análise gráfica ou pelo
uso de fórmulas empíricas, optando-se pela segunda alternativa. Para a base de brita
graduada simples tem-se KB = 1,00. Com o uso da fórmula empírica para cálculo de
espessura de camadas, tem-se que:

𝐻20 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏−𝑏𝑎𝑠𝑒 −0,598 → 𝐻20 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 20−0,598

𝐻20 = 30,43𝑐𝑚

Com o valor de H20 encontra-se a espessura da base através da inequação


a seguir, considerando a espessura de revestimento de concreto betuminoso de
10,0cm e KR = 2,00. Vale ressaltar que se deve multiplicar o valor de H20 pelo
coeficiente 1,20, visto que o valor de N é maior do que 107, estando, portanto, a favor
da segurança.

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) ≥ 𝐻20 → (10,0𝑥2,00) + (𝐵𝑥1,00) ≥ 30,43𝑥 1,20

30,43 𝑥 1,20 − 20,00


𝐵≥
1,00

𝐵 ≥ 16,52𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:
279

𝑩 = 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

c) Espessura da sub-base (h20):

Similar ao processo de cálculo da espessura da base, com um coeficiente


de equivalência estrutural KSB = 1,00, encontra-se o valor de Hn:

−0,598
𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑟𝑒𝑓. 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 → 𝐻𝑛 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 10−0,598

𝐻𝑛 = 46,06𝑐𝑚

A partir da inequação, tem-se que:

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑠 ) ≥ 𝐻𝑛 → (10,0𝑥2,00) + (20,0𝑥1,00) + (ℎ20 𝑥1,00) ≥ 46,06

46,06 − (20,00 + 20,00)


ℎ20 ≥
1,00

ℎ20 ≥ 6,06𝑐𝑚

Como a espessura mínima de sub-base com material granular é 15,0 cm,


é considerado que:

𝒉𝟐𝟎 = 𝟏𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

d) Espessura do reforço de subleito (hn):

De maneira equivalente ao processo de cálculo da espessura da base e da


sub-base, para um coeficiente de equivalência estrutural K ref = 1,00, encontra-se o
valor de Hm:

𝐻𝑚 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑚 = 77,67 𝑥 (5,0 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑚 = 79,67𝑐𝑚

A espessura da camada de reforço do subleito é dada por:


280

(𝑅 𝑥 𝐾𝑅 ) + (𝐵 𝑥 𝐾𝐵 ) + (ℎ20 𝑥 𝐾𝑆𝐵 ) + (𝐻𝑛 𝑥𝐾𝑟𝑒𝑓 ) ≥ 𝐻𝑚

(10,0 𝑥 2,00) + (20,0 𝑥 1,00) + (15,0 𝑥 1,00) + (ℎ𝑛 𝑥1,00) ≥ 79,67

79,67 − (20,00 + 20,00 + 15,00)


ℎ𝑛 ≥
1,00

ℎ𝑛 ≥ 24,67𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝒉𝒏 = 𝟐𝟓, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

e) Espessura total do pavimento:

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + ℎ20 + ℎ𝑛 = 10,0 + 20,0 + 15,0 + 25,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟕𝟎, 𝟎 𝒄𝒎

A seção de corte apresentada na Figura 5.4 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de brita
graduada simples, sub-base de macadame seco e reforço de subleito com material
de jazida, pelo método DNER de dimensionamento.

Figura 5.4: Seção transversal do pavimento – base de brita graduada, com reforço de subleito.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).


281

5.2.2 Dimensionamento pelo método da resiliência

Conforme apresentado anteriormente, o número de repetições de eixo


padrão “N” de projeto será de 5x107 a partir do método do USACE, rodovia em estudo
classificada como Via Coletora Principal, com tráfego previsto para Muito Pesado. Os
cálculos referentes aos dimensionamentos para cada uma das hipóteses de cálculo
estão apresentados nos itens subsequentes.

I. Dimensionamento utilizando base de solo-cimento com 7% de incorporação

No dimensionamento pelo Método da Resiliência inicialmente são


confrontados os valores de percentual de silte, encontrados nos ensaios de
granulometria por sedimentação, com os valores de CBR do subleito. O
comportamento resiliente do solo apresenta relação com a classificação do solo de
subleito, indicada através da Tabela 5.43.

Tabela 5.43: Classificação dos solos finos quanto à resiliência.


S (%)
CBR (%)
≤ 35 35 a 65 ≥ 65
≥ 10 I II III
6a9 II II III
2a5 III III III
Fonte: DNIT (2005).

Com isso, determina-se a porcentagem de silte na fração fina com os


valores de P1 e P2, porcentagem em peso de material cujas partículas tenham
diâmetro inferior a 0,005mm e porcentagem em peso de material cujas partículas
tenham diâmetro inferior a 0,075mm, respectivamente, a partir da curva
granulométrica apresentada pelo Gráfico 5.31 que especifica os valores
determinados.
282

Gráfico 5.31: Curva granulométrica para determinação dos valores P1 e P2.


100%

90%

80%

70%
Porcentagem Passante (%)

60%

50%

40%

30%

20%

Pedregulho
Areia G.
Areia M.
Areia F.
10%
Argila

Silte

0%
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos ( mm )
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Dessa forma, com base no gráfico anterior, os valores de P1 e P2


resultaram em:

𝑃1 = 22,96%

𝑃2 = 54,73%

Sendo assim, através da Equação 65 é possível calcular o valor da


porcentagem de silte, conforme se apresenta:

𝑃1
𝑆(%) = 100 − (𝑃2 ∗ 100) (65)

Onde:

S = porcentagem de silte na fração fina, em %.

Portanto, calcula-se:
283

22,96
𝑆(%) = 100 − ( ∗ 100) → 𝑆 = 58,05%
54,73

Por fim, conclui-se que o solo se enquadra na classificação resiliente tipo


III, de acordo com o cálculo anterior.

Sendo a composição do pavimento com revestimento de concreto


betuminoso, base de solo-cimento com 7% de incorporação, sub-base de macadame
seco, reforço de subleito com material de jazida e subleito com solo natural da
pesquisa, os parâmetros e valores de CBR utilizados no dimensionamento pelo
Método da Resiliência, em estudo, apresentam-se:

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑜 − 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 7% 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜𝑟𝑎çã𝑜 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 20%

𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑗𝑎𝑧𝑖𝑑𝑎 → 𝐶𝐵𝑅 = 10%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%

a) Espessura total do pavimento (Ht):

Conforme a metodologia de cálculo do Método da Resiliência, o


dimensionamento da espessura total do pavimento faz uso de fórmulas empíricas,
conforme destaca-se:

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑡 = 79,67𝑐𝑚

b) Deflexão admissível (Dp):

Conforme a metodologia de cálculo do Método da Resiliência, o cálculo da


deflexão admissível do pavimento faz uso de fórmulas empíricas, conforme destaca-
se:

log 𝐷𝑝 = 3,148 − 0,188 log 𝑁 → log 𝐷𝑝 = 3,148 − 0,188 log(5,00 𝑥 107 )


284

𝐷𝑝 = 50,19 𝑥 10−2 𝑚𝑚

c) Reforço do subleito (HR):

Destaca-se que o subleito se trata de um solo cuja classificação resiliente


é do Tipo III, cujo DNIT (2005) recomenda o uso obrigatório de uma camada de reforço
de subleito como acompanhamento. Para o caso em tela, arbitrou-se que o reforço
deve ser constituído por material de jazida, com a mesma porcentagem de silte do
solo natural da pesquisa, conforme preconiza as instruções do DNIT (2005),
apresentando as seguintes características:

𝐶𝐵𝑅 ≥ 10%

𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 → 𝑇𝑖𝑝𝑜 𝐼𝐼

𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑆𝑖𝑙𝑡𝑒 → 35% ≤ 𝑆 ≤ 65% → 𝑆 = 58,05%

Os cálculos para determinação da espessura deste reforço são


apresentados a seguir:

𝐻𝑡1 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡1 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑡1 = 79,67𝑐𝑚

𝐻𝑡2 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑟𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡2 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 10−0,598

𝐻𝑡2 = 46,06𝑐𝑚

𝐻𝑡1 − 𝐻𝑡2 79,67 − 46,06


𝐻𝑅 = ≥ 30𝑐𝑚 → 𝐻𝑅 = = 48,02𝑐𝑚 ≥ 30𝑐𝑚
0,70 0,70

Segundo o DNIT (2005), para o Método da Resiliência, a espessura mínima


a ser adotada para a camada de reforço deve ser de 30cm. Como o valor encontrado
foi superior, fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número
inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑯𝑹 = 𝟓𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎
285

d) Espessura mínima do revestimento betuminoso (HCB):

Na determinação da espessura mínima do revestimento betuminoso torna-


se necessário classificar o solo utilizado como reforço de subleito, determinando as
constantes I1 e I2, de acordo com a Tabela 5.44.

Tabela 5.44: Determinação das constantes resilientes I1 e I2.


Tipo de solo I1 I2
I 0 0
II 1 0
III 0 1
Fonte: DNIT (2005).

Dessa maneira, conclui-se que o solo do reforço se enquadra no Tipo II,


sendo que suas constantes são:

𝐼1 = 1 ; 𝐼2 = 0

Sendo assim, é possível calcular que:

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 𝑥 𝐼1 + 4,101 𝑥 𝐼2
𝐷𝑝

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 × 1 + 4,101 × 0
50,19

𝐻𝐶𝐵 = 11,33𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑯𝑪𝑩 = 𝟏𝟓𝒄𝒎

e) Valor estrutural do revestimento betuminoso (VE):

A partir da Tabela 5.45, em função da classificação resiliente do solo


realizado anteriormente e do número “N” de projeto adotado, admite-se o valor
estrutural para a camada de revestimento, conforme é apresentado a seguir:
286

Tabela 5.45: Valor estrutural admitido para a camada de revestimento betuminoso.


Tipo de N
subleito 104
105
106 107 108
I 4,0 4,0 3,4 2,8 2,8
II 3,0 3,0 3,0 2,8 2,8
III 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0
Fonte: DNIT (2005).

Dessa forma é possível concluir que, para o número “N” de projeto adotado,
o valor estrutural do revestimento betuminoso é determinado por:

𝑆𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑇𝑖𝑝𝑜 𝐼𝐼 ; 𝑁 = 5,00 𝑥 107 → 𝑉𝐸 = 2,8

f) Espessura da camada granular (HCG):

A partir da determinação da espessura mínima do revestimento betuminoso


e do seu respectivo valor estrutural, é possível calcular a espessura da camada
granular (HCG) através da metodologia exposta a seguir:

𝐻𝐶𝐵 × 𝑉𝐸 + 𝐻𝐶𝐺 = 𝐻𝑡 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

15 × 2,8 + 𝐻𝐶𝐺 = 79,67 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

𝐻𝐶𝐺 = 37,67𝑐𝑚 > 35𝑐𝑚 → 𝑁ã𝑜 𝑂𝐾

Portanto, ao utilizar a espessura mínima do revestimento betuminoso,


percebeu-se que não foi possível enquadrar o valor da espessura da camada granular
dentro do limite máximo de 35cm. Dessa forma, adotando-se o HCG como igual a
35cm, tem-se que o valor de HCG (espessura do revestimento betuminoso) é igual a:

𝐻𝐶𝐵 × 2,8 + 35 = 79,67 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

𝐻𝐶𝐵 = 15,95𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro, no caso do revestimento betuminoso, e de um número inteiro múltiplo de 5, no
caso da espessura da camada granular, por questões construtivas, tem-se que:
287

𝑯𝑪𝑩 = 𝟏𝟔𝒄𝒎

𝑯𝑪𝑮 = 𝟑𝟓𝒄𝒎

g) Espessura da camada de base (B):

Por fim, calculando-se o valor da espessura da camada granular torna-se


possível determinar a espessura da camada de base e, consequentemente, da
camada de sub-base. O cálculo das camadas resultantes é determinado a seguir:

𝐻𝐶𝐺
𝐵= ≥ 10𝑐𝑚
2
35
𝐵= ≥ 10𝑐𝑚 → 𝐵 = 17,5𝑐𝑚
2

Dessa forma, conclui-se que o valor da camada de base e o valor da


camada de sub-base são, respectivamente, arredondando para um número inteiro
múltiplo de 5, no caso da espessura da base, por questões construtivas:

𝐵𝑎𝑠𝑒 = 20𝑐𝑚

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 = 15𝑐𝑚

h) Espessura total do pavimento:

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + 𝑠𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 + 𝐻𝑅


= 16,0 + 20,0 + 15,0 + 50,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟏𝟎𝟏, 𝟎 𝒄𝒎

A seção de corte apresentada na Figura 5.5 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de solo-cimento
com incorporação de 7%, sub-base de macadame seco e reforço de subleito com
material de jazida, pelo método da Resiliência de dimensionamento.
288

Figura 5.5: Seção transversal do pavimento – base de solo-cimento com 7% de incorporação.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).

i) Determinação do módulo de elasticidade da camada de base (E B)

Como apresentado na metodologia, o módulo de Elasticidade da Camada


de Base (EB) é determinado em função da resistência a compressão simples aos 28
dias de cura (σc), sendo que é necessário satisfazer a condição 20000kgf/cm² ≤ EB ≤
100000kgf/cm². Portanto, considerando que a resistência à compressão simples, aos
28 dias de cura, para a amostra com 7% de incorporação de cimento, é igual a
31,60kgf/cm², calcula-se:

𝐸𝐵 = 3744 + 2044𝜎𝑐 → 𝐸𝐵 = 3744 + 2044 × 31,60

𝐸𝐵 = 68.334,4𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Dependendo do tipo do solo quanto à resiliência, σt e σv (Tensão de Tração


e Tensão Vertical de Compressão, respectivamente) são calculados de maneiras
diferentes. Como a classificação resiliente do solo é do tipo III, calcula-se:

𝜎𝑡 = −2,74 + 0,0529𝐻𝑅 + 0,0588𝐻𝐵 − 1,649√𝐸𝐵 × 10−6

𝜎𝑡 = −2,74 + 0,0529 × 23,00 + 0,0588 × 20 − 1,649√68334,4 × 10−6

𝜎𝑡 = −0,78𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

𝜎𝑣 = 0,364 − 0,0018𝐻𝑅 − 0,0052𝐻𝐵 − 0,422√𝐸𝐵 × 10−6

𝜎𝑣 = 0,364 − 0,0018 × 23,00 − 0,0052 × 20,00 − 0,422√68334,4 × 10−6


289

𝜎𝑣 = 0,11𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Os valores admissíveis das tensões e condições de fronteiras são


expressos novamente a seguir, onde “σR” representa a resistência à tração estática
por compressão diametral (em kgf/cm²):

a) σt ≤ 0,70 σR;

b) σv ≤ 0,50kgf/cm² - Solo Tipo II e III;

Portanto, conclui-se que ambas as condições são atendidas, visto que os


valores resultantes são muito inferiores aos limites máximos estabelecidos.

II. Dimensionamento utilizando base de brita graduada simples

No dimensionamento pelo Método da Resiliência, inicialmente são


confrontados os valores de percentual de silte, encontrados nos ensaios de
granulometria por sedimentação, com os valores de CBR do subleito, conforme
demonstrado no dimensionamento anterior. O comportamento resiliente do solo
apresenta relação com a classificação do solo de subleito indicada através da Tabela
5.43, apresentada anteriormente.

Com isso, determina-se a porcentagem de silte na fração fina com os


valores de P1 e P2, porcentagem em peso de material cujas partículas tenham
diâmetro inferior a 0,005mm e porcentagem em peso de material cujas partículas
tenham diâmetro inferior a 0,075mm, respectivamente, a partir da curva
granulométrica apresentada anteriormente pelo Gráfico 5.31, que especifica os
valores determinados. O valor da porcentagem de silte na fração fina é igual 58,05%,
conforme calculado anteriormente. Conclui-se que o solo se enquadra na classificação
resiliente tipo III, de acordo com o cálculo anterior.

Sendo a composição do pavimento com revestimento de concreto


betuminoso, base de brita graduada simples, sub-base de macadame seco, reforço
de subleito com material de jazida e subleito com solo natural da pesquisa, os
parâmetros e valores de CBR utilizados no dimensionamento pelo Método da
Resiliência, em estudo, apresentam-se:
290

𝑅𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝐵𝑒𝑡𝑢𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜

𝐵𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐵𝐺𝑆 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 100%

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑜 → 𝐶𝐵𝑅 ≥ 20%

𝑅𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑗𝑎𝑧𝑖𝑑𝑎 → 𝐶𝐵𝑅 = 10%

𝑆𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑞𝑢𝑖𝑠𝑎 − 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 → 𝐶𝐵𝑅 = 4%

a) Espessura total do pavimento (Ht):

Conforme a metodologia de cálculo do Método da Resiliência, o


dimensionamento da espessura total do pavimento faz uso de fórmulas empíricas,
conforme destaca-se:

𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑡 = 79,67𝑐𝑚

b) Deflexão admissível (Dp):

Conforme a metodologia de cálculo do Método da Resiliência, o cálculo da


deflexão admissível do pavimento faz uso de fórmulas empíricas, conforme destaca-
se:

log 𝐷𝑝 = 3,148 − 0,188 log 𝑁 → log 𝐷𝑝 = 3,148 − 0,188 log(5,00 𝑥 107 )

𝐷𝑝 = 50,19 𝑥 10−2 𝑚𝑚

c) Reforço do subleito (HR):

Destaca-se que o subleito se trata de um solo cuja classificação resiliente


é do Tipo III, cujo DNIT (2005) recomenda o uso obrigatório de uma camada de reforço
de subleito como acompanhamento. Para o caso em tela, arbitrou-se que o reforço
deve ser constituído por material de jazida, com a mesma porcentagem de silte do
solo natural da pesquisa, conforme preconiza as instruções do DNIT (2005),
apresentando as seguintes características:
291

𝐶𝐵𝑅 ≥ 10%

𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 → 𝑇𝑖𝑝𝑜 𝐼𝐼

𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑆𝑖𝑙𝑡𝑒 → 35% ≤ 𝑆 ≤ 65% → 𝑆 = 58,05%

Os cálculos para determinação da espessura deste reforço são


apresentados a seguir:

𝐻𝑡1 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡1 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 4−0,598

𝐻𝑡1 = 79,67𝑐𝑚

𝐻𝑡2 = 77,67 𝑥 𝑁 0,0482 𝑥 𝐶𝐵𝑅𝑟𝑒𝑓𝑜𝑟ç𝑜 −0,598 → 𝐻𝑡2 = 77,67 𝑥 (5,00 𝑥 107 )0,0482 𝑥 10−0,598

𝐻𝑡2 = 46,06𝑐𝑚

𝐻𝑡1 − 𝐻𝑡2 79,67 − 46,06


𝐻𝑅 = ≥ 30𝑐𝑚 → 𝐻𝑅 = = 48,02𝑐𝑚 ≥ 30𝑐𝑚
0,70 0,70

Segundo o DNIT (2005), para o Método da Resiliência, a espessura mínima


a ser adotada para a camada de reforço deve ser de 30cm. Como o valor encontrado
foi superior, fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número
inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑯𝑹 = 𝟓𝟎, 𝟎𝟎 𝒄𝒎

d) Espessura mínima do revestimento betuminoso (HCB):

Na determinação da espessura mínima do revestimento betuminoso torna-


se necessário classificar o solo utilizado como reforço de subleito, determinando as
constantes I1 e I2, de acordo com a Tabela 5.44, apresentada no dimensionamento
anterior.

Dessa maneira, conclui-se que o solo do reforço se enquadra no Tipo II,


sendo que suas constantes são:
292

𝐼1 = 1 ; 𝐼2 = 0

Sendo assim, é possível calcular que:

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 𝑥 𝐼1 + 4,101 𝑥 𝐼2
𝐷𝑝

807,961
𝐻𝐶𝐵 = −5,737 + + 0,972 × 1 + 4,101 × 0
50,19

𝐻𝐶𝐵 = 11,33𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro múltiplo de 5, por questões construtivas, tem-se que:

𝑯𝑪𝑩 = 𝟏𝟓𝒄𝒎

e) Valor estrutural do revestimento betuminoso (VE):

A partir da Tabela 5.45, apresentada anteriormente, em função da


classificação resiliente do solo realizado anteriormente e do número “N” de projeto
adotado, admite-se o valor estrutural para a camada de revestimento.

Dessa forma, é possível concluir que, para o número “N” de projeto


adotado, o valor estrutural do revestimento betuminoso é determinado por:

𝑆𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑇𝑖𝑝𝑜 𝐼𝐼 ; 𝑁 = 5,00 𝑥 107 → 𝑉𝐸 = 2,8

f) Espessura da camada granular (HCG):

A partir da determinação da espessura mínima do revestimento betuminoso


e do seu respectivo valor estrutural, é possível calcular a espessura da camada
granular (HCG) através da metodologia exposta a seguir:

𝐻𝐶𝐵 × 𝑉𝐸 + 𝐻𝐶𝐺 = 𝐻𝑡 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

15 × 2,8 + 𝐻𝐶𝐺 = 79,67 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

𝐻𝐶𝐺 = 37,67𝑐𝑚 > 35𝑐𝑚 → 𝑁ã𝑜 𝑂𝐾


293

Portanto, ao utilizar a espessura mínima do revestimento betuminoso,


percebeu-se que não foi possível enquadrar o valor da espessura da camada granular
dentro do limite máximo de 35cm. Dessa forma, adotando-se o HCG como igual a
35cm, tem-se que o valor de HCG (espessura do revestimento betuminoso) é igual a:

𝐻𝐶𝐵 × 2,8 + 35 = 79,67 ∴ 𝐻𝐶𝐺 ≤ 35𝑐𝑚

𝐻𝐶𝐵 = 15,95𝑐𝑚

Fazendo o arredondamento da espessura encontrada para um número


inteiro, no caso do revestimento betuminoso, e de um número inteiro múltiplo de 5, no
caso da espessura da camada granular, por questões construtivas, tem-se que:

𝑯𝑪𝑩 = 𝟏𝟔𝒄𝒎

𝑯𝑪𝑮 = 𝟑𝟓𝒄𝒎

g) Espessura da camada de base (B):

Por fim, calculando-se o valor da espessura da camada granular torna-se


possível determinar a espessura da camada de base e, consequentemente, da
camada de sub-base. O cálculo das camadas resultantes é determinado a seguir:

𝐻𝐶𝐺
𝐵= ≥ 10𝑐𝑚
2
35
𝐵= ≥ 10𝑐𝑚 → 𝐵 = 17,5𝑐𝑚
2

Dessa forma, conclui-se que o valor da camada de base e o valor da


camada de sub-base são, respectivamente, arredondando para um número inteiro
múltiplo de 5, no caso da espessura da base, por questões construtivas:

𝐵𝑎𝑠𝑒 = 20𝑐𝑚

𝑆𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 = 15𝑐𝑚


294

h) Espessura total do pavimento:

A soma das espessuras que resulta na espessura final do pavimento é


expressa a seguir:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑅 + 𝐵 + 𝑠𝑢𝑏 − 𝑏𝑎𝑠𝑒 + 𝐻𝑅


= 16,0 + 20,0 + 15,0 + 50,0

𝑬𝒔𝒑𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒂 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒗𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟏𝟎𝟏, 𝟎 𝒄𝒎

A seção de corte apresentada na Figura 5.6 exemplifica a situação final do


pavimento composto por revestimento de concreto betuminoso, base de brita
graduada simples, sub-base de macadame seco e reforço de subleito com material
de jazida, pelo método da Resiliência de dimensionamento.

Figura 5.6: Seção transversal do pavimento – base de brita graduada simples.

Fonte: Autores da pesquisa (2018).

5.2.3 Resumo dos resultados e comparação dos métodos de dimensionamento

Com a finalização de ambos os dimensionamentos, destaca-se a partir da


Tabela 5.46 os resultados finais com o resumo das espessuras das camadas
encontradas, considerando ambos os métodos de dimensionamento utilizados.
295

Tabela 5.46: Resumo das camadas a partir dos dimensionamentos pelo método do DNER e pelo
método da resiliência.
Estrutura
Método de Tipo de Sub-
dimensionamento dimensionamento Revestimento Base Reforço Espessura
base
(cm) (cm) (cm) total (cm)
(cm)
Base de solo-cimento
com 7% de incorporação 10,00 15,00 45,00 - 70,00
(sem reforço)
Base de solo-cimento
com 7% de incorporação 10,00 15,00 15,00 30,00 70,00
Método do DNER
(com reforço)
Base de brita graduada
10,00 20,00 40,00 - 70,00
simples (sem reforço)
Base de brita graduada
10,00 20,00 15,00 25,00 70,00
simples (com reforço)
Base de solo-cimento
16,00 20,00 15,00 50,00 101,00
Método da com 7% de incorporação
Resiliência Base de brita graduada
16,00 20,00 15,00 50,00 101,00
simples
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Analisando o dimensionamento pelo método do DNER é possível perceber


que este não exige a utilização de reforço de subleito, deixando a cargo do projetista
sua utilização ou não. Comparativamente, percebe-se que, para o caso em tela, no
tipo de dimensionamento com ou sem reforço a diferença básica está na segurança
aplicada, pois, pelas análises de cálculo, a espessura “sub-base + reforço” é única,
optando-se por utilizar toda a espessura como sub-base ou a maior parte como reforço
de subleito. Em questões de custos, sem entrar na especificidade de valores, a
solução mais econômica seria utilizar o reforço de subleito, pois o material para reforço
tem menor valor agregado do que o material a ser utilizado na sub-base. No entanto,
o pavimento perderia resistência, discutivelmente, em função da menor resistência do
material de reforço se comparado com o material de sub-base.

Ainda no método do DNER, ambos os dimensionamentos, considerando


base de solo-cimento e base de brita graduada simples, apresentaram o mesmo valor
de espessura final. Salienta-se que uma espessura de revestimento de 10cm, mesmo
estando de acordo com o método normativo de dimensionamento, apresenta-se muito
aquém da realidade executiva, pois no Brasil são utilizadas espessuras superiores à
dimensionada e, em diversas situações, encontram-se problemas durante a vida útil
do pavimento, sendo insuficiente para as situações atuais com o tipo de tráfego mais
recorrente.
296

A diferença básica de dimensionamento ficou por conta dos valores de


base, sub-base e reforço de subleito. Para o pavimento com base de brita graduada
o valor da base ficou 5cm acima do valor da espessura da base de solo-cimento,
sendo que a espessura das camadas “sub-base + reforço” ficou 5cm abaixo do valor
da camadas “sub-base + reforço” do pavimento com base de solo-cimento.

A observação do parágrafo anterior é importante para examinar que a


técnica de solo-cimento, para o caso em tela, possibilita uma menor espessura de
base, compensando nas camadas subjacentes, que discutivelmente, apresentam um
menor valor agregado em seu custo. Para esta situação fica difícil comparar os dois
dimensionamentos sem levar em consideração os custos para a construção das
camadas de base, em virtude dos materiais aplicados serem diferentes e as
espessuras resultantes das camadas apresentarem uma diferença pequena, de
apenas 5cm.

Da mesma forma, salienta-se que, para o caso analisado nesta pesquisa,


todos os dimensionamentos pelo método do DNER apresentaram a mesma espessura
final, com diferenças apenas na distribuição dos valores de espessura entre as
camadas (mantendo-se fixa a espessura do revestimento, em virtude do parâmetro
fixo do material e do número “N” de projeto). Percebe-se, portanto, que a influência do
CBR do material pouco influenciou nos resultados finais, sendo que os maiores
parâmetros são definidos pelos coeficientes aplicados nas inequações.

Para o método da Resiliência, observa-se que, para o subleito adotado na


pesquisa, o método exige a utilização de reforço de subleito, portanto, não foi possível
realizar o comparativo do método de dimensionamento com e sem reforço. No
entanto, é possível analisar que ambos os dimensionamentos pelo método da
Resiliência apresentaram os mesmos valores resultantes. Isso se deve, basicamente,
ao fato de que as inequações das hipóteses de cálculo levam em consideração
apenas os valores de resistência de CBR dos materiais empregados, não utilizando
coeficientes diferenciados para cada tipo de material a ser utilizado (como no método
do DNER).

Comparando os dois métodos de dimensionamento observou-se que, para


a pesquisa em questão, de acordo com os materiais empregados e fixados, o método
do DNER torna-se mais econômico, em termos de espessuras, do que o método da
297

Resiliência, sendo este último mais a favor da segurança, em função da diferença na


espessura final de 31cm. Observa-se também que no método do DNER o valor de
revestimento é 6cm inferior ao método da resiliência, enquanto que nas camadas de
base e sub-base os valores no método da Resiliência equiparam-se com o método do
DNER, considerando uso de reforço, com diferenças significativas alcançando até
25cm inferiores aos valores encontrados no método do DNER sem uso de reforço.

Os maiores valores registrados de espessura ficam por conta da camada


de reforço de subleito, no método da Resiliência, em função da utilização de todo o
restante da espessura final nesta camada, possibilitando uma maior economia dos
materiais das camadas superiores pelo fato de apresentarem um maior valor
agregado.

Discutivelmente o método do DNER torna-se mais econômico em função


da menor espessura final, no entanto, como há diferenças significativas nas
espessuras individuais das camadas e nos valores dos serviços e dos materiais a
serem utilizados, é necessária a análise de custos para execução de cada camada
individualmente, a fim de promover um comparativo com maior propriedade de qual
das situações seria, discutivelmente, mais econômica para ser implementada.

5.3 Análise dos custos das camadas do pavimento em função do material utilizado
e das distâncias médias de transporte

Como já apresentado anteriormente, a análise de custos das camadas do


pavimento foi realizada em função dos custos inerentes ao serviço de execução de
cada camada, levando em consideração, principalmente, os custos para o transporte
dos materiais até o local da obra.

Resumidamente, apresenta-se novamente os materiais utilizados em cada


camada do pavimento para as diferentes hipóteses de cálculo consideradas:

a) Revestimento: revestimento de concreto asfáltico/betuminoso, em


ambas as hipóteses de cálculo;

b) Base: base de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento e base


de BGS para o pavimento comparativo;

c) Sub-base: macadame seco;


298

d) Reforço de subleito: quando utilizado, fez-se uso de reforço de subleito


com material de jazida, de acordo com as referências do SICRO (DNIT,
2017f).

Para os custos de execução, fixou-se os valores conforme apresentados


no Relatório Analítico de Composição de Custos do DNIT (2017), fazendo-se
diferenciação apenas com relação aos custos das distâncias médias de transporte.
Em todas as situações observa-se a premissa básica dos custos com relação a
distância percorrida, em quilômetros, por trecho de leito natural, revestimento primário
ou pavimentado.

Conforme apresentado no item 3.1 desta pesquisa, a distância percorrida


em trecho de leito natural, pelo menor caminho possível, é de aproximadamente 800
metros, até alcançar o ponto da coleta das amostras deformadas, localização padrão
do trecho da rodovia hipotética. Acima de 800 metros há uma rodovia pavimentada,
portanto, todo o transporte acima de 800m foi considerado por trecho pavimentado.

Também se fixou, anteriormente, que a distância fixa de 3km no tempo fixo


será destinada apenas para transporte dentro do local de obra, sendo todas as demais
movimentações a cargo do cálculo do momento de transporte. Fixou-se o valor
máximo de 3km para movimentações de terra do material a ser utilizado na mistura
de solo-cimento e 20km para o transporte dos demais materiais (por trecho
pavimentado), além dos 800m já previstos a serem percorridos em trecho de leito
natural.

Dessa maneira, variou-se o valor da distância para transporte do cimento,


a fim de determinar a distância máxima que o transporte de cimento poderia percorrer
para ser economicamente viável a utilização da técnica de solo-cimento. Como já
mencionado em itens anteriores, o cimento utilizado na análise de custos foi o Cimento
Portland CP II – 32, pois era o único insumo disponível para ser utilizado no serviço
de base de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento, apesar das análises de
laboratório preverem a utilização do Cimento Portland CP IV.

Analisando individualmente o custo dos serviços, considerando todas as


especificações anteriores, é possível determinar o custo de cada serviço, por unidade
de medida especificada de maneira particular. Observa-se que o preço do m³ da base
299

de solo-cimento torna-se competitivo até uma distância máxima de 700km em trecho


pavimentado, se comparado com a base de brita graduada simples. Dessa forma,
conclui-se que a técnica de solo-cimento é favorecida com a disponibilidade de
cimento em abundância na região de construção da rodovia, além do fato de analisar
minunciosamente o solo a ser incorporado quimicamente com cimento. A Tabela 5.47
apresenta como exemplo os custos dos serviços de acordo com os momentos de
transporte especificados para o serviço de concreto asfáltico – faixa A – areia e brita
comerciais. Para os demais serviços utilizou-se o mesmo procedimento, a partir das
tabelas disponíveis no Relatório Sintético de Composições de Custos do DNIT (2017f),
já apresentado anteriormente.
300

Tabela 5.47: Orçamento analítico do serviço de concreto asfáltico – faixa A – areia e brita comerciais, medido em toneladas, com definição dos momentos de
transporte em função do tipo de trecho a ser percorrido pelo veículo transportador.
4011454 Concreto asfáltico - faixa A - areia e brita comerciais (t) Valores em reais (R$)
Utilização Custo horário Custo horário
A - EQUIPAMENTOS Quantidade
Operativa Improdutiva Produtivo Improdutivo total
Rolo compactador de pneus autopropelido
E9762 1,00000 0,59 0,41 139,0891 64,4402 108,4831
de 27t - 85kW
Rolo compactador liso autopropelido
E9530 1,00000 0,51 0,49 132,5256 57,2704 95,6506
vibratório de 11t - 97kW
Vibroacabadora de asfalto sobre esteiras -
E9545 1,00000 0,89 0,11 181,7072 87,1318 171,3039
82kW
Custo horário de equipamentos 375,4376
Custo Custo horário
B - MÃO DE OBRA Quantidade Unidade
horário total
P9824 Servente 8,00000 h 17,1769 137,4152
Custo horário total de mão de obra 137,4152
Custo horário total de execução 512,8528
Custo unitário de
6,1789
execução
Custo do FIC 0,0383
Custo do FIT -
Preço
C - MATERIAL Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
Custo unitário total
-
de material
Custo
D - ATIVIDADES AUXILIARES Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
Usinagem de concreto asfáltico - faixa A -
6416080 1,02000 t 81,31 82,9362
areia e brita comerciais
Custo total de atividades auxiliares 82,9362
Subtotal 89,1534
Custo
E - TEMPO FIXO Código Quantidade Unidade Custo unitário
unitário
301

Usinagem de concreto asfáltico - faixa A -


6416080 areia e brita comerciais - Caminhão 5914649 1,02000 t 6,8900 7,0278
basculante 10m³
Custo unitário total de tempo fixo 7,0278
DMT Custo unitário
F - MOMENTO DE TRANSPORTE Quantidade Unidade Distâncias Custo
Pista Custo total
percorridas unitário
Usinagem de concreto asfáltico - faixa A -
6416080 areia e brita comerciais - Caminhão 1,0200 tkm 0,800 0,68 LN 0,5549
basculante 10m³
Usinagem de concreto asfáltico - faixa A -
6416080 areia e brita comerciais - Caminhão 1,0200 tkm 20,000 0,44 P 8,9760
basculante 10m³
Custo unitário total de transporte 9,5309
Custo unitário direto total 105,71208
Fonte: Adaptado de DNIT (2017f).
302

No comparativo entre os custos principais, que seriam os custos


envolvendo as camadas de base (base de solo-cimento e base de brita graduada),
indicado pela Tabela 4.10, é importante ressaltar que o preço básico do serviço de
base de solo-cimento já é menor do que o serviço de base de brita graduada, o que
teve influência direta no resultado alcançado. Para a base de solo-cimento com 7%
de incorporação de cimento, considerando o transporte do cimento com caminhão
carroceria de 15t por 800m em leito natural e 700km por trecho pavimentado, e o
transporte de solo de jazida com caminhão basculante de 10m³ por 3km em leito
natural, o custo final do serviço, por m³, resultou em R$ 118,48. Da mesma forma,
para a base de brita graduada, considerando o transporte do material da usina até o
local da obra com caminhão basculante de 10m³ por 800m em leito natural e 20km
por trecho pavimentado, o custo final do serviço, por m³, resultou em R$ 117,68.

As análises do parágrafo anterior reforçam a competitividade dos serviços,


mas é importante destacar que os custos que estão sendo analisados envolvem
apenas a execução de cada camada individualmente em situações hipotéticas, sem
considerar fatores climáticos e disponibilidades acentuadas de materiais nas
distâncias especificadas.

A Tabela 5.48 apresenta um resumo dos serviços a serem utilizados na


análise de custos para a construção dos perfis transversais, já considerando os custos
dos momentos de transporte com as suposições das distâncias percorridas
mencionadas no decorrer deste capítulo.

Tabela 5.48: Resumo dos serviços utilizados na análise de custos para a construção dos perfis
transversais dos pavimentos propostos, considerando os custos dos momentos de transporte.
Custo final
Código Descrição do serviço Unidade
(R$)
4011454 Concreto asfáltico - faixa A - areia e brita comerciais t 105,71
Base de solo-cimento com 7% de cimento e mistura na pista
4011297 m³ 118,48
com material de jazida
4011276 Base ou sub-base de brita graduada com brita comercial m³ 117,68
4011279 Base ou sub-base de macadame seco com brita comercial m³ 99,58
4011211 Reforço do subleito com material de jazida m³ 26,71
Fonte: Adaptado de DNIT (2017f).

Por fim, analisando individualmente cada situação hipotética de


dimensionamento exposta no tópico anterior desta pesquisa, sendo quatro
dimensionamentos pelo método do DNER e dois dimensionamentos pelo método da
303

resiliência, reforça-se que cada análise de custo foi feita em função da espessura de
cada camada do pavimento, analisando apenas a execução do serviço da camada,
considerando o custo por km de pavimento executado numa faixa de 1m de pista, ou
seja, sem analisar o tipo de projeto geométrico, traçado e largura da faixa de rolamento
característicos.

Inicialmente é importante destacar que o único serviço que não apresenta


a unidade de medida por m³ é o serviço de revestimento. Portanto, conforme
apresentado pela Tabela 2.23, considerou-se a massa específica do revestimento
sendo igual a 2,40 t/m³, semelhante ao concreto asfáltico usinado a quente. Dessa
forma, necessita-se de 2,40 toneladas para produzir 1m³ de camada de pavimento.
Atualizando a Tabela 5.48, apresenta-se a Tabela 5.49 a seguir.

Tabela 5.49: Resumo dos serviços utilizados na análise de custos para a construção dos perfis
transversais dos pavimentos propostos, considerando os custos dos momentos de transporte, com
atualização no serviço de revestimento (concreto asfáltico).
Custo final
Código Descrição do serviço Unidade
(R$)
4011454 Concreto asfáltico - faixa A - areia e brita comerciais m³ 253,70
Base de solo-cimento com 7% de cimento e mistura na pista
4011297 m³ 118,48
com material de jazida
4011276 Base ou sub-base de brita graduada com brita comercial m³ 117,68
4011279 Base ou sub-base de macadame seco com brita comercial m³ 99,58
4011211 Reforço do subleito com material de jazida m³ 26,71
Fonte: Adaptado de DNIT (2017f).

Para apresentar um exemplo de cálculo do custo de uma camada,


destacam-se as operações a seguir para determinar o custo da camada de
revestimento, considerando o método de dimensionamento do DNER e o pavimento
utilizando base de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento, sem reforço de
subleito, conforme segue:

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 10𝑐𝑚

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1𝑘𝑚

𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 1𝑚

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 = 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 × 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 × 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 = 0,1 × 1000 × 1 = 100𝑚³


304

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 × 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑒𝑐𝑢çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 100 × 253,70 = 𝑅$ 25.370,00

Tabela 5.50: Análise de custos: Dimensionamento pelo método do DNER - Base de solo-cimento
com 7% de incorporação de cimento (sem reforço de subleito).
Preço do Custo final do
Espessura da Volume de
Estrutura material serviço
camada (cm) material (m³)
(R$/m³) (R$/(km.m))
Revestimento de concreto
253,70 10,00 100,00 25.370,00
asfáltico
Base de solo-cimento com 7%
118,48 15,00 150,00 17.772,00
de incorporação de cimento
Sub-base de macadame seco 99,58 45,00 450,00 44.811,00
Total 87.953,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Tabela 5.51: Análise de custos: Dimensionamento pelo método do DNER - Base de solo-cimento
com 7% de incorporação de cimento (com reforço de subleito).
Preço do Custo final do
Espessura da Volume de
Estrutura material serviço
camada (cm) material (m³)
(R$/m³) (R$/(km.m))
Revestimento de concreto
253,70 10,00 100,00 25.370,00
asfáltico
Base de solo-cimento com 7%
118,48 15,00 150,00 17.772,00
de incorporação de cimento
Sub-base de macadame seco 99,58 15,00 150,00 14.937,00
Reforço de subleito com
26,71 30,00 300,00 8.013,00
material de jazida
Total 66.092,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Tabela 5.52: Análise de custos: Dimensionamento pelo método do DNER - Base de brita graduada
simples (sem reforço de subleito).
Preço do
Espessura da Volume de Custo final do
Estrutura material
camada (cm) material (m³) serviço (R$/(km.m))
(R$/m³)
Revestimento de
253,70 10,00 100,00 25.370,00
concreto asfáltico
Base de brita
117,68 20,00 200,00 23.536,00
graduada simples
Sub-base de
99,58 40,00 400,00 39.832,00
macadame seco
Total 88.738,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).
305

Tabela 5.53: Análise de custos: Dimensionamento pelo método do DNER - Base de brita graduada
simples (com reforço de subleito).
Preço do
Espessura da Volume de Custo final do
Estrutura material
camada (cm) material (m³) serviço (R$/(km.m))
(R$/m³)
Revestimento de
253,70 10,00 100,00 25.370,00
concreto asfáltico
Base de brita graduada
117,68 20,00 200,00 23.536,00
simples
Sub-base de macadame
99,58 15,00 150,00 14.937,00
seco
Reforço de subleito com
26,71 25,00 250,00 6.677,50
material de jazida
Total 70.520,50
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Tabela 5.54: Análise de custos: Dimensionamento pelo método da Resiliência - Base de solo-cimento
com 7% de incorporação de cimento.
Preço do Custo final do
Espessura da Volume de
Estrutura material serviço
camada (cm) material (m³)
(R$/m³) (R$/(km.m))
Revestimento de concreto
253,70 16,00 160,00 40.592,00
asfáltico
Base de solo-cimento com 7%
118,48 20,00 200,00 23.696,00
de incorporação de cimento
Sub-base de macadame seco 99,58 15,00 150,00 14.937,00
Reforço de subleito com
26,71 50,00 500,00 13.355,00
material de jazida
Total 92.580,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Tabela 5.55: Análise de custos: Dimensionamento pelo método da Resiliência - Base de brita
graduada simples.
Preço do
Espessura da Volume de Custo final do
Estrutura material
camada (cm) material (m³) serviço (R$/(km.m))
(R$/m³)
Revestimento de
253,70 16,00 160,00 40.592,00
concreto asfáltico
Base de brita graduada
117,68 20,00 200,00 23.536,00
simples
Sub-base de macadame
99,58 15,00 150,00 14.937,00
seco
Reforço de subleito com
26,71 50,00 500,00 13.355,00
material de jazida
Total 92.420,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Analogamente ao procedimento demonstrado anteriormente, a Tabela 5.50


à Tabela 5.55 apresentam a análise de custos para os seis dimensionamentos
realizados, considerando individualmente cada método de dimensionamento e suas
especificidades, resultando em um custo final do serviço de construção das camadas
do pavimento por km de pavimento por metragem da pista de rolamento. A Tabela
306

5.56 apresenta um resumo comparativo dos custos finais para cada tipo de
dimensionamento realizado nas hipóteses de cálculo, conforme é apresentado a
seguir.

Tabela 5.56: Comparativo dos custos finais dos serviços em função do método e do tipo de
dimensionamento utilizado.
Método de Custo final do serviço
Tipo de dimensionamento
dimensionamento (R$/(km.m))
Base de solo-cimento com 7% de incorporação
87.953,00
(sem reforço)
Base de solo-cimento com 7% de incorporação
Método do DNER 66.092,00
(com reforço)
Base de brita graduada simples (sem reforço) 88.738,00
Base de brita graduada simples (com reforço) 70.520,50
Método da Base de solo-cimento com 7% de incorporação 92.580,00
Resiliência Base de brita graduada simples 92.420,00
Fonte: Autores da pesquisa (2018).

Observa-se, a partir da Tabela 5.56, que o dimensionamento que


apresentou menor custo foi o dimensionamento pelo método do DNER utilizando base
de solo-cimento com 7% de incorporação de cimento, com reforço de subleito, com
custo total de R$ 66.092,00/km.m de pavimento. É importante destacar que mesmo
utilizando uma distância discutivelmente elevada para o transporte do cimento até o
local da obra, a utilização do método de solo-cimento mostrou-se extremamente
competitivo para o caso em tela estudado por esta pesquisa, considerando os fatores
locais da região rural do município de Biguaçu, em Santa Catarina.

Como foram fixados os valores de transporte dos materiais de


revestimento, base de brita graduada e sub-base de macadame seco em 20km por
trecho pavimentado, podemos concluir que a diferença no custo final do serviço entre
a base de solo-cimento com 7% de incorporação (com reforço) e a base de brita
graduada simples (com reforço), considerando o método do DNER, poderia ser ainda
maior, caso a distância de transporte fosse superior a 20km. Vale ressaltar também
que essas diferenças ocorreram muito por conta do tipo de material escolhido para
ser utilizado na base do pavimento comparativo (BGS), tentando se aproximar dos
resultados físicos e mecânicos encontrados para o solo-cimento.

Com relação ao método da resiliência é possível observar que os custos


encontrados ficaram muito próximos, em função da tentativa de equiparar os custos
das bases para se encontrar o momento de transporte máximo do cimento a ser
307

levado até o local da obra. Como o valor encontrado foi de 700km, para as situações
já definidas anteriormente, a base de solo-cimento passa a ser competitiva com
momentos de transportes inferiores ao valor mencionado, enfatizando uma diminuição
significativa dos custos, apesar do dimensionamento apresentar o mesmo valor das
espessuras resultantes, em ambas as hipóteses das bases a serem utilizadas.

Observa-se no método do DNER que o não uso de reforço de subleito


implica num aumento significativo dos custos por conta da maior utilização de um
serviço que apresenta um material com custos mais elevados, mas ainda apresenta
menores custos se comparado com o método da Resiliência. Nota-se que não há uma
compensação de resistências características entre as camadas de sub-base e reforço
de subleito significativa, indicando que o ideal seria utilizar o mínimo de sub-base e o
máximo possível de reforço de subleito, quando possível.

Comparando os métodos de dimensionamento do DNER e da Resiliência


é possível concluir que o método do DNER resulta em menores dimensões e custos
se comparado com o método da resiliência, com economia próxima de 30% no custo
final se comparados ambos os métodos aplicados para base de solo-cimento com
reforço de subleito. Explica-se esse resultado em função dos maiores coeficientes de
segurança utilizados no método da Resiliência, onde, para o “N” característico de
projeto e as condições de subleito dessa pesquisa, tornaram o dimensionamento
desfavorável pelo método citado anteriormente.

Destaca-se, a partir das pesquisas de D’Agostin (2010) que, para o caso


da pesquisa do autor citado, o método da Resiliência apresentou os menores custos,
se comparado com o método do DNER e com um projeto de revitalização
característico. Portanto, a competitividade entre os métodos de dimensionamento
particulariza-se em função das características de projeto a serem utilizadas.

Dessa maneira, utilizando a metodologia apresentada, para as situações


expostas e com as fixações devidamente ajustadas, observa-se que o uso da técnica
de solo-cimento se mantém competitiva para mistura realizada em obra, se
comparado com o uso de BGS. Notadamente não se discutiu outros custos referentes
ao processo de mistura do material em obra nem as dificuldades de aplicação da
técnica de solo-cimento com condições climáticas variáveis.
309

6 CONCLUSÕES

Neste capítulo serão apresentadas as principais conclusões obtidas


através dos ensaios laboratoriais, dimensionamentos pelo método do DNER e pelo
método da Resiliência e também as análises econômicas das hipóteses de cálculo
encontradas.

Observa-se que a influência da adição de cimento ao solo proporciona o


desenvolvimento de um novo material geotécnico, com características próprias e
melhorias das propriedades mecânicas. Para o estudo em questão obtiveram-se as
seguintes conclusões:

6.1 Caracterização física

a) As proporções granulométricas obtidas foram 47% de areia, 36% de silte


e 15% de argila, o que totaliza 51% de silte e argila, granulometria mais fina da
amostra, classificando o solo como areia siltosa;

b) O solo apresentou um comportamento desuniforme, com coeficiente de


uniformidade resultante em 100, além de comportamento mal graduado, definido pelo
parâmetro do coeficiente de curvatura, cujo cálculo resultante foi de 0,388;

c) Pela classificação tátil-visual do material in loco foi possível observar que


o material se tratava de um solo residual de granito, constatado posteriormente pelas
análises de cartas geotécnicas da região a partir da caracterização da área de estudo;

d) Encontrou-se o valor de peso específico dos grãos de 2,676g/cm³ e um


índice de vazios resultante, a partir de ensaios posteriores, de 0,82;

e) Os limites de liquidez e plasticidade apresentaram valores de 36% e


29%, respectivamente, determinando valores de índice de plasticidade e índice de
atividade da argila de 7% e 0,477%, respectivamente, o que caracteriza um solo no
limiar entre fracamente à medianamente plástico, com inatividade da argila;

f) A partir da determinação do índice de grupo, encontrando o valor de 4%,


foi possível a categorização do solo a partir da classificação TRB, enquadrando o
material no grupo A-4, constituído por solos siltosos com comportamento como
310

subleito de sofrível a mau. Em se tratando da classificação SUCS, o solo enquadrou-


se como um solo de graduação fina (50% ou mais passando pela peneira nº 200), no
grupo de siltes e argilas com limite de liquidez até 50%, enquadrando-se como um ML
(siltes inorgânicos, areias muito finas, areias finas siltosas e argilosas). Para a
classificação de solos tropicais proposta por Vargas (1988), o solo estudado nesta
pesquisa enquadrou-se na divisão principal de baixa compressibilidade (LL < 50), no
grupo de siltes e areias muito finas, areias argilosas finas e siltes argilosos, de origem
inorgânica e rocha decomposta, novamente finalizando como grupo ML;

g) A amostra natural apresenta umidade ótima igual a 22,486%, cuja massa


específica aparente seca máxima resulta em 1,594g/cm³. Analogamente, para as
amostras com 3 e 7% de incorporação de cimento encontrou-se umidade ótima de
21,963%, com massa específica aparente seca máxima de 1,598g/cm³, e umidade
ótima de 22,521%, com massa específica aparente seca máxima de 1,567g/cm³,
respectivamente;

h) Os resultados de compactação concluíram que há uma ligeira diminuição


da umidade ótima no comparativo entre a amostra natural e a amostra com 3% de
incorporação de cimento, e um aumento ligeiramente irrisório em relação à amostra
com 7% de incorporação. A comparação entre as amostras com cimento incorporado
mostra um aumento da umidade ótima com o aumento do teor de cimento e
decréscimo da massa específica aparente seca máxima;

i) A amostra deformada coletada demonstrou um teor de 4,9% de matéria


orgânica, 145% superior à taxa recomendada.

6.2 Caracterização mecânica

a) Para as amostras naturais, a resistência à compressão simples média


resultou em 0,47MPa e a deformação axial média em 2,73%. Em relação às amostras
com 3 e 7% de incorporação de cimento aos 7 dias de cura a resistência a compressão
simples média resultou em 1,07MPa, com deformação axial média de 2,15%, e
resistência a compressão simples média de 2,12MPa, com deformação axial média
de 2,17%, respectivamente. Já em relação às amostras com 3 e 7% de incorporação
de cimento aos 28 dias de cura a resistência a compressão simples média resultou
311

em 1,21MPa, com deformação axial média de 2,38%, e resistência a compressão


simples média de 3,16MPa, com deformação axial média de 1,53%, respectivamente;

b) Observa-se que a adição de cimento tende a aumentar a resistência à


compressão simples do sistema, com variabilidades diferentes para 7 e 28 dias de
cura em relação a deformação axial resultante;

c) Nos ensaios de compressão diametral constataram-se aumentos de 300


e 700% de resistência em comparação com a amostra de solo natural a partir das
incorporações de 3 e 7% de cimento, respectivamente. Dessa forma, quanto maior o
nível de cimentação, maior é a resistência à tração na compressão. Comparando os
teores de incorporação houve um aumento de 100% na resistência de 3 para 7% de
incorporação de cimento;

d) No comparativo dos resultados de compressão simples e compressão


diametral a resistência à tração resulta em cerca de 20 a 30% da resistência à
compressão, sendo os maiores percentuais quando analisadas as amostras com
incorporação de cimento, com crescimento linear das curvas de resistência;

e) Indica-se, quando não for possível realizar ensaios de tração, para o


material estudado, uma relação para estimativa de que a resistência à tração
corresponde à 25% da resistência à compressão simples;

f) Nos ensaios de determinação do CBR e expansão observa-se que o solo


natural apresentou uma expansão de 0,54%, enquanto que os corpos de prova com
incorporação de cimento apresentaram expansão praticamente nula (0,01%
calculado). Esses resultados são consequência do processo de cimentação resultante
das amostras;

g) Na determinação dos valores de CBR indica-se que o solo natural


apresentou valor de 4% enquanto as incorporações de 3 e 7% de cimento
apresentaram valores de 70 e 175%, respectivamente. O crescimento da resistência
é linear, resultado do aumento da incorporação de cimento;

h) A partir do ensaio de cisalhamento direto constatou-se que o solo natural


apresentou, em condição inundada, um valor de coesão de 9,1kPa e um ângulo de
atrito de 30,2º. Os valores encontrados para a incorporação de 3% de cimento foram
de 54,3kPa para a coesão e 9,5º para o ângulo de atrito. Já para a incorporação de
312

7% de cimento os resultados foram de 194,5kPa para a coesão e 9,1º para o ângulo


de atrito.

6.3 Análise do uso do solo para pavimentação e dimensionamentos do projeto


proposto

a) De acordo com as limitações normativas não é possível utilizar o solo da


pesquisa para camadas de base, em sua forma natural e com incorporação de 3% de
cimento, em virtude do não atingimento do CBR mínimo de 80%. O solo natural não
obteve um limite de liquidez abaixo de 25% (apesar de que, para a técnica de solo-
cimento, o DNIT admite o limite máximo de 40%) e o solo melhorado com 3% de
incorporação de cimento não atingiu o valor mínimo de resistência à compressão com
7 dias de 21,00kgf/cm²;

b) Apesar do solo não se enquadrar no limite de 5 a 35% de material


passante na peneira nº 200, admitiu-se a possibilidade de utilização para base com
solo-cimento com a justificativa de que a alta porcentagem de finos irá demandar uma
maior quantidade de cimento, não necessariamente invalidando o seu uso;

c) Observa-se que a mistura de solo-cimento com 7% de incorporação


atinge o limite mínimo de resistência à compressão simples de 21,00kgf/cm², com
CBR superior à 80% e expansão menor do que 0,5%;

d) Analisando o dimensionamento pelo método do DNER observa-se que


para o pavimento com base de brita graduada o valor da base ficou 5cm acima do
valor da espessura da base de solo-cimento, sendo que a espessura das camadas
“sub-base + reforço” ficou 5cm abaixo do valor da camadas “sub-base + reforço” do
pavimento com base de solo-cimento;

e) Constatou-se que a técnica de solo-cimento, para o caso em tela,


possibilitou uma menor espessura de base, compensando nas camadas subjacentes
em relação às espessuras, o que indica pouca influência do CBR do material utilizado
em relação às camadas de sub-base e reforço;

f) Comparando os dois métodos de dimensionamento observou-se que,


para a pesquisa em questão, de acordo com os materiais empregados e fixados, o
método do DNER torna-se mais econômico, em termos de espessuras, do que o
313

método da Resiliência, sendo este último mais a favor da segurança em função da


diferença na espessura final superior em 31cm;

g) Observa-se que no método do DNER o valor de revestimento é 6cm


inferior ao método da resiliência, enquanto que nas camadas de base e sub-base os
valores no método da Resiliência equiparam-se com o método do DNER,
considerando uso de reforço, com diferenças significativas alcançando até 25cm
inferiores aos valores encontrados no método do DNER sem uso de reforço.

6.4 Análise dos custos das camadas do pavimento em função do material utilizado
e das distâncias médias de transporte

a) Observa-se que o preço do m³ da base de solo-cimento torna-se


competitivo, para o caso em tela, até uma distância máxima de 700km em trecho
pavimentado, se comparado com a base de brita graduada simples, o que indica o
favorecimento da técnica de solo-cimento de acordo com a disponibilidade de cimento
em abundância na região de construção da rodovia;

b) Observa-se que o dimensionamento que apresentou menor custo foi o


dimensionamento pelo método do DNER utilizando base de solo-cimento com 7% de
incorporação de cimento, com reforço de subleito, com custo total de R$
66.092,00/km.m de pavimento;

c) Como foram fixados os valores de transporte dos materiais de


revestimento, base de brita graduada e sub-base de macadame seco em 20km por
trecho pavimentado, conclui-se que a diferença no custo final do serviço entre a base
de solo-cimento com 7% de incorporação (com reforço) e a base de brita graduada
simples (com reforço), considerando o método do DNER, poderia ser ainda maior,
caso a distância de transporte fosse superior a 20km;

d) Observa-se no método do DNER que o não uso de reforço de subleito


implica num aumento significativo dos custos por conta da maior utilização de um
serviço que apresenta um material com custos mais elevados, mas ainda apresenta
menores custos se comparado com o método da Resiliência. Nota-se que não há uma
compensação de resistências características entre as camadas de sub-base e reforço
314

de subleito significativa, indicando que o ideal seria utilizar o mínimo de sub-base e o


máximo possível de reforço de subleito, quando possível;

e) Comparando os métodos de dimensionamento do DNER e da


Resiliência é possível concluir que o método do DNER resulta em menores dimensões
e custos se comparado com o método da resiliência, com economia próxima de 30%
no custo final se comparados ambos os métodos aplicados para base de solo-cimento
com reforço de subleito.

6.5 Sugestões para trabalhos futuros

a) Realizar ensaios de caracterização microscópica e mineralógica para


compor a caracterização geotécnica do material estudado;

b) Ensaiar o material da pesquisa com outros teores de incorporação de


cimento e complementar as análises com diferentes tempos de cura (21, 90 e 180
dias);

c) Analisar o material estudado nesta pesquisa a partir de ensaios de


cisalhamento direto, buscando acompanhar melhor o comportamento do solo
característico;

d) Dimensionar o pavimento a partir de outros métodos de


dimensionamento, como os métodos mecanísticos, buscando analisar a situação real
de projeto para a rodovia que traçará a região de estudo;

e) Avaliar os custos inerentes à construção de uma rodovia permeando


todas as etapas de sua construção, a fim de embasar a perspectiva da técnica de
solo-cimento no horizonte de projeto;

f) Confrontar a técnica de solo-cimento com outros parâmetros além dos


custos, como método construtivo, condições climáticas para execução, dificuldades,
etc.
315

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